PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Construção da visão estratégica do setor de saneamento conforme a Lei 11.445/07.
Planejamento com propostas de programas, ações, projetos e obras com metas em curto, médio e longo prazo.
Identificação de possíveis fontes de financiamento,
arranjo institucional e plano de contingência e emergência.
ESTRELA DALVA – MG 2013
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 1
OBJETO
CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO DE 24 MUNICÍPIOS DA ZONA DA MATA MINEIRA.
CONTRATO: Nº 008/11.
REALIZAÇÃO
Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - CEIVAP
Xxx Xxxx xx Xxxxx Xxxxxx, 00/0X, Xxxxxx, Xxxxxxx/XX xxx.xxxxxx.xxx.xx
Presidente: Xxxxxx Xxxxxx Xxxxxx Vice-Presidente: Xxxx Xxxxx Xxxxxxxx
Secretário: Xxxxxxxx Xxxx xx Xxxxx x Xxxxx
AGEVAP - Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
CNPJ: 05.422.000/0001-01
Xxx Xxxx xx Xxxxx Xxxxxx, 00/0X, Xxxxxx, Xxxxxxx/XX xxx.xxxxxx.xxx.xx
Diretor Executivo e Coordenador Técnico: Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx. Coordenadora de Gestão: Xxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxxxx.
Diretora Administrativa-Financeira: Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx
Prefeitura Municipal de Estrela Dalva - MG Xxx Xxxxx Xxxxxxx, 000 - Xxxxxx. xxx.xxxxxxxxxxxx.xx.xxx.xx
EQUIPE
Equipe Técnica da AGEVAP
Coordenador Técnico
Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx
Gerente de Recursos Hídricos
Xxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxxxx
Analista Administrativo
Xxxxxxxx xxx Xxxxxx Costa Vilela
Analista Administrativo
Xxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxx
Analista Administrativo
Xxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx
Estagiárias
Xxxxxx Xxxxx xx Xxxxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx
Colaboração
Xxxxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxx
Associação dos Municípios da Microrregião Vale Paraibuna – AMPAR/MG
Xxxxx Xxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxx
Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora – CESAMA/MG
Xxxxxxx Xxxxxxxxxxxx Xxxxx Xxxxx
Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora – CESAMA/MG
Acompanhamento e Fiscalização
EXECUÇÃO
Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda.
CNPJ: 06.334.788/0001-59
Xxxxx Xxxxxxxxx Xxxxx Xxxxxx, 000, Xxxxxx, Xxxxxxx/XX xxx.xxxxxxxx.xxx.xx
Xxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxxxx Coordenadora de Gestão Interina Xxxx Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxx
Coordenador de Comunicação, Mobilização e Educação Ambiental
Capa e Projeto Gráfico
Xxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxx
Impressão
PrintPaper Editora Gráfica
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 3
2 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Tiragem: 30 exemplares
Mensagem da Diretoria da AGEVAP
O
saneamento básico, durante anos, não teve uma política específica ou um modelo definido, apesar de sua fundamental importância para a promoção da saúde e qualidade de vida da população. Diante disso, contratos de concessão ou convênios amplos eram firmados e que
quem prestava o serviço acumulava funções de planejamento, execução de obras e definição de tarifas, e o poder concedente acabava tendo pouquíssima participação nas decisões sobre a forma de prestação de serviços na sua cidade.
Depois de muita discussão, propostas e projetos de lei, foi sancionada, em 5 de janeiro de 2007 a Lei Federal nº 11.445 que estabeleceu diretrizes nacionais e a política federal para o saneamento básico e criou o conceito de saneamento básico como um conjunto de serviços contemplando: infra-estruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas.
Com a nova legislação, mudanças significativas foram feitas na prestação dos serviços de sanea- mento. As atividades de planejamento, regulação e prestação de serviços foram separadas e pas- saram a ser desempenhadas por atores diferentes. O planejamento ficou a cargo do município e a prestação de serviços coube a um ente público municipal, ou concessionária pública ou privada. A regulação e a fiscalização couberam à entidade independente com capacitação técnica e com autonomia administrativa, financeira e decisória.
