Contract
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O ano de 2019 celebra o centenário da implantação do “Esquema da Insígnia de Madei- ra”, como marco referencial da formação de adultos educadores voluntários no Movimento Escoteiro, nas palavras de Xxxxx-Xxxxxx,
“A INSÍGNIA DE MADEIRA ASSEGURARÁ, DEPOIS QUE EU ME FOR, QUE OS FUTUROS ESCOTISTAS E DIRIGENTES DO MOVIMENTO ESCOTEIRO REALMENTE ENTENDAM DO QUE SE TRATA E QUAIS
FORAM MINHAS INTENÇÕES”.
Desta maneira inspirados pelas palavras do Fundador, e como Organização Nacional Escoteira que é parte desta Fraternidade Mundial, os Escoteiros do Brasil apresentam este caderno de sugestões para que as Regiões Escoteiras e Unidades Escoteiras Locais, pos- sam tomar como ponto de partida para o desenvolvimento de suas próprias ações em referência a este importante momento da história do Escotismo.
Aos mais de 27 mil adultos voluntários que compõem o quadro de associados dos Es- coteiros do Brasil, o mínimo que podemos fazer neste momento é agradecer por toda a dedicação e paixão aplicada ao trabalho de colaborar no desenvolvimento de milhares de crianças, adolescentes e jovens em todo o país. Que este centenário da IM seja um momen- to de muita alegria, comemoração e inspiração para um futuro ainda mais especial para o Movimento Escoteiro no Brasil e no mundo.
Sempre Alerta!
Xxxxxx Xxxxxxxx
Diretora Nacional de Métodos Educativos
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• OBJETIVO GERAL DAS ATIVIDADES PROPOSTAS:
Destacar o sistema da Insígnia de Madeira como ferramenta promotora da formação contínua e da qualidade da Educação Escoteira.
Hoje, a conquista da Insígnia de Madeira, permanece como processo importante para o desenvolvimento de escotistas e dirigentes de nosso Movimento. Para contribuir com o Escotismo e com o desenvolvimento de mais jovens, precisamos de voluntários compro- metidos com nossa causa e com a implementação de nossa Visão, a de que até 2023, o Es- cotismo no Brasl será o mais relevante movimento de educação juvenil, possibilitando que 200 mil jovens sejam cidadãos ativos que inspirem mudanças positivas em suas comunida- des e no mundo. Assim devemos proporcionar oportunidades de aprendizagem relevantes e significativas, principalmente para apoiar a implementação do Programa Educativo.
• AS AÇÕES DO CENTENÁRIO DA INSÍGNIA DE MADEIRA SERÃO DESENVOLVIDAS EM 4 EIXOS DE DESENVOLVIMENTO:
1. Tradição: Trata de apresentar os fatos da decisão histórica de que líderes qualificados são necessários para garantir que a qualidade do Escotismo alcance mais crianças, adoles- centes e jovens.
2. Unidade: Lenço e Anel de Gilwell além da Insígnia de Madeira são símbolo tradicionais e relacionam todos os Adultos no Movimento Escoteiros em todo o mundo;
3. Padronização: A Insígnia de Madeira traz consigo o conceito comum de aprendizado contínuo adaptado à diversidade local de conceitos educacionais e métodos de treinamento;
4. Impacto: A Formação para a Insígnia de Madeira é o ponto de entrada para o de- senvolvimento pessoal dos adultos voluntários do Movimento Escoteiro, colaborando no desenvolvimento do Programa Educativo e em outras áreas do Escotismo.
• CADA UM DESSES EIXOS TRARÁ SUGESTÕES EM 4 ÁREAS DE AÇÃO:
1. Comemore: Celebre os 100 anos de iniciativa de formação inspiradas por Xxxxx Xxxxxx e seu reconhecimento nos seguimentos da sociedade.
2. Compreenda e Divulgue: Discuta e propague a importância da boa Gestão de Adultos no Escotismo.
3. Encoraje a ação: Para reafirmar a necessidade de melhora contínua do Sistema de
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Gestão de Adultos inspirados pela referência da Insígnia de Madeira, motivando os adultos a desenvolverem-se e comprometerem-se com o Movimento Escoteiro.
4. Ampliando o Alcance: Buscar em parceria com outras organizações e setores e ini- ciativas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, oferecendo conheci- mento, habilidades para a vida, orientação e facilidades para uma aprendizagem segura, não violenta, inclusiva e efetiva para todos.
