Glossário de Termos Técnicos em Gerenciamento de Prazo Contratual
Glossário de Termos Técnicos em Gerenciamento de Prazo Contratual
Complementar ao
INTERNATIONAL COST ENGINEERING COUNCIL
Glossário de Termos Técnicos em Engenharia de Custos
Glossário de Termos Técnicos em Gerenciamento de Prazo Contratual
Apresentamos o glossário de termos técnicos para ser utilizado na área de gerenciamento de prazo do contrato, principalmente, na área de análise das suas variações, fruto da existência de eventos imprevistos que podem ocorrer no decorrer da condução dos trabalhos, que podem ou não, afetar o prazo contratual do empreendimento.
Glossário de Termos Técnicos da Engenharia de Custos
Este Glossário de Termos Técnicos em Gerenciamento de Prazo Contratual foi produzido pelo IBEC - Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos em parceria com a Systech International, e é complementar ao Glossário de Termos Técnicos em Engenharia de Custos, anteriormente divulgado.
Item 1 – Relação dos Termos que serão especificados
No quadro a seguir relacionamos os termos técnicos mais usuais, em inglês e português, que serão descritos no item 2.
Quadro 1 - Relação de itens que serão especificados no item 2.
Termo Original | Termo Traduzido |
acceleration | aceleração |
activities interdependencies | interdependências entre atividades |
activity | atividade |
as-built schedule | cronograma as-built / como executado |
as-planned versus as-built analysis | análise como previsto x como executado |
baseline schedule | cronograma baseline / linha de base |
change/variation | mudança/variação |
compensable delay | atraso compensável |
concurrent delay | atraso concorrente |
consequential concurrent delay | atraso concorrente consequente |
contract finish date | data de término do contrato |
contractor’s delay/event | atraso/evento da contratada/empreiteira |
critical path | caminho crítico |
critical path analysis (CPA) | análise do caminho crítico |
critical path method (CPM) | método do caminho crítico |
culpable delay | atraso culpável |
delay | atraso |
delay event | evento de atraso |
disruption | impeditividade |
driving activity | atividade direcionadora |
duration | duração |
early finish date | data de término cedo |
early start date | data de início cedo |
employer’s delay/event | atraso da contratante |
event | evento |
event Register | registro dos eventos |
excusable delay | atraso justificável |
extension of time (EOT) | extensão de prazo |
finish to finish | término-término |
finish to finish with lag | término-término com latência |
finish to start | término-início |
finish to start with lag | término-início com latência |
float | folga |
free float | folga livre |
impact | impacto |
impacted as-planned analysis | análise de impacto no cronograma planejado |
lag | latência |
late finish date | data de término tarde |
late start date | data de início tarde |
lead | adiantamento |
longest path | caminho mais longo |
milestone | marco |
mitigation | mitigação |
must start / must finish | início obrigatório / término obrigatório |
negative float | folga negativa |
non-compensable delay | atraso não compensável |
non-compensable excusable delay | atraso não compensável justificável |
non-excusable delay | atraso não justificável |
path | caminho |
programme/project evaluation and review technique, PERT | técnica de revisão e avaliação do cronograma |
precedence diagram | rede de precedência |
quantification | quantificação |
actual (date, conclusion, duration etc.) | real (data, conclusão, duração etc.) |
resource | recurso |
resource levelling | nivelamento de recursos |
retrospective longest path analysis | análise retrospectiva do caminho mais longo |
schedule (US) / programme (UK) | cronograma |
start to start | início-início |
start to start with lag | início-início com latência |
substantial completion | conclusão substancial |
take-off / bill of quantities / bill of materials | levantamento de quantidades |
time impact analysis (TIA) | análise de impacto no prazo |
time slice windows analysis | análise por divisão de janelas de tempo |
total float | folga total |
updated schedule | cronograma atualizado |
unit price breakdown | composição de preço unitário |
activity monitoring unit | unidade de controle de produção |
Item 2 – Especificações Técnicas dos Termos Técnicos de Gerenciamento de Prazo Contratual
Apresentação das especificações técnicas dos termos usuais em Gerenciamento de Prazo Contratual, que foram incluídos no Quadro 1 anteriormente citado.
