CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 29 DE MAIO DE 2011
CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. XXXXX XXXXXXX, 29 DE MAIO DE 2011
Empregos 5
a e i o u
XXXXXX XXXXXXXX/AE
Xxxx xx Xxxxx analisa maquete de um navio
Construção naval prevê contratar
15 mil em três anos
Projeção é do Sindicato da Construção e Reparação Naval com base nas contratações planejadas de pelo setor petrolífero
do a indústria começava a dar si- nais de recuperação, impulsiona- da pela Petrobrás, ele conseguiu um emprego em uma empresa de certificação de navios.
Desde então, passou por diver- sas companhias e, neste ano, aceitou uma proposta para ge- renciar um anexo do Estaleiro Aliança, em Niterói (RJ), que de- ve ficar pronto em julho. Ele está supervisionando a contratação de 170 funcionários e sente na pele a falta de mão de obra. “O grande desafio é achar recursos humanos”, diz Xxxxxxx.
HIDROVIA | |
São Paulo terá estaleiro em Araçatuba Apesar de o Estado de São Paulo não ter números ex- pressivos na construção na- val, está sendo erguido um novo estaleiro em Araçatu- ba. Pronto, o (estaleiro) Rio Tietê – concebido por um consórcio formado por três empresas – vai produ- zir 80 barcaças e 20 empur- radores para a empresa de navegação da Petrobras, a Transpetro, transportar eta- nol pela hidrovia Tietê-Pa- raná. Deverá empregar 300 pessoas em 2012, quando ficar pronto. |
Demanda. Em Santa Catarina, a procura por profissionais tam- bém é alta. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Se-
ARQUIVO PESSOAL
Xxxxx Xxxx
ESPECIAL PARA O ESTADO
A construção naval continua em franca expansão no Brasil. Com crescente abertura de vagas des-
tas oportunidades para estagiá- rios e formados, apesar da sua universidade contar com um dos melhores cursos do País. O problema é óbvio: a cidade fica longe do mar.
nai) de Itajaí formou 124 alunos no curso técnico em construção naval no ano passado – com salá- rio inicial de R$ 2,5 mil. Mesmo assim,o diretor regional da insti- tuição, Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx,
Conquista. O engenheiro Xxxxxx gerencia estaleiro no Rio
deo ano 2000,o Sindicato Nacio- nal da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Si- naval) trabalha com perspectiva otimista e prevê que cerca de 15 mil empregos diretos serão cria- dos nos próximos três anos.
“O cenário positivo é baseado nas contratações de navios e de plataformas, previstos no pro- grama da Petrobrás, ena implan- tação de estaleiros em Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio de Janei- ro, Pernambuco e Espírito San- to”, diz o presidente do Sinaval, Xxxxxxxxx Xxxxx.
De olho nessa movimentação, o estudante de engenharia da Es- cola Politécnica da Universida- de de São Paulo (USP), Xxxx Xx- drigues de Assis, de 24 anos, esco- lheu a área naval. “Fiquei saben- do que o curso estava em ascen- são e o mercado estava aqueci- do, com falta de profissionais”, afirma Xxxx, que está no último ano da graduação.
O estudante, que faz estágio no Instituto de Pesquisas Tecno- lógicas do Estado de São Paulo (IPT), só reclama do fato de a
No curso de engenharia naval da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os alunos não têm dificuldades paraachar está- gios e empregos perto de casa. “Faltam profissionais em todos os níveis: engenheiros, tecnólo- gos e técnicos. É uma demanda que não é atendida, e a velocida- de de formação não acompanha. Por isso, a empregabilidade dos nossosrecém-formados está per- to dos 100%”, afirma o chefe do departamentodeEngenharia Na- valeOceânicada UFRJ, Xxxx Xxxx- xx Xxxxx.
Novo quadro. O professor, que também é diretor técnico da So- ciedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), conta que há 15 anos a universidade formava de 10 a 15 engenheiros por ano. “Há dois anos, passamos a formar de 55 a 60 pessoas. Elas são rapida- mente absorvidas pelo mercado com salários iniciais de R$ 6 mil”, diz Assis.
O engenheiro Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx, 41 anos, resu- me a história dos profissionais
mou pela UFRJ em 1994, época em que a construção naval esta- va quase parada.
“Como os estaleiros de cons- trução de navios estavam fali- dos, ou falindo, fui trabalhar em uma pequena empresa de cons- trução de lanchas esportivas”,
quer aumentar as vagas do curso mais disputado da unidade.
“Infelizmente não consigo, pois não encontramos professo- res qualificados. O setor está tão aquecido que a maioria dos alu- nos ainda não formados já está trabalhando”, afirma. Segundo o diretor, a situação deve se agra- var, pois 26 empresas do setor que ficam na região já indicaram a criação de cerca de mil novos empregos em breve.
Quem fez o curso se deu bem. O gaúcho Sidnei Xxxxx Xxxxx, 00, xxxx xx Xxx Xxxxxx xx Xxx pa- ra Santa Catarina procurando uma vaga na construção civil. Fi- cou sabendo que o setor naval estava aquecido e entrou no cur- so do Senai. Formado em 2005, ele saiu do curso já empregado, por meio da indicação de um pro- fessor.