No intuito de preparar os municípios integrantes da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul para o cumprimento ao disposto na Lei 11.445/07, o Comitê Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP, através de sua Deliberação nº 139/2010 destinou recursos oriundos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia do Paraíba do Sul para elaboração de planos municipais de saneamento básico.
4 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 5
Em atendimento à demanda do CEIVAP, a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – AGEVAP, como entidade delegatária das funções de Agência de Água e Sec- retaria Executiva desse Comitê, verificou as carências da Bacia e contratou empresa especializada para elaboração de 24 Planos Municipais de Saneamento.
APRESENTAÇÃO
Os trabalhos foram desenvolvidos com o esforço conjunto da AGEVAP e dos municípios, envolv- endo de maneira articulada os responsáveis pela formulação das políticas públicas municipais e pela prestação dos serviços de saneamento básico do município.
A elaboração dos planos contou com a participação efetiva de representantes das: prefeituras, concessionárias de serviços e sociedade civil, através de reuniões nas quais os mesmos, tiveram a oportunidade de expor qual eram suas reais necessidades, a fim de que os documentos quando consolidados conjugassem a vontade de todos os envolvidos.
Ao entregar esses planos aos municípios, esperamos ter contribuído com ações efetivas visando
alcançar as metas preconizadas pela Lei de Saneamento Básico.
O presente Plano é objeto do contrato nº. 008/2011/AGEVAP, estabelecido entre a Associação Pró- Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP e a empresa Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda.
De acordo com o Termo de Referência apresentado, os serviços foram divididos em etapas e produ- tos, conforme descrito a seguir:
ETAPA1: Plano de trabalho (Produto 1). ETAPA2: Leitura técnica (Produto 2).
ETAPA3: Leitura comunitária (Produto 3 e 4). ETAPA4: Visão de futuro (Produto 5).
ETAPA5: Elaboração de diretrizes de gestão (Produto 6). ETAPA6: Consolidação da proposta (PMSB).
Os trabalhos estão sendo desenvolvidos mediante o esforço conjunto da AGEVAP e dos municípios, envolvendo de maneira articulada os responsáveis pela formulação das políticas públicas municipais e pela prestação dos serviços de saneamento básico do município.
Antes da apresentação e aprovação de cada produto, foram realizadas reuniões com agentes indi- cados pela AGEVAP, objetivando a exposição da metodologia executada e resultados obtidos, tanto nos levantamentos de campo, quanto na obtenção de dados provenientes de diversas fontes.
O Plano Municipal de Saneamento Básico relativo ao município de Estrela Dalva é estruturado da
seguinte forma:
Xxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxxxx Coordenadora de Gestão Interina AGEVAP
Xxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx
Coordenador Técnico e Diretor-Executivo Interino AGEVAP
Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxx Diretora Administrativo-Financeira Interina AGEVAP
1. INTRODUÇÃO.
2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.
3. PLANO DIRETOR MUNICIPAL.
4. CONSTRUÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA DO SETOR DE SANEAMENTO.
5. ESTUDO DE DEMANDAS.
6. PROPOSIÇÕES CONSOLIDADAS.
7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA.
8. INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS.
9. PLANOS DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA.
10. ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
11. FONTES POSSÍVEIS DE FINANCIAMENTO
12. CARACTERIZAÇÃO REGIONAL.
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 7
6 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Os serviços foram conduzidos pela empresa Vallenge Consultoria, Projetos e Obras Ltda., sediada na cidade de Taubaté, SP, que atua no seguimento de elaboração de projetos e estudos de infraestrutura urbana; elaboração de planos e programas ambientais; na área de saneamento e gestão de recursos hídri- cos, com experiência na execução de diversos trabalhos na Bacia do Rio Paraíba do Sul.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................
2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ..............................................................................................................
