GUIA PARA A CONTRATAÇÃO E A INTEGRAÇÃO DE
GUIA PARA A CONTRATAÇÃO E A INTEGRAÇÃO DE
JOVENS MIGRANTES
COMO O SETOR PRIVADO PODE APOIAR A INTEGRAÇÃO ECONÔMICA DE JOVENS TALENTOS MIGRANTES
Editorial
Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Xxxxxx
XXX Xxxxxx 00, Xxxxx X, Xxxxxxxx XXX 0x xxxx Xxxxxxxx/XX – 70070-913
Chefe de Missão da OIM no Brasil
Xxxxxxxx Xxxxxxxx
Esta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, sempre que sua autoria esteja devidamente referenciada à 2021 Organização Internacional para as Migrações (OIM)
GUIA PARA CONTRATAÇÃO E A INTEGRAÇÃO DE JOVENS MIGRANTES –
Como o setor privado pode apoiar a integração econômica de jovens talentos migrantes
Bloco 1 – A importância da inclusão de jovens migrantes |Bloco 2 – As expectativas e os desafios para jovens migrantes| Bloco 3 – Responsabilidade social e cultural da inclusão de jovens migrantes no setor privado| Bloco 4 – Como gerar oportunidades para jovens migrantes?
A OIM está comprometida com o princípio de que a migração segura, ordenada e digna beneficia a todos os migrantes e a sociedade. Devido o seu caráter de organização intergovernamental, a OIM trabalha com seus parceiros da comunidade internacional para ajudar a enfrentar os crescentes desafios da gestão da migração, fomentar a compreensão dos problemas migratórios, fomentar o desenvolvimento social e econômico por meio da migração e garantir o respeito à dignidade humana e ao bem-estar de migrantes em situação de vulnerabilidade.
Este guia foi elaborado no âmbito do projeto Oportunidades - Integração no Brasil, uma iniciativa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), financiada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Com o objetivo de impulsionar soluções duradouras de integração econômica de nacionais da Venezuela e migrantes de outros países vizinhos ao Brasil, o projeto conta com iniciativas de inserção e integração laboral, treinamentos e capacitações, fomento ao empreendedorismo e acesso a informações e direitos.
As opiniões expressas nessa publicação são dos autores e não refletem necessariamente a opinião da OIM ou qualquer outra organização a qual os participantes possam estar profissionalmente vinculados.
Guia elaborado pela equipe de consultores composta por Xxxxxxxx Xxxxxxxxx xxx Xxxxxx (Consultor), Xxxxxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxx (Pesquisadora Sênior) e Xxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxxxxx (Pesquisadora Junior). Editado por Xxxxxx Xxxx e Xxxxx Xxxxxxxx e revisado por Xxxxxxx Xxxxx Xxxxxxxx. Projetado e diagramado pela Duo Design.
Prefácio
É com satisfação que a Secretaria Nacional de Proteção Global e a Secretaria Nacional da Juventude do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) recebem o lançamento pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) dos guias para a inserção socioeconômica de jovens migrantes no Brasil. Lembramos que as políticas públicas para jovens no Brasil se baseiam no reconhecimento de que a juventude é a fase da vida de maior potencialidade para o aprofundamento dos estudos e início da vida profissional. Além disso, receber de braços abertos os jovens migrantes
em território brasileiro não somente significa respeitar o princípio da não-discriminação da Constituição Federal, mas também reconhecer suas potencialidades de agregar diversidade, força criativa e conhecimentos que apoiem o desenvolvimento do país.
Os guias da OIM contribuem para o protagonismo juvenil e sua autonomia, oferecendo informações passo a passo para que os jovens exercitem seus direitos no Brasil. Ademais, quando os jovens migram em condições de dignidade, segurança e com expectativas de uma vida melhor, eles tanto impulsionam o desenvolvimento social e econômico dos países de origem quanto o de destino, assim como beneficiam suas famílias. Os guias também
oferecem informações sobre sua integração econômica, boas práticas para a busca e garantia de empregos, e ações que promovam o trabalho decente para jovens migrantes.
