ATIVIDADE E RESULTADOS DO GRUPO BANCO ESPÍRITO SANTO 1º SEMESTRE DE 2014
INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA
BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A.
Sociedade Aberta
Sede: Xxxxxxx xx Xxxxxxxxx, x.x 000, 0000 – 000 Xxxxxx, Xxxxxxxx
Nº de Mat. na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e de Pessoa Coletiva 500 852 367 Capital Social: 6.084.695.651,06 Euros representado por 5.624.961.683 ações
ATIVIDADE E RESULTADOS DO GRUPO BANCO ESPÍRITO SANTO
1º SEMESTRE DE 2014
(Informação financeira não auditada elaborada de acordo com os IFRS conforme adotados na União Europeia)
ÍNDICE
Aspetos mais relevantes da atividade e resultados
1. Informação sobre os fatores excecionais incluídos nas demonstrações financeiras do 1º semestre de 2014
1.1 Exposição ao Grupo Espírito Santo
1.2 Anulação de juros de crédito e reforço de provisões no BES Angola
1.3 Agravamento do risco de crédito
1.4 Imparidade na participação na Portugal Telecom
1.5 Emissão de instrumentos financeiros e consolidação de SPE (Special Purpose Entities)
1.6 Outros fatores não recorrentes
1.7 Medidas de recuperação
2. Enquadramento macroeconómico
3. Resultados
3.1 Resultado financeiro
3.2 Serviços a clientes
3.3 Resultados de operações financeiras e diversos
3.4 Custos operativos
3.5 Provisões
4. Atividade
4.1 Evolução geral
4.2 Principais áreas de negócio (segmentos operacionais)
5. Solidez financeira e outros indicadores
5.1 Qualidade do crédito
5.2 Liquidez, solvabilidade e solidez financeira
5.3 Indicadores de referência do Banco de Portugal
6. Outros Aspetos e Acontecimentos Subsequentes Demonstrações Financeiras Consolidadas
ASPETOS MAIS RELEVANTES DA ATIVIDADE E RESULTADOS
❑ Fatores de natureza excecional ocorridos durante o corrente exercício determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências que se refletiram num prejuízo de 3577,3M€ (-3488,1M€ no 2º trimestre).
❑ O custo com imparidades e contingências atingiu 4253,5M€ influenciado pelos fatores de natureza excecional detalhados no ponto 1. O Conselho de Administração acredita que o reforço realizado fortalece o balanço, cria condições para a recuperação económica do Grupo e mitigará os futuros impactos do AQR (Asset Quality Review) em curso.
❑ Durante o mês de junho concretizou-se uma operação de aumento de capital do BES de 1045M€, fazendo elevar o respetivo capital social para 6085M€, representado por 5 624 962 mil ações.
❑ O rácio Common Equity Tier I era, em 30 de junho de 2014, de 5,0% (mínimo fixado pelo Banco de Portugal: 7%).
❑ O crédito a clientes bruto, no 2º trimestre, teve um aumento de 280M€ e os depósitos apresentaram uma redução de 310M€ com o rácio crédito líquido/depósitos a situar-se em 126% (mar,14: 129%); a alteração do método de consolidação do Aman Bank conduziu ao agravamento em +2,4pp.
❑ O crédito vencido há mais de 90 dias aumentou 223M€ no 2º trimestre, com o rácio de sinistralidade correspondente a situar-se em 6,4% (mar,14: 6,0%). Por sua vez, o crédito em risco aumentou no trimestre para 5920M€ sendo o respetivo rácio de 11,5% (mar,14: 11,1%).
❑ O rácio de cobertura do crédito total por provisões atingiu 10,5% (mar,14: 7,2%) e do crédito vencido há mais de 90 dias evoluiu para 164% (mar,14: 119,0%).
❑ O produto bancário comercial teve uma queda de 23,8% face ao semestre homólogo, determinado pelos ajustamentos contabilísticos realizados no BESA; sem este efeito teria um aumento de 2,2%.
❑ Os custos operativos aumentaram 5,7% devido ao custo com as reformas antecipadas de 139 colaboradores e a alterações no perímetro de consolidação; excluindo estes efeitos os custos teriam aumentado 0,8% com redução de 2,1% na área doméstica.
PRINCIPAIS INDICADORES | 30-Jun-14 | 30-Jun-13 | Variação |
ATIVIDADE (milhões de euros) | |||
Ativos Totais (0) | 00 000 | 00 000 | -3,1% |
Ativo | 80 216 | 82 646 | -2,9% |
Crédito a Clientes (bruto) | 51 281 | 51 111 | 0,3% |
Depósitos de Clientes | 35 932 | 37 912 | -5,2% |
Capital Próprio | 4 244 | 7 232 | -41,3% |
SOLVABILIDADE(2) | |||
BIS II | |||
- CORE TIER I | - | 10,4% | - |
- TOTAL | - | 10,7% | - |
BIS III | |||
- Common Equity TIER I (phasing in) | 5,0% | - | - |
LIQUIDEZ (milhões de euros) | |||
Financiamento líquido do BCE (3) | 7 432 | 8 251 | -819 |
Carteira Elegível para Operações de Repos (BCE e outros) | 21 593 | 24 605 | - 3 012 |
Xxxxx Xxxxxxx/Depósitos (4) | 126% | 125% | 1 pp |
QUALIDADE DOS ATIVOS | |||
Crédito Vencido >90 dias/Crédito a Clientes (bruto) | 6,4% | 5,1% | 1,3 pp |
Provisões para Crédito/Crédito Vencido > 90 dias | 164,0% | 120,4% | 43,6 pp |
Crédito em Risco/Crédito Total | 11,5% | 10,7% | 0,8 pp |
Provisões para Crédito/Crédito a Clientes (bruto) | 10,5% | 6,1% | 4,4 pp |
Custo do Risco (5) | 8,3% | 2,2% | 6,1 pp |
RESULTADOS (M€) | |||
Resultado do semestre | -3 577,3 | -237,4 | …. |
Resultado da Área Doméstica | -3 414,6 | -256,3 | …. |
Resultado da Área Internacional | -162,8 | 18,9 | …. |
CUSTOS (M€) | |||
Custos Operativos | 594,8 | 563,0 | 5,7% |
Custos Operativos ( em base comparável) | 566,2 | 561,8 | 0,8% |
REDE DE DISTRIBUIÇÃO (nº) | |||
Rede de Retalho | 746 | 769 | -23 |
- Doméstica | 631 | 652 | -21 |
- Internacional | 115 | 117 | -2 |
(1) Ativo Líquido + Asset Management + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado
(2) Os dados de junho de 2014 são provisórios
(3) Inclui financiamento e aplicações do/no SEBC; o valor positivo significa um recurso; o valor negativo significa uma aplicação
(4) Xxxxx calculado de acordo com a definição para efeitos do objetivo fixado pelo Banco de Portugal para este indicador no Funding & Capital Plan
(5) Provisões para Crédito/Crédito a Clientes bruto (anualizado)
1. INFORMAÇÃO SOBRE OS FATORES EXCECIONAIS INCLUÍDOS NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO 1º SEMESTRE DE 2014
Os resultados do Grupo BES no primeiro semestre de 2014 foram significativamente influenciados pelos seguintes fatores de natureza excecional: (i) constituição de provisões para fazer face à exposição perante as empresas do Grupo Espírito Santo; (ii) anulação de juros incobráveis sobre crédito concedido no BES Angola (BESA) e constituição de provisões para contingências fiscais nesta filial; (iii) agravamento do risco da carteira de crédito; (iv) reconhecimento da imparidade na participação na Portugal Telecom; (v) consolidação de SPE e contingências sobre dívida emitida; e (vi) situações específicas a seguir discriminadas.
1.1 Exposição ao Grupo Espírito Santo
A exposição do Grupo BES às sociedades que pertencem ao Grupo Espírito Santo deve ser analisada em duas componentes distintas: crédito concedido e garantias prestadas pelo Grupo BES, e subscrição de dívida por clientes do Grupo BES.
Crédito concedido e garantias prestadas pelo Grupo BES
O crédito concedido e garantias prestadas pelo Grupo BES às empresas do Grupo Espírito Santo, deve ser abordado tendo em conta os distintos subgrupos setoriais: (i) exposição para com as companhias de seguros; (ii) a exposição para com a ESFG e suas filiais bancárias e financeiras;
(iii) a exposição para com o Rio Forte e suas subsidiárias; (iv) exposição para com a ESCOM e outras sociedades.
No quadro seguinte encontram-se sistematizadas as exposições nos termos referidos, com desagregação por tipologia (crédito, títulos e outros ativos e garantias prestadas) à data de 30 de junho de 2014 com comparação com o total das exposições em 31 de março de 2014 e 31 de dezembro de 2013:
EXPOSIÇÃO DIRETA PERANTE O GRUPO ESPIRITO SANTO
milhões de euros
30 de junho de 2014 Total
Crédito
Títulos e Outros Ativos
Garantias prestadas
Total
31-Mar-14 31-Dez-13
Rio Forte | 164,1 | 0,0 | 1,0 | 165,1 | 0,0 | 0,0 | |
ES Saúde | 27,9 | 0,0 | 2,9 | 30,8 | 17,8 | 84,4 | |
ES Irmãos | 3,8 | 0,0 | 0,0 | 3,8 | 0,0 | 0,0 | |
Herdade da Comporta | 0,0 | 5,3 | 4,9 | 10,2 | 10,1 | 10,0 | |
Atlantic Meals | 18,8 | 0,0 | 0,0 | 18,8 | 0,0 | 0,0 | |
Outros | 4,7 | 28,4 | 9,0 | 42,1 | 41,7 | 7,3 | |
Rio Forte e Subsidiárias | 219,3 | 33,7 | 17,8 | 270,8 | 69,6 | 101,7 | |
ES Financial Group | 30,5 | 16,1 | 0,0 | 46,6 | 27,1 | 27,2 | |
ES Financial Portugal | 0,0 | 41,2 | 0,0 | 41,2 | 43,2 | 37,6 | |
ES Financière | 470,4 | 9,6 | 0,1 | 480,1 | 110,8 | 29,0 | |
Banque Privée ES | 15,8 | 0,0 | 0,4 | 16,2 | 23,6 | 23,6 | |
ES Bank Panamá | 342,2 | 0,0 | 0,0 | 342,2 | 210,6 | 183,0 | |
ES Bankers Dubai | 0,2 | 0,0 | 0,0 | 0,2 | 0,0 | 0,0 | |
ESFG International | 0,0 | 1,1 | 0,0 | 1,1 | 0,9 | 0,9 | |
ESFG e Subsidiárias | 859,1 | 68,0 | 0,5 | 927,6 | 416,2 | 301,3 | |
OPWAY | 14,7 | 2,0 | 37,7 | 54,4 | 57,7 | 58,3 | |
Construcciones Sarrion | 14,8 | 0,0 | 0,0 | 14,8 | 23,5 | 23,5 | |
ESCOM | 297,0 | 0,0 | 0,0 | 297,0 | 237,9 | 213,6 | |
Outras | 0,6 | 0,0 | 6,6 | 7,2 | 2,4 | 2,8 | |
Diversos | 327,1 | 2,0 | 44,3 | 373,4 | 321,5 | 298,2 | |
TOTAL (excluindo Seguradoras) | 1405,5 | 103,7 | 62,6 | 1571,8 | 807,3 | 701,2 | |
Companhia Seguros Tranquilidade | 0,4 | 0,6 | 11,2 | 12,2 | 12,0 | 22,4 | |
Tranquilidade -Vida Companhia Seguros | 0,0 | 212,9 | 0,0 | 212,9 | 191,0 | 277,5 | |
Esumédica | 0,8 | 0,0 | 0,0 | 0,8 | 0,8 | 0,9 | |
Europ Assistance | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | |
Seguros Logo | 0,0 | 0,3 | 0,0 | 0,3 | 0,0 | 0,3 | |
Tranquilidade e Subsidiárias | 1,2 | 213,8 | 11,2 | 226,2 | 203,8 | 301,1 |
Apesar de à data da aprovação das contas não se conhecer, com a precisão necessária, o plano de reestruturação do GES, o Conselho de Administração decidiu constituir provisões para imparidades no montante de 1206M€ para fazer face às eventuais perdas relativas às empresas do Grupo Espírito Santo. Nos pontos seguintes apresenta-se o detalhe da provisão constituída.
(i) Exposição às Companhias de Seguros (Tranquilidade e suas subsidiárias)
Os ativos detidos pelo BES relacionadas com este subgrupo de entidades, na sua quase totalidade, são constituídos por instrumentos financeiros unit links emitidos pela T-Vida Companhia de Seguros (212,9M€), cujo risco subjacente não inclui qualquer entidade relacionada com o Grupo Espírito Santo.
Tanto quanto é do conhecimento do Conselho de Administração, à data da aprovação das contas do 1º semestre de 2014, não são expectáveis perdas nesta exposição que possam ser diretamente atribuíveis à situação financeira do Grupo Espírito Santo.
(ii) Exposição à ESFG e Subsidiárias
Durante o 2º trimestre do corrente exercício ocorreu um aumento significativo do financiamento do BES ao seu acionista ESFG e subsidiárias, designadamente à ES Financière e ao ES Bank Panamá, que fez elevar a exposição para 927,6M€ em 30 de junho de 2014 (mar,14: 416,2M€; dez,13: 301,3M€).
A ESFG era considerada uma entidade com uma adequada capacidade financeira, submetida a obrigações de ring fencing à área não financeira do Grupo Espírito Santo impostas pelo regulador, cotada no Luxemburgo, Londres e Lisboa, auditada por auditores independentes e sujeita a supervisão prudencial em base consolidada por parte do Banco de Portugal, e obrigada a manter adequados rácios de solvabilidade. Neste contexto, o BES mantinha uma relação comercial com esta entidade sujeita, no entanto, aos condicionalismos aplicáveis a partes relacionadas e aos que lhe vinham sendo impostos pelas entidades de supervisão.
O aumento da exposição direta à ESFG, neste trimestre, foi realizado, num primeiro momento, por via da utilização de crédito concedido no âmbito das relações comerciais existentes entre estas instituições, tendo atingido 533M€. A partir do início de maio, e em função de uma determinação da Comissão de Partes Relacionadas, ratificada em Conselho de Administração, foi decidido e aceite pela ESFG que a exposição não colateralizada deveria ser reduzida para um montante máximo de 400M€ até 30 de Junho de 2014 e que quaisquer novos créditos deveriam implicar a constituição de colaterais. No quadro dessa nova política, foram aprovadas novas operações no valor de 200M€. Todavia, os compromissos assumidos por parte da ESFG e suas subsidiárias relativamente à redução de exposição não colateralizada e à constituição de colaterais em favor do BES não foram, até à presente data, integralmente cumpridos, podendo alguns deles ter ficado prejudicados pelo pedido de proteção de credores solicitado pela ESFG. Em junho de 2014, a exposição do BES à ESFG e respetivas subsidiárias agravou-se em 120M€, em consequência de algumas operações realizadas entre o Banco e estas entidades, as quais não foram, no entanto, objeto de aprovação prévia pela Comissão de Partes Relacionadas nem pelos órgãos do Banco com competência para aprovar este tipo de operações. Relativamente a este aumento de exposição, encontra-se em curso uma análise relativa às condições em que o mesmo ocorreu.
Adicionalmente, e na sequência dos compromissos assumidos pelo BES no contexto do reembolso da dívida subscrita pelos seus clientes de retalho, verificou-se um aumento de exposição direta à ESFG por via da utilização da linha de crédito associada à garantia constituída pela ESFG a favor dos titulares do papel comercial emitidos pela ESI e, posteriormente, pela Rioforte e comercializados junto de clientes de retalho aos balcões do BES, tendo o BES obtido como colateral de tal linha de crédito um penhor sobre a totalidade
das ações representativas do capital social da Tranquilidade. O valor utilizado desta linha é de 48,5M€. Em face do pedido de proteção de credores apresentado pela ESFG, esta linha foi cancelada
O súbito agravamento da situação financeira da ESFG, a colocação de dívida da ESFG na Tranquilidade no montante de 150M€, bem como os danos reputacionais para a Tranquilidade associados a este enquadramento, e ainda o subsequente pedido de proteção de credores da ESFG afeta de forma muito relevante o valor da garantia prestada aos titulares de papel comercial atrás referidos, tendo este facto levado o BES a assumir diretamente o reembolso aos seus clientes de retalho.
Em virtude do exposto, o Grupo BES constituiu uma provisão de 823M€ para imparidades decorrentes da exposição a este grupo de entidades.
(iii) Exposição à Rio Forte e Subsidiárias
Paralelamente, embora em menor dimensão, também ocorreu um aumento do financiamento à Rio Forte e suas subsidiárias que fez passar a exposição total para 270,8M€ (mar,14: 69,6M€; dez,13: 101,7M€).
O principal motivo para o aumento da exposição direta à Rio Forte decorre de adiantamentos efetuados em atenção a um mandato exclusivo e irrevogável atribuído ao BES para a venda de uma participação significativa do portfolio da Rio Forte, mandato cuja execução pode estar afetada em consequência do pedido de proteção de credores apresentado pela Rioforte no Luxemburgo.
