EMPRESAS ASSOCIADAS:
MANUAL DO CONCRETO DOSADO EM CENTRAL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DE CONCRETAGEM DO BRASIL
Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem do Brasil
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EMPRESAS ASSOCIADAS:
PREFÁCIO
Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem do Brasil
A presente publicação reúne as principais considerações sobre o concreto dosado em central, ratificando o compromisso de suas empresas associadas com a busca constante pela qualidade, com a pesquisa de novas tecnologias, com a normalização de seus serviços e com a capacitação profissional de seus colaboradores diretos e indiretos.
Ao longo das duas últimas décadas, as empresas associadas a ABESC realizam constantes investimentos tanto no aprimoramento tecnológico e treinamento do pessoal, como na preservação do meio ambiente. Iniciou-se uma fase de comunicação com os mercados consumidores porque, lado a lado, ABESC e concreteiras associadas trabalham com o mesmo objetivo: difundir os benefícios do uso do concreto dosado em central em obras da construção civil, como forma de contribuição aos meios técnicos.
Desde o início de suas atividades a ABESC sabia o que queria, trilhando a mesma filosofia, raciocinando dentro dos mesmos princípios. Ética na condução de suas metas e diretrizes, qualidade, valorização do profissional da construção e respeito ao consumidor. Essa visão e o empenho de todo o quadro associativo são o que fazem verdadeiramente a ABESC.
A Diretoria.
Abril de 2007
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SUMÁRIO
>
Cimento e Concreto 5
>
A Busca da Qualidade 6
>
Concretos Comumente Utilizados 7
>
Roteiro para a Escolha da Concreteira 8
>
Concreto com Garantia: Pedido e Programação 9
>
Plano de Concretagem 10
>
Recebimento do Concreto 12
>
O Ensaio de Abatimento (SLUMP TESTE) 13
>
Amostragem do Concreto 14
>
Lançamento e Adensamento do Concreto 15
>
Cura do Concreto 17
>
Aditivos para Concreto 18
>
Bombeamento: Uma Grande Solução no Transporte de Concreto 20
>
Fissuras: Como Evitá-las 22
>
Rompimento dos Corpos-de-prova e Análise dos Resultados 23
>
Controle da Qualidade 24
>
Dicionário do Concreto 26
>
Teste seus Conhecimentos 29
4
>
Bibliografia Recomendada 32
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MANUAL DO CONCRETO DOSADO EM CENTRAL
CIMENTO E CONCRETO
Freqüentemente confunde-se cimento e concreto. Vamos esclarecer:
Cimento é um composto químico seco, finamente moído, que ao ser misturado com água reage len- tamente formando um novo composto, desta vez, sólido.
O Concreto é um material formado pela mistura de cimento, água, agregados (areia e pedra) e, even- tualmente, aditivos.
O cimento e a água formam a pasta que une os agregados quando endurecida. A este conjunto de- nominamos concreto que, inicialmente encontra-se em estado plástico, permitindo ser moldado nas mais diversas formas, texturas e finalidades.
Após o início do seu endurecimento o concreto con- tinua a ganhar resistência.
Contudo, a obtenção de um concreto com qualida- de requer uma série de cuidados. Esses cuidados englobam desde a escolha de seus materiais, a de- terminação de um traço que garanta a resistência e a durabilidade desejada, passando pela homoge- neização da mistura, sua correta aplicação e aden- samento, até a “cura” adequada – que garantirá a perfeita hidratação do cimento.
Como conseguir um concreto com qualidade é o tema desta publicação e será visto nas próximas páginas.
Cimento
Água
Areia
Brita
Aço
Fibras
Pasta
Argamassa
Tela
Concreto
Concreto
Armado
Argamassa
Concreto
Armada
Armado C s
om Fibra
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A BUSCA DA QUALIDADE
O concreto é um dos materiais da construção mais utilizados em nosso país.
A busca constante da qualidade, a necessidade da redução de custos e a racionalização dos canteiros de obras, fazem com que o concreto dosado em central, seja cada vez mais utilizado.
Entre as vantagens de se aplicar o concreto dosado em central, destacamos:
• Eliminação das perdas de areia, brita e cimen- to;
• Racionalização do número de operários da
obra, com conseqüente diminuição dos encar- gos sociais e trabalhistas;
• Maior agilidade e produtividade da equipe de trabalho;
• Garantia da qualidade do concreto graças ao rígido controle adotado pelas centrais dosado- ras;
• Redução no controle de suprimentos, materiais e equipamentos, bem como eliminação das áre- as de estoque, com melhor aproveitamento do canteiro de obras;
• Redução do custo total da obra.
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CONCRETOS COMUMENTE UTILIZADOS
O sucesso de uma construção depende, em grande parte, da correta definição do tipo de concreto a ser utilizado.
xxxxxx.xxxxx.xxxxx.xxx.xx.xxx.xx
A tabela a seguir apresenta os principais tipos de concreto dosado em central e suas características:
TIPO | APLICAÇÃO | VANTAGENS |
Rolado | Barragens, pavimentação rodoviária (base e sub- base) e urbanas (pisos, contra-pisos). | Maior durabilidade. |
Bombeável | De uso corrente em qualquer obra. Obras de difícil acesso. Necessidade de vencer alturas elevadas ou longas distâncias. | Maior rapidez na concretagem. Otimização da mão-de-obra e equipamentos. Permite concretar grandes volumes em curto espaço de tempo. |
Resfriado | Peças de elevado volume como bases ou blocos de fundações. | Permite o controle da fissuração. |
Colorido | Estruturas de concreto aparente, pisos (pátios, qua- dras e calçadas), guarda-corpo de pontes etc. | Substitui gasto com revestimento. Evita o custo de manutenção de pinturas. |
Projetado | Reparo ou reforço estrutural, revestimento de túneis, monumentos, contenção de taludes, canais e galerias. | Dispensa a utilização de fôrmas. |
Alta Resistência Inicial | Estruturas convencionais ou protendidas, pré-fabrica- dos (estruturas, tubos etc). | Melhor aproveitamento das fôrmas. Rapidez na desforma. Ganhos de produtividade. |
Fluido | Peças delgadas, elevada taxa de armadura, concreta- gens de difícil acesso para a vibração. | Reduz a necessidade de adensamento (vibra- ção). Rapidez na aplicação. |
Pesado | Como lastro, contra-peso, barreira à radiação (câma- ras de raios-X ou gama, paredes de reatores atômicos) e lajes de subpressão. | Redução do volume de peças utilizadas como lastro ou contra-peso, substituição de painéis de chumbo (radiação). |
Leve (600 kg/m³ a 1200 kg/m³) | Elementos de vedação (paredes, painéis, rebaixos de lajes, isolante termo-acústico e nivelamento de pisos). | Redução do peso próprio da estrutura. Isolamento termo-acústico. |
Leve estrutural | Peças estruturais, enchimento de pisos e lajes, painéis pré-fabricados. | Redução do peso próprio da estrutura. |
Pavimentos Rígidos | Pavimentos rodoviários e urbanos, pisos industriais e pátios de estocagem. | Maior durabilidade, menor custo de manuten- ção. |
Alto Desempenho (CAD) | Elevada resistência (mecânica, física e química), pré- fabricados e peças protendidas. | Melhora aderência entre concreto e aço. |
Convencional (a partir de 20 MPa) | Uso corrente na construção civil. | O concreto dosado em central possui controle de qualidade e propicia ao construtor maior pro- dutividade e menor custo. |
Submerso | Plataformas marítimas. | Resistência à agressão química. |
Com fibras e aço, plásticas ou de polipro- pileno | Reduz a fissuração. | Maior resistência à abrasão, à tração e ao im- pacto. |
Grout | Agregados de diâmetro máximo de 4,8 mm. | Grande fluidez e auto-adensável. |
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ROTEIRO PARA A
ESCOLHA DA CONCRETEIRA
O concreto dosado em central é normalizado pela • ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas através do CB-18- Comitê Brasileiro de Cimento, • Concreto e Agregados. O conhecimento e o cumpri- mento das normas técnicas sobre a execução do • concreto dosado em central é uma das exigências • para a filiação à ABESC.