COMEMORE | |
Tradição | FOGO DE CONSELHO COMEMORATIVO: Realize em sua Unidade Escoteira Local/Região, um fogo de conselho para celebrar o centenário da Insígnia de Madeira e suas Tradições |
Unidade | REAFIRME A PROMESSA: Reúna-se no dia 14 de setembro de 2019 com outros Escotistas e Dirigentes e realizem um encontro para a Renovação da Promessa Escoteira e do seu compromisso com a Construção de um Mundo Melhor. |
Padronização | REVIGORE O COMPROMISSO: Organize caminhadas, saídas e pic-nics entre as Famílias das Unidades Escoteiras Locais. |
Impacto | MEMÓRIAS DE XXXXXXX: Busque por depoimentos de pessoas que já concluíram seus Cursos da Xxxxxxxx de Madeira. Registre o quão marcante foi essa experiência e compartilhe em suas redes sociais e Unidade Escoteira Local essas histórias. EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO: Reúna um acervo de itens (fotografias, lenços, certificados, artesanatos, livros, etc.) e organize uma Exposição sobre o Centenário da Insígnia de Madeira. Não deixe de convidar todos para a festa de abertura. |
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COMPREENDA E DIVULGUE | |
Tradição | INSÍGNIA DE MADEIRA EM FOCO: Quais foram as transformações que o Sistema da Insígnia de Madeira passou e inspirou nos últimos 100 anos? Quais as expectativas que os adultos do Movimento Escoteiro tem em relação ao futuro? NECESSIDADES: Como a Insígnia de Madeira reflete as necessidades dos adultos do Século XXI? Como envolver voluntários e proporcionar a eles experiências significativas? |
Unidade | ELO ENTRE GERAÇÕES: Aproxime jovens e adultos para participar de conversas sobre o passado, presente e futuro do Movimento Escoteiro e a participação do Adulto. |
Padronização | JOGOS E ATIVIDADES: Apresente o Sistema Nacional de Formação a partir de jogos e atividades que permitam a descoberta de seus princípios, incentivando assim mais pessoas a se aperfeiçoar. |
Impacto | ESCOTISMO SEM A INSÍGNIA DE MADEIRA: Xxxxxxx uma conversa/ fórum para refletir sobre o que aconteceria se não tivessemos um Sistema Nacional de Formação. COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS: Promova ações entre os adultos voluntários dos Escoteiro do Brasil em parceria e benefício de outras organizações e segmentos da sociedade, dando visibilidade ao Escotismo. |
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ENCORAJE A AÇÃO | |
Tradição | GÊNERO: A participação de homens e mulheres é igual entre os adultos no Movimento Escoteiro? Crie Campanhas de Incentivo para a participação de todos em iniciativas de Formação. |
Unidade | NOVAS FERRAMENTAS: Forme grupos de trabalho para pensar como podemos inovar nas práticas de Gestão de Adultos nos Escoteiros do Brasil. |
Padronização | CAMPANHAS DE INCENTIVO E ARRECADAÇÃO: A participação de mais adultos nas Iniciativas de Formação pode necessitar de recursos materiais e financeiros. Organize com sua Unidade Escoteira Local/ Região, campanhas de acesso à estas oportunidades. |
Impacto | INSÍGNIA DE MADEIRA E TRABALHO: Examine e promova a ideia de como a formação para a Insígnia de Madeira colabora e se conecta com o desenvolvimento de habilidades que podem ser úteis no dia a dia profissional de cada um dos voluntários dos Escoteiros do Brasil. INSÍGNIA DE MADEIRA E ODS: Analise como as iniciativas de formação de adulto podem colaborar com o desenvolvimento de atividades para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Ex: Garantia de uma Educação inclusiva e de qualidade para todos, promovendo o aprendizado para a vida) a participação no EducAção Escoteira, MutEco, MutCom, Elo Nacional). |
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AMPLIANDO O ALCANCE | |
Tradição | INSÍGNIA DE MADEIRA PARA TODOS: Crie soluções visuais criativas e simples para explicar como um adulto pode conquistar a Insígnia de Madeira. SELO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DA INSÍGNIA: Insira o selo Comemorativo do Centenário da Insígnia de Madeira em toda ação relacionada ao desenvolvimento de adultos nos Escoteiros do Brasil, todas as U.E.L. e Regiões Escoteiras são convidadas a utiliza-lo! |
Unidade | INSÍGNIA DE MADEIRA E O CICLO DE VIDA DO ADULTO: O Centenário é o momento ideal para convidar novos adultos a participar do Movimento Escoteiro. Crie campanhas de incentivo entre os associados e aumente o número de associados de sua U.E.L./Região ou convide para que esses adultos criem uma nova Unidade Escoteira. VALORIZE OS ADULTOS: Organize, planeje e promova ações de incentivo e reconhecimento do bom trabalho realizado pelos adultos na U.E.L/Região. |
Padronização | PARCERIAS NA ROTA DA INSÍGNIA DE MADEIRA: Firme parcerias com organizações externas ao Movimento Escoteiro e que prestem serviços relevantes à comunidade e realize em parceria com elas, iniciativas de formação que contribuam com o desenvolvimento dos adultos da Organização. |
Impacto | DIA DO SERVIÇO COMUNITÁRIO: Organize uma campanha para informar e impactar mais pessoas sobre os benefícios de participar do Sistema Nacional de Formação e do trabalho em benefício da juventude. |
Sugerimos que além das ideias citadas no quadro acima, as Regiões Escoteiras e as Uni- dades Escoteiras Locais desenvolvam suas próprias iniciativas, promovendo a participação de mais adultos voluntários, possibilitando assim que a proposta educativa do Movimento Escoteiro chegue ao maior número de comunidades, especialmente à crianças, adolescen- tes e jovens em todo o território nacional.