Aceleração (acceleration)
A aplicação de recursos adicionais ou sequências ou metodologias de construção alternativas com o objetivo de concluir o escopo do trabalho em uma duração menor do que a prevista. Considera-se a data prevista de conclusão conforme definido no último cronograma aceito, seja o contratual, o cronograma reprogramado do contrato, ou o cronograma afetado por eventos de atraso que impactaram o caminho crítico. Normalmente, essa estratégia se aplica como resposta a um evento de responsabilidade da contratante que tenha causado impacto no cronograma. Nos casos em que o evento é de responsabilidade da contratada, esse conceito é conhecido como “recuperação”.
Adiantamento (lead)
Equivale à latência, porém com significado contrário: é o período de tempo que antecede a data de conclusão da atividade predecessora para que a atividade sucessora inicie.
Análise como Previsto x como Executado (As Planned x As Built Analysis)
Metodologia de análise de atraso de cronograma do tipo retrospectiva e efeito x causa. Compara-se o cronograma como executado do contrato com o cronograma contratual (linha de base) em busca de variações que ocorreram. Uma vez identificadas as variações (efeitos), pode-se buscar as causas e responsáveis pelo atraso. Esse tipo de análise também pode ser executada por janelas de tempo. Pela
natureza dos cronogramas comparados nesta análise, assume-se que o caminho crítico do contrato não tenha se alterado em termos de escopo e lógica.
Análise de Impacto no Cronograma Planejado (Impacted As-Planned Analysis)
Metodologia de análise de atraso de cronograma do tipo prospectiva e causa x efeito. A modelagem consiste em inserir os eventos de atraso (causas) no cronograma linha de base (baseline) do contrato com as devidas interdependências com as atividades do escopo original do contrato. Essa modelagem permite a identificação de cada impacto (efeito) de prazo no cronograma linha de base original do contrato e a parte responsável (contratante ou contratada).
Análise de Impacto no Prazo (Time Impact Analysis, TIA)
Metodologia de análise de atraso de cronograma do tipo prospectiva e causa x efeito. A modelagem consiste em inserir eventos de atraso (causas) em “janelas de tempo” definidas pela data de cada cronograma atualizado analisado. A análise prossegue de forma acumulada, sempre inserindo os eventos com as devidas interdependências, até o último cronograma existente sendo analisado. Essa modelagem permite a identificação de cada impacto (efeito) de prazo nos cronogramas de cada janela e, consequentemente, a parte responsável pelo atraso do empreendimento.
Análise do Caminho Crítico (critical path analysis, CPA)
O processo de avaliação das atividades críticas e quase críticas em um cronograma CPM, incluindo o cálculo do caminho crítico e folgas em uma rede lógica de atividades. O objetivo dessa análise é gerenciar o progresso, balancear alocações de recursos e determinar atrasos ou acelerações em relação à data de conclusão dos trabalhos, seja de uma seção, seja de um marco.
Análise por Divisão de Janelas de Tempo (Time Slice Windows Analysis)
Metodologia de análise de atraso de cronograma do tipo retrospectiva e efeito x causa. O prazo do empreendimento é dividido em “janelas de tempo” definidas pela data de cada cronograma atualizado analisado. Compara-se, então, cada par de cronogramas das janelas analisadas a fim de identificar o impacto (efeito) de prazo no cronograma. Ao identificar variações, as causas de cada uma são procuradas no histórico do empreendimento e a parte (contratante ou contratada) responsável por cada uma é identificada.
Análise Retrospectiva do Caminho mais Longo (longest path retrospective analysis)
Metodologia de análise de atraso de cronograma do tipo retrospectiva e efeito x causa. Compara-se os caminhos mais longos do cronograma linha de base (baseline) e do como executado (as-built) a fim de identificar variações nesses caminhos.
Atividade (activity)
Uma operação ou processo que consome tempo e possivelmente outros recursos, definida no escopo acordado entre as partes (ou no contrato original ou em um aditivo). É um elemento mensurável do cronograma do empreendimento como um todo, ou seja, deve possuir quantidades previstas para a sua realização, e uma unidade de controle de produção.
Atividade Direcionadora (driving activity)
Atividade(s) predecessora(s) que determina a data de início cedo de uma atividade.
Atraso (delay)
Um atraso em um projeto de construção é normalmente medido em dias entre a data prevista e a data efetiva ou de tendência de cumprimento de um marco ou prazo do cronograma.