As normas que orientam sobre a perfeita utilização • do concreto são:
NBR 6118 (Projeto e Execução de Obras de Concre- • to Armado),
NBR 7212 (Execução do Concreto Dosado em Xxx- • xxxx),
XXX 00000 (Controle Tecnológico dos Materiais Componentes do Concreto), • NBR 12655 (Preparo, Controle e Recebimento de Concreto), e
NBR 8953 (Concreto para Fins Estruturais - Classi- • ficação por Grupos de Resistência).
Ao escolher uma concreteira leve em considera- ção: •
• se é associada à ABESC;
• sua configuração jurídica: capital social, contra-
to de prestação de serviços, notas fiscais e fa- • turas e recolhimento de tributos;
• se há laboratórios de controle e responsável técnico;
o tempo de funcionamento e sua experiência no mercado;
o desvio padrão da central que irá fornecer o concreto;
a localização das centrais em relação à obra;
o grau de controle de ensaios, automação e informatização;
a eficiência de mistura dos caminhões-betonei- ra;
a idade média da frota de caminhões-betonei- ra e eficiência de mistura;
os equipamentos de transporte e aplicação, caminhões-betoneira, bombas, esteiras, guin- chos etc;
se há certificado de aferição de equipamentos de medição (balanças, equipamentos de labo- ratório e etc.);
a qualidade e procedência dos materiais com- ponentes do concreto (cimento, agregados, aditivos, adições e água);
se o pátio de estocagem de agregados permite a separação e o controle de recebimento dos agregados;
se respeita o meio ambiente, através de con- troles ambientais (filtros, reciclagem, disposi- ção de rejeitos etc.).
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CONCRETO COM GARANTIA: PEDIDO E PROGRAMAçÃO
A forma mais utilizada para se pedir o concreto do- sado em central é informando a resistência caracte- rística do concreto (fck), a trabalhabilidade (slump), a dimensão máxima do agregado (B1, B2 etc) e a classe de agressividade.
A NBR 7212 também especifica outras duas
formas de pedir o concreto: fornecendo o “traço”, ou o “consumo de cimento” por metro cúbico.
Nestes casos, os critérios de aceitação e outras informações complementares quanto à aplicação devem ser definidos entre a central dosadora e o cliente.
Para assegurar que o concreto solicitado seja o adequado à peça a ser concretada, o cliente poderá ainda exigir: o tipo e a marca do cimento, o tipo e a marca do aditivo, a relação água/cimento, o teor de ar incorporado, tipo de lançamento (convencional ou bombeado), uma determinada cor, a massa específica etc.
Vale observar que muitas vezes as exigências se sobrepõem. Exemplo: o cliente especifica uma determinada relação água/cimento e também uma determinada resistência à compressão (fck). Neste caso, entende-se a relação água/cimento como um valor máximo e a resistência como um valor mínimo. Porém, dada a relação água/cimento máxima, a resistência do concreto poderá alcançar um valor muito superior à
especificada no projeto. Neste caso, o construtor deve consultar o calculista para o redimensiona- mento da peça a ser concretada.
Ao programar a concretagem, lembre-se que o
concreto deve ser aplicado no menor prazo possível. Para isso tome os seguintes cuidados antes de fazer o seu pedido:
• facilite o acesso dos caminhões-betoneira;
• verifique os equipamentos necessários para transportar o concreto dentro da obra (baldes, jericas, dumper, calhas etc);
• verifique a estanqueidade da fôrma, escora- mentos e armação;
• garanta um número suficiente de vibradores para adensar o concreto;
• solicite a quantidade e o intervalo de entrega do concreto de acordo com a capacidade de apli- cação da obra;
• estabeleça previamente um plano de concreta- gem (até 48 horas de antecedência);
• xxxxx um responsável pelo recebimento do con- creto;
• confira o recebimento do concreto através da nota fiscal de entrega;
• proteja a peça recém concretada contra chuva, vento e temperaturas externas;
• siga sempre as recomendações das normas da ABNT.
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PLANO DE CONCRETAGEM
O plano de concretagem é um conjunto de medidas Planejamento
a serem tomadas antes do lançamento do concreto • para assegurar a qualidade da peça a ser concre- tada.
Apresentamos a seguir um “check-list” que servirá • como guia para o sucesso da concretagem:
Fôrmas e Escoramentos
• confira as dimensões baseadas no projeto; •
• verifique a capacidade de suporte e de defor- mação das fôrmas provocadas pelo peso pró- prio ou operação de lançamento do concreto;
• verifique a estanqueidade da fôrma para evitar • a fuga da nata;
• limpe as fôrmas e aplique o desmoldante.
•
Armadura
• confira as bitolas, quantidade e dimensão das • barras;
dimensione a equipe envolvida nas operações de lançamento, adensamento e cura do con- creto;
planeje as interrupções nos pontos de descon- tinuidade das fôrmas, como: juntas de concre- tagem e encontros de pilares, paredes com vigas ou lajes etc.
garanta equipamentos suficientes para o trans- porte de concreto dentro da obra (carrinhos, jericas, dumper, bombas, esteiras, guinchos, guindaste, caçamba etc);
providencie um número suficiente de ferra- mentas auxiliares (enxadas, pás, desempena- deiras, ponteiros etc);
disponibilize um número suficiente de tomadas de força para os equipamentos elétricos; tenha vibradores e mangotes reservas, para eventual necessidade.