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ANEXO 1
HISTÓRIA DE XXXXXXX
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A CRIAÇÃO DA INSÍGNIA DE MADEIRA – HISTÓRIA DE XXXXXXXX(1)
Traduzido e Adaptado de “Jornal da História do Escotismo” 1994 - Xxxxxx X. Block, por Xxxxxxxx Xxxxxxxx
Devemos entender o treinamento de líderes como uma parte integrante do programa desenvolvido por BP. Sua experiência como oficial o levou a conclusão que os homens aprendem melhor quando treinados em pequenos grupos. Seu livro “Aids to Scouting” dei- xa isso bem claro, e diz: “ O segredo em se conseguir treinamento bem sucedido com seus homens consiste em um uma pequena coisa: na clareza das instruções que eles recebem” No começo BP achava que os chefes escoteiros precisariam de ajuda para aplicar o pro- grama escoteiro, por isso incluiu dicas para eles nos fascículos do Escotismo para Rapazes. Como BP visualizava o escotismo como uma suplementação aos programas de jovens já existentes, como as Brigadas de Jovens (Boys Brigades) as Associações Cristãs de Moços,
ele provavelmente ainda não previa os cursos nesta fase do Movimento.
Dentro de pouco tempo, a explosão do Movimento em uma atividade popular e inde- pendente para jovens fez BP notar que era necessário formalizar o treinamento dos Chefes. Ele começou a encorajar escotistas a desenvolverem eventos de treinamento. Ocorreram treinamentos então em Londres, em 1910 e Yorkshire em 1911. Um seminário foi feito em Londres em 1911 - três palestras por semana por três semanas - e foi assistido por 32 che- fes. Apesar disso BP queria o treinamento o mais prático possível, e isso significava ir ao campo, então, depois de assistir um destes primeiro treinamentos em 1913 ele escreveu: “ Eu acho que devemos chegar primeiro aos pontos essenciais ao escotista e começar a ensinar estes - todos os outros serão secundários. Estes pontos são aqueles incluídos no Escotismo para Rapazes. Assim, minha idéia seria usar o livro como programa de trabalho, dividi-lo pelos dias disponíveis, e então aplicá-lo conforme as circunstâncias permitam. Ou- tro ponto importante sobre o campo de treinamento é dar aos chefes instruções práticas de como um acampamento escoteiro deve ser. Para essa proposta eu acho que eles devem fazer no campo exatamente o que seria feito em um acampamento escoteiro: campos de patrulha ao redor da área central onde fica a barraca do chefe. Os chefes devem estar em patrulhas durante o curso, é claro, sob o comando dos seus monitores e assim aprenderão disciplina escoteira. Tanto quanto possível eles mesmos devem dirigir o campo – ser chefes de campo em um dia, encarregados da dispensa em outro, e assim por diante, de forma a aprenderem na prática os deveres e necessidades de cada encargo.”
Mais tarde, em 1913 BP planejou o curso de maneira formal, o adequando a patrulhas de
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5 chefes em cada, com as patrulhas em barracas isoladas. Cada chefe teria sua vez como monitor e cada patrulha dirigiria o campo em um dia.
No início de 1914, BP desenvolveu um curso por correspondência chamado “Scouting for Scoutmasters” (Escotismo para Chefes Escoteiros). A publicação oficial escoteira, The Headquarters Gazette, apresentava um tema diferente a cada mês, com questões para os chefes responderem. As respostas eram enviadas para o Escritório Geral e os resultados examinados. Os tópicos do curso foram:
1 – Treinamento de Caráter
2 – Automelhoramento na profissão 3 – Saúde Física e Desenvolvimento
4 - Serviço ao Próximo como base da Religião
5 – Métodos de Treinamento de Rapazes e sua Importância para a Nação 6 – Cidadania
O curso por correspondência acabou devido ao início da 1ª Guerra Mundial. A guerra serviu também como um período de incubação para grandes passos no treinamento de chefes. Em 1919 – com o fim da guerra e os escoteiros prontos para dar atenção a seus problemas internos novamente - BP usou o planejamento de seus treinamentos para chefes para escrever seu livro “Aids to Scoutmastership” (Ajudas para o Chefe Escoteiro – no Brasil traduzido como Guia do Chefe Escoteiro – nota do tradutor). Ao mesmo tempo, BP con- seguiu sucesso nos esforços de arranjar um local próximo a Londres, para servir de espaço de acampamento dos jovens da cidade e também para local de formação de chefes. Com a ajuda financeira de X. xx Xxxx Xxxxxxxx, Comissário Distrital de Roseneath, BP designou
P.B. Nevil para arranjar o local., que foi comprado por 7000 libras, doadas por XxxXxxxx que doou também 3000 libras para melhorar a casa(2). A cerimônia de abertura foi no dia 26 de julho de 1919 e contou com 700 escoteiros. Xxxxxx Xxxxxxxx cortou a fita inaugural e BP agraciou MacLaren com o Lobo de Prata.