A promoção e proteção dos direitos humanos dessa população parte da difusão de políticas públicas que valorizem sua participação na sociedade e incentivem a criação de oportunidades para os jovens migrantes. Os guias da OIM se mostram como instrumentos de referência para
a atuação ativa dos jovens migrantes nas suas próprias jornadas no Brasil, e igualmente, para sua integração na sociedade brasileira.
Desta forma, os guias integram as iniciativas prioritárias da Secretaria Nacional de Juventude de promoção do ingresso dos jovens no mercado de trabalho, e da Secretaria Nacional de Proteção Global para promoção dos direitos de populações em situação de vulnerabilidade, sem quaisquer
formas de discriminação, inclusive de nacionalidade. A promoção e proteção dos direitos humanos perpassa todos os direitos e são de todos que se encontram em território brasileiro.
Xxxxxx Xxxxx, Secretária Nacional da Juventude (MMFDH)
Xxxxxxx Xxxxx, Secretária Nacional de Proteção Global (MMFDH)
ÍNDICE
6 APRESENTAÇÃO
8 BLOCO 1
A importância da inclusão de jovens migrantes
10 BLOCO 2
As expectativas e os desafios de jovens migrantes
14 BLOCO 3
Responsabilidade social e cultural da inclusão de jovens migrantes no setor privado
17 BLOCO 4
Como gerar oportunidades para jovens migrantes?
APRESENTAÇÃO
O setor privado brasileiro é capaz de oferecer diversas oportunidades de trabalho, renda e também de implementar ações de
responsabilidade social em apoio à integração de jovens migrantes no setor produtivo.
Você já imaginou o quanto a inclusão no mercado de trabalho é importante para a integração econômica de jovens migrantes? E que o reconhecimento de suas habilidades e competências é tão importante quanto a comprovação de experiência em carteira de
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trabalho? Esses foram alguns dos pontos revelados na escuta de jovens venezuelanos promovida pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) a respeito de seus desafios e perspectivas para inserção socioeconômica no Brasil.
Por meio deste guia, a OIM oferece a gestores e profissionais do setor privado sugestões que
podem contribuir para a integração econômica de jovens migrantes no Brasil.
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O conteúdo partiu de uma revisão das diretrizes da Organização das Nações Unidas e da escuta de jovens venezuelanos, empresários, técnicos e gestores de ministérios e órgãos estaduais e municipais.
Foram ouvidos(as) jovens venezuelanos(as), com idades entre 16 e 29 anos, entre os quais representantes indígenas, mães, LGBTQIA+, dos
estados de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Santa Catarina (SC), Paraná (PR) e Rio Grande do Sul (RS), e do Distrito Federal (DF).
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BLOCO 1
A importância da inclusão de jovens migrantes
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Em sociedades cada vez mais diversas e multiculturais, garantir a autonomia e qualidade de vida das pessoas que estão no país é central para uma integração econômica efetiva. O setor privado, ao apresentar capacidade produtiva e de geração de renda, possui força transformadora quando realiza iniciativas de responsabilidade social que visam a inclusão de jovens migrantes em novas
8 oportunidades de emprego.
A força de trabalho migrante indica um caminho importante para a construção de equidade e justiça social, assim como a diversificação da economia nacional. Segundo o Atlas Temático Migrações
Venezuelanas,1 seu perfil profissional e social encontra-se nas idades economicamente ativas, que vão
dos 15 aos 40 anos.
1 Saiba mais:
A inclusão de jovens migrantes nas empresas do setor privado, além de representar investimento, traz mais diversidade e maior engajamento entre os funcionários. Além disso, o exemplo de vida de pessoas migrantes pode servir como motivação para as equipes, uma vez que frequentemente são pessoas qualificadas, capazes e resilientes,
possuindo experiências práticas em várias áreas de atuação, adaptando-se facilmente às necessidades do mercado.
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BLOCO 2
As expectativas e os desafios de jovens migrantes
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Em um mundo cada vez mais interconectado, é fundamental vivenciar plenamente a diversidade de culturas, costumes, línguas e modos de vida. É importante, portanto, sermos uma sociedade de acolhimento, aberta para receber e incentivar o cruzamento de trajetórias, vivências e qualificações
10 pessoais.
