ESTUDO GEOTÉCNICO DA LAGOA DE EVAPOINFILTRAÇÃO DO SES LAGOGA DA CONCEIÇÃO - FLORIANÓPOLIS, SC.
ESTUDO GEOTÉCNICO DA LAGOA DE EVAPOINFILTRAÇÃO DO SES LAGOGA DA CONCEIÇÃO - FLORIANÓPOLIS, SC.
1. OBJETO
O presente Termo de Referência objetiva estabelecer diretrizes e especificações gerais, para contratação de serviço de estudo e avaliação geotécnica, com foco na avaliação de estabilidade de taludes, do entorno da Lagoa de Evapoinfiltração (LEI) do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) da Lagoa da Conceição em Florianópolis, SC. Pretende-se assim dar ciência às empresas proponentes do tipo e nível do trabalho requerido, bem como dos procedimentos gerais e técnicos a serem rigorosamente observados, constituindo elementos indispensáveis à participação e elaboração das propostas.
2. ACESSO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
Tendo em vista a complexidade e extensão da área a ser avaliada, a CASAN recomenda com ênfase a visitação do local. A visita poderá ser agendada junto à Divisão Técnica da CASAN, com o Eng. Xxxxxxx Xxxxxxxxxx Xxxx pelo e-mail: xx000000@xxxxx.xxx.xx ou com o Geol. Xxxxx Xxxxx pelo e-mail: xxxxx.xxxxx@xxxxx.xxx.xx. O acesso da área se dá pela Estação de Tratamento de Efluentes da CASAN, situada junto a Xxx Xxxxxxx – Xxxxx xx Xxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxxx - XX, 00000-000 ou alternativamente pela Xxxxxxxx Xxxxxx Xxxx Xxxxxx 00.000-000. A Figura 1 apresenta a imagem de satélite com localização e entorno da LEI. Por sua vez a Figura 2 apresenta em maior detalhe a localização e a situação do entorno imediato da LEI, cujo mapeamento e avaliação geotécnica dos taludes constituem o principal objeto deste Termo de Referência.
Figura 1 - Localização da LEI - SES Lagoa da Conceição, Florianópolis – SC.
Figura 2 – Localização da LEI (polígono em vermelho) e da ETE (polígono em azul).
Destaca-se que as imagens de satélite Google apresentadas datam de junho de 2020 e representam a situação da Lagoa previamente ao evento de ruptura ocorrido em janeiro de 2021, no setor norte da LEI, como apontado na Figura 3.
Figura 3 – Vista Geral da Área da LEI após evento de ruptura em talude do setor norte.
3. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO
A seguir, apresenta-se uma breve caracterização do meio físico da região da Lagoa de Evapo-infiltração (LEI), com foco nos aspectos geológicos, a fim de fornecer subsídios técnicos para elaboração de propostas, bem como oferecer diretrizes para trabalhos futuros, caracterizações e análises de maior detalhe.
A região da Lagoa da Conceição apresenta uma diversidade de ambientes que englobam duas grandes classes do ponto de vista geológico, (i) as rochas do embasamento cristalino e (ii) os depósitos sedimentares inconsolidados.
As rochas do embasamento cristalino são as rochas que compões parte do Batólito Florianópolis, que são predominantemente rochas de composição granítica. Na região da Lagoa da Conceição predomina o Granito Ilha, como apresentada no mapa Geológico da Ilha de Santa Catarina (TOMAZZOLI e PELERRIN, 2014) na Figura 4. Outra litologia de ocorrência bastante comum são as rochas do Enxame de Diques Florianópolis, compostos predominantemente de diabásio, com orientação NE-SW.
Por sua vez, os depósitos sedimentares recentes envolvem uma diversidade de ambientes de idade quaternária (Períodos Pleistocênico e Holocênico) associado a dinâmica dos ambientes costeiros, principalmente ligados aos eventos de transgressão e regressão marinhas. No entorno da região de estudo, são encontrados depósitos eólicos na forma de dunas transverversais e longitudinais fixas e móveis, depósitos flúvio lagunares, marinho praias, entre outros de menor expressão.