PRIMEIRO CURSO DE CHEFES ESCOTEIROS EM GILWELL PARK - 1919
1 – O curso irá iniciar no domingo, dia 8 de setembro e vai até a Sexta-feira 19.
2- Os participantes devem ir a Chingford e então devem ir até a Rua Liverpool no trem das 17:50h. Há uma parada destre trem na estação de Chingford.
3 – O curso vai ser realizado em Acampamento. Barracas, material de campo e utensílios de cozinha serão fornecidos.
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4 – Uma cota de 5 libras- será cobrada para cobrir as despesas. Todos os alimentos serão providenciados e feitos pelas patrulhas nas quais os membros do curso serão divididos na chegada. Estes gastos serão divididos igualmente entre os membros da patrulha.
5 – As instruções do Curso serão baseadas no ESCOTISMO PARA RAPAZES e o Livro do Chefe Escoteiro: “GUIA DO CHEFE ESCOTEIRO” e irão incluir palestras e trabalho prático em técnicas de campo, estudo da natureza, escotismo em geral, organização e métodos de gerenciar patrulhas e tropas.
6 – Aqueles que participarem do Curso devem vestir corretamente o uniforme Escoteiro.
Bermudas e não calças compridas devem ser usadas, exceto por razões médicas.
7 – Os seguintes itens devem ser levados:
A – ESCOTISMO PARA RAPAZES – que deve ser lido antes da atividade B- livro de anotações e livro de desenhos
C- cobertas, roupas e equipamento pessoal, como orientado no Escotismo para Rapazes, páginas 109-110.
8 – As inscrições para o Curso devem ser enviadas até o Escritório Central até o Sábado dia 9 de agosto.
BP adicionou uma nota em alguns dos anúncios: “Seu nome foi incluído no primeiro cur- so, BP”.
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O primeiro curso de Insígnia de Madeira foi realizado, como marcado, de 8 a 19 de setembro de 1919. Apesar de BP ter feito o plano geral do curso, ele não o dirigiu e o dei- xou a cargo do recém nomeado Chefe de Campo Francis “Skipper” Gidney. Xxxxxx era um jovem que serviu como capitão durante a Guerra e tinha imensa energia e, mais importante do ponto de vista de BP, tremendo espírito. Seu assistente foi Cap. F. S. Morgan, Comissário Distrital de Swansea. BP visitou o campo na sexta à noite e no sábado, junto com o Major
A. G. Xxxx, Secretário da Associação Escoteira, o homem que organizaria o primeiro Jam- boree Mundial no ano seguinte. O fundador apresentou uma palestra aos chefes escoteiros e dirigiu uma demonstração de como rastejar no domingo pela manhã, contando sempre muitas anedotas. Outras importantes personalidades escoteiras que atuaram como instru- tores foram o Comissário Cel. Xxxxx X. X. xx Xxxxx, o Chefe Xxxxx X. Xxxxxxx (que cobriu o acampamento de Brownsea e foi um dos mais fiéis amigos de BP), Xxxxxx X. Xxxxxx (mais tarde diretor do Bureau Internacional de Escoteiros), R. S. Xxxx (que dirigiu Xxxxxxx por algum tempo quando Xxxxxx esteve doente), P. B. Nevill, Rev. R. Xxxx e o Secretário Geral
D. F. Morgan.
Os participantes aproveitaram um ótimo tempo, exceto por uma tempestade pesada, que, como Xxxxxx escreveu “também teve seu valor instrutivo”. Estes homens vieram de diferentes partes da Inglaterra e País de Gales, eram de várias idades e diferentes profissões. A lista de participantes é a seguinte:
Cap. Xxxxxxx Xxxxxx – Chefe de Campo – Gilwell Park
Cap. F. S. Morgan – Glamorgan , Maj. Rev. C. P. Hines – Gt. Xxxxxxxx, X. Xxxxxx – Col- chester, L. J. Berlin – Manchester, Ver. W. A. Butler – Sussex , M. F. Bunt, - Sussex, J. R. Davies – Cheshire, J. F. Wilkinson – Cheshire, A. W. Todd – Cheshire, E. Fay – Xxxxxxxxxx, X. Kent – Essex Xxxxxx Xxxxx – Suffolk, R. Hammond – Londres, C. C. Eiffe – Londres, Rev. H.
W. Nevill – Londres, S. Phillips – Londres, D. Earle – Londres, Rev. W. E. Baker – Londres, R. Lang – Cambridge
Estes homens foram organizados em 3 patrulhas, cada um tendo o seu período como monitor, sub-monitor, menos graduado e em todos os cargos da patrulha, incluindo co- zinha. Apesar de em alguns esquemas de acampamento o almoço é a maior refeição do dia, Xxxxxx fez com que a principal refeição fosse a janta, a fim de assegurar que ninguém perdesse alguma instrução quando estivesse cozinhando.
