PROCESSO Nº AA.001.1.007428/17-02
PROCESSO Nº AA.001.1.007428/17-02
CONCORRÊNCIA PÚBLICA, COM INVERSÃO DE FASES, PARA CONCESSÃO DE USO ONEROSA PARA REFORMA, AMPLIAÇÃO, MODERNIZAÇÃO, EXPLORAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO COMPLEXO HOTELEIRO SERRA DA CAPIVARA.
FEVEREIRO DE 2019
1. INTRODUÇÃO
O município de São Raimundo Nonato, é ima região com grande potencial turístico por abrigar parte da Serra da Capivara, onde há a presença de sítios arqueológicos importantes, não só para a pesquisa científica ali desenvolvida, mas pelo conhecimento da origem dos povos primitivos que habitaram a região, despertando curiosidade e atraindo turistas de outras cidades do Estado do Piauí e outros estados, como também de diversos países.
Com isso, o turismo na região passou a exigir uma ação efetiva do Governo do Estado, para melhor aproveitar essa atividade cultural, econômica e desenvolvimento regional. Desse modo, a infraestrutura é fundamental para que esse segmento possa crescer, gerando empregos e renda para a população local e da região.
O hotel Serra da Capivara, criado na década de 70, visava oferecer uma infraestrutura hoteleira capaz de integrar-se ao sistema logístico existente no município, o turismo regional e internacional. Desse modo, tendo em vista a política de incentivo ao turismo já praticado em São Raimundo Nonato, o Estado do Piauí, objetiva transformar o hotel no Complexo hoteleiro, contemplando a reforma, modernização, ampliação, exploração, operação e manutenção da infraestrutura hoteleira, que oferecerá o suporte necessário à atividade do turismo, incentivando a sua exploração, a oferta de serviços eficientes, confortáveis e de qualidade, que atenda as exigências de padrões de hotéis de áreas similares, com um padrão internacional de serviço.
Nesse sentido, a parceria pública-privada, na forma de Concessão de Uso, a título onerosa, com destinação específica e reversão do equipamento ao Poder Concedente, surge como a melhor modelagem de contratação, em termos de economicidade e eficiência, pois, essa forma diferenciada de contratação agiliza a reforma e ampliação, assim como a operação e manutenção do complexo, possibilitando o funcionamento de suas atividades de hospedagem em um curto espaço de tempo.
Além do mais, a viabilidade do empreendimento terá sustentação no turismo de negócio, ecológico, de contemplação, pesquisa e de aventura que a região proporciona, como também atenderá a uma demanda reprimida da rede hoteleira local.
Com o intuito de viabilizar a implementação do projeto, foram analisados os aspectos técnicos, operacionais e financeiros do negócio com vista à tomada de decisão pelo poder público sobre a referida concessão. Foram levantadas informações acerca rede hoteleira bem como dos aspectos macroeconômicos municipais, de modo a possibilitar uma análise mais acurada e abrangente, considerando, também, outras formas de geração de receitas proporcionadas pelo próprio empreendimento.
O escopo do projeto Complexo Hoteleiro Serra da Capivara, contempla ações de reforma e de ampliação, com o gerenciamento de conformidade com o padrão internacional de hotelaria e do Ministério do Turismo que se deseja implementar, ensejando, portanto, investimentos pelo privado com vista ao aumento da eficiência e produtividade no desempenho das atividades. Isso possibilitará melhorias operacionais de forma a possibilitar uma oferta de serviços de qualidade, resultando na satisfação dos visitantes à região (turistas e outros) de modo que a demanda seja
um fator de constante crescimento.
Com a implementação desse projeto, o Governo do Estado do Piauí dá um passo fundamental no sentido de reconhecer a importância da iniciativa privada como indutora da atividade hoteleira. Ressalta-se que, na modelagem recomendada, a inciativa privada é a responsável pela aplicação dos investimentos de curto e longo prazo, no que se refere à reforma, ampliação, exploração, operação e manutenção do equipamento público objeto da concessão.
Por fim, deve-se registrar que a execução do projeto, cumprirá as diretrizes da Administração, pois, o desenvolvimento humano, cultural e econômico da região será fortalecido pelos investimentos na estrutura física da unidade hoteleira e a implantação de uma nova a forma de governança.
2. DIAGNÓSTICO PRELIMINAR
2.1. Identificação do Objeto
O objeto do projeto é a Concessão de Uso do Complexo Hoteleiro Serra da Capivara, localizado no município de São Raimundo Nonato – Piauí, às margens da PI-140, Km Zero, constituídos de 02 imóveis adjacentes, sendo o primeiro imóvel urbano com sessenta metros de frente por setenta e cinco de metros de fundo, totalizando 4.500m² (quatro mil e quinhentos metros quadrados), localizado no Bairro Santa Luzia, município de São Raimundo Nonato, Matrícula nº 7568, Livro Registro Geral Livro 2-X, às fls. 205, com data de 2 de dezembro de 1985, do Cartório do 1º Ofício de Notas de Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx – PI, com delimitação prevista no Referencial Técnico e o segundo, um imóvel urbano, com lado direito em confronto com PI140, medindo 100(cem) metros de frente por 130(cento e trinta) metros de fundo, em um total de 13.000m²(treze mil metros quadrados), ao poente frente com a PI140, ao nascente e norte com terrenos da Prefeitura de São Raimundo Nonato e, ao sul, com prédio escolar e terrenos baldios, no bairro Santa Luzia, município de São Raimundo Nonato, Matrícula nº 5573, Livro Registro de Imóveis, Registro Geral, Livro 2-Q, às fls. 06, com data de 20 de abril de 1982, do Cartório do 1º Ofício de Notas de Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx – PI
2.2. Contextualização
O município de São Raimundo Nonato está estabelecido na Macrorregião do Semiárido Piauiense, há 576 km de Teresina, no Território Serra da Capivara e tem grande parte de sua área inserida no Parque Nacional Serra da Capivara, um importante unidade de conservação que abriga o maior e mais antigo sítio arqueológico das Américas, com registro de figuras rupestres tombadas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, onde podem ser encontrados vários sítios estudados pela Fundação do Homem Americano.
O Parque foi criado pelo Decreto nº 83.548, emitido pela Presidência da República em 5 de junho de 1979, com a finalidade de proteger um dos mais importantes exemplares do patrimônios pré-histórico do país. É uma unidade de conservação arqueológica com riqueza de vestígios que se conservaram durante milênios.