2.1. MEIO SOCIOECONÔMICO ..........................................................................................................................
2.1.1. População e Índices de Crescimento ........................................................................................................
2.1.2. Economia ................................................................................................................................................
2.1.3. Urbanização ............................................................................................................................................
2.1.4. Saneamento Básico .................................................................................................................................
2.2. MEIO FÍSICO ...............................................................................................................................................
2.2.1. Clima .......................................................................................................................................................
2.2.2.Solo .........................................................................................................................................................
2.2.3. Hidrogeologia .........................................................................................................................................
2.2.4. Águas Superficiais ...................................................................................................................................
2.3. MEIO BIÓTICO ............................................................................................................................................
3. PLANO DIRETOR MUNICIPAL ........................................................................................................................
3.1. ANÁLISE DO PLANO DIRETOR DE ESTRELA DALVA ..................................................................................
3.2.DEMAIS LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS ............................................................................................................
4. CONSTRUÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA DO SETOR DE SANEAMENTO .........................................................
4.1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SANEAMENTO BÁSICO ..............................................................................
4.2. PARÂMETROS E CRITÉRIOS PARA A PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS ......................................................
4.2.1. Abastecimento de Água ...........................................................................................................................
4.2.2. Esgotamento Sanitário .............................................................................................................................
4.2.3. Resíduos Sólidos .....................................................................................................................................
4.2.4. Drenagem Urbana ....................................................................................................................................
4.3. QUADRO DE REFERÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO ................................
5. ESTUDO DE DEMANDAS ..............................................................................................................................
5.1.PROJEÇÃO POPULACIONAL .......................................................................................................................
5.1.1. Metodologia ............................................................................................................................................
5.1.2. Cálculo da Projeção Populacional .............................................................................................................
5.2. ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................................................................................................................
5.2.1. Diagnóstico .............................................................................................................................................
5.2.2. Demanda por Água Potável ......................................................................................................................
5.3. ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................................................................................
5.3.1.Diagnóstico .............................................................................................................................................
5.3.2. Demanda por Infraestrutura em Esgotos Sanitários ..................................................................................
5.4. RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................................................................................
5.4.1. Diagnóstico ............................................................................................................................................
5.4.2. Demanda por Serviços de Limpeza Pública .............................................................................................
5.5. DRENAGEM URBANA .................................................................................................................................
5.5.1. Diagnóstico .............................................................................................................................................
5.5.2. Demanda por Infraestrutura em Drenagem Urbana ..................................................................................
6. PROPOSIÇÕES CONSOLIDADAS ..................................................................................................................
6.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................................................................................
6.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......................................................................................................................
6.3. RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................................................................................
6.4. DRENAGEM URBANA .................................................................................................................................
7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................
7.1. METODOLOGIA ...........................................................................................................................................
17
19
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22
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25
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113
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123
7.2. INVESTIMENTOS NOS SERVIÇOS ...............................................................................................................
7.2.1. Abastecimento de Água ...........................................................................................................................
7.2.2. Esgotamento sanitário .............................................................................................................................
7.2.3. Drenagem Urbana ....................................................................................................................................
7.2.4. Limpeza Pública ......................................................................................................................................
7.3. RESULTADOS .............................................................................................................................................
7.3.1. Custos Unitários de Investimentos ...........................................................................................................
7.3.2. Custos Unitários Totais ............................................................................................................................
8. INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ............................................................................................
8.1. METODOLOGIA ...........................................................................................................................................
8.2. SERVIÇOS ..................................................................................................................................................
8.2.1. Abastecimento de água ...........................................................................................................................
8.2.2. Esgotamento sanitário .............................................................................................................................
8.2.3. Limpeza pública .......................................................................................................................................
8.2.4. Drenagem urbana ....................................................................................................................................
9. PLANOS DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...............................................................................................
9.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................................................................................
9.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......................................................................................................................
9.3. RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................................................................................
9.4. DRENAGEM URBANA .................................................................................................................................
10. ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ...........................................................
10.1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA ........................................................................................................................
10.2. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA .....................................................................................................................
10.2.1. Entidades Paraestatais ...........................................................................................................................
10.2.2. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista Municipais ...................................
10.3. CONSÓRCIOS MUNICIPAIS .......................................................................................................................
10.4. PARTICIPAÇÃO PRIVADA ..........................................................................................................................
10.4.1. Contratos de Terceirização/Contratos de Serviço ....................................................................................
10.4.2. Contratos de Gestão ..............................................................................................................................
10.4.3. Contratos de Operação e Manutenção (O&M) .........................................................................................
10.4.4. Contratos de Locação de Ativos (Affermage ou Lease Build Operate – LBO) ............................................
10.4.5. Contratos de Concessão Parcial Tipo: Build, Operate And Transfer (BOT); Build, Transfer And Operate (BTO); Build, Own And Operate (BOO) ...............................................................................................................
10.4.6. Contratos de Concessão Plena ..............................................................................................................
10.4.7. Contratos de Parceria Público-Privada – (PPP) .......................................................................................
10.4.8. Empresas de Economia Mista ................................................................................................................
10.4.9. Considerações Finais .............................................................................................................................
10.5. ARRANJO INTERNO DO MUNICÍPIO ..........................................................................................................
11. FONTES POSSÍVEIS DE FINANCIAMENTO ...................................................................................................
11.1. FONTES PRÓPRIAS ..................................................................................................................................
11.1.1. Tarifas, Taxas, Preços Públicos, Transferências e Subsídios .....................................................................
11.2. FONTES DO GOVERNO FEDERAL ..............................................................................................................
11.2.1. Recursos Federais .................................................................................................................................
11.3. XXXXXX XX XXXXXXX XX XXXXXX XX XXXXX XXXXXX .............................................................................
11.3.1. Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do estado de
Minas Gerais - FHIDRO ......................................................................................................................................
8 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 9
11.3.2. Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG .............................................................................
124
125
125
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128
128
130
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178
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182
182
184
185
192
192
193
LISTA DE FIGURAS
11.3.3. Recursos Próprios do Município ............................................................................................................ | 194 |
11.3.4. Recursos Oriundos da Operação ............................................................................................................ | 194 |
11.4. OUTRAS FONTES ...................................................................................................................................... | 194 |
11.4.1. Financiamentos Internacionais .............................................................................................................. | 00 |
11.4.2. Participação do Capital Privado .............................................................................................................. | 00 |
11.4.3. Proprietário de Imóvel Urbano - Contribuição de Melhoria e Plano Comunitário de Melhoria .................... | 00 |
11.4.4. Expansão Urbana ................................................................................................................................... | 00 |
11.5. RECURSOS ORIUNDOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA - CEIVAP .................................................... | 00 |
12. VISÃO REGIONAL ........................................................................................................................................ | 00 |
12.1. CARACTERIZAÇÃO REGIONAL ................................................................................................................. | 00 |
12.1.1. Meio Socioeconômico .......................................................................................................................... | 00 |
12.1.2. Meio Físico ............................................................................................................................................ | 00 |
12.1.3. Meio Biótico .......................................................................................................................................... | 00 |
12.2. VISÃO REGIONAL DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO ............................................................................... | 00 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................... | 00 |
GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................................... | 00 |
APÊNDICES ...................................................................................................................................................... | 00 |
Figura 1 – Localização de Estrela Dalva em relação aos municípios limítrofes ....................................................
Figura 2 – Acessos ao município .......................................................................................................................
Figura 3 – Valor adicionado por setor (%) ..........................................................................................................
Figura 4 – Mapa geológico do município de Estrela Dalva ..................................................................................
Figura 5 – Domínios Hidrogeológicos do Brasil - Todos os domínios; Xxxxxxx 4 (Metassedimentos/Metavulcâni- cas); e Xxxxxxx 6 (Cristalino) ............................................................................................................................
