USINA TERMELÉTRICA PRESIDENTE MÉDICI MUNICÍPIO DE CANDIOTA/RS
USINA TERMELÉTRICA PRESIDENTE MÉDICI MUNICÍPIO DE CANDIOTA/RS
MONITORAMENTO DE BIOINDICADORES AMBIENTAIS
Quarto Relatório Parcial Trimestral
CGTEE/DTC/068/2011
À Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica
Aos cuidados: Xxxx Xxxxxx Xxxxxx
A Fundação Xxxx Xxxxxxx, através do Centro de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresenta o Terceiro Relatório Parcial Trimestral de atividades referente ao contrato nº CGTEE/DTC/068/2011.
Porto Alegre, 12 de junho de 2013.
Xxxxxxxx xx Xxxxx Xxxxxxx Coordenadora do Projeto Centro de Ecologia/UFRGS
SUMÁRIO
1. Objeto do Estudo
2. Programa de Monitoramento para o Ambiente Aquático
3. Rede de Monitoramento Ambiental para o Ambiente Aquático
4. Água Superficial
4.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
4.2 Coleta e Preservação das Amostras
4.3 Métodos Analíticos e Relatórios de Ensaio
4.4 Índice de Parâmetros Mínimos para a Preservação da Vida Aquática
4.5 Índice de Qualidade da Água
4.6 Resultados e Considerações
5. Sedimentos
5.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
5.2 Coleta e Preservação das Amostras
5.3 Métodos Analíticos e Relatórios de Ensaio
5.4 Indicadores de Qualidade de Sedimentos
5.5 Resultados e Considerações
5.5.1 Física dos Sedimentos
5.5.2 Química dos Sedimentos
6. Bioindicadores Ambientais: Fitoplâncton, Perifiton
6.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
6.2 Coleta e Preservação das Amostras
6.2.1 Fitoplâncton
6.2.2 Perifíton
6.3 Métodos Analíticos
6.3.1 Fitoplâncton
6.3.2 Perifiton
6.4 Resultados e Considerações: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
6.4.1 Fitoplâncton
6.4.2 Perifiton
6.5 Considerações Finais
7. Bioindicadores Ambientais: Zooplâncton
7.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
7.2 Coleta e Preservação das Amostras
7.3 Métodos Analíticos
7.4 Resultados e Indicadores e Qualidade: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
7.5 Considerações Finais
8. Bioindicadores Ambientais: Macrofauna Bentônica
8.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
8.2 Coleta e Preservação das Amostras
8.3 Métodos Analíticos
8.4 Resultados e Indicadores e Qualidade: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
9. Bioindicadores Ambientais: Ictiofauna
9.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
9.2 Coleta e Preservação das Amostras
9.3 Métodos Analíticos
9.4 Resultados e Indicadores e Qualidade: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
10. Programa de Monitoramento para o Ambiente Terrestre
11. Rede de Monitoramento Ambiental
12. Monitoramento da Flora
12.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
12.2 Trabalho de Campo e Técnicas de Amostragem
12.3 Resultados Parciais e Comentários
12.4. Biodiversidade e Espécies ameaçadas
13. Monitoramento da Avifauna
13.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
13.2 Trabalho de Campo
13.3 Técnicas de amostragem
13.4 Resultados e Considerações: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
14. Monitoramento da Herpetofauna
14.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
14.2 Trabalho de Campo
14.3 Técnicas de amostragem
14.4 Resultados e Comentários: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
15. Bioindicadores da Qualidade do Ar
15.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
15.2 Trabalho de Campo
15.3 Técnicas de Amostragem
15.3.1 Biomonitoramento Passivo
15.3.2 Biomonitoramento Ativo
15.4 Métodos analíticos
15.5 Resultados parciais
15.5.1 Biomonitoramento passivo
15.5.2 Biomonitoramento ativo
16. Atividade Pecuária
16.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
16.2 Trabalho de Campo
16.3 Métodos utilizados
16.4 Resultados e comentários
17. Referências Bibliográficas
18. Equipe de Trabalho
ANEXOS
Relatórios de Ensaio
MONITORAMENTO DE BIOINDICADORES AMBIENTAIS DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA USINA TERMELÉTRICA PRESIDENTE XXXXXX, MUNICÍPIO DE CANDIOTA/RS
1. Objeto do Estudo
O presente Programa de Monitoramento Ambiental está constituído pelo Programa de Monitoramento para o Ambiente Aquático e Terrestre e estes, pelo conjunto de Planos Ambientais associados aos diversos compartimentos ambientais considerados.
O ambiente aquático tem uma rede de monitoramento comum para os compartimentos: Água superficial, Sedimento e Bioindicadores ambientais (fitoplâncton e perifiton, zooplâncton, macrofauna bentônica e ictiofauna).
Para o ambiente terrestre, a rede de monitoramento, sempre que possível, é comum para os compartimentos: Fauna Local (herpetofauna, avifauna), Flora local, Bioindicadores para a Qualidade do Ar e Solo com seu Estrato Vegetal para atividades pecuárias.
Os pontos amostrais e o monitoramento realizado, para os diversos compartimentos, estão de acordo com o “PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA USINA TERMELÉTRICA DE
CANDIOTA, MUNICÍPIO DE CANDIOTA/RS”, elaborado em agosto de 2006 por solicitação da CGTEE.
2. Programa de Monitoramento para o Ambiente Aquático
Para este ambiente estão considerados os compartimentos: água superficial, sedimento e bioindicadores ambientais (fitoplâncton e perifiton, zooplâncton, macrofauna bentônica e ictiofauna).
3. Rede de Monitoramento Ambiental para o Ambiente Aquático
A localização das Estações Amostrais foi definida no PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL com a necessidade de deslocamento do ponto amostral PM 7, conforme justificado no Primeiro Relatório Parcial Trimestral de 2007. A Figura 3.1 e o Quadro 3.1 apresentam os pontos de monitoramento do ambiente aquático.
Figura 3.1. Distribuição das Estações Amostrais da Rede de Monitoramento
Quadro 3.1. Localização das Estações Amostrais da Rede de Monitoramento Ambiental para o Ambiente Aquático
Estação Amostral | Curso d´água | Descrição do Ponto |
PM 1 | Arroio Candiota | Ponto à montante da BR 293, visando ser a estação amostral de referência Coordenadas UTM 22J 6518528 / 243952 |
PM 2 | Arroio Candiota | Ponto à jusante da Barragem I, visando avaliar todas as atividades desenvolvidas à montante da contribuição dos efluentes hídricos da Usina, visando ser a estação amostral de referência Coordenadas UTM 22J 6506688 / 246690 |
PM 3 | Arroio Candiotinha | Ponto à montante do deságüe no Arroio Candiota, visando avaliar as atividades das indústrias cimenteiras no corpo receptor Coordenadas UTM 22J 6500592 / 250676 |
PM 4 | Arroio Candiota | Ponto à jusante do deságüe dos efluentes da Usina e à montante do deságüe Arroio Candiotinha, visando avaliar as atividades da Usina no corpo receptor Coordenadas UTM 22J 6503415 / 246365 |
PM 5 | Arroio Candiota | Ponto à jusante do deságüe Arroio Candiotinha, visando avaliar as atividades da Usina no corpo receptor Coordenadas UTM 22J 6495108 / 240637 |
PM 6 | Arroio Poacá | Ponto após contribuição da Sanga da Carvoeira, visando avaliar as atividades de mineração de carvão no corpo receptor Coordenadas UTM 22J 6501568 / 239615 |
PM 7 | Arroio Candiota | Ponto após a foz do Arroio Poacá e à jusante de todas as fontes consideradas potencialmente geradoras de impactos ambientais Coordenadas UTM 22J 6474399 / 229614 |
4. ÁGUA SUPERFICIAL
4.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
As Estações Amostrais, identificadas pelo número 1 a 7, estão apresentadas no Quadro 3.1.
A Tabela 4.1 apresenta os parâmetros analisados nas amostras coletadas de “Água Superficial”.
Tabela 4.1 - Parâmetros analisados nas Águas Superficiais
Condutividade |
Coliformes termotolerantes (E. coli) |
Cor |
DBO |
Fenóis totais |
Fósforo total |
Nitrato |
Nitrogênio Amoniacal |
Metais dissolvidos: Al, Fe, Cu |
Metais totais: Hg, As, Cd, Cr, Mn, Ni, Pb, Zn |
Óleos e Graxas |
Oxigênio Dissolvido |
pH |
Sólidos dissolvidos totais |
Surfactantes |
Sulfetos |
Temperatura |
Toxicidade crônica com S. capricornutum |
Toxicidade crônica com C.dubia |
Toxicidade crônica com P.promelas |
Turbidez |
4.2 Coleta e Preservação das Amostras
A coleta foi realizada entre os dias 01 a 03 de abril de 2013. As condições climáticas nesse período caracterizam-se por céu aberto e temperatura do ar variando entre 18 a 29 oC.
Os procedimentos de amostragem apresentados seguiram as orientações da Norma NBR 9898/87 – Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores.
• A coleta foi realizada diretamente nos frascos de coleta, previamente lavados com HNO3 0,1 M e três vezes com água deionizada;
• O frasco foi ambientado previamente com a água do ponto a ser amostrado;
• A amostra foi coletada mergulhando-se o frasco de coleta a aproximadamente 30 cm abaixo da superfície da água, com a boca voltada contra a corrente (coleta manual);
• Nos casos em que houve necessidade de coletar um grande volume de amostra para ser distribuída em vários frascos, foi empregado um recipiente de transposição, de material quimicamente inerte e garantida
a homogeneidade das amostras nos diversos frascos.
No momento da coleta foram medidos, no próprio local os seguintes parâmetros: temperatura, pH e Oxigênio Dissolvido.
O volume de amostra, tipo de frasco para armazenamento, preservação e prazo de análise estão apresentados na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 - Especificações técnicas para a preservação de amostras de Água Superficial
Parâmetro | Frasco | Volume Mínimo | Preservação | Prazo Análise |
Condutividade | Vidro âmbar | 500mL | Refrigerar a 4°C | 28 dias |
Coliformes termotolerantes (E. coli) | Plástico | Mais que 100mL | Refrig.<10°C. Frasco esterilizado com Tiossulfato de sódio e EDTA. | Até 24h |
Cor | Vidro âmbar | 300mL | Refrigerar a 4°C | 48 horas |
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) | Dois Vidros tipo Winkler | 700mL | Refrigerar a 4°C | 48 horas |
Fenóis totais | Vidro âmbar | 500mL | H2SO4 conc. até pH < 2. Refrigerar a 4°C | 28 dias |
Fósforo Total | Vidro âmbar | 100mL | H2SO4 conc. até pH < 2. Refrigerar a 4°C | 28 dias |
Nitrato | Vidro âmbar | 100mL | Refrigerar a 4°C | 48 horas |
Nitrogênio Amoniacal | Vidro âmbar | 500mL | Refrigerar a 4°C | 7 dias |
Metais dissolvidos: Al, Fe, Cu | Plástico | 250mL | Refrigerar a 4°C e filtração em membrana de 0,45 μm HNO3 conc. até pH< 2. | 180 dias |
Metais totais: As,Cd, Pb, Cr, Mn, Ni, Zn | Plástico | 250mL | HNO3 conc. até pH< 2. Refrigerar a 4°C | 180 dias |
Metais totais: Hg | Vidro âmbar | 250mL | 2mL sol. K2CrO7 a 20% em sol. HNO3 1:1 até pH< 2. Refrigerar a 4°C | 45 dias |
Óleos e Graxas | Vidro de boca larga | 1000mL | HCl conc. até pH < 2. Refrigerar a 4°C | 28 dias |
Oxigênio Dissolvido | - | - | Medir em campo. | imediato |
pH | - | - | Medir em campo | imediato |
Sólidos Dissolvidos Totais | Vidro âmbar | 1000mL | Refrigerar a 4°C | 7 dias |
Surfactantes | Vidro âmbar | 100mL | Refrigerar a 4°C | 48 h |
Sulfeto | PET transparente | 500mL | Adicionar 4 gotas de acetato de zinco 2N/100mL e NaOH até pH>9. Refrigerar a 4°C | 28 dias |
Temperatura | - | - | Medir em campo | imediato |
Toxicidade crônica com P. subcaptata | Plástico | 5 L | Refrigeração por 48 horas e congelamento até 60 dias | 60 dias |
Toxicidade crônica com C.dubia | Plástico | 5 L | Refrigeração por 48 horas e congelamento até 60 dias | 60 dias |
Toxicidade crônica com P.promelas | Plástico | 20 L | Refrigeração por 48 horas e congelamento até 60 dias | 60 dias |
Turbidez | Vidro âmbar | 200mL | Refrigerar a 4°C e manter ao abrigo da luz | 24 horas |
4.3 Métodos Analíticos e Relatórios de Ensaio
As metodologias analíticas utilizadas nos ensaios das amostras de água superficial estão descritas na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 – Metodologias analíticas empregadas nos ensaios de Água Superficial
PARÂMETRO | METODOLOGIA | REFERÊNCIA |
Condutividade | Condutometria | Standard Methods 22th- 2510 B |
Coliformes termotolerantes (E. coli) | Substrato cromogênico enzimático | Standard Methods 22th- 9223 B |
Cor aparente | Comparação visual | Standard Methods 22th- 2120 B |
DBO5 | Método de Winkler | Standard Methods 22th- 5210 D |
Fenóis totais | Absorciometria com clorofórmio | EPA 9065 |
Fósforo Total | Absorciometria com redução do ácido ascórbico | Standard Methods 22th- 4500 P E |
Nitrato | Cromatografia Iônica | Standard Methods 22th- 4110 B |
Nitrogênio Amoniacal | Destilação e Nesslerização | EPA 350.2 |
Metais dissolvidos: Al, Fe, Cu | Espectrometria de Emissão por Plasma - ICP | Standard Methods 22th - 3120 B |
Metais totais: As, Cd, Pb, Cr, Ni, Mn e Zn | Espectrometria de Emissão por Plasma - ICP | Standard Methods 22th - 3120 B |
Metais totais: Hg | Espectrofotometria de Absorção Atômica - Geração de Vapor | Standard Methods 22th - 3112 B |
Óleos e Graxas | Gravimetria - partição líquida-líquida | Standard Methods 22th - 5520 B |
Oxigênio Dissolvido | Método Titulométrico | Standard Methods 22th- 4500 O C |
pH | Método Potenciométrico- pHmetro | Standard Methods 22th - 4500 H B |
Sólidos Dissolvidos Totais | Gravimetria- secagem a 180°C | Standard Methods 22th - 2540 C |
Surfactantes | Absorciometria com azul de metileno | Standard Methods 22th - 5540 C |
Sulfeto | Absorciometria – Heteropoly Blue | Standard Methods 22th - 4500 S D |
Temperatura | Termometria | NBR 9898/87 |
Toxicidade crônica com P. subcaptata | Ensaios de Toxicidade Aquática | ABNT NBR 12648/2005 |
Toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia | Ensaios de Toxicidade Aquática | ABNT NBR 13373/2005 |
Toxicidade crônica com Pimephales promelas | Ensaios de Toxicidade Aquática | ABNT NBR 15499/2007 |
Turbidez | Nefelometria | Standard Methods 22th- 2130 B |
Os Relatórios de Ensaio referentes a estas coletas estão em anexo, apresentando a metodologia e o Limite de Quantificação do Método utilizado para cada parâmetro monitorado.