O patrimônio cultural e os ecossistemas locais estão intimamente ligados, pois a conservação dos recursos culturais depende do equilíbrio dos recursos naturais, sendo este último o orientador para o zoneamento, a gestão e o uso do Parque pelo poder público.
O acesso ao Parque Nacional da Serra da Capivara conta com rodovias estaduais e federais em bom estado de conservação, além de um Aeroporto Internacional. Tais infraestruturas visam garantir o acesso mais rápido e seguro ao berço do Homem Americano, e objetivam proporcionar o desenvolvimento econômico e social, a partir da efetiva exploração do potencial turístico da região.
A vocação da região está voltada para a promoção do turismo cultural, ecológico, de aventuras e lazer contemplativo. Além disso, é objetivo do governo do Estado incentivar o uso da infraestrutura logística existente, a exemplo do Aeroporto Internacional de São Raimundo Nonato, atualmente subutilizada, impulsionando o aproveitamento dos equipamentos com o turismo regional e internacional.
O Hotel Serra da Capivara existente, bem como o terreno disponível para construção da unidade hoteleira, integrados à natureza por ficar próximo ao Parque Nacional Serra da Capivara.
3. PREMISSAS DE DEMANDA
O objetivo do projeto é viabilizar, considerando a política estadual de atrair investimentos para o turismo e mediante a implementação de um novo modelo de governança, a reforma e modernização das atuais instalações do Complexo Hoteleiro Serra da Capivara e a ampliação da rede, a fim de que seja alcançada oferta de serviço de qualidade e conforto, que corresponda plenamente a expectativa e satisfação dos hóspedes nacionais e internacionais.
Caberá ao concessionário executar a reforma, modernização e ampliação da infraestrutura hoteleira, conforme os padrões técnicos modernos para empreendimentos dessa natureza, seguindo, no mínimo, o constante nos estudos referenciais - PRODUTO II – ESTUDOS TÉCNICOS OPERACIONAIS e atendendo às exigências legais e ambientais.
3.1. Premissas Gerais
a) Viabilizar as boas práticas de sustentabilidade ambiental;
b) Operar e manter o equipamento;
c) Utilizar as melhores práticas de gestão de rede de hotéis nacionais e internacionais;
d) Tornar o equipamento atrativo e eficiente para o turismo nacional e internacional, visando sempre o conforto e a qualidade dos serviços ofertados;
e) Manter a estrutura como apoio logístico ao turismo regional;
f) Promover o emprego da mão-de-obra local;
g) Promover o artesanato local com apoio aos artesãos locais, inclusive como fonte de atratividade de novos clientes (turistas, pesquisadores, estudantes, etc).
3.2. O Mercado Hoteleiro
O segmento da base de Mercado Hoteleiro é um dos principais componentes da Cadeia
Produtiva do Turismo, e possui receita, diárias de hospedagem, refeições, bares, locação de espaços para eventos e reuniões, serviços de apoio ao hospede e atividades de lazer. Seus principais custos dividem-se em fixos (depreciação de imóveis e bens e salários administrativos) e variáveis (energia elétrica, água, alimentos, telefonia, lavanderia, materiais de limpeza e serviços operacionais).
O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClassi), construído por meio de uma ampla parceria entre o Ministério do Turismo, Inmetro, Sociedade Brasileira de Metrologia e sociedade civil, é um importante passo para possibilitar a concorrência justa entre os meios de hospedagem do país e auxiliar os turistas, brasileiros e estrangeiros, em suas escolhas. A exemplo de vários países, tais como França, Portugal, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Chile, Suécia e outros, o Brasil criou esse sistema de classificação como estratégia para promover e assegurar a sua competitividade em um mercado global altamente disputado.
O SBClass é um instrumento reconhecido oficialmente para divulgar informações claras e objetivas sobre os meios de hospedagem, sendo importante mecanismo de comunicação com o mercado e o modo mais adequado para o consumidor escolher quais tipos de hospedagem deseja utilizar.
O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem está fundamentado em oito princípios:
1. Legalidade: Dispositivos legais e regulamentares a serem satisfatoriamente cumpridos;
2. Consistência: Firmeza, coerência e adequação de ações e procedimentos;
3. Transparência: Informações precisas, inequívocas e públicas;
4. Simplicidade: Linguagem simples, inteligível e acessível a todos;
5. Agregação de valor: Ganhos progressivos de qualidade e produtividade;
6. Imparcialidade: Decisões fundamentadas em avaliações objetivas e equânimes;
7. Melhoria contínua: Identificação e solução de problemas de forma permanente;
8. Flexibilidade: Critérios baseados na diversidade e peculiaridade do setor.
Para o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass), hotel é um estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária. Já um resort é um hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento, que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento.
Dentro desse contexto, o projeto Complexo Hoteleiro Serra da Capivara deverá atender aos seguintes requisitos e/ou serviços:
a) Para o Hotel existente a ser reformado e modernizado, caberá ao Concessionário ofertar, no mínimo:
⮚ Serviço de recepção;
⮚ Serviço de mensageiro;
⮚ Área útil do apartamento segundo o padrão de classificação;
⮚ Banheiro nas UHs segundo o padrão de classificação;
⮚ Troca de roupas de cama em dias alternados;
⮚ Troca de roupas de banho diariamente;
⮚ Serviço de lavanderia;
⮚ Sala de estar com televisão;
⮚ Televisão em 100% das UH;
⮚ Canais de TV por assinatura em 100% das UH;
⮚ Acesso à internet nas áreas sociais e nas UH;
⮚ Serviço de facilidades de escritório virtual;
⮚ Mini refrigerador em 100% das UH;
⮚ Climatização adequada;
⮚ Restaurante;
⮚ Serviço de café da manhã;
⮚ Área de estacionamento;
⮚ Programa de treinamento para empregados;
⮚ Medidas permanentes para redução do consumo de energia elétrica e de água;
⮚ Medidas permanentes para o gerenciamento de resíduos sólidos, com foco na redução, reuso e reciclagem;
⮚ Monitoramento das expectativas e impressões do hóspede em relação aos serviços ofertados, incluindo meios para pesquisar opiniões, reclamações e solucioná-las;
⮚ Pagamento com cartão de crédito ou de débito.