O programa, sumarizado por Xxxxxx foi:
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ORGANIZAÇÃO DA TROPA – Formação de Patrulhas – Gritos de Patrulha – Formação de Tropa – Formação de Patrulha para marchas (diurna e noturna) – Passo Escoteiro – Investi-
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dura Típica – Canto “Engonyama” – Cerimônias de Bandeira – Higiene de Campo – Exercí- cios Físicos (os seis do Escotismo para Rapazes)
TÉCNICAS DE CAMPO – Escolha do local de Campo (a) – Sanitarismo – Fogueiras – Ar- ranjando locais para Acampar (b) – Iluminação – Recursos de Campo – Implementando sua Cozinha – Camas e locais para dormir – Conforto Pessoal – Limpeza de Campo – Recursos das Barracas – Diversos
PIONEIRIAS – Técnicas de lenhador – Derrubando Árvores – Uso da Serra de Arco, cunhas e pedras de amolar – Uso cuidadoso de facas – Corda e construção de pontes sobre água – Guindastes simples e móveis – Uso do equipamento
OBSERVAÇÃO DA NATUREZA – Pássaros e Animais – Os animais achados na localida- de, seus hábitos e costumes – Uso do Livro de Anotações da Natureza – Árvores – como identificá-las de longe ou de perto nas quatro estações – Como obter a habilidade escoteira neste assunto.
SINALIZAÇÃO – Sinalização – Com as Mãos – Assobios – Fumaça – Como ensinar semá- fora e Morse – Armadilhas a Evitar – Trilhas da natureza – Seguindo Pistas (dirigida por BP)
JOGOS – Escoteiros – descrição e a forma de jogar cada tipo – Campo – jogos durante uma hora diariamente.
TRABALHO DE CAMPO – Medidas – Distâncias – Medidas Pessoais – Alturas – Áreas – Largura de rios – Mapas – Como Ler – Fazendo Esboços de mapas – Bússola Prismática – Tela Panorâmica – Relatórios
CÍRCULO DE ESTUDOS – “Guia do Chefe Escoteiro” – “Livro de Regras do Escritório Cen- tral” - “Regras para Pioneiros e Lobinhos” – “Nossos Objetivos, Métodos e Necessidades”
- “Xxxxxxx e o Escoteiro”
JORNADA – Patrulhas enviadas separadamente, com ordens lacradas, para diferentes pontos do Bosque de Epping, por oito horas de distância – Colecionando folhas – Relatório da Jornada – Mapa do Percurso – Tela Panorâmica de Áreas Determinadas.
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A primeira comemoração da Xxxxxxxx de Madeira não foi preparada pelos participantes do
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Curso, mas foi oferecida em Londres, na Sede Escoteira, onde Xxxxxxx recebeu-os para um almoço. Então os participantes fizeram um tour nos escritórios e finalmente tiveram uma conversa com o Chefe Escoteiro (BP), que encorajou a cada participante a começar um cur- so em sua vizinhança usando como guia o Guia do Chefe Escoteiro. Findo o curso, faltava achar uma recompensa adequada aos participantes. BP então utilizou o colar de contas esculpidas a mão que tinha recebido do Chefe Xxxx Xxxxxxxx durante a Campanha Ashanti em 1888. Uma conta foi entregue para ser usada em um cordão de couro preso na blusa. O primeiro curso da IM para os chefes do ramo lobinho foi em 1921, para chefes do ramo pioneiro foi 1926, para Comissários em 1928, para Chefes de Grupo em 1937 e para chefes do ramos sênior em 1958.
A HISTÓRIA DA INSÍGNIA DE MADEIRA NO BRASIL
Artigo escrito por Xxxxxxxx Xxxxxxxx.
Com o estabelecimento das bases para a capacitação de adultos, foi estimulada a disse- minação do método de Gilwell nas diversas Associações Nacionais participantes da Organi- zação Mundial do Movimento Escoteiro. A 11o Conferência Mundial, realizada na França em 1947, impulsiona aquela decisão com a seguinte resolução:
“...celebra as garantias (...) de que o Parque de Gilwell continuará mantendo-se como um centro de adestramento, tanto internacional como nacional...”
A mensagem é reforçada na 13a Conferência Mundial, em Salszburgo (Áustria) em agosto de 1951, quando fez constar a “firme crença no imenso valor do adestramento do esquema da Insígnia da Madeira, tanto para o adestramento de escoteiros quanto para assegurar um Movimento unificado no futuro”. A Conferência afirma, ainda, sua “crença nos princípios aplicados através deste adestramento no Parque de Gilwell, como centro internacional de capacitação”. Consoante com a decisão, diversos chefes do Brasil participaram dos curso em Gilwell. Tivemos notícia da presença dos chefes Xxx Xxxxxx Xxxxxx (em 1949), Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxxx (xxxxx xxxxxxx e escoteiro) , o casal Xxxxx Xxxx e Xxxxxx Xxxxxxx, apro- ximadamente no mesmo período. De todos, o precursor, sem dúvidas, foi o Chefe Xxxxx Xxxxxx Xxx que obteve a IM em Gilwell Park (entre 1921 e 1924) antes de vir para o Brasil. O Chefe Xxxxx Xxxxxxxx xx Xxxxxx , da então Região da Guanabara, fez seu curso no ano de 1929 em Capy (França), porém, nos moldes daquele ministrado em Gilwell e adotado pela
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França em 1921. Não é certo que ele tenha recebido o colar da IM . Nas Américas, o esquema de adestramento de Xxxxxxx chegou no México em 1946 (SIC) . Em seguida, nos Estados Unidos de 31 de julho a 8 de agosto de 1948, sob a direção de Xxxxxx Xxxxxxxx, auxiliado por Xxxxxx X. Xxxxxx, Xxxxxxx X. Xxxxxx, Xxxxxx X. Xxxxxx, Xxxxxxx X. Xxxxxxxx e Marshall Spaan. Este curso teve 30 alunos de 12 estados americanos, distribuídos por 4 patrulhas: águias, raposas, castores e “bobwhites”. Em abril de 1949, o assistente executivo do Esco- teiro-chefe da Boy Scouts of America, dá ciência, da realização até essa data, de dois cursos realizados nos extremos oeste e leste dos Estados Unidos.