A exposição do BES à Rioforte era em 28 de Julho de 190M€, decorrente do facto de o Banco ter aceitado adquirir a esta entidade valores mobiliários com vista à geração de liquidez tendente ao reembolso pela Rioforte de papel comercial colocado pelo BES indiretamente em alguns dos seus clientes de retalho. Apesar dos compromissos assumidos pela Rioforte para com o BES, a transmissão dos respetivos ativos da Rioforte ainda não ocorreu.
O Conselho de Administração considerou ser necessário constituir uma provisão de cerca de 144M€ para esta exposição.
(iv) Exposição a outras entidades
Finalmente, como explicitado no quadro acima, existe uma exposição bruta de 297M€ relativa ao Grupo ESCOM que, segundo informação prestada pelo Grupo Espírito Santo, terá sido vendido, através de um processo que ainda não se encontra encerrado, mas com conclusão prevista para breve.
Esta exposição foi objeto de uma provisão na parte não coberta por colaterais no montante de 239M€.
Dívida subscrita por clientes
O montante de títulos de dívida emitidos por entidades do Grupo Espírito Santo e subscrito por clientes do Grupo BES à data de 30 de junho de 2014 totalizava cerca de 3,1mM€, dos quais perto de 1,1mM€ foram subscritos por clientes de retalho e 2,0mM€ por clientes institucionais:
DIVIDA EMITIDA PELO GES SUBSCRITA POR CLIENTES DO GRUPO BES
30 de junho de 2014
milhões de euros
Clientes Retalho
Entidade Emitente
Total
Clientes Institucionais(1)
Clientes Retalho
31-Mar-14 31-Dez-13
ES International | 766 | 511 | 255 | 676 | 1473 | |
ES Property | 0 | 0 | 0 | 44 | 50 | |
ES Industrial | 0 | 0 | 0 | 42 | 42 | |
ESI | 766 | 511 | 255 | 762 | 1565 | |
Rio Forte Investments | 1634 | 1292 | 342 | 445 | 479 | |
ES Irmãos | 194 | 194 | 0 | 33 | 2 | |
ES Saúde | 20 | 0 | 20 | 20 | 38 | |
ESPART | 24 | 0 | 24 | 24 | 24 | |
Quinta Foz Empreendimentos | 6 | 6 | 0 | 13 | 13 | |
Euroamerican Finance | 4 | 4 | 0 | 9 | 9 | |
Rio Forte e Subsidiárias | 1882 | 1496 | 386 | 544 | 565 | |
ES Financial Group | 109 | 0 | 109 | 111 | 117 | |
ES Financière | 103 | 0 | 103 | 53 | 60 | |
ES Financial Portugal | 39 | 0 | 39 | 8 | 9 | |
ESFG e Subsidiárias | 251 | 0 | 251 | 172 | 186 | |
TOTAL GES | 2899 | 2007 | 892 | 1478 | 2316 | |
ESCOM | 64 | 0 | 64 | 63 | 63 | |
ES Tourism | 144 | 0 | 144 | 143 | 143 | |
Diversos | 208 | 0 | 208 | 206 | 206 | |
TOTAL GERAL | 3107 | 2007 | 1100 | 1684 | 2522 |
(1) Corresponde à designação de "investidores qualificados" nos termos definidos no artº 30º do Código dos Valores Mobiliários
Atendendo a que ainda não é conhecido o plano de reestruturação do GES, não é possível, à data da aprovação das contas do semestre, determinar com o indispensável rigor os montantes não recuperáveis da dívida subscrita. Após a divulgação das exposições ao GES efetuada ao mercado no dia 10 de julho, o Conselho de Administração tomou conhecimento da existência de duas cartas emitidas pelo Banco Espírito Santo a benefício de entidades credoras da Espirito Santo International, cuja aprovação não havia sido realizada de acordo com os procedimentos internos instituídos no Banco, nem constava dos seus registos contabilísticos a 30 de junho.
Para fazer face aos passivos contingentes descritos neste ponto, o CA decidiu constituir uma provisão de 856M€.
1.2 Anulação dos juros de crédito e reforço de provisões no BES Angola
O prejuízo apurado no BES Angola (BESA) no semestre eleva-se a 355,7M€ que, decorrente da participação de 55,7%, é atribuível ao BES -198,2M€.
Os prejuízos do BESA foram determinados pelos seguintes ajustamentos às demonstrações financeiras desta filial:
• a análise realizada pela nova equipa de gestão do BESA sobre a carteira de crédito levou à identificação de 247,2M€ de juros incobráveis; em consequência, procedeu-se à respetiva anulação;
• em consequência do ponto anterior e porque a quase totalidade dos juros estavam provisionados, procedeu-se à correspondente reversão de provisões no montante de 227M€; no entanto e decorrente da inspeção promovida pelo Banco Nacional de Angola, o BESA realizou reforços no 2º trimestre no montante total de 303,1M€ (líquido de reposições de 76,1M€), fazendo elevar o reforço no semestre para 146,0M€;
• registo de uma provisão de 69,4M€ para contingências fiscais devido a possíveis diferenças de interpretação da aplicação de certas disposições do Código do Imposto Industrial local.
A nova equipa de gestão do BESA, por xxxxxxxxx, decidiu não reconhecer ativos por impostos diferidos por reporte de prejuízos fiscais.
O Banco Nacional de Angola informou o BES Angola da necessidade de este proceder a um reforço substancial dos seus capitais, tendo solicitado que o BES Angola inquirisse os seus acionistas sobre as possibilidades e condições em que tal reforço de capitais poderia por eles ser realizado.
Caso o BES decida não acompanhar este aumento, no todo ou em parte, poderá deixar de ter uma participação de controlo e/ou esta ser diluída para uma participação em que deixa de fazer consolidação integral do BES Angola.
O BES está em contacto com as autoridades regulatórias angolanas e portuguesas, no sentido de ser encontrada uma solução conveniente aos interesses das autoridades angolanas e que salvaguarde os interesses do BES e dos seus acionistas.
A garantia soberana prestada pelo Estado Angolano mantém-se válida.
A exposição do BES ao BES Angola é a seguinte:
EXPOSIÇÃO DO BES AO BES ANGOLA
milhões de euros | |||
30-Jun-14 | 31-Mar-14 | 31-Dez-13 | |
Participação financeira | 273,0 | 273,0 | 273,0 |
Mercado monetário | 3.330,4 | 3.216,5 | 3.160,5 |
Créditos documentários | 276,1 | 253,4 | 234,1 |
Garantias prestadas | 0,7 | 0,0 | 0,0 |
1.3 Agravamento do risco de crédito
A carteira de crédito do Grupo BES, para além da revisão do auditor externo, tem sido sujeita a um conjunto de auditorias solicitadas pelo Banco de Portugal, das quais destacamos o SIP em 2011, o OIP em 2012 e os exercícios ETRICC de 2013. O BES tem vindo a implementar as recomendações do auditor externo e do Banco de Portugal sobre a metodologia de estimação da imparidade de crédito.
O valor de imparidade de crédito apurado para o segundo trimestre foi influenciado (i) pelos impactos diretos e indiretos em clientes de crédito do BES resultantes das recentes dificuldades verificadas nas várias empresas do Grupo Espírito Santo, (ii) pela revisão interna da imparidade da carteira de crédito de clientes do BES em Portugal e de várias unidades internacionais analisados no âmbito do AQR (Asset Quality Review) do BCE, e (iii) pelos desvios observados na execução dos planos de negócios de alguns clientes empresa de dimensão relevante. A conjugação destes fatores conduziu a um acréscimo material dos custos de imparidade no 2º trimestre.
Adicionalmente, foram contabilizados 75,4M€ relativos ao agravamento no risco de contrapartes (CVA – Credit Value Adjustment) de interest rate swaps de operações de project finance; este ajustamento traduziu-se numa redução do justo valor daqueles derivados sendo a correspondente perda refletida em prejuízos em instrumentos financeiros.
Os impactos do AQR, cujos critérios e metodologias de avaliação de ativos foram definidos pelo Banco Central Europeu, não são ainda conhecidos. O Conselho de Administração tem vindo a adotar uma política de provisionamento para imparidades de crédito em linha com as diretrizes técnicas de que vai tendo conhecimento no âmbito de tal exercício. Nestes termos, acredita que os reforços de imparidade de crédito e a redução do justo valor dos interest rate swap resultantes do agravamento do risco de contrapartes (CVA) incorporados nas contas do 1º semestre irão reduzir um eventual impacto desse exercício nas contas do Grupo BES.
Apesar de os bancos portugueses terem sido sujeitos a um conjunto alargado de inspeções sobre a qualidade dos ativos, e do facto de estar ainda em curso o AQR (Asset Quality Review) do BCE,
informamos que o Banco de Portugal determinou uma nova auditoria ao valor dos ativos, passivos e elementos extrapatrimoniais do Grupo BES, com referência a 30 de junho de 2014.
1.4 Imparidade na participação na Portugal Telecom
Como é do conhecimento público, o Grupo BES detém uma participação na Portugal Telecom classificada na carteira de Ativos disponíveis para venda. Conforme determinam as regras contabilísticas aplicáveis, estes ativos devem ser registados ao justo valor com as valorizações reconhecidas em rubrica específica (reservas de justo valor) do capital próprio.
À data de 30 de junho este investimento tinha um valor de aquisição de 346,6M€ e um valor de mercado de 240,5M€ (desvalorização de 31%). Em consequência foi registada uma imparidade no valor de 106,1M€; como a perda potencial já vinha sendo deduzida ao capital próprio (reserva de justo valor negativa), o impacto nos rácios de capital foi diminuto.
1.5 Emissão de instrumentos financeiros e consolidação de SPE (Special Purpose Entities)
O Grupo BES, no decurso do exercício de 2014, procedeu à emissão de obrigações a desconto que mantém registadas no balanço ao custo amortizado. Estas obrigações foram adquiridas por clientes de retalho, através de intermediários financeiros e por via de vários produtos, por valores superiores ao respetivo valor de emissão. Atendendo a que se tratam de emissões de muito longo prazo e que foram criadas expectativas de liquidez que podem levar o Grupo a proceder à compra de parte das mesmas aos Clientes, o Conselho de Administração decidiu proceder ao ajustamento do valor das referidas emissões, reconhecendo um prejuízo de 767M€. Este ajustamento terá impactos positivos no custo destes passivos no futuro.
Já no decurso do mês de julho foram identificados 3 SPE (Special Purpose Entities) cujos ativos eram fundamentalmente constituídos pelas obrigações emitidas pelo Grupo atrás referidas. Atendendo às características e finalidades destes SPE, concluiu-se que os mesmos deveriam ser integrados nas contas consolidadas do Grupo BES, como determina o IFRS 10, norma contabilística que, com efeitos obrigatórios a partir de janeiro de 2014, passou a definir as novas regras de consolidação.
Os atuais membros do Conselho de Administração que estavam em funções à data de 30 de junho desconheciam as transações realizadas através de intermediários financeiros atrás referidas, bem como a constituição, desenho e funcionamento daqueles SPE, bem como de um 4º veículo cujo valor dos ativos deverá rondar os 77M€. À data de aprovação das contas do 1º semestre, não se possui qualquer informação sobre este 4º veículo. Relativamente a estas matérias o Conselho de Administração deliberou proceder nos termos do referido no ponto 1.7 seguinte.
Em face do que antecede, o Grupo procedeu agora à consolidação dos 3 SPE acima referidos – de que resultou uma perda adicional de 44 M€ - e à constituição de uma provisão no valor total do 4º veículo, perfazendo uma perda conjunta de 121 M€.
Adicionalmente, existem ainda outras emissões de muito longo prazo, subscritas por clientes de retalho, relativamente às quais também foram criadas expectativas de liquidez que podem levar o Grupo BES a vir a proceder à aquisição de parte dessas obrigações que, nas condições atuais de mercado, são transacionadas por valor superior ao seu custo amortizado. Para este efeito, o Conselho de Administração decidiu constituir uma provisão para contingências no valor de 360M€, que corresponderia à perda total que teria sido incorrida com compra integral destas emissões à data de 30 de Junho.
Em conclusão, os impactos do ajustamento do valor das emissões, da consolidação dos veículos e demais contingências associadas às emissões do Grupo BES detidas por clientes de retalho, determinaram um registo de encargos nas contas do 1º semestre no valor total de 1249 M€.
Encontram-se ainda colocadas em clientes de retalho, obrigações do Grupo com prazos mais curtos, sobre as quais a expectativa de liquidez não se coloca com tanta acuidade. No entanto, na ausência de mercado secundário líquido para estas obrigações, poderá haver a possibilidade, que o Conselho de Administração considera improvável, de o Banco vir a ter de proceder à aquisição de uma parte das mesmas. No caso de o Banco ter que proceder à compra de todas as obrigações, o prejuízo a 30 de Junho de 2014 seria de 505M€.
Atendendo à situação detetada na comercialização deste tipo de emissões, o Conselho de Administração decidiu proceder à revisão de todo o processo de comercialização de instrumentos de dívida própria junto dos clientes de retalho.
1.6 Outros fatores não recorrentes
Contribuíram ainda para os resultados do semestre os seguintes fatores não recorrentes:
• registo de 10,2M€ de imparidade na participação no Aman Bank, na sequência da situação política e social na Líbia que impede o BES de exercer o controlo sobre esta filial. A 30 de junho de 2014 o BES deixou de consolidar pelo método integral esta entidade que passou a ser reconhecida no balanço consolidado pelo equity. O valor da participação naquela data era de 22M€;
• desvalorização de ativos diversos em resultado de novas avaliações realizadas por peritos independentes, perfazendo um custo total de 85,4M€ com efeitos nas seguintes rubricas da conta de resultados: 5,0M€ de provisões para imóveis; 60M€ de provisões para ativos de sociedades detidas para venda; e 20,4M€ reconhecidos como prejuízos em instrumentos financeiros.
PRINCIPAIS EFEITOS NÃO RECORRENTES
1º SEMESTRE DE 2014
milhões de euros
Principais efeitos de natureza extraordinária 1º Sem,14
1º Sem,14
(sem
(reportado)
Exposição GES
Obrigações emitidas e SPE
BESA Risco de
credito
Imparidade na PT
Outros *
extraord.)
Resultado Financeiro 287,0 | - | - | - 247,2 | - | - | - | 534,2 |
+ Serviços Bancários a Clientes 332,9 | - | - | - | - | - | - | 332,9 |
= Produto Bancário Comercial 619,9 | - | - | - 247,2 | - | - | - | 867,1 |
+ Resultados de Operações Financeiras e Diversos - 356,0 | - 9,6 | - 491,0 | - | - 75,4 | - | - 20,4 | 240,4 |
= Produto Bancário Total 263,8 | - 9,6 | - 491,0 | - 247,2 | - 75,4 | - | - 20,4 | 1 107,4 |
- Custos Operativos 594,8 | - | - | - | - | - | - | 594,8 |
(Custos Operativos comparáveis) 566,2 | - | - | - | - | - | - | 566,2 |
Custos com pessoal 310,1 | - | - | - | - | - | - | 310,1 |
Outros custos administrativos 227,9 | - | - | - | - | - | - | 227,9 |
Depreciações e Amortizações 56,8 | - | - | - | - | - | - | 56,8 |
= Resultado Bruto - 331,0 | - 9,6 | - 491,0 | - 247,2 | - 75,4 | - | - 20,4 | 512,6 |
- Provisões 4 253,4 | 2 062,3 | 757,8 | 3,7 | 383,6 | 106,1 | 75,2 | 864,8 |
Provisões para Crédito 2 130,6 | 1 164,2 | - | - 65,7 | 383,6 | - | - | 648,6 |
Provisões para Títulos 185,8 | 14,9 | - | - | - | 106,1 | - | 64,9 |
Provisões para outros ativos e contingências 1 937,0 | 883,2 | 757,8 | 69,4 | - | - | 75,2 | 151,4 |
Imóveis 94,2 | - | - | - | - | - | 5,0 | 89,2 |
Prestações acessórias e suprimentos 24,8 | - | - | - | - | - | - | 24,8 |
Outros activos e contingências 1 818,0 | 883,2 | 757,8 | 69,4 | - | - | 70,2 | 37,4 |
= Resultado Antes de Impostos -4 584,5 | -2 071,9 | -1 248,8 | - 250,9 | - 459,0 | - 106,1 | - 95,6 | - 352,2 |
- Impostos sobre lucros - 859,9 | - 339,0 | - 368,4 | 73,8 | - 111,0 | - | - 22,0 | - 93,3 |
- Contribuição sobre o setor bancário 16,4 | - | - | - | - | - | - | 16,4 |
Resultado após Impostos | -3 741,0 | -1 732,9 | - 880,4 - 324,7 - 348,0 | - 106,1 | - 73,6 | - 275,3 | |
- Interesses que não controlam | - 163,7 | - | - - 143,8 - | - | - | - 19,9 | |
= Resultado do Exercício | -3 577,3 | -1 732,9 | - 880,4 - 180,9 - 348,0 | - 106,1 | - 73,6 | - 255,4 |
* Inclui imparidade para o Aman Bank (10,2 M€) e imparidade para fundos imobiliários (85,4 M€)
1.7 Medidas de recuperação
O Conselho de Administração está empenhado em apurar todos os factos que conduziram à necessidade de proceder a este conjunto adicional de provisões e propõe-se adotar todas as medidas que se encontrarem ao seu alcance com vista a recuperar os montantes máximos possíveis dos créditos ora provisionados e a fazer com que o banco possa ser ressarcido pelos prejuízos causados por via de eventuais comportamentos ilícitos que venham a ser apurados, por parte de indivíduos ou entidades, através dos vários meios e instâncias a que poderá recorrer para o efeito.
2. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
Apesar da continuação de uma tendência de retoma, o 1º semestre de 2014 ficou marcado por um crescimento da atividade económica global abaixo das expectativas. Este facto foi, sobretudo, visível na Zona Euro, que deverá ter registado, no 2º trimestre, uma variação do PIB pouco superior à observada nos primeiros três meses do ano (0,2% em termos homólogos). A atividade nesta economia manteve-se penalizada pela persistência de um euro forte, com impactos desfavoráveis na procura externa e na atividade industrial. Adicionalmente, e apesar de alguns sinais de estabilização, o crédito ao setor privado não financeiro manteve-se em queda. Com a inflação homóloga em 0,5% o BCE anunciou, em maio, uma redução dos juros de referência, levando a taxa de juro das operações principais de refinanciamento para 0,15% e a taxa de juro da facilidade de depósitos para -0,1%. A autoridade monetária anunciou, ainda, novas medidas de apoio ao financiamento da atividade económica. Neste contexto, a Euribor a 3 meses diminuiu de 0,287% para 0,207% no 1º semestre, enquanto a yield dos Bunds a 10 anos recuou de 1,929% para 1,245%. O euro depreciou-se 0,7% no mesmo período, para EUR/USD 1,369.
Apesar da relativa desilusão com o crescimento global no 1º semestre, o sentimento nos mercados financeiros revelou-se positivo, suportado pela expectativa de uma recuperação da atividade na segunda metade do ano (sobretudo nos EUA) e pela manutenção de políticas monetárias fortemente expansionistas nas principais áreas económicas. A yield dos Treasuries a 10 anos desceu de 3,029% para 2,531% no 1º semestre. No mesmo período, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 subiram 1,5%, 5,5% e 6,1%, respetivamente. Na Europa, o DAX, o CAC 40 e o IBEX valorizaram-se 2,9%, 3% e 10,2%. A estabilização do crescimento na China e a recuperação da confiança nos mercados emergentes contribuíram, já no 2º trimestre, para as subidas de 0,74% no Shanghai Composite e de 5,46% no Bovespa, em recuperação face aos primeiros três meses do ano. O preço do petróleo (Brent) subiu 4,8% no 2º trimestre, para USD 112/barril, suportado pela instabilidade no Iraque (tendo recuado, entretanto, para cerca de USD 106/barril).
Em Portugal, e após a queda de 0,6% no 1º trimestre, o PIB deverá ter registado uma expansão muito ligeira no 2º trimestre, ainda penalizado pela quebra temporária das exportações de combustíveis, bem como por uma moderação da atividade industrial. Já o consumo privado e a atividade nos serviços prolongaram a recente tendência de recuperação. A yield das OTs a 10 anos desceu de 6,13% para 3,65% no 1º semestre, tendo o Tesouro português voltado a aceder aos mercados de dívida de longo prazo, com emissões a 5 e 10 anos, em euros e em dólares. Apesar de um ganho de 3,7% nos primeiros 6 meses do ano, o PSI-20 registou uma queda de 10,6% no 2º trimestre, penalizado por desenvolvimentos desfavoráveis no setor financeiro.
3. RESULTADOS
Nos primeiros seis meses do exercício de 2014 o Grupo BES apresenta um prejuízo de 3577,3M€ determinado pelas ocorrências de natureza excecional referidas no ponto anterior.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (1)
1ºsem,14
Variáveis 1ºsem,13
Variação
milhões de euros
Variação sem efeitos extraodinários
Reportado Sem Extraord.
absoluta
relativa
absoluta relativa
Resultado Financeiro | 287,0 | 534,2 | 470,4 | - 183,4 | -39,0% | 63,8 | 13,6% | |
+ Serviços a Clientes | 332,9 | 332,9 | 343,1 | - 10,2 | -3,0% | - 10,2 | -3,0% | |
= Produto Bancário Comercial | 619,9 | 867,1 | 813,5 | - 193,6 | -23,8% | 53,6 | 6,6% | |
+ Resultados de Operações Financeiras e Diversos | - 356,0 | 240,3 | 168,9 | - 524,9 | ... | 71,4 | 42,3% | |
= Produto Bancário | 263,8 | 1 107,4 | 982,4 | - 718,5 | -73,1% | 125,0 | 12,7% | |
- Custos Operativos | 594,8 | 594,8 | 563,0 | 31,9 | 5,7% | 31,8 | 5,7% |
[Custos Operativos excluindo reformas antecipadas e alterações no perímetro de consolidação]
566,2 566,2 561,8 4,3 0,8% 4,3 0,8%
= Resultado Bruto | - 331,0 | 512,6 | 419,4 | - 750,4 ... 93,2 | 22,2% | ||
- Provisões líquidas de Reposições | 4 253,5 | 864,8 | 747,3 | 3 506,2 ... 117,5 | 15,7% | ||
para Crédito | 2 130,6 | 648,6 | 553,1 | 1 577,5 ... 95,5 | 17,3% | ||
para Títulos | 185,8 | 64,8 | 52,8 | 133,1 ... 12,1 | 22,9% | ||
para Outros Ativos e Contingências | 1 937,1 | 151,4 | 141,4 | 1 795,6 ... 10,0 | 7,1% | ||
= Resultado antes de Impostos | -4 584,5 | - 352,2 | - 327,9 | -4 256,6 | …. | - 24,3 | …. |
- Impostos sobre Xxxxxx | - 859,9 | - 93,3 | - 103,0 | - 756,9 | …. | 9,7 | -9,4% |
- Contribuição sobre o Setor Bancário | 16,4 | 16,4 | 13,0 | 3,5 | 26,6% | 3,4 | 26,2% |
= Resultado após Impostos | -3 741,0 | - 275,3 | - 237,9 | -3 503,0 | ... | - 37,4 | …. |
- Interesses que não Controlam | - 163,7 | - 19,9 | - 0,5 | - 163,3 | …. | - 19,4 | …. |
= Resultado do Exercício | -3 577,3 | - 255,4 | - 237,4 | -3 339,8 | ... | - 18,0 | …. |
(1) Em consequência da situação na Líbia, o BES deixou de poder exercer o controlo sobre o Aman Bank passando a ser consolidado pelo método de equivalência patrimonial em junho de 2014. A conta de exploração, até maio de 2014, foi incorporada nas contas consolidadas, sendo os resultados gerados após essa data registados em resultados de equity.
A evolução das principais variáveis da conta de exploração coloca em evidência os seguintes aspetos fundamentais:
• queda de 39,0% no resultado financeiro, com origem na anulação de juros incobráveis no BESA (247,2M€) e as perdas na consolidação dos SPE (491M€) determinaram a evolução do produto bancário (-73,1%). Excluindo os efeitos excecionais, o resultado financeiro teria aumentado 13,6% e o produto bancário registaria um acréscimo de 12,7%;
• controlo dos custos operativos que, excluindo os custos com reformas antecipadas e alterações no perímetro de consolidação, tiveram um aumento de 0,8% originado pela área internacional (+6,6%) tendo a área doméstica alcançado uma redução de 2,1%; e
• custo com o reforço de provisões que se elevou a 4253,5M€ (acréscimo significativo nas diversas finalidades com origem nas ocorrências anteriormente descritas).
Atividade Internacional e Doméstica
Os prejuízos apresentados pelo BES Angola no semestre, dos quais o BES apropriou 198,2M€ condicionaram os resultados da área internacional que contribuiu com -162,8M€ para o resultado consolidado do Grupo BES.
O produto bancário doméstico totalizou 87,3M€ (-87,3%) influenciado pela redução dos resultados de operações financeiras, que se situaram em -391,4M€. Sublinha-se a manutenção do resultado financeiro e o decréscimo de 8,8% do comissionamento. Os custos operativos, excluindo os custos com reformas antecipadas, reduziram-se em 2,1% enquanto o reforço de provisões para imparidades atingiu 3955,7M€ determinando um prejuízo de 3414,6M€.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS
Atividade Doméstica e Atividade Internacional
Variáveis
milhões de euros
ATIVIDADE DOMÉSTICA ATIVIDADE INTERNACIONAL
1ºsem,14 1ºsem,13
Variação
1ºsem,14 1ºsem,13
Variação
Resultado Financeiro | 262,4 | 261,3 | 0,4% | 24,6 | 209,1 | -88,3% |
+ Serviços a Clientes | 216,3 | 237,1 | -8,8% | 116,6 | 106,0 | 10,0% |
= Produto Bancário Comercial | 478,7 | 498,4 | -3,9% | 141,2 | 315,1 | -55,2% |
+ Resultados de Operações Financeiras e Diversos | - 391,4 | 189,1 | ... | 35,4 | - 20,2 | ... |
= Produto Bancário | 87,3 | 687,5 | -87,3% | 176,5 | 294,9 | -40,1% |
- Custos Operativos | 383,8 | 375,3 | 2,3% | 211,0 | 187,7 | 12,4% |
[Custos Operativos excluindo reformas antecipadas e alterações no perímetro de consolidação]
367,2 375,3 -2,1% 198,9 186,5 6,6%
= Resultado Bruto | - 296,5 | 312,2 ... - 34,5 | 107,2 | ... | ||
- Provisões líquidas de Reposições | 3 955,7 | 669,1 ... 297,8 | 78,2 | ... | ||
para Crédito | 1 897,9 | 492,2 ... 232,7 | 60,9 | ... | ||
para Títulos | 185,7 | 49,9 ... 0,1 | 2,9 | -96,6% | ||
para Outros Ativos | 1 872,0 | 127,0 ... 65,0 | 14,4 | ... | ||
= Resultado antes de Impostos | -4 252,2 | - 356,9 ... - 332,3 | 29,0 | ... | ||
- Impostos sobre Lucros | - 848,0 | - 103,2 ... - 11,9 | 0,2 | … | ||
- Contribuição sobre o Setor Bancário | 16,4 | 13,0 | 26,6% | - | - | - |
= Resultado após Impostos | -3 420,7 | - 266,7 | ... | - 320,4 | 28,8 | ... |
- Interesses que não Controlam | - 6,1 | - 10,4 | 41,3% | - 157,6 | 9,9 | ... |
= Resultado do Exercício | -3 414,6 | - 256,3 | ... | - 162,8 | 18,9 | ... |
A evolução da atividade em Espanha mantém-se em zona de prejuízos (-11,7M€) devido às imparidades no crédito, mas em recuperação em relação ao semestre homólogo (-14,3M€). A França/Luxemburgo reforçou o contributo para os resultados consolidados que passou para 10,6M€ (1ºsem,13: 3,6M€), enquanto o desempenho em África regista uma contribuição negativa para o resultado consolidado (-178,5M€) devido aos prejuízos do BESA. Sublinha-se ainda a
evolução positiva dos resultados das subsidiárias no Brasil para 5,2M€, em particular do BESI (Brasil) que contribuiu com 7,6M€ (1ºsem,13: 1,4M€) para o resultado do Grupo BES.
ATIVIDADE INTERNACIONAL
Resultado por geografia
milhões de euros
Geografias | 1ºsem,14 1 | ºsem,13 | Variação absoluta | |
África(1) | -178,5 | 7,7 | - 186,2 | |
Brasil (2) | 5,2 | 1,4 | 3,8 | |
(do qual BESI Brasil ) | 7,6 | 1,4 | 6,2 | |
Espanha | -11,7 | - 14,3 | 2,5 | |
TRIÂNGULO ESTRATÉGICO | -185,0 | -5,2 | - 179,8 | |
Reino Unido | 9,8 | 19,4 | - 9,6 | |
EUA | 0,7 | 4,7 | - 4,0 | |
França/Luxemburgo | 10,6 | 3,6 | 6,9 | |
Macau | - 0,4 | 2,6 | - 3,0 | |
Outras(3) | 1,6 | - 6,2 | 7,7 | |
TOTAL | - 162,8 | 18,9 | - 181,7 |
(1) Engloba Angola, Moçambique, Cabo Verde, Líbia e Argélia
(2) Inclui BES Investimento (Brasil) e Imbassaí Participações
(3) Engloba Venezuela, Polónia, Itália, India e México
3.1 Resultado Financeiro
Como referido, o resultado financeiro do 1º semestre diminuiu 39,0% determinado pelos ajustamentos contabilísticos realizados no BES Angola. O quadro seguinte permite uma análise do desempenho da intermediação financeira do Grupo numa base recorrente (Grupo BES excluindo BESA).
RESULTADO E MARGEM FINANCEIRA
1ºsem,14 1ºsem,13
milhões de euros
Capitais Médios | Tx Média (%) | Proveitos / Custos | Proveitos / Custos | Capitais Médios | Tx Média (%) | Proveitos / Cust os | Proveitos / Custos | |||||
ATIVOS FINANCEIROS | 62 124 | 3,96 | 1 219 | 95 | 63 302 | 4,06 | 1 276 | 338 | ||||
Crédito a Clientes | 44 467 | 3,68 | 811 | 81 | 45 105 | 3,78 | 845 | 310 | ||||
Títulos e Outras Aplicações | 17 657 | 4,66 | 408 | 14 | 18 197 | 4,77 | 431 | 28 | ||||
APLICAÇÕES DIFERENCIAIS | (13) | - | - | - | - | - | - | |||||
ATIVOS FINANCEIROS E DIFERENCIAIS | 62 111 | 3,96 | 1 219 | 95 | 63 302 | 4,06 | 1 276 | 338 | ||||
PASSIVOS FINANCEIROS | 62 111 | 2,68 | 825 | 202 | 59 359 | 3,07 | 905 | 239 | ||||
Depósitos | 33 325 | 2,06 | 340 | 65 | 33 599 | 2,63 | 439 | 73 | ||||
Dívida Titulada e Outros Passivos | 28 786 | 3,40 | 485 | 137 | 25 760 | 3,65 | 466 | 166 | ||||
RECURSOS DIFERENCIAIS | - | - | - | - | 3 943 | - | - | - | ||||
PASSIVOS FINANCEIROS E DIFERENCIAIS | 62 111 | 2,68 | 825 | 202 | 63 302 | 2,88 | 905 | 239 | ||||
MARGEM/RESULTADO | 1,28% | 394 | - 107 | 1,18% | 371 | 99 | ||||||
Euribor 3 meses (valor médio) | 0,30% | 0,21% |
Variáveis
sem BES Angola
BESA
sem BES Angola
BESA
A margem financeira melhorou de 1,18% (1ºsem,13) para 1,28% devido ao decréscimo da taxa média dos passivos que se situou em 2,68% (menos 20pb em termos homólogos) face à pequena redução da taxa média dos ativos (3,96%), 10pb abaixo do registo do 1º semestre de 2013. A
evolução favorável do custo dos passivos teve origem, quer na redução da taxa média dos depósitos (-57pb), quer da dívida titulada e outros passivos (-25pb), em consequência da gradual abertura dos mercados aos países da periferia do Euro, incluindo Portugal.
3.2 Serviços a Clientes
O comissionamento elevou-se a 332,9M€ representativo de uma redução de 3% face ao semestre homólogo do ano anterior com origem na área doméstica em consequência do processo de deleverage em curso. A redução das comissões abrange a generalidade dos serviços bancários prestados aos clientes, com exceção das receitas de operações sobre títulos que aumentaram 28,8%, fruto do aumento das comissões de corretagem bem como de operações do mercado de capitais que contaram com participação da área da banca de investimento e da bancasseguros (+63,3%), decorrente do incremento na subscrição de produtos de poupança/capitalização (+41,5%).