4.4 Índice de parâmetros mínimos para a preservação da vida aquática (IPMCA)
O IPMCA tem o objetivo de avaliar a qualidade das águas para fins de proteção da fauna e flora. O IPMCA é composto por dois grupos de parâmetros, o de substâncias tóxicas e o de parâmetros essenciais. Para cada parâmetro analisado foram estabelecidos três diferentes níveis, para os quais são feitas as ponderações numéricas de 1, 2 e 3. Esses diferentes níveis constam da Tabela 4.4, sendo que os de ponderação 1 correspondem aos padrões de qualidade de água, atualizados para a legislação CONAMA 357/2005. Os níveis relativos às ponderações 2 e 3 foram obtidos das legislações americana (EPA) e francesa (CODE PERMANENT: ENVIRONMENT ET NUISANCES), as quais estabelecem limites máximos permissíveis de substâncias químicas, na água, para evitar efeitos crônicos e agudos à biota aquática, respectivamente.
Tabela 4.4 - Parâmetros e ponderações utilizadas para a determinação do IPMCA
Oxigênio dissolvido (mg.L-1) | > 5 | 1 |
3 a 5 | 2 | |
< 3 | 3 | |
pH | 6 – 9 | 1 |
5 a 6 e 9 a 9.5 | 2 | |
< 5 e > 9.5 | 3 | |
Toxicidade | não tóxico | 1 |
Efeito crônico | 2 | |
Efeito agudo | 3 | |
Cádmio total (mg.L-1) | < 0.001 | 1 |
0.001 a 0.005 | 2 | |
> 0.005 | 3 | |
Cromo total (mg.L-1) | < 0.05 | 1 |
0.05 a 1 | 2 | |
> 1 | 3 | |
Cobre dissolvido(mg.L-1) | < 0.009 | 1 |
0.009 a 0.05 | 2 | |
> 0.05 | 3 | |
Chumbo total (mg.L-1) | < 0.01 | 1 |
0.01 a 0.08 | 2 | |
> 0.08 | 3 | |
Mercúrio total (mg.L-1) | < 0.0002 | 1 |
0.0002 a 0.001 | 2 | |
> 0.001 | 3 | |
Níquel total (mg.L-1) | < 0.025 | 1 |
0.025 a 0.160 | 2 | |
> 0,160 | 3 | |
Fenóis totais (mg.L-1) | < 0.003 | 1 |
0.003 a 0.05 | 2 | |
> 0.05 | 3 | |
Surfactantes (mg.L-1) | < 0.5 | 1 |
0.5 a 1 | 2 | |
> 1 | 3 | |
Zinco total (mg.L-1) | < 0.18 | 1 |
0.18 a 1 | 2 | |
> 1 | 3 |
Ponderação
Parâmetros Essenciais
Substâncias Tóxicas
Em função dos níveis detectados nas amostras de água e suas respectivas ponderações, calcula-se o IPMCA da seguinte forma:
IPMCA = A x B
Onde:
A = valor da maior ponderação do grupo de parâmetros essenciais;
B = Valor médio das três maiores ponderações do grupo de substâncias tóxicas.
Utilizando essa metodologia, o valor do IPMCA pode variar de 1 a 9. Para efeito de classificação das águas, o IPMCA foi subdividido em quatro níveis, de acordo com o significado relativo às ponderações, conforme descritos a seguir, (CETESB):
IPMCA Classificação da água
1 Boa (Adequada)
2 Regular
3 e 4 Ruim
>= 6 Péssima (Inadequada)
4.5 Índice de Qualidade da Água
Para o cálculo do IQA, foi utilizado o método desenvolvido pela NSF (National Sanitation Foundation), modificado pelo COMITÊSINOS em 1990 para ser utilizado na Região Sul, que incorpora 8 parâmetros considerados relevantes para a avaliação da qualidade das águas, tendo como determinante principal a utilização das mesmas para abastecimento.
O IQA é determinado pelo produtório ponderado dos sub-índices de qualidade correspondentes aos parâmetros constantes da Tabela 2.5, com seus respectivos pesos ponderais.
Tabela 4.5 - Parâmetros constantes do IQA
Parâmetro (qi) Peso ponderal (wi)
pH 0,13
Saturação do oxigênio 0,19 DBO5 0,11
Sólidos totais 0,09
Fósforo total 0,11
Nitrato 0,11
Turbidez 0,09
Col. termotolerantes 0,17
Modelo produtório para o cálculo do IQA:
Onde:
IQA = Π qi wi
wi = peso relativo do iésimo parâmetro
qi = qualidade relativa do iésimo parâmetro i = número de ordem do parâmetro ( 1 a 8 )
A partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das águas brutas para abastecimento público que, indicada pelo IQA numa escala de 0 a 100, é classificada segundo as seguintes faixas:
IQA Faixas de Qualidade - CETESB
80 – 100 ótima
52 – 79 boa
37 – 51 aceitável
20 – 36 ruim
0 – 19 péssima
IQA Faixas de Qualidade - FEPAM
91 – 100 excelente
71 – 90 bom
51 – 70 regular
26 – 50 ruim
0 - 25 muito ruim
4.6 Resultados e Considerações
Os resultados das análises físicas, químicas e toxicológicas realizadas com as amostras de água estão apresentados nas Tabelas 4.6 e 4.7.
Tabela 4. 6. Resultados das análises físicas, químicas e ecotoxicológicas realizadas nas estações amostradas em abril/2013.
Parâmetro | P1 | P2 | P3 | P4 |
Condutividade (μS.cm-1 ) | 60,0 | 65,0 | 109 | 270 |
Cor aparente (mg Pt-Co.L-1) | 249 | 68 | 52 | 279 |
DBO5 (mg O2.L-1) | 9 | 10 | 10 | 10 |
E.coli (NMP/100 ml) | 11199 | 548 | 712 | 520 |
Fenóis (mg.L-1) | <0,003 | 0,005 | <0,003 | <0,003 |
Fósforo total (mg P.L-1) | 0,04 | 0,02 | 0,03 | 0,67 |
Nitrato (mg NO3-N.L-1) | 0,09 | <0,09 | <0,09 | <0,09 |
Nitrogênio amoniacal(mgNH3-N.L-1)<0,1 | <0,1 | <0,1 | <0,1 | |
Óleos e Graxas (mg.L-1) 3 | 3 | 4 | 2 | |
Oxigênio Dissolvido (mg O2.L-1) 6,4 | 7,9 | 7,5 | 7,6 | |
pH 6,8 | 7,3 | 6,9 | 8,0 | |
Sólidos Dissolvidos (mg.L-1) 57 | 69 | 190 | 154 | |
Surfactantes (mg.L-1) <0,1 | <0,1 | <0,1 | 0,1 | |
Sulfeto (mgS2.L-1) 0,003 | 0,002 | <0,002 | 0,023 | |
Temperatura (oC) 19,0 | 21,0 | 21,0 | 24.0 | |
Turbidez (NTU) 17,6 | 4,3 | 3,6 | 25,0 | |
Alumínio dissolvido (mg.L-1) 0,14 | 0,07 | <0,05 | 0,29 | |
Arsênio total (mg.L-1) <0,01 | <0,01 | <0,01 | <0,01 | |
Cádmio total (mg.L-1) <0,001 | <0,001 | <0,001 | <0,001 | |
Chumbo total (mg.L-1) <0,01 | <0,01 | <0,01 | <0,01 | |
Cobre dissolvido (mg.L-1) <0,005 | <0,005 | <0,005 | <0,005 | |
Cromo total (mg.L-1) <0,01 | <0,01 | <0,01 | <0,01 | |
Ferro dissolvido (mg.L-1) 0,49 | 0,19 | 0,26 | 0,12 | |
Manganês total (mg.L-1) 0,13 | <0,05 | 0,05 | 0,08 | |
Mercúrio total (mg.L-1) <0,0002 | <0,0002 | <0,0002 | <0,0002 | |
Níquel total (mg.L-1) <0,01 | <0,01 | <0,01 | <0,01 | |
Zinco total (mg.L-1) <0,05 | <0,05 | <0,05 | 0,88 | |
Toxicidade – algas NE | NE | NE | NE | |
Toxicidade – microcrustáceos NE | NE | NE | TC | |
Toxicidade - peixes NE | TC | TC | NE |
NE = nenhum efeito, TC = Toxicidade crônica, TA = Toxicidade aguda
Tabela 4.7. Resultados das análises físicas, químicas e ecotoxicológicas realizadas nas estações amostradas em abril/2013.
Parâmetro | P5 | P6 | P7 |
Condutividade (μS.cm-1 ) | 6,8 | 913 | 295 |
Cor aparente (mg Pt-Co.L-1) | 155 | 31 | 131 |
DBO5 (mg O2.L-1) | 9 | 9 | 9 |
E.coli (NMP/100 ml) | 788 | <1 | 364 |
Fenóis (mg.L-1) | <0,003 | <0,003 | <0,003 |
Fósforo total (mg P.L-1) | 0,03 | <0,01 | 0,04 |
Nitrato (mg NO3-N.L-1) | 0,18 | 0,26 | 0,11 |
Nitrogênio amoniacal(mgNH3-N.L-1) | <0,1 | 3,1 | <0,1 |
Óleos e Graxas (mg.L-1) | 3 | 1 | 2 |
Oxigênio Dissolvido (mg O2.L-1) | 6,8 | 8,6 | 7,8 |
pH | 7,4 | 3,9 | 7,4 |
Sólidos Dissolvidos (mg.L-1) | 000 | 000 | 000 |
Surfactantes (mg.L-1) | <0,1 | <0,1 | <0,1 |
Sulfeto (mgS2.L-1) | 0,002 | <0,002 | 0,002 |
Temperatura (oC) | 23,0 | 20,0 | 20,0 |
Turbidez (NTU) | 11,1 | 3,7 | 9,4 |
Alumínio dissolvido (mg.L-1) | 0,06 | 2,24 | <0,05 |
Arsênio total (mg.L-1) | <0,01 | <0,01 | <0,01 |
Cádmio total (mg.L-1) | <0,001 | <0,001 | <0,001 |
Chumbo total (mg.L-1) | <0,01 | <0,01 | <0,01 |
Cobre dissolvido (mg.L-1) | <0,005 | <0,005 | <0,005 |
Cromo total (mg.L-1) | <0,01 | <0,01 | <0,01 |
Ferro dissolvido (mg.L-1) | 0,36 | 0,58 | 0,07 |
Manganês total (mg.L-1) | 0,29 | 2,60 | 0,10 |
Mercúrio total (mg.L-1) | <0,0002 | <0,0002 | <0,0002 |
Níquel total (mg.L-1) | <0,01 | 0,06 | <0,01 |
Zinco total (mg.L-1) | <0,05 | <0,05 | <0,05 |
Toxicidade – algas | TC | TC | TC |
Toxicidade – microcrustáceos | NE | TA | NE |
Toxicidade - peixes | NE | TA | NE |
NE = nenhum efeito, TC = Toxicidade crônica, TA = Toxicidade aguda
Com base nos dados acima apresentados foram confeccionadas as Xxxxxxx
4.8 a 4.10 que apresentam os resultados calculados para o Índice de Preservação das Comunidades Aquáticas (IPMCA), o Índice de Qualidade de Água (IQA) e classificação das estações amostrais conforme os limites estabelecidos pelo CONAMA 357/2005.
Tabela 4.8 IPMCA e IQA calculados para as estações amostrais localizadas na área da Usina Termelétrica Candiota, abril/2013
Estação amostral | IPMCA* | IQA* | |
P1 | 1 (boa) | 49,8 | (aceitável) |
P2 | 4 (ruim) | 63,5 | (boa) |
P3 | 2 (regular) | 61,4 | (boa) |
P4 | 4 (ruim) | 56,2 | (boa) |
P5 | 2 (regular) | 59,1 | (boa) |
P6 | 6 (péssima) | 59,5 | (boa) |
P7 | 2 (regular) | 63,5 | (boa) |
* Fonte CETESB |
Tabela 4.9. Condição de Qualidade das estações amostrais conforme os limites estabelecidos pelo CONAMA 357/2005, em abril/2013.
Parâmetro | P1 Classe | P2 Classe | P3 Classe | P4 Classe |
Condutividade (μS.cm-1 ) | - | - | - | - |
Cor aparente (mg Pt-Co.L-1) | - | - | - | - |
DBO5 (mg O2.L-1) | 3 | 3 | 3 | 3 |
E.coli (NMP/100 ml) | 4 | 2 | 2 | 2 |
Fenóis (mg.L-1) | 1 | 3 | 1 | 1 |
Fósforo total (mg P.L-1) | 1 | 1 | 1 | 4 |
Nitrato (mg NO3-N.L-1) | 1 | 1 | 1 | 1 |
Nitrogênio amoniacal(mgNH3-N.L-1)1 | 1 | 1 | 1 | |
Óleos e Graxas (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Oxigênio Dissolvido (mg O2.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
pH 1 | 1 | 1 | 1 | |
Sólidos Dissolvidos (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Surfactantes (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Sulfeto (mgS2.L-1) 3 | 1 | 1 | 3 | |
Temperatura (oC) - | - | - | - | |
Turbidez (NTU) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Alumínio dissolvido (mg.L-1) 3 | 1 | 1 | 4 | |
Arsênio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Cádmio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Chumbo total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Cobre dissolvido (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Cromo total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Ferro dissolvido (mg.L-1) 3 | 1 | 1 | 1 | |
Manganês total (mg.L-1) 3 | 1 | 1 | 1 | |
Mercúrio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Níquel total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Zinco total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | 1 | |
Toxicidade 1 | 3 | 3 | 3 |
Tabela 4.10. Condição de Qualidade das estações amostrais conforme os limites estabelecidos pelo CONAMA 357/2005, em abril/2013.
Parâmetro | P5 Classe | P6 Classe | P7 Classe |
Condutividade (μS.cm-1 ) | - | - | - |
Cor aparente (mg Pt-Co.L-1) | - | - | - |
DBO5 (mg O2.L-1) | 3 | 3 | 3 |
E.coli (NMP/100 ml) | 2 | 1 | 2 |
Fenóis (mg.L-1) | 1 | 1 | 1 |
Fósforo total (mg P.L-1) | 1 | 1 | 1 |
Nitrato (mg NO3-N.L-1) | 1 | 1 | 1 |
Nitrogênio amoniacal(mgNH3-N.L-1)1 | 1 | 1 | |
Óleos e Graxas (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Oxigênio Dissolvido (mg O2.L-1) 1 | 1 | 1 | |
pH 1 | 4 | 1 | |
Sólidos Dissolvidos (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Surfactantes (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Sulfeto (mgS2.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Temperatura (oC) - | - | - | |
Turbidez (NTU) 1 | 1 | 1 | |
Alumínio dissolvido (mg.L-1) 1 | 4 | 1 | |
Arsênio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Cádmio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Chumbo total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Cobre dissolvido (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Cromo total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Ferro dissolvido (mg.L-1) 3 | 3 | 1 | |
Manganês total (mg.L-1) 3 | 4 | 1 | |
Mercúrio total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Níquel total (mg.L-1) 1 | 4 | 1 | |
Zinco total (mg.L-1) 1 | 1 | 1 | |
Toxicidade 3 | 4 | 3 |
O compartimento ambiental monitorado, água superficial, tem como responsável técnica a Dra. Xxxxx Xxxxxx Xxxx Xxxxxxxxx, juntamente com o Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx para ensaios ecotoxicologicos.