• confira o posicionamento da armadura na fôr- Pedido de Concreto
ma; •
• fixe adequadamente;
• verifique os cobrimentos da armadura (pasti- • lhas/espaçadores) especificados no projeto. Pastilhas de argamassa devem ter a mesma relação a/c do concreto aplicado, e curadas • adequadamente;
• limpe a armadura (oxidação, gorduras, des- moldante etc.), a fim de garantir a aderência ao • concreto;
• não pise nos “negativos” da armadura.
informe antecipadamente o volume da peça a ser concretada;
programe o horário de início da concretagem, o volume de concreto por caminhão-betoneira e os intervalos de entrega;
especifique a forma de lançamento: convencio- nal, por bombas estacionárias ou auto-bomba com lança, esteira, caçamba (gruas) etc; verifique o tempo previsto para o lançamento. O concreto não pode ser lançado após o início de pega;
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• verifique o acesso à obra. Subidas ou descidas íngremes podem impossibilitar a descarga do concreto no local desejado, ou mesmo, a movi- mentação dos equipamentos de bombeamen- to.
pedido, visto que é responsabilidade da obra a perda de consistência ocasionada por espera prolongada tanto para o recebimento quanto para a descarga do caminhão-betoneira.
Lembre-se:
• a correta especificação do pedido é importante para que o concreto seja entregue na obra de acordo com o exigido em projeto;
• especificações inadequadas - tipos de brita, slump, resistência etc., podem comprometer a qualidade da peça concretada;
• prepare-se para receber o concreto de acordo com a freqüência e quantidade especificada no
PROCESSOS (ÚMIDA / PELÍCULA, VAPOR)
DURAÇÃO (INÍCIO / TÉRMINO)
CURA
NTO
TIPO (BOMBA, CAÇAMBA,
CONVENCIONAL)
EQUIPAMENTOS (JERICAS, GUINCHOS ETC)
PLANO (POSIÇÃO, CAMADA,
ALTURA ETC)
TREINAMENTO
DESCONTINUIDADE (JUNTAS, ENCONTROS)
ESCORAMENTO
EQUIPE
VIBRADORES (AGULHA, RÉGUA, PLACA)
PROGRAMAÇÃO (VOLUME, INTERVA- LOS, ACESSOS)
LANÇAMENTO ADENSAME
S
LIMPEZA
SUPERFÍCIE (SOLO / CONCRETO)
COBRIMENTOS (PASTILHAS ETC.)
LIMPEZA E DESMOLDANTE
AMARRAÇÃO
ESTANQUEIDADE
POSICIONAMENTO
CAPACIDADE DE SUPORTE
CONFERÊNCIA (BITOLA / QUANTIDADES)
CONFERÊNCIA
ARMADURA
FÔRMAS E ESCORAMENTO
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RECEBIMENTO DO CONCRETO
Com a chegada do caminhão na obra deve-se veri- ficar se o concreto que está sendo entregue está de acordo com o pedido. Confira no documento de entrega:
• volume do concreto;
• classe de agressividade;
• abatimento (slump-test);
• resistência característica do concreto à com- pressão (fck); ou consumo de cimento/m³;
• aditivo, quando solicitado.
Antes da descarga do caminhão-betoneira deve-se ainda avaliar se a quantidade de água existente no concreto está compatível com as especificações, não havendo falta ou excesso de água. A falta de água dificulta a aplicação do concreto, criando “ni- chos” de concretagem. Por sua vez, o excesso de
água, embora facilite a aplicação do concreto, dimi- nui consideravelmente sua resistência.
Durante o trajeto da central dosadora até a obra é comum ocorrer perda na consistência do concreto devido às condições climáticas - temperatura e umi- dade relativa do ar. Parte da água da mistura deve ser reposta na obra compensando a perda por evaporação durante o trajeto. Para isso, utiliza-se o ensaio de abatimento (slump-test), bastante sim- ples e de fácil execução.
As regras para a reposição de água perdida por evaporação são especificadas pela NBR 7212 - Execução de Concreto Dosado em Central. Como regra geral, a adição de água não deve ultrapassar a medida do abatimento solicitada pela obra e es- pecificada no documento de entrega do concreto.
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1- Complete o interior do cone com concreto em 3 camadas, cada camada deve ser adensada com 25 golpes.
2 - Retire o cone, meça com a ajuda do mesmo qual é o abatimento do concreto.
O ENSAIO DE ABATIMENTO (SLUMP TESTE)
A simplicidade deste ensaio o consagrou como o principal controle de recebimento do concreto na obra. Embora limitado, expressa a trabalhabilidade do concreto através de um único parâmetro: abati- mento. Para que cumpra este importante papel, deve-se executá-lo corretamente:
• colete a amostra de concreto depois de descar- regar 0,5 m³ de concreto do caminhão e em volume aproximado de 30 litros;
• coloque o cone sobre a placa metálica bem ni- velada e apoie seus pés sobre as abas inferio- res do cone;
• preencha o cone em 3 camadas iguais e aplique 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada;
• adense a camada junto à base, de forma que a haste de socamento penetre em toda a espessura. No adensamento das camadas res- tantes, a haste deve penetrar até ser atingida a camada inferior adjacente;
• após a compactação da última camada, retire o excesso de concreto e alise a superfície com uma régua metálica;
• retire o cone içando-o com cuidado na direção vertical;
• coloque a haste sobre o cone invertido e meça a distância entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto, expressando o resul- tado em milímetros.
O acerto da água no caminhão-betoneira deve ser efetuado de maneira a corrigir o abatimento de todo o volume transportado, garantindo-se a ho-
mogeneidade da mistura logo após a adição de água complementar. O concreto deve ser agitado na velocidade de mistura, durante pelo menos 60 segundos.
Lembre-se:
• não adivinhe o índice de abatimento do concre- to. Apesar da experiência, tanto do motorista do caminhão-betoneira, quanto do fiscal que rece- be o concreto na obra, efetue o ensaio de aba- timento do tronco de cone, utilizando-o como um instrumento de recebimento do concreto;
• não adicione água após o início da concreta- gem. Isto altera as propriedades do concreto e anula as garantias estabelecidas em contrato.
