PROJETO DE ADEQUAÇÃO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
MEMORIAL DE CÁLCULO
PROJETO DE ADEQUAÇÃO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
Prefeitura Municipal de Braúna
SASB – Serviço Autônomo de Saneamento Ambiental de Braúna Mar/2022 – R1
SUMÁRIO
1
1.2 Informações do empreendimento 1
1.3 Dados da empresa contratada 1
2
4
6
4.2 Estação Elevatória de Esgoto (EEE) 7
4.5 Lagoa Aerada de Xxxxx Xxxx (LALF) 11
4.9 Emissário de efluente chegada e saída da ETE 14
16
5.1 Determinação da vazão do sistema 16
5.2 Determinação da carga orgânica e concentração do esgoto sanitário 19
5.3 Resumo dos parâmetros de projeto 20
5.5 Estação Elevatória de Esgoto (EEE) 26
5.7 Lagoa Aerada de Xxxxx Xxxx (LALF) 38
5.11 Emissário de chegada e saída da ETE 46
49
50
52
XXXXX X – EMISSÁRIO DE CHEGADA
54
55
ANEXOS III E IV – ANÁLISES DA ETE EXISTENTE E DADOS DE VAZÃO DO MUNICÍPIO DE BRAÚNA
56
Lista de Anexos
A. Anotação de responsabilidade técnica
B. Manual de operação da ETE
C. Projeto do tratamento preliminar
D. Planta geral e de localização
E. Projeto da estação elevatória de esgoto
F. Projeto dos reatores
G. Projeto da lagoa aerada de leito fixo
H. Projeto da reforma das lagoas existentes
I. Projeto do sistema de desinfecção
J. Projeto da casa de operação
K. Planta de lodo
L. Perfil hidráulico
M. Fluxograma
1 DADOS DO CONTRATO
Nome | Serviço Autônomo de Saneamento Ambiental de Braúna |
Endereço | Xxx Xxxx Xxxxx xx Xxxxx XX 00, x/x, Xxxxxx Xxxxxx - Xxxxxx/XX - XXX 00000-000 |
CNPJ | 07.615.647/0001-77 |
Contato |
1.2 Informações do empreendimento
O presente projeto tem como objetivo a adequação e ampliação da Estação de Tratamento de Esgotos Municipal de Braúna, operada pelo SASB – Serviço Autônomo de Saneamento Ambiental de Braúna, localizada no Sítio Zona Rural, s/n, Bairro Água Limpa – Braúna/SP – XXX 00000-000.
1.3 Dados da empresa contratada OLP PROJETOS DE ENGENHARIA LTDA
Xxxxxxx 00-X xx 0000, Xxxx Xxxxxx, Xxx Xxxxx/XX, CEP: 13.506-705 CNPJ: 00.000.000/0001-35
Tel.: (00) 0000-0000 – xxx.xxx.xxx.xx – xxxx@xxx.xxx.xx
Coordenador do projeto: Xxxxxxxx Xxxxxx Xxxx Xxxx Xxxxx
Executor do projeto: Xxxxx Xxxxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxxxxxxx responsável:
Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxx
CREA: 5060507757/D ART: 28027230211769110
2 ALTERNATIVA ADOTADA
O presente projeto refere-se à ampliação e adequação da estação de tratamento de esgotos municipal de braúna, que se encontra em operação com vazão superior a de seu projeto e apresenta diversos problemas operacionais (como odor que gera incômodo à população e eficiência do lançamento inferior aos requisitos legais).
A ETE instalada foi projetada a princípio para 5.000 habitantes, que já foram excedidos. Por isso visando maior segurança ao sistema este projeto considera um horizonte de final de plano de 20 anos, com uma população a ser atendida de 6.365 com contribuição individual de 160 litros de esgoto por dia, além de uma rede com extensão de 24,5 km e taxa de infiltração de 0,2 l/x.xx, totalizando 1.441,8 m³/dia.
O sistema proposto neste projeto será composto por 6 módulos capazes de atender a uma vazão de até 250 m³/dia, ou 1500 m³/dia no total e compreenderá os seguintes equipamentos:
· Tratamento Preliminar com: Gradeamento
Caixa de areia Calha Parshall
· Estação Elevatória de Xxxxxx Xxxxx (EEE);
· Peneira estática;
· Reatores Anaeróbios (UASB);
· Lagoa Aerada de Xxxxx Xxxx (LALF);
· Lagoa Facultativa (LF);
· Sistema de desinfecção com calha parshall de saída;
· Lagoa de lodo.
Após o tratamento, o efluente será encaminhado para o Córrego Água Limpa, sendo as coordenadas de lançamento (UTM): 571357.06 m E; 7622640.00 m S. É importante destacar que será usado o ponto de lançamento existente, sendo esse ponto já outorgado, entretanto deverá ser objeto de nova outorga para adequação da vazão de final de plano de projeto.
Os projetos desenvolvidos respeitam e seguem as diretrizes preconizadas nas Resoluções, Normas e Leis abaixo indicadas:
Lei Federal N° 9.605/98 | Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao Meio Ambiente. |
Resolução CONAMA N° 357/05 | Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. |
Resolução CONAMA N° 397/08 | Altera o inciso II do § 4o e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do CONAMA n° 357/05. |
Resolução CONAMA N° 430/11 | Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n° 357/05. |
ABNT NBR 7229:1993 | Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. |
ABNT NBR 13969:1997 | Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final de efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. |
ABNT NBR 12208:1992 | Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário - Procedimento. |
ABNT NBR 12209:2011 | Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos sanitários. |
3 HISTÓRICO
A Estação de Tratamento de Esgotos do município de Braúna foi construída em 1984 e é constituída por duas lagoas anaeróbias em paralelo e uma lagoa facultativa em série e seu efluente tratado é lançado no Córrego Água Limpa.
Atualmente, o sistema de tratamento não se encontra em boas condições de conservação. As lagoas anaeróbias se encontram assoreadas e uma das possíveis causas é a falta de tratamento preliminar na ETE, além disso, o município conta com 5741 habitantes, segundo dados do IBGE 2020 e sua estação já estaria excedendo a vazão máxima para a qual foi projetada, visto que a população de projeto inicial era de 5000 habitantes. Em decorrência da situação apresentada uma série de problemas já começam a surgir no funcionamento da ETE, sendo os principais:
1. Ocorrência de maus odores que chegam até os bairros residenciais em épocas de chuva;
2. Sistema de tratamento não atende à eficiência de remoção necessária ao lançamento, tendo em vista que é um local bastante restritivo;
3. Como agravante a ETE não conta com licenças, por isso foi autuada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, entretanto essa situação já está sendo regularizada em conjunto com a CETESB.
As tabelas 1 e 2 apresentam dados de análises obtidos em laboratório, que demonstram que o sistema apresenta eficiência inferior aos 80% mínimos esperados.
A análise apresentada na tabela 1 foi realizada m 25/08/2020 e como pode ser observado, a DBO de entrada está em 603,4 mg/L, muito superior aos valores esperados para efluentes sanitários, por isso, a prefeitura suspeita que tenha ocorrido lançamento irregular desconhecido nesse período, pois a ETE não atende e não planeja atender o recebimento de efluentes industriais. A ETE Municipal de Braúna será exclusivamente para atendimento dos efluentes sanitários gerados no município.
ETE | |||
25/08/20 - 13H | |||
Entrada | Xxxxx | Xxxx. | |
pH | 7,0 | 7,6 | - |
Temperatura (ºc) | 25,2 | 24,7 | - |
DBO (mg/L) | 603,4 | 169,9 | 72% |
DQO (mg/L) | 1.838,0 | 485,0 | 74% |
Óleos e graxas (mg/L) | 89,4 | - | - |
Ssed (mL/L) | 10,0 | - | - |
Tabela 1. Dados de análise do sistema de tratamento existente
A análise mais recente foi realizada em 20/10/21 e apresenta valor de DBO comum às características de esgoto doméstico, sendo assim, pelos motivos apresentados será utilizada a segunda análise com valor de DBO de 352 mg/L para elaboração do projeto.
ETE | |||
20/10/21 - 11H | |||
Entrada | Xxxxx | Xxxx. | |
pH | 7,3 | 8,8 | - |
Temperatura (ºc) | 30,5 | 33,0 | - |
DBO (mg/L) | 352,0 | 108,0 | 69% |
DQO (mg/L) | 1.113,0 | 412,0 | 63% |
Óleos e graxas (mg/L) | - | - | - |
Ssed (mL/L) | 7,0 | - | - |
Tabela 2. Dados de análise do sistema de tratamento existente
Para mais informações as duas análises apresentadas podem ser vistas em detalhes no anexo
III.
4 MEMORIAL DESCRITIVO
4.1.1 Gradeamento
O gradeamento é padronizado e composto por grades média e fina (conforme espaçamento), feitas em aço inox, dispostas sequencialmente e com inclinação de 60º. Seu dimensionamento é realizado de acordo com as normas da ABNT, de modo a permitir o fluxo normal dos esgotos, com baixa perda de carga.