No Brasil, o primeiro curso foi realizado pela UEB nos dias 9 a 20 de julho de 1949, no campo-escola Xxxxxxxx Xxxxx, no bairro do Tremembé, cidade de São Paulo, embora tenha sido planejado inicialmente pela Confederação Brasileira dos Escoteiros de Terra (CBET) para realizar-se no Xxxxxx Xxxxxxxx xx Xxxxxxxx (Xxxxxx xx Xxx xx Xxxxxxx). As medidas pre- paratórias para realização do curso naquele local chegaram a ser promovidas, conforme nos informa o então Major Xxx Xxxxxx Xxxxxx, no relatório para a Assembléia Nacional Escoteira:
“... cogitando (a CBET) de localizar o curso na capital (Federal), ou no Itatiaia. Esse cur- so despertou logo o interesse da UEB, que, de inteiro acordo com a entidade iniciadora, encampou e oficializou (...). E porquê em São Paulo teríamos maior facilidade na obtenção do material e do local necessário, ficou resolvido efetuar-se o curso naquela capital, com o decidido auxílio da Federação Paulista.(...) Após entendimento com o Chefe Xxxxxxxx Xxx- xxxxxx ficou decidido que o curso seria do alto grau que confere a Insígnia da Madeira...”.
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A troca de correspondências entre o Boy Scouts International Bureau e a UEB, prévias ao evento foi intensa. Já em 24 de abril, o Chefe Xxx Xxxxxx Xxxxxx em ofício para o Sr. R.T. Xxxx (de Londres), faz referência a cartas sobre o assunto enviadas nos dias 10 e 18, além de outras duas recebidas nos dias 12 do mesmo mês e 5 do seguinte. No ofício do dia 10 são enviadas solicitações e anexos com o objetivo de trazer o esquema de formação da Insígnia da Madeira para o Brasil, fazendo com que nosso país conseguisse auto-sufici- ência nos cursos, além de tê-los reconhecidos pelos padrões de Gilwell. Em 18 de maio, Xxxx Xxxxxxx Xxxxxx remeteu finalmente a autorização formal para a realização do curso, além de convidar as associações nacionais da Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela. Nesse convite, foi feita referência ao curso “a ser realizado em Itatiaia, perto da cidade do Rio de Janeiro”, reafirmando ainda, ser o primeiro da América do Sul. Por decorrência dos convites, a Associacion Scout de Chile envia os Chefes Xxxxxxx Xxxx e Antolin Miqueles como
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representantes. Posteriormente, Xxx Xxxxxx Xxxxxx afirma que estes dois chefes causaram excelente impressão, deixando aqui muitas saudades e boas amizades. Manifestava, ainda, a esperança de que houvesse maior aproximação entre o escotismo brasileiro e o chileno Mais que desejo, aquelas palavras encerravam uma profecia, pois já no primeiro curso realizado no Chile, um brasileiro fazia parte da equipe dirigente. No segundo curso, o diretor era um brasileiro. Infelizmente não foi possível descobrir seus nomes. Participaram também daque- le primeiro curso no Brasil outros dois estrangeiros, oriundos da Bolívia: os senhores Xxxxx Xxx Xxxxxx e Xxxxx X. Terán. Os outros 29 alunos eram brasileiros vindos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, divididos pelas patrulhas pica-pau, pombo, touro e lobos
. O sucesso daquele curso, motivou seu diretor, Xxxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxx, a publicar na revista Alerta !, em outubro de 1949, o relatório detalhado do curso. Vale destacar algumas passagens:
“O primeiro curso da Insígnia de Madeira sul-americano realizou-se no mês de julho pas- sado, nos dias compreendidos entre 9 e 20, inclusive, e o cenário onde se desenvolveram suas atividades está encravado numa extensa zona, verdadeira reserva de bosques quase impenetráveis aos raios de sol e com grande quantidade de animais selvagens, em sua maioria perigosos, inclusive as temíveis cobras.(...) As quatro patrulhas que formavam o curso acamparam à distancia de uns cinqüenta metros umas das outras, conservando-se eqüidistantes do campo central, único local descampado, não existindo nenhuma visibilida- de entre elas (...). No dia 18 de julho, em que começava a excursão de Primeira Classe, co- meçou a chover e dava pena ver como estes valentes rapazes (?) partiram sem se imutarem debaixo de um torrencial e copioso aguaceiro tropical. Como compensação, o dia 19, foi de um magnífico sol.”