5. SEDIMENTOS
5.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
As Estações Amostrais, identificadas pelo número 1 a 7, estão apresentadas no Quadro 3.1. Os parâmetros ambientais monitorados nos sedimentos estão apresentados na Tabela 5.1.
Tabela 5.1 - Parâmetros para monitoramento dos Sedimentos
Metais Totais: Al, Xx, Cu, Hg, As, Cd, Cr, Mn, Ni, Pb, Zn |
Metais Potencialmente móveis: Al, Fe, Cu, Hg, As, Cd, Cr, Mn, Ni, Pb, Zn |
pH |
Matéria Orgânica |
Textura Granulométrica |
Toxicidade com Hyalella azteca |
5.2 Coleta e Preservação das Amostras
A coleta foi realizada entre os dias 01 a 03 de abril de 2013. As condições climáticas nesse período caracterizam-se por céu aberto esparsas e temperatura do ar variando no intervalo de 18 a 29 oC.
Os sedimentos superficiais de fundo foram localizados em campo com o auxílio de um posicionador geográfico Garmin eTREX-Vista.
Os amostradores utilizados foram do tipo do tipo “corer”, associado a um extrudor, “mud snaper”, draga de “Petersen” e um busca fundo do tipo “Van Veen” para possibilitar a amostra no primeiro centímetro da camada de fundo. A utilização de um ou de outro foi determinada pelas condições de fluxo dos locais amostrados.
Os sedimentos superficiais de fundo, estudados do ponto de vista ecotoxicológico foram coletados utilizando-se draga do tipo Eckmann. As amostras para o ensaio de Toxicidade aguda com H. azteca com peso mínimo de 200g, foram armazenadas em frascos de polietileno, refrigeradas.
Para avaliação da Física dos Sedimentos as amostras foram processadas de acordo com a seguinte rotina laboratorial; ao chegarem foram secas em estufa a uma temperatura de 600C, em seguida homogeneizadas com pistilo encapuzado com borracha e quarteadas uma a uma, em peso aproximado de 50g. Posteriormente, foram submetidas aos processos de análise granulométrica, seguindo a metodologia descrita por XXXXXXXX & XXXXXXXXX (1938).
A análise da fração grosseira (grãos com diâmetros maiores ou igual a 0,062mm) foi realizada com peneiras com malhas graduadas em intervalos de 1/2 de fi, a fração fina (grãos menores do que 0.062mm) foi analisada pelo método da pipetagem.
A interpretação dos resultados obtidos nas análises foi feita com base na aplicação dos métodos de FOLK & WARD (1957), PASSEGA (1957), VISHER (1969) e SAHU (1964).
5.3 Métodos Analíticos e Relatórios de Ensaio
Para avaliação da Física dos Sedimentos as amostras foram processadas de acordo com a seguinte rotina laboratorial; ao chegarem foram secas em estufa a uma temperatura de 600C, em seguida homogeneizadas com pistilo encapuzado com borracha e quarteadas uma a uma, em peso aproximado de 50g. Posteriormente, foram submetidas aos processos de análise granulométrica, seguindo a metodologia descrita por XXXXXXXX & XXXXXXXXX (1938).
A análise da fração grosseira (grãos com diâmetros maiores ou igual a 0,062mm) foi realizada com peneiras com malhas graduadas em intervalos de 1/2 de fi, a fração fina (grãos menores do que 0.062mm) foi analisada pelo método da pipetagem.
A interpretação dos resultados obtidos nas análises foi feita com base na aplicação dos métodos de FOLK & WARD (1957), PASSEGA (1957), VISHER (1969) e SAHU (1964).
As metodologias analíticas seguidas para as Química dos Sedimentos estão descritas na Tabela 5.2.
Tabela 5.2 – Métodos analíticos empregados nas amostras de sedimentos
Ensaio | Método Analítico |
Metais Totais: Hg, As, Cr, Mn, Cu, Ni , Zn, Al | Digestão por microondas EPA 3052 e determinação em ICO-OES EPA 6010C. |
Metais Totais: Cd, Pb | Digestão por microondas EPA 3052 e determinação com Forno de Grafite. |
Metal Total: Fe | Digestão por microondas EPA 3052 e determinação EPA 7471. |
Metais potencialmente móveis: Hg, As, Cr, Mn, Cu, Ni , Zn, Al | Lixiviação ácida EPA 3050 e determinação em ICO-OES EPA 6010C. |
Metais potencialmente móveis: Cd, Pb | Lixiviação ácida EPA 3050 e determinação com Forno de Grafite. |
Metal potencialmente móvel: Fe | Lixiviação ácida EPA 3050 e determinação EPA 7471. |
pH | Método potenciométrico |
Textura Granulométrica | Peneiras e Análise microscópia |
Toxicidade com Hyalella azteca | Avaliação de sobrevivência e crescimento em peso e ABNT NBR 15470/2007 |
Os Relatórios de Ensaio referentes a estas coletas estão apresentados em anexo. Estes Relatórios de Ensaio apresentam a metodologia e o Limite de Detecção do Método utilizado para cada parâmetro monitorado.
5.4 Indicadores de Qualidade de Sedimentos
A partir das medidas dos conteúdos dos elementos químicos presentes nos sedimentos de fundo foram calculados:
• Indice de toxicidade aparente, ou seja a relação entre a
concentração do metal pesado e a sua tolerância crítica. A tolerância crítica calculadas pela PSWQA para os metais nos sedimentos foram: Cádmio (5,1 ppm), Cromo (260 ppm), Cobre (390 ppm), Mercúrio (0,41 ppm), Chumbo (450 ppm), Zinco (410 ppm). Portanto o índice de toxicidade aparente é o resultado do quociente entre o conteúdo do metal encontrado no sedimento estudado e a sua tolerância crítica. Por exemplo, se a medida do conteúdo de Chumbo no sedimento for de 460 ppm, o índice de toxicidade aparente é 460ppm/450ppm, isto fornece um número de 1,02. Quando o valor deste índice for igual a 1, significa dizer que a tolerância crítica e a toxicidade potencial se confundem. Acima de 1, o metal pesado passa a ser potencialmente tóxico.
• Fator de contaminação ou o fator de enriquecimento que é a expressão em termos de relacionamento entre a concentração de um elemento ou substancias nas camadas sedimentares de fundo fluvial e o nível de base
natural (background) para os metais. O fator de Contaminação, para a descrição do grau de contaminação de substâncias tóxicas no Arroio Candiota foi utilizado, o fator de contaminação estabelecido por HAKANSON(1980):
C = C /C
i i i
f o-1 n
Onde:
Cfi é o fator de contaminação;
C o-1 i é o conteúdo médio da substância encontrado nos sedimentos
estudados expresso em μg*g-1;
n
C i é a referência pré-industrial, ou seja as taxas consideradas
naturais, ou ainda os níveis de base para a região sem contaminação.
O fator de contaminação calculado foi classificado nominalmente expressando o estado frente aos conteúdos de metais encontrados, isto é:
Cfi <1 fator de contaminação baixo. 1<Cfi <3 fator de contaminação moderado.
3<Cfi <6 fator de contaminação considerável. Cfi >6 fator de contaminação muito alto.
• Grau de contaminação, na seqüência desta metodologia, HAKANSON (1980), é calculado, é a soma de todos os fatores de contaminação encontrados para os sedimentos fluvials, ou seja:
f i=1 o-1 n
Cd = ∑6 i=1 C i = ∑6 C i/C i
Este cálculo é o somatório dos fatores de contaminação para cada um dos elementos medidos. O grau de contaminação obtido forneceu uma classificação nominal:
Cd <6 baixo grau de contaminação
6<Cd <12 moderado grau de contaminação 12<Cd<24 considerável grau de contaminação Cd > 24 muito alto grau de contaminação
• Valores Guias da Qualidade dos Sedimentos (SQGs)
Foram utilizados duas diferentes concepções de Linhas da Qualidade de sedimentos:
A- O uso dos “backgrounds” ou referenciais pré-industriais;
B- Os valores-guias da qualidade de sedimentos são valores químicos numéricos expressos em escala de concentrações, taxas que servem como base para se avaliar a qualidade dos sedimentos quanto a presença de substâncias quimicamente potencialmente tóxicas à biota.
Os valores estabelecidos (Tabela 5.3) como taxas médias para Crosta Terrestre (Crosta) e Sedimentos (Sed) por XXXXX (1979), e os valores Clarke que é uma unidade de cálculo de abundância de um elemento na crosta terrestre, adotada pela Geoquímica, expressa normalmente em partes por milhão, e pode ser considerada uma jazida mineral como uma formação geológica em que a concentração de algum ou alguns elementos seja superior ao “Clarke” daqueles elementos em questão.
Tabela 5.3 - Valores médios obtidos por XXXXX (1979) para crosta terrestre, sedimentos, argilas marinhas, carbonatos marinhos, xisto médio, arenito médio e os valores Clarke para os elementos do estudo.
A segunda concepção são modelos chamados de estatísticos (SQGs - Sediment Quality Guidelines) que estabelecem relações entre as
concentrações de metais com as freqüências de ocorrência de efeito adverso observados nos organismos-testes, tanto in situ como em ambiente laboratorial. Esta experimentação gerou limites teóricos abaixo dos quais as populações de organismos estariam, em tese, protegidas.
Os SQGs foram estabelecidos após a análise estatística da probabilidade de morte relacionada com (ou outros parâmetros) em diversos organismos sob uma variedade de conteúdo químico, usando um banco de dados. As concentrações em sedimentos que se apresentam acima do referencial TEC- PEC, TEL-PEL, LEL-SEL e ERL-ERM devem ser associados com efeitos adversos na biota.
Utilizam-se quatro conjuntos de Valores Guias da qualidade para o sedimento (Tabelas 5.4 a 5,7).
Tabela 5.4: TEC (Concentração Limiar de Efeito) – PEC (Concentração de Provável Efeito).
Tabela 5.5 - LEL (Nivel de Efeito Baixo) – SEL (Nivel de Efeito Severo)
Tabela 5.6 - ERL (Intervalo de efeito Baixo) – ERM (Intervalo de Efeito Médio).
Tabela 5.7 – Taxas CETESB
- Fator de Mobilidade dos Metais
As formas que interessam do ponto de vista ambiental são aquelas móveis e as biodisponíveis. Neste caso algumas formas naturais, por exemplo, os sulfetos, os carbonatos tendem, a mobilizar-se por ligeiras variações ( trocas) das condições ambientais.
Alguns métodos de extração simples, de uma só etapa, determinam com bastante aproximação os conteúdos móveis, no entanto eles não distinguem conteúdos naturais dos de procedência antropogênica.
O uso do fator de mobilidade permite, com qualquer tipo de analise empregada, simples ou seqüencial seguindo a mesma relação Metal residual/ Metal total. Quando não houver contaminação os conteúdos de metais móveis são muito baixos, e a relação do metal total e metal residual deve ser 1 ou muito próximo a 1.
O fator de mobilidade (FM) é a relação do conteúdo totalúultimo se calcula obtendo a diferença entre o conteúdo total e o conteúdo do elemento móvel de acordo com LEMES (1991) e LEMES e CEDENHO (1996)
FM = CT / CR
Onde:
FM é o fator de mobilidade;
CT é o conteúdo total do elemento estudado (ataque total); CR é o conteúdo residual do metal estudado.
CR = CT – CM
Onde:
CR é o conteúdo residual;
CT é o conteúdo total (ataque total);
CM é o conteúdo móvel ou disponível (ataque parcial).
5.5 Resultados e Considerações
5.5.1 Física dos Sedimentos
No Arroio Candiota, os sete locais amostrados e analisados, apresentaram as distribuições entre as frações cascalho, areia silte e argila obedecendo à escala granulométrica de WENTWORTH. Estão apresentadas na Tabela 5.8.
Tabela 5.8 - Percentual das frações granulométricas cascalho, areia, silte e argila nas estações amostrais do Arroio Candiota, campanha amostral de Abril de 2013, recebe como sufixo indexador de ordem temporal a letra “V”.
As áreas com baixos teores das frações silte e argila indicam serem dominadas por uma movimentação de correntes e conseqüente transporte de fundo uma vez que a fração areia esta relacionada com a formação de correntes que movimentam o material sedimentar.
Calculou-se a energia, como sendo uma razão entre o somatório dos grosseiros (%Cascalho + %Areia) e os finos (% Silte + % Argila). As estações podem ser ordenadas conforme o grau decrescente de energia apresentado pelas frações granulométricas, a ordem obtida foi à seguinte:
2 > 5> 7 > 3 > 6 > 1 > 4
Na estação 2 esta a relação maior de energia, e na estação 4 a relação de menor energia de transporte dos grãos
5.5.2 Química dos Sedimentos Concentração dos Metais
O ataque parcial é um ataque fraco a amostra para extrair somente a fração do metal de origem antropogênica (em tese), potencialmente aproveitável ou exposto às condições ambientais como a temperatura, pH, potencial
Redox, co-precipitação, adsorção, levados a cabo principalmente pelos óxidos e hidróxidos de Manganês, Ferro, substancias húmicas, minerais argilosos etc., nos quais estão disponíveis.
O ataque total é um ataque forte a amostra para extrair aproximadamente 90% do metal, exceto para o Cromo que possui uma porcentagem de recuperação aproximada a 60%, os resultados obtidos por este ataque, se obtém uma boa referencia do conteúdo total de uma amostra.
Nas tabelas 5.9 e 5.10, apresentam-se respectivamente as concentrações resultantes do ataque forte e de ataque fraco as amostras de sedimentos de corrente do Arroio Candiota produzidas em abril de 2013 (Campanha amostral “U”).
Tabela 5.9 – Metal total (forte) nos sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota na campanha amostral V, de Abril de 2013.
Tabela 5.10 – Metal disponível (fraco) nos sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota na campanha amostral V, de Abril de 2013.
Considerando a seguinte relação as concentrações de metais registradas nos sedimentos :
Toda a vez que o numerador (A) se aproximar do valor do denominador (B), o resultado da razão tenderá a 1. Toda a vez que o numerador(A) for maior que o denominador este valor será maior que 1. Como critério utilizado neste relato técnico:
- a cor verde será indicativo que o valor esta igual ou abaixo de 0,50 e, portanto a condição mostra que o valor de referencia é muito maior que a taxa medida no sedimento, independente da concepção utilizada;
- já a cor laranja é indicativo que o valor esta igual ou maior que 0,50, e menor que 1, independente da concepção utilizada;
- a cor vermelha indica que o valor obtido é igual ou maior que 1, indicando que a taxa encontrada nos sedimentos de calha do Arroio Candiota é maior que a taxa de referencia, independente da concepção utilizada.