A ABNT NBR 12209:2011 determina que unidades de tratamento preliminar com vazão afluente igual ou superior a 250 L/s devem possuir sistema de limpeza mecanizada das grades. Possuindo o projeto vazão máxima inferior a 250 L/s, optou-se pela limpeza manual, visto que a mecanização deste processo acarretaria custos elevados.
Estima-se a composição do material retido: 30% papéis, 10% trapos e panos, 20% materiais diversos e 40% material volátil. Pela quantidade de material volátil, recomenda-se remoção diária, expondo a luz para secar e encaminhando a um destino adequado.
4.1.2 Caixa de Areia
As partículas discretas presentes no esgoto sanitário, em sua maioria areia, devem ser retidas antes do processo biológico por serem inertes, possuírem características abrasivas e facilidade de acumulação. Para evitar os efeitos adversos nos equipamentos subsequentes são utilizadas as caixas de areia (ou desarenadores).
Basicamente, a caixa de areia deve ser projetada para realizar as seguintes operações: retenção da areia com características indesejáveis ao efluente e armazenamento do material retido durante o período entre as limpezas.
A Caixa de Areia padrão possui formato retangular e é formada por dois canais paralelos, para que na ocasião de limpeza um deles permaneça operando (com passagem do efluente) e no outro, que fica em stand by, o operador faça a retirada do material retido.
Vale ressaltar que a inadequabilidade do projeto e a não obediência às recomendações técnicas constituem as principais causas das perturbações operacionais ou mau desempenho das unidades de tratamento preliminar.
4.1.3 Medidor de Vazão – Xxxxx Xxxxxxxx
A calha Parshall é um dispositivo de medição de vazão da água bruta na forma de um canal aberto com dimensões padronizadas à jusante do gradeamento. Nele, a água é forçada por uma garganta relativamente estreita, sendo o nível da água a montante da garganta é o indicativo da vazão a ser medida, independendo do nível da água à jusante.
Outra função importante da calha Parshall é manter constante a velocidade na caixa de areia instalada a montante do equipamento. Para tal, é necessário adotar um rebaixo (degrau) entre a caixa de areia e a calha Parshall.
De forma geral, as estações de tratamento compactas utilizam calhas Parshall nas medidas entre 1 e 3” de garganta, ou “W” como é comumente chamado seu estreitamento. Mas a decisão sobre o modelo a ser utilizado para cada situação ocorre em função da escala de vazão mínima e máxima calculada para cada projeto.
4.2 Estação Elevatória de Esgoto (EEE)
As Estações Elevatórias de Esgotos (EEE) são padronizadas em alvenaria ou anéis de concreto e possuem um conjunto de duas bombas submersíveis (uma em uso e outra reserva) para recalque do efluente bruto até o reator UASB, onde se dá o início do tratamento biológico do efluente.
Para evitar a formação de zonas mortas com acúmulo de sólidos presentes no esgoto bruto (que pode levar a degradação em condições indesejáveis e gerar mau odor), a Elevatória possui uma inclinação de fundo, que garante que o material seja encaminhado para o reator UASB.
As peneiras se caracterizam por remover sólidos muito finos ou fibrosos e possuem aberturas pequenas que variam entre 0,25 a 5,0 mm. Instalada logo antes da entrada no tratamento biológico, para retenção de sólidos de pequenas dimensões, garantindo assim aumento considerável da vida útil dos equipamentos do sistema.
As peneiras estáticas são modelos de peneiras projetados para promover sua autolimpeza. A remoção do material retido se dá através do efeito do fluxo do líquido durante o processo de peneiramento.
A principal vantagem das peneiras estáticas está no fato de não requererem energia e não possuírem peças móveis, apresentando baixo custo de operação e manutenção.
O reator UASB é um reator biológico anaeróbio que se destaca entre as opções de tratamento por ser um sistema compacto com baixa demanda de área, baixo custo de implantação e operação e baixa produção de lodo.
A digestão anaeróbia é um processo bioquímico complexo, no qual diversos grupos de organismos anaeróbios e facultativos assimilam e destroem simultaneamente a matéria orgânica. De maneira simplificada, o processo anaeróbio ocorre em quatro etapas, estando diversos microrganismos presentes em cada uma delas.
Na primeira etapa, a matéria orgânica complexa é transformada em compostos mais simples como ácidos graxos, aminoácidos e açúcares, pela ação dos micro-organismos hidrolíticos. Na
segunda etapa as bactérias acidogênicas transformam os ácidos e açúcares em compostos mais simples, como ácidos graxos de cadeia curta, ácido acético, H2 e CO2.
Na terceira etapa, estes produtos são transformados principalmente em ácido acético, H2e CO2, pela ação das bactérias acetogênicas. Na última etapa os micro-organismos metanogênicos transformam esses substratos em CH4 e CO2.
Em muitos reatores, observa-se que existem caminhos preferenciais do esgoto, que fazem com que existam “espaços mortos” no interior dos reatores e que o Tempo de Detenção Hidráulico (TDH) teórico seja distante do real. Estes caminhos preferenciais levam a um fenômeno conhecido por “curto-circuito hidráulico”.
Os reatores UASB projetados possuem um sistema que otimiza a distribuição do efluente, aproveitando todo o espaço existente e fazendo com que o Tempo de Detenção Hidráulico teórico seja próximo do real, aumentando sua eficiência.
Os reatores UASB possuem, em sua parte interna, um dispositivo denominado separador trifásico. Nele são separados os sólidos, líquidos e gases presentes no esgoto. Assim, quando o efluente em tratamento passa pelo separador trifásico, o lodo formado é encaminhado para a parte inferior do reator, a parte gasosa é coletada por uma tubulação específica e o efluente líquido, já clarificado, segue pela parte superior do reator UASB.
O reator possui ainda um filtro de gás sulfídrico e com a passagem dos gases por seu interior, a limalha de aço de preenchimento reage com o gás sulfídrico, sendo oxidado e neutralizando o odor desagradável, conforme pode ser visto na imagem abaixo.
Na parte interna do filtro de gases é inserido limalha de ferro, que tem a função de oxidar com a passagem dos gases, como pode ser verificado na reação a seguir:
Fe2O3 + 3 HsS → Fe2S3 + 3 H2O
A partir dessa reação, aproximadamente 1kg de oxido de Ferro remove aproximadamente 0,63kg de H2S (BARNCELLI, 2007), ou seja, a utilização dos filtros de gases, com limalha de ferro, tem capacidade de promover a neutralização do gás sulfídrico, responsável pelo odor desagradável, produzido pelo sistema.
O gás sulfídrico, que não saiu pelo filtro de gases e ficou diluído no efluente do UASB, é encaminhado para a o FAS, onde o efluente é encaminhado para a parte inferior do equipamento que em fluxo ascendente receberá aeração, através da injeção de ar fornecida pelos sopradores roots. Nesse processo, o gás sulfídrico remanescente é oxidado no Filtro Aeróbio Submerso.
O sistema de filtro de gases do UASB, está instalado na parte superior do reator, a mais de 7m de altura, acima da maioria das edificações, apesar de já ser instalado em um local alto, pode ser feito o prolongamento da tubulação ainda a uma altura maior, mas a EEA considera não ser necessário, outra alternativa complementar é a instalação de uma sistema de queimador de gases, onde os gases gerador no processo anaeróbio, são encaminhados para o queimador.
Os reatores foram projetados com dimensões para atender uma série de vazões, entre 25 e 250 m³/dia. Empreendimentos com vazão superior são atendidos por reatores instalados em módulos.
Como se observa, a entrada do efluente no reator será por sua parte superior, após passagem pela peneira estática. Para ocasiões de manutenção, o sistema conta com uma tubulação de by pass da peneira que pode ser utilizada momentaneamente, para que o tratamento não seja interrompido. Como ser observa ainda em projeto, o sistema conta com registros na entrada usual e na entrada do by pass.
4.5 Lagoa Aerada de Xxxxx Xxxx (LALF)
Conforme apresentado anteriormente, como a ETE era de sistema australiano de lagoas, existe no local duas lagoas anaeróbias e uma lagoa facultativa. Uma das lagoas anaeróbias será utilizada para descarte de lodo e a outra será utilizada para implantação do sistema aqui descrito, a lagoa aerada de leito fixo.
Já na 1º etapa de implantação, de forma a melhorar a remoção de matéria orgânica, se propõe utilizar 1 das lagoas para lodo e outra para implantação da lagoa aerada de leito fixo, na qual haverá adição de aeração por compressores de ar e de material recheio em polipropileno injetado e montado paralelamente, formando blocos compactos de grande resistência térmica e mecânica (material tipo grade ou colmeia), com área específica de 96,8 m²/m³.
Desta forma espera-se o comportamento na mesma similar ao de um Filtro Aerado Submerso, sendo seu dimensionamento feito sobre esse princípio. O lodo gerado na mesma, que se desprende naturalmente do material recheio, será encaminhado e sedimentado na lagoa facultativa.