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A implantação da infra estrutura e organização prévia do curso ficou a cargo dos Chefes Jurucey Pucu de Aguiar e Orestes Pero, de São Paulo. Os ajudantes no curso, propriamente dito, na ordem que assumiram responsabilidades, foram: Xxxx Xxxxx, Presidente da Associa- ção de Escoteiros de São Paulo; Major Xxx Xxxxxx Xxxxxx, Comissário Internacional da União dos Escoteiros do Brasil; Xxxxx Xxxx Xxxxxxx, Mestre Pioneiro com uma larga e sólida experi- ência no Escotismo. Ainda na palavra do Chefe Xxxxxxxx, “dois Pioneiros será sempre grato lembrar: Xxxxxxx Xxxx Xxxxxx e Xxxxxx Xxxxx. Foram os pilares em que descansou toda nossa responsabilidade” . Além dos ajudantes em caráter permanente, duas pessoas mais participaram no decorrer do curso, a saber: Xxxxxxxx xx Xxxx, (Comissário Técnico Geral da Federação dos Escoteiros do Mar), e Xxxx Xxx (Diretor do Campo - Escola Nacional de
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Itatiaia). Da análise das atividades e reuniões realizadas no transcorrer do curso, verificamos que são na sua essência as mesmas ainda hoje utilizadas. Cabe destacar que a segunda reu- nião de tropa, sob a direção de Xxxxxxxx xx Xxxxx foi planejada para atender os Escoteiros do Mar presentes no curso em número significativo. Para que o sistema então utilizado na formação de chefes não fosse interrompido, os cursos básicos continuaram funcionando, e vários deles realizaram-se no Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal (atual cidade do Rio de Janeiro). No relatório para a 7a Assembléia Nacional Escoteira, em 1951, a Diretoria Nacional informa que foram realizados entre 1949 e 1951 o 1o curso Básico para Aquelás e uma série intensiva de cursos preliminares (sob a orientação do Comissário de Adestramento, Chefe Xxxxx X. Pfister), sendo o 1o em São Paulo e o 2o em Itatiaia, no Rio de Janeiro. Até 1955 já haviam sido realizados 7 cursos preliminares da IM de Lobinhos e 9 de Escoteiros, entre esses o primeiro para Chefes de Mar da América Latina .
COLAR DE INSÍGNIA DE MADEIRA
O colar, de 4 metros de comprimento era confeccionado por mais de 1.000 contas feitas com madeira da árvore “amarillo”, que cresce no Sul da África. O colar foi utilizado em gran- des ocasiões por Xxxxxxxx xx Xxxxx, Xxx xxx Xxxxx e filho do grande chefe zulu Xxxxx. B-P recebeu este colar em 1888 após as hostilidades que arrasaram Natal e o país Zulu.
Originalmente o colar foi usado de uma forma prática: no chapelão de abas largas, aju- dando a mantê-lo firme. Anos mais tarde o colar foi removida do chapelão e usada ao redor do pescoço, junto com o lenço de Gilwell.
O colar da Insígnia de Madeira é usado com duas contas, que são o emblema universal. Existem contas adicionais usadas pelos membros das equipes de formação/adestramento, que podem ser uma terceira (no Brasil usada pelos Diretores de Curso Básico - Nível 2) ou quarta contas (no Brasil, usada pelo Diretores de Curso Avançado - Nível 3). Xxxx Xxxxxxxxx, o primeiro Insígnia de Madeira da América e pioneiro do adestramento recebeu como dis- tinção um colar com cinco contas. O Chefe de Campo de Gilwell, pela importância do seu cargo utiliza um colar com seis contas originais, que devem ser entregues ao deixar o cargo. Em 1985, os descendentes de Xxxxxxxx pediram a devolução do colar original, mas quando lhes for explicado o destino do mesmo, eles se sentiram satisfeitos e honrados. A história ainda completou seu circulo quando o Chefe da Nação Zulu Xxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxxx- xxx, neto de Xxxxxxxx fez sua promessa escoteira em 4 de setembro de 85 em um acampa- mento escoteiro na Zululândia.
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A HISTÓRIA DAS CONTAS DA INSÍGNIA DE MADEIRA - COLAR DE
DINIZULU
Condensado de um artigo de Xxxxx Xxxxxxx, publicado na revista de primavera de 95, de “Lantern”. - Traduzido de “News from the South Africa Scout Association”, nº 11, primavera de 1995, por Xxxxxxxx Xxxxxxxx e adaptado por Xxxxxx Xxxxxxxx
No início do Movimento Escoteiro, Xxxxx-Xxxxxx, dirigiu o primeiro curso de treinamento para Escotistas (nota do tradutor - na verdade este curso foi dirigido por Xxxxxxx Xxxxxx, BP pessoalmente conduziu apenas uma instrução e participou da cerimônia de encerramento, em Londres, onde se passou o fato aqui narrado). Durante o curso os participantes lhe pe- diram que lhes desse alguma coisa que indicasse que eles tinham sido treinados. Ele não havia pensado nisto, mas ao receber a solicitação ele improvisou, tirando duas pequenas contas de um colar de contas que ele possuia. Então ele as prendeu em um cordão e pen- durou-as ao redor do pescoço de cada Chefe.