As células cobertas com cinza indicam que não existe valor de referencia para aquele metal naquela concepção utilizada.
Os resultados a partir da utilização destas concepções, sobre os sedimentos coletados na campanha de janeiro de 2013, indexado ao programa de monitoramento com a letra U, foram:
a) O índice de Toxicidade Aparente (PSWQA) - Puget Sound Quality Autority
Foram comparadas as concentrações dos metais totais, dispersos na calha fluvial do Arroio Candiota e aquelas que ocorrem no fundo do estuário do Rio Puget Sound, em Washington DC, isto porque a PSWQA foi uma das primeiras entidades a assumir padrões de referencias para os sedimentos. Na tabela 5.11 apresenta-se o resultado da razão calculada para cada metal e para cada estação amostral, obtida nesta campanha amostral U.
Tabela 5.11 - Índice de Tolerância Potencial Critica ITc, para cada um dos metais para cada uma das estações o Tc significa a Tolerância critica (Tc),expresso em ppm. A taxa de metais comparados com as taxas da Tolerância Critica foram todas usadas em ppm, e na tabela expressa-se o resultado da razão matemática entre a taxa encontrada para o determinado metal em determinada estação, e a taxa denominada de critica. Campanha amostral V (Abril de 2013).
b)- Valores Guias da Qualidade
TEC (Concentração Limiar de Efeito); PEC (Concentração de Provável Efeito).
Foram comparadas as concentrações dos metais totais, dispersos na calha fluvial do Arroio Candiota e aquelas taxas estabelecidas na concepção TEC- PEC.
A razão matemática entre as concentrações encontradas para metais totais nos sedimentos de correntes no Arroio Candiota foram comparadas com os valores de referencia, SQG, na concepção TEC-PEC. Os resultados estão nas Tabelas 5.12 e 5.13 na forma de índices.
Tabela 5.12 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) a razão (TEC), concepção TEC-PEC, campanha amostral “U” (abril de 2013). As taxas comparativas TEC para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
Tabela 5.13 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) e a concentração de provável efeito(PEC), concepção TEC- PEC, campanha amostral “U” (abril de 2013). As taxas comparativas PEC para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
c) Valores Guias da Qualidade
LEL (Nivel de Efeito Baixo); SEL (Nivel de Efeito Severo).
Foram comparadas as concentrações dos metais totais, dispersos na calha fluvial do Arroio Candiota e aquelas taxas estabelecidas na concepção LEL- SEL. A razão matemática entre as concentrações encontradas para metais totais nos sedimentos de correntes no Arroio Candiota foram comparadas com os valores de referencia, SQG, na concepção LEL-SEL. Os resultados estão nas Tabelas 5.14 e 5.15 na forma de índices.
Tabela 5.14 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) a razão (TEC), concepção TEC-PEC, campanha amostral “V” (Abril de 2013). As taxas comparativas TEC para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
Tabela 5.15 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) e a concentração de provável efeito(PEC), concepção TEC- PEC, campanha amostral “V” (Abril de 2013). As taxas comparativas PEC para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
d) Valores Guias da Qualidade
ERL (Intervalo de efeito Baixo) ; ERM (Intervalo de Efeito Médio).
Foram comparadas as concentrações dos metais totais, dispersos na calha fluvial do Arroio Candiota e aquelas taxas estabelecidas na concepção ERL- ERM. A razão matemática entre as concentrações encontradas para metais totais nos sedimentos de correntes no Arroio Candiota foram comparadas com os valores de referencia, SQG, na concepção ERL-ERM. Os resultados estão nas tabelas 5.16 e 5.17, na forma de índices. Esta são as referencias adotadas pelo CONAMA, Resolução 344.
Tabela 5.16 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) a concentração Intervalo de efeito baixo (ERL), concepção ERL-ERM, campanha amostral “V” (Abril de 2013). As taxas comparativas ERL para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
Tabela 5.17 – Razão entre as concentrações (metal total) encontradas nos sedimentos de corrente do Arroio do Candiota e os referenciais (SQG) a concentração Intervalo de efeito médio (ERM), concepção ERL-ERM, campanha amostral “V” (Abril de 2013). As taxas comparativas ERM para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e em ppm para os demais elementos.
e)As taxas CETESB
Os valores Guias TEL-PEL .
Para os sedimentos deste estudo utilizaram-se os valores guias utilizados pela concepção usada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo-CETESB.
Na Figura 5.1 apresenta-se a proposta para a classificação de contaminantes químicos em cinco faixas de qualidade e sua relação com o critério atualmente utilizado.
Na Tabela 5.18 apresentam-se o resultado da classificação nominal para os locais amostrados com base nos resultados das concentrações dos metais nos sedimentos.
Figura 5.1 – Resumem-se os elementos que compõe os critérios de avaliação da Qualidade dos sedimentos da CETESB utilizando as analises químicas nos sedimentos, a toxicidade e a comunidade betônica. Modificado de CETESB (2007).
Tabela 5.18 - Resultado da aplicação da concepção utilizada pela CETESB na avaliação da qualidade dos sedimentos para o Estado de São Paulo, nos sedimentos de corrente do Arroio Candiota, Campanha “U”, Abril de 2013.
f) Fator de Contaminação ou Xxxxx xx Xxxxxxxxxxxxxx
O fator de contaminação ou grau de enriquecimento foi expresso em relação à concentração de elementos químicos, a sua concentração de nível de base (“background”) dos sedimentos estudados.
O nível de base apresentados são vários aqueles apresentados por XXXXX (1979), XXXXXXXXX E XXXXXXXX (1961).
Nas Tabelas 5.19 a 5.21 estão às razões, os índices calculados para três referencias utilizados normalmente pela geologia ortodoxa, as taxas medias encontradas na Crosta Terrestre, nos sedimentos e a “unidade Clarke”, este ultimo é um valor atribuído para a prospecção geoquímica para medir concentrações que possam indicar uma ocorrência econômica importante de substancia, elementos ou bens minerais. Estas três taxas obtidas para o planeta são utilizadas como nível de base para efeito de comparação. Estas taxas foram obtidas em estudos considerados linhas guias na geologia, TUREKIAN e WEDEPOHL, K.H. (1961), XXXXX(1979)e FORSTECUE (1985).
As classes nominais dos fatores de contaminação, referenciadas aos valores numéricos, para os sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota, acompanham cada uma das tabelas das razões para que os gestores possam efetuar uma comparação.
Os valores < 1,0 é a Contaminação Baixa; entre 1 e 3 Contaminação Moderada; entre 3 e 6 Considerável Contaminação; e >6 Muito alto.
Tabela 5.19- Fatores de contaminação ou de enriquecimento para os sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota, campanha amostral “U” (Abril de 2013), considerando como nível de base os valores encontrados para a crosta terrestre, expressos em valores numéricos da razão, sem unidade. As taxas comparativas CROSTA para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e, em ppm para os demais elementos.
Tabela 5.20 - Fatores de contaminação ou de enriquecimento para os sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota, campanha amostral “V” (Abril de 2013), considerando como nível de base os valores encontrados para os sedimentos, expressos em valores numéricos da razão, sem unidade. As taxas comparativas SEDIMENTOS para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e, em ppm para os demais elementos.
Tabela 5.21 - Fatores de contaminação ou de enriquecimento para os sedimentos de calha fluvial do Arroio Candiota, campanha amostral “V” (Abril de 2013), considerando como nível de base os valores determinados como o fator CLARKE, expressos em valores numéricos da razão, sem unidade. As taxas comparativas CLARKE para obter as razões foram expressas em % para o Fe e o Al e, em PPM para os demais elementos.
5.5.3 TOXICIDADE DOS SEDIMENTOS
Foram utilizados organismos para verificar a toxicidade dos sedimentos, o amphipoda: hyalellidae, H.azteca são pequenos organismos de água doce, epibentônicos, detritívoros que cavam na superfície do sedimento, entre 0,5 e 2cm, local onde tem a sua fonte de alimentos. São abundantes e apresentam ampla distribuição geográfica, apresentam curto ciclo de vida facilidade no cultivo em ambiente laboratorial e grande tolerância a diferentes substratos sedimentares.
Esta espécie tem sido recomendada para avaliações de toxicidade sedimentar graças a sua sensibilidade aos contaminantes e pelo sua forma de vida em contato com os sedimentos.
As condições dos sedimentos de corrente do Arroio Candiota foram avaliadas, nas sete estações de interesse através de testes de toxicidade aguda com Hyalella azteca, desta forma estabelecendo uma correspondência biótica para correlacionar com os dados químicos e físicos obtidos, bem como com as condições das comunidades bentônicas, compondo a três linhas de vidências que serão utilizadas na tríade da qualidade dos sedimentos de corrente do Arroio Candiota.
As amostras de sedimentos superficiais de fundo do Arroio Candiota foram coletadas especificamente para este fim, contemporaneamente e nos mesmos locais onde foram amostrados os sedimentos para as analises físicas e químicas. A campanha amostral foi realizada juntamente com as amostras para física e química dos sedimentos.
Os testes de toxicidade com o sedimento foram realizados através de testes de toxicidade aguda utilizando organismos teste Hyalella azteca. Ja que são inúmeros os organismos padronizados e recomendados por normas internacionais, dentre eles os organismos Hyalella azteca.
Com a finalidade de avaliar o efeito de toxicidade do sedimento para Hyalella azteca com as amostras coletadas num total de sete locais amostrados, os mesmos para química e física dos sedimentos foram executadas baterias simultâneas de testes de toxicidade aguda.
A metodologia adotada na realização dos testes foi a preconizada por ABNT NBR 15470/2007-Ecologia aquática-Toxicidade em sedimento-Método de ensaio com Hyalella azteca (Amphipoda).
Na Tabela 5.21 estão os resultados dos testes de ecotoxicologia para as sete estações amostrais deste estudo, na Campanha Amostral de Abril de 2013.
Tabela 5.21 – Toxicidade dos sedimentos para a campanha amostral “V”, Abril de 2013. A expressão toxicidade detectada significa que a amostra ensaiada causa efeito deletério (morte ou redução do crescimento em peso em valores significativamente p= 0,05 diferente do apresentado pelo grupo de controle).
5.6 Considerações Finais
A química, a física e testes de toxicidade os dos sedimentos, juntamente com a situação da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, serão utilizados na tríade dos sedimentos que será devidamente apresentada e discutida no relatório final.
O compartimento ambiental monitorado, sedimentos, tem como responsável técnico o Dr. Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx e o Dr. Xxxxxxxxx Xxxxxxx para os ensaios ecotoxicológicos.
6. Bioindicadores Ambientais: FITOPLÂNCTON, PERIFITON
6.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
As Estações Amostrais, identificadas pelo número 1 a 7, estão apresentadas no Quadro 3.1.
O Monitoramento Ambiental para o compartimento “FITOPLÂNCTON E PERIFITON” atendeu aos objetivos específicos:
• Caracterização da comunidade fitoplanctônica existente na área de influência da Usina Termelétrica de Candiota, quanto à composição,
distribuição espaço-temporal, abundância e dominância das espécies;
• Avaliação do estado trófico das águas superficiais monitoradas no local do empreendimento com a estrutura do fitoplâncton.
• Análise da variação espacial e temporal da composição e estrutura da comunidade de algas epilíticas.
• Avaliação das variáveis ambientais abióticas com a estrutura da
comunidade de algas epilíticas na busca de relações de dependência ao longo do tempo e do espaço, nas estações de amostragem.
6.2 Coleta e Preservação das Amostras
A coleta foi realizada entre os dias 01 a 03 de abril de 2013. As condições climáticas nesse período caracterizam-se por céu aberto e temperatura do ar variando entre 18 a 29 oC.
6.2.1 Fitoplâncton
Para as análises quantitativas de superfície, as coletas foram realizadas submergindo o frasco de coleta a aproximadamente 15cm da superfície da água. Para as análises qualitativas, utilizou-se um recipiente de 20L, submerso a aproximadamente 15 cm da superfície da água, sendo seu volume filtrado em rede de náilon com porosidade de 30 μm.
As amostras foram acondicionadas em recipiente de polietileno de 250 mL e conservadas em formol a 4%.
6.2.2 Perifíton
Seguindo-se a metodologia de Round (1993) e Xxxxx et al. (1998), foram coletados, em cada estação amostral, cinco seixos, dos quais foram raspados 25 cm2 de material de cada seixo, formando uma amostra composta de 125 cm2. O material foi coletado de seixos submersos e orientados para a velocidade da corrente. A remoção do perifíton deu-se com o auxílio de uma escova de cerdas flexíveis, sendo o mesmo acondicionado em frascos com água destilada e fixado com formalina (Round, 1993; Xxxx et al., 1995; Xxxxx et al., 1998).
6.3 Métodos Analíticos
6.3.1 Fitoplâncton
A análise qualitativa foi realizada ao microscópio com contraste de fase entre lâminas e lamínulas, em aumentos de 400 a 1600 vezes. Para identificação dos espécimes registrados foram utilizadas bibliografias especializadas para
cada grupo de algas e para a classificação em níveis de divisão e classe foi adotado o sistema de HOEK et al. (1995).
A análise quantitativa foi realizada por contagem numérica no microscópio utilizando Câmaras de Sedgewick-Rafter de 5cm de comprimento por 2cm de largura, dividida em 1000 campos, possuindo uma capacidade volumétrica de 1mL, sendo o resultado expresso em número de indivíduos/mL.
6.3.2 Perifiton
Seguindo-se a metodologia de Round (1993) e Xxxxx et al. (1998), foram coletados, em cada estação amostral, cinco seixos, dos quais foram raspados 25 cm2 de material de cada seixo, formando uma amostra composta de 125 cm2. O material foi coletado de seixos submersos e orientados para a velocidade da corrente. A remoção do perifíton se deu com o auxílio de uma escova de cerdas flexíveis, sendo o mesmo acondicionado em frascos com água destilada e fixado com formalina (Round, 1993; Xxxx et al., 1995; Xxxxx et al., 1998).
A análise quantitativa e qualitativa das diatomáceas epilíticas foi realizada pelo método de Utermöhl (1958), utilizando câmaras de sedimentação sob microscópio invertido. Foram utilizadas câmaras de sedimentação de 2ml e o material foi deixado sedimentar por 24 horas. Cada amostra foi quantificada até que se atingisse uma eficiência de contagem de 80% (Pappas e Xxxxxxxx, 1996).
Estimou-se o número de indivíduos por cm2 utilizando a fórmula de Xxxxxx & Likens (1991) modificada por Xxxxxxxxxxx (1992), conforme segue:
N = [(n ∗V)/v] ∗ (1/S)
onde:
N = número de indivíduos por cm²
n = número total de indivíduos contados
V = volume da amostra com material raspado v = volume dos campos contados
S = superfície do substrato em cm²
Também foi estimada a riqueza de espécies, o índice de diversidade de Shannon-Wiener e a eqüidade. A determinação das espécies dominantes e abundantes seguiu o critério de Lobo & Leighton (1986), sendo consideradas espécies abundantes aquelas cujas densidades superam a densidade média de cada amostra e, dominantes, as que apresentam densidades maiores do que 50% da densidade total da amostra.