Como já mencionado, periodicamente a lagoa facultativa poderá ser limpa com uma bomba. Seu dimensionamento foi feito considerando uma redução de carga orgânica (DBO) no UASB de 70% e nesta lagoa se obter a remoção de 75% (ligeiramente inferior aos 80% usuais para sistemas com FAS). Desta forma se terá uma entrada na lagoa facultativa de carga consideravelmente menor.
As lagoas facultativas são a variante mais simples do sistema de lagoas de estabilização. Basicamente, o processo consiste na retenção dos esgotos por um período de tempo longo o suficiente opara que processos naturais de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. As principais vantagens e desvantagens das lagoas facultativas estão associadas, portanto, a predominância de fenômenos naturais.
Todo sistema de tratamento de efluentes tem como resíduo o lodo gerado dentro dos processos de redução e remoção da carga orgânica do efluente bruto. Dependendo do tamanho e do modelo do sistema utilizado, o lodo pode ser acumulado na própria ETE e posteriormente descartado.
Para as ETE de pequeno porte e baixa vazão, o lodo gerado no processo pode ser acumulado dentro do UASB (reator anaeróbio) e posteriormente retirado por caminhão a vácuo devidamente licenciado. Para estações de maior porte e vazão, devem ser previstas alternativas, pois a produção de lodo é muito maior, se destacando as seguintes:
• Leito de secagem: estrutura comumente utilizada, possui funcionamento e operação simples, mas custo relativamente alto de implantação e pode requerer uma grande área para atender toda a demanda de lodo produzida.
• Filtro prensa ou centrífuga: equipamentos mecânicos que tem por finalidade reduzir consideravelmente a quantidade de água no lodo. Apesar de possuírem alta eficiência e baixa demanda de área, requerem operação especializada.
• Bag para lodo: sistema produzido a partir de mantas geotêxtis, trançadas ou com microfuros por onde a água é drenada do sistema. É uma alternativa para locais com pouca disponibilidade de área e de manutenção, sendo sua desvantagem a necessidade de substituir o sistema saturado por um novo periodicamente, o que pode acarretar em altos custos de operação.
A adoção de um dos sistemas deve ser pautada pela característica e particularidade de cada ETE, uma vez que todos têm suas vantagens e desvantagens, mas todos apresentam boa eficiência, termos financeiros e na eficiência de desaguamento do lodo.
A proposta do projeto é de desativa uma das lagoas anaeróbias existentes, desligando-a do sistema de tratamento e utilizá-la como lagoa de lodo. Quando necessário, a mesma poderá ser limpa por caminhão a vácuo, sendo destinada para local devidamente licenciado junto ao Órgão Ambiental.
Embora o sistema de tratamento de esgoto projetado tenha elevada eficiência, a concentração de coliformes totais no efluente que deixa o reator aeróbio ainda é superior ao limite permitido fazendo necessária a adoção de medidas com a finalidade de reduzir a contagem de coliformes, como a adição de um sistema de desinfecção na ETE, antes do descarte final do efluente no corpo hídrico receptor.
A desinfecção pode ser feita através de um tanque de contato com dosagem de cloro, no formato de chicanas ou do tipo circular com a entrada e saída opostas, para reduzir problemas com curto circuito hidráulico.
Uma alternativa é a desinfecção por ultravioleta, que utiliza a radiação como forma de controle dos patógenos.
Nesse projeto a desinfecção será por cloração e será realizada em tanque de contato no formato de chicanas.
4.9 Emissário de efluente chegada e saída da ETE
Um emissário é a tubulação destinada a conduzir efluente ao destino desejado – como uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) ou ainda um corpo d’água receptor – sem receber contribuições em marcha. Neste projeto, tem-se o dimensionamento do emissário de efluente tratado por gravidade da ETE, considerado:
• Diâmetro mínimo adotado de 150 mm;
• Declividade mínima admissível que garanta tensão trativa média mínima de 1,0 Pa;
• Declividade máxima admissível para a qual se tenha velocidade máxima de 5,0 m/s;
• Lâmina d’água máxima de 75%;
• Profundidade mínima recomendada de 1,50 em ruas.
Respeitadas as condições, o projeto considera o posicionamento da tubulação da maneira mais favorável possível, de forma a acompanhar a declividades natural do terreno, visando otimizar a obra e os custos de implantação do interceptor de efluente tratado.
4.9.1 Característica do emissário
Nos anexos I e II são apresentados os emissários de chegada e saída, respectivamente. O emissário de chegada já atende até a área da ETE atualmente, entretanto o projeto apresentado visa uma pequena extensão da linha até o tratamento preliminar a ser instalado.
O presente emissário de saída da ETE deverá ser refeito, tendo em vista facilidades hidráulicas, entretanto deverá lançar seus efluentes tratados no mesmo ponto do emissário existente.
4.9.2 Material da tubulação
De acordo com o projeto, o material a ser utilizado para compor o trecho por gravidade é o PVC Ocre Esgoto e seus diâmetros estão explicitados no anexo I.
4.9.3 Acessórios da tubulação – Poços de Visita (PVs)
É prevista a instalação de Poços de Visita (PVs), que compreendem câmaras visitáveis por aberturas destinadas à execução de manutenções na tubulação. Suas dimensões devem considerar os limites normativos de diâmetro mínimo de 0,60 m para o tampão e 0,80 m na câmara em planta. Sendo obrigatória sua instalação em todos os pontos singulares, como nas mudanças de direção, declividade, diâmetro e material.
5 MEMORIAL DE CÁLCULO
5.1 Determinação da vazão do sistema
A vazão foi determinada a partir de dados de ligação de esgoto fornecidos por registro do SASB Braúna SP, conforme anexo IV.
Para verificar a compatibilidade dos dados comparou-se o número de habitantes obtido de 5.801 pessoas com os dados populacionais do IBGE e da Fundação SEADE, respectivamente 5.795 habitantes e 5.593 habitantes para o ano de 2021.
Como observa-se a população determinada a partir dos dados do SASB é superior às estatísticas, por isso conclui-se que é segura para o projeto.
A partir dela, determinou-se a população de projeto em final de plano de 20 anos, a partir da taxa de crescimento populacional determinada para o município pela Fundação Seade conforme mostra o quadro que segue.
TAXA PARA PROJEÇÃO POPULACIONAL |
Fonte: xxxxx://xxxxxxxxx.xxxxx.xxx.xx/xxxxxxxx-xxxxxxxxxxxx-xxx/ |
Com as informações do quadro apresentado acima, estimou-se o crescimento populacional do município de Braúna para o ano de 2042, sendo assim, o projeto prevê horizonte de 20 anos.
PROJEÇÃO POPULACIONAL | ||
2021 | 5.801 | hab |
2022 | 5.841 | hab |
2023 | 5.882 | hab |
2024 | 5.923 | hab |
2025 | 5.965 | hab |
2026 | 6.007 | hab |
2027 | 6.049 | hab |
2028 | 6.091 | hab |
2029 | 6.134 | hab |
2030 | 6.177 | hab |
2031 | 6.196 | hab |
2032 | 6.214 | hab |
2033 | 6.233 | hab |
2034 | 6.252 | hab |
2035 | 6.270 | hab |
2036 | 6.289 | hab |
2037 | 6.308 | hab |
2038 | 6.327 | hab |
2039 | 6.346 | hab |
2040 | 6.365 | hab |
2041 | 6.384 | hab |
2042 | 6.404 | hab |
5.1.1 Parâmetros adotados para o sistema
O quadro abaixo representa a população atendida pelo atual sistema em funcionamento:
PARÂMETROS DE FINAL DE PLANO | ||
Número de habitantes | 6.404 | hab |
Média de habitante/ligação | 2,6 | hab/ligação |
Número de ligações | 2.463 | Unid. |
Contribuição por pessoa | 160 | l/hab.dia |
Extensão da rede coletora | 24,6 | km |
Taxa de infiltração da rede | 0,2 | l/x.xx |
Constribuição de carga orgância individual | 54 | g/hab.dia |
5.1.2 Contribuição de esgoto sanitário
Estimativa de contribuição de esgoto sanitário | ||
Número de habitantes | 6.404 | hab |
Contribuição por pessoa | 160 | l/hab.dia |
Contribuição de esgoto sanitário | 1.024.560 | l/dia |
5.1.3 Estimativa de infiltração na rede
Estimativa de infiltração na rede | ||
Extensão da rede | 24,63 | km |
Taxa de infiltração | 0,20 | l/x.xx |
Vazão de infiltração | 425.586 | l/dia |
5.1.4 Determinação da vazão média
Estimativa de vazão média do empreendimento | ||
Contribuição de esgoto sanitário | 1.024.560 | l/dia |
Infiltração na rede | 425.586 | l/dia |
Vazão média | 1.450.146 | l/dia |
5.1.5 Determinação da vazão máxima diária
Estimativa de vazão máxima diária do empreendimento | ||
Contribuição de esgoto sanitário | 1.024.560 | l/dia |
Coeficiente de vazão máxima diária (K1) | 1,20 | l/dia |
Infiltração na rede | 425.586 | l/dia |
Vazão máxima diária | 1.655.058 | l/dia |
5.1.6 Determinação da vazão máxima horária
Estimativa de vazão máxima horária do empreendimento | ||
Contribuição máxima de esgoto | 1.229.472 | l/dia |
Coeficiente de vazão máxima hora (K2) | 1,50 | l/dia |
Infiltração na rede | 425.586 | l/dia |
Vazão máxima horária | 2.269.794 | l/dia |
5.1.7 Determinação da vazão mínima
Estimativa de vazão mínima do empreendimento | ||
Contribuição de esgoto sanitário | 1.024.560 | l/dia |
Coeficiente de vazão mínima (K3) | 0,50 | l/dia |
Infiltração na rede | 425.586 | l/dia |
Vazão mínima | 937.866 | l/dia |
5.2 Determinação da carga orgânica e concentração do esgoto sanitário
5.2.1 Determinação da carga orgânica
Estimativa de carga orgânica | ||
Número de habitantes | 6.404 | hab |
Contribuição per capita | 54 | g/hab |
Carga orgânica diária | 345,8 | kg/dia |
5.2.2 Determinação da concentração do esgoto sanitário
Concentração de DBO | ||
Carga orgânica diária | 346 | kg/dia |
Vazão média | 1.450.146 | l/dia |
Concentração de DBO | 238,5 | mg/l |
5.3 Resumo dos parâmetros de projeto
Para esse projeto será adotado concentração de DBO de 350 mg/l.