Dentro desse contexto, a LEI encontra-se nas Dunas da Lagoa, que são depósitos eólicos constituídos de areias quartzosas finas, bem selecionadas, de cor amarelada e que formam campo de dunas longitudinais fixas de direção NNE-SSW que se estendem desde a Avenida das Rendeiras até a Praia da Joaquina. Quanto a idade destes depósitos Tomazzoli e Xxxxxxxx
(2014) apontam idades pleistocências, enquanto Xxxxxx (1997) no Mapa das Folhas Lagoa e Florianópolis (SG.22-Z-D-V e SG.22-Z-D-VI) indica idades holocênicas.
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Figura 4 - Corte do Mapa Geológico da Ilha de Santa Catarina, indicando, pelo polígono em vermelho, o entorna da região em estudo (Modificado de Tomazoli e Pelerrin, 2004).
A oeste das dunas longitudinais fixas (PIEp), ocorre um campo de dunas transversais ativas (Heh). Seguindo-se por outro depósito de Dunas longitudinais fixas a oeste. Todo este campo de dunas fica situado entre a Lagoa da Conceição (a oeste e a norte), Praia da Joaquina (a sul) e os Morros da Praia Mole (a leste).
Por serem no geral constituídos de depósitos arenosos, predominantemente quartzosos e bem selecionados, as dunas apresentam boa capacidade de infiltração. Isso torna este tipo de depósito importante do ponto de vista hidrogeológico, tanto pela sua capacidade de transporte e armazenamento de água em subsuperfície, quanto pela sua importância como área de recarga do aquífero local. Neste sentido Santos (2018) apresenta em seu trabalho sobre a região da LEI em questão, valores de condutividade hidráulica estimados com base nas fórmulas empíricas de Hazen e Konezy-Carman e análises da granulometria do solo para vários pontos em valores que variam entre 0,01 a 0,06 cm/s.
Em cotas mais baixas, no campo das dunas transversais ativas (Heh no mapa da Figura 1) podem ser observados afloramento naturais do nível freático, em cotas próximas aos 5 metros. Indicando proximidade deste com a superfície.
As referências citadas são apresentadas baixo:
XXXXXXXXX, Xxxxxx Xxxxx e XXXXXXXX, Xxxx X. X. X.; Mapa Geológico da Ilha de Santa Catarina, UFSC, 2014.
XXXXXX, Xxxxxxx xxx; Disposição de efluentes tratados em uma lagoa de evapoinfiltração. 2018. 148p. Dissertação: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental, Florianópolis, 2018.
XXXXXX, Xxxx Xxxxxxxx Xxxxx.; Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Florianópolis (Folha SG.22-Z-D-V) e Lagoa (Folha SG.22-Z-D-VI). 252p. Estado de Santa Catarina / Organizado por: Xxxx Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxxx, Xxxxxx xx Xxxxxx Xxxxxx, Xxxxxxx Xxxxxxxxx e Xxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx – Escala 1:100.000 - Brasília CPRM, 1997.
4. ESCOPO
Deverão ser realizados levantamentos, investigações e estudos de caráter geológico- geotécnico no entorno da Lagoa de Evapoinfiltração (LEI) com os objetivos de (i) identificar os trechos críticos, nos quais os taludes naturais apresentem instabilidades em potencial ou já instaladas, e/ou conforme outro critério; (ii) avaliar a estabilidade dos trechos críticos em face das variações da linha freática no terreno e do nível-d ’água da lagoa, e (iii) recomendar as medidas necessárias para a garantia de sua estabilidade, e seu monitoramento.
Os trabalhos a serem desenvolvidos compreenderão inspeções de campo e realização de investigações geotécnicas, estudos de percolação, estudos de estabilidade e ensaios de campo e laboratório. Os resultados dos ensaios e estudos deverão ser compilados e apresentados em relatórios, juntamente com mapa geotécnico indicando os potenciais zonas de risco, classificadas de acordo com seu grau.
A fim de se atender os objetivos desta contratação, deverá ser atendido o seguinte escopo:
• Reunião técnica com a CASAN para a obtenção das informações necessárias para o desenvolvimento dos trabalhos.
• Avaliação da Geologia, Geomorfologia, Geotecnia e Hidrogeologia da área a partir da bibliografia técnica e das imagens de satélite e fotografias aéreas disponíveis.
• Inspeção dos taludes naturais que conformam a LEI com vistas à identificação e caracterização das ocorrências de processos erosivos superficiais e internos; trincas; abatimentos; ocorrências de água como manchas de umidade e surgências; solos moles, e todos e quaisquer indícios de instabilidades em potencial ou já instaladas. Obs: Esta inspeção deverá contemplar todas as áreas alvo indicadas abaixo e deverá ser obrigatoriamente executado pelo profissional responsável;
• Delimitação, na planta topográfica disponível, dos trechos considerados críticos, e indicação das seções topográficas a serem levantadas no campo, por meio de topografia convencional (estação total) para os estudos de percolação e estabilidade.