Figura 6 – Mapa de domínios hidrogeológicos do município de Estrela Dalva .....................................................
Figura 7 – Data de instalação dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com os dados regionais . Figura 8 – Profundidade individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional ...........................................................................................................
Figura 9 – Profundidade do nível estático (NE) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de
Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional ................................................................................
Figura 10 – Profundidade do nível dinâmico (ND) individual, mínima, máxima e média dos poços do município
de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional ...........................................................................
Figura 11 – Vazão individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em compara- ção com o valor médio regional ........................................................................................................................
Figura 12 – Rebaixamento individual, mínimo, máximo e médio dos poços do município de Estrela Dalva, em
comparação com o valor médio regional ...........................................................................................................
Figura 13 – Vazão específica (Q/s) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela
Xxxxx, em comparação com o valor médio regional ...........................................................................................
Figura 14 – Principais cursos d’água do município de Estrela Dalva ...................................................................
Figura 15 – Cidades do Estado de Minas onde já ocorreu a presença de cianobactérias tóxicas até agosto de 1999 ....
Figura 16 – Vegetação remanescente de Mata Atlântica .....................................................................................
Figura 17 – Sentido do crescimento urbano esperado para Estrela Dalva ............................................................
Figura 18 – Hierarquia do gerenciamento de resíduos ........................................................................................
Figura 19 – Evolução da população no município de Estrela Dalva .....................................................................
Figura 20 – Evolução da população projetada ....................................................................................................
Figura 21 – Evolução da população projetada na sede de Estrela Dalva ..............................................................
Figura 22 – Evolução da população projetada no distrito de Água Viva ...............................................................
Figura 23 – Poço tubular profundo .....................................................................................................................
Figura 24 – Acesso ao poço tubular ..................................................................................................................
Figura 25 – Sistema de tratamento ....................................................................................................................
Figura 26 – Poço de visita da rede de esgoto .....................................................................................................
Figura 27– Local de descarga de esgoto doméstico ...........................................................................................
Figura 28 – Curso d’água que recebe o esgoto doméstico .................................................................................
Figura 29 – Acondicionamento dos resíduos domiciliares ..................................................................................
Figura 30 – Acondicionamento dos resíduos domiciliares ..................................................................................
Figura 31 – Catador atuando no município .........................................................................................................
Figura 32 – Catador atuando no município .........................................................................................................
Figura 33 – Boca-de-lobo - vista 1 .....................................................................................................................
Figura 34 – Boca-de-lobo - vista 2 .....................................................................................................................
Figura 35 – Articulação das sub-bacias da área urbana do município de Estrela Dalva .......................................
Figura 36 – Custo de operação do Aterro ...........................................................................................................
Figura 37 – Evolução do processo de contemplação ..........................................................................................
Figura 38 – Comitês de Bacias do Rio Paraíba do Sul ........................................................................................
Figura 39 – Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos - PS2 ......................................................
10 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 11
Figura 40 – Distribuição setorial e estadual do PIB na Bacia do Rio Paraíba do Sul .............................................