Na presente coleta não foi possível amostrar a comunidade perifítica no ponto 5, por se tratar de um ambiente sem a presença de seixos.
6.4 Resultados e Considerações : Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
6.4.1 Fitoplâncton
A análise quantitativa do fitoplâncton registrou 65 táxons, identificados na sua maioria ao nível específico e infra-específico e, quando não possível, em categorias mais altas. A comunidade fitoplanctônica esteve representada por seis classes algais: Cyanophyceae, Bacillariophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae, Chlorophyceae e Zignematophyceae. Neste estudo ocorreu predominância das Bacillariophyceae (diatomáceas), com 58% das espécies identificadas, seguidas das Chlorophyceae (clorofíceas) com 23%, Euglenophyceae com 11% e os demais grupos, totalizando 8 % (Fig. 6.1).
5%
1%
ZIGNEMATOPHYCEAE
CYANOPHYCEAE
CHLOROPHYCEAE 23%
EUGLENOPHYCEAE 11%
BACILLARIOPHYCEAE 58%
DINOPHYCEAE 2%
Figura 6.1- Porcentagem de distribuição das classes algais na análise quantitativa dos sete pontos de coleta, abril/2013.
A análise da densidade por classes de algas em cada ponto de coleta (Figura 6.2) destaca também as diatomáceas como os táxons predominantes nos sete pontos de coleta no mês de abril de 2013.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
ZIGNEMATOPHYCEAE CHLOROPHYCEAE EUGLENOPHYCEAE DINOPHYCEAE BACILLARIOPHYCEAE
CYANOPHYCEAE
1 2 3 4 5 6 7
Figura 6.2- Porcentagem de distribuição das classes algais na análise quantitativa dos sete pontos de coleta, abril/2013.
A classe das clorofíceas esteve presente em todos os pontos de coleta, porém em menor densidade, destacando-se no Ponto 2 com a maior densidade algal. As euglenofíceas foram registradas em seis pontos de coleta, não sendo registradas somente no Ponto 2. As zignematofíceas tiveram registro em quatro locais, Pontos 3, 4, 5 e 6.
• Espécies Abundantes
A análise da densidade algal permitiu o registro de 30 espécies que se destacaram na comunidade fitoplanctônica por serem consideradas abundantes:
BACILLARIOPHYCEAE |
Amphipleura lindheimeri |
Amphora sp |
Aulacoseira ambigua |
Aulacoseira granulata |
Encyonema mesianum |
Eunotia sp1 |
Fragilaria sp |
Frustulia sp |
Gomphonema sp2 |
Gyrosigma acuminatum |
Gyrosigma sp |
Hantzschia amphyoxis |
Melosira varians |
Navicula sp1 |
Nitzschia palea |
Nitzschia sigmoidea |
Nitzschia/Fragilaria |
Selaphora pupula |
Surirella cf angusta |
Synedra acus |
Diatomácea 1 |
EUGLENOPHYCEAE |
Euglena sp |
Trachelomonas cf volvocina |
Trachelomonas sp |
CHLOROPHYCEAE |
Koliella sp |
Monoraphidium contortum |
Monoraphidium irregulare |
Scenedesmus ecornis |
Scenedesmus linearis |
ZIGNEMATOPHYCEAE |
Zignematofícea 1 (filamentosa) |
• Estrutura da Comunidade Fitoplanctônica
A estrutura da comunidade foi analisada através da densidade, riqueza específica e diversidade de Xxxxxxx (Tabela 6.1).
Tabela 6.1: Relação da densidade, riqueza e diversidade fitoplanctônica nos sete pontos de coleta, abril de 2013.
PONTOS DE COLETA | ||||||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | ||
CYANOPHYCEAE | ||||||||
1 | Cianobactéria (cocóide) | 4 | ||||||
BACILLARIOPHYCEAE | ||||||||
2 | Amphipleura lindheimeri | 2 | 3 | 15 | ||||
3 | Amphora sp | 12 | ||||||
4 | Aulacoseira ambigua | 7 | ||||||
5 | Aulacoseira granulata | 6 | 7 | 2 | ||||
6 | Cocconeis placentula | 2 | 2 | 4 | 2 | |||
7 | Cymbella tumida | 2 | ||||||
8 | Encyonema mesianum | 2 | 8 | |||||
9 | Eunotia sp1 | 21 | ||||||
10 | Fragilaria cf capucina | 4 | ||||||
11 | Fragilaria sp | 10 | 5 | |||||
12 | Frustulia cf saxonica | 2 | ||||||
13 | Frustulia sp | 5 | 4 | |||||
14 | Gomphonema cf brasiliense | 2 | ||||||
15 | Gomphonema parvulum | 2 | 3 | |||||
16 | Gomphonema sp1 | 2 | 2 | |||||
17 | Gomphonema sp2 | 7 | ||||||
18 | Gyrosigma acuminatum | 10 | 5 | 4 | ||||
19 | Gyrosigma sp | 15 | ||||||
20 | Hantzschia amphyoxis | 9 | ||||||
21 | Melosira varians | 26 | 48 | |||||
22 | Navicula sp1 | 9 | 8 | 3 | 8 | 13 | ||
23 | Navicula sp2 | 2 | ||||||
24 | Nitzschia clausii | 4 | 4 | |||||
25 | Nitzschia intermedia | 4 | 4 | |||||
26 | Nitzschia palea | 7 | 10 | 5 | 14 | 80 | 13 | |
27 | Nitzschia reversa | 2 | 2 | |||||
28 | Nitzschia sigmoidea | 13 | ||||||
29 | Nitzschia cf vermicularis | 2 | ||||||
30 | Nitzschia sp | 2 | ||||||
31 | Nitzschia/Fragilaria | 5 | 3 | |||||
32 | Pinnularia cf interrupta | 2 |
33 | Pinnularia sp1 | 12 | 2 | |||||
34 | Selaphora pupula | 13 | 5 | |||||
35 | Surirella cf angusta | 41 | ||||||
36 | Synedra acus | 7 | 3 | 4 | ||||
37 | Diatomácea 1 | 16 | 14 | 2 | 7 | 8 | ||
38 | Diatomácea 2 | 2 | ||||||
39 | Diatomácea 3 | 2 | ||||||
DINOPHYCEAE | ||||||||
40 | Peridinium sp1 | 2 | ||||||
EUGLENOPHYCEAE | ||||||||
41 | Euglena sp | 2 | 13 | 2 | 4 | |||
42 | Strombomonas cf deflandrei | 2 | ||||||
43 | Strombomonas scabra var ovata f. minor | 2 | ||||||
44 | Strombomonas verrucosa | 8 | ||||||
45 | Strombomonas sp | 6 | ||||||
46 | Trachelomonas cf volvocina | 10 | 6 | |||||
47 | Trachelomonas sp | 2 | 7 | 2 | ||||
CHLOROPHYCEAE | ||||||||
48 | Desmodesmus bicaudatus | 2 | ||||||
49 | Desmodemus nanus | 2 | ||||||
50 | Desmodesmus opoliensis | 3 | ||||||
51 | Desmodesmus quadricauda | 4 | 2 | |||||
52 | Koliella sp | 22 | 2 | 23 | ||||
53 | Monoraphidium contortum | 37 | 5 | 2 | ||||
54 | Monoraphidium irregulare | 10 | 10 | |||||
55 | Monoraphidium tortile | 2 | ||||||
00 | Xxxxxxxxx xxxxx | 0 | ||||||
57 | Scenedesmus ecornis | 10 | ||||||
58 | Scenedesmus linearis | 15 | 2 | |||||
59 | Scenedesmus producto-capitatus | 2 | ||||||
60 | Scenedesmus smithii | 2 | ||||||
61 | Schroderia sp | 2 | ||||||
62 | Clorofícea 1 | 4 | ||||||
ZIGNEMATOPHYCEAE | ||||||||
63 | Closterium sp | 2 | ||||||
64 | Zignematofícea 1 (filamentosa) | 2 | 9 | |||||
65 | Zignematofícea 2 (filamentosa) | 4 | ||||||
DENSIDADE (Ind./ml) | 117 | 119 | 72 | 92 | 115 | 171 | 175 | |
RIQUEZA (Nº táxons) | 19 | 16 | 13 | 16 | 22 | 9 | 20 | |
DIVERSIDADE (H') | 2,64 | 2,34 | 2,17 | 2,58 | 2,69 | 1,52 | 2,56 |
200
150
100
50
0
1
2
3
4
5
6
7
Pontos de coleta
Densidade (ind./ml)
Na Figura 6.3 é possível visualizar a densidade do fitoplâncton nos sete pontos de coleta, destacando-se os Pontos 7 (175 ind./ml) e Ponto 6 (171 ind./ml), com os maiores valores, e o Ponto 3 (72 ind./ml) com o menor valor.
Figura 6.3 Distribuição da Densidade do fitoplâncton (ind./ml) nos sete pontos de coleta,abril/2013.
25
20
15
10
5
0
1
2
3
4
5
6
7
Pontos de coleta
Riqueza (N° de espécies)
A análise da riqueza específica (Figura 6.4) mostra que o Ponto 5 apresentou o maior número de táxons (20), enquanto o menor valor foi registrado no Ponto 6, com 9 táxons.
Figura 6.4 - Distribuição da Riqueza de táxons algais nos sete pontos de coleta, abril/2013.
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
Pontos de coleta
Diversidade de Xxxxxxx
Avaliando o índice de diversidade de Xxxxxxx (Figura 6.5) entre os pontos amostrados, àquele relativo ao Ponto 5 apresentou o maior valor (2,69 bit.ind-1), enquanto no Ponto 6 (1,52 bit.ind-1) foi registrada a menor diversidade. Este baixo valor de diversidade foi causado pela presença da diatomácea Nitzschia palea que predominou sobre as demais espécies neste ponto de coleta.
Figura 6.5: Distribuição da Diversidade de Xxxxxxx nos sete pontos de coleta, abril/2013.
ANÁLISE QUALITATIVA
A análise qualitativa do fitoplâncton (Tabela 6.2) registrou 61 táxons distribuídos em seis classes algais: Cyanophyceae, Chrysophyceae, Bacillariophyceae, Euglenophyceae, Chlorophyceae e Zignematophycea. As riquezas específicas registradas nos sete pontos apresentaram valores entre
15 a 23 táxons, sendo o Ponto 5 o que apresentou a maior riqueza
específica.
Tabela 6.2: Relação da presença e riqueza fitoplanctônica nos sete pontos de coleta durante a análise qualitativa, abril/2013.
PONTOS DE COLETA | ||||||||
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | ||
CYANOPHYCEAE | ||||||||
1 | Phormidium sp | X | ||||||
2 | Cianobactérias filamentosa | X | ||||||
CHRYSOPHYCEAE | ||||||||
3 | Malomonas sp | X | ||||||
4 | Synura uvella | X | ||||||
BACILLARIOPHYCEAE | ||||||||
5 | Amphipleura lindheimeri | X | X | X | X | |||
6 | Aulacoseira ambigua | X | ||||||
7 | Aulacoseira granulata | X | X | X | X | |||
8 | Capartogramma crucicola | X | ||||||
9 | Cocconeis placentula | X | X | X | ||||
10 | Cyclotella meneghiniana | X | ||||||
11 | Encyonema mesianum | X | X | X | ||||
12 | Encyonema minutum | X | ||||||
13 | Eunotia sp1 | X | ||||||
14 | Eunotia sp2 | X | ||||||
15 | Fragilaria sp | X | X | |||||
16 | Frustulia cf saxonica | X | ||||||
17 | Frustulia sp | X | X | X | ||||
18 | Gomphonema parvulum | X | X | X | ||||
19 | Gomphonema sp1 | X | ||||||
20 | Gomphonema sp2 | X | ||||||
21 | Gyrosigma acuminatum | X | X | X | X | |||
22 | Gyrosigma sp | X | ||||||
23 | Hantzschia amphyoxis | X | X | |||||
24 | Melosira varians | X | X | X | X | |||
25 | Navicula sp1 | X | X | X | X | X | ||
26 | Nitzschia clausii | X | X | X | ||||
27 | Nitzschia intermedia | X | ||||||
28 | Nitzschia palea | X | X | X | X | X | X | |
29 | Nitzschia reversa | X | ||||||
30 | Nitzschia sigmoidea | X | ||||||
31 | Nitzschia cf vermicularis | X | ||||||
32 | Nitzschia sp | X | X | |||||
33 | Nupela sp | X | X | |||||
34 | Pinnularia cf interrupta | X | ||||||
35 | Pinnularia sp1 | X | ||||||
36 | Pleurosira laevis | X | X | X |
37 | Selaphora pupula | X | X | |||||
38 | Stauroneis sp | X | ||||||
39 | Surirella cf angusta | X | ||||||
40 | Surirella cf linearis | X | ||||||
41 | Surirella sp | X | ||||||
42 | Synedra acus | X | X | X | ||||
43 | Diatomácea 1 | X | X | X | X | |||
44 | Diatomácea 2 | X | ||||||
EUGLENOPHYCEAE | ||||||||
45 | Euglena sp | X | X | X | X | X | ||
46 | Strombomonas verrucosa | X | ||||||
47 | Strombomonas sp | X | ||||||
48 | Trachelomonas oblonga | X | X | |||||
49 | Trachelomonas cf volvocina | X | X | |||||
50 | Trachelomonas sp | X | ||||||
CHLOROPHYCEAE | ||||||||
51 | Ankistrodesmus bibraianus | X | ||||||
52 | Desmodesmus opoliensis | X | ||||||
53 | Desmodesmus quadricauda | X | X | |||||
54 | Koliella sp | X | X | |||||
55 | Monoraphidium contortum | X | X | X | ||||
56 | Monoraphidium irregulare | X | X | X | X | X | ||
57 | Monoraphidium tortile | X | ||||||
58 | Pandorina morun | X | X | X | ||||
59 | Scenedesmus ecornis | X | ||||||
60 | Scenedesmus linearis | X | X | |||||
ZIGNEMATOPHYCEAE | ||||||||
61 | Zignematofícea 1 (filamentosa) | X | ||||||
RIQUEZA (Nº táxons) | 17 | 17 | 15 | 17 | 23 | 10 | 22 |
6.4.2 Perifiton
Foram registrados 81 táxons de algas (Tabela 6.3), identificados, sempre que possível, a nível específico. Os grupos de algas encontrados foram Bacillariophyceae, Chlorophyceae, Zygnematophyceae e Cyanobacteria. A classe Bacillariophyceae (diatomáceas) apresentou a maior riqueza, representando 72% dos táxons identificados. Chlorophyceae foi representada por 12% dos táxons, Zygnematophyceae por 11% e Cyanobacteria por 5%.