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AMOSTRAGEM DO CONCRETO
Depois do concreto ser aceito por meio do ensaio de abatimento, deve-se coletar uma amostra que seja representativa para o ensaio de resistência que também deve seguir as especificações das normas brasileiras:
• não é permitido retirar amostras, tanto no prin- cípio quanto no final da descarga da betoneira;
• a amostra deve ser colhida no terço médio do caminhão-betoneira;
• a coleta deve ser feita cortando-se o fluxo de descarga do concreto, utilizando-se para isso um recipiente ou carrinho-de-mão;
• deve-se retirar uma quantidade suficiente, 50% maior que o volume necessário, e nunca menor que 30 litros.
frer perturbações e em temperatura ambiente por 24 horas;
• após este período deve-se identificar os corpos-de-prova e transferi-los para o la- boratório, onde serão rompidos para atestar sua resistência.
Nos corpos de prova de 100 mm x 200 mm são aplicados 12 golpes em cada camada, totalizando duas camadas iguais e sucessivas.
Nos corpos de prova de 150 mm x 300 mm são alicados 25 golpes em cada camada, totalizando três camadas iguais e sucessivas.
Em seguida, a amostra deve ser homogeneizada pra assegurar sua uniformidade.
A moldagem deve respeitar as seguintes orienta- ções:
• Nos corpos de prova (100 mm x 200 mm) são aplicados 12 golpes em cada camada, totalizan- do duas camadas iguais e sucessivas. Nos cor- pos de prova (150 mm x 300 mm) são aplicados 25 golpes em cada camada, com a haste, tota- lizando três camadas iguais e sucessivas. Estes golpes são aplicados da maneira mais uniforme possível;
• deixe os corpos-de-prova nos moldes, sem so-
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LANçAMENTO E ADENSAMENTO DO CONCRETO
Ao lançar o concreto, observe os seguinte cuida- dos:
• procure lançar o concreto mais próximo da sua posição final;
• não deixe acumular concreto em determinados pontos da fôrma;
• evite a segregação e o acúmulo de água na su- perfície do concreto;
• lance em camadas horizontais de 15 a 30 cm, a partir das extremidades em direção ao centro das fôrmas;
• a nova camada deve ser lançada antes do início de pega da camada inferior;
• cuidado especial deve ser tomado para concre- tagem com temperatura ambiente inferior a 10ºC e superior a 35ºC;
• a altura de lançamento não deve ultrapassar 2
m. Para alturas de lançamento elevadas sem acesso lateral (janelas), utilizar trombas, calhas, funis etc.
bomba-lança;
• preveja local de acesso e de posicionamento para os caminhões e bombas;
• garanta o estacionamento, próximo à bomba, para dois caminhões-betoneira objetivando o fluxo contínuo de bombeamento;
• estabeleça a seqüência de concretagem e o po- sicionamento da tubulação de bombeamento.
No caso de lançamento convencional:
• limite o transporte interno do concreto, com car- rinhos ou jericas a 60 m, tendo em vista a se- gregação e perda de consistência;
• utilize carrinhos ou jericas com pneumáticos;
• prepare rampas de acesso às fôrmas;
• inicie a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento do concreto.
No caso de lançamento por bombas:
• especifique o equipamento de lançamento: altu- ra de lançamento, bomba estacionária ou
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Adensamento
• providencie os equipamentos necessários: vi- bradores de imersão (agulha), vibradores de superfície (réguas ou placas vibratórias, acaba- doras de superfície), vibradores externos (vibra- dores de fôrma, mesas vibratórias e rolos com- pactadores vibratórios);
• evite, tanto a falta, quanto o execesso de vibra- ção;
• determine a altura das camadas em função do equipamento utilizado;
• o vibrador de imersão deve penetrar cerca de 5 cm na camada inferior;
• inicie o adensamento logo após o lançamento;
• evite o adensamento a menos de 10 cm da pa- rede da fôrma devido ao aparecimento de bo- lhas de ar e perda de argamassa;
• preveja reforço das fôrmas e escoramento, em função de adensamento enérgico;
• evite o transporte do concreto com o equipa- mento de adensamento.
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CURA DO CONCRETO
A cura do concreto é uma etapa importante da con- cretagem pois evita a evaporação prematura da água e fissuras no concreto. Após o início do endu- recimento, o concreto continua a ganhar resistên- cia, mas para que isso ocorra de forma satisfatória, deve-se tomar alguns cuidados:
• inicie a cura tão logo a superficie concretada tenha resistência à ação da água (algumas ho- ras) e estenda por, no mínimo, 7 dias;
• mantenha o concreto saturado até que os espa- ços ocupados pela água sejam então ocupados pelos produtos da hidratação do cimento;
xxxxxx.xxxxx.xxxxx.xxx.xx.xxx.xx
• deixe o concreto nas fôrmas, mantendo-as mo- lhadas;
• mantenha um procedimento contínuo de cura. Os principais processos são:
• molhagem das fôrmas (pequenas superfícies);
• aspersão;
• recobrimento (areia, serragem, terra, sacos de aniagem, mantidos úmidos etc.);
• impermeabilização superficial (conhecida como membranas de cura);
• submersão;
• cura a vapor.
Podemos concluir que, quanto mais perfeita e demorada for a cura do concreto, tanto melhores serão suas características finais.
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ADITIVOS PARA CONCRETO
de endurecimento do concreto, en- quanto os retardadores adiam essa reação no processo.
Os aditivos plastificantes são muito utilizados no Brasil. Reduzem a quan- tidade necessária de água e melho- ram a trabalhabilidade da mistura, fa- cilitando o seu acabamento e adensamento. Além disso,
melhoram as condições de transporte
Ao contrário do que se pensa, os aditivos são bas- tante antigos. Já eram utilizados pelos romanos muito antes da existência do concreto de cimento portland. Naquela época, eles usavam clara de ovo, sangue de animal e outros ingredientes como aditi- vos. Já os aditivos como hoje os conhecemos come- çaram sua evolução a partir do início do século.
Os aditivos são produtos químicos adicionados à mistura de concreto. Os principais aditivos utiliza- dos no Brasil são: retardadores, incorporadores de ar, plastificantes, superplastificantes (e seus deriva- dos, como plastificantes aceleradores e plastifican- tes retardadores) e aceleradores.
Podemos afirmar que existem atualmente sete ti- pos fundamentais de aditivos: aceleradores, retar- dadores, incorporadores de ar, plastificantes e superplastificantes (e seus derivados, como plasti- ficantes aceleradores e plastificantes retardado- res).
Como o próprio nome já diz, os aditivos acelerado- res têm como principal objetivo acelerar o processo
até a obra, pois reduzem a perda da consistência ao longo do tempo.