Atraso Compensável (compensable delay)
É um atraso causado por um evento de responsabilidade da contratante e que garante à contratada uma extensão de prazo ou compensações de dano por custos extras associados ao atraso. Entretanto, em casos em que é demonstrado que a contratante não tomou ações mitigatórias, o direito à compensação pode ser da contratada.
Atraso Concorrente (Concurrent delay)
O atraso concorrente real (concorrência real) acontece quando são identificados dois ou mais eventos de atraso, uns de responsabilidade da contratante, outros da contratada, que ocorrem de forma sobreposta, isto é,
simultaneamente na mesma linha de interdependência de atividades do cronograma. Cada evento causa individualmente um impacto no caminho crítico, mas o impacto conjunto sentido ao mesmo tempo é o atraso concorrente. O atraso concorrente não deve reduzir direitos de Extensão de Prazo. Um atraso concorrente também pode ocorrer quando há um atraso de responsabilidade de umas das partes e outro de força maior.
Atraso Concorrente Consequente (Consequencial Concurrent Delay)
O atraso concorrente consequente ocorre quando dois eventos (um de responsabilidade de cada parte) não ocorrem ao mesmo tempo, mas seus efeitos são identificados como simultâneos. Também pode ser chamado de “efeito concorrente” (concurrent effect).
Atraso Culpável (culpable delay)
Expressão usada para descrever um impacto no prazo do cronograma causado por um evento que pode ser de responsabilidade da contratante ou da contratada. A identificação da parte responsável pelo atraso pode ser determinada pela análise de atraso de cronograma.
Atraso Justificável (excusable delay)
Um atraso que não seja atribuído à contratada e que, se afetar a data de término do cronograma, lhe dá direito a uma extensão de prazo. Pode ser causado por eventos de responsabilidade da contratante ou que se enquadrem ou não na cláusula de “força maior” do contrato, como por exemplo: diferenças nas condições do campo em relação às esperadas, clima atípico etc.
Atraso não Compensável (non-compensable delay)
Expressão usualmente utilizada quando um evento de atraso de responsabilidade da contratada impacta o prazo do cronograma sem que a contratada tenha direito de extensão de prazo ou aditivo contratual de custo.
Atraso não Compensável Justificável (non-compensable excusable delay)
É um atraso que não é de responsabilidade de nenhuma das partes e que pode vir a dar direito a uma extensão de prazo mas não à compensação por danos.
Atraso não Justificável (non-excusable delay)
É um atraso de responsabilidade da contratada ou subcontratada e que não dá direito a uma extensão de prazo ou à compensação por danos.
Atraso/Evento da Contratada/Empreiteira (Contractor’s delay)
Expressão comumente usada para descrever qualquer atraso ou evento de responsabilidade da contratada.
Atraso/Evento da Contratante (Owner’s/Employer’s delay)
Expressão comumente usada para descrever qualquer atraso ou evento de responsabilidade da contratante.
Caminho (path)
Uma sequência ininterrupta de interdependências entre atividades em uma rede lógica (cronograma).
Caminho Crítico (critical path)
A sequência de atividades — podendo haver mais de uma — de maior duração em uma rede lógica e que é organizada de modo a ser executada no menor tempo possível. Portanto, equivale ao tempo mínimo para execução do escopo. Um atraso no progresso de qualquer atividade que pertence ao caminho crítico irá, na falta de alguma ação mitigadora, fazer com que a data global do empreendimento seja estendida, assim passando a se chamar ‘atraso crítico’. É comum que as atividades do caminho crítico possuam folga total nula.
Caminho mais Longo (longest path)
O caminho mais longo em uma rede lógica é configurado por pelo menos uma sequência de atividades cuja duração total equivale à do contrato e é maior do que a de qualquer outro caminho.
Composição de Preço Unitário (CPU) (Unit Price Breakdown)
É um detalhamento do custo para a execução de uma unidade de cada serviço ou atividade do escopo do contrato. A CPU elenca todos os insumos e
recursos envolvidos na execução de cada serviço, suas quantidades, custos unitários e respectivos índices/consumos dos materiais, equipamentos, mão de obra e serviços terceirizados necessários a serem empregados para a realização de uma unidade do serviço/atividade.