SERVIÇOS A CLIENTES
Tipo de Comissões
1ºsem,14 1ºsem,13
milhões de euros
Variação
absoluta relativa
Cobrança de Valores | 6,5 | 8,4 | -1,9 | -22,8% |
Operações sobre Títulos | 49,9 | 38,7 | 11,2 | 28,8% |
Garantias Prestadas | 67,1 | 74,8 | -7,7 | -10,3% |
Gestão de Meios de Pagamento | 38,6 | 37,7 | 0,9 | 2,3% |
Comissões sobre Empréstimos e Similares (1) | 74,4 | 82,3 | -7,9 | -9,6% |
Créditos Documentários | 30,9 | 35,9 | -5,0 | -14,0% |
Gestão de Ativos (2) | 41,0 | 42,9 | -1,9 | -4,4% |
Cartões | 16,5 | 17,8 | -1,3 | -7,3% |
Bancasseguros | 18,4 | 11,3 | 7,1 | 63,3% |
Assessoria, Servicing e Diversos (3) | -10,4 | -6,7 | -3,7 | …. |
TOTAL | 332,9 | 343,1 | -10,2 | -3,0% |
(1) Inclui comissões sobre empréstimos, project finance , financiamentos externos e factoring
(2) Inclui fundos de investimento e gestão de carteiras
A evolução da cobrança de valores (-22,8%) decorre, no essencial, da redução do crédito concedido sob a forma de desconto; as comissões sobre empréstimos e similares reduziram-se 9,6% em linha não só com a retração da atividade creditícia como também do fraco dinamismo da procura por operações de corporate e project finance; o comportamento dos créditos documentários (-14,0%) reflete um abrandamento na originação de novas operações de trade finance com os países emergentes; os proveitos com as garantias prestadas reduziram-se 10,3% devido, sobretudo, à retração das operações no segmento corporate e, em menor grau, na redução das operações de papel comercial; e a gestão de ativos (-4,4%) encontra-se influenciada pela quebra nos capitais sob gestão (-3,1%) (no “ponto 4. Atividade” apresenta-se mais detalhe sobre estas evoluções).
O BES foi considerado o banco líder na satisfação dos clientes em 2013 de acordo com a ECSI (European Customer Satisfaction Index), com destaque para a qualidade global dos produtos e serviços, o atendimento, a preocupação e capacidade de aconselhamento, a iniciativa de contacto por parte do Banco, a rapidez na resposta a pedidos, a qualidade das agências e dos canais não presenciais, a inovação, a comunicação e a relação qualidade/preço.
De referir ainda que no início do mês de maio o BES foi nomeado, pelo 8º ano consecutivo, o melhor banco na prestação de serviços de subcustódia, pela revista internacional Global Finance. Esta distinção teve por base os seguintes principais critérios de seleção: relacionamento com clientes, qualidade do serviço prestado, preçários competitivos, tratamento de situações de exceção, plataformas tecnológicas utilizadas, apoio post-settlement, planos de continuidade de negócio e conhecimento da regulamentação e das práticas locais.
3.3 Resultados de Operações Financeiras e Diversos
Os resultados de operações financeiras e diversos são negativos em 356,0M€, que compara com 168,9M€ registados no semestre homólogo do ano anterior.
RESULTADOS DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS E DIVERSOS
milhões de euros
Tipo de Resultados 1ºsem,14 1ºsem,13 Variação
absoluta
Taxa de Juro, Crédito e Cambial | 150,7 | 47,5 | 103,2 |
Taxa de Juro | 366,0 | 120,9 | 245,1 |
Crédito | -228,1 | -42,8 | -185,3 |
Cambial e Outros | 12,8 | -30,6 | 43,4 |
Ações | 27,9 | 39,5 | -11,6 |
Negociação | 11,6 | -13,3 | 24,9 |
Dividendos | 16,3 | 52,8 | -36,5 |
Outros Resultados | -534,6 | 81,9 | -616,5 |
TOTAL | -356,0 | 168,9 | -524,9 |
O Grupo BES atingiu resultados de mercado negativos, explicados em parte pela área de crédito. No primeiro semestre assistiu-se à queda significativa das yields dos títulos de dívida portuguesa, tendo o Grupo beneficiado deste movimento através da tomada de mais-valias, que justifica os resultados positivos de taxa de juro.
Os Outros Resultados incorporam o agravamento do risco de crédito em IRS (CVA) relativos a
project finance (75,4M€) e o impacto do ajustamento ao passivo e da consolidação de SPE que
detinham emissões do Grupo BES, traduziu-se num resultado negativo de 491,0M€ conforme referido no ponto “1.5 Emissão de instrumentos financeiros e consolidação de SPE”.
3.4 Custos Operativos
Os custos operativos totalizaram 594,8M€, valor superior em 31,9M€ (+5,7%) ao registo do semestre homólogo de 2013, com um aumento de 2,3% na área doméstica e de 12,4% na área internacional.
CUSTOS OPERATIVOS
Natureza
1ºsem,14 1ºsem,13
milhões de euros
Variação
absoluta relativa
Custos com Pessoal | 310,1 | 289,5 | 20,6 | 7,1% |
Gastos Gerais Administrativos | 227,9 | 220,9 | 7,0 | 3,2% |
Amortizações | 56,8 | 52,6 | 4,3 | 8,2% |
TOTAL | 594,8 | 563,0 | 31,9 | 5,7% |
[Custos Operativos excluindo reformas antecipadas 566,2 | 561,8 | 4,3 | 0,8% | |
Atividade Doméstica | 383,8 | 375,3 | 8,6 | 2,3% |
[Excluindo reformas antecipadas ] | 367,2 | 375,3 | -8,0 | -2,1% |
Atividade Internacional | 211,0 | 187,7 | 23,3 | 12,4% |
[Excluindo alterações no perímetro de consolidação] | 198,9 | 186,5 | 12,4 | 6,6% |
e alterações no perímetro de consolidação]
Não considerando os custos com as reformas antecipadas de 139 colaboradores realizadas neste semestre que representam um custo de 16,6M€ e o efeito das alterações no perímetro de consolidação, os custos operativos consolidados apresentariam um crescimento de 0,8% e a área doméstica teria um decréscimo de 8,0M€ (-2,1%). O acréscimo dos custos da área internacional, em base comparável, foi de 6,6% decorrente, sobretudo, da expansão geográfica que tem vindo a ser realizada no mercado angolano (abertura de 26 novos balcões face a junho de 2013).
CUSTOS COM PESSOAL
Natureza
1ºsem,14
1ºsem,13
milhões de euros
Variação
absoluta relativa
Remunerações | 234,6 | 231,3 | 3,3 | 1,4% |
Pensões, Xxx.Xxxxxx e Outros Encargos Sociais | 75,5 | 58,2 | 17,3 | 29,7% |
TOTAL | 310,1 | 289,5 | 20,6 | 7,1% |
[Custos Operativos excluindo reformas antecipadas e alterações no perímetro de consolidação] | 285,5 | 288,9 | -3,4 | -1,2% |
Atividade Doméstica | 199,7 | 185,5 | 14,1 | 7,6% |
[Excluindo reformas antecipadas ] | 183,1 | 185,5 | -2,4 | -1,3% |
Atividade Internacional | 110,4 | 104,0 | 6,4 | 6,2% |
[Excluindo alterações no perímetro de consolidação] | 102,4 | 103,4 | -1,0 | -1,0% |
No que respeita aos custos com pessoal a área doméstica alcançou uma redução de 1,3%, em base comparável, decorrente da redução de 181 colaboradores. Na área internacional ocorreu um aumento de 27 colaboradores, sendo no entanto de destacar as seguintes situações: (i) mais 176 colaboradores decorrente da consolidação do BES Vénétie; (ii) menos 430 colaboradores resultante da desconsolidação integral do Aman Bank; e (iii) aumento de 260 colaboradores no BES Angola.
Os gastos gerais administrativos, que registaram um aumento de 3,2%, apresentam uma redução na atividade doméstica (-3,1%) e um acréscimo na área internacional (+17,1%).
As amortizações domésticas apresentam uma redução (-2,5%) tendo a área internacional atingido 20,8M€ (+33,8%). O desenvolvimento do negócio internacional tem exigido a realização de investimentos adicionais em ativos tangíveis e intangíveis, enquanto a nível doméstico, a redução do número de balcões (21 unidades) e a racionalização de estruturas e processos tem conduzido a uma redução dos investimentos e das respetivas amortizações.
3.5 Provisões
O Grupo reconheceu um custo com imparidades no montante de 4253,5M€. O quadro seguinte detalha os reforços realizados e destaca os principais fatores de natureza não recorrente anteriormente explicitados.
REFORÇO DE PROVISÕES
Tipo de ativos e finalidades
milhões de euros
1ºsem,14 1ºsem,13
Crédito a Clientes | 2130,7 | 553,1 |
Exposição Directa GES | 1164,2 | 0,0 |
Reforço do BESA | -65,7 | 37,2 |
Outros Reforços | 1032,3 | 515,9 |
Títulos | 185,8 | 52,8 |
Portugal Telecom | 106,1 | 0,0 |
Outros | 79,7 | 52,8 |
Outros Ativos e Contingências | 1937,1 | 141,4 |
Aplicações em Insituições de Crédito | 297,2 | 0,0 |
Exposição Directa GES | 294,6 | 0,0 |
Outros Reforços | 2,6 | 0,0 |
Imóveis por Recuperação de Créditos | 94,2 | 79,4 |
Diversos e Contingências | 1545,6 | 62,0 |
Dívida GES subscrita por clientes | 588,6 | 0,0 |
Obrigações emitidas e SPE | 757,8 | 0,0 |
Ativos não correntes de sociedades detidas para venda | 81,0 | 43,1 |
Reforços do BESA | 69,4 | 0,0 |
Outros Reforços | 48,8 | 18,9 |
TOTAL | 4 253,5 | 747,3 |
O saldo das provisões para crédito no balanço no final de junho de 2014 era de 5394,3M€ (+72,1%), o que fez elevar o rácio “Provisões para Crédito/Crédito a Clientes” para 10,5% (dez,13: 6,8%).
PROVISÕES PARA CRÉDITO
Variação
milhões de euros
Variação no 2º
Jun,14 Mar,14 Jun,13
homóloga trimestre,14
absoluta | relativa | absoluta | relativa | ||
Crédito a Clientes (bruto) | 51 281 51 001 51 111 | 170,2 | 0,3% | 280 | 0,5% |
Reforço de Provisões (acumulado à data) | 2130,6 276,3 553,1 | 1577,5 | ... | 1 854 | …. |
Saldo de Provisões em balanço | 5 394,3 3 650,4 3 134,2 | 2260,1 | 72,1% | 1 744 | 47,8% |
Carga de Provisionamento (anualizada) | 8,31% 2,17% 2,16% | 6,15 | pp | 8,33 pp | |
Provisões para Crédito / Crédito a Clientes | 10,5% 7,2% 6,1% | 4,4 | pp | 10,59 pp |
A carga de provisionamento anualizada do semestre, afetada pelos reforços excecionais, atingiu 8,31%. Nos gráficos seguintes apresenta-se a evolução da carga de provisionamento trimestral e acumulada reportada e em base recorrente:
Evolução da carga de provisionamento acumulada
8,31%
2,16%
2,08%
2,17%
2,02%
1,46%
2,16%
2,27%
2,08%
2,02% 2,17%
1,46%
1ºT,13 2ºT,13 3ºT,13 4ºT,13 1ºT,14 2ºT,14
Grupo BES (s/ reforços extraordinários)
Grupo BES
Evolução da carga de provisionamento trimestral 14,46% 2,86% 2,17% 1,46% 1,81% 1,81% 2,86% 2,39% 1,46% 1,81% 1,81% 2,17% | |
1ºT,13 2ºT,13 3ºT,13 4ºT,13 1ºT,14 2ºT,14 Grupo BES (s/ reforços extraordinários) Grupo BES |
Como se evidencia, a carga anualizada de provisões para crédito sem reforços extraordinários do 2º trimestre foi de 2,90%, que compara com os 2,17% do trimestre anterior e com 1,81% do 4º trimestre de 2013; no semestre a carga anualizada é de 2,53% não considerando os reforços extraordinários.
4. ATIVIDADE
4.1 Evolução Geral
O Grupo BES continuou a desenvolver a sua atividade em torno do reforço do equilíbrio e da solidez financeira do balanço, desenvolvendo várias iniciativas de entre as quais se destacam: (i) prossecução do plano de deleverage; (ii) reforço do financiamento em torno de recursos estáveis (depósitos e produtos seguros vida) com redução do peso da dívida titulada.
Xxxxx(1)Crédito/Depósitos
192%
165%
141% 137%
125% 121% 129% 126%
Dez,09 Dez,10 Dez,11 Dez,12 Jun,13 Dez,13 Mar,14 Jun,14
(1) Calculado nos termos definidos para efeitos da elaboração do Funding & Capital Plan (F&CP)
O rácio crédito/depósitos, no final do 1º semestre de 2014, situava-se em 126% que compara com 129% de março de 2014. Esta evolução decorre da conjugação de um conjunto de fatores com impacto no rácio: (i) a desconsolidação do Aman Bank, que passou a ser apropriado por equivalência patrimonial e promoveu um aumento de 2,4pp no rácio; e (ii) a redução do crédito líquido devido ao reforço de provisões.
Os recursos totais de clientes alcançaram 57,7mM€ em 30 de junho de 2014, representativos de um aumento de 511M€ (+0,9%) no trimestre. Destaque para o crescimento nos produtos de seguros vida que têm observado uma progressão expressiva (+41,5% face ao período homólogo do ano anterior).
ATIVOS, CRÉDITO E RECURSOS DE CLIENTES
30-Jun-14
31-Mar-14
30-Jun-13
Variação homóloga
milhões de euros
Variação no 2º trimestre,14
Ativos Totais (0) | 00 000 | 00 000 | 00 388 | -2 970 | -3,1% | -2 732 | -2,8% |
Ativo | 80 216 | 82 817 | 82 646 | -2 430 | -2,9% | -2 601 | -3,1% |
Crédito a Clientes (bruto) | 51 281 | 51 001 | 51 111 | 170 | 0,3% | 280 | 0,5% |
Crédito a Particulares | 12 881 | 12 979 | 13 477 | - 595 | -4,4% | - 98 | -0,8% |
Habitação | 10 651 | 10 728 | 10 974 | - 323 | -2,9% | - 77 | -0,7% |
Outro Crédito a Particulares | 2 230 | 2 251 | 2 503 | - 273 | 10,9% | - 21 | -0,9% |
Crédito a Empresas | 38 400 | 38 022 | 37 634 | 766 | 2,0% | 378 | 1,0% |
Recursos Totais de Clientes | 57 715 | 57 204 | 58 580 | - 865 | -1,5% | 511 | 0,9% |
Recursos de Clientes de Balanço | 46 891 | 46 297 | 47 410 | - 519 | -1,1% | 594 | 1,3% |
Depósitos | 35 932 | 36 242 | 37 912 | -1 979 | -5,2% | - 310 | -0,9% |
Outros Recursos de Clientes | 753 | - | - | 753 | - | 753 | - |
Obrigações e Outros Títulos colocados em Clientes(2) | 3 175 | 3 520 | 4 529 | -1 354 | 29,9% | - 345 | -9,8% |
Produtos de Seguros Vida | 7 031 | 6 535 | 4 969 | 2 061 | 41,5% | 496 | 7,6% |
Recursos de Desintermediação | 10 824 | 10 907 | 11 170 | - 346 | -3,1% | - 83 | -0,8% |
Xxxxx Xxxxxxx/Depósitos(3) | 126% | 129% | 125% | 2 p.p | . -3 p.p. |
absoluta relativa absoluta relativa
-
-
(1) Ativo + Asset Management + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado não consolidado
(2) Inclui recursos associados às operações de titularização consolidadas e papel comercial
O crédito a clientes bruto teve um aumento de 280M€ no trimestre, localizado no crédito a empresas (+378M€). Em relação ao período homólogo, o crédito a particulares registou uma quebra, tanto no crédito à habitação (-2,9%) como no crédito ao consumo (-10,9%). O crédito concedido às empresas registou um crescimento homólogo de 2,0% decorrente da consolidação do BES Vénétie.
A estrutura do financiamento do ativo continua a evoluir no sentido de uma maior representatividade dos depósitos como fonte de recurso de suporte à atividade.
ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO
(valores em mil milhões de euros)
20, 6
12 , 5
7,0
00 , 0
00, 0
00 , 0
00 , 0
82 ,3 80,2
Depósitos (31%)
Depósitos (45%)
Dívida Titulada (43%)
Outros Passivos (17%)(1)
Capital Próprio
6,9
Dez, 09
4,2
Jun,14
Produtos Seguros Vida (9%)
Dívida Titulada (16%)
Outros Passivos (26%)(1)
Capital Próprio
(1) Inclui financiamento do BCE
Em 30 de junho de 2014 os depósitos representavam 45% do ativo (54% se considerarmos também os recursos de clientes sob a forma de produtos de seguros vida) e a dívida titulada representa apenas 16%, contrastando significativamente com a posição evidenciada no final do exercício de 2009 (data imediatamente antes da agudização da crise da Zona Euro ocorrida no início de 2010) em que a dívida titulada representava 43% do financiamento do ativo naquela data.
Atividade Internacional e Doméstica
A área internacional continua a evoluir no sentido de reforçar o seu posicionamento na atividade global do Grupo, não obstante a juventude de algumas das unidades operacionais e as dificuldades que certas economias emergentes vêm experimentando. Assim, o ativo das unidades internacionais teve um aumento de 7,3%, a carteira de crédito cresceu 15,4% e os recursos totais de clientes registaram um acréscimo de 3,8%.