Assim como nas coletas anteriores, as diatomáceas apresentaram a maior riqueza de táxons por ponto de coleta, representando entre 68% e 86% da riqueza observada em cada ponto (Figura 6.6). As diatomáceas também dominaram em relação à densidade de organismos, representando entre 81% e 97% da densidade total nos pontos de coleta (Figura 6.7).
A predominância de diatomáceas é comum no perifíton de rios e riachos (Allan & Xxxxxxxx 2007) devido a uma série de características comuns ao grupo, como por exemplo, a capacidade de adesão a substratos através de estruturas especializadas que secretam mucilagem e as rápidas taxas de crescimento (Steinman & XxXxxxxx 1990).
Tabela 6.3 Densidade numérica das espécies de Perifíton coletadas em abril de 2013.
Figura 6.6 - Porcentagem de distribuição da riqueza de táxons dos grupos algais nos seis pontos de coleta em abril/2013.
Figura 6.7- Porcentagem de distribuição da densidade dos grupos algais nos seis pontos de coleta em abril/2013.
Novamente, a menor riqueza de táxons foi observada no ponto 6, que apresentou 13 táxons. Esta característica do ponto 6 já foi observada em diversas campanhas. Os demais pontos apresentaram riquezas variando entre 17 táxons no ponto 4 e 55 táxons no ponto 3 (Fig. 6.8, Tabela 6.3). Com relação à densidade de organismos, o ponto 4 apresentou os menores valores (2241 ind/cm2), enquanto o ponto 6 apresentou a maior densidade (76266 ind/cm2) (Fig. 6.9, Tabela 6.3).
O índice de diversidade de Xxxxxxx apresentou valores semelhantes em todos os pontos, com exceção do ponto 6 (resultado este semelhante ao da coleta de janeiro de 2013). O ponto 2 foi o mais diverso (3,151 nats./ind), seguido pelos pontos 3 (3,061 nats./ind.), 1 (2,960 nats./ind.), 7 (2,942 nats./ind.) e 4 (2,305 nats./ind.). O ponto 6 apresentou a menor diversidade (1,119 nats./ind.) (Fig. 6.9). Assim como na coleta de janeiro de 2013 e também em várias coletas realizadas em anos anteriores, a baixa diversidade ocorreu devido ao domínio de uma única espécie, Eunotia exigua, cuja densidade atingiu 62% da densidade total no ponto 6. É importante mencionar que esta é a oitava campanha em que o ponto 6 é o ponto com menor diversidade, sendo Eunotia exigua comumente dominante neste ponto. O gênero Eunotia é descrito na literatura como acidófilo, podendo indicar que o ponto 6 se diferencia neste aspecto dos demais pontos.
Os táxons abundantes no ponto 1 foram Achnanthidium minutissimum, Encyonema minutum, Gomphonema olivaceum, Gomphonema parvulum, Gomphonema sp.1, Navicula cryptocephala, Nitzschia palea, Sellaphora pupula e Filamentosa NI2.
No ponto 2 foram abundantes Achnanthidium minutissimum, Aulacoseira granulata, Cocconeis placentula, Encyonema minutum, Encyonema sp.1, Gomphonema parvulum, Gomphonema sp.1, Gomphonema sp.3, Navicula cryptocephala, Nitzschia palea, Ulnaria ulna, Chlorococcales e Filamentosa NI2.
O ponto 3 apresentou como abundantes Achnanthidium minutissimum, Amphipleura sp., Encyonema minutum, Gomphonema parvulum, Gomphonema sp.3, Melosira varians, Navicula cryptotenella, Navicula sp.1, Nitzschia palea, Ulnaria ulna e Oedogonium sp.
No ponto 4 foram abundantes Achnanthidium minutissimum, Melosira varians, Navicula cryptotenella e Nitzschia palea.
No ponto 6 houve o domínio de Eunotia exigua, com 47713 ind/cm². Finalmente, no ponto 7 foram abundantes Achnanthidium minutissimum,Amphipleura sp., Encyonema minutum, Encyonema perpusillum, Gomphonema parvulum, Gyrosigma sp.1, Luticola cf. goeppertiana, Melosira varians, Navicula cryptocephala, Navicula cryptotenella, Navicula sp.1, e Nitzschia palea (Figura 6.10).
Figura 6.8: Riqueza de algas perifíticas nos seis pontos de coleta em abril de 2013.
Figura 6.9: Índice de diversidade de Shannon da comunidade de algas perifíticas nos seis pontos de coleta em abril de 2013.
Figura 6.10: Densidade de algas perifíticas nos seis pontos de coleta em abril de 2013.
6.5 Considerações Finais
Os resultados apresentados neste e nos relatórios anteriores, de uma forma geral, mostram as comunidades planctônicas e perifíticas constituídas de espécies registradas normalmente no Brasil, sendo que nenhuma consta nas listas de espécies ameaçadas de extinção.
Os resultados de todas as coletas serão integrados e esta avaliação será apresentada no Relatório Final. Os compartimentos ambientais monitorados fitoplâncton e perifiton têm como responsável técnica a Dra. Xxxxxxxx xx Xxxxx Xxxxxxx.
7. Bioindicadores Ambientais: ZOOPLÂNCTON
7.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
As Estações Amostrais, identificadas pelo número 1 a 7, estão apresentadas no Quadro 3.1.
O Monitoramento Ambiental para o compartimento “ZOOPLÂNCTON” atendeu aos seguintes objetivos:
• Caracterizar a comunidade zooplanctônica existente na área de influência da Usina Termelétrica de Candiota, quanto à composição, distribuição espaço-temporal, abundância e dominância das espécies;
• Correlacionar o estado trófico das águas superficiais monitoradas no local do empreendimento com a estrutura do zooplâncton.
7.2 Coleta e Preservação das Amostras
A coleta foi realizada entre os dias 01 a 03 de abril de 2013. As condições climáticas nesse período caracterizam-se por céu aberto e temperatura do ar variando entre 18 a 29 oC.
Para a coleta do zooplâncton, cerca de 300 litros de água foram retirados com o auxílio de bomba de sucção e filtrados com rede de plâncton de 57 μm de abertura de malha para concentração do material biológico, nas
estações amostrais onde não foi possível realizar arrastos verticais. Nas estações amostrais profundas, realizaram-se arrastos verticais.
Para o cálculo do volume final filtrado utilizou-se a seguinte fórmula:
Vf = π.r2.d
Onde: vf = volume filtrado, r = raio da boca da rede, d = distância percorrida
As amostras obtidas, com volume final de 250 mL, foram fixadas imediatamente com formaldeído P.A. na concentração de 4% do volume do frasco e neutralizada com bórax a 1%.
7.3 Métodos Analíticos
As análises qualitativas foram realizadas com exame sob microscópio ótico, binocular CETI, sob aumento de até 400 vezes. Espécimens foram dissecados em glicerina com agulhas de dissecção, sob microscópio estereoscópico Hund Wetzlar modelo H500, com aumento de até 60 vezes. Na identificação taxonômica das espécies zooplanctônicas forão utilizadas as chaves de identificação, diagnoses e descrições dos seguintes autores: RUTTNER-KOLISKO (1974), KOSTE (1978), XXXX (1984), XXXXX & XXXXXX
(1986) e XXXXXX-XXXXXXXX (1997).
As análises quantitativas foram realizadas através de contagens numéricas ao microscópio estereoscópico. Para as contagens de indivíduos pertencentes aos grupos de Cladocera e Copepoda (copepoditos e adultos), utilizou-se uma câmara de contagem de Bogorov. Para as contagens de Rotifera e náuplios de Copepoda utilizou-se uma câmara de Sedgewick- Rafter em microscópio óptico. Os valores obtidos para densidade absoluta de organismos são expressos em numero de indivíduos por metro cúbico (Nº. ind/m3).
A definição da constância de ocorrência das espécies nas amostras foi baseada nas porcentagens sugeridas por DAJOZ (1973): 0 a 25% - ocasionais; >25 a 50% - espécies acessórias e >50% - espécies constantes.
A diversidade biológica foi calculada utilizando-se o índice de SHANNON- WINNER, através da fórmula:
S ni ni
H = - ∑ --- x ln ,
i=1 N N
Onde: S = número de espécies;
ni = número de indivíduos em cada espécie; N = número total de indivíduos.
A riqueza considerada é o número de espécies e a eqüitatividade ou uniformidade, se refere à distribuição dos organismos nos taxons. A eqüitatividade foi calculada através da equação:
H
E = -------, onde:
Hmax
H = é a diversidade de espécies obtida pelo índice de SHANNON-WINNER, e Hmáx é a diversidade de espécies sob condições de máxima equitatividade, obtida do logaritmo do número de espécies da amostra.
7.4 Resultados e Indicadores e Qualidade: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
A Tabela 7.1 mostra os resultados relativos a composição e estrutura da comunidade zooplanctônica.
Nesta amostragem, foram identificados 47 taxa, com 43 deles representando o Filo Rotifera, 3 a Ordem Cladocera e 1 representando a SubClasse Copepoda. A Figura 7.1 mostra a dominância da riqueza de Rotifera no sistema, como tem sido observado ao longo de todos os períodos monitorados.
Rotifera Cladocera Copepoda
Figura 7.1- Percentual de riqueza das espécies dos diferentes grupos que compõem o zooplâncton, nos locais amostrais em abril de 2013.
Tabela 7.1 Densidade absoluta e relativa(%) das espécies zooplanctônicas na coleta de abril/2013
Tabela 1. Densidade absoluta e relativa (%) das espécies zooplanctônicas coletadas em abril de 2013. | ||||||||||||||
ESTAÇÕES AMOSTRAIS | ||||||||||||||
P1 | P2 | P3 | P4 | P5 | P6 | P7 | ||||||||
Taxa | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % | Nº ind/m3 | % |
CLADOCERA | ||||||||||||||
Bosminopsis deitersi | 3 | 0,4 | 383 | 4,5 | ||||||||||
Chydoridae | 8 | 0,7 | 6 | 0,7 | 33 | 1,4 | 1300 | 45,6 | ||||||
Macrothrix triserialis | 8 | 0,7 | ||||||||||||
COPEPODA | ||||||||||||||
Náuplio | 242 | 20,3 | 336 | 41,6 | 1433 | 62,4 | 3866 | 45,1 | 1266 | 37,3 | 720 | 8,4 | 450 | 15,8 |
Copepodito Cyclopoida | 8 | 0,7 | 33 | 4,1 | 333 | 14,5 | 700 | 8,2 | 133 | 3,9 | 50 | 0,6 | ||
Paracyclops fimbriatus | 166 | 1,9 | 30 | 0,3 | ||||||||||
ROTIFERA | ||||||||||||||
Ascomorpha cf. ecaudis | 126 | 15,6 | 233 | 2,7 | 133 | 3,9 | 100 | 3,5 | ||||||
Ascomorpha sp. | 16 | 1,3 | ||||||||||||
Bdelloidea | 100 | 8,4 | 10 | 1,2 | 133 | 5,8 | 683 | 8,0 | 266 | 7,8 | 30 | 0,3 | 250 | 8,8 |
Braccionus patulus patulus | 8 | 0,7 | ||||||||||||
Cephalodella gibba | 8 | 0,7 | 83 | 1,0 | 66 | 1,9 | 10 | 0,1 | ||||||
Cephalodella sp | 96 | 1,1 | ||||||||||||
Colurella obtusa | 8 | 0,7 | ||||||||||||
Dipleuchlanis propatula | 8 | 0,7 | 3 | 0,4 | ||||||||||
Euchlanis dilatata | 42 | 3,5 | ||||||||||||
Filinia longiseta | 6 | 0,7 | ||||||||||||
Kellicottia bostoniensis | 13 | 1,6 | 50 | 1,8 | ||||||||||
Keratella cochlearis | 13 | 1,6 | 10 | 0,1 | 50 | 1,8 | ||||||||
Keratella cochlearis f. tecta | 10 | 1,2 | 50 | 1,8 | ||||||||||
Keratella lenzi | 50 | 4,2 | ||||||||||||
Lecane (M) quadridentata | 200 | 5,9 | ||||||||||||
Lecane (M) monostyla | 3 | 0,4 | ||||||||||||
Xxxxxx (M) stenroosi | 33 | 2,8 | 3 | 0,4 | 83 | 1,0 | ||||||||
Lecane bulla bulla | 125 | 10,5 | 6 | 0,7 | 33 | 1,4 | 400 | 11,8 | 5486 | 63,9 | 150 | 5,3 | ||
Lecane flexilis | 6 | 0,7 | 33 | 1,4 | 300 | 3,5 | 133 | 3,9 | ||||||
Lecane leontina | 8 | 0,7 | 6 | 0,7 | 600 | 17,7 | 2140 | 24,9 | 150 | 5,3 | ||||
Lecane luna | 25 | 2,1 | 33 | 1,4 | 1900 | 22,2 | 50 | 1,8 | ||||||
Lecane cf levistila | 3 | 0,4 | ||||||||||||
Lecane sp. | 8 | 0,7 | ||||||||||||
Lecane (M.) lunaris | 66 | 5,5 | 10 | 1,2 | 167 | 7,3 | 83 | 1,0 | 10 | 0,1 | ||||
Lecane signifera | 8 | 0,7 | ||||||||||||
Lepadella patella | 42 | 3,5 | 10 | 0,1 | 50 | 1,8 | ||||||||
Lophocharis sp. | 25 | 2,1 | ||||||||||||
Macrochaetus sp. | 175 | 14,7 | 100 | 4,4 | ||||||||||
Macrothrix triserialis | 50 | 1,8 | ||||||||||||
Monommata sp. | 16 | 1,3 | ||||||||||||
Mytilina cf. bicarinata | 42 | 3,5 | ||||||||||||
Mytilina sp. | 66 | 1,9 | ||||||||||||
Platyas quadricornis | 66 | 5,5 | ||||||||||||
Polyarthra cf. vulgaris | 56 | 6,9 | 83 | 1,0 | ||||||||||
Polyarthra cf. dolichoptera | 53 | 6,6 | 66 | 1,9 | ||||||||||
Synchaeta oblonga | 50 | 6,2 | ||||||||||||
Synchaeta sp. | 50 | 6,2 | ||||||||||||
Testudinella patina dendradena | 8 | 0,7 | 3 | 0,4 | ||||||||||
Trichotria tectralis | 25 | 2,1 | 150 | 5,3 | ||||||||||
Trichocerca cylindrica | 8 | 0,7 | ||||||||||||
Trichocerca similis | 8 | 0,7 | 66 | 1,9 | ||||||||||
Densidade numérica | 1194 | 808 | 2298 | 8563 | 3395 | 8592 | 2850 | |||||||
Riqueza específica | 27 | 21 | 7 | 10 | 10 | 14 | 12 | |||||||
Índice de Div. de Xxxxxxx | 2,79 | 2,29 | 1,71 | 1,69 | 1,99 | 0,79 | 1,70 | |||||||
Equitatividade | 0,84 | 0,75 | 0,88 | 0,73 | 0,86 | 0,34 | 0,68 |
Nesta amostragem a composição da comunidade zooplanctônica diferiu entre os pontos amostrais. Para Cladocera, apenas Chydoridae foi frequente no sistema, ocorrendo nos pontos 1, 2, 3 e 6. Copepoda foi representado principalmente pelas formas jovens, náuplios e copepoditos com 100 % de frequência de ocorrência. Náuplios foram dominantes somente no ponto 3.