Conclusão Substancial (Substancial Completion)
Momento do contrato em que todos os trabalhos de construção que precisam ser feitos já foram concluídos, a não ser por itens do escopo de menor importância que ainda se encontram incompletos. É geralmente a data em que a obrigação da contratante de assegurar acesso à contratada cessa e o período de responsabilidade por defeitos se inicia.
Cronograma (schedule, USA, e programme, UK)
Uma representação da extensão temporal do contrato dividida em uma sequência de atividades do escopo, cada uma descrita em termos da sua duração (da data de início até a data de término). Em cronogramas mais complexos, que normalmente seguem o CPM, ligações lógicas (interdependências) são estabelecidas entre atividades antecessoras e sucessoras, assim como a definição do caminho crítico, xxxxxx e folgas associadas, formando-se, então, uma rede lógica de atividades. O cronograma pode ser apresentado em uma miríade de formas, incluindo o gráfico de Gantt ou de barras, diagrama de linha de balanço, diagrama de lógica pura, atividade na seta (seta representa a atividade), atividade no nó (barras para as atividades e setas para as interdependências), diagrama de lógica de prazo escalado ou diagrama de cadeia de tempo, a depender da natureza dos trabalhos.
Cronograma Atualizado (updated program)
O cronograma atualizado é realizado a partir do cronograma aceito mais recente acrescido de todos os dados do progresso alcançado das atividades do escopo, atrasos e antecipações ocorridas, rebalanceamento de recursos e qualquer lógica (sequência, duração, interdependência) ou restrições revisadas. Se aceito pelo Gerente do Contrato, substitui o cronograma aceito anteriormente, inclusive podendo atualizar a linha de base do contrato. O cronograma atualizado final deve se equivaler ao cronograma como executado (as built). Caso um cronograma apresente mudança de lógica ou outros atributos, mas não inclua progresso, esse é um cronograma revisado, não atualizado.
Cronograma Baseline / Linha de Base (baseline schedule)
O cronograma que serve de referência para se comparar variações de custo, duração/prazos, escopo e outros critérios de performance. Esse conjunto de informações é referido como “linha de base” (baseline), que pode ser redefinida em cronogramas atualizados, especialmente quando referentes a aditivos contratuais.
Cronograma as-built / como executado (as-built schedule)
O registro da história do empreendimento de acordo com os dados de execução de cada atividade cumprida (data de início e data de término efetivas) na forma de um cronograma. Pode ser uma planilha de datas ou um registro em gráfico de barras, não necessariamente possuindo quaisquer ligações lógicas, mas indicando a sequência da construção.
Data de Início Cedo (Early start)
A data mais cedo que uma atividade pode iniciar segundo o cronograma.
Data de Xxxxxx Xxxxxx (Late start)
A data mais tarde que uma atividade pode iniciar segundo o cronograma de modo que não impacte o prazo do contrato.
Data de Término Cedo (Early finish)
A data mais cedo que uma atividade pode ser concluída segundo o cronograma. Equivale à data de início cedo acrescida da duração planejada para a atividade.
Data de Término do Contrato (Contract finish date)
A data até a qual a empreiteira é contratualmente obrigada a concluir os trabalhos, tendo em conta a concessão de quaisquer extensões de prazo. Além de ser uma data real ou estimada que define o prazo que a empreiteira tem para concluir o contrato, a data de término do contrato pode ser a data para a conclusão de uma parte dos trabalhos ou uma data marco. É a data de término mais tarde que todas as atividades podem ter no contrato.
Data de Término Tardio (Late finish)
A data mais tarde que uma atividade pode ser concluída segundo o cronograma de modo que não impacte o prazo do contrato. É o mesmo que “data limite” ou “mais tarde possível”.
Duração (duration)
É o período estimado ou real medido na unidade de tempo do cronograma e que equivale ao tempo necessário para a execução de uma atividade da sua data inicial à conclusão. O período de tempo pode ser determinado indutivamente, ao determinar a data de início e término de uma atividade, ou dedutivamente, ao calcular o tempo necessário para empregar os recursos na atividade. As taxas de produção planejadas e recursos disponíveis influenciam na definição de duração de uma atividade.
Evento (event)
No contexto de gerenciamento de variação do contrato, incluindo pleitos, trata-se de qualquer acontecimento ocorrido após a assinatura do contrato entre as partes — portanto não contemplado no planejamento original — e que pode ou não afetar o prazo e/ou custo do contrato. É equivalente a um “fato novo”, “evento imprevisto”, “evento de construção” ou à “impeditividade” (disruption) em um empreendimento. No contexto de planejamento e controle, tem a mesma definição de marco (milestone).