Estimativa de vazão do empreendimento | ||
Vazão média | 1.450,1 | m³/dia |
60,4 | m³/h | |
16,8 | l/s | |
Vazão máxima diária | 1.655,1 | m³/dia |
69,0 | m³/h | |
19,2 | l/s | |
Vazão máxima horária | 2.269,8 | m³/dia |
94,6 | m³/h | |
26,3 | l/s | |
Vazão mínima | 937,9 | m³/dia |
39,1 | m³/h | |
10,9 | l/s | |
Concentração estimada | 238,5 | mg/l |
Concentração adotada | 352,0 | mg/l |
Carga orgânica | 510,5 | kg/dia |
Eficiência estimada | 95% |
5.4.1 Sistema de gradeamento
5.4.1.1 Parâmetros utilizados para o dimensionamento
Gradeamento | Grade Média | Grade Fina | ||
Largura | 0,3 | m | 0,3 | m |
Comprimento | 1,1 | m | 1,1 | m |
Espaçamento entre as barras | 3,0 | cm | 1,0 | cm |
Inclinação das barras | 60 | graus | 60 | graus |
Espessura das barras | 0,64 | cm | 0,64 | cm |
5.4.1.2 Eficiência do sistema
Eficiência do gradeamento médio | ||
𝑎 𝐸 = 𝑎 + 𝑏 | ||
a - espaçamento entre as barras | 3,0 | cm |
b - espessura das barras | 0,64 | cm |
E - Eficiência | 82 | % |
Eficiência do gradeamento f ino | ||
𝑎 𝐸 = 𝑎 + 𝑏 | ||
a - espaçamento entre as barras | 1,0 | cm |
b - espessura das barras | 0,64 | cm |
E - Eficiência | 61 | % |
5.4.1.3 Determinação da área útil do gradeamento
A área útil do gradeamento é diretamente proporcional à velocidade do efluente que passa pelas grades e será dimensionada para o pior caso, ou seja, quando ocorre a vazão máxima horária, portanto:
Área útil | ||
𝑄𝑚á𝑥, ℎ 𝐴𝑢 = 𝑉 | ||
Qmax.h - vazão max horária | 0,026 | m³/s |
V - Velocidade de passagem entre barras | 1,0 | m/s |
Au - área útil | 0,026 | m² |
5.4.1.4 Dimensionamento da seção do canal
Com a área útil do canal, é possível determinar a seção do canal das grades. Será, portanto, calculada a seção para as grades média (3 cm) e fina (1 cm).
Seção do canal de gradeamento | ||
𝐴𝑢 𝐸 = 𝐸 𝑥 Á𝑟𝑒𝑎 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎 | ||
Seção do canal para grade média | ||
Au - área útil | 0,026 | m² |
E - Eficiência | 82 | % |
Área ocupada (materia retido na grade) | 0,50 | |
S - Seção do canal | 0,06 | m² |
Seção do canal para grade f ina | ||
Au - área útil | 0,026 | m² |
E - Eficiência | 61 | % |
Área ocupada (materia retido na grade) | 0,50 | |
S - Seção do canal | 0,09 | m² |
5.4.1.5 Velocidade do canal do gradeamento
A velocidade do canal das grades é determinada pela vazão do efluente e pela seção do canal calculada anteriormente.
Confirmação da velocidade do efluente no canal da grade | ||
𝑄𝑚á𝑥, ℎ 𝑉𝑜 = 𝑆 | ||
S - Seção do canal | 0,087 | m² |
Qmax.h - vazão max horária | 0,026 | m³/s |
V0 - para grade média | 0,30 | m/s |
S - Seção do canal | 0,066 | m² |
Qmax.h - vazão max horária | 0,026 | m³/s |
V0 - para grade fina | 0,40 | m/s |
5.4.1.6 Perda de carga do gradeamento
Em função da diferença de velocidades no canal das grades é possível determinar a perda de carga proporcionada pelo sistema de gradeamento.
Perda de carga no gradeamento | ||
1,43 𝑥 (𝑉2 − 𝑉𝑜 2) ℎ𝑓 = 2 × 𝑔 | ||
V - velocidade do fluxo pelas barras | 1,0 | m/s |
V0 - vel. a montante das barras | 0,41 | m/s |
g - aceleração da gravidade | 9,81 | m/s² |
hf - perda de carga para grade média | 0,06 | m |
V - velocidade do fluxo pelas barras | 1,0 | m/s |
V0 - vel. a montante das barras | 0,305 | m/s |
g - aceleração da gravidade | 9,81 | m/s² |
hf - perda de carga para grade fina | 0,07 | m |
5.4.2 Caixa de areia
A caixa de areia deve ser dimensionada para possuir uma taxa de aplicação superficial entre 600 e 1300 m³/m².dia. Para dimensionar as dimensões da caixa, será feito um cálculo inicial com a taxa de 0,64 m³/m².dia e depois os valores adotados serão confirmados.
Dimensionamento da caixa de areia | ||
𝑄𝑚á𝑥, ℎ 𝑇𝑥 = 𝐿 × 𝐶 | ||
Tx - taxa de escoamento superficial mín. | 600,0 | m³/m².dia |
Qmax.h - Vazão máxima horária | 2269,8 | m³/dia |
L - largura da caixa de areia adotada | 0,4 | m |
Comprimento da caixa de areia | 9,5 | m |
As medidas adotadas para a execução da caixa de areia serão de 4,5 m de comprimento e 0,4 m de largura. Portanto a taxa de aplicação, em função das medidas adotadas, será de:
Confirmação da taxa de escoamento | ||
Qmax.h - Vazão máxima horária | 2269,8 | m³/dia |
C - comprimento da caixa de areia | 4,50 | m |
L - largura da caixa de areia adotada | 0,4 | m |
Tx final | 1261,0 | m³/m².dia |
Velocidade de escoamento | ||
𝑄 = 𝑉𝑠 × (𝐿 × ℎ) | ||
Para vazão máxima | ||
Q - vazão máxima horária | 0,03 | m³/s |
L - largura | 0,40 | m |
h - Altura (Hmáx) - rebaixo) | 0,22 | m |
Vs - velocidade de escoamento | 0,30 | m/s |
Para vazão mínima | ||
Q - vazão mínima | 0,01 | m³/s |
L - largura | 0,40 | m |
x - Xxxxxx (Hmín - rebaixo) | 0,09 | m |
Vs - velocidade de escoamento | 0,30 | m/s |
5.4.3 Medidor de Vazão – Xxxxx Xxxxxxxx
A calha Parshall utilizada nesse projeto será a calha com W = 3 polegadas, devido à vazão do sistema.