Desde então, cada escotista que completa o treinamento avançado recebe duas contas similares em um cordão de couro. Conhecidas como as contas da Insígnia de Madeira, elas são orgulhosamente usadas pelos escotistas para indicar que eles continuam uma tradição iniciada diretamente de Xxxxx-Xxxxxx. Nos primeiros cursos para chefes de lobinhos, em vez das contas eles recebiam unhas de tigre, depois dentes de tigre.
A entrega das contas de madeira, como um símbolo de reconhecimento, entretanto, é uma antiga tradição Zulu. Nós lemos sobre ela pela primeira vez na história de Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx, também conhecido como Xxxx Xxxx, náufrago na costa da Zululândia em 1825. Ele foi o primeiro homem branco a se encontrar com o grande rei zulu Xxxxx. Na sua descrição do Festival das Primeiras Frutas, ele escreveu:
“ Eles então começaram a ornamentar e decorar as pessoas com contas e braceletes. A mais curiosa desta decoração consistia de várias fileiras de pequenos pedaços de madeira, presos juntos e transformados em colares e braceletes. Perguntando nós descobrimos que os guerreiros zulus depositam grande valor nestes enfeites aparentemente sem uso, e que são como Ordens de Mérito conferidas por Shaka. Cada fileira era o reconhecimento por algum grande ato heróico e sua entrega era feita pelas próprias mãos de Xxxxx”.
Mais tarde, quando Xxxxxxx tomou parte em uma festa real ele observou que Xxxxxxx, meio-irmão de Xxxxx estava “vestido da mesma maneira que o rei, mas com muito menos contas”.
BP se encontrou com as contas 63 anos depois, em 1888, quando os ingleses derrotaram
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a Nação Zulu na guerra e anexaram a Zululândia como colônia britância. Xxxxxxxx, sobrinho neto de Xxxxx, recusou-se a aceitar a anexação, e comandou a tribo Zulu dos uShutus em rebelião.
BP escreveu mais tarde sobre a campanha para capturar Xxxxxxxx:
“Quando Xxxxxxxx se refugiou na sua fortaleza, eu tinha mandado em seu encalço uma expedição de batedores (scouts). Ele fugiu quando nós entrávamos. Na sua pressa ele dei- xou seu colar de contas para trás - uma longa cadeia de pequenas contas de madeira. Estas contas agora formam a Insígnia de Madeira, que os escotistas recebem após seu curso de treinamento em Gilwell.”
Não restam dúvidas que as contas de Dinizulu eram idênticas àquelas vistas por Maclean com Shaka. É realmente extraordinário que BP tivesse escolhido aquelas contas como um reconhecimento, a ser conferido “com suas próprias mãos”, sem saber que Xxxxx tinha as usado da mesma maneira.
Hoje, centenas de garotos Zulus são escoteiros. Em 1987 o Ministro Chefe Xxxxxxxxxx Xxxxxxxxx, de KwaZulu foi o convidado de honra de um grande rally escoteiro. A madastra do Chefe Xxxxxxxxx, a princesa Xxxxxx era filha de Xxxxxxxx. No rally, o Chefe Escoteiro da África do Sul, Garnet de la Hunt, tirou de seu pescoço um colar com quatro contas de In- sígnia de Madeira penduradas e entregou-o ao chefe Xxxxxxxxx, em um gesto simbólico de retorno da contas ao seu dono de direito.
ANEL DE GILWELL
Nos primeiros dias do escotismo, os lenços eram presos no pescoço com um nó corredi- ço. Nesta época era uma grande novidade acender fogueiras por fricção e por muitos anos esta técnica foi uma característica dos escotistas que haviam feito seus cursos de Insígnia de Madeira. O principal equipamento para este tipo de atividade era uma correia de couro. Quando não era utilizada pelos instrutores que acendiam os fogos, para não perdê-la pren- diam-na com um nó “cabeça de turco” ao redor do lenço. Xxxxxxx Xxxxxx, o primeiro chefe de campo de Gilwell Park batizou esta nova peça do uniforme com o nome inglês de “wog- gle”. Ao longo da história o “nó” foi adotado oficialmente e é usado por aqueles que foram aprovados nos cursos iniciais de chefes escoteiros (hoje em dia também de dirigentes).
(1)Grafia inicial do local. Após Xxxxx Xxxxxx ser condecorado com o título de Xxx Xxxxx Xxxxxx of Gilwell, o nome foi modificado para Gilwell Park.
(2) A casa foi construída em 1.790.
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