b) Para a área a ser construída, com foco na expansão da infraestrutura, caberá ao Concessionário ofertar com padrão de resort:
⮚ Serviço de recepção aberto por 24 horas;
⮚ Serviços de mensageiro no período de 24 horas;
⮚ Serviço de cofre em 100% das UH para guarda dos valores dos hóspedes;
⮚ UH com no mínimo 25 m²;
⮚ Colchões das camas com dimensões superiores ao padrão nacional;
⮚ Berço para bebês, a pedido;
⮚ Facilidades para bebês (cadeiras altas no restaurante, facilidades para aquecimento de mamadeiras e comidas, etc);
⮚ Serviço de refeições leves e bebidas nas UH (room service) no período de 18 horas;
⮚ Troca de roupas de cama e banho diariamente;
⮚ Secador de cabelo em 100% das UH;
⮚ Seis amenidades, no mínimo, em 100% das UH;
⮚ Serviço de lavanderia;
⮚ Televisão em 100% das UH;
⮚ Canais de TV por assinatura em 100% das UH;
⮚ Acesso à internet nas áreas sociais e nas UH;
⮚ Mesa de trabalho, com cadeira, iluminação própria, ponto de energia e telefone, nas UH, possibilitando o uso de aparelhos eletrônicos pessoais;
⮚ Sala de ginástica/musculação com equipamentos;
⮚ Sauna seca ou a vapor;
⮚ Dois tipos de piscina, no mínimo;
⮚ Sala de reuniões com equipamentos;
⮚ Mini refrigerador em 100% das UH;
⮚ Climatização (refrigeração/calefação) adequada em 100% das UH;
⮚ Dois Restaurantes, no mínimo, com cardápios diferentes;
⮚ Serviço de alimentação disponível para café da manhã, almoço e jantar;
⮚ Dois Bares, no mínimo;
⮚ Área de estacionamento;
⮚ Mínimo de seis serviços acessórios oferecidos em instalações no próprio resort (por exemplo: salão de beleza, babá, loja de conveniência, locação de automóveis, agência de turismo, etc);
⮚ Programas Recreativos Próprios, para adultos e crianças, com recreadores e atendimento em dois turnos do dia (manhã, tarde ou noite);
⮚ Medidas permanentes para redução do consumo de energia elétrica e de água;
⮚ Medidas permanentes para o gerenciamento de resíduos sólidos, com foco na redução, reuso e reciclagem;
⮚ Monitoramento das expectativas e impressões do hóspede em relação aos serviços ofertados, incluindo meios para pesquisar opiniões, reclamações e solucioná-las;
⮚ Programa de treinamento para empregados;
⮚ Medidas permanentes de sensibilização para os hóspedes em relação à sustentabilidade;
⮚ Pagamento com cartão de crédito ou de débito.
É importante ressaltar que o SBClass utiliza a consagrada simbologia de estrelas para diferenciar as categorias, em todos os tipos de meios de hospedagem, pois cada um deles reflete diferentes práticas de mercado e expectativas distintas dos turistas.
4. METODOLOGIA DO ESTUDO
Preliminarmente, o presente estudo se caracteriza pela análise da demanda existente e em potencial do setor, além de fazer as indicações de mercado para o projeto.
A metodologia empregada consistiu no levantamento de informações secundárias do mercado e dados primários da pesquisa baseadas em estudos atualizados realizadas pelo Ministério do Turismo. Isso permitiu, sob estimativas, balizar as projeções e informações constantes dos estudos Técnico e de Modelagem Financeira, com vistas a orientar os atores, inciativa privadas e poder público, na tomada de decisões que envolvam a realização dos investimentos e indicação de prazos e valores.
As variáveis de mercado utilizadas no presente estudo foram as comumente empregadas para esse tipo de análise:
a) Meios de hospedagem;
b) Classificação do apartamento;
c) Taxa de ocupação;
d) Número de leitos; e
e) Classificação periódica de ocupação. No Brasil essa sazonalidade é dividida em etapas: alta estação turística, média estação turísticas e baixa estação turística.
A sazonalidade Turística, segundo Cunha (1997), pode ser definida pela distribuição da procura por destinos turísticos, ao longo do ano, de forma desigual, provocando uma concentração em alguns meses mais do que outros, e deriva de fatores climáticos, geográficos, demográficos, econômicos e psicossociais.
5. O MERCADO
5.1. Panorama Mundial
Com base em dados divulgados, pela Organização Mundial de Turismo, estima-se que as chegadas internacionais de turistas, em todo o mundo, aumentaram 7% em 2017. Isso está bem acima da tendência sustentada e consistente de crescimento de 4% ou mais desde 2010.
Conduzidos por destinos mediterrânicos, a Europa registrou resultados extraordinários para uma região tão grande e bastante madura, com 8% mais chegadas internacionais do que em 2016. Em 2017, a África consolidou sua recuperação de 2016 com um aumento de 8%; a Ásia e a região do Pacífico registraram crescimento de 6%; o Oriente Médio de 5% e a América em 3%. Esse período caracterizou-se por um crescimento sustentado em muitos destinos e uma recuperação firme naqueles que sofreram diminuições em anos anteriores. Os resultados foram em parte moldados pelo aumento econômico global e pela robusta demanda de saída de muitos mercados de fontes tradicionais e emergentes, particularmente por uma recuperação dos gastos com turismo do Brasil e da Federação Russa após alguns anos de declínio.
5.2. O Cenário Econômico Brasileiro
Segundo relatório GBTA Global Travel Forecast, esperasse que o Brasil continue sua recuperação lenta, mas constante, em 2019, ano da sua pior recessão na história moderna.
As Sondagens de Intenção de Viagem, realizadas mensalmente pela FGV e pelo Ministério do Turismo, detectaram, ao longo de 2016, que as preferências por viagens pelo Brasil superam amplamente aquelas a serem realizadas para o exterior.
Em realidade, tal fato decorre, em grande parte, pela alta cotação do dólar e do euro (apontada pela maior parcela dos pesquisados), pelo menor custo de realização de viagens pelo País, bem como, por conta fortalecimento e majoração da competitividade do turismo interno. Isso faz com que ponderável parcela dos brasileiros esteja trocando as viagens internacionais por viagens pelo Brasil, proporcionando maior movimento da economia nacional e, consequentemente, a geração de renda e empregos diretos e indiretos.