Altura do efluente na calha Parshall | ||
𝑄 = 𝐾 𝑥 𝐻𝑛 | ||
Para vazão mínima | ||
Calha parshall | 3 | " |
Q - vazão de esgoto | 39,08 | m³/h |
K - constante tabelada | 633,60 | |
n - constante tabelada | 1,55 | |
H - carga na seção convergente | 0,17 | m |
Para vazão máxima | ||
Calha parshall | 3 | " |
Q - vazão de esgoto | 94,57 | m³/h |
K - constante tabelada | 633,60 | |
n - constante tabelada | 1,55 | |
H - carga na seção convergente | 0,29 | m |
Determinação do rebaixo Z | ||
Z = (Qmax.h x Hmin − Qmin x Hmax.h) / (Qmax .h− Qmin) | ||
Qmax.h - Vazão máxima horária | 94,57 | m³/h |
Qmin - Vazão mínima | 39,08 | m³/h |
H para Q máx.h | 0,29 | m |
H para Q mín | 0,17 | m |
Z - rebaixo | 0,08 | m |
5.5 Estação Elevatória de Esgoto (EEE)
5.5.1 Determinação da vazão da bomba de recalque
A bomba de recalque é determinada a partir da vazão média do empreendimento, portanto a vazão da bomba será:
Vazão da bomba de recalque | ||
𝑄𝑏 = 1,8 𝑥 𝑄 𝑚ed | ||
Qmed - vazão média esgoto | 60,4 | m³/h |
Fator da bomba | 1,8 | |
Qb - vazão da bomba | 108,76 | m³/h |
5.5.2 Volume da elevatória
A partir da definição da vazão da bomba, é possível dimensionar o volume mínimo do poço de
sucção:
Volume útil mínimo | ||
(𝑄𝑏 𝑥 𝑇) 𝑉ú𝑡𝑖𝑙 = 4 | ||
Qb - vazão da bomba | 108,76 | m³/h |
T - tempo de ciclo | 0,25 | h |
Vútil - volume útil | 6,80 | m³ |
A altura útil da elevatória pode ser definida a partir a área da base da mesma, a EEE pode ser cilíndrica ou retangular. Normalmente utilizamos EEE cilíndricas, devido à facilidade de implantação, uma vez que podem ser utilizados anéis pré-moldados em concreto ou até tanques em fibra de vidro enterrados.
Altura útil mínima da elevatória | ||
𝑉 = 𝜋 𝑟² 𝑥 𝐻 | ||
V - volume da elevatória | 6,80 | m³ |
R - Raio da elevatória | 1,50 | m |
H - altura útil | 0,96 | m |
Volume da elevatória | ||
𝑉 = 𝜋 𝑟² 𝑥 𝐻 | ||
R - Raio da elevatória | 1,50 | m |
H - altura útil adotada | 1,00 | m |
V - volume da elevatória | 7,07 | m³ |
5.5.3 Cálculo das perdas de carga
Para o cálculo das perdas de carga do sistema, será listado todo o material a ser utilizado no trecho por recalque e seu respectivo comprimento equivalente.
Para tubulação do barrilete será utilizado PVC Água Fria DN 110 e para a linha de distribuição será utilizada tubulação PBS DN 140. Repare que o sistema funcionará com duas bombas funcionando em paralelo, além de uma reserva, dessa forma, no barrilete a vazão total de bombeamento é dividida entre as duas bombas, enquanto a linha de distribuição recebe a vazão total bombeada. Os cálculos de perda de carga foram elaborados levando esse detalhe em consideração.
Barrilete | ||||
Conexão | Ø Nominal x Equivalência em m de tubo | |||
Material | 110 mm | Qtd. | Total | |
Curva 90° | PVC Água Fria | 1,6 | 1 | 1,6 |
Tê saída direta | PVC Água Fria | 2,6 | 2 | 5,2 |
Tê saída Lateral | PVC Água Fria | 8,3 | 1 | 8,3 |
União | PVC Água Fria | 0,2 | 2 | 0,4 |
Luva de Redução | PVC Água Fria | 0,95 | 3 | 2,85 |
Registro de Gaveta | PVC Água Fria | 1 | 1 | 1 |
Valvula de Retenção | Horizontal | 6,4 | 1 | 6,4 |
Total = | 25,75 |
Linha de distribuição | ||||
Conexão | Ø Nominal x Equivalência em m de tubo | |||
Material | 140 mm | Qtd. | Total | |
Curva 90° | PBS | 2,1 | 4 | 8,4 |
Tê saída direta | PBS | 3,8 | 5 | 19 |
Total = | 27,4 |
Perda de Carga (Hazen- Williams ) - Barrilete | |||||
∆ℎ = 10,56 | 𝑄 𝐶 | 1,85 | 𝐷−4,87 𝐿 | ||
Qb - vazão da bomba | 0,015 | m³/s | |||
D - Diâmetro interno da tubulação | 0,098 | m | |||
L - Comprimento da tubulação | 31,75 | m | |||
C - Coeficiente C da tubulação | 130,0 | ||||
∆h | 1,46 | m |
Linha de distribuição | ||||
Conexão | Ø Nominal x Equivalência em m de tubo | |||
Material | 140 mm | Qtd. | Total | |
Curva 90° | PBS | 2,1 | 4 | 8,4 |
Tê saída direta | PBS | 3,8 | 5 | 19 |
Total = | 27,4 |
Perda de Carga (Hazen- Williams ) - Linha de distribuição | |||||
∆ℎ = 10,56 | 𝑄 𝐶 | 1,85 | 𝐷−4,87 𝐿 | ||
Qb - vazão da bomba | 0,030 | m³/s | |||
D - Diâmetro interno da tubulação | 0,137 | m | |||
L - Comprimento da tubulação | 75,40 | m | |||
C - Coeficiente C da tubulação | 130,0 | ||||
∆h | 2,40 | m |
Perda de Carga (Xxxxx- Xxxxxxxx ) | ||
𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = ∆ℎ + 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑔𝑒𝑜𝑚. 𝑚á𝑥. | ||
Altura geométrica máxima | 12,0 | m |
Perda de Carga Total | 15,9 | m |
Para escolha da bomba de recalque será considerada a perda de carga do sistema e a vazão do projeto. Portanto, a bomba escolhida deve possuir as seguintes características.
Dimensionamento bomba de recalque | ||
Vazão de recalque | 108,8 | m³/h |
Altura manométrica | 15,9 | mca |
Considerando a demanda, sugere-se a utilização de duas bombas em funcionamento paralelo para atender a vazão total, além de uma reserva. Por isso, a bomba sugerida e que atende à demanda do projeto é:
Descrição do modelo bomba de recalque | ||
Xxxxx | Xxxxxxxxx | |
Modelo | BCS - 365 | |
Vazão | 128,0 | m³/h |
Pressão de serviço | 17,2 | m |
NPSH Requerido | nd | m |
Rendimento | 54% | |
Diâmetro projeto | 220,0 | mm |
Líquido a bombear | Esgoto Bruto | |
Temperatura | 25 | ºC |
Densidade | 998 | kgf/dm³ |
Rotação | 2 polos | rpm |
Potência | 10 | cv |
Os gráficos de desempenho e rendimento da bomba sugerida podem ser verificados a seguir:
Curva do sistema x curva da bomba
22
21
20
19
Pressão (mca)
18
17
16
15
14
13
12
11
10
20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Vazão (m³/hora)
Schneider BCS 365 10 CV - 1 BOMBA
Curva do sistema
Schneider BCS 365 10 CV - 2 BOMBAS
Gráfico 1: Curva do sistema x curva da bomba sugerida, demonstrando o ponto de funcionamento
Figura 1: Curva de desempenho da bomba sugerida
Pela modulação do sistema, o dimensionamento será feito de modo individual, sendo os resultados obtidos extrapolados para todo o sistema, ou seja, para os módulos.