Evento de Atraso (delay event)
Um evento que pode ser tanto um Evento de Risco da Contratante quanto um Evento de Risco da Contratada e que dá causa a um atraso no contrato. Antes que esse atraso seja reconhecido, o respectivo evento de atraso que o deu causa deve obrigatoriamente afetar o caminho crítico atual ou consumir a folga total de uma atividade fora de um caminho crítico, tornando-a crítica.
Extensão de Prazo (Extension of Time, EOT)
Prazo adicional concedido à contratada para conclusão dos trabalhos. Ao garantir esse benefício, a contratante isenta a contratada de multas contratuais, reconhecendo que a contratada não possui responsabilidade pelo atraso causado.
Folga (float)
O tempo disponível para uma atividade além da sua duração planejada. Se consumido por completo — seja por atraso na data de início da atividade, seja por extensão de sua duração —, a atividade se torna crítica. Portanto, qualquer atraso menor que a folga na execução da atividade não afeta o prazo de conclusão do empreendimento.
Folga Livre (free float)
O período de tempo entre duas atividades subsequentes que indica o quanto a primeira pode atrasar para além de suas datas de início cedo/término cedo sem atrasar o início cedo ou término cedo da segunda.
Folga Negativa (negative float)
O tempo pelo qual a duração de uma atividade ou caminho deve ser reduzida para permitir que uma data limite imposta seja alcançada, usualmente via o uso de uma restrição (constraint). A folga negativa só ocorre quando uma atividade crítica está atrasada em relação ao cronograma, sendo, portanto, a diferença excedente entre a data de início e a data tarde da atividade. Em outras palavras, refere-se ao atraso de uma atividade.
Folga Total (total float)
O período de tempo que uma atividade pode atrasar para além de suas datas de início cedo/término cedo sem atrasar a data de término do contrato, de um marco, ou sem descumprir uma restrição do cronograma. Caso todas as folgas de um caminho ou atividade tenham sido consumidas, diz-se que o caminho ou atividade possuem “folga nula” (zero float).
Impacto (impact)
O efeito (custo ou prazo) que uma mudança tem em uma atividade, ou o efeito que uma mudança em uma atividade tem em outra atividade ou no cronograma.
Impeditividade (disruption)
Uma interferência que afeta o progresso sistemático de uma atividade ou do contrato. Pode ser uma paralisação, interrupção, ou falta de condição de dar continuidade a uma atividade já iniciada, ou mesmo a impossibilidade de iniciar uma atividade. A impeditividade poderá ou não afetar o caminho crítico do cronograma do contrato. Em caso positivo, seu primeiro efeito é um impacto adverso na produtividade da mão de obra. É comum que esse termo não seja traduzido para o português.
Início Obrigatório / Término Obrigatório (mandatory start / mandatory finish)
A maioria dos softwares de gerenciamento de projetos permite que se determine uma data específica para o início e/ou conclusão de uma certa atividade ao definir restrições (constraints) no cronograma. Uma “data obrigatória” pode desconsiderar ligações lógicas entre atividades. Aplicar esses conceitos no cronograma restringe a sua capacidade de reagir dinamicamente a mudanças no projeto.
Interdependências entre Atividades (activities interdependencies)
Descrevem as interdependências (relações ou ligações lógicas) entre atividades predecessoras e sucessoras. Essa lógica é determinada por restrições (constraints) contratuais e físicas de execução, compatibilização de alocação de recursos, aspectos de segurança e ordem de execução. As mais comuns são:
Término-início (finish to start)
A atividade sucessora (B) não pode começar até que a atividade predecessora (A) tenha terminado.
Figura 1: relação de término-início entre atividades sequenciais.
Término-início com Latência (finish to start with lag)
Nesse tipo de interdependência, é definido um período de espera entre as atividades; ou seja, a atividade sucessora (B) não pode começar até que “d” dias tenham se passado após a conclusão da atividade predecessora (A). Um exemplo disso pode ser o tempo de cura do concreto entre a conclusão da concretagem e o início dos trabalhos adicionais no concreto.
Figura 2: relação de término-início com latência entre atividades sequenciais.