5.3. O Panorama do Setor no Brasil
A Pesquisa de Serviços de Hospedagem, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério do Turismo, para o ano de 2016, apontou que o Brasil possui 31.299 estabelecimentos de hospedagem que registraram um total de 1.011.254 unidades habitacionais (suítes, quartos, chalés) e 2.407.892 leitos, conforme Quadro 01.
Quadro 01 - Número de estabelecimentos, número de unidades habitacionais e número de leitos disponíveis, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação, 2016.
Grandes Regiões e Unidades da Federação | Estabelecimentos de hospedagem | Capacidade dos estabelecimentos | |||||||||
Unidades habitacionais | Leitos disponíveis | ||||||||||
Total | Participa ção Brasil (%) | Participação Região (%) | Total | Participa ção Brasil (%) | Participa ção Região (%) | Total | Partici pação Brasil (%) | Partici pação Região (%) | |||
Brasil | 31 299 | 100,0 | - | 1 011 254 | 100,0 | - | 2 407 892 | 100,0 | - | ||
Região Norte | 1 967 | 6,3 | 100,0 | 58 794 | 5,8 | 100,0 | 134 274 | 5,6 | 100,0 | ||
Região Nordeste | 7 383 | 23,6 | 100,0 | 219 545 | 21,7 | 100,0 | 538 821 | 22,4 | 100,0 | ||
Maranhão | 531 | 1,7 | 7,2 | 16 109 | 1,6 | 7,3 | 36 292 | 1,5 | 6,7 | ||
Piauí | 376 | 1,2 | 5,1 | 8 802 | 0,8 | 4,0 | 20 819 | 0,9 | 3,9 | ||
Ceará | 1 162 | 3,7 | 15,7 | 31 983 | 3,2 | 14,6 | 81 043 | 3,4 | 15,0 | ||
Xxx Xxxxxx xx Xxxxx | 000 | 2,1 | 9,1 | 20 845 | 2,1 | 9,5 | 52 807 | 2,2 | 9,8 | ||
Paraíba | 381 | 1,2 | 5,2 | 12 186 | 1,2 | 5,5 | 27 856 | 1,2 | 5,2 | ||
Pernambuco | 978 | 3,1 | 13,2 | 32 076 | 3,2 | 14,6 | 77 450 | 3,2 | 14,4 | ||
Alagoas | 449 | 1,4 | 6,1 | 13 665 | 1,3 | 6,2 | 31 974 | 1,3 | 5,9 | ||
Sergipe | 285 | 0,9 | 3,9 | 9 340 | 0,9 | 4,3 | 21 719 | 0,9 | 4,0 | ||
Bahia | 2 552 | 8,3 | 34,5 | 74 539 | 7,4 | 34,0 | 188 861 | 7,8 | 35,1 | ||
Região Sudeste | 13 093 | 41,8 | 100,0 | 442 989 | 43,8 | 100,0 | 1 038 391 | 43,1 | 100,0 | ||
Região Sul | 5 457 | 17,4 | 100,0 | 108 732 | 10,8 | 100,0 | 261 589 | 10,9 | 100,0 | ||
Região Centro- | 3 399 | 10,9 | 100,0 | 108 731 | 10,8 | 100,0 | 261 589 | 10,9 | 100,0 |
Oeste |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa de Serviços de Hospedagem/2016.
Os estabelecimentos de hospedagem registraram uma média de 32 unidades habitacionais por estabelecimento, além de uma média geral de 77 leitos por estabelecimento.
Em relação aos tipos de hospedagem o quantitativo era constituído predominantemente por hotéis (inclusive hotéis históricos, hotéis de lazer/resorts e hotéis-fazenda), que responderam por 47,9% do total, enquanto as pousadas representaram 31,9% do total e os motéis, 14,2%. Na sequência temos os estabelecimentos com menor expressividade, tais como, pensões e hospedagem (inclusive estabelecimentos do tipo cama e café ou pousadas domiciliares) e apart- hotéis/flats, ambos com 2,0%, albergues turísticos, com 1,4% e outros (campings, dormitórios, hospedarias etc.), com 0,6%.
A distribuição revelou que 41,8% dos estabelecimentos de hospedagem encontram-se na região sudeste do país. Na região nordeste estão concentrados 23,6% dos estabelecimentos, sendo a Bahia, o estado da região com maior número de UHs, representando 33,9% do total da região.
5.4. O Panorama do Setor no Nordeste
Com relação à Região Nordeste, o turismo ganhou destaque a partir dos anos 1990, com o Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste – Prodetur. As condições naturais e, em especial, o litoral apresenta-se como importante atrativo turístico. Xxx xxxxx xx 0.000 xx xx xxxxxx como destaque na mídia nacional e internacional, fatos de expansão das atividades turísticas nos territórios nordestinos.
O turismo é considerado pelos governos da Nordeste atividade chave para o desenvolvimento econômico da região. O litoral do Nordeste brasileiro, desde a década de 1980, recebe investimentos dos governos estaduais, empreendedores e gestores municipais e se estabelece como polo receptor de turismo no contexto nacional e projeta-se para o mercado mundial. Os governos tornam o Nordeste competitivo e desejam inseri-lo de forma arrojada no turismo internacional. Em parte, isso é conseguido com a implantação da infraestrutura urbana, embelezamento e crescimento das metrópoles nordestinas, realçando, assim, os espaços luminosos do turismo. (XXXXXXXXX; XXXXXXXXXXX; XXXXXXXXX, 2017).
Segundo Pesquisa de Serviços de Hospedagem realizada em 2016 pelo IBGE, a Região Nordeste se destaca como a segunda maior rede hoteleira do país com 23,6% dos estabelecimentos, 21,7% das unidades habitacionais e 22,4% dos leitos disponíveis, com destaque para os Estados da Bahia, Ceará e Pernambuco.
5.5. O Panorama do Setor no Piauí
Segundo informações da Secretaria Estadual do Turismo, o Estado conta com três destinos indutores de turismo: Teresina, Parnaíba e Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx. São lugares com alto
potencial fomentador do tríade turístico. No Brasil, existem apenas 65 destinos indutores. Outros municípios piauienses têm potencial e pertencem às regiões turísticas.
De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado, o Piauí possui 123 municípios, que integram sete regiões, de Norte a Sul do Estado com potencial para vários tipos de turismo: Costa do Delta; polo Aventura e Mistério; polo Teresina; polo Histórico Cultural; polo das Origens; polo das Nascentes; e região turística polo das Águas.