Já os aditivos superplastificantes são relativamente novos, pois surgiram a partir da década de 70. Com eles, foi possível avançar na tecnologia do concreto e dosar concretos com resistências elevadas e alto desempenho (CAD). Esses aditivos permitem ela- borar concretos com baixíssimo teor de água - pode-se reduzir em até 30% a quantidade de água no concreto com o conseqüente aumento de sua resistência.
Os aditivos incorporadores de ar, por sua vez, con- sistem na introdução de microbolhas de ar, com o objetivo de melhorar a trabalhabilidade do concre- to, aumentar a durabilidade, diminuir a permeabili- dade e a segregação, deixando o concreto mais coeso e homogêneo. Os incorporadores de ar re- duzem ainda a exsudação, que é a subida de água livre no concreto.
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ADITIVOS | ||||
USOS | ||||
TIPOS | EFEITOS | VANTAGENS | DESVANTAGENS | EFEITOS NA MISTURA |
Plastificantes (P) | • aumenta o índice de consistência • possibilita redução de no mínimo 6% da água de amassamento | • maior trabalhabilidade para determinada resistência • maior resistência para determinada trabalhabilidade • menor consumo de cimento para determinada trabalhabilidade e resistência | • retardamento do início de pega para dosagens elevadas do aditivo • riscos de segregação • enrijecimento prematuro em determinadas condições | • efeitos significativos da mistura nos três casos (uso) citados. |
Retardadores (R) | • aumenta o tempo de início de pega | • mantêm trabalhabilidade a temperaturas elevadas • retarda a elevação do calor de hidratação • amplia os tempos de aplicação | • pode promover exsudação • pode aumentar a retração plástica do concreto | • retardamento do tempo de pega |
Aceleradores (A) | • pega mais rápida • resistência inicial mais elevada | • concreto projetado • ganho de resistência em baixas temperaturas • redução do tempo de desforma • reparos | • possível fissuração devido ao calor de hidratação • risco de corrosão de armaduras (cloretos) | • acelera o tempo de pega e a resistência inicial |
Plastificantes e Aceleradores: (PA) | • efeito combinado de (P) e (A) | • reduz a água e permite ganho mais rápido de resistência | • riscos de corrosão de armadura (cloretos) | • efeitos iniciais significativos. Reduz os tempos de início e fim de pega |
Plastificante e Retardador: (PR) | • efeito combinado de (P) e (R) | • em climas quentes diminui a perda de consistência | • aumento da exsudação e retração plástica • segregação | • efeitos iniciais significativos. Reduz a perda de consistência |
Incorporadores de ar: (IAR) | • incorpora pequenas bolhas de ar no concreto | • aumenta a durabilidade ao congelamento do concreto sem elevar o consumo de cimento e o conseqüente aumento do calor de hidratação • reduz o teor de água e a permeabilidade do concreto • bom desempenho em concretos de baixo consumo de cimento | • necessita de controle cuidadoso da porcentagem de ar incorporado e do tempo de mistura • o aumento da trabalhabilidade pode ser inaceitável | • efeitos iniciais significativos |
Superplastificantes: (SP) | • elevado aumento do índice de consistência • possibilita redução de, no mínimo, 12% da água de amassamento | • tanto como eficiente redutor de água como na execução de concretos fluidos (auto- adensáveis) | • riscos de segregação da mistura • duração do efeito fluidificante • pode elevar a perda de consistência | • efeitos iniciais significativos |
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BOMBEAMENTO: UMA GRANDE SOLUçÃO NO TRANSPORTE DE CONCRETO
No modo de lançamento convencional o concreto é transportado até as fôrmas por meio de carrinhos de mão, jericas, caçambas, calhas e gruas. O rendi- mento nesse tipo de transporte é de 4 a 6 metros cúbicos por hora.
No modo bombeável são utilizadas bombas de concreto. Elas transportam o concreto por intermé- dio de uma tubulação metálica, desde o caminhão- betoneira até a peça a ser concretada. Com o siste- ma, pode-se vencer grandes alturas ou grandes distâncias horizontais, obtendo-se uma produção média de 35 a 45 metros cúbicos por hora. Há equipamentos que têm capacidade para bombear até 100 metros cúbicos por hora.
O concreto bombeável é ideal para todo tipo e ta- manho de obra, porém é mais utilizado em grandes alturas, áreas de difícil acesso, barragens, concreto submerso, centrais nucleares, longas distâncias e túneis. O sistema é a melhor solução para se traba- lhar com grandes volumes em curtos espaços de tempo.
É o caso de grandes fundações, lajes de edifícios e tubulações. Devido à sua plasticidade, trabalhabili- dade e quantidade de finos, o concreto bombeável é ideal para obras em concreto aparente. O método de bombeamento apresenta muitas vantagens.
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As principais vantagens do método de bombea- mento são:
• maior velocidade de transporte e na aplicação do concreto;
• racionalização da mão-de-obra permite maior volume concretado por operário;
• redução da quantidade de equipamentos de transporte, como guinchos, gruas, elevadores e jericas;
• menor necessidade de vibração por se tratar de um concreto mais plástico e com uma granulo- metria contínua.
O uso da técnica de bombeamento permite a con- cretagem contínua, evitando paralisações e as pro- blemáticas juntas de concretagem. A rapidez faz com que o trabalho seja mais homogêneo.
Para que o bombeamento tenha êxito, é imprescin- dível o entrosamento entre a obra e a central dosa- dora de concreto. O resultado geral para o constru- tor é a redução de custos para a obra, aumento da produtividade e a menor quantidade de equipa- mentos.
Como a concretagem é feita rapidamente com o bombeamento de concreto, o construtor deve observar alguns cuidados.
O concreto bombeável é colocado quase que de uma só vez na fôrma e exerce uma pressão maior sobre o escoramento lateral que o lançamento con- vencional. Dessa forma, o sistema de escoramento deve ser reforçado. Para a aplicação de concreto, é importante manter pessoal restrito e bem dimen- sionado e não se esquecer de ter sempre vibrado- res de reserva.
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FISSURAS: COMO EVITÁ-LAS
São diversas as causas que dão origem à fissura- ção. O processo é agravado, porém, quando a con- cretagem se dá em clima quente, com concretos de elevadas resistências iniciais e desformas em pe- quenas idades, concretos bombeados etc.
Os cimentos caracterizam-se por serem mais finos e compostos com adições. Isto aumenta os cuida- dos com a cura e a proteção da peça recém concre- tada.
As fissuras que ocorrem antes do endurecimento do concreto são o resultado de assentamentos di- ferenciais dentro de sua massa (sedimentação), ou da retração da superfície causada pela rápida per- da de água e resfriamento enquanto o concreto ainda está plástico. Outra causa pode ser a movi- mentação da peça concretada (fôrmas ou superfí- cie de contato).