ATIVIDADE DAS UNIDADES OPERACIONAIS DOMÉSTICAS E NO EXTERIOR
Variáveis
milhões de euro
Atividade Doméstica Atividade Internacional
30-Jun-14 30-Jun-13 Variação 30-Jun-14 30-Jun-13 Variação
Ativos Totais (1) | 62 283 | 67 351 | -7,5% | 31 136 | 29 037 | 7,2% | |
Ativo | 52 145 | 56 496 | -7,7% | 28 071 | 26 150 | 7,3% | |
Crédito a Clientes (bruto) | 36 585 | 38 378 | -4,7% | 14 696 | 12 734 | 15,4% | |
Recursos Totais de Clientes | 42 473 | 43 902 | -3,3% | 15 243 | 14 679 | 3,8% | |
Xxxxx Xxxxxxx/Depósitos (2) | 123% | 125% | -2 p. p. | 133% | 126% | 7 p. p |
(1) Ativo Líquido + Atividade Asset Management + Outra Desintermediação Passiva + Crédito Securitizado não consolidado
(2) Xxxxx calculado de acordo com a definição para efeitos do objetivo fixado pelo Banco de Portugal para este indicador no Funding & Capital Plan
4.2 Principais Áreas de Negócio (Segmentos Operacionais) Caracterização Geral do Grupo
O Grupo BES desenvolve a sua atividade suportada em propostas de valor direcionadas para a satisfação das necessidades dos clientes particulares, empresas e institucionais, com o centro de decisão e principal mercado em Portugal.
As ligações históricas com África e com a América do Sul, a internacionalização das empresas nacionais, a crescente interdependência das economias na Península Ibérica e as importantes comunidades de cidadãos portugueses estabelecidas em vários continentes, têm constituído a base para a expansão da estrutura internacional do Grupo.
No acompanhamento do desempenho por áreas de negócio são considerados os seguintes Segmentos Operacionais:
• Banca Comercial Nacional (inclui os subsegmentos de Retalho, Empresas e Institucionais e
Private Banking)
• Banca Comercial Internacional
• Banca de Investimento
• Gestão de Ativos
• Atividade de Seguros Vida
• Mercados e Participações Estratégicas
• Centro Corporativo
Cada segmento engloba as estruturas diretamente dedicadas do BES, bem como as unidades do Grupo com o qual a atividade mais se identifica. A monitorização individual e isolada de cada
unidade operacional (encarada numa ótica de centro de investimento) é complementada, a nível da Comissão Executiva do BES, pela definição de estratégias e planos comerciais próprios para cada Segmento Operacional.
Complementarmente é utilizada uma segunda segmentação da atividade e dos resultados baseada em critérios geográficos, individualizando a performance das unidades que operam em Portugal (área doméstica) e das localizadas no exterior (área internacional).
4.2.1 Retalho
Este segmento engloba a atividade com clientes particulares, com destaque para a captação de depósitos, a venda de produtos de poupança, a gestão de contas e de meios de pagamento, a subscrição de produtos de seguros para particulares, os serviços de colocação de fundos de investimento, de compra e venda de títulos e de custódia, a concessão de crédito à habitação e ao consumo e o financiamento dos pequenos negócios.
BANCA DE RETALHO
milhões de euros
Variáveis
Jun,14
Jun,13
Variação
BALANÇO
Crédito a Clientes (bruto) | 14 324 | 15 149 | -5,4% |
Recursos de Clientes | 13 016 | 13 304 | -2,2% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário Comercial | 318,1 | 309,4 | 2,8% |
Res. Operações Financeiras e Diversos | 13,1 | 15,6 | -16,1% |
Produto Bancário | 331,2 | 325,0 | 1,9% |
Custos Operativos | 186,2 | 192,2 | -3,1% |
Provisões | 29,1 | 32,0 | -9,0% |
Resultado antes de Impostos | 115,9 | 100,8 | 14,9% |
Cost to Income | 56,2% | 59,1% | -2,9 pp |
Este segmento de atividade está assente numa rede de balcões que atingiu no final do 1º Semestre de 2014 um total de 631 unidades em Portugal (uma redução de 11 agências desde o início do ano). O processo de otimização desta área de negócio permitiu registar uma redução homóloga de 3,1% dos custos operativos. A rede inclui 42 postos avançados e agências resultantes de parcerias com agentes de seguros ao abrigo do programa Assurfinance.
Os recursos de clientes de retalho registaram um crescimento de 4,3% face ao período homólogo (balanço: -2,2%; fora de Balanço: +14,9%). Para o crescimento dos recursos neste período contribuiu também a captação de novos clientes, tendo sido captados 40,9 mil clientes novos. Os resultados positivos na aquisição de novos clientes resultam da articulação entre a rede de
balcões e os principais canais de captação de clientes (em particular os programas Cross- Segment, Assurfinance e de Promotores Externos) que mantiveram um contributo central para o desempenho comercial do Retalho.
O Retalho tem procurado assegurar em permanência uma gestão otimizada da margem dos recursos, como forma de preservar a evolução do produto bancário. A margem financeira deste segmento registou uma melhoria de 45pb face ao período homólogo, situando-se em 3,21% no 1º semestre de 2014. Em consequência, o produto bancário deste segmento registou um crescimento homólogo de 1,9% (+3,6% numa base comparável), situando-se em 331,2M€. A evolução do produto bancário, aliada à redução dos custos e dos níveis de imparidade permitiu melhorar o resultado antes de impostos da área para 115,9M€.
A atividade do Retalho foi ainda caracterizada pela manutenção de políticas seletivas de concessão de crédito, especialmente no que diz respeito a clientes do segmento de Negócios (pequenas empresas e empresários). A evolução da carteira de crédito a clientes (-5,4% face ao período homólogo) manteve-se influenciada sobretudo pela amortização regular dos contratos de crédito à habitação.
O desempenho do segmento de Retalho mantém-se também caracterizado por importantes níveis de cross-selling. A dinâmica comercial tem-se baseado num conjunto alargado de produtos, serviços e ferramentas inovadoras. A título de exemplo importa destacar o crescimento da produção em soluções para o quotidiano (aumento de 1,7% na produção de novas Contas Serviço face ao período homólogo) e o aumento da dinâmica em diversas famílias de seguros, como por exemplo os seguros automóvel (aumento de 40,0% na produção face ao período homólogo) e os seguros vida risco (aumento de 30,2% na produção face ao período homólogo).
Os Canais Diretos em Portugal continuam a afirmar-se como o canal privilegiado no relacionamento com os clientes, nomeadamente por: (i) disponibilização completa do lote de serviços, consultas e transações possíveis de serem realizadas remotamente de forma automática; (ii) disponibilização de um dispositivo de vendas com particular incidência nos produtos de poupança e seguros, sendo possível a compra imediata na internet, a compra com apoio remoto de um operador telefónico ou o agendamento de uma reunião com o balcão ou gestor de conta respetivo; (iii) integração das plataformas de CRM (balcão, BESnet e BESdirecto), geridas centralmente e de forma unificada, com ofertas personalizadas para cada cliente no momento da sua interação com o canal remoto, revelando taxas de sucesso muito interessantes; e (iv) disponibilização de novas soluções adequadas à mobilidade dos clientes, permitindo o
acesso seguro, cómodo e permanente ao Banco, em qualquer circunstância. O número de clientes que utilizam frequentemente o BESnet – internet banking de particulares – atingiu os 392 mil, um crescimento de 7,2% face ao período homólogo, com 45,7 % de penetração de Internet Banking, de acordo com os dados BASEF (quadrimestre de Junho 2014). O número de acessos foi de 22,3 milhões, o que representa um crescimento homólogo de 13,3%. O BESmobile continua a evoluir de forma muito significativa, alcançando 82 mil clientes frequentes no final do primeiro semestre, o que representa um crescimento de 51,9% face ao período homólogo. A nova App BES-one- click, que permite efetuar carregamentos de telemóvel de forma instantânea, tem tido uma grande aceitação por parte dos clientes, sendo já responsável por cerca de 40% dos carregamentos mobile. Privilegiando os novos dispositivos, o BEStablet, disponível para clientes particulares e empresas, e totalmente concebido para a utilização no Apple iPad e em tablets Android apresenta soluções inovadoras e profundamente diferenciadas da restante oferta disponível no mercado nacional e mesmo no internacional. De destacar a excelente receção que o BEStablet tem tido junto dos clientes, ultrapassando já os 14 mil clientes.
O Banco Best, líder em inovação na oferta de produtos e serviços financeiros em Portugal, lançou na data do seu 13º aniversário a 26 de junho, o seu novo site, numa evolução que reflete os hábitos mais modernos de navegação na Web e as mais recentes tendências tecnológicas. Mais intuitivo, de navegação mais simples e com funcionalidades acrescidas, o novo site obedece também aos princípios do responsive design, conceito que adapta automaticamente o layout ao dispositivo do utilizador, seja um PC, um tablet ou um smartphone. Recorde-se que desde o início do ano o banco já adicionou três novas gestoras ao seu leque de oferta, Xxxxxxxxx Berman, MFS e Xxxxxxxx, mantendo a liderança em fundos de investimento estrangeiros, com 37,4% de quota de mercado, bem como na negociação de derivados online, com 28% de quota, de acordo com os dados de maio de 2014 divulgados pela CMVM. No primeiro semestre do ano, os ativos de clientes sob custódia aumentaram 300M€, elevando-se a 2,6mM€ no termo deste período. O volume de crédito a clientes manteve-se ao nível do registo do final do exercício de 2013, enquanto os depósitos de clientes cresceram 18%; o resultado apurado no semestre foi de 6,4M€, um crescimento de 7% face ao período homólogo do ano anterior.
A atividade do Banco Espírito Santo dos Açores no semestre ficou marcada pelo reforço de provisionamento para crédito que atingiu os 5,4M€. Deu-se continuidade à estratégia de aumento da quota de mercado e de captação de novos clientes, através de assinatura de protocolos com empresas, associações e outras instituições regionais e reforçou-se a aproximação, iniciada em 2013, ao setor agrícola, um dos mais importantes setores de atividade nos Açores. O banco continuou a desenvolver ações de índole comercial e social com o objetivo de, cada vez mais, se
assumir como um banco vocacionado para o serviço ao cliente e à sociedade e constituindo-se como único banco a operar nos Açores com sede na Região. No que se refere à atividade, e comparativamente a junho de 2013, os depósitos de clientes registaram uma redução de 3%, enquanto o crédito concedido a clientes aumentou 3%. O semestre encerrou com um ativo de 453M€ enquanto o resultado líquido foi negativo em 2,3M€.
4.2.2 Empresas e Institucionais
Esta área integra a atividade das empresas de média e grande dimensão, por um lado, e os clientes institucionais e municípios, por outro. O Grupo BES detém uma importante presença neste segmento, fruto do seu apoio ao desenvolvimento do tecido empresarial nacional, focalizado nas empresas de bom risco, com cariz inovador e com vocação exportadora.
BANCA DE EMPRESAS E INSTITUCIONAIS
milhões de euros
Variáveis
Jun,14
Jun,13
Variação
BALANÇO
Crédito a Clientes (bruto) | 20 573 | 21 727 | -5,3% |
Recursos de Clientes | 8 607 | 10 786 | -20,2% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário Comercial | 288,1 | 308,8 | -6,7% |
Res. Operações Financeiras e Diversos | 2,4 | 7,1 | -66,2% |
Produto Bancário | 290,5 | 315,9 | -8,0% |
Custos Operativos | 28,6 | 29,7 | -3,7% |
Provisões | 275,1 | 459,6 | -40,1% |
Resultado antes de Impostos | -13,1 | -173,4 | 92,4% |
Cost to Income | 9,8% | 9,4% | 0,4 pp |
Acompanhando o comportamento das empresas portuguesas no que se refere aos mercados internacionais, o Grupo BES tem continuado a reforçar o seu enfoque na disponibilização de um serviço e de uma oferta internacional forte. Este compromisso de apoio à internacionalização é assegurado através da Unidade Internacional Premium que se encontra organizada em Desks Geográficos de forma a facultar um melhor conhecimento das especificidades dos principais países de interesse das empresas. Este modelo permite respostas eficazes às necessidades dos nossos clientes, já que cada Desk é composto por gestores comerciais especialistas em negócio internacional que estabelecem a ligação às unidades internacionais do Grupo BES, presentes em
25 países, na vertente corporate e por gestores de relação com instituições financeiras de mercados emergentes nos países sem presença BES.
Assim sendo, o suporte oferecido está centrado em três eixos principais:
1. Apoio direto pela equipa de gestores de negócio internacional. No primeiro semestre de 2014 os gestores de negócio internacional já disponibilizaram os seus serviços a 252 empresas, que se apresentavam nas mais diversas fases do processo de internacionalização.
2. Ajuda na abertura de novos mercados:
a. Serviços inovadores online de suporte às fases de prospeção de mercados, como sejam o ISKO, um documento com informações detalhadas de cada país, e o BES Fine Trade, uma aplicação que identifica no mundo os mercados de maior potencial de exportação de um bem transacionável
b. Abertura de novos mercados, através de missões comerciais com as equipas do BES a países em crescimento e com potencial de incremento das relações económicas com Portugal. Em 2014 realizaram-se Missões Empresariais ao Azerbaijão e à Polónia, nas quais cerca de 40 empresas foram explorar estes novos mercados através da realização de inúmeras reuniões com potenciais clientes.
3. Disponibilização de uma oferta global de que é exemplo a dinamização de um Núcleo de Multilaterais, com o principal objetivo de conseguir apoio para os projetos das empresas portuguesas no exterior, através da obtenção de cobertura de risco político e de funding de longo prazo e ainda pelo estabelecimento de Programas de Trade Finance, que permitam às empresas portuguesas exportar com segurança para mercados de maior risco.
Ao nível do mercado ibérico, a forte articulação entre a rede comercial doméstica e a rede do Grupo em território espanhol tem permitido assegurar uma crescente ação comercial de captação e desenvolvimento de negócio: no primeiro semestre de 2014 foram captados 101 novos clientes representando um movimento financeiro de 131M€.
Relativamente ao apoio à Inovação e ao Empreendedorismo, mantém-se a prioridade de atuação a dois níveis: novas participadas em Portugal e apoio a Clientes Inovadores do BES.
No que concerne a atividade de investimento de fundos de capital de Risco de Venture Capital, através da Espírito Santo Ventures, tem-se prosseguido a crescente aposta nas Start-ups nacionais, tendo sido angariada neste semestre mais uma nova participada – a Tradiio, totalizando já mais de 30 o número de empresas investidas pelos fundos, de Norte a Sul do país. Destaca-se também algumas operações de reforço de capital em Start-ups nacionais que têm ocorrido desde o início do ano, reforços esses que traduzem o bom desenvolvimento das empresas no cumprimento dos seus business plans.
Neste primeiro semestre de 2014, foi constituído um fundo de investimento em Start-ups no Brasil (FIP) sendo fruto de uma parceria entre a MicroSoft Ventures, a BESAF (BESI Brasil) e a ES Ventures. Este fundo encontra-se atualmente numa segunda fase de fecho e deverá ser reforçado para valores em torno de 50 milhões de reais.
Já relativamente à atividade de apoio aos clientes inovadores, mantém-se no terreno uma equipa de especialistas de inovação que, em conjunto com os gestores a nível de PME’s e dos pequenos negócios, têm aportado um acompanhamento especializado às necessidades próprias das empresas inovadoras, além de uma cada vez maior presença no ecossistema português de empreendedorismo e inovação.
Falando do ecossistema, é de realçar por fim a realização desde maio de 2014 da 3ª edição do Programa Avançado de Gestão para Empreendedores, desta feita organizado em parceria entre o BES e a EDP, juntamente com a Universidade Católica.
As iniciativas de apoio às exportações e ao empreendedorismo, que foram levadas a cabo durante o primeiro semestre de 2014, resultaram numa dinâmica muito positiva junto das empresas de bens transacionáveis, de cariz exportador e inovador, com bom nível de risco (PME Winners). Para além de se terem captado, até junho de 2014, 97 novos clientes Winners, o crédito concedido pelo Grupo BES a este importante segmento de empresas, registou um crescimento homólogo de 16%, considerando a estrutura de clientes atual.
Em relação às Linhas de Crédito Protocoladas PME Investe, PME Crescimento e Investe QREN, o BES tem dinamizado junto do tecido empresarial estes importantes instrumentos de apoio às PME nacionais. Na globalidade das linhas já foram aprovados cerca de 3300M€ de crédito. Na Linha PME Crescimento 2014 o BES apresenta uma quota de mercado de 16%, com cerca de 73M€ de crédito aprovado. Destaque para a liderança na Linha Micro e Pequenas Empresa com uma quota de 19,4%, correspondente a 24M€ de crédito aprovado.
As Linhas protocoladas com o Banco Europeu de Investimento (BEI) e Fundo Europeu de Investimento (FEI) têm proporcionado a concessão de crédito às PME nacionais em condições bastante favoráveis, contribuindo para a concretização de importantes projetos de investimento e sustentação de necessidades de fundo de maneio. No primeiro semestre de 2014 foram aprovados mais de 380M€ ao abrigo destes novos instrumentos.
Face ao atual contexto de mercado, o apoio à tesouraria das empresas continua a constituir um dos principais focos de atuação. Neste campo importa realçar a continuação da forte presença do Grupo BES nas soluções de factoring, onde assume a liderança com uma quota de mercado de 22,8% representativa de 1143M€ de crédito sob gestão.