O estado atrai turistas, também, para os centros históricos. Conhecida internacionalmente como o berço do homem americano, Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx desperta a atenção de muitos viajantes pelos sítios arqueológicos presentes na Serra da Capivara, considerada Patrimônio Mundial pela Unesco. A Pedra Furada, o Museu do Homem Americano e o Museu da Natureza, recebem visitantes do mundo todo o ano inteiro.
Vale registrar que, a partir de 2017, a Secretaria de Cultura, promove no mês de julho, no anfiteatro da Pedra furada dentro do Parque, o Festival da Opera, que envolve várias expressões artísticas, como música, dança, teatro, circo, cinema, luz e projeção tecnológica e digital em videomapping.
Figura 01: Pintura rupestre no Xxxxxx Xxxxxxxx Xxxxx xx Xxxxxxxx xx Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx - XX.
Fonte: SETUR – (Foto Divulgação)
Figura 02: Museu do Homem
Fonte: CCOM/PI
Figura 03 : Museu do Homem
Fonte: CCOM/PI
Fonte:CCOM/PI
Figura 05 : Festival da Ópera
Fonte:CCOM/PI
Figura 06: Regiões Turisticas
Fonte: SETUR – (Foto Divulgação)
Sobre a estrutura hoteleira, o estado do Piauí apresenta 1,2% dos estabelecimentos hoteleiros do país e 5,1% da região nordeste, segundo informações do IBGE inseridos no Quadro
01. Com relação à média nacional de leitos disponíveis, o Piauí possui apenas 0,9% dos leitos disponíveis no Brasil e 3,9% dos leitos disponíveis da região, situação comparável ao estado de Sergipe, mas abaixo dos números registrados pelos estados como Maranhão, Paraíba e Alagoas.
Em termos de Unidades Habitacionais, possui a menor oferta da região nordeste com apenas 8.802 UHs, com grande concentração em Teresina, indicando amplas possibilidades de mercado para o crescimento da oferta, principalmente a partir do interior do estado.
5.6. O Panorama do Setor no município de São Raimundo Nonato - PI
O município de São Raimundo Nonato está localizado a 536 Km de distância da capital Teresina e uma população estimada, em 2017, de 34.109 habitantes (IBGE, Cidades). O município apresenta dimensão territorial de 2.415,6 km² e registrou, em 2015, um PIB per capita de R$ 10.467,83 (IBGE), e IDH- Municipal de 0,661.
A região de clima seco é marcada pelas atividades turísticas e científicas, posto que lá se encontra parte do Parque Nacional Serra da Capivara, maior e mais antiga concentração de sítios pré-históricos da América.
Conforme levantamento realizado pela Fundação Xxxxxxx Xxxxxx no ano de 2017, cerca de 77% da atividade econômica na região é representada pelo setor de serviços, na qual boa parte está diretamente relacionada ao turismo. Esse estudo levou em consideração os maiores hotéis da cidade para mensuração de demanda do mercado hoteleiro de Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx. Ao todo,
foi registrada a existência de oito hotéis formalizados, os quais apresentaram uma média de 29 quartos e de 72 leitos.
Quadro 02: Medidas Descritivas Hotelaria em São Raimundo Nonato-2017.
Descritivo (a) | Quartos | Leitos |
Média | 29 | 71,75 |
Mediana | 30 | 72 |
Desvio Padrão | 13,52 | 33,51 |
Mínimo | 11 | 22 |
Máximo | 46 | 130 |
Fonte: FGV/2017.
O Quadro 02 demonstra ainda que os estabelecimentos da rede hoteleira do município possuem no mínimo 22 leitos e no máximo 130, o que demonstra a pequena capacidade instalada do setor no município para atendimento dos turistas na região.
Esse mesmo estudo apontou, conforme o Quadro 03, a seguir, que o empreendimento Hotel Bela Vista é o maior da cidade com 29 quartos e 130 leitos, e apesar de possuir menor quantidade de quartos que outros estabelecimentos incluídos na pesquisa, é o que possui maior número de leitos. Na segunda posição está a Pousada Progresso, no qual conta com 39 unidades habitacionais e 100 leitos disponíveis. Por fim, o Hotel Serra da Capivara, que detém um total de 44 quartos com 78 leitos.
Observa-se, ainda, uma forte presença de pousadas, que são empreendimentos, instalados, normalmente, em construções horizontais e também se caracterizam pela oferta de maior privacidade em espaços úteis menores. Em São Raimundo Nonato, o maior estabelecimento em termos de oferta de unidades habitacionais é a Pousada Mania I, a qual conta com 46 quartos e 74 leitos.
Quadro 03 - Ranking de maiores estabelecimentos de hospedagem de São Raimundo Nonato em 2017.
Ordem | Estabelecimento | Quantidade de UH | Nº de leitos | Classificação (Estrelas) |
1 | Hotel Bella Vista | 29 | 130 | 3 |
2 | Pousada Progresso | 39 | 100 | 4 |
3 | Hotel Serra Capivara | 44 | 78 | - |
4 | Pousada Mania 1 | 46 | 74 | - |
5 | Real Hotel | 31 | 70 | 3 |
6 | Pousada Zabelê | 16 | 60 | 3 |
7 | Pousada Santa Luzia | 16 | 40 | - |
8 | Pousada Mania 2 | 11 | 22 | - |
Fonte: FGV/2017.
6. CLIENTES E SAZONALIDADES
6.1 O Turismo Internacional
O estudo sobre a demanda turística internacional realizado pelo Ministério do turismo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, no ano de 2016, apresenta informações mais detalhadas sobre o turismo internacional no país. Esse levantamento revela a sazonalidade no Brasil conforme Gráfico 01.
Gráfico 01 - Chegada turísticas internacionais no Brasil em 2016.
Fonte: Ministério do Turismo.
Em 2016, o mês de janeiro concentrou 16,5% do movimento de todo fluxo internacional e, junto com os meses de fevereiro e março compõem a alta temporada de turismo internacional no Brasil, com viagens preponderantemente relacionadas a lazer.
A pesquisa informa ainda a origem dos turistas que visitam o território nacional, dado importante para a definição de estratégias para aumentar o número de turistas internacionais.
Na lista de principais emissores de turistas internacionais (Quadro 04), a Argentina figura em primeiro lugar com 2.294.900 visitantes, correspondendo a 34,9% de todos os turistas internacionais que o país recebe. Somada às participações de Paraguai (4,8%), Chile (4,7%) e
Uruguai (4,3%), respondem por 48,7% do receptivo brasileiro.