Entender os sonhos e desejos de jovens é essencial para promover sua permanência no mercado de trabalho e a continuidade da sua qualificação.
Conheça a seguir alguns aspectos relevantes do perfil dos jovens migrantes e dos desafios para sua integração socioecônomica sinalizados pelos próprios jovens que participaram da consulta realizada pela OIM, em setembro de 2020.
PERFIL DOS JOVENS
› Estão na faixa etária entre 15 a 29 anos.
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› São proativos, autônomos, multitarefas, disciplinados, automotivados focados em metas e resultados.
› Têm chegado ao Brasil nos últimos três anos à
procura de trabalho e geração de reda.
› Enfrentam barreiras no acesso às oportunidades de integração socioeconômica em decorrência da maior situação de vulnerabilidade.
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› Possuem pouca ou nenhuma rede de apoio, o que dificulta o referenciamento das oportunidade de intragração socioeconômica.
› Ressentem da falta de informações sobre seus direitos, serviços públicos de apoio e de oportunidades de trabalho.
PRINCIPAIS DESAFIOS
› Jovens migrantes podem ter dificuldades de acesso a documentos escolares de seus países de origem e a informações sobre os trâmites para acesso à educação. Também podem não dispor de recursos financeiros para custear a revalidação de seus diplomas. Além disso, existe o desafio
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de alinhar a disponibilidade de tempo para a
qualificação profissional com a rotina de trabalho.
› Jovens desejam a valorização das suas competências e habilidades profissionais para a integração no mercado de trabalho no Brasil, em vez de serem avaliados nos processos de recrutamento e seleção pelas certificações, educação formal e experiência profissional.
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› As jovens migrantes enfrentam barreiras no acesso às oportunidades de integração socioeconômica em decorrência da maior
situação de vulnerabilidade, requerem apoio para realizar cursos de português, acesso a creches e a uma rede de apoio social.
› Demandam o provimento de informações específicas sobre seus direitos no Brasil, além de profissionais melhor preparados para atendimento dessa população nas regiões de fronteira e nos centros de referência.
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BLOCO 3
Responsabilidade social e cultural da inclusão de jovens migrantes
no setor privado
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O relatório Acesso dos Migrantes Internacionais ao Mercado de Trabalho Brasileiro: Desafios e Oportunidades para as Empresas,
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Disponível em:
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elaborado em parceria entre OIM, Report e Pacto Global2, apresenta insumos em relação ao papel do setor privado na integração econômica de migrantes e orientações para empresas interessadas em assumir ações de responsabilidade social que:
Criam políticas internas para eliminar as barreiras na contratação de migrantes e refugiados, mecanismos para garantir remuneração justa e condições dignas de trabalho.
Incentivam a inclusão e as práticas antidiscriminatórias, antirracistas e ampliam a equidade de gênero nas organizações.
Aproveitam o potencial criativo de migrantes e refugiados.
Promovem o acesso a cursos de português e aperfeiçoamento profissional, auxílio-creche, moradia, suporte educacional, valorização da história, da cultura e da arte dos países de origem dos migrantes.
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O papel do setor privado é fundamental para a expansão de oportunidades de contratação de migrantes. Tem início
com a mudança da cultura organizacional, de forma que todos(as) os(as) colaboradores(as) possam contribuir no processo de inclusão dos migrantes,
desde os níveis operacionais às
lideranças, por meio dos Comitês
de Diversidade. 15
No princípio, para uma efetiva e consistente inclusão de migrantes na empresa, ações internas de sensibilização podem ser promovidas. Xxxx como:
Fortalecimento da cultura organizacional focada na inclusão de migrantes.
Realização de palestras e workshops com
especialistas e referências no tema.
Fomento de dinâmicas, rodas de conversa e
diálogos internos para desmistificar o tema.
Apoio a projetos e programas sobre o tema dos
comitês de diversidade e grupos de afinidades.
Adaptação da comunicação para abordagens mais inclusivas, traduzindo materiais, por exemplo.