Através do BES Express Bill, o Banco continua na vanguarda da inovação financeira para o tecido empresarial, promovendo ativamente a dinamização da atividade económica, a adoção de boas práticas na gestão financeira e contribuindo para a melhoria da saúde financeira das empresas.
Os cerca de 19 mil clientes aderentes a este serviço inovador têm, no seu conjunto, aprovados cerca de 2600M€ em limites de crédito, o que permite garantir e antecipar mais de 13mM€ de pagamentos por ano. Assim, esta solução que liga em rede todas as empresas - micro, pequenas, médias e grandes empresas - ganha cada vez mais preponderância entre as soluções de tesouraria, garantindo pagamentos e antecipando recebimentos. É assim um instrumento que tem contribuído para gerar confiança e potenciar as transações comerciais entre empresas.
O Banco Espírito Santo e a Edenred Portugal, líder mundial no mercado de serviços pré-pagos, uniram esforços para estimular o desenvolvimento do setor que se dedica à entrega de benefícios sociais pelas empresas aos trabalhadores. Neste sentido, em 2013 criaram uma joint venture 50/50, abrindo assim novas oportunidades de expansão a um mercado constituído por um universo de cerca de três milhões de potenciais beneficiários. Esta joint venture permitiu à Xxxxxxx consolidar o seu estatuto de líder de mercado na solução de cartão refeição.
Na área dos Canais Diretos, de referir que o número de clientes frequentes no BESnetwork – Internet Banking para empresas –, atingiu os 65,3 mil, o que representa um crescimento de 7,0% face ao período homólogo. O número de acessos atingiu os 12,0 milhões de logins.
4.2.3 Private Banking
Esta área de negócio abrange a atividade com clientes private integrando todos os produtos do ativo e de captação de recursos a eles associados, nomeadamente, os depósitos, a gestão discricionária, os serviços de custódia, de compra e venda de títulos e os produtos de seguros.
PRIVATE BANKING
milhões de euros
Variáveis Jun,14
Jun,13
Variação
BALANÇO
Crédito a Clientes (bruto) | 795 | 935 | -14,9% |
Recursos de Clientes | 1 605 | 1 647 | -2,5% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário Comercial | 63,9 | 65,7 | -2,7% |
Res. Operações Financeiras e Diversos | 4,7 | 4,3 | 10,8% |
Produto Bancário | 68,7 | 70,0 | -1,9% |
Custos Operativos | 8,4 | 8,4 | -0,1% |
Provisões | 4,0 | 2,9 | 36,6% |
Resultado antes de Impostos | 56,2 | 58,6 | -4,1% |
Cost to Income | 12,3% | 12,1% | 0,2 pp |
Os recursos totais de clientes nesta importante área de negócio registaram um crescimento de 1,9% face ao período homólogo (balanço: -2,5%; fora de Balanço: +1,9%). O crescimento de recursos foi moderado por uma tendência crescente de utilização dos mesmos para amortização de operações de crédito.
A carteira de crédito a clientes registou uma quebra de 14,9% face ao período homólogo. Em consequência, a margem financeira global do segmento de Private Banking registou uma redução de 82pb face ao 1º semestre de 2013, resultando numa quebra de 1,9% do produto bancário para 68,7M€ e de 4,1% no resultado antes de impostos para 56,2M€.
4.2.4 Banca Comercial Internacional
Este segmento integra as unidades de negócio localizadas no exterior, cuja atividade bancária é dirigida tanto a empresas como particulares, excluindo o negócio de banca de investimento e de gestão de ativos. A captação de recursos de clientes aumentou 2,7%, refletindo a dinâmica evidenciada em Espanha e a entrada no perímetro de consolidação do BES Vénétie; o crédito a clientes apresenta um crescimento de 15,1%, em estreita ligação com a expansão da atividade da nossa filial em Angola e do contributo do BES Vénétie. A performance do produto bancário (-54,1%) muito influenciada pela atividade em Angola, o crescimento dos custos operativos (+23,4%) e o reforço das provisões (+102,3M€) fez com que o resultado antes de impostos se apresente negativo em 334,6M€, que compara com 41,1M€ no final do 1º semestre de 2013.
BANCA COMERCIAL INTERNACIONAL
milhões de euros
Variáveis Jun,14
Jun,13
Variação
BALANÇO
Crédito a Clientes (bruto) | 13 973 | 12 144 | 15,1% |
Recursos de Clientes | 11 242 | 10 942 | 2,7% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário Comercial | 82,5 | 261,7 | -68,5% |
Res. Operações Financeiras e Diversos | 31,9 | -12,6 | …. |
Produto Bancário | 114,5 | 249,2 | -54,1% |
Custos Operativos | 154,4 | 125,1 | 23,4% |
Provisões | 294,7 | 82,9 | …. |
Resultado antes de Impostos | -334,6 | 41,1 | …. |
Cost to Income | 134,9% | 50,2% | 84,7 pp |
Durante o primeiro semestre de 2014, a atividade da Sucursal do BES em Espanha manteve a evolução positiva dos trimestres anteriores sendo de destacar os seguintes aspetos: (i)
continuação da execução do programa de expansão da rede comercial, sendo de realçar que nos últimos 12 meses a rede de distribuição registou um incremento de 5 unidades; (ii) crescimento de 14,2% dos depósitos de clientes com redução de 5,6% do volume de crédito, em resultado da prossecução da política de reforço de auto suficiência financeira da Sucursal; (iii) manutenção dos volumes de atividade fora de balanço em torno dos 1260M€, à semelhança da evolução dos trimestres anteriores; (iv) continuidade no apoio à atividade internacional das empresas, com um volume de negócio estabilizado em torno dos 880M€ e com 190 clientes internacionais ativos representativos de um crescimento anual de 12,2%; (v) crescimento do número de clientes (+23,3% em termos homólogos), com um incremento de mais de 5572 clientes suportado, sobretudo, na banca de particulares e private (+24,7%); (vi) prossecução de uma gestão prudente do risco de crédito, com forte reforço do provisionamento exigido pela situação económica, sua evolução e seus efeitos diretos e induzidos. De assinalar, nos últimos meses, a manutenção da trajetória descendente do custo do passivo o que tornou possível que o produto bancário, sem mercados, tenha registado um crescimento homólogo de 5,8%. A contenção de custos contribuiu também para o crescimento do resultado de exploração que se situou em 47,3M€, que compara com 28,3M€ registados no 1º semestre de 2013.
A Sucursal do BES em Londres (Reino Unido) centra o seu negócio na banca de wholesale ao nível do mercado europeu. Durante o primeiro semestre de 2014, o ativo diminuiu 6% para 4,9mM€, essencialmente por via da redução dos montantes outstanding no âmbito do programa de EMTN. A carteira de crédito apresentou níveis muito estáveis ao longo do período e os depósitos angariados junto de clientes aumentaram 2%. O produto bancário comercial gerado no semestre ascendeu a 11,4M€.
O Espírito Santo Bank (Miami, EUA) tinha em 30 de junho de 2014 ativos no valor de 751 milhões de dólares (-5% em relação ao final do exercício de 2013), com os depósitos de 646 milhões de dólares e crédito a clientes bruto de 542 milhões de dólares. Ao nível do crédito, o banco tem centrado a sua atuação por um lado sobre os não residentes, compradores de segundas residências no sul da Florida (que apresenta sinais positivos sobretudo no segmento de construção de luxo) que constituem um segmento de mercado atrativo e de elevada qualidade de risco e, por outro, no apoio às exportações para a América Latina, garantidas ou seguras pelo US Eximbank (Export-Import Bank of the United States) e por outras Export Credit Agencies de países desenvolvidos. As áreas de private banking e de gestão de fortunas têm ativos sob gestão no montante de cerca de 1,5 mil milhões de dólares. O semestre encerrou com um resultado líquido de 1 milhão de dólares.
A Sucursal do BES em Nova Iorque (EUA) concentra a sua atividade na banca de wholesale, maioritariamente nos EUA e Brasil. O primeiro semestre de 2014 ficou marcado pela manutenção de um contexto particularmente adverso, com enfoque na continuação do processo de deleverage (redução da base de crédito em 48% face ao período homólogo) e fortes condicionantes na colocação de certificados de depósito e emissão de papel comercial.
O Banco Espírito Santo Angola (Angola) continua a evidenciar um crescimento da atividade impulsionado pela implementação do novo plano estratégico (2013-2017). Os ativos totalizaram cerca de 8,3mM€, representando um acréscimo de 1,3% quando comparado com o final de 2013, essencialmente devido ao aumento de 3,6% na carteira de crédito que totaliza 6,1mM€, com especial destaque para a evolução da atividade de leasing, que alcançou um crescimento de 20% neste semestre. Os recursos de clientes alcançaram um crescimento de 12,3% em 2014, situando-se em 2,9mM€ proporcionado pela abertura mais de três dezenas de novas agências, novos centros de empresas e por uma nova dinâmica comercial e de marketing que permitiu a captação de 30 mil novos clientes, correspondente a um crescimento de 54% da base de clientes, desde o início da implementação do novo plano estratégico. O produto bancário no período foi de
-79,3M€ devido à anulação de juros incobráveis. Este facto conjugado com o reforço de provisões para crédito (146,0M€) e para contingências (69,4M€) determinaram um prejuízo de 355,7M€.
A atividade do BES Cabo Verde (Cabo Verde), com sede na cidade da Praia e um segundo balcão em Santa Maria (ilha do Sal), centra-se no mercado local de empresas, com particular incidência nas empresas do setor público e filiais de grupos portugueses com interesses económicos em Cabo Verde, e no mercado de affluent local. Durante o primeiro semestre de 2014, os recursos de clientes estabilizaram em torno dos 110M€, enquanto o ativo se situou em 143M€.
O Banco Espírito Santo do Oriente (Macau /República Popular da China) prosseguiu, ao longo do primeiro semestre do ano, a adequação gradual das suas estruturas ao plano estratégico definido para o período de 2014-2018. As alterações que têm vindo a ser implementadas irão permitir desenvolver, em linha com a estratégia de disponibilização de produtos diferenciadores e de diversificação da oferta, novas valências nas áreas de personal e de corporate banking e tornar o banco num centro de competências de RMB e de trade finance do Grupo BES na região asiática. De realçar, a importância das operações de créditos documentários (e.g. L/C Advising, Forfaiting e Discount), associadas ao negócio local e aos fluxos comerciais entre a China e os países de expressão portuguesa, fruto da ação comercial e operacional do banco em concertação com a área internacional do BES e do estreitamento do relacionamento
com os principais bancos chineses. A fidelização e o crescimento da base de depósitos, fruto do excelente relacionamento com as autoridades locais, continuam a assumir particular relevância no contexto atual, tendo-se continuado a desenvolver iniciativas comerciais junto dos vários segmentos de clientes ao longo do primeiro semestre de 2014.
A atividade desenvolvida pela Banque Espírito Santo et de la Vénétie (França) teve uma evolução positiva nas várias áreas de atuação, com especial realce para atividade imobiliária que contribui para 47% do produto bancário, enquanto o custo do funding apresenta uma redução em relação ao 1º semestre de 2013. O produto bancário aumentou 22%, em termos homólogos e situou-se em 27,6M€, enquanto os custos operativos (12,9M€) se reduziram, influenciados sobretudo pela evolução dos custos com pessoal. O efeito combinado da evolução destas duas componentes proporcionou uma melhoria do resultado bruto (+69%). O custo do risco aumentou 52% decorrente da revisão da qualidade dos ativos. O resultado, segundo as normas contabilísticas franceses foi de 4,3M€, que compara com 0,6M€ no mesmo período em 2013.
O Moza Banco (Moçambique) prossegue a execução do plano de expansão comercial, tendo inaugurado 3 novas agências desde o início do ano, contando atualmente com um total de 26 e uma cobertura geográfica que já abrange todas as províncias do país. A atividade continua a apresentar uma forte dinâmica, destacando-se o crescimento do ativo, que ascende a 411M€ (+15% desde início do ano), tendo a base de depósitos aumentado 11% durante este semestre.
Desde a sua abertura há dois anos, a Sucursal do BES na Venezuela tem vindo a centrar a sua atividade nos segmentos da comunidade portuguesa residente no país e das grandes empresas e instituições locais. No final do primeiro semestre de 2014 o total do ativo ascendia a 246M€, representando um crescimento de 19% desde o início do ano. O desenvolvimento da atividade continua a basear-se, fundamentalmente, na captação de depósitos de clientes que se situavam em 189M€, representando um crescimento de 18% desde o início do ano.
A Sucursal do BES no Luxemburgo, com 2 anos de existência, tem vindo a desenvolver a sua plataforma de atuação junto da comunidade emigrante portuguesa residente nesta geografia e em países vizinhos no centro da Europa, oferecendo simultaneamente aos clientes da rede global do Grupo BES a possibilidade de opção por uma praça financeira segura, credível e num contexto socioeconómico único. No final do primeiro semestre de 2014, o total de ativos desta unidade ascendia a cerca de 2,5mM€ tendo gerado um resultado de cerca de 9,0M€.
4.2.5 Banca de Investimento
Esta área de negócio inclui, para além da atividade bancária tradicional com clientes empresariais e institucionais, os serviços de consultoria de project finance, fusões e aquisições, reestruturação e consolidação de passivos, preparação e colocação pública ou privada de emissões de ações, obrigações e outros instrumentos de dívida e de capital, serviços de corretagem e outros serviços relacionados com a atividade de banca de investimento.
BANCA DE INVESTIMENTO
Variáveis
Jun,14
Jun,13
milhões de euros
Variação
BALANÇO
Crédito a Clientes (bruto) | 2 114 | 2 146 | -1,5% |
Recursos de Clientes | 1 995 | 1 067 | 87,0% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário Comercial | 104,9 | 93,1 | 12,6% |
Res. Operações Financeiras e Diversos | 77,8 | 28,2 | 176,1% |
Produto Bancário | 182,6 | 121,3 | 50,6% |
Custos Operativos | 84,9 | 86,3 | -1,6% |
Provisões | 89,1 | 26,6 | 235,2% |
Resultado antes de Impostos | 8,7 | 8,4 | 2,8% |
Cost to Income | 46,5% | 71,1% | -24,7 pp |
A melhoria do sentimento e dos fluxos de mercado verificada nos primeiros meses do ano permitiu a esta área de negócio apresentar uma importante subida do resultado bruto (97,7M€), que quase triplicou face ao 1º semestre de 2013 (35,0M€). O produto bancário, no montante de 182,6M€, apresentou uma subida homóloga de cerca de 50,6% e os custos operativos registaram um decréscimo de 1,6% face a igual período de 2013. O resultado antes de impostos situou-se em 8,7M€ devido ao forte aumento das imparidades de crédito. A área internacional continuou a mostrar uma performance positiva e a sua atividade representou 47% do produto bancário consolidado no final do 1º semestre de 2014. Todas as áreas de negócio, em geral, apresentaram uma melhoria de performance face ao 1º semestre de 2013. Mais uma vez, a área de mercado de capitais mostrou uma forte dinâmica, tendo concluído 40 operações em diversos mercados com um valor total de cerca de 21,4mM€, sobretudo respeitantes a transações de dívida (64%). O destaque vai para o follow on da brasileira Oi, no montante de 13 960 milhões de reais (a maior das operações concluídas no 1º semestre de 2014), e para conclusão das primeiras operações de mercado de capitais na Índia. Das operações concluídas no 2º trimestre, destacam-se as seguintes:
Na área de Fusões e Aquisições destaca-se (i) no Reino Unido, a assessoria ao grupo ACM Shipping plc na fusão com o grupo Braemar Shipping Services plc, formando assim o segundo maior operador a nível global no setor de Agentes Transitários Marítimos (161 milhões de libras); e (ii) nos EUA, a assessoria à Xxxxxx xx Xxxxx na venda da sua participada Prince Contracting LLC à Dragados.
Na área de Project Finance e Securitização o BES Investimento (BESI) destacou-se na América Latina, como Sole Lender nos bridge loans à InterEnergy, para a construção de um parque eólico (215 MW) em Penonome, Panamá (100 milhões de dólares) e à GenRent del Peru, para a construção de uma central termoelétrica com 70 MW (30 milhões de dólares). No Brasil, prestou-se assessoria financeira a sete projetos de infraestruturas, que deverão envolver um investimento total de 10 mil milhões de reais, entre os quais: iluminação pública e rodovias no município de São Paulo; esgotos sanitários na cidade de Maceió; tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos na Região Metropolitana de Belo Horizonte; concessão administrativa de três Complexos Hospitalares no Estado de São Paulo; serviços de diagnóstico por imagem no Estado da Bahia e energia eólica em Acaraú, no Estado do Ceará. O BESI atuou ainda como agente repassador de recursos de longo prazo do BNDES para o Aeroporto de Viracopos, cujo montante total dos financiamentos estruturados ascendeu a 1,8 mil milhões de reais.