A França e a Alemanha destacam-se entre os países europeus, ocupando respectivamente a 6ª e 7ª posição. Entre os 10 primeiros listam-se ainda Reino Unido, Itália e Portugal. Os Estados Unidos (8,7%) continuam a ser o segundo emissor.
Quadro 04 - Chegadas de turistas ao Brasil, segundo países de residência permanente 2012/2016.
País de Residência | Ano | ||||
Permanente | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 |
Argentina | 1.671.604 | 1.711.491 | 1.743.930 | 2.079.823 | 2.294.900 |
Estados Unidos | 586.463 | 592.827 | 656.801 | 575.796 | 570.350 |
Paraguai | 246.401 | 268.932 | 293.841 | 301.831 | 000.000 |
Xxxxx | 250.586 | 268.203 | 336.950 | 306.331 | 311.813 |
Uruguai | 253.864 | 262.512 | 223.508 | 202.015 | 284.113 |
França | 218.626 | 224.078 | 282.375 | 267.321 | 000.000 |
Xxxxxxxx | 258.437 | 236.505 | 265.498 | 261.075 | 221.513 |
Reino Unido | 155.548 | 169.732 | 217.003 | 189.269 | 202.671 |
Itália | 230.114 | 233.243 | 228.734 | 224.549 | 181.493 |
Portugal | 168.649 | 168.250 | 170.066 | 162.305 | 149.968 |
Espanha | 180.406 | 169.751 | 166.759 | 151.029 | 147.846 |
Bolívia | 112.639 | 95.028 | 95.300 | 80.488 | 138.106 |
Colônia | 100.324 | 116.461 | 158.886 | 118.866 | 000.000 |
Xxxx | 91.996 | 98.602 | 117.230 | 113.078 | 114.276 |
México | 61.658 | 76.738 | 109.637 | 108.149 | 94.609 |
Venezuela | 51.106 | 68.309 | 108.170 | 90.361 | 92.538 |
Japão | 73.102 | 87.225 | 84.636 | 70.319 | 79.754 |
Holanda | 73.133 | 69.187 | 81.655 | 70.102 | 72.268 |
Canadá | 68.462 | 67.610 | 78.531 | 68.293 | 70.103 |
Outros Países | 822.616 | 827.878 | 1.008.596 | 864.838 | 836.073 |
Total | 5.675.734 | 5.812.562 | 6.428.106 | 6.305.838 | 6.578.074 |
Fonte: Ministério do Turismo.
6.2 O Turismo Doméstico
Segundo a OMT- Organização Mundial de Turismo - o turismo doméstico é aquele que os residentes de dado país viajam dentro dos limites do mesmo. O último relatório de demanda de turismo doméstico no Brasil é do ano de 2012, e tem como base os anos de 2010 e 2011. O resumo dessa pesquisa revelou que:
⮚ O número médio do total de viagens domésticas que se realiza por xxxxxxxxx é estimado em 2,6 viagens, realizadas por pelo menos um membro do domicílio,
resultado variável em função da renda e por motivo da viagem.
⮚ Em termos de meios de transporte, carro próprio, ônibus de linha e avião são predominantes.
⮚ O principal meio de hospedagem, ainda é a Casa de Amigos ou Parentes.
⮚ Mais de 90% dos turistas não utilizaram agência para organizar a principal viagem doméstica. Os itens mais adquiridos foram: hospedagem, transporte aéreo e transporte rodoviário.
⮚ Em geral, os serviços e a infraestrutura registraram elevados índices de aprovação. Os itens com piores resultados de avaliação foram: Preços, Segurança, Rodovias, Limpeza, Infraestrutura Urbana, Sinalização e Informação Turística. Por outro lado, foram bem avaliados: Agência de Viagens, Hospedagem, Restaurantes e Gastronomia.
Um dos fatores que contribui para a alta dos custos no turismo é a ausência de regularidade do uso de seus equipamentos e serviços, em termos de hospedagem, transportes, utilização das estradas, energias, entre outros, afora a questão do abastecimento de alimentação e de bebidas. A concentração do consumo nos meses chamados de “alta estação” é um fato notório, particularmente para as motivações de lazer.
Naturalmente, não havendo regularidade no uso dos recursos e serviços disponíveis, o custo da ociosidade acaba se refletindo no preço, o que restringe o acesso de novos consumidores e a capacidade competitiva do Turismo brasileiro em relação às outras destinações turísticas.
O Quadro 05 apresenta as informações mensais relativas a realização de viagens domésticas, por região. Observa-se que a sazonalidade das viagens apresenta especificidades por Região do País. De fato, a concentração das viagens no mês de janeiro, por exemplo, é mais acentuada na região Sul (15,2%) do que na região Norte (9,7%). Por outro lado, em julho, se observam resultados relativamente superiores à média Brasil nas regiões Centro-Oeste (15,4%) e Norte (17,6%), contra 12,1% do total. Nesse mês o Nordeste também se apresenta uma receptividade de 12,2%, superior à média brasileira (12.1%).
Quadro 05 - Período de Realização da Principal Viagem Doméstica no Brasil, por Região em 2012.
Mês | Região de Origem | |||||
Centro- Oeste | Nordeste | Norte | Sudeste | Sul | Total | |
Janeiro | 11,9 | 10,8 | 9,7 | 11,2 | 15,2 | 11,8 |
Fevereiro | 6,8 | 7,8 | 5,8 | 8,5 | 8,3 | 8,0 |
Março | 7,3 | 5,1 | 5,9 | 7,0 | 6,8 | 6,6 |
Abril | 4,9 | 4,1 | 4,9 | 5,9 | 6,1 | 5,5 |
Maio | 3,8 | 5,8 | 5,5 | 5,0 | 4,6 | 5,1 |
Junho | 6,1 | 9,1 | 8,7 | 5,7 | 6,0 | 6,5 |
Julho | 15,4 | 12,2 | 17,6 | 11,9 | 9,1 | 12,1 |
Agosto | 6,4 | 5,9 | 4,2 | 6,2 | 5,2 | 5,9 |
Setembro | 6,2 | 7,2 | 8,6 | 5,5 | 7,1 | 6,2 |
Outubro | 6,2 | 6,8 | 6,7 | 7,2 | 6,0 | 6,8 |
Novembro | 7,0 | 6,0 | 7,7 | 6,8 | 6,6 | 6,7 |
Dezembro | 18,2 | 19,2 | 14,7 | 19,2 | 19,1 | 18,8 |
Total | 100,0 | 100,0 | 100,0 | 100,0 | 100,0 | 100,0 |
Fonte: FIPE.