Início-início (start to start)
Define que a atividade sucessora (B) não pode começar até que a predecessora (A) tenha começado. Em outras palavras, a atividade B pode começar ao mesmo tempo que a atividade A, mas não antes.
Figura 3: relação de início-início entre atividades sequenciais.
Início-início com Latência (start-start with lag)
O período de defasagem (d) determina que a atividade sucessora (B) não pode começar até que esse período de tempo tenha se passado após o início da atividade predecessora.
Figura 4: relação de início-início com latência entre atividades sequenciais.
Término-término (finish to finish)
A atividade sucessora (B) não pode terminar até que a sua predecessora (A) tenha terminado. Isso implica que a atividade B pode terminar ao mesmo tempo que A, mas não antes.
Figura 5: relação de término-término entre atividades sequenciais.
Término-término com latência (finish to finish with Lag)
O período de defasagem (d) indica que a atividade sucessora (B) não pode terminar até que determinado período de tempo tenha se passado após o término da atividade predecessora (A).
Figura 6: relação de término-término com latência entre atividades sequenciais.
Latência (lag)
Em um diagrama de rede, é o lapso mínimo definido entre atividades subsequentes considerando o tipo de ligação entre elas. Também pode ser descrita como o período de tempo necessário entre o início ou término de uma atividade e o início ou término da sua sucessora.
Levantamento de quantidades (take-off / bill of quantities / bill of Materials)
Um processo de quantificação de insumos e componentes a serem adquiridos para a execução do projeto a partir dos desenhos técnicos disponíveis. A depender do nível de detalhamento, o levantamento de quantidades pode ser referido internacionalmente como “take-off”, “bill of quantities” ou “bill of materials”.
Xxxxx (milestone)
Indicação sem duração de um ponto temporal específico e de importância no contrato. É usado como referência para medição ou entregas. No contexto de planejamento e controle, tem o mesmo sentido de “evento” ou “evento-chave”.
Método do caminho crítico (critical path method, CPM)
Metodologia ou técnica de gerenciamento que, com o auxílio de regras de cálculo geralmente realizadas pelo software de cronograma, divide a duração do contrato em atividades com duração estimada e organizadas em ordem cronológica de execução. Desse modo, o cálculo determina a duração prevista do contrato ao
definir a sequência de menor flexibilidade (caminho crítico) e as folgas a partir da alocação de recursos e interdependências entre atividades. Também é chamado de “método de diagrama de seta” ou de “atividade na seta”.
Mitigação (mitigation)
Uma estratégia de resposta a uma ameaça ou evento de atraso com o objetivo de evitar seu acontecimento ou tornar o dano ou o impacto no custo ou prazo do cronograma menos severo ou menos sério. Em relação à impeditividade (disruption) ou taxa de produção (conforme CPU) ineficiente, significa minimizar a sua ocorrência. Em uma disputa, uma parte ter ou não tomado ações mitigatórias pode fortalecer ou enfraquecer sua argumentação contra pleitos por atraso ou impeditividade. A aceleração é um subconjunto da mitigação.
Mudança/variação (change / variation)
Qualquer diferença entre as circunstâncias e/ou o conteúdo dos trabalhos contratuais conforme executados em comparação com as circunstâncias e/ou o conteúdo que especifica a execução do escopo nos documentos contratuais. Uma mudança ou variação pode ou não acarretar o direito a uma extensão de prazo e/ou pagamento adicional, devendo ser comunicada via uma “ordem de mudança” (change order).
Nivelamento de recursos (resource leveling)
Uma técnica de alteração no cronograma do contrato por meio de ajustes com o objetivo de otimizar a alocação de recursos, removendo picos, vales e conflitos nas demandas de recursos ao mover atividades dentro de suas datas de início cedo e tarde, consumindo a folga, ou redistribuindo os recursos disponíveis. A maioria dos softwares de planejamento de projetos oferece uma rotina automatizada de nivelamento de recursos que adiará a execução de uma tarefa dentro das restrições (constraints) lógicas impostas até que os recursos atribuídos às tarefas estejam disponíveis.
Quantificação (quantification)
Um processo de tradução do escopo do projeto em forma de informação para quantidades de recursos e insumos que podem ser usados nos processos de orçamentação e aquisição. Fora do Brasil, a função de quantificação é frequentemente desempenhada pelo profissional “quantity surveyor” ou “Engenheiro de Custos”.