5.6.1 Dimensionamento
UASB | ||
Quantidade | 6 | Unid. |
Modelo | UASB 250 | |
Capacidade de tratamento | 241,7 | m³/dia |
5.6.1.1 Volume do reator
Determinaçao da altura mínima do reator | ||
𝑉 = 𝜋 𝑟² 𝑥 𝐻 | ||
V - volume mínimo do UASB | 80,56 | m³ |
r - raio adotado do UASB | 2,21 | m |
H - altura mínima do UASB | 5,3 | m |
Determinaçao do volume de projeto do reator | ||
𝑉 = 𝜋 𝑟² 𝑥 𝐻 | ||
r - raio do UASB adotado | 2,2 | m |
H - altura adotada do UASB | 6,0 | m |
V - volume do UASB | 92,0 | m³ |
5.6.1.2 Carga Hidráulica Volumétrica
Carga hidráulica volumétrica | ||
𝑄𝑚𝑒𝑑 CHV = 𝑉 | ||
Qmed - vazão média | 240,29 | m³/dia |
V - volume do reator | 92,00 | m³ |
CHV - Carga hidráulica volumetrica* | 2,6 | m³/m².dia |
* valor recomendado < 4 m³/m².dia |
5.6.1.3 Tempo de Detenção Hidráulica
Tempo de detenção hidráulica | ||
𝑉 𝑇𝐷𝐻 = 𝑄𝑚𝑒𝑑 | ||
V - volume do reator | 92,00 | m³ |
Qmed - vazão média | 241,69 | m³/dia |
TDH - tempo de detenção hidráulica* | 9,1 | horas |
* valor recomendado > 8 horas |
5.6.1.4 Velocidade Ascensional
Velocidade ascencional | ||
𝑄𝑚𝑒𝑑 𝑉𝑆 = 𝐴 | ||
Qmed - vazão média | 241,69 | m³/dia |
A - área do reator | 15,34 | m² |
VS - velocidade ascencional* | 0,66 | m/h |
* valor recomendado entre 0,5 e 0,7 m/h |
5.6.1.5 Decantador
Área Superficial | ||
[𝐷2 − 𝐷1 + 2𝑥𝐷𝑐 2] 𝐴 = 4 | ||
D - diâmetro interno do UASB | 4,42 | m |
D1 - diâmetro interno do cone | 1,2 | m |
Dc - diâmetro externo da canaleta de coleta de efluente | 0,1 | m |
A - área superficial | 13,80 | m² |
Taxa de aplicação superficial | ||
𝑄𝑚𝑒𝑑 𝑇𝐴𝑆 = 𝐴 | ||
Qmed - vazão média | 240,29 | m³/dia |
A - área do decantador | 13,80 | m² |
TAS - taxa de aplicação superficial* | 0,73 | m/h |
* valor recomendado < 1,2 m/h |
Tempo de detenção hidráulica no decantador | ||
volume do decantador | 21,95 | m³ |
Vazão média | 241,69 | m³/dia |
TDH decantador* | 2,18 | horas |
5.6.1.6 Produção de lodo no reator
Produção de lodo | ||
𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑌 𝑥 𝐶𝐷𝑄𝑂𝑟𝑒𝑚 | ||
Y - coeficiente de crescimento | 0,15 | kg SST/kg DQO |
CDQOrem - Carga org. rem. (2 x DBO) | 119,11 | kg/dia |
Plodo - produção de lodo | 17,9 | kgSST/dia |
Volume de lodo | ||
𝑀𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝐷𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑥 𝑇𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 | ||
Mlodo - Massa de lodo produzida | 17,87 | kg/dia |
Dlodo - Densidade do lodo | 1030 | kg/m³ |
Teor de sólidos do lodo | 5% | |
V lodo - volume de lodo | 0,35 | m³/dia |
5.6.1.7 Produção de biogás
Determinação da carga orgânica removida | ||
𝐶𝐷𝑄𝑂 𝑟𝑒𝑚 = 𝐸 𝑥 𝐶𝐷𝑄𝑂 | ||
E - Eficiência do reator | 68,65% | |
CDQO - Carga orgânica DQO | 170,2 | kgDQO/dia |
CDQO rem - Carga orgânica removida | 116,8 | kgDQO/dia |
CDQO transforma em CH4 | ||
𝐶𝐷𝑄𝑂 𝐶𝐻4 = 𝐶𝐷𝑄𝑂 𝑟𝑒𝑚 - 𝑃 𝑙𝑜𝑑𝑜 | ||
CDQO rem - Carga orgânica removida | 116,8 | kg/dia |
Plodo - produção de lodo | 17,87 | kg SST/dia |
CDQO transformada em CH4 | 98,94 | kg/dia |
Vazão de CH4 | ||
𝐶𝐷𝑄𝑂 𝐶𝐻4 𝑥 𝑅 𝑥 273 + 𝑡 Q𝐶𝐻4 = 𝑃 𝑥𝐾 | ||
CDQO CH4 - carga orgânica transformada | 98,94 | kg/dia |
R - constante universal dos gases | 0,08206 | atm.l/mol.K |
t - temperatura | 20 | °C |
P - pressão | 1 | atm |
K - constante | 64 | gDQO/mol |
Q CH4 - vazão de gás | 37,17 | m³/dia |
Vazão de gás | ||
𝑄𝑔á𝑠 = 1,2 𝑥 𝑄𝐶𝐻4 | ||
QCH4 - vazão de CH4 | 37,17 | m³/dia |
Qgás - vazão de gases | 44,60 | m³/dia |
5.6.1.8 Dimensionamento do filtro de gases
Vazão de gás | ||
𝑄𝑔á𝑠 = 1,2 𝑥 𝑄𝐶𝐻4 | ||
QCH4 - vazão de CH4 | 37,17 | m³/dia |
Qgás - vazão de gases | 44,60 | m³/dia |
Dimensões do f i ltro de gases | ||
𝑉 = 𝜋 𝑥 𝑟² 𝑥 𝐻 | ||
V - volume do filtro | 0,22 | m³ |
r - raio do filtro de gases | 0,25 | m |
H - altura do filtro | 1,10 | m |
H adotada | 1,50 | m |
5.6.1.9 Eficiência estimada do reator UASB
Eficiência estimada de remoção do DQO | ||
𝐸𝐷Q0 = 100 × (1 − 0,68 𝑥 𝜃ℎ−0,35) | ||
θh - Tempo de detenção | 9,14 | horas |
Constante empirica 1 | 0,68 | |
Constante empirica 2 | 0,35 | |
EDQO - Eficiência de remoção de DQO | 68,65% | |
Eficiência estimada de remoção do DBO | ||
𝐸𝐷𝐵0 = 100 × (1 − 0,70 𝑥 𝜃ℎ−0,50) | ||
θh - Tempo de detenção | 9,14 | horas |
Constante empirica 1 | 0,70 | |
Constante empirica 2 | 0,50 | |
EDBO - Eficiência de remoção de DBO | 76,84% |
Apesar da estimativa de remoção de DBO no UASB ser de aproximadamente 76,84% para o projeto será considerada a eficiência de 70% ou seja, a concentração de entrada na lagoa facultativa
será de apenas 30% do efluente bruto, proporcionando uma redução significativa no volume do sistema e também no gasto de energia com equipamentos.
5.7 Lagoa Aerada de Xxxxx Xxxx (LALF)
Para dimensionamento da lagoa aerada de leito fixo serão utilizados os cálculos normativos para volume e aeração de filtro aerado submerso.
5.7.1 Determinação do volume mínimo
Considerando a carga orgânica volumétrica e a taxa de aplicação superficial, o volume mínimo do leito filtrante pode ser determinado.
Determinação do volume pela carga orgânica volumétrica | ||
𝐶𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑉𝑆 = 𝐶𝑣 𝐷𝐵𝑂 | ||
Eficiência a montante considerada | 70% | |
C afluente - Carga afluente ao LALF | 153,1 | kg DBO/dia |
Cv DBO - carga orgânica volumétrica | 1,20 | kg DBO/dia |
V - volume mínimo do meio suporte | 127,61 | m³ |
Determinação pela taxa de aplicação superficial | ||
𝐶𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐴𝑠 = 𝑇𝑥 | ||
Eficiência desejada | 75% | |
C removida - carga removida no LALF | 114,85 | kg DBO/dia |
Tx - taxa de aplicação superficial | 0,013 | kg DBO/dia |
As - Área superficial necessária | 8.834,74 | m² |
Área superficial do material recheio | 96,80 | m²/m³ |
V - volume do meio suporte | 91,27 | m³ |
Será utilizado volume de 127,61 m³.
Determinação da altura do meio suporte | ||
| ||
V - volume da lagoa | 127,61 | m³ |
A - Área da lagoa | 1159,84 | m² |
h - altura do meio suporte | 0,11 | m |
A altura mínima de material recheio pelo suporte poderia ser 0,11 metros, mas por segurança será adotado 0,5 metros.
Altura adotada do meio suporte | ||
| ||
A - Área da lagoa | 1159,84 | m |
h - altura do meio suporte | 0,50 | m |
V - volume do meio suporte | 579,92 | m³ |
5.7.2 Vazão de ar
A vazão de ar é determinada em função da carga removida pelo sistema, ou seja, pela eficiência da lagoa aerada de leito fixo. Por segurança operacional, será considerada neste cálculo a eficiência de apenas 50%, na remoção de DBO para o reator anaeróbio.
Vazão de ar necessária | ||
𝑄𝑎𝑟 = 𝑇𝑥 𝑑𝑒 𝑎𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑥 𝐶𝑟𝑒𝑚 | ||
C rem - carga removida | 191,42 | kg DBO/dia |
Taxa de aeração | 40,00 | m³ /kg DBO |
Q ar - vazão de ar por módulo | 7.656,77 | m³/dia |
Vazão de ar no sistema | 7.656,77 | m³/dia |
Portanto, o sistema possui uma demanda de 7656,77 m³/dia de ar, aproximadamente. O fornecimento de ar para os reatores será feito em um conjunto de 3 compressores de ar tipo canal lateral, sendo um deles reserva, marca Vazflux, modelo 2VF 145/450/2,55, de 3,42 cv.
5.7.3 Produção de lodo no sistema aeróbio
Produção de lodo no sistema aeróbio | ||
𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑌 𝑥 𝐶𝑟𝑒𝑚 | ||
Crem - carga removida | 114,85 | kg DBO/dia |
Y | 0,50 | kg SST/kgDBO |
P lodo - produção de lodo | 57,43 | kg SST/dia |
Volume de lodo | ||
𝑚 𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑉 𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝐷 𝑙𝑜𝑑𝑜 𝑥 𝑡𝑒𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜𝑠 | ||
Mlodo - Massa de lodo produzida | 57,43 | kg/dia |
Dlodo - Densidade do lodo | 1020,00 | kg/m³ |
Teor de sólidos do lodo | 1% | |
V lodo - volume de lodo | 5,63 | m³/dia |
Volume de lodo | ||
Produção diária de lodo | 5,63 | m³ |
Produção mensal de lodo | 168,90 | m³ |
Conforme mencionado anteriormente, a Estação de Tratamento de Esgotos Municipal de Braúna/SP atualmente se constitui de sistema australiano (2 lagoas anaeróbias seguidas de lagoa facultativa) e foi inicialmente projetada em 1984.