• Levantamento das seções topográficas indicadas com comprimento total estimado em 240 m de perfil horizontal (estimativa de 6 seções de 40m);
• Programação, execução, acompanhamento técnico e gerenciamento de 120m de sondagens à percussão (NBR-6484/2020 da ABNT); 120 amostragens de solo; 120 ensaios de permeabilidade in situ (Boletim 04 da ABGE), e 120 ensaios de caracterização em laboratório, de acordo com as normas NBR 6457:2016 (preparo), NBR-7181/2016 (granulometria), NBR-6459/2016 (limite de liquidez), NBR- 7180/2016 (limite de plasticidade) e NBR-6458:2016 (massa específica) da ABNT a ser realizados nas seções de estudo. Obs: metragens e números de ensaios são uma previsão da quantidade máxima requerida e que devido as condições de acesso ou necessidade do levantamento poderão ser reduzidos a critério.
• Programação e instalação da instrumentação nas seções de estudo, compreendendo medidores de nível-d’água para monitoramento da linha freática no terreno (NBR- 15495/2009 e NBR-15495/2008 da ABNT).
• Elaboração de seções geológico-geotécnicas transversais aos taludes com base nas sondagens e ensaios de campo realizados, para os estudos de percolação e estabilidade.
• Estudos de percolação do fluxo de água percolante pelos taludes, identificando-se a linha freática para os estudos de estabilidade, as linhas equipotenciais e os gradientes hidráulicos.
• Estudos de estabilidade a partir das seções geológico-geotécnicas, com a definição dos Fatores de Segurança (FS) em diferentes condições operacionais da lagoa e eventuais situações transitórias, em conformidade com as normas NBR-13028/2017 e NBR- 11682/1991 da ABNT.
• Elaboração do programa de monitoramento dos taludes compreendendo: (i) inspeções de campo; (ii) medições do nível-d’água dos medidores e da lagoa, e (iii) níveis de criticidade (ATENÇÃO, ALERTA E EMERGÊNCIA) da lagoa e dos taludes, com as ações a ser tomadas em cada nível.
• Elaboração do relatório técnico compreendendo texto, plantas, mapas, seções, memória de cálculo, perfis de sondagens, laudos dos ensaios de permeabilidade, perfis construtivos dos medidores de nível-d’água, laudos dos ensaios de laboratório, registros
fotográficos, recomendações, programa de monitoramento e ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.
Observação: em função dos resultados obtidos nos estudos de estabilidade dos taludes, poderá ser necessária a realização de ensaios de piezocone (CPTu) para a aferição dos parâmetros geotécnicos de resistência adotados para os solos.
4.1. Definição dos Setores
Devido aos diferentes graus de risco a área a ser mapeada e avaliada foi dividida nos Setores A, B e C (delimitados pelos vértices da Tabela 1) conforme apresentados abaixo e que se encontram localizados na Figura 5.
Tabela 1 – Vértices dos Setores no Sistema de Coordenadas UTM-22S (Sirgas 2000).
Setor | Vértice | Coord. x (m) | Coord. y (m) |
A | V1 | 751549.45 | 6943071.98 |
V2 | 751386.15 | 6943071.98 | |
V3 | 751386.15 | 6943324.97 | |
V4 | 751549.45 | 6943324.97 | |
B | V5 | 751457.74 | 6943071.98 |
V6 | 751549.45 | 6943071.98 | |
V7 | 751549.45 | 6942752.07 | |
V8 | 751457.74 | 6942752.07 | |
C | V9 | 751457.74 | 6942752.07 |
V10 | 751297.99 | 6942752.07 | |
V11 | 751297.99 | 6943071.98 | |
V12 | 751457.74 | 6943071.98 |
Figura 5 - Setorização da área da LEI para fins de mapeamento geotécnico delimitado pelos polígonos amarelos. A linha em vermelho indica os divisores de água da microbacia.