Real (data, conclusão, duração etc.) (actual)
Dados que fornecem o cronograma com informações de como uma atividade foi executada de fato no campo (as built).
Recurso (resource)
Qualquer variável capaz de definição que seja necessária para a conclusão de uma atividade e que pode restringir o projeto. Pode ser uma pessoa, item de equipamento, serviço ou material usado para realizar uma atividade do projeto.
Rede de Precedência (precedence diagram)
Uma rede de atividades representada graficamente por uma sequência de caixas ou nodos em ordem de execução e conectados por setas que correspondem a uma das quatro formas de relação de interdependência entre atividades, incluindo qualquer latência e adiantamento, a depender da posição da ponta e da cauda da seta.
Registro dos Eventos (RE) (Event Register)
Documento (normalmente uma planilha eletrônica) que reúne os eventos ocorridos ao longo da história do contrato. Cada evento é cadastrado com seus respectivos dados relevantes para a execução de uma análise de atraso, como: data de início e de término, incluindo a referência aos documentos que as comunicam, e atividades sucessoras que podem ou não ser afetadas tanto no aspecto de prazo quanto de custo, incluindo o tipo de interdependência que possuem com o evento.
Técnica de Revisão e Avaliação do Cronograma (Programme/Project Evaluation and Review Technique, PERT)
Uma técnica de elaboração de cronograma semelhante à análise do caminho crítico, mas que se baseia em probabilidade para avaliar e planejar o progresso do cronograma, então requerendo mais dados e tempo de execução. A probabilidade de conclusão em conformidade com o prazo do contrato é determinada e monitorada por meio de uma avaliação quantitativa de risco com base em uma média ponderada das durações otimista, pessimista e mais provável de cada atividade do cronograma. Esse método determina o direcionamento de esforço para o cumprimento do prazo do cronograma, possibilita ajustes estratégicos para alcance de um marco e avalia os decorrentes efeitos desses ajustes e outros eventos na duração do contrato.
Unidade de Controle de Produção
É a unidade de medição em que o controle de execução (ou produção) de uma atividade é realizado. Usualmente, essa unidade é a mesma considerada na Composição de Preços Unitário (CPU). As unidades mais usuais são: m³ , m² , Ton , Km e unidade.
Item 4 – Sugestões
Poderão ser aceitas sugestões quanto à inclusão de outros itens ou outras modificações, que deverão ser enviadas para o email xxxx@xxxxxxxxxx.xxx.xx aos cuidados da economista Xxxxxx Xxxxxx.
Referências Adotadas
AACE International. AACE International Recommended Practice No. 10S-90: Cost Engineering Terminology. [S.l.]: AACE International, 2024.
XXXXXX, Xxxxx; PATTANAKITCHAMROON, Thanat. Selecting a Delay Analysis Method in Resolving Construction Claims. International Journal of Project Management, [S.l.], v. 24, n. 2, p. 145–155, fev. 2006. Disponível em: xxxxx://xxx.xxx/00.0000/x.xxxxxxxx.0000.00.000.
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Xxxxxx X.; XXXXXXX, Xxxxx X.; XXXXX, Xxxxx X.; XXXXX, Xxxxxx X.; XXXXXX, Xxxxxxx X.; XXXX, Xxxxxx X.; COLBURN, X. Xxx; XXXXXXX, Xxxxxx X.; XXXXXXXX XX., Xxxxxx X.; XXXXXXX, Xxxx X.; XXXXXXXX, Xxxxx X.; XXXXX, Xxxxx; XXXX, Xxx X.; XXXXXXX, Xxxxx X.; XXXXXXXXX,
Xxxxxxx X.; XXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXX, Xxxx; XXXXXXXX XX.; Xxxx X.; XXXXXXX, Xxxxxxx L.; XXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXXXXX, Xxxx; XXXXXXXXX, Xxxxxx; XXXXXXX, Xxxx X.; XXXXXXXXXX, X. Xxx; XXXXX, Xxxxxxx; XXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXXXX,
Xxxxxxxx X.; XXXXXXXX, Xxxx; XXXXXXXXXXX, Xxxxxxx X.; XXXXXXXXX, Xxxxxxx X. AACE International Recommended Practice No. 25R-03: Estimating Lost Labour Productivity in Construction Claims. [S.l.]: AACE International, 2004.
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