Na área de Outros Financiamentos, no Brasil, é de salientar a liderança conjunta das operações de estruturação e execução de emissões de debêntures no mercado local para a Copobras (75 milhões de reais), a Luft Participações (100 milhões de reais) e a Forjas Taurus (100 milhões de reais). O BESI estruturou ainda financiamentos sindicados, através de Pré- Pagamento de Exportação, para a ABC Inco (Algar Agro) e para a Adecoagro, no montante de 125 milhões de dólares e 80 milhões de dólares, respetivamente.
Na área de Mercado de Capitais, salientamos as principais operações nas quais o BESI se destacou: (i) na Península Ibérica como Joint Bookrunner na colocação de um bloco de ações representativo de 2,6% do capital social da EDP (303M€) e de um bloco de mil milhões de direitos de subscrição de ações do BES (110M€), tendo atuado como Joint Global Cooordinator & Joint Bookrunner no subsequente aumento de capital (1045M€), como Joint Lead Manager nas emissões de obrigações da Parpública (600M€) e do Banco Espírito Santo (750M€), como Co-Lead Manager na 2ª fase de privatização da REN (157M€) e nas emissões do Bank of America (2250M€) e do Barclays (1000M€) e como Co-Manager no aumento de capital do Liberbank (475M€) e em duas emissões de Tier 1 Notes (Credit Suisse - 2500 milhões de dólares e Deutsche Bank - 3500M€); (ii) no Brasil, como Joint Global Cooordinator & Joint Bookrunner na operação
de follow on da Oi (13 960 milhões de reais) e como Joint Bookrunner na emissão de debêntures da Santo Antônio (700 milhões de reais); (iii) na Polónia, como Joint Global Coordinator & Joint Bookrunner no IPO da Masterlease (210 milhões de zlotys); (iv) no Reino Unido, como Sole Bookrunner no IPO do NAHL Group (35 milhões de libras) e como Lead Manager no IPO da Euronext (845M€); (v) no México, como Joint Bookrunner e Sole Lead Manager, respetivamente, nas emissões de obrigações da ICA (700 milhões de dólares) e da Arendal (80 milhões de dólares); e (vi) na Índia, como Joint Bookrunner e Book Running Lead Manager, respetivamente, na colocação de um bloco de ações representativo de 6,4% do capital da Muthoot Finance (69 milhões de dólares) e na colocação da SKS Microfinance (3976 milhões de rupias).
Na atividade de Corretagem, o BESI manteve uma posição de destaque na atividade em Portugal (5º lugar, com uma quota de mercado de 6,4%) e em Espanha (11º lugar, com uma quota de mercado de 3,1%). Num contexto de volume reduzido, o BESI manteve a 21ª posição no ranking Bovespa com uma quota de mercado de 1% no Brasil e a 21ª posição com uma quota de mercado de 1,6% na Polónia. No Reino Unido, a atividade tem vindo a evoluir positivamente e na Índia mostrou progressivas melhorias ao longo de 2014.
Na área de Private Equity o destaque vai para a alienação, em abril, da participação no Grupo Rodi e para a liquidação financeira, em junho, do desinvestimento na sociedade de direito brasileiro Companhia Providência (4,6M€).
4.2.6 Gestão de Ativos
Este segmento engloba toda a atividade de gestão de ativos desenvolvida, fundamentalmente, pela Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF), em território nacional e no estrangeiro (Espanha, Luxemburgo, Angola e Brasil) através de sociedades especializadas constituídas para o efeito. A oferta abrange todo o tipo de fundos – mobiliários, imobiliários e de pensões – para além da prestação de serviços de gestão discricionária e de gestão de carteiras.
GESTÃO DE ATIVOS
Variáveis Jun,14 Jun,13
milhões de euros
Variação
ATIVOS SOB GESTÃO | 17 027 | 15 723 | 8,3% |
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS | |||
Produto Bancário | 25,5 | 30,0 | -15,2% |
Custos Operativos | 8,5 | 8,6 | -1,8% |
Provisões | 0,2 | 0,1 | 83,2% |
Resultado antes de Impostos | 16,8 | 21,3 | -21,1% |
Cost to Income | 33,3% | 28,7% | 4,5 pp |
O volume de ativos sob gestão, no final do 1º semestre de 2014, situava-se em 17,0mM€, refletindo um crescimento de cerca de 7,0% face ao final do ano 2013 e de 8,3% em termos homólogos. A nível doméstico devemos salientar o aumento dos ativos sob gestão, face ao final do ano de 2013, nos fundos de investimento mobiliário (+16,8%) e nos fundos de pensões (+6,5%). Os fundos imobiliários apresentam uma redução de 6,6% em igual período. Na atividade internacional, de salientar o aumento dos ativos sob gestão no Luxemburgo (+28,9%) e em Espanha (+12,5%) representando em finais de junho um volume de 3,1mM€ representando, aproximadamente, 18% do volume global sob gestão.
4.2.7 Atividade de Seguros Vida
Esta área de negócio abrange a atividade desenvolvida pela companhia de seguros BES Vida que comercializa seguros tradicionais, produtos de capitalização e PPR´s.
ATIVIDADE DE SEGUROS VIDA
milhões de euros
Variáveis Jun,14 Jun,13 Variação
BALANÇO
Recursos de Clientes 7 031 4 969 41,5%
GA NHOS E PERDAS
Margem Bruta da Atividade Seguradora | 181,1 | 300,2 | -39,7% |
Custos Operativos | 5,3 | 5,6 | -5,8% |
Provisões | 41,2 | 0,2 | …. |
Resultado líquido apropriado pelo Grupo BES | 101,3 | 212,6 | -52,4% |
Este primeiro semestre de 2014 ficou marcado por uma contínua expansão da atividade de seguros vida, nomeadamente na produção dos produtos PPR. Assim, a BES Vida em Portugal apresentou uma produção de 1145M€, representando um aumento dos prémios face ao período
homólogo do ano anterior de 34,5%. Este volume de produção, que supera em larga escala o volume de indemnizações da empresa, resultou num volume de provisões matemáticas na ordem dos 7827M€, representativos de um acréscimo de 11,3% relativamente a dezembro de 2013 e de 27,7% relativamente ao 1º semestre de 2013.
4.2.8 Mercados e Participações Estratégicas
Este segmento congrega a atividade de gestão financeira global do Grupo, que engloba tanto a tomada e cedência de fundos nos mercados financeiros, como o investimento e gestão de risco de instrumentos de crédito, de taxa de juro, cambial e de ações, quer de natureza estratégica, quer relacionados com a atividade corrente da área de mercados. Considera-se ainda a atividade com investidores institucionais não residentes e os efeitos decorrentes de decisões de ordem estratégica com impacto transversal a todo o Grupo, como foi o caso das ocorrências de natureza excecional ocorridas no 1º semestre de 2014 que se refletiram num prejuízo próximo de 4,5mM€ nesta área.
MERCADOS E PARTICIPAÇÕES ESTRATÉGICAS
Variáveis Jun,14
Jun,13
milhões de euros
Variação
DEMONSTRAÇÃ O DE RESULTADOS
Produto Bancário | -930,3 | -429,2 | -116,8% |
Custos Operativos | 32,5 | 30,4 | 6,9% |
Provisões | 3 520,2 | 142,9 | …. |
Resultado antes de Impostos | -4 482,9 | -602,5 | …. |
5. SOLIDEZ FINANCEIRA E OUTROS INDICADORES
5.1 Qualidade do Crédito
A evolução do crédito, crédito vencido, crédito em risco, crédito reestruturado, provisões para imparidade e indicadores de sinistralidade e rácios de cobertura foi como segue no 1º semestre de 2014 em comparação o ano anterior e com o período homólogo do ano anterior:
QUALIDADE DO CRÉDITO A CLIENTES
absoluta | relativa | absoluta | relativa | |||||
DADOS DE BASE (milhões de euros) | ||||||||
Crédito a Clientes (bruto) | 51 281 | 51 001 | 51 111 | 170 | 0,3% | 280 | 0,5% | |
Crédito Vencido | 3 423 | 3 321 | 2 849 | 574 | 20,1% | 102 | 3,1% | |
Crédito Vencido > 90 dias | 3 290 | 3 067 | 2 603 | 687 | 26,4% | 223 | 7,3% | |
Crédito em Risco (1) | 5 920 | 5 684 | 5 485 | 435 | 7,9% | 236 | 4,2% | |
Crédito Reestruturado (2) | 6 176 | 6 170 | - | - | - | 6 | 0,1% | |
Crédito Reestruturado não incluido no Crédito em Risco (2) | 4 544 | 4 842 | - | - | - | - 298 | -6,2% | |
Provisões para Crédito | 5 394 | 3 650 | 3 134 | 2260 | 72,1% | 1 744 | 47,8% | |
INDICADORES (%) | ||||||||
Crédito Vencido / Crédito a Clientes (bruto) 6,7 | 6,5 | 5,6 | 1,1 p.p. | 0,2 p.p. | ||||
Crédito Vencido > 90 dias / Crédito a Clientes (bruto) 6,4 | 6,0 | 5,1 | 1,3 p.p. | 0,4 p.p. | ||||
Crédito em Risco(1) / Crédito a Clientes (bruto) 11,5 | 11,1 | 10,7 | 0,8 p.p. | 0,4 p.p. | ||||
Crédito Reestruturado(2) / Crédito a Clientes (bruto) 12,0 | 12,1 | - | - | -0,1 p.p. | ||||
Crédito Reestruturado não incluido no Crédito em Risco(2)/ 8,9 | 9,5 | - | - | -0,6 p.p. | ||||
Provisões para Crédito / Crédito Vencido 157,6 | 109,9 | 110,0 | 47,6 p.p. | 47,7 p.p. | ||||
Provisões para Crédito / Crédito Vencido > 90 dias 164,0 | 119,0 | 120,4 | 43,5 p.p. | 44,9 p.p. | ||||
Provisões para Crédito / Crédito em Risco(1) 91,1 | 64,2 | 57,1 | 34,0 p.p. | 26,9 p.p. | ||||
Provisões para Crédito / Crédito a Clientes 10,5 | 7,2 | 6,1 | 4,4 p.p. | 3,4 p.p. | ||||
Carga de Provisões para Crédito (anual/anualizada) 8,3 | 2,2 | 2,2 | 6,1 p.p. | 6,1 p.p. |
30-Jun-14
31-Mar-14
30-Jun-13
Variação homóloga
Variação no 2º trimestre, 14
Crédito a Clientes (bruto)
(1) De acordo com a definição constante da Instrução nº23/2011 do Banco de Portugal.
(2) De acordo com a definição constante da Instrução nº32/2013 do Banco de Portugal.
Os indicadores relacionados com o risco da carteira de crédito apresentam um agravamento generalizado e dentro da linha de evolução que vinham evidenciando nos trimestres anteriores. Assim, o crédito em risco apresenta um agravamento que levou a que o rácio de crédito em risco evoluísse para 11,5% (mar,14: 11,1%).
O rácio de “Crédito vencido/Crédito a clientes” situou-se em 6,7% e o rácio “Crédito vencido há mais de 90 dias/Crédito a clientes” evoluiu para 6,4%. Os mais recentes indicadores de risco (cuja publicação foi tornada obrigatória pelo Banco de Portugal no final do exercício de 2013) crédito reestruturado e crédito reestruturado não incluído no crédito em risco, situam-se em 12,0% e 8,9%, respetivamente.
A cobertura do crédito a clientes por provisões (provisões para crédito/crédito a clientes) continuou a ser reforçada, passando a representar 10,5% do crédito (mar,14: 7,2%) e a cobertura do crédito em risco (provisões para crédito/crédito em risco), não considerando os colaterais existentes, situa-se em 91,1% (mar,14: 64,2%).
RÁCIO PROVISÕES PARA CRÉDITO/ CRÉDITO A CLIENTES
10,5%
6,8%
7,2%
5,3%
4,2%
3,1%
3,4%
Dez,09 Dez,10 Dez,11 Dez,12 Dez,13 Mar,14 Jun,14
O rácio de crédito vencido a empresas evoluiu para 8,0%; o crédito a particulares para consumo e finalidades diversas atingiu 9,7%; e o crédito à habitação continuou a ser o tipo de crédito que apresenta o menor crescimento da sinistralidade, situando-se em 1,1% no final do 1º semestre.
SINISTRALIDADE POR TIPO DE CRÉDITO
Variação (p.p.)
Finalidade | 30-Jun-14 31-Mar-14 30- | Jun-13 | homólog | a no 2º trimestre,14 | ||
CRÉDITO VENCIDO | 6,7% | 6,5% | 5,6% | 1,1 | 0,2 | |
Particulares | 2,6% | 2,7% | 2,3% | 0,3 | -0,1 | |
- Habitação | 1,1% | 1,1% | 0,9% | 0,1 | 0,0 | |
- Outros Fins | 9,7% | 10,4% | 8,1% | 1,6 | -0,7 | |
Empresas | 8,0% | 7,8% | 6,8% | 1,2 | 0,2 |
Os rácios de sinistralidade do Grupo continuam a comparar favoravelmente com o total do sistema bancário nacional que apresenta uma sinistralidade de 11,4% nas empresas (Grupo BES: 8,0%), de 2,2% na habitação (Grupo BES: 1,1%) e de 12,8% no outro crédito a particulares (Grupo BES: 9,7%), de acordo com os últimos dados estatísticos publicados pelo Banco de Portugal (maio de 2014).
Relativamente aos imóveis recebidos por recuperação de créditos, o valor em balanço em 30 de junho de 2014 era de 2,0mM€, sendo a repartição entre a área doméstica e internacional como segue:
IMÓVEIS POR RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
milhões de euros
30-Jun-14 31-Mar-14 30-Jun-13
Área doméstica | 2 398 | 2 464 | 2 185 |
Área internacional | 162 | 156 | 138 |
Valor bruto de Balanço | 2 560 | 2 620 | 2 323 |
Provisões para imparidade | 535 | 511 | 290 |
Valor líquido de Balanço | 2 025 | 2 109 | 2 033 |
O Grupo desenvolve uma política ativa de venda destes imóveis, contando para o efeito com vários canais internos e externos de comercialização, adaptados a cada mercado alvo. No primeiro semestre de 2014 concretizou-se a venda de 1485 imóveis com um valor bruto de balanço de 239M€, não tendo sido apurados resultados materialmente relevantes.
VENDA DE IMÓVEIS
2014 | 1ºsem | ano | |
Número | 1 485 | 1240 | 3 462 |
Valor (M€) | 239 | 226 | 444 |
Resultado das vendas (M€) | 1,1 | 3,0 | 0,5 |
Imóveis vendidos 1ºsem
2013
5.2 Liquidez, Solvabilidade e Solidez Financeira
5.2.1 Liquidez
Em junho, o BCE cortou a taxa de juro de referência em 10 pb, de 0,25% para 0,15%, face à persistência da fragilidade da atividade económica e à necessidade de continuar os estímulos à economia europeia bem como os riscos de deflação. Consequentemente, o BCE tomou uma medida inédita, colocando a taxa de facilidade de depósito em -0,1%, o que poderá desincentivar a aplicação de recursos excedentários no BCE e canalizar os excessos de reservas para economia real ou resultar numa transferência de capitais dos países centrais (com maiores reservas excedentárias) para os países periféricos (com maiores necessidades de liquidez). Foi ainda anunciado um novo pacote de medidas como as novas operações de refinanciamento direcionadas de prazo alargado (TLTRO) e a compra de ABS (asset-backed securities) medidas
que constituem uma forma do BCE reanimar a transmissão da política monetária, impulsionar a inflação e contribuir para relançar o crescimento económico na Zona Euro.
Os estímulos do BCE continuaram a contribuir para a redução das yields da dívida pública dos países periféricos, com a yield da Republica Portuguesa a 10 anos a atingir o mínimo dos últimos 5 anos, nos 3,32% em junho (5,8% no inicio do ano).
O mês de junho marcou também a saída de Portugal do programa de ajustamento económico e financeiro de 3 anos. A saída do programa sem recorrer a qualquer programa cautelar foi anunciada pelo primeiro-ministro no início de maio o que demonstrou que a estratégia para o regresso aos mercados e à consolidação orçamental foram bem-sucedidas e o país recuperou a sua credibilidade externa.
Já em julho Portugal executou uma nova emissão benchmark a 10 anos, no montante de USD 4,5 mil milhões. A emissão teve uma procura superior a USD 10 mil milhões e foi colocada com um spread de 250 pb face à taxa mid-swap (yield 5,225%).
Nos EUA as declarações ao Congresso da Presidente do FED demonstraram uma grande incerteza em relação à evolução para a economia dos EUA. Embora reconhecendo as melhorias recentes na atividade económica, o Fed mantêm-se particularmente cuidadoso no que respeita à política monetária, uma vez que, no passado, indícios de retoma não se mostraram, por vezes, sustentados. Em todo o caso, a mensagem que acabou por ganhar maior visibilidade foi uma mensagem oposta: a de que, “no caso de o mercado de trabalho continuar a melhorar mais depressa do que o antecipado pelo comité de política monetária (…), subidas da target rate dos fed funds poderiam ocorrer mais cedo e mais rápido que o atualmente previsto.” Com esta afirmação, o Fed parece admitir que o mercado de trabalho se encontra já a recuperar mais depressa que o esperado e que a continuação do atual ritmo de recuperação levaria à antecipação de um novo ciclo de subidas de juros (face à maioria das expectativas, que admite o início de 2016 ou a 2ª metade de 2015 como timing dessa subida).