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Incorporação de atividades de compartilhamento de culturas em eventos da empresa, para favorecer a empatia e ampliar laços entre os indivíduos.
Estímulo para que cada colaborador(a) seja exemplo e, por meio de uma postura agregadora, reforce a importância da diversidade no local de trabalho.
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BLOCO 4
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Como gerar oportunidades para jovens migrantes?
A presença de migrantes no mercado de trabalho formal brasileiro vem crescendo nos últimos anos, e a economia tem absorvido essa população tanto nas atividades operacionais quanto nas de
desenvolvimento e gestão. 17
Os migrantes estão inseridos, majoritariamente, nas funções de serviços, vendedores de comércio em lojas e mercados, serviços administrativos reparação e manutenção
ou cargos de nível médio. Principalmente nos setores agropecuários, florestais e da pesca, produção de bens e serviços industriais, segundo
o Atlas Temático Migrações Venezuelanas, de 2020.
O Guia Como contratar migrantes na sua empresa?3 e escuta realizada pela OIM com jovens venezuelanos apontaram
3
Disponível em:
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que esses migrantes têm a expectativa de que suas competências sejam vistas como força positiva dentro do setor privado e, assim, sejam ampliadas as contratações nos mais diversos postos e posições.
A seguir, você encontra algumas ações que podem colocar sua empresa à frente de iniciativas de inclusão laboral de jovens migrantes.
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NO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
É importante ampliar as oportunidades de inserção de
migrantes no setor privado, com olhar sensível para as populações de jovens, mulheres, pessoas com deficiência, mães e LGBTQIA+ e:
Mapear, no âmbito interno das empresas, vagas e cargos que possam vir a ser assumidos por jovens migrantes.
Incentivar, no setor de Recursos Humanos, a implantação de processos de recrutamento e seleção com base em competências e habilidades.
Identificar a possibilidade de a empresa firmar alianças com parceiros de recrutamento e seleção para ampliar o acesso dos jovens às oportunidades de trabalho.
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Prospectar instituições que atendem migrantes nas cidades e no estado onde a empresa está presente.
Ampliar o acesso às oportunidades de trabalho aos migrantes, conciliando com projetos de aumento do tempo de escolaridade e fomento à aprendizagem da língua portuguesa.
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Estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil para ampliar e divulgar as
oportunidades de acesso ao primeiro emprego nos programas Jovem Aprendiz, estágios e trainee.
NA CONTRATAÇÃO E INTEGRAÇÃO
A contratação e integração de migrantes deve ser pautada em princípios de inclusão cultural e diversidade social, sem perder de vista as especificidades de cada grupo:
Manter material atualizado sobre acesso a direitos e serviços no Brasil para migrantes e apoiar na regularização da documentação.
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Designar colaboradores da equipe como mentores para apoiar os migrantes na familiarização com o novo ambiente, explicando sobre cultura da empresa e orientando no desenvolvimento profissional.
Expandir a rede de apoio aos migrantes, realizando conversas com a rede local sobre a recepção e o acolhimento.
Apoiar o deslocamento dos funcionários contratados e facilitar seu acolhimento na empresa e na comunidade de residência.
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AO INCENTIVAR A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
A qualificação profissional contribui para a formação educacional, favorecendo a manutenção da empregabilidade e a conquista de novas oportunidades. As empresas podem:
Promover o aprimoramento da língua portuguesa, criando programas internos ou indicando para centros de referência de assistência social ou outras iniciativas.
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Orientar quanto ao acesso de migrantes aos mesmos cursos, treinamentos e formação que brasileiros. O Sistema S, por exemplo, oferece diversos cursos de preparação técnica e profissional. Também é uma ótima plataforma de empregabilidade para quem deseja contratar profissionais preparados para atuar nos setores de comércio, serviços, agronegócio e indústria.
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NO INCENTIVO AOS PROGRAMAS DE INCLUSÃO DE JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO
Os jovens necessitam trabalhar e estudar, podendo conciliar as duas atividades através dos programas de aprendizagem, estágio e trainee. O setor privado pode desenvolver programas focados na formação profissional de migrantes.