Setor A (41.282 m2) – Corresponde ao setor norte e é o setor mais sensível devido a geometria dos taludes presentes bem como sua posição a jusante da lagoa, comportando assim maiores cargas. A Figura 6 apresenta o local exato da ruptura e do atual barramento provisório (polígono em vermelho), bem como o barramento intermediário (polígono amarelo). Atualmente já se encontra projetada uma solução de barramento para o local onde houve a ruptura e adjacências. O projeto e área de abrangência pode ser consultado no material em anexo. A fim de garantir a estabilidade do local e entorno, mesmo após a execução das obras, deverão ser mapeados e avaliados o estado atual de todos os taludes que atuam na contenção da LEI.
Figura 6 - Mapa topográfico elaborado com base no Modelo Digital de Terreno (MDT) disponibilizado na
plataforma online (SIG-SC), com polígono vermelho indicando local da ruptura e polígono amarelo indicando local do barramento intermediário (ensecadeira).
Neste setor além do mapeamento geotécnico e avaliação dos taludes é necessário executar uma inspeção geotécnica do barramento intermediário (ensecadeira) emergencialmente executado com técnicas de ensacamento de areia do próprio local.
Sugere-se também atenção ao afloramento natural do freático que ocorre na porção oeste do Setor A e ao talvegue posicionado a leste (desde as proximidades do ponto de lançamento de efluentes até ultrapassar os taludes do extremo norte da LEI)
Setor B (29.315 m2) – Abrangendo a porção sudeste da LEI, este setor apresenta taludes dispostos no sentido norte-sul, com desníveis médios de aproximadamente 5 metros.
Setor C (51.066 m2) – Corresponde a porção Sudoeste da LEI e apresenta os taludes de geometria mais favorável e de maior estabilidade a priori.
4.2. Considerações sobre estudos de estabilidade
A avaliação deverá considerar aspectos geológicos naturais, estado atual dos barramentos, comportamento geomecânico dos materiais envolvidos, presença de infiltrações, fluxo sub-superficial, bem como, outros fatores pertinentes a critério da CONTRATADA. A avaliação deverá apresentar modelamento dos taludes, indicando os fatores de segurança atuais bem como as condições de risco envolvidas. O modelo de estabilidade poderá ser desenvolvido de modo bidimensional onde deverão ser elaboradas seções que representem suficientemente os taludes e que abranjam necessariamente os perfis de maior incerteza.
Para fundamentar as avaliações de estabilidade deverão ser analisados os dados disponíveis, bem como aqueles levantados pela contatada, conforme indicado no item 4. Estão previstos 2 ensaios SPT por setor, totalizando 120 m de perfil sondado, podendo estes serem redistribuídos por critério do profissional responsável, desde que de acordo com a fiscalização do contrato. Os laudos dos ensaios e interpretações deverão ser entregues juntamente com o log de descrição dos materiais e deverão constar em relatório
Devido as características do material impossibilitarem a coleta de amostras indeformadas, para realização de ensaios geomecânicos de laboratório, os parâmetros de resistência do material deverão ser inferidos com base nos resultados das sondagens e ensaios de caracterização, podendo ser necessária a realização de ensaios de piezocone (CPTu) para a aferição dos parâmetros geotécnicos de resistência adotados para os solos, cuja execução ficará a critério da CONTRATADA.
Por fim, a análise de estabilidade deverá ser realizada para diferentes cenários de nível da lagoa, considerando geometria, conjunto de forças atuantes, comportamento e influência do nível freático.
Como resultado da avaliação de estabilidade deverá ser determinada a cota máxima segura do nível d’água da lagoa para a situação atual. Deverão ser indicados também a necessidade e os locais apropriados para instalação de dispositivos de monitoramento, bem como recomendações dos tipos e uso.
O Relatório de Estabilidade deverá ser emitidos juntamente com ART do profissional responsável, devidamente habilitado perante o CREA-SC.
4.3. Considerações sobre mapa geotécnico
O mapa geotécnico deverá ser elaborado considerado o conjunto de informações disponíveis, topografia, observações de campo e resultados dos ensaios executados, bem como avaliação de estabilidade. Os mapas ou cartas geotécnicas deverão ser produzidos e apresentados na escala de 1:1000, georreferenciado ao sistema de coordenadas UTM-Zona 22S, Sirgas 2000. Os mapas deverão considerar os cenários entre o estado atual da lagoa e o de cota máxima determinado no estudo de estabilidade. Destaca-se que embora os mapas sejam
entregues na escala 1:1000, esta não será necessariamente a escala de detalhamento das informações, uma vez que que metodologia de trabalho selecionada para a área consiste na identificação de áreas de risco ou risco em potencial, com detalhamento posterior. Deste modo, o mapa geotécnico deverá ser uma representação visual dos resultados obtidos no estudo e não expressar necessariamente resultados de um mapeamento sistemático.