Concretagens em condições extremas de calor (aci- ma de 30ºC), ventos secos, baixa umidade relativa e baixa pressão atmosférica favorecem que a velo- cidade de evaporação da água seja maior que a exsudação do concreto. Também chamada de re- tração plástica, aparece de maneira aleatória pela dessecação superficial do concreto. Ou seja, apre- sentam as seguintes características:
• aparecem nas primeiras (1h a 10h), quase sem- pre em grupos.
• têm uma profundidade da ordem de 10 a 40 mm, podendo alcançar os 100 mm, atravessan- do lajes de pequena espessura.
• aparecem quase sempre em condições de clima
seco, prolongada incidência de raios solares e ventos moderados.
As fissuras que ocorrem no concreto após o endu- recimento podem ser resultado da retração hidráu- lica, acabamento, concentração de esforços, projeto estrutural ou acidente. Para minimizar ou eliminar a formação deste tipo de fissura pode-se utilizar ar- madura especial (tela soldada), concretos com fi- bras, com menor teor de água, cura adequada e correto espaçamento de juntas de concretagem.
A aparição de uma fissura visível não significa ne- cessariamente problemas, mas é importante co- nhecer a sua causa para poder repará-la. Os dois tipos de retração mencionados têm maior impor- tância em elementos como lajes ou peças de gran- de superfície e pequena espessura. É oportuno lembrar que as causas de fissuração podem se so- brepor, tornando difícil o seu diagnóstico. No caso de lajes pré-moldadas, há maior tendência à fissu- ração.
Causa: evaporação rápida da água do concreto nas primeiras idades. Providências:
1. Use aditivos plastificantes.
2. Molhe as fôrmas e superfícies de contato.
3. Planeje o lançamento e a execução de juntas.
4. Não adicione água para facilitar o acabamento superficial
5. Inicie a cura tão logo seja possível e mantenha por, pelo menos, 7 dias.
6. Providencie proteção para a peça recém con- cretada (sol, vento, vibrações etc).
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ROMPIMENTO DOS CORPOS-DE-PROVA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A dosagem de um concreto é sempre feita com margem de segurança especificada em norma (NBR 12655).
Enquanto o calculista especifica a resistência carac- terística do concreto - fck - a concreteira dosa o concreto de forma a atingir uma determinada resis- tência média, segundo a fórmula: fcj = fck+1,65 S. Nesta fórmula, a resistência média do concreto a “i” dias inclui a resistência especificada pelo calculista (fck) mais um coeficiente de segurança (1,65) vezes o desvio padrão (S) da central de concreto.
Após a concretagem deve-se saber se o concreto atingiu a resistência especificada em projeto pelo calculista. Para isso, rompe-se os corpos de prova moldados no local da obra, em prensas especiais. Após a ruptura dos corpos-de-prova e, de posse dos resultados é realizado o “controle estatístico da resistência do concreto”.
A NBR 12655 especifica como deve ser calculada a aceitação da estrutura. Como regra geral podemos afirmar que se faz o caminho inverso da dosagem do concreto. Ou seja, de posse dos resultados dos rompimentos dos corpos-de-prova, podemos cal- cular o valor médio dos rompimentos (fcj) e tam- bém o desvio padrão, obtendo-se o valor da fck da fórmula expressa anteriormente.
Este controle é importante como testemunho da segurança da estrutura que será futuramente utilizada.
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foto: BASF
CONTROLE DA QUALIDADE
O controle do concreto no seu estado fresco é de vital importância para garantir suas propriedades no estado endurecido.
Um dos grandes desafios dos tecnologistas de con- creto é compatibilizar o desempenho do concreto desenvolvido em laboratório com aquele entregue na obra. Isto porque estes concretos estão sujeitos a formas diferentes de manuseio, transporte, lança- mento, adensamento e cura. Logo, a garantia da qualidade do CDC depende diretamente de uma apli- cação efetuada de acordo com práticas recomenda-
das e com a normalização técnica vigente.
Mesmo que o concreto especificado seja entregue segundo todos os requisitos expressos no pedido, a aplicação inadequada pode afetar de forma irreversí- vel a qualidade do concreto endurecido.
O controle do concreto dosado em central é exercido pela central dosadora de acordo com a NBR 7212 - Execução de Concreto Dosado em Central, que inclui as operações de armazenamento dos materiais, do- sagem, mistura, transporte, recebimento, controle da qualidade, inspeção, aceitação e rejeição.
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Concreto Dosado em Central - Controles
NÚMERO | MATERIAL | CONTROLE DE ... | VERIFICAÇÕES / ENSAIOS | FREQUÊNCIA |
1 | Cimento | • documento de entrega e embala- gem | • conformidade ao pedido • certificado de controle de qualidade | • a cada entrega |
• resistência • pega • finura • outros, quando necessário | • atendimento às especificações | • a cada 15 dias ou a cada 100 ton +/- 20 | ||
2 | Agregados | • documento de entrega | • conformidade ao pedido | • a cada entrega |
• inspeção visual | • variações de aspecto e textura etc. | |||
• granulometria • formato do grão • matéria orgânica • material pulverulento | • especificações • variações que exijam providências | • no mínimo uma vez por semana para agre- gado miúdo e 1 vez a cada 15 dias para agregado graúdo, ou a cada 500 m³ de agregado | ||
3 | Adições | • documento de entrega | • conformidade ao pedido | • a cada entrega |
• inspeção visual | • variações do aspecto, textura etc | |||
• caracterização | • ensaios • certificado de controle de qualidade | • a cada 30 dias | ||
4 | Aditivos | • documento de entrega | • conformidade ao pedido | • a cada remessa |
• inspeção visual e olfativa | • variações de aspecto, textura, odor, cor, sedimen- tos etc | |||
• desempenho | • redução de água, incorporação de ar, efeito sobre a pega, conforme o aditivo | |||
5 | Água | • qualidade | • presença de substâncias prejudiciais | • uso inicial ou quando não houver outras in- formações |
6 | Concreto | • verificação de dosagem | • especificações do concreto | • mudanças de traços ou materiais |
7 | Concreto Fresco | • inspeção visual | • consistência, coesão e homogeneidade | • em todas as betonadas |
• abatimento | • especificações do concreto, conforme NBR 7223 | • uma vez por período ou em caso de dúvida | ||
• outros | • conforme normalização vigente | • conforme especificado | ||
8 | Concreto Endurecido | • resistência à compressão | • especificações do concreto | • < 50 m³ |
• outros | • conforme normalização vigente | • conforme especificado |
Sempre que houver mudanças de fornecedor, procedência, marca, suspeita ou indício de variação de características dos materiais, se deverá realizar um ensaio adicional.