Para o município de Xxx Xxxxxxxx Xxxxxx, o estudo descritivo de demanda hoteleira realizado em 2017 não quantificou a totalidade de turistas que a cidade recebeu no ano de 2016, mas sim a quantidade de hóspedes que os maiores empreendimentos hoteleiros receberam durante esse ano, vide Quadro 06.
Quadro 06 - Fluxo de hóspedes São Raimundo Nonato em 2016.
Mês | Fluxo Total | Fluxo de Estrangeiros | Fluxo de Nacionais | Fluxo de Lazer | Fluxo de Trabalho |
Janeiro | 1.173 | 45 | 858 | 309 | 645 |
Fevereiro | 968 | 38 | 000 | 000 | 000 |
Março | 1.203 | 43 | 1.147 | 92 | 176 |
Abril | 1.083 | 28 | 752 | 42 | 261 |
Maio | 1.472 | 36 | 1.234 | 346 | 196 |
Junho | 1.332 | 53 | 1.057 | 314 | 213 |
Julho | 1.179 | 85 | 1.075 | 240 | 39 |
Agosto | 1.242 | 53 | 757 | 261 | 51 |
Setembro | 1.292 | 28 | 802 | 295 | 37 |
Outubro | 1.192 | 49 | 807 | 216 | 36 |
Novembro | 1.199 | 54 | 1.126 | 225 | 54 |
Dezembro | 1.163 | 74 | 1.076 | 181 | 32 |
Total | 14.498 | 586 | 11.428 | 2.752 | 2.098 |
Fonte: FGV/2017
É característico, porém de difícil dimensionamento, a frequência de visitantes à região, que normalmente chegam em ônibus e micro-ônibus, vindos de cidades de estados vizinhos e que passam o dia em constantes atividades, fazem refeições em restaurantes locais e no final do dia retornam para as suas cidades.
Na concepção do projeto é premissa fundamental que esses equipamentos venham se constituir fonte de atratividade, que o visitante se sinta atraído pela performance do serviço ofertado, ainda que não sejam hospede do complexo. É uma demanda em potencial. Concebido o projeto como fator de expansão do turismo na região, poderão ser alcançados um número bem maior de turistas em poucos anos.
Gráfico 02 - Fluxo de hóspedes São Xxxxxxxx Xxxxxx em 2016.
Fonte: FGV/2017.
No decorrer de 2016, podemos perceber que há um pico no número de hóspedes durante o mês de maio, e nos demais meses essa quantidade varia de forma moderada. Afim de traçar o perfil dos usuários, seria conveniente calcular a proporção de hóspedes nacionais e estrangeiros e também dos que viajam até o município a lazer ou a trabalho, porém grande parte dos entrevistados não responderam a esse quesito.
7. O FATURAMENTO DO SETOR NO BRASIL
Segundo o Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (BDET), estudo do Ministério do Turismo, o faturamento de empresas do turismo obteve crescimento de 4,3%, no terceiro trimestre de 2017, na comparação com o mesmo período de 2016. O levantamento considerou 716 empresas que obtiveram um faturamento de R$ 9,2 bilhões no trimestre.
Os aumentos mais expressivos ocorreram nos segmentos de parques e atrações turísticas (11,4%), transporte aéreo (11,2%), operadoras de turismo (10,3%) e agências de viagens (9,3%). Resultados que as empresas atribuem ainda à sazonalidade e aos investimentos realizados anteriormente. Em menor escala, com percentuais abaixo de 2%, houve majoração de receita também entre as organizadoras de eventos, meios de hospedagem e nas empresas de turismo receptivo.
Gráfico 03 - Crescimento no faturamento do turismo por segmento em 2017.
Fonte: Ministério do Turismo.
No segmento de hospedagem, o faturamento das empresas pesquisadas no terceiro trimestre de 2017, foi 27,8% delas auferiu até R$ 50.000 bi; 24% entre R$ 50.001 e R$ 200.000
bi; 17,1%, entre R$ 200.001 e R$ 500.000 bi; 10,5% entre R$ 500.001 e R%1.000.000 bi; 18,9%
entre R$ 1.000.000 e R$ 9.900.000 bi; e 1,7% acima de 9.900.000 bi.
Os negócios realizados pelas agências de viagens, à época da pesquisa, encontravam-se em expansão em 37% do mercado pesquisado, estáveis em 51%, e em retração em 12%, resultando num saldo de respostas de 25%, superior ao registrado na mesma época de 2016 (saldo de 6%) e muito mais elevado do que o de outubro/2015 (saldo de -33%). (Boletim de Desempenho Econômico do Turismo – Ministérios do Turismo/FGV – outubro de 2017).
8. LOCAIS COM TURISMO ARQUEOLÓGICO NO BRASIL
O turismo tonou-se um instrumento que proporciona o crescimento das atividades
econômicas, sociais, ambientais e de infraestrutura, tendo em vista o aumento na procura por novos destinos e outras modalidades turísticas, insere-se então, o turismo cultural, o arqueológico.
No Brasil, os sítios arqueológicos que possuem potencial turístico estão fixar-se em parques nacionais, por serem unidades de proteção integral e por possuírem uma gestão voltada para o aproveitamento turístico.
Nesse contexto, o turismo arqueológico é uma alternativa para conciliar a preservação do patrimônio cultural, aproveitamento socioeconômico dos bens culturais e o desenvolvimento regional sustentável, bem como um meio capaz de gerar recursos para proteção do patrimônio cultural.
⮚ Xxxxxxx Xxxxxxxx de Serranópolis
Nesta região foram encontrados sítios arqueológicos datados em até 12 mil anos atrás, com presença de diversos vestígios líticos (pedra lascada) e cerâmicos, além de inúmeras representações rupestres (gravuras e pinturas), resto alimentares e alguns sepultamentos com esqueletos.
Cidade: Serranópolis (GO) - CAT: (00)000-0000
O que visitar: Sítios arqueológicos com grafismos rupestres.
Estrutura: Pousada das Araras; e Aldeia Ecológica Guardiões do Cerrado.