Assim como as análises de estabilidade os mapas deverão ser emitidos juntamente com ART do profissional responsável, devidamente habilitado perante o CREA-SC.
5. NORMAS GERAIS
CONTRATAADA observará a todo instante as normas vigentes da ABNT, práticas apontadas em bibliografia especializada, além de outras especificações citadas no presente termo.
A CASAN permitirá o acesso às dependências da LEI e fornecerá cópia das sondagens SPT previamente realizadas na região, dados de piezômetros localizados no entorno da LEI, levantamento topográfico (parcial) executado pela CASAN, projetos de contenção elaborados e quaisquer outras informações disponíveis para o desenvolvimento dos trabalhos, como fotografias aéreas, planta topográfica, sondagens, ensaios, projetos, relatórios, estudos, fotos etc. A CASAN fornecerá dados de monitoramento do nível-d’água operacional, levantados continuamente através por meio de sensores, com aferição topográfica mensal.
A CASAN será responsável pela obtenção de alvarás, permissões, autorizações, licenças etc., caso necessários para o acesso à área onde serão realizados os trabalhos, durante o período de vigência do contrato.
A CONTRATADA ficará encarregada de executar o escopo conforme estabelecido no item 4, bem como levantamentos topográfico das seções transversais aos taludes, para os estudos de percolação e estabilidade;
A CONTRATADA deverá zelar pela ética, boa-fé e técnica, guardando com sigilo os dados e as informações que lhes forem disponibilizadas, sendo vedada sua cessão a terceiros ou qualquer forma de divulgação sem a anuência expressa da CASAN;
O objeto desta licitação não poderá ser transferido ou subcontratado no todo. Serão aceitas subcontratações apenas dos serviços de ensaios laboratoriais, SPT, CPTu (caso necessário) e topografia desde que acompanhadas por profissionais qualificados. Todo serviço de análise, interpretação, mapeamento e inspeções deverá ser necessariamente executado pela contratada.
A CASAN disponibilizará uma balsa flutuante com capacidade de 500kg, para transporte de equipamentos e materiais necessários a execução dos trabalhos.
A CASAN não fornecerá água e energia elétrica nos locais onde serão realizadas as sondagens, amostragens e ensaios de campo. A água necessária para realização dos testes de percolação e demais ensaios poderão ser obtida pela contratada bombeando-se diretamente da LEI para tanques de armazenamento para usos durante os ensaios. Caso seja necessário uso de
água potável, a CASAN disponibilizará um ponto de fornecimento próximo ao final da Servidão Xxxxxx Xxxx Xxxxxx.
6. QUADRO TÉCNICO
A equipe técnica deverá ser composta de ao menos: 01 Engenheiro Civil Geotécnico e 01 Geólogo. Poderão ser incluídos outros profissionais a critério da CONTRATADA, conforme necessidade ou conveniência. A CONTRATADA deverá indicar um Eng. Civil ou um Geólogo como Responsável Técnico, estando este devidamente habilitado perante o CREA. A CONTRATADA deverá comprovar a presença destes profissionais em seu quadro, com apresentação da carteira de trabalho ou mediante apresentação de contrato de prestação de serviços, em prazo não inferior ao período de execução dos trabalhos.
7. ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA
Para fins de comprovação de capacidade técnica, a licitante deverá apresentar atestado de capacidade técnica fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado, devidamente registrados no CREA (Acervos Técnicos), que comprovem que o Responsável Técnico já tenha executado serviços de estudo, avaliação ou mapeamento geotécnico de maciços terrosos em situação similar e ao menos em uma área de aproximadamente 30.000 m2. Deste modo deverão ser apresentadas:
• 01 Acervo Técnico referente ao Mapeamento Geotécnico de uma área maior ou igual a 30.000 m2;
• 03 Acervos Técnico referente Avaliação, Análise ou Estudo de Estabilidade de Taludes;
Caso um único acervo englobe as exigências de comprovação sejam atendidas por um único acervo, este também será aceito.
A LICITANTE deverá apresentar em papel timbrado, declaração do responsável técnico concordando com a sua indicação como responsável técnico pelo objeto da licitação.