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DICIONÁRIO DO CONCRETO
Este pequeno dicionário não esgota toda a terminologia que o usuário do concreto deve conhecer, mas pretende explicar, o quanto possível, os principais termos relativos aos serviços de concretagem, às suas operações, bem como às características do concreto dosado em central, seus aspectos e sua correta utilização.
TERMINOLOGIA
ABATIMENTO - Ensaio normalizado para a determi- nação da medida da consistência do concreto fres- co. Permite verificar se não há excesso ou falta de água no concreto.
ABRASÃO - Desgaste superficial do concreto.
ADENSAMENTO - Processo manual ou mecânico para compactar uma mistura de concreto no esta- do fresco, com o intuito de eliminar vazios internos da mistura (bolhas de ar) ou facilitar a acomodação do concreto no interior das fôrmas.
ADITIVO - Produto adicionado ao concreto em pe- quenas quantidades, proporcional ao teor de ci- mento, no instante da pesagem dos componentes ou durante a mistura do concreto para modificar suas propriedades antes ou após a aplicação.
AGREGADOS - Materiais granulares (brita, areia, etc.), que são unidas pela pasta de cimento no pre- paro do concreto.
REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO - Reação química entre compostos do cimento (álcalis) e certos agregados reativos, ocorrendo expansões danosas ou fissuras.
ARGILA EXPANDIDA - São agregados produzidos artificialmente pelo aquecimento de certas argilas em um forno, que se expandem pela retenção de gases formados, no seu interior, durante o aqueci- mento.
BOMBA ESTACIONÁRIA - Equipamento (bomba) re- bocável para lançamento do concreto.
BOMBA LANÇA - Equipamento para lançamento do concreto com tubulação acoplada a uma lança mó- vel, montados sobre um veículo automotor.
BOMBEAMENTO - Transporte do concreto por meio de equipamentos especiais, bombas de concreto e tubulações metálicas, que transportam o concreto do caminhão-betoneira até ao local de concreta- gem.
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BRITA - Material obtido por trituração de rocha e classificado segundo a sua granulometria.
CANTEIROS DE OBRAS - Instalações provisórias destinadas a alojamentos, estoque de materiais, equipamentos e almoxarifado, durante a fase de construção da obra.
CAPEAMENTO - Revestimento com pasta de cimen- to ou de uma mistura composta de material pulve- rulento e enxofre derretido, que regulariza os topos de um corpo-de-prova com o objetivo de distribuir uniformemente a carga durante o ensaio.
CENTRAL DOSADORA - Local de dosagem ou mistu- ra do concreto por meio de instalações e equipa- mentos especiais, sendo o mesmo transportado ao local de aplicação por caminhões-betoneira.
COBRIMENTO - Espessura de concreto entre a su- perfície da armadura e a superfície do concreto.
CONSISTÊNCIA - É a medida da mobilidade da mistu- ra (plasticidade), isto é, maior ou menor facilidade de deformar-se sob a ação de cargas. É expressa pelo ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test).
CONSUMO DE CIMENTO - Quantidade dosada, em massa (kg), para produzir um metro cúbico de con- creto.
CORPO-DE-PROVA - Amostra do concreto endureci- da, especialmente preparada para testar proprie- dades como: resistência à compressão, módulo de elasticidade etc.
CURA - Procedimentos para a manutenção das condições favoráveis de umidade e temperatura nas primeiras idades do concreto (7 dias) que possibilitam o desenvolvimento de sua resistência e de outras propriedades.
CURA A VAPOR - Cura do concreto sob vapor de água a temperatura e pressão controladas.
DESMOLDANTE - Substância química utilizada para evitar a aderência do concreto à fôrma.
DESVIO PADRÃO - Medida da dispersão de um conjunto de valores. Dispersão entre a média e os valores individuais.
DOSAGEM - Estabelecer as quantidades ótimas dos componentes do concreto para atender a determi- nadas características ou propriedades pré-estabe- lecidas.
ENSAIO - Realização de testes para avaliar proprie- dades físicas ou químicas de um material ou peça.
ESCORAMENTO - Reforços executados na fôrma para que o suporte o seu próprio peso e também do concreto fresco lançado, garantindo uma perfeita moldagem da peça concretada.
ESPAÇADORES - Dispositivos colocados entre a armadura e a face interna da fôrma de modo a garantir o cobrimento necessário.
EXSUDAÇÃO - Migração de parte da água de mistura para a superfície da peça concretada. É causada pela acomodação dos materiais sólidos da mistura de concreto.
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FISSURAÇÃO - São pequenas rupturas que apare- cem no concreto que podem ser provocadas por atuação de cargas ou por retração, devido à rápida evaporação da água.
GRANULOMETRIA - Determinação das proporções de quantidade de partículas existentes em um ma- terial granular, pela separação por peneiras de dife- rentes aberturas.
GRETAMENTO - Desenvolvimento aleatório de fissu- ras.
HIDRATAÇÃO- Formação de compostos pela combi- nação da água com o cimento portland. Processo de endurecimento de pastas, argamassas e concre- tos.
LANÇAMENTO - Processo de colocação e adensa- mento do concreto. Modo de transporte e coloca- ção do concreto na fôrma a ser concretada.
MASSA ESPECÍFICA - Relação entre a massa e o volume de um corpo (densidade).
MOLDAGEM - Especificamente sobre concretos ou argamassas de cimentos portland, refere-se a procedimento normalizado de confeccionar corpos-de-prova.
NINHOS (BICHEIRA) DE CONCRETAGEM - Falhas de
concretagem que ocasionam “buracos” no concre- to, devido, principalmente, à falta de vibração.
PEGA - Condição de perda da plasticidade da pasta, argamassa ou concreto, medida pela resistência à penetração ou deformação em ensaios padroniza- dos.
PIGMENTO - Composto químico bastante fino adicionado aos concretos e argamassas para lhe darem coloração.
POZOLANA - Material silicoso ou silico-aluminoso que, quando finamente moído e na presença de água, reage com hidróxido de cálcio, formando compostos com propriedades cimentícias.
PROJETO ESTRUTURAL - Especificações técnicas fornecidas pelo calculista.
PROTENSÃO - Tensões aplicadas ao concreto, an- tes da ação das cargas de serviço.
RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO À
COMPRESSÃO (FCK) - Esforço resistido pelo con- creto, estimado pela ruptura de corpos-de-prova cilíndricos em prensas especiais.