PROGRAMA JOVEM APRENDIZ
Contrate jovens entre 14 e 24 anos. Os programas de aprendizagem são uma ótima opção, pois são destinados à formação técnico- profissional de adolescentes e jovens, desenvolvida por meio
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de atividades teóricas e práticas organizadas em tarefas de complexidade progressiva.
NATUREZA! É o programa que prevê a execução
de atividades teóricas e práticas por jovens, sob a orientação pedagógica da empresa ou entidade qualificada. Como contrapartida o jovem se compromete a executar suas funções
22 com respeito e compromisso.
REQUISITOS! Do contrato do jovem aprendiz são exigidas a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, a matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não tenha concluído o Ensino Médio.
MODALIDADES! Aprendizagem profissional para aqueles jovens que estão no início da formação do ensino médio, ou aprendizagem profissional e técnica para os jovens que já concluíram os estudos.
BENEFÍCIOS! Ao jovem será garantida remuneração, de acordo com as horas trabalhadas, além dos demais direitos trabalhistas e previdenciários, como o décimo terceiro salário, seguro-desemprego, hora extra, entre outros.
Como campo de oportunidade para a implementação de programas de
aprendizagem, o Decreto 10.086/2019 autoriza aprendizes contratados por empresas a adquirir formação prática em entidades credenciadas, como por exemplo em órgãos públicos, organizações da sociedade civil e unidades do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Para isso, as empresas precisam solicitar à Secretaria de Inspeção do Trabalho a assinatura de compromisso para cumprir a cota como instituições concedentes.
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ESTÁGIOS E TRAINEES
Você pode contratar jovens acima de 16 anos; as modalidades supervisionadas podem ser uma ótima alternativa. Nelas os migrantes podem exercer funções nas empresas por 30 horas semanais ou mais.
QUAIS REQUISITOS A EMPRESA DEVE SEGUIR?
Contratar jovens acima de 16 anos que estejam cursando o Ensino Médio, Ensino Técnico ou Superior.
QUANTAS HORAS O JOVEM PODE TRABALHAR?
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› 4 (quatro) horas por dia e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do Ensino Fundamental com modalidade profissional ou EJA.
› 6 (seis) horas por dia e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do Ensino Superior, educação profissional de nível médio ou do Ensino Médio regular.
› 40 (quarenta) horas semanais, no caso do estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas
24 pedagógicas do curso e da instituição de ensino.
Veja um exemplo! Acesse o site do CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola:
Para jovens que têm de 22 a 30 anos,
recém-formados ou que estão terminando a graduação, terminando a graduação iniciar sua inserção no mercado laboral como trainee pode representar uma ótima oportunidade. Ao focar no aprendizado e treinamento, sua empresa os prepara para exercer cargos de liderança.
Veja algumas oportunidades!
Os jovens têm acesso facilitado
às plataformas Trabalha Brasil e Emprega Brasil, e o setor privado pode utilizá-las como formas de selecionar o perfil dos migrantes. Além delas o Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT) de seu estado ou município é um polo atrativo onde os jovens buscam por oportunidades, no qual sua empresa pode acessar ótimos currículos.
Trabalha Brasil
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Emprega Brasil
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Sua empresa também pode focar em formações rápidas e técnicas para que os jovens comecem a trabalhar o mais rápido possível. Veja qual mais se encaixa nos objetivos de sua empresa:
CURSOS PROFISSIONALIZANTES!
Diversas organizações da sociedade civil oferecem cursos de capacitação profissional. Uma delas é o Sistema S, pioneiros na qualificação para inserção produtiva no Brasil, como exemplos temos:
› Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI);
› Serviço Social da Indústria (SESI);
› Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC);
› Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR);
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› Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT);
› e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (SESCOOP).
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Precisa de exemplos?
Acesse o site oficial de cada plataforma:
SENAI
SESI
Senac
Senar
SEST SENAT
SESCOOP-SP
CURSOS TÉCNICOS DE CURTA DURAÇÃO!
Muitas das Escolas Técnicas e Institutos Federais possuem cursos presenciais e online abertos ao público geral.