⮚ Serra da Capivara
No Parque foram encontrados diversos sítios datados em até 12 mil anos, além de alguns dos sítios mais antigo do continente Americano e Patrimônio Cultural da Humanidade - UNESCO, entre 40 e 20 mil anos atrás.
Entre diversos tipos de sítios, vestígios líticos, cerâmicos, rupestres e sepultamentos, podemos citar os principais circuitos turísticos do parque: a Pedra Furada, que é um monumento geológico; o Boqueirão da Pedra Furada, onde estão as pinturas rupestres mais conhecidas; e o Desfiladeiro da Capivara; a Serra Branca, onde está o circuito cultural dos Maniçobeiros; e a Serra Vermelha, onde está o Baixo das Andorinhas, local em que toda tarde os andorinhões descem em revoada para se abrigarem nos paredões do cânion.
Cidade: São Raimundo Nonato (PI) CAT: (00)0000-0000
O que visitar: Parque Nacional Serra da Capivara Estrutura: Hotéis e pousadas na cidade.
Mais informações: Instituto Xxxxx Xxxxxx; e Fundação Museu do Homem Americano.
⮚ Sítios Arqueológicos da Ilha de Florianópolis Cidade: Florianópolis (SC)
CAT: (48) 3348 – 3554
O que visitar: Sítios com grafismos rupestres.
Locais: Praia Costão do Santinho e Ilha do Campeche.
⮚ Sambaqui da Beirada
Trata-se de um Sambaqui datado de mais de 4 mil anos atrás, com presença de esqueletos humanos.
Cidade: Saquarema (RJ) TEL.: (00) 0000.0000
O que visitar: Sítio Sambaqui da Beirada Estrutura: Museu do Sambaqui da Beirada Mais informações: Prefeitura de Saquarema
⮚ Sambaqui do Guaraguaçu Cidade: Pontal do Paraná (PR) CAT: (00) 0000 0000
O que visitar: Sítio Arqueológico Sambaqui do Guaraguaçu.
Estrutura: Para visitar deve-se entrar em contato com o Departamento de Turismo (CAT). Mais informações: Portal Pontal do Paraná
⮚ Parque Nacional do Catimbau Cidade: Buíque (PE)
Prefeitura: (00)0000-0000 – 0000-0000
O que visitar: Sítios com grafismos rupestres
Estrutura: Há uma associação de guias no Vale do Catimbau (em Buíque), com dez trilhas diferentes a serem realizadas e sugestões de pousadas e restaurantes. Contato: xxxxxx.xxxxxxxx@xxxxx.xxx
Mais informações: AGTURC
⮚ Serra das Paridas Cidade: Lençóis (BA)
CAT: 3334-1378 e xxxxxxxxxxxx0000@xxxxx.xxx Associação de guias: 00 (00) 0000-0000.
O que visitar: Grafismos rupestres na Serra das Paridas (Chapada Diamantina).
Estrutura: O sítio está aberto para visitação e estruturado da Bahia para receber turistas.
Há várias agências de turismo que oferecem trilhas para os sítios arqueológicos.
Mais informações: Guia de turismo da Chapada Diamantina e Guia de Turismo de Lençóis.
⮚ Sítios Rupestres de Alcinópolis Cidade: Alcinópolis (MS)
CAT: (67) 3260 -1739
O que visitar: Abrigos com pintura rupestre. É considerada a capital da pintura rupestre no estado do Mato Grosso do Sul.
Agendar a visita: Rota dos Sítios Arqueológicos – Eco Parques Tour: 000 0000-0000.
Adão Xxxxxxx Xxxx Assessor Técnico- Financeiro
REFERÊNCIAS
IBGE, COORDENAÇÃO DE SERVIÇOS E COMÉRCIO. Pesquisa de serviços de hospedagem: 2016.Brasil: IBGE, 2016.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Anuário Estatístico de Turismo 2017. Brasil: MTur, 2017.
FIPE. Caracterização e dimensionamento do turismo internacional no Brasil – 2012-2016. São Paulo: FIPE, 2017.
FGV PROJETOS, MINISTÉRIO DO TURISMO. Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo - 13.ed. Rio de Janeiro: Fundação Xxxxxxx Xxxxxx, 2017.
FGV PROJETOS, MINISTÉRIO DO TURISMO. Boletim de Desempenho Econômico do Turismo. – Ano XIV, nº 56 (julho/setembro 2017) – Rio de Janeiro: Fundação Xxxxxxx Xxxxxx, 2017.
FGV PROJETOS, MINISTÉRIO DO TURISMO. Sondagem do consumidor: intenção de viagem. – Ano 10 (novembro 2017) / – Rio de Janeiro: Fundação Xxxxxxx Xxxxxx, 2017.
MINISTÉRIO DO TURISMO, FIPE. Estudo da Demanda Turística Internacional Brasil - 2016. Brasília: [s.n.], 2017.
FOHB. Perspectivas de Desempenho da Hotelaria Ed. 5 | out 2017. [S.l.: s.n.], 2017. FOHB, ABR. Hotelaria em Números - Brasil 2017. [S.l.: s.n.], 2017.
XXXXXXXX, Xxxxx Xxxxxx xx Xxxxx; ANASTÁCIO, Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxx. Gestão de custos na rede hoteleira: um estudo de caso de um hotel na região sul fluminense. 2014. 69 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Ciências Contábeis) - Universidade Federal Fluminense, Xxxxx Xxxxxxx, 0000.
UNWTO world turism barometer. Madrid, Spain: World Turism Organization, 2017. SEBRAE. Cadeia produtiva do turismo. [S.l.: s.n.], 2008.
FIPE. Caracterização e dimensionamento do turismo doméstico no brasil – 2010/2011. São Paulo, 2012.
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<xxxxx://xxx.xxxxxxxxx.xxx.xx/000000_xxxxxx-xxxxxxxxxxx-xxxxxxx-xxx-xxx-xxxxxxx-xxxxxxxxxx- internacionais.html>. Acesso em: 13 abr. 2018.
XXXXXX, Xxxxxxx. Turismo Arqueológico no Brasil: Sítios Pré-Históricos (Pré-colonialismo europeu). Disponível em: <xxxxx://xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.xxx/xxxxxxx-xxxxxxxxxxxx/>. Acesso em: 13 abr. 2018.
i Portaria 100/2011 – Ministério do Turismo – Governo do Brasil.