SEGREGAÇÃO - Mistura heterogênea. Fato que tam- bém ocorre com misturas de concreto por excesso de vibração durante o adensamento ou lançamento em alturas elevadas.
SÍLICA ATIVA - Material pulverulento composto de partículas extremamente finas de sílica amorfa 100 vezes mais fina que o grão de cimento, utilizado na dosagem de concretos de alto desempenho.
TRAÇO - Especificamente em relação à misturas compostas de cimento portland ou outro tipo de aglomerante, é a forma de exprimir a proporção entre os componentes dessas mistura.
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
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1. É permitido submeter à vibrações, os corpos-de- prova de concreto durante o período de armazena- mento.
( )V ( )F
2. As fissuras no concreto causadas pela retração plástica podem ser prevenidas protegendo-se a estrutura do vento e realizando uma cura adequa- da.
( )V ( )F
3. Segundo as normas brasileiras, concretos de fck acima de 25 MPa devem ser dosados em massa. ( )V ( )F
4. Em uma mistura de concreto, a finura do agrega- do miúdo não interfere na água de amassamento. ( )V ( )F
5. Somente pigmentos orgânicos devem ser utiliza- dos para a execução de concretos coloridos, pois resistem à alcalinidade do cimento, à exposição de raios solares e às intempéries.
( )V ( )F
xxxxxx.xxxxx.xxxxx.xxx.xx.xxx.xx
6. Devido à curta duração do concreto no estado fresco e aos avanços nos processos de lançamento (bombeamento, projeção etc) um planejamento de todas as operações denominado plano de concre- tagem é de fundamental importância para a quali- dade e produtividade dos serviços de concreta-
gem.
( )V ( )F
7. O concreto é denominado convencional quando atinge resistência inferior a 20 MPa.
( )V ( )F
8. No recebimento de concreto dosado em central deve-se retirar uma amostra para moldagem de corpos-de-prova após o descarregamento de pelo menos 15% do volume do caminhão e antes do descarregamento de 85% do volume total.
( )V ( )F
9. O controle tecnológico dos materiais componen- tes do concreto exigido por norma é mais rigoroso quando se trata de concreto dosado em central.
( )V ( )F
10. O ar aprisionado durante o processo de mistura do concreto diminui sua resistência, daí a necessi- dade de uma adequada compactação (vibração) para extraí-lo.
( )V ( )F
11. A dosagem, em massa, ou seja pesando-se os materiais, permite a execução de concretos de maior resistência.
( )V ( )F
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12. Os aditivos são substâncias adicionadas ao concreto para correção de efeitos indesejáveis de uma dosagem inadequada.
( )V ( )F
13. É recomendável a utilização de uma bomba de concreto para lançar concretos de consistência seca.
( )V ( )F
14. A retirada de amostra para o controle tecnoló- gico de concreto bombeado se efetua na descarga da bomba.
( )V ( )F
15. As fissuras superficiais no concreto, aparecem devido à perda rápida da umidade causada por:
a) temperatura elevada
b) ventos fortes
c) baixa umidade ambiental
d) todas as anteriores
e) nenhuma das anteriores
16. No pedido do concreto especifique:
a) fck e consumo de cimento
b) traço, slump, dimensão da brita
c) fck, consumo ou traço
d) fck ou consumo além do slump e dimensão do agregado ou somente o traço
e) nenhuma das respostas anteriores
17. Os aditivos plastificantes e superplastificantes, respectivamente, permitem uma redução mínima da água de amassamento do concreto, de:
a) 58% - 80%
b) 6% - 12%
c) 30% - 50%
d) 40% - 60%
e) nenhuma das respostas anteriores
18. Qual valor de abatimento pertence ao concreto auto-adensável?
a) 25 +/- 1,0 cm
b) 30 +/- 2,0 cm
c) 10 +/- 2,0 cm
d) 18 +/- 0,5 cm
e) 20 +/- 2,0 cm
19. Quanto ao tempo de operação das concretei- ras:
a) concretos bombeáveis são mais indicados
b) o concreto deve ser aplicado antes da pega
c) os 150 min previstos em norma são apenas indi- cativos
d) aditivos retardadores permitem a aplicação após a pega
e) b e c são corretas
20. A cura do concreto tem por finalidade:
a) evitar o endurecimento precoce do concreto
b) hidratar o cimento
c) manter o concreto saturado
d) aumentar a resistência superficial
e) nenhuma das anteriores
21. Adição de água acima do especificado na dosa- gem do concreto, acarreta:
a) perda de resistência
b) aumento da resistência
c) diminuição no abatimento
d) redução do fator água/cimento
e) nenhuma das anteriores
22. O vibrador de imersão é usado para:
a) adensar o concreto
b) espalhar o concreto
c) vibrar a ferragem
d) aumentar a resistência do concreto
e) nenhuma das anteriores
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23. A relação entre a carga suportada por um corpo de prova cilíndrico e sua seção transversal determina sua resistência à:
a) abrasão
b) flexão
c) compressão
d) torção
e) nenhuma das anteriores
24. Em concretos para pavimentos especifica-se a:
a) resistência à compressão
b) resistência à torção
c) resistência à tração na flexão
d) resistência ao cilhamento
e) nenhuma das respostas anteriores
25. O excesso de vibração no concreto resulta em:
a) maior resistência à compressão devido a maior compactação
b) segregação do agregado graúdo
c) não altera as propriedades do concreto
d) todas as anteriores
e) nenhuma das anteriores
26. A migração de parte da água de amassamento para a superfície do concreto é definida como:
a) percolação
b) separação
c) segregação
d) infiltração
e) exsudação
27. As condições de moldagem de corpos-de-prova cilíndricos de dimensão base (D) igual a 15, são:
a) 4 camadas de 30 golpes
b) 3 camadas de 25 golpes
c) 3 camadas de 30 golpes
d) 4 camadas de 25 golpes
e) nenhuma das respostas anteriores
28. O número de camadas e golpes necessários para a execução do “slump test” são:
a) 4 camadas de 30 golpes
b) 3 camadas de 25 golpes
c) 3 camadas de 30 golpes
d) 4 camadas de 25 golpes
e) nenhuma das respostas anteriores
29. Para retardar o tempo de pega do concreto utiliza-se o aditivo:
a) impermeabilizante
b) cloreto de cálcio
c) incorporador de ar
d) expansor
e) nenhuma das respostas anteriores
30. Não é permitido a aplicação do concreto:
a) após a hidratação do cimento
b) após o fim de pega
c) cinco horas após a mistura
d)após o ínicio de pega
e)nenhum das anteriores
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