8. CRONOGRAMA
O contrato terá um prazo de vigência de 150 dias e prazo para execução dos serviços será de 98 dias corridos (14 semanas) a partir da assinatura do contrato para cumprimento integral do escopo previamente definido, incluindo entrega de relatórios e produtos. Será exigida também a entrega de produtos parciais para fins de planejamento e fiscalização dos trabalhos. Deverão ser realizadas no início e ao longo do contrato reuniões técnicas entre a CONTRATADA e a CASAN, para apresentação parcial de resultados e discussões.
O cronograma deverá ser apresentado pela proponente juntamente com proposta, considerando as etapas elencadas abaixo e concebido para período de 14 semanas.
Figura 7 - Cronograma de Execução
9. FORMA DE APRESENTAÇÃO DOS PRODUTOS
Os produtos gerados deverão ser entregues em vias encadernada, para análise da CASAN, juntamente com mídia digital em formato PDF armazenadas em CD, DVD ou pen- drive. Peças gráficas serão aceitas em tamanhos variados (A4, A3, A2 e A1), conforme necessidade de escala e detalhamento. Os arquivos originais deverão ser disponibilizados à CASAN nos formatos convencionais de leitura por Sistemas de Informação Geográfica (SIG) paras os quais serão aceitos: Geotiff (.tif), shapefile e extensões associadas (.shp, .shx, .dbf, etc), GeoPackage (.gpkg) e também em formato CAD (na versão AutoCAD 2000). O sistema de coordenadas a ser empregado no mapeamento, produtos e arquivos entregues é o Sistema de Projeção UTM – Zona 22S - Sirgas 2000.
10. SUBMISSÃO DE PROPOSTAS
As propostas deverão ser apresentadas conforme quadro abaixo tendo em vista todos os serviços especificados no presente termo e discriminadas para cada área. Para concorrência de preços será considerado o valor TOTAL dos serviços. Deverão ser incluídos nos valores propostos os gastos associados, como transporte, deslocamento, instalação de equipamentos, desmobilização, diárias de campo entre outros.
Item | Unidade | Qtd | Preço Unitário (R$) | Preço (R$) | |
1 | Levantamento e Avaliação de Dados | unid. | 1 | ||
3 | Inspeções e Mapeamento de Campo | unid. | 1 | ||
4 | Levantamento de seções topográficas | m | 240 | ||
5 | Ensaios de Sondagem SPT | m | 120 | ||
6 | Ensaios de Percolação in situ | unid. | 120 | ||
7 | Amostragem de solo | unid. | 120 | ||
8 | Ensaios de Caracterização | unid. | 120 | ||
9 | Instalaçaõ de medidores de nível d'água | unid. | 6 | ||
10 | Elaboração de seções geológico-geotécncias | unid. | 6 | ||
11 | Ensaios de piezocone (CPTu)* | m | 40 | ||
12 | Estudos de Estabilidade das Seções | unid | 6 | ||
13 | Análise de Estabilidade | unid | 1 | ||
15 | Elaboração de relatórios, cartas e mapas | unid | 1 | ||
16 | Elaboração do Programa de Monitoramento | unid | 1 | ||
17 | Emissão de ART's e documentos | unid | 1 | ||
TOTAL (R$) |
Figura 8. Quadro de submissão de propostas
11. MEDIÇÃO DOS SERVIÇOS E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO
Serão realizadas medições mensais dos serviços executados até o término dos trabalhos. O critério de medição seguirá os itens dispostos no Quadro de Propostas (Figura8). O pagamento referente a cada medição ocorrerá ao término de 30 dias corridos após a data de aceite da nota fiscal.
12. GESTOR E FISCAL DO CONTRATO
O gerenciamento do contrato é de responsabilidade da Gerência de Operacional (GOPS) da CASAN, cujo contato é: Xxxx Xxxxxxxx Xxxxxxx Xxxxx (xxxxxx@xxxxx.xxx.xx). A fiscalização do contrato é de responsabilidade da Gerência Operacional (GOPS) da CASAN, por meio do seguinte contato: Xxxxxxx Xxxxxxxxxx Xxxx (xx000000@xxxxx.xxx.xx.xxx.xx).
Florianópolis, 02 de julho de 2021.
Xxxxx Xxxxx Xxxxxxx– CASAN/GPO/DIPOA
CREA-SC/ 147490-0