Rotifera foi representado principalmente pelas espécies do gênero Lecane. A espécie de Rotifera dominante foi Lecane bulla bulla no ponto 6.
10000
1000
100
10
1
CLADOCERA COPEPODA ROTIFERA
Abundância absoluta (ind.m3)
Nesta coleta, os maiores valores de densidade absoluta foram observados nos pontos 4 e 6 (8563 ind.m3, 8592 ind.m3, respectivamente), sendo representados principalmente pelos rotíferos, como mostra a Figura 7.2.
P1 | P2 | P3 | P4 | P5 | P6 | P7 | |
16 | 9 | 33 | 383 | 1300 | |||
250 | 369 | 1766 | 4732 | 1399 | 800 | 450 | |
928 | 430 | 499 | 3448 | 1996 | 7792 | 1100 |
Figura 7.2- Abundância absoluta dos indivíduos dos diferentes grupos que compõem o zooplâncton, nos locais amostrais em abril de 2013.
O Índice de diversidade de Xxxxxxx mostrou os pontos 1 e 2 com os maiores valores, 2,79 e 2,29, respectivamente, como mostra a Figura 7.3. Os demais pontos apresentaram valores baixos, variando de 0,79 (ponto 6) a 1,99 (ponto 5), fato que também justifica as baixas equitatividades nestes locais (Figura 7.4).
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
p1
p2
p3
p4
Pontos de Coleta
p5
p6
p7
Índice de Diversidade de Xxxxxxx
A riqueza de espécies (Figura 7.5), mostra diferenças entre os pontos amostrados com valores variando de 27 nos pontos 1 até 7 espécies no ponto 3.
Figura 7.3- Índices de diversidade de Shannon, calculados para a comunidade zooplanctônica nos locais amostrais em abril/2013.
1
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
p1
p2
p3
p4
Pontos de coleta
p5
p6
p7
30
25
20
15
10
5
0
p1
p2
p3
p4
Pontos de Coleta
p5
p6
p7
Equitatividade
Riqueza de espécies
Figura 7.4- Equitatividade observada para a comunidade zooplanctônica nos locais amostrais, em abril/2013.
Figura 7.5- Riqueza específica da comunidade zooplanctônica nos locais amostrais, em abril/2013.
7.5 Considerações Finais
Os resultados apresentados neste e nos relatórios anteriores, de uma forma geral, mostram as comunidades planctônicas e perifíticas constituídas de espécies registradas normalmente no Brasil, sendo que nenhuma consta nas listas de espécies ameaçadas de extinção.
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
P1
P2
P3
P4
Pontos de Coleta
P5
P6
P7
Perifíton Fitoplâncton Zooplâncton
Índice de diversidade de Xxxxxxx
Como mostra a Figura 7.6. de uma forma geral, os locais onde as comunidades planctônicas e perifíticas são mais afetadas são os pontos 4, 5 e 6. Nestes locais, os valores de riqueza de espécies e de índice de diversidade de Shannon, calculado para os três grupos de indivíduos, representam o impacto dos diferentes usos da região do entorno sobre estas comunidades aquáticas.
60
50
40
30
20
10
0
P1
P2
P3
P4
Pontos de Coleta
P5
P6
P7
Perifíton Fitoplâncton Zooplâncton
Riqueza
Figura 7.6. : Dados compilados de Diversidade de Xxxxxxx e Riqueza de espécies para os diferentes grupos planctônicos e Perifítico investigados no presente estudo no mês de abril de 2013.
Estas são espécies utilizadas como bioindicadoras de condição ambiental, mostrando, com a alteração de sua composição específica, possíveis alterações no ambiente em que vivem, porém, por serem grupos geralmente formados por espécies largamente distribuídas em diferentes regiões do País, não correm risco de serem extintas.
Os resultados de todas as coletas serão integrados e esta avaliação será apresentada no Relatório Final.
O compartimento ambiental monitorado, zooplâncton, tem como responsável técnica a Dra. Xxxxxxxx xx Xxxxx Xxxxxxx.
8. Bioindicadores Ambientais: MACROFAUNA BENTÔNICA
8.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
As Estações Amostrais, identificadas pelo número 1 a 7, estão apresentadas no Quadro 3.1.
O Monitoramento Ambiental para o compartimento “MACROFAUNA BENTÔNICA” atendeu aos seguintes objetivos:
• Caracterizar a estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, através dos atributos densidade de organismos,
composição, abundância e dominância das famílias;
• Analisar a distribuição espaço-temporal das comunidades;
• Analisar os resultados da aplicação de índices bióticos, para avaliação da qualidade ambiental dos pontos amostrados;
• Correlacionar a estrutura e distribuição da macrofauna bentônica, com as variáveis ambientais do sedimento e da água superficial.
8.2 Coleta e Preservação das Amostras
A coleta foi realizada entre os dias 01 a 03 de abril de 2013. As condições climáticas nesse período caracterizam-se por céu aberto e temperatura do ar variando entre 18 a 29 oC.
Para a análise da macrofauna, foram investigadas áreas de corredeira e áreas de remanso. Nas áreas de corredeira foi utilizado o amostrador Surber, na obtenção de 3 amostras de sedimento, em cada estação amostral. Devido às características do substrato das estações 5 e 7, com sedimentos predominantemente mais finos, não é possível a utilização deste amostrador nestes locais.
Nas áreas de remanso (áreas de deposição), foi utilizado o amostrador Corer com 10cm de diâmetro, sendo que em cada estação amostral foram coletadas 3 amostras de sedimento de fundo. Esta metodologia não pode ser aplicada na estação amostral 2, devido as características do substrato, composto predominantemente de seixos, sem depósitos de areia.
As amostras obtidas foram lavadas em campo, sob uma malha com 0,210mm de abertura. O material retido na malha foi colocado em saco plástico, identificado e fixado com formol 4%, previamente tamponado com bórax. Estas amostras foram acondicionadas em baldes e encaminhadas para processamento no Laboratório de Invertebrados Bentônicos do CECLIMAR– UFRGS.
8.3 Métodos Analíticos
Em laboratório, as amostras biológicas, foram novamente lavadas em peneira, com malha de nylon de 0,210mm de abertura. O material foi processado sob microscópio estereoscópico e os organismos retirados, contados, identificados e conservados em vidros com álcool 70%.
Para os representantes de Chironomidae e Oligochaeta, foram confeccionadas lâminas semi-permanentes, e os organismos identificados em microscópio. Para a identificação foram utilizadas as chaves de XXXXXXXX (2004), XXXXXXXXXXX & MARCHESE (1989), EPLER (1985), TRIVINHO-STRIXINO & XXXXXXXX (1995).
Para a análise dos resultados, foram calculados os seguintes parâmetros biológicos: densidade de organismos (ind/m2), abundância/dominância dos táxons. Considerou-se também a riqueza de famílias (número de famílias que ocorreram em cada estação).
O Índice IBMWP, que considera a tolerância e sensibilidade dos organismos (adaptação de XXXX-XXXXXXXX & XXXXXXX-XXXXXX, 1988), foi calculado considerando a presença/ausência dos organismos em cada estação amostral.
Para a análise dos resultados, considerou-se a ausência ou presença de famílias, conforme a sua tolerância ou sensibilidade, riqueza (número de famílias em cada estação amostral), abundância e dominância dos táxons.
O Índice de Diversidade (Xxxxxxx-Xxxxxx, log base e) e de Equitatividade (J’ de Pielou), assim como os Indicadores de Qualidade serão apresentados no próximo relatório.
8.4 Resultados e Indicadores de Qualidade: Biodiversidade e Espécies Ameaçadas
Nesta campanha foram coligidos 9.936 organismos distribuídos em diversos táxons. A maior Riqueza de Famílias (número de famílias presentes em cada amostra) foi na PM3, com o registro de 36 táxons.
Conforme exposto na Tabela 8.1, pode-se verificar que nas estações PM1, PM2 e PM4 os valores de riqueza de táxons foram muito próximos. As estações PM5 e PM6 foram os locais de menor valor, apenas 9 e 4 respectivamente. Também nestas estações foram contabilizados os números mais baixos de organismos, respectivamente 224 e 82, conforme pode ser verificado na Figura 8.1.
7 | 467 | |||||||
6 | 82 | |||||||
5 | 224 | |||||||
4 | 1274 | |||||||
3 | 2610 | |||||||
2 | 4024 | |||||||
1 | 1255 | |||||||
0 | 1000 | 2000 | 3000 | 4000 | 5000 |
Figura 8.1. Abundância absoluta dos organismos da fauna de invertebrados bentônicos nos sete pontos de monitoramento, abril 2013.
Tabela 8.1. Ocorrência dos táxons da macrofauna bentônica (●) nas estações de coleta campanha amostral de abril de 2013
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | |
Aeglidae | ● | ● | |||||
Ampullariidae | ● | ● | ● | ||||
Ancylidae | ● | ● | ● | ● | ● | ||
Aphididae | ● | ● | ● | ● | |||
Baetidae | ● | ● | ● | ● | ● | ● | ● |
Bivalvia (jovem ni) | ● | ● | ● | ● | |||
Caenidae | ● | ● | ● | ● | |||
Candonidae | ● | ● | ● | ● | |||
Ceratopogonidae | ● | ● | ● | ● | ● | ● | ● |
Chironomidae | ● | ● | ● | ● | ● | ● | ● |
Cochliopidae | ● | ● | ● | ||||
Coenagrionidae | ● | ||||||
Corbiculidae | ● | ● | |||||
Corydalidae | ● | ● | |||||
Cyprididae | ● | ||||||
Darwinulidae | ● | ● | ● | ||||
Dugesidae | ● | ||||||
Ephemeridae | ● | ||||||
Elmidae | ● | ● | ● | ● | ● | ||
Empididae | ● | ● | |||||
Entomobryidae | ● | ● | ● | ● | ● | ||
Glossiphonidae | ● | ● | ● | ● | ● | ||
Glossosomatidae | ● | ||||||
Gomphidae | ● | ● | |||||
Hydracarina | ● | ● | ● | ● | ● | ● | |
Hydraenidae | ● | ||||||
Hydrophilidae | ● | ||||||
Hydropsychidae | ● | ● | ● | ● | |||
Hydroptilidae | ● | ● | ● | ● | |||
Hyriidae | ● | ||||||
Leptoceridae | ● | ● | |||||
Leptohyphidae | ● | ● | ● | ● | |||
Leptophlebiidae | ● | ● | |||||
Libellulidae | ● | ||||||
Limnaeidae | ● |
Limnocytheridae | ● | ||||||
Naucoridae | ● | ||||||
Nematoda | ● | ● | ● | ● | ● | ● | |
Odontoceridae | ● | ||||||
Oligochaeta | ● | ● | ● | ● | ● | ● | ● |
Oribatidae | ● | ● | |||||
Perlidae | ● | ● | ● | ||||
Philopotamidae | ● | ● | |||||
Psephenidae | ● | ● | ● | ||||
Pyralidae | ● | ||||||
Simuliidae | ● | ● | ● | ||||
Sphaeriidae | ● | ● | |||||
Staphylinidae | ● | ● | ● | ||||
Tabanidae | ● | ||||||
Tipulidae | ● | ||||||
Vellidae | ● | ||||||
Nº de espécimens | 1255 | 4024 | 2610 | 1274 | 224 | 82 | 467 |
Na Tabela 8.1 observam-se os táxons encontrados na campanha de abril de 2013. Segundo Xxxxxxxxxx (1977) o nível taxonômico de família é recomendado por sua relativa facilidade e rapidez, com capacidade de se traduzir em informação ecológica. No Brasil, assim como em muitos outros países, em estudos com ênfase na macrofauna, principalmente em avaliações rápidas, a identificação dos macroinvertebrados em nível taxonômico de família é a unidade taxonômica mais utilizada. (Xxxx-Xxxxxxxx & Xxxxxxx-Xxxxxx, 1988, Xxxxxxx et al., 1999; CETESB, 2012).
• Biodiversidade e abundância dos táxons nos pontos monitorados
No PM1 Chironomidae, Bivalvia jovem, (aqueles que são tão jovens que é impossível identificar a família) e Cochliopidae, apresentaram os maiores valores de abundância (Figura 8.2). O cálculo das abundâncias relativas
revelou que Chironomidae representou 46,93%, enquanto Bivalvia e Cochliopidae respectivamente 16,73% e 12,11% do total dos invertebrados encontrados neste ponto.
Figura 8.2. Abundância da macrofauna do PM1 em abril de 2013.
No PM2 as densidades foram mais altas do que os demais pontos monitorados, conforme pode ser observado na Figura 8.1. O número absoluto de Leptohyphidae coligido das amostras deste ponto foi de 1650 espécimens Figura 8.3.
Figura 8.3. Abundância da macrofauna do PM2 em abril de 2013.
A abundância relativa dos táxons de Leptohyphidae foi bem mais elevada do que os demais táxons, 41,0%. Para os táxons Chironomidae, Bivalvia jovem e Leptoplebiidae foram de respectivamente de 13,8171 %, 10,91% e 10,38%.
No PM3 as mais elevadas abundâncias relativas foram dos táxons Chironomidae com 40,11% de abundância relativa, Elmidae e Leptohyphidae, com 16,81% e 10,31 respectivamente. Neste ponto observa- se também, a partir da figura 4, que este foi o local mais rico em termos de táxons, Figura 8.4.
Figura 8.4. Abundância da macrofauna do PM3 em abril de 2013.
No ponto 4 a família Chironomidae, assim como o verificado nos demais pontos, foi a mais abundante (53,92%) em comparação com os demais táxons, Figura 8.5.
Figura 8.5. Abundância da macrofauna do PM4 em abril de 2013.
No ponto de monitoramento PM5, de características mais distintas dos demais, Chironomidae, Oligochaeta e Nematoda, com respectivamente 56,25%, 24,55% e 9,76% foram mais abundantes. Conforme a figura 6, Chironomidae, o táxon de maior abundância apresentou 126 espécimens. Figura 8.6.
Figura 8.6. Abundância da macrofauna do PM5 em abril de 2013.
Estes valores foram mais altos do que os encontrados no PM6. Neste ponto também foi registrado o menor número de táxons. Apenas 4 táxons, Chironomidae mesmo com poucos espécimens (64), obteve 78% de abundancia relativa, Figura 8.7.
Figura 8.7. Abundância da macrofauna do PM6 em abril de 2013.
No PM7, assim como nos demais, a exceção do PM2, a família mais abundante foi Chironomidae, figura 8. Em termos de abundância relativa (77,73%), foi muito próximo dos valores encontrados para esta família no ponto cinco, mas neste caso a abundância absoluta foi de 363 espécimens. Os demais táxons apresentaram valores mais baixos.
Figura 8.8 Abundância da macrofauna da PM7 em abril de 2013
• Métricas utilizadas na avaliação da estrutura das comunidades bentônicas.