Sendo assim, devido ao aumento da vazão no decorrer dos anos, devido ao crescimento do município, a lagoa facultativa se encontra sobrecarregada, por isso, o uso dos reatores UASB e da lagoa aerada de leito fixo visam diminuir a carga de entrada na lagoa facultativa, para que a mesma possa continuar sendo utilizada no tratamento, provendo a remoção final de carga orgânica.
5.8.1 Dimensões da lagoa existente
Lagoa existente | ||
Área superficial | 6401,1 | m² |
Profundidade da lagoa | 1,0 | m |
Volume | 6401,1 | m³ |
5.8.2 Determinação da área requerida
Carga de entrada na lagoa | ||
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑥 𝑣𝑎𝑧ã𝑜 | ||
Concentração | 26,4 | g/m³ |
Vazão | 1450,1 | m³/dia |
L -Carga afluente de DBO5 | 38,3 | kg/dia |
Taxa de aplicação superficial | ||
𝐿𝑠 = 350 𝑥 1,072 − 0,002 𝑥 𝑇 𝑇−25 | ||
T - temperatura média do ar* | 20 | °C |
Ls -Taxa de aplicação superficial | 253,0 | kgDBO/ha.dia |
* temperatura média do ar no mês mais frio
Cálculo da área requerida | ||
𝐿 Ar = 𝐿𝑠 | ||
L -Carga afluente de DBO5 | 38,3 | kg/dia |
Ls -Taxa de aplicação superficial | 253,0 | kgDBO/ha.dia |
Ar - Área requerida | 0,15 | ha |
Ar - Área requerida | 1513,2 | m² |
5.8.3 Tempo de detenção resultante
Tempo de detenção resultante | ||
𝑉 𝑇𝐷𝐻 = 𝑄 | ||
V - Volume da lagoa existente | 6401,1 | m³ |
Q - Vazão média | 1450,1 | m³/dia |
TDH - Tempo de detenção resultante | 4,4 | dias |
5.8.4 Coeficiente de remoção de DBO
O coeficiente de remoção de DBO em lagoas facultativas varia entre 0,3 e 0,35 d-¹ e entre 0,6 e 0,8 d-¹ para lagoas facultativas aeradas, mas o que temos nesse caso, é uma lagoa facultativa posterior a um sistema de reatores UASB e lagoa de leito fixo, por isso, o coeficiente de remoção de DBO para esse caso deve ser inferior, visto que a matéria orgânica remanescente nessa etapa de remoção mais difícil.
Coeficiente de remoção de DBO | ||
K - Coeficiente de remoção de DBO adotada para 20°C | 0,23 | d-¹ |
5.8.5 Estimativa de DBO efluente
Estimativa de DBO solúvel efluente | ||
𝑆0 𝑆 = 1 + 𝐾𝑥𝑡 | ||
K - Coeficiente de remoção | 0,23 | d-¹ |
t - Tempo de detenção hidráulica | 4,4 | dias |
S0 - Concentração de DBO total afluente | 26,4 | mg/l |
S - Concentração de DBO solúvel efluente | 13,1 | mg/l |
Estimativa de DBO particulada efluente | ||
𝐷𝐵𝑂5 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝐶𝑠𝑠 * 0,35 | ||
Concentração de sólidos suspensos efluente | 15,0 | mg/l |
DBO5 particulada | 5,3 | mg/l |
Estimativa de DBO total | ||
𝐷𝐵𝑂 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐷𝐵𝑂5 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 + 𝐷𝐵𝑂 𝑠𝑜𝑙ú𝑣𝑒𝑙 | ||
S - Concentração de DBO solúvel efluente | 13,1 | mg/l |
DBO5 particulada | 5,3 | mg/l |
DBO total | 18,4 | mg/l |
5.8.6 Acúmulo de lodo
Para cálculo do acúmulo de lodo considerou-se a população de final de plano de 6365 habitantes com taxa de acúmulo de lodo de 0,03 m³/hab.ano.
Devido a carga de entrada na lagoa e suas reduzidas dimensões, considera-se que em final de plano a lagoa deverá passar por remoção de lodo a cada 6 anos, que é quando sua altura útil reduzirá de 1 metro para 0,8 metros.
Acúmulo de lodo | ||
Taxa de acúmulo de lodo | 0,03 | m³/hab.ano |
Número de pessoas | 6404 | hab |
Acúmulo de lodo | 192,1 | m³/ano |
Espessura em 1 ano | 0,0 | m/ano |
espessura em 6 anos | 0,2 | m |
Como o destino do efluente será o lançamento em corpo d’água, é necessário realizar a desinfecção do efluente para reduzir a carga de patógenos presente e minimizar o risco de contaminação da população que entrar em contato com o rio.
5.9.1 Volume mínimo do tanque de contato
Volume mínimo do tanque de contato | ||
𝑉 ú𝑡𝑖𝑙 = 𝑄 𝑥 𝑡 | ||
Q - vazão máxima horária | 94,57 | m³/h |
t - tempo de contato adotado | 0,50 | horas |
V útil - volume mínimo | 47,29 | m³ |
Determinaçao do número de chicanas | ||
Largura | 2,5 | m |
Comprimento | 2,5 | m |
Altura | 1,0 | m |
Volume das chicanas | 6,3 | m³ |
Número de chicanas calculado | 7,57 | Unid. |
Número de chicanas adotado | 10 | Unid. |
Volume do clorador | 62,5 | m³ |
Tempo de detenção final | 40 | min |
Para desinfecção se propõe o uso de duas bombas dosadoras de cloro, sendo uma em uso e uma reserva.
Conforme se observa o projeto a ETE proposta possui, em condições ideais, o potencial de remoção de DBO de 70% no UASB, aproximadamente 75% na lagoa aerada de leito fixo e de aproximadamente 30% na lagoa facultativa, gerando, portanto, uma eficiência final de 95%.
Desempenho do Sistema | |||||
Carga entrada | Carga saída | Concentração Entrada | Concentração Saída | Eficiência | |
kg | kg | mg/l | mg/l | ||
DBO | 510,5 | 26,6 | 352,0 | 18,4 | 95% |
DQO | 1020,9 | 53,2 | 704,0 | 44,4 | 94% |
N Amoniacal | 46,4 | 10,8 | 32,0 | 7,4 | 77% |
Fósforo | 8,4 | 2,2 | 5,8 | 1,5 | 74% |
Coliformes (NMP/100ml) | 1,0E+08 | 1,0E+03 | 99,999% |
5.11 Emissário de chegada e saída da ETE
Os cálculos executados encontram-se na planilha de cálculo do Anexo I, sendo apresentados a seguir as condições e equações consideradas.
5.11.1 Declividade da tubulação
Conhecida a vazão e as cotas do terreno pelo qual passará o emissário, pode-se determinar a declividade a ser adotada, considerando a disposição normativa de que a declividade mínima forneça tensão trativa igual ou superior a 1,0 Pa e a máxima permita velocidade não superior a 5 m/s. Sendo utilizado para cada trecho:
Declividade mínima |
𝐼𝑚í𝑛 = 0,0055 𝑥 𝑄−0,47 |
Imín - declividade mínima (m/m) |
Q - vazão (l/s) |
* Imín para tensão trativa média ≥ 1,0 Pa
Declividade máxima |
𝐼𝑚á𝑥 = 4,65 𝑥 𝑄−0,67 |
Imáx - declividade máxima (m/m) |
Q - vazão (l/s) |
* Imín para velocidade máxima de 5,0 m/s
5.11.2 Diâmetro da tubulação
Os emissários são projetados para funcionar como condutos livres, por isso considera-se uma lâmina de água máxima correspondente a 75% do diâmetro. Sendo o cálculo por trecho:
Diâmetro mínimo |
𝑛 𝑥 𝑄 3/8 𝐷 = 𝑖 𝑘1 |
D - diâmetro da tubulação (m) |
n - coeficiente de Manning = 0,013 |
k1 - coeficiente da seção circular = 0,624 (para y/D 0,75) |
i - inclinação da tubulação (m/m) |
5.11.3 Verificação da tubulação
Uma vez determinado o diâmetro adotado, deve-se verificar em relação à velocidade – e sendo a velocidade superior à crítica admite-se lâmina d’água máxima de 50%, assegurando-se a ventilação – e a tensão trativa. Os cálculos por trecho que se seguem:
Velocidade crítica |
𝑉𝑐 = 6 𝑔 𝑥 𝑅ℎ 0,5 |
Vc - velocidade crítica (m/s) |
g - aceleração da gravidade = 9,81 m/s² |
Rh - raio hidráulico |
Velocidade no trecho |
𝑅ℎ2/3 𝑥 𝑖 𝑉 = 𝑛 |
V - velocidade no trecho |
Rh - raio hidráulico |
i - inclinação da tubulação (m/m) |
n - coeficiente de Manning = 0,013 |
* Para velocidade superior a Vc adotar y/D máx de 0,5
Tensão trativa |
𝜎 = 10000 𝑥 𝑅ℎ 𝑥 𝑖 |
s - tensão trativa (Pa) |
Rh - raio hidráulico |
i - inclinação da tubulação (m/m) |
* tensão trativa média ≥ 1,0 Pa
6 CONCLUSÃO
Este projeto parte de uma necessidade e compromisso do município em adequar a lagoa existente e que, para isso, a proposta apresentada considerou viabilizar financeiramente essa execução, pois entende-se que de imediato não seria possível realizar todas as etapas para um sistema ideal.