A estrutura de financiamento do Grupo BES no primeiro semestre manteve-se estável, tendo os depósitos de clientes mantido o seu peso relativo de 58% face ao período homólogo e os recursos de clientes (depósitos e de Bancassurance) aumentado ligeiramente o seu peso no 1º semestre de 2014 para 69%. Os recursos de médio e longo prazo mantiveram-se face ao período homólogo em 22% da estrutura de financiamento do Grupo BES, dado que os reembolsos efetuados foram compensados pelas diversas emissões de dívida sénior efetuadas.
A tomada liquida ao BCE situa-se em 7,4mM€ o que representa, face ao final do ano de 2013, um aumento de cerca de 2,0mM€. Contudo dados os últimos desenvolvimentos em relação ao GES, é possível que o Grupo BES venha a sentir nos próximos meses alguns constrangimentos na sua situação de liquidez, o que poderá ter impacto significativo nas tomadas junto do BCE.
No final de junho, o valor da carteira de ativos elegíveis para operações de redesconto era de 21,6 mM€, dos quais 19,3mM€ elegíveis para redesconto junto do Banco Central Europeu. Neste total está incluída toda a exposição à dívida pública portuguesa no montante global de 2,7mM€ (dos quais 698M€ com maturidade até 1 ano). Relativamente a exposição a dívida pública de outros países “periféricos”, o BES detinha uma exposição de 3,4mM€ (dos quais 2,6mM€ com maturidade até 1 ano), repartidos da seguinte forma: 2,4mM€ de dívida pública italiana, 935M€ de dívida pública espanhola, 138M€ de dívida pública grega e não detinha qualquer exposição a dívida pública irlandesa. A redução da carteira de ativos elegíveis para operações de redesconto junto do Banco Central Europeu face ao primeiro trimestre está principalmente relacionada com o cancelamento de uma emissão de dívida sénior com garantia do Estado Português e à redução da carteira de dívida pública.
5.2.2 Solvabilidade
O Parlamento Europeu e o Conselho aprovaram em 26 de junho de 2013 a Diretiva 2013/36/EU e o Regulamento (EU) nº 75/2013 que passaram a regular na União Europeia, respetivamente, o acesso à atividade das instituições de crédito e empresas de investimento e a determinação de requisitos prudenciais a observar por aquelas mesmas entidades a partir de 1 de janeiro de 2014.
O Aviso 6/2013 de 23 de dezembro do Banco de Portugal veio regulamentar o regime transitório previsto naquele Regulamento em matéria de fundos próprios, estabelecer medidas de preservação de capital e determinar um rácio de Common Equity Tier I (CET1) não inferior a 7%.
Nos termos das referidas regras, os rácios de capital do Grupo BES, em 30 de junho de 2014, eram como segue:
ATIVOS DE RISCO, CAPITAIS ELEGÍVEIS E RÁCIOS DE CAPITAL (1)
BIS III (CRD IV/ CRR )
milhões de euros
Phasing in
Variáveis | 30-Jun-14 | 31-Mar-14 |
Ativos de Risco Equivalentes (A) | 60 169 | 62 268 |
Banking Book | 55 636 | 57 292 |
Trading Book | 1 279 | 1 722 |
Risco Operacional | 3 254 | 3 254 |
Fundos Próprios | ||
Common Equity Tier I (B) | 3 036 | 6 079 |
Tier I (C) | 3 036 | 6 079 |
Complementares e Deduções | 867 | 850 |
Fundos Próprios Totais (D) | 3 903 | 6 929 |
Rácio Common Equity Tier I (B/A) | 5,0% | 9,8% |
Xxxxx Xxxx X (C/A) | 5,0% | 9,8% |
Xxxxx xx Xxxxxxxxxxxxx (D/A) | 6,5% | 11,1% |
(1) Os dados de 30 de junho de 2014 são provisórios |
As ocorrências de natureza excecional elencadas no ponto 1 tiveram como efeito uma redução de 50% do Common Equity Tier I, reduzindo o respetivo rácio para 5,0%.
Os ativos de risco evoluíram para 60,2mM€ induzidos pela redução do banking book (-1656M€) e do trading book (-443M€).
5.2.3 Aumento do Capital Social do Banco Espírito Santo
O Conselho de Administração do Banco Espírito Santo, após parecer favorável da Comissão de Auditoria, deliberou em 15 de maio de 2014, um aumento de capital social por novas entradas em dinheiro a realizar através de subscrição pública com respeito pelo direito de preferência dos acionistas, de até 1607 milhões de ações, ao preço de subscrição de 0,65 euros por ação, permitindo um encaixe de até 1045 milhões de euros. O preço de subscrição representou um desconto de aproximadamente 34,06% em relação ao preço teórico ajustado ex-rights calculado com base no preço de fecho das ações do BES na Euronext Lisbon em 14 de maio de 2014 (dia anterior ao da deliberação do Conselho de Administração).
O BES Investimento, a Morgan Stanley e a UBS Investment Bank atuaram como Joint Global Coordinators e Joint Bookrunners; o Bank of America Merrill Lynch, Citigroup Global Markets
Limited, J.P. Morgan Securities Plc, e Nomura como Joint Bookrunners; e a Banca IMI, Banco Santander, BBVA, COMMERZBANK, Crédit Agricole CIB, ING, KBC Securities, Keefe, Bruyette & Woods, MEDIOBANCA e Société Générale Corporate & Investment Banking como Co-Lead Managers.
O aumento de capital foi totalmente subscrito compreendendo a emissão de 1.607.033.212 novas ações ordinárias, escriturais, nominativas, sem valor nominal. Deste modo, o capital social do BES é atualmente de 6.084.695.651,06 euros, representado por 5.624.961.683 ações ordinárias, escriturais, nominativas, sem valor nominal. A liquidação financeira concretizou-se em 16 de junho último e a admissão à negociação das novas ações à Euronext Lisbon ocorreu em 17 de junho.
Após a concretização do aumento de capital os acionistas de referência passaram a deter as seguintes participações diretas no capital social do Banco Espírito Santo: Espírito Santo Financial Group (25,1%), Crédito Agricole (14,6%), Bradesco (3,9%) e Portugal Telecom (2,1%).
5.3 Indicadores de Referência do Banco de Portugal
O quadro seguinte sistematiza os indicadores de referência instituídos através da Instrução n.º16/2004 do Banco de Portugal, com as alterações introduzidas pelas Instruções n.º16/2008, n.º23/2011 e n.º23/2012, para o final do 1º semestre de 2014.
INDICADORES DE REFERÊNCIA DO BANCO DE PORTUGAL
%
Jun,14 | |
SOLVABILIDADE (g) | |
Fundos Próprios Totais/Ativos de Risco (a) | 6,5% |
Tier I /Ativos de Risco (a) | 5,0% |
Common EquityTier I /Ativos de Risco (a) | 5,0% |
QUALIDADE DO CRÉDITO | |
Crédito com Incumprimento (b) / Crédito Total (c) | 7,5% |
Crédito com Incumprimento, líquido (c)/ Crédito Total, líquido (c) | -3,3% |
Crédito em Risco(c/f) / Crédito Total (c) | 11,5% |
Crédito em Risco, líquido (c/f)/ Crédito Total, líquido (c) | 1,1% |
RENDIBILIDADE | |
Resultado antes de Impostos e de Interesses Minoritários / Ativo Líquido médio | -11,3% |
Produto Bancário (d)/Ativo Líquido médio | 0,6% |
Resultado antes de Impostos e de Interesses Minoritários / Capitais Próprios médios(e) | -127,3% |
EFICIÊNCIA | |
Custos de Funcionamento (d)+ Amortizações / Produto Bancário (d) | 225,5% |
Custos com Pessoal / Produto Bancário (d) | 117,5% |
TRANSFORMAÇÃO | |
(Crédito Total(c)- Provisões para Crédito(c))/ Depósitos de Clientes (f) | 126% |
(a) Valores calculados com base no método IRB Foundation | |
(b) De acordo com a definição constante da Carta Circular nº 99/2003/DSB do Banco de Portugal ( c) De acordo com a definição constante da Instrução nº22/2011 do Banco de Portugal | |
( d) De acordo com a definição constante da Instrução nº16/2004 do Banco de Portugal | |
( e) Incluem Interesses que não controlam | |
( f) De acordo com a definição constante da Instrução nº23/2004 do Banco de Portugal ( g) Dados provisórios e considerando o regime transitório do CRD IV/CRR |
6. OUTROS ASPETOS E ACONTECIMENTOS SUBSEQUENTES
• No decorrer do mês de julho as agências de rating que seguem o Grupo BES procederam à revisão das suas notações. As notações atuais são as seguintes:
AGÊNCIA DE RATING
Subordinada | ||||
STANDARD AND POORS | B- | C | CCC+ | credit watch negative |
MOODY'S | B3 | NP | C | credit watch negative |
DBRS | BBB (Low) | R-2 (middle) | B (high) | credit watch negative |
DAGONG | B | B | CC | credit watch negative |
Longo Prazo Curto Prazo
NOTAÇÃO
Dívida
Outlook
• Os membros do Conselho de Administração cooptados no passado dia 13 de julho de 2014 não intervieram no processo de elaboração e aprovação das presentes demonstrações financeiras consolidadas referentes ao primeiro semestre de 2014, do relatório de gestão intercalar e das declarações referidas na alínea c) do nº1 do artigo 246 do Código dos Valores Mobiliários, porquanto:
(i) os documentos em apreço se reportam a um período anterior ao do respetivo início de funções enquanto administradores;
(ii) o período de tempo que decorreu entre a data da respetiva cooptação e a data de aprovação dos documentos em apreço não foi de molde a permitir analisar adequadamente as referidas contas, nem os factos nelas reportados.
Lisboa, 30 de julho de 2014
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A.
BALANÇO CONSOLIDADO EM 30 DE JUNHO DE 2014 E 2013
milhares de euros | |||||
30.06.2014 | 31.12.2013 | 30.06.2013 | |||
ATIVO | |||||
Caixa e disponibilidades em bancos centrais | 1 369 272 | 1 719 363 | 1 209 218 | ||
Disponibilidades em outras instituições de crédito | 593 629 | 542 945 | 565 008 | ||
Ativos financeiros detidos para negociação | 2 583 860 | 2 507 932 | 3 218 830 | ||
Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados | 2 840 010 | 3 874 347 | 3 893 846 | ||
Ativos financeiros disponíveis para venda | 12 454 410 | 8 486 605 | 12 129 272 | ||
Aplicações em instituições de crédito | 1 896 213 | 5 431 464 | 2 453 506 | ||
Crédito a clientes | 45 886 880 | 46 334 896 | 47 976 727 | ||
Investimentos detidos até à maturidade | 965 724 | 1 499 639 | 1 025 271 | ||
Derivados para gestão de risco | 364 959 | 363 391 | 391 719 | ||
Ativos não correntes detidos para venda | 3 675 294 | 3 567 011 | 3 365 181 | ||
Propriedades de investimento | 381 972 | 395 855 | 393 232 | ||
Outros ativos tangíveis | 924 539 | 925 438 | 954 282 | ||
Ativos intangíveis | 444 366 | 455 352 | 434 889 | ||
Investimentos em associadas | 450 984 | 536 666 | 608 300 | ||
Ativos por impostos correntes | 38 228 | 36 399 | 32 926 | ||
Ativos por impostos diferidos | 1 940 776 | 1 034 318 | 935 750 | ||
Provisões técnicas de resseguro cedido | 9 879 | 10 435 | 12 082 | ||
Outros ativos | 3 395 285 | 2 885 960 | 3 046 075 | ||
TOTAL DO ATIVO | 80 216 280 | 80 608 016 | 82 646 114 | ||
PASSIVO Recursos de bancos centrais | 8 613 740 | 9 530 131 | 10 041 724 | ||
Passivos financeiros detidos para negociação | 1 471 792 | 1 284 272 | 1 568 181 | ||
Recursos de outras instituições de crédito | 5 802 205 | 4 999 493 | 5 197 142 | ||
Recursos de clientes | 36 685 238 | 36 830 893 | 37 911 655 | ||
Responsabilidades representadas por títulos | 11 475 821 | 11 919 450 | 12 732 272 | ||
Derivados para gestão de risco | 126 755 | 130 710 | 169 602 | ||
Contratos de Investimento | 5 260 830 | 4 278 066 | 3 474 902 | ||
Passivos não correntes detidos para venda | 217 078 | 153 580 | 155 579 | ||
Provisões | 1 587 274 | 192 452 | 192 602 | ||
Provisões técnicas | 1 769 825 | 1 754 655 | 1 494 592 | ||
Passivos por impostos correntes | 109 691 | 101 868 | 123 261 | ||
Passivos por impostos diferidos | 100 678 | 97 129 | 171 761 | ||
Outros passivos subordinados | 977 651 | 1 066 298 | 830 932 | ||
Outros passivos | 1 773 797 | 1 219 723 | 1 350 167 | ||
TOTAL DO PASSIVO | 75 972 375 | 73 558 720 | 75 414 372 | ||
CAPITAL PRÓPRIO | |||||
Capital | 6 084 696 | 5 040 124 | 5 040 124 | ||
Prémios de emissão | 1 049 600 | 1 067 596 | 1 068 670 | ||
Outros instrumentos de capital | 28 941 | 29 162 | 29 322 | ||
Ações próprias | ( 801) | ( 858) | ( 801) | ||
Ações preferenciais | 159 342 | 159 342 | 167 952 | ||
Reservas, resultados transitados e outro rendimento integral | ( 11 687) | 468 885 | 513 709 | ||
Resultado líquido do exercício atribuível aos acionistas do Banco | ( 3 577 327) | ( 517 558) | ( 237 455) | ||
Total de Capital Próprio atribuível aos acionistas do Banco | 3 732 764 | 6 246 693 | 6 581 521 | ||
Interesses que não controlam | 511 141 | 802 603 | 650 221 | ||
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO | 4 243 905 | 7 049 296 | 7 231 742 | ||
TOTAL DO PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO | 80 216 280 | 80 608 016 | 82 646 114 |
BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADOS DO PERÍODO FINDO EM 30 DE JUNHO DE 2014 E 2013
milhares de euros
30.06.2014 | 30.06.2013 | ||
Juros e proveitos similares | 1 397 315 | 1 726 023 | |
Juros e custos similares | 1 110 313 | 1 255 637 | |
Margem financeira | 287 002 | 470 386 | |
Rendimentos de instrumentos de capital | 16 279 | 52 751 | |
Rendimentos de serviços e comissões | 411 791 | 422 491 | |
Encargos com serviços e comissões | 91 498 | 94 300 | |
Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados | ( 299 665) | ( 162 404) | |
Resultados de ativos financeiros disponíveis para venda | 428 024 | 240 880 | |
Resultados de reavaliação cambial | 40 343 | ( 1 755) | |
Resultados de alienação de outros ativos | 2 321 | ( 4 126) | |
Prémios líquidos de resseguro | 81 382 | 14 977 | |
Custos com sinistros líquidos de resseguro | 94 407 | 122 469 | |
Variações das provisões técnicas líquidas de resseguro | ( 22 758) | 274 477 | |
Outros resultados de exploração | ( 524 662) | ( 98 570) | |
Proveitos Operacionais | 234 152 | 992 338 | |
Custos com pessoal | 310 091 | 289 532 | |
Gastos gerais administrativos | 227 929 | 220 939 | |
Depreciações e amortizações | 56 816 | 52 499 | |
Provisões líquidas de anulações | 1 426 746 | ( 29 777) | |
Imparidade do crédito líquida de reversões e recuperações | 2 130 631 | 553 096 | |
Imparidade de outros ativos financeiros líquida de reversões e recuperações | 482 376 | 52 685 | |
Imparidade de outros ativos líquida de reversões e recuperações | 213 742 | 171 238 | |
Custos Operacionais | 4 848 331 | 1 310 212 | |
Alienação de subsidiárias e associadas | ( 6 067) | - | |
Resultados da aquisição por etapas de controlo em subsidiárias | 22 665 | - | |
Resultados de associadas | 6 272 | 1 089 | |
Resultado antes de impostos | ( 4 591 309) | ( 316 785) | |
Impostos sobre o rendimento | |||
Correntes | 65 452 | 108 849 | |
Diferidos | ( 925 338) | ( 211 753) | |
( 859 886) | ( 102 904) | ||
Resultado de atividades em continuação | ( 3 731 423) | ( 213 881) | |
Resultado de atividades descontinuadas | ( 9 626) | ( 24 033) | |
Resultado líquido do exercício | ( 3 741 049) | ( 237 914) | |
Atribuível aos acionistas do Banco | ( 3 577 327) | ( 237 455) | |
Atribuível aos interesses que não controlam | ( 163 722) | ( 459) | |
( 3 741 049) | ( 237 914) |