Tanto índices multimétricos quanto as métricas são úteis para o diagnostico das condições ecológicas (USEPA, 2005). Abaixo seguem os resultados da aplicação de algumas das métricas mais utilizadas.
• Índice EPT: número de taxa de EPT (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera).
Os pontos de monitoramento PM2 e PM3 apresentaram o maior número de táxons do grupo EPT. Leptohyphidae apresentou os maiores valores. Nos pontos PM5 E PM6 nenhum representante deste grupo foi encontrado. Nas estações PM1 e PM7 apresentaram valores de abundância baixos para estes táxons, a diferença é que a riqueza foi maior no PM1, com sete táxons, enquanto no PM7 apenas três, e ainda que entre estes consta a presença de náiades de Ephemeridae, Hexagenia (Pseudeatonica) albivitta (Walker, 1853), a única espécie desta família no Brasil, Figura 8.9.
900
800
Famílias EPT
700
600
500
400
300
200
100
0
PM1
PM2
PM3
PM4
PM5
PM6
PM7
Leptophlebiidae Leptohyphidae Baetidae Caenidae Ephemeridae Glossosomatidae
Hydropsychidae Hydroptilidae Leptoceridae Odontoceridae Philopotamidae Perlidae
Figura 8.9. Índice EPT para a macrofauna bentônica em abril de 2013
Para aplicação do índice EPT calculou-se a abundância relativa dos organismos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera, em relação ao número total de organismos da amostra. Os resultados são comparados com os critérios propostos nas Tabelas 8.2 e 8.3.
Quanto maior for a abundância relativa desses táxons no local maior será a qualidade da água. Esta afirmação deriva do conhecimento de que, em geral, a maioria dos organismos dessas ordens é mais sensível à poluição orgânica (Resh & Xxxxxxx, 1993 e Rosenberg & Resh, 1993).
Tabela 8.2. Classe de qualidade e significado dos valores do índice EPT.
Porcentagem de EPT | X Qualidade da Água |
75% - 100% | Muito Boa |
50% - 74% | Boa |
25% - 49% | Regular |
0% - 24% | Ruim |
Tabela 8.3. Percentual de organismos do grupo EPT em relação aos demais invertebrados, abril/2013..
PM1 | PM2 | PM3 | PM4 | PM5 | PM6 | PM7 | |
Leptophlebiidae | 0 | 5,193 | 1,264 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Leptohyphidae | 0,279 | 20,501 | 5,153 | 0,039 | 0 | 0 | 0 |
Baetidae | 0,956 | 2,449 | 3,008 | 0,157 | 0 | 0 | 0,107 |
Caenidae | 0,039 | 0,025 | 0,019 | 0 | 0 | 0 | 0,107 |
Ephemeridae | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0,535 |
Glossosomatidae | 0 | 0 | 0,153 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Hydropsychidae | 0,319 | 0,633 | 1,915 | 0,078 | 0 | 0 | 0 |
Hydroptilidae | 0,876 | 0,037 | 0,459 | 0,118 | 0 | 0 | 0 |
Leptoceridae | 0,119 | 0 | 0,038 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Odontoceridae | 0 | 0 | 0,268 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Philopotamidae | 0 | 1,541 | 2,567 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Perlidae | 0,199 | 0,422 | 0,613 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Percentual EPT | 2,79 | 30,80 | 15,46 | 0,39 | 0 | 0 | 0,75 |
Qualidade | Ruim | Regular | Ruim | Ruim | Ruim | Ruim | Ruim |
• Índice de dominância de Swartz (SDI): famílias que compõem 75% do total de organismos (SWARTZet al., 1985).
A partir da análise deste índice fica evidenciada a estrutura simples, com poucas espécies constituindo as comunidades de invertebrados bentônicos do PM6 e PM7, Tabelas 8.4 e 8.5.
A maior riqueza de táxons foi no PM3, PM2 e PM1, nesta ordem, enquanto a maior abundância foi no PM2, Tabela 8.6.
Tabela 8.4- Resultado do índice de dominância de Xxxxxx (SDI), abril/2013
PM1 | PM2 | PM3 | PM4 | PM5 | PM6 | PM7 | |
Chironomidae | 46,93 | 13,82 | 40,11 | 53,92 | 56,25 | 78,05 | 77,73 |
Bivalvia jovem | 16,73 | 10,91 | |||||
Cochliopidae | 12,11 | ||||||
Leptohyphidae | 41,00 | 10,31 | |||||
Leptophlebiidae | 10,39 | ||||||
Elmidae | 16,82 | ||||||
Baetidae | 6,02 | ||||||
Philopotamidae | 5,13 | ||||||
Nematoda | 18,29 | ||||||
Oligochaeta | 16,95 | 24,55 |
Tabela 8.5. Riqueza de Táxons e número de espécimens, abril/2013.
Pontos Monitorados | PM1 | PM2 | PM3 | PM4 | PM5 | PM6 | PM7 |
Taxa_S | 27 | 31 | 36 | 19 | 9 | 4 | 19 |
Espécimens | 1255 | 4024 | 2610 | 1274 | 224 | 82 | 467 |
Tabela 8.6. Índice de Diversidade de Xxxxxxx-Xxxxxx, de Dominância de Xxxxxxx, de Equitabilidade de Pielou, abril/2013.
Simpson_1-D | 0,73 | 0,78 | 0,79 | 0,65 | 0,61 | 0,36 | 0,39 |
Xxxxxxx_X | 1,88 | 2,06 | 2,13 | 1,40 | 1,27 | 0,71 | 1,01 |
Equitability_J | 0,57 | 0,60 | 0,59 | 0,48 | 0,58 | 0,51 | 0,34 |
Os resultados corroboram os dados levantados em campanhas anteriores, onde os pontos de monitoramento PM1, PM2, PM3, têm apresentado um maior número de táxons, Riqueza de taxa, com predomínio de organismos das Classes Insecta, Bivalvia e Gastropoda, de forma mais equitativa, em comparação com os demais pontos monitorados. Os valores da diversidade Xxxxxxx também foram maiores.
O índice de dominância de Simpson (D) é considerado por muitos autores um índice robusto e significativo, que captura bem a variação das distribuições de abundância e que estabiliza com menores tamanhos de amostras. Os resultados deste índice demonstra que a comunidade bentônica nos pontos PM4, PM5, PM6 e PM7 estão com alta dominância de poucos táxons.
O índice de dominância de Swartz (SDI) nos locais amostrados em PM6 e PM7 apresenta valores de 78,05% e 77,73% representados por uma única família, no caso Chironomidae. Os valores do índice de equitabilidade de PIELOU também indicam os pontos PM6 e PM7 como os de menor equitabilidade. No PM6 somente quatro táxons foram registrados. Salienta- se que os resultados são produto da análise de dados de três replicas, nas áreas de corredeira e três nas áreas de remanso, exceção dos PM5 e PM7.
•Índice IBMWP (Tolerância e sensibilidade dos organismos), adaptação de XXXX-XXXXXXXX & XXXXXXX-XXXXXX (1988).
Para o cálculo do índice BMWP, por estação amostral, foram consideradas as famílias registradas na área de remanso e na área de corredeira. As famílias, por estação amostral, encontram-se nas Tabelas 8.7 e 8.8.
Esta metodologia tem permitido o reconhecimento do estado das águas dos rios segundo uma escala de qualidade que oscila entre classes de 1 a 5, incluem as águas boas (não contaminadas ou não alteradas de forma sensível), aceitável (com leves efeitos de contaminação), duvidosa (águas contaminadas), crítica (muito contaminadas) e muito crítica (fortemente contaminadas). Na Tabela 8.8 apresentam-se as pontuações (scores) das famílias para a aplicação do BMWP.
Tabela 8.7. Pontuações (scores) das famílias para a aplicação do BMWP
FAMÍLIAS | PONTUAÇÃO |
Siphlonuridae, Heptageniidae, Leptophlebiidae, Potamanthidae, EphemeridaeTaeniopterygidae, Leuctridae, Capniidae, Perlodidae, Perlidae, Chloroperlidae, Aphelocheiridae, Phryganeidae, Molannidae, Beraeidae, Odontoceridae, Leptoceridae, Goeridae, Lepidostomatidae, Brachycentridae, Sericostomatidae, Calamoceratidae, Helicopsychidae, Megapodagrionidae, Athericidae, Blephariceridae | 10 |
Astacidae, Lestidae, Calopterygidae, Gomphidae, Cordulegastridae, Aeshnidae, Corduliidae, Libellulidae, Psychomyiidae, Philopotamidae, Glossosomatidae | 8 |
Ephemerellidae, Prosopistomatidae, Nemouridae, Gripopterygidae, Rhyacophilidae, Polycentropodidae, Limnephelidae, Ecnomidae, Hydrobiosidae, Pyralidae, Psephenidae | 7 |
Neritidae, Viviparidae, Ancylidae, Thiaridae, Hydroptilidae, Unionidae, Mycetopodidae, Hyriidae, Corophilidae, Gammaridae, Hyalellidae, Atyidae, Palaemonidae, Trichodactylidae, Platycnemididae, Coenagrionidae, | 6 |
Leptohyphidae | |
Oligoneuridae, Polymitarcyidae, Dryopidae, Elmidae (Elminthidae), Helophoridae, Hydrochidae, Hydraenidae, Clambidae, Hydropsychidae, Tipulidae, Simuliidae, Planariidae, Dendrocoelidae, Dugesiidae, Aeglidae | 5 |
Baetidae, Caenidae, Haliplidae, Curculionidae, Chrysomelidae, Tabanidae, Stratyiomyidae, Empididae, Dolichopodidae, Dixidae, Ceratopogonidae, Anthomyidae, Limoniidae, Psychodidae, Sciomyzidae, Rhagionidae, Sialidae, Corydalidae, Piscicolidae, Hydracarina | 4 |
Mesoveliidae, Hydrometridae, Gerridae, Nepidae, Naucoridae(Limnocoridae), Pleidae, Notonectidae, Corixidae, Veliidae, Helodidae, Hydrophilidae, Hygrobiidae, Dytiscidae, Gyrinidae, Valvatidae, Hydrobiidae, Lymnaeidae, Physidae, Planorbidae, Bithyniidae, Bythinellidae, Sphaeridae, Glossiphonidae, Hirudidae, Erpobdellidae, Asellidae, Xxxxxxxxx | 0 |
Chironomidae, Xxxxxxxxx, Xxxxxxxxxx, Xxxxxxxxxxxx | 0 |
Oligochaeta (todas as classes) e Syrphidae | 1 |
Tabela 8. 8. Classes BMWP e qualidades da água
CLASSES | QUALIDADE | VALOR DO I.B.M.W.P. | SIGNIFICADO | COR |
I | BOA | > 101 | Águas não contaminadas ou não alteradas de forma sensível | |
II | ACEITÁVEL | 61 - 100 | Águas com algum sinal evidente de contaminação | |
III | DUVIDOSA | 36 - 60 | Águas contaminadas | |
IV | CRÍTICA | 16 – 35 | Águas muito contaminadas | |
V | MUITO CRÍTICA | < 15 | Águas fortemente contaminadas |
Através do BMWP verificou-se que o ponto monitorado PM6 foi classificado como águas fortemente contaminada. A estação PM5 muito contaminada. A estação PM4 como águas contaminadas e PM7 com algumas evidências de contaminação. Os pontos PM1, PM2 e PM3 como não contaminados, Tabela 8.9.
Tabela 8.9. Resultado da Riqueza de táxons e da aplicação do índice BMWP, abril de 2013.
Pontos Monitorados | EPM1 | EPM2 | EPM3 | EPM4 | EPM5 | EPM6 | EPM7 |
Riqueza de Taxa (S) | 27 | 31 | 36 | 19 | 9 | 4 | 19 |
Pontuação XXXX | 0000 | 0000 | 1158 | 559 | 118 | 77 | 664 |
Classes BMWP |
• Espécies ameaçadas de extinção
De acordo com Xxxxxxxx & Pressey (2000) só se pode conservar o que se conhece e, por isso, o primeiro estágio para conservar a biodiversidade é descrevê-la, mapeá-la e medi-la. É inegável a importância dos estudos taxonômicos no reconhecimento da fauna de macroinvertebrados bentônicos. São informações úteis no manejo da biodiversidade.
O monitoramento da fauna de invertebrados realizado ao longo destes anos na Bacia Hidrográfica do Arroio Candiota tem nos dado condições de caracterizar esta comunidade nos referido arroios, e no que concerne a taxonomia, temos um conhecimento em níveis diferenciado, de acordo com o grupo taxonômico em questão. Sob esta ótica ressalta-se a importância do monitoramento e a utilidade deste estudo na conservação e no gerenciamento, devido principalmente à importância de inventários da
biodiversidade. Uma excelente oportunidade de estabelecimento de um banco de dados dos táxons de macroinvertebrados, na região de influência da usina termoelétrica Presidente Médici, Candiota, Rio Grande do Sul, da Bacia Hidrográfica do Arroio Candiota.
Em relação às espécies potencialmente ameaçadas de extinção e as já ameaçadas, foram consultadas algumas listas (sites do MMA, IBAMA, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul) e nenhuma espécie foi registrada até o momento. De acordo com a “Lista das espécies silvestre ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul” algumas espécies de moluscos bivalves de água doce das famílias Hyriidae e Mycetopodidae constam na lista. Em algumas campanhas, por vezes, alguns exemplares destas famílias foram encontrados, mas são formas tão jovens que impossibilita a identificação por não especialista no grupo. Estes exemplares foram encaminhados a Dra. Xxxxx Xxxxxxxx X. Xxxxxx para identificação.
O compartimento ambiental monitorado, macrofauna bentônica, tem como responsável técnica a MSc. Xxxxxx Xxxxx Xxxxxxxx xx Xxxxxxx.
9. Bioindicadores Ambientais: ICTIOFAUNA
9.1 Distribuição das Estações Amostrais e Parâmetros Monitorados
O Monitoramento Ambiental para o compartimento “ICTIOFAUNA” atendeu aos seguintes objetivos:
Avaliar a composição da ictiofauna na área de influência direta da Usina Termoelétrica Candiota e compará-la a outros ambientes da região;
b) Avaliar o efeito da Usina Termoelétrica Candiota sobre a ictiofauna na sua área direta de influência através da análise da concentração de metais nos tecidos corporais de três grupos tróficos de espécies da ictiofauna presentes na região;
c) Implementar sistemática de acompanhamento da ictiofauna através de indicadores ambientais, utilizando o Índice de Qualidade (IQ) que reflete a integridade biótica, proposto por Xxxxxxx et al. (2000).
As Estações Amostrais, identificadas pelo número Pt1 a Pt7, estão apresentadas no Quadro 3.1 e Figuras 9.1 a 9.7.
• Ponto 1 (coordenadas UTM 22J 6518528 / 243952): está localizado no arroio Candiota junto a ponte férrea e próximo a ponte da BR 293. Caracteriza-se
como o ponto mais a montante da rede de amostragem e também localizado à montante da Usina Termelétrica Presidente Médici (Figura 9.1).