Com a implantação dos reatores UASB seguidos de lagoa aerada de leito fixo, lagoa facultativa e tanque de contato é estimado conseguir uma eficiência de remoção de DBO de 95%, superando os 80% determinados pela legislação.
É importante destacar que a concepção do sistema foi feita com ciência dos resultados do estudo de diluição e autodepuração apresentado em anexo para o ponto de lançamento. Porém considerado que este projeto já parte de uma necessidade e compromisso do município em adequar sua ETE existente e, que para tanto, seria necessário viabilizar a obra quanto a prazo e custo de execução entendeu-se que não é possível realizar todas as etapas para um sistema ideal.
Portanto, considera-se tecnicamente plausível a adequação no sistema composto por reatores UASB, lagoa aerada de leito fixo e lagoa facultativa e tanque de contato entendido que pelos cálculos teóricos a eficiência na remoção da carga orgânica seria da ordem de 95% (superior ao mínimo legal de 80% para padrão de lançamento) e a remoção de coliformes totalmente satisfatória acima dos 99,999%.
Ainda cabe destacar que como a cinética das lagoas facultativas pós reatores UASB e lagoa aerada de leito fixo não é apresentada em normas e bibliografias tradicionais é possível nas campanhas de monitoramento sejam averiguadas eficiências ainda maiores que as teóricas.
Dado o apresentado, sugere-se a avaliação deste projeto como uma primeira iniciativa de adequação da situação do tratamento de esgotos municipal, condicionando-se renovações à campanhas de análise do efluente e do rio a montante e jusante do lançamento e, sendo verificado necessário nesta ocasião, poderiam ser solicitados tratamentos complementares para uma segunda melhoria da ETE.
7 RESUMO DO SISTEMA
Gradeamento | ||
Largura do canal | 0,3 | m |
Extensão do canal | 4,5 | m |
Tipo de grade média - espaçamento | 3,0 | cm |
Tipo de grade fina - espaçamento | 1,0 | cm |
Altura das grades | 1,1 | m |
Caixa de areia | ||
Largura do canal | 0,4 | m |
Extensão do canal | 4,5 | m |
Profundidade | 0,3 | m |
Calha Parshall | ||
Modelo | 3 | " |
Rebaixo Z | 0,08 | m |
Estação Elevatória de Esgoto Bruto (EEE) | ||
Volume | 7,07 | m³ |
Diâmetro | 3,0 | m |
Altura útil | 1,0 | m |
Reator anaeróbio - UASB | ||
Diâmetro | 4,42 | m |
Altura útil | 6,0 | m |
Quantidade | 6 | Unid. |
Tempo de detenção | 9,1 | horas |
Produção de lodo por reator | 17,87 | kgSST/dia |
Produção de biogás | 44,60 | m³/dia |
Eficiência calculada | 77% | |
Eficiência esperada | 70% | |
Sistema aeróbio - Lagoa aerada de leito fixo | ||
Volume | 927,9 | m³ |
Quantidade | 1,0 | Unid. |
Vazão de ar no sistema | 7656,8 | m³/dia |
Eficiência esperada | 75% | |
Sistema aeróbio - Lagoa facultativa | ||
Volume | 6401,1 | m³ |
Quantidade | 1,0 | m |
Tempo de detenção | 4,4 | dias |
Eficiência esperada | 30% | |
Sistema de Desinfecção | ||
Volume | 62,5 | m³ |
Número de chicanas | 10,0 | Unid. |
Comprimento das chicanas | 2,5 | m |
Largura das chicanas | 2,5 | m |
Tempo de detenção | 40 | min |
Sistema de lodo - Lagoa de lodo | ||
Volume lagoa | 950,2 | m³ |
Quantidade | 1,0 | Unid. |
Eficiência de remoção de DBO do sistema | ||
Eficiência de remoção de DBO | 95% |
8 LISTA DE EQUIPAMENTO
Gradeamento | ||
Grade média | ||
Espaçamento | 3,0 | cm |
Largura | 0,3 | m |
Comprimento | 1,1 | m |
Grade fina | ||
Espaçamento | 1,0 | cm |
Largura | 0,3 | m |
Comprimento | 1,1 | m |
Cesto de retenção de sólidos | ||
Quantidade | 2 | Unid. |
Largura | 0,3 | m |
Profundidade | 0,2 | 0,2 |
Caixa de areia | ||
Comportas | ||
Quantidade | 2 | Unid. |
Largura | 0,4 | m |
Altura | 1,0 | m |
Medidor de vazão | ||
Calha Parshall | ||
Quantidade | 2 | Unid. |
Modelo | 3 | " |
EEE | ||
Bomba submersível | ||
Quantidade | 3 | Unid. |
Xxxxx | Xxxxxxxxx | |
Modelo | BCS - 365 | |
Potência | 10 | cv |
Vazão | 128,0 | m³/h |
Pressão de serviço | 17,2 | mca |
Controle de nível | Boia de nível | |
Peneira estática | ||
Quantidade | 6 | Unid. |
Tratamento anaeróbio | ||
UASB | ||
Quantidade | 6 | Unid. |
Modelo | UASB 250 | |
Capacidade de tratamento | 241,7 | m³/dia |
Tratamento aeróbio | ||
Compressor de canal lateral para a lagoa aerada de leito fixo | ||
Quantidade | 3 | Unid. |
Marca | Vazflux | |
Modelo | 2 VF 145/450/2,55 | |
Requisito de oxigênio | 7656,8 | m³/dia |
Lâmina d'água | 0,8 | m |
Potência | 3,42 | cv |
Desinfecção | ||
Bomba dosadora | ||
Quantidade | 2 | Unid. |
Marca | EMEC | |
Modelo | FCE 0505 PVDF | |
Potência sugerida | 12 | W |
Vazão | 5 | l/h |
Pressão de serviço | 5 | bar |
Gerador de energia | ||
Gerador de energia | ||
Quantidade | 1 | Unid. |
ANEXO I – EMISSÁRIO DE CHEGADA
Trecho | Extensão trecho (m) | Cota terreno montante (m) | Cota terreno jusante (m) | Declividade terreno (m/m) | Cota tubulação montante (m) | Cota tubulação jusante (m) | Pronfud. (m) | Declividade tubulação (m/m) | Diâmetro adotado (mm) | y/d | Velocidade trecho (m/s) | Velocidade crítica trecho (m/s) | Tensão trativa (Pa) |
PV01 - PV02 | 60 | 421,0 | 421,00 | 0,0000 | 420,50 | 420,27 | 0,73 | 0,004 | 250 | 0,625 | 0,81 | 5,01 | 2,72 |
PV02 - PV03 | 30 | 421,0 | 421,00 | 0,0000 | 420,27 | 420,20 | 0,80 | 0,002 | 250 | 0,750 | 0,66 | 5,16 | 1,76 |
PV03 - PV04 | 16,8 | 421,0 | 421,00 | 0,0000 | 420,20 | 420,10 | 0,90 | 0,006 | 250 | 0,550 | 0,97 | 4,84 | 3,94 |
PV04 - CHEG. TP | 23,3 | 421,0 | 421,00 | 0,0000 | 420,10 | 420,00 | 1,00 | 0,004 | 250 | 0,625 | 0,89 | 4,95 | 2,98 |
ANEXO II – EMISSÁRIO DE SAÍDA
Trecho | Extensão trecho (m) | Cota terreno montante (m) | Cota terreno jusante (m) | Declividade terreno (m/m) | Cota tubulação montante (m) | Cota tubulação jusante (m) | Pronfud. (m) | Declividade tubulação (m/m) | Diâmetro adotado (mm) | y/d | Velocidade trecho (m/s) | Velocidade crítica trecho (m/s) | Tensão trativa (Pa) |
PV01 - DISSIP. | 27,9 | 421,0 | 417,20 | 0,1362 | 418,70 | 417,00 | 1,70 | 0,061 | 200 | 0,475 | 2,52 | 4,14 | 29,61 |
56