Ele trabalhou em um primeiro estaleiro e em 2008 foi para a construtora Detroit, que empre- ga cerca de mil pessoas. Hoje, atua na área de projetos da em- presa. “É uma área que cresce e tem muita oportunidade de em-
Onde estão as
graduações e
os cursos técnicos
Existe grande demanda por to- dos os tipos de profissionais para a área de construção naval. Os engenheiros navais encontram a melhor formação na USP (www. xxxx.xxx.xx) e UFRJ (www.oceani- xx.xxxx.xx), que têm as gradua- ções mais antigas e conceitua- das do Brasil. Recentemente tam- bém foram criados cursos nas universidades federais do Pará e de Pernambuco, para criar mais vagas de capacitação no setor.
Embora o tecnólogo ainda en- frente resistência no mercado pela sua formação ainda pouco conhecida, sua aceitação tem aumentado.
A unidade de Jaú das Faculda- des de Tecnologia de São Paulo (xxx.xxxxxxxxx.xxx.xx) oferece o curso de tecnólogo em constru- ção naval, com três anos de dura- ção. No Rio de Janeiro, o Centro Universitário Estadual da Zona
Oeste (xxx.xxxx.xx.xxx.xx) tam- bém oferece a graduação. Segun- do o coordenador do curso, Car- los Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxx, a Uezo está negociando parcerias com estaleiros para facilitar a entrada dos profissionais na área. Atualmente, a instituição tem um acordo com a Marinha do Brasil para realização de está- gios. Quando formado, o profis- sional pode prestar concurso es- pecífico para a graduação na Ma- rinha, com remuneração de RS 2 mil. No setor privado o salário é, em média, de RS 3 mil.
No entanto, a maioria dos em- pregos está no setor de produção para técnicos e profissionais qua- lificados como foguista, eletricis- tas, soldadores e metalúrgicos, entre outros. Segundo o diretor do estaleiro Aliança, Paulo Con- te, cerca de 80% dos funcioná- rios da empresa têm esse perfil. “O Brasil precisa de muita mão de obra, pois a automação ainda é pouco usada na construção”, diz Xxxxx. O Senai de Itajaí (www. xx.xxxxx.xx) oferece diversos cur- sos de qualificação e o técnico.
capitalpaulista não oferecer mui-
mais antigos do setor. Ele se for-
conta. Somente em 2002, quan-
prego”, afirma Xxxxxx.
Licitações já realizadas pela Transpetro somam R$ 9,6 bilhões
CRE CIMENTO NO MAR
● O setor de construção navał está se expandindo rapidamente desde
o ano 2000 e apresenta forte crescimento na demanda por mão de obra quałificada, após anos de estagnação
Rio de Janeiro
25.987 (46,31%)
últimos oito navios estão em fa-
leiro Atlântico Sul, que venceu a
Evolu ão dos empregos no se or naval brasileiro
Dis ribui ão dos empregos no Brasil
Subsidiária da Petrobrás já contratou 49 navios. Controladora também fará pedidos que incluem plataformas
APetrobrás e sua empresa subsi- diária Transpetro são as maiores propulsoras da construção naval do Brasil. O Programa de Moder- nização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), criado em 2004, já foi responsável pela en- comenda de 49 navios petrolei- ros a estaleiros brasileiros.
Dessas embarcações, 41 já fo- ram licitadas, com investimento de R$9,6 bilhões. Desse total, 11 serão construídas no Rio de Ja-
se de licitação.
Com o programa, a expectati- va éde que a frota da Transpetro chegue a mais de 110 navios em 2014. Hoje, o Brasil já possui a quarta maior carteira de enco- menda de navios petroleiros do mundo.
A Petrobrás também não fica atrás nos investimentos. Até 2020aempresapretende acumu- lar a contratação de 504 barcos de apoio, 169 plataformas de pro- dução e 54 barcos de perfuração de águas profundas, chamados sondas. Destes, 26 já foram con- tratados no exterior, e os 28 res- tantes serão produzidos no Bra- sil até 2020.
No entanto, sete dos 28 barcos
concorrência. As outras 21 em- barcações tiveram a licitação cancelada por preço excessivo e terão nova concorrência, em fa- se de planejamento.
O fato preocupa o Sindicato dosMetalúrgicos do Rio deJanei- ro. Segundo o secretário para as- suntos do setor naval da entida- de, Xxxxxxxx xx Xxxxxxxx Ra- mos, os atrasos podem prejudi- car a indústria local.
“Essa licitação precisa sair lo- go, para não corrermos o risco de a Petrobrás comprar as son- das no exterior. Isso representa- ria, somente para as cidades de Rio e Niterói, a perda de três mil empregos. É uma questão de pre- servação da indústria que está
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0 2000
56.112
2010
To al geral
56.112
(100%)
Pernambuco
10.581 (18,86%)
Amazonas
9.244 (16,47%)
Xxx Xxxxxx xx Xxx
0.000 (9,80%)
Santa Oatarina
1.958 (3,49%)
Outros
2.842 (5,07%)
neiro e 30 em Pernambuco. Os
já foram encomendados ao esta-
em jogo”, afirma Xxxxx.
Obs: Não considera a indústria náutica de lazer
FONTE: SINAVAL INFOGRÁFIOO/AE