Precisa de exemplos? Acesse Escolas Técnicas (Etecs) e Institutos Federais (IF):
ETECS
IF
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NO EMPREENDEDORISMO
O apoio às ações empreendedoras de jovens pelo setor privado gera impactos positivos para o negócio, para a sociedade e na renda das comunidades beneficiárias. Veja exemplos:
Identificando, por meio de mapeamento ou pesquisa, os empreendimentos dos migrantes das comunidades na área de atuação das empresas
Apoiando a estruturação dos empreendimentos dos jovens migrantes, por meio dos programas de qualificação técnica, termos de cooperação, transferência ou compartilhamento de tecnologia e mentorias.
Doando equipamentos e mobiliários para os empreendimentos.
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Divulgando os empreendimentos na rede de parceiros, dos colaboradores e nas comunidades onde a empresa atua.
Colaborando para a formação de uma rede de distribuição e comercialização dos produtos dos jovens empreendedores.
Financiando nanocrédito para pequenos empreendedores das comunidades de migrantes
28 em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Contratando com migrantes, ao incluir seus empreendimentos na carteira de fornecedores da empresa.
BOAS PRÁTICAS
Veja alguns programas de qualificação profissional e inserção laboral de jovens que geraram resultados de alto impacto. Eles podem ser replicáveis em sua empresa, pela consistência e adaptabilidade:
O Projeto Escola de Costura – uma parceria entre a OIM, o Instituto Lojas Renner, e a Federação Industrial do Estado de Santa Catarina por meio
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Disponível em:
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do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, promoveu a formação em costura básica de 40 venezuelanas e migrantes de países vizinhos, bem como a sua participação em processos seletivos para contratação por parte das empresas que compõem a cadeia produtiva das Lojas Renner. O projeto foi idealizado a partir das demandas específicas dos empregadores do setor, permitindo ao longo da capacitação a aproximação entre o setor privado e o público migrante.
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Instituto C&A – Em parceria com a Missão Paz, que possui a Casa do Migrante em São Paulo, a C&A realizou a contratação de migrantes — dentre eles venezuelanos — para a maior inserção
social e econômica destes. Tem como principal objetivo expandir vagas com perfis que atendam à diversidade de nacionalidades.
TOTI5 – É uma plataforma de ensino e inclusão de pessoas migrantes e refugiadas no mercado de trabalho de tecnologia por meio de um programa de formação em desenvolvimento web gratuito.
Tem como propósito inspirar a mudança na vida de migrantes, conectando educação, tecnologia e diversidade.
Programa de Jovem Aprendiz realizado
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Disponível em:
em Porto Alegre (RS)6 – Programa Jovem Aprendiz em Porto Alegre (RS) - Por meio de parcerias com o Centro de Integração Empresa Escola - CIEE
e o Instituto Mesquita, três jovens migrantes
venezuelanos foram encaminhados ao mercado de
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trabalho em empresas da região. Ainda na capital do Rio Grande do Sul, em parceria com o Instituto Mesquita um jovem foi encaminhado para o mercado de trabalho
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Disponível em:
em empresa parceira via Programa Jovem Aprendiz.
Programa de Jovem Aprendiz realizado
em Hortolândia– Uma parceria entre a empresa International Business Machines Corporation (IBM) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que objetiva qualificar a mão de obra a fim de revertê-la em
30 contratações na área de informática e tecnologia.
Virada Feminina em Guaporé (RS) –
Por meio de parceria entre a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Virada Feminina e o Ministério da Mulher, Família e Direitos humanos, 16 jovens migrantes - que chegaram ao Rio Grande do Sul por meio do Estratégia de Interiorização do Governo Federal, em sua maioria mulheres, foram contratadas(os) para trabalhar em empresas do setor de moda íntima do município.
Instituto BRF7 – Atua por meio de projetos com foco nos pilares de Esporte, Alimento e Diálogo com Comunidades. Coordenam os investimentos sociais da empresa nas cidades onde estão suas unidades
produtivas, sedes administrativas, centros de distribuição e filiais de venda, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento dessas comunidades localmente.
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Disponível em:
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