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28
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31
32
32
33
33
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36
38
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77
77
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81
81
82
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87
87
92
92
93
93
96
96
99
114
136
202
203
205
Figura 41 – Isoietas pluviométricas anuais | 206 |
Figura 42 – Domínios e Unidades Geológicas presentes na bacia PS2 | 207 |
Figura 43 – Domínios Hidrogeológicos presentes na bacia PS2 | 208 |
Figura 44 – Vegetação na porção mineira da Bacia do Rio Paraíba do Sul ano 2007. | 210 |
LISTA DE QUADROS | |
Quadro 1 – Evolução populacional .................................................................................................................... | 22 |
Quadro 2 – Valores adicionados por setor (R$) ................................................................................................. | 23 |
Quadro 3 – Dados de identificação, localização, construtivos, hidrogeológicos, de operação e análises químicas de poços situados no município de Estrela Dalva ............................................................................................... | 30 |
Quadro 4 – Vazões para os principais cursos d’água da área urbana do município ............................................. | 37 |
Quadro 5 – Classes fito-fisionômicas do município ............................................................................................ | 39 |
Quadro 6 – Características típicas de sólidos no esgoto bruto ............................................................................ | 62 |
Quadro 7 – Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos ................................................ | 65 |
Quadro 8 – Coeficiente de escoamento superficial em função do uso e ocupação do solo .................................. | 68 |
Quadro 9 – População total, urbana e rural do município de Estrela Dalva ........................................................... | 75 |
Quadro 10 – Taxas de crescimento aritmético e geométrico ............................................................................... | 76 |
Quadro 11 – Projeção populacional do município de Estrela Dalva ...................................................................... | 76 |
Quadro 12 – Projeção populacional da sede de Estrela Dalva ............................................................................. | 78 |
Xxxxxx 00 – Xxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva .............................................................................. | 79 |
Quadro 14 – Projeção da demanda de água para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042 ............................ | 84 |
Xxxxxx 00 – Xxxxxxxx xx xxxxxxx xx xxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva para o horizonte de planejamento ............... | 85 |
Quadro 16 – Variáveis consideradas para a estimativa da demanda por esgotamento sanitário ........................... | 88 |
Quadro 17 – Projeção da demanda por esgoto para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042 ........................ | 89 |
Xxxxxx 00 – Xxxxxxxx xx xxxxxxx xxx xxxxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva para o horizonte de planejamento ........... | 90 |
Quadro 19 – Projeção da demanda por resíduos sólidos para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042 ......... | 95 |
Quadro 20 – Informações gerais das sub-bacias do município de Estrela Dalva .................................................. | 99 |
Quadro 21 – Características da bacia A .............................................................................................................. | 100 |
Quadro 22 – Características da sub-bacia B ....................................................................................................... | 101 |
Quadro 23 – Características da sub-bacia C ....................................................................................................... | 102 |
Quadro 24 – Características da sub-bacia D ....................................................................................................... | 103 |
Quadro 25 – Características da sub-bacia E ....................................................................................................... | 104 |
Quadro 26 – Proposições e prazos quanto à produção de água na sede de Estrela Dalva .................................... | 107 |
Quadro 27 – Proposições e prazos quanto à distribuição de água na sede de Estrela Dalva ................................. | 108 |
Quadro 28 – Proposições e xxxxxx xxxxxx x xxxxxxxx xx xxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva ..................................... | 108 |
Quadro 29 – Proposições e xxxxxx xxxxxx x xxxxxxxxxxxx xx xxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva ................................... | 108 |
Quadro 30 – Rede de água a implantar no município de Estrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento ........ | 109 |
Quadro 31 – Estimativa dos custos de implantação para a sede ......................................................................... | 110 |
Quadro 32 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva ................................................... | 110 |
Quadro 33 – Proposições e prazos quanto à coleta, afastamento e tratamento de esgotos sanitários em Estrela Dalva .... | 111 |
Quadro 34 – Rede de esgoto a implantar no município de Estrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento ..... | 112 |
Quadro 35 – Estimativa dos custos de implantação para a sede ........................................................................... | 113 |
Quadro 36 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva ................................................... | 113 |
Quadro 37 – Resíduos sólidos em Estrela Dalva ................................................................................................. | 114 |
Quadro 38 – Custo médio de aterro de pequeno porte no Brasil ........................................................................... | 115 |
Quadro 39 – Proposições e prazos quanto ao manejo dos resíduos sólidos urbanos em Estrela Dalva ................ | 117 |
Quadro 40 – Demanda de investimentos no município de Estrela Dalva ................................................................ | 118 |
Quadro 41 – Proposições e prazos quanto a drenagem urbana em Estrela Dalva ..................................................
Quadro 42 – Sistema de drenagem a implantar no município de Estrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento Quadro 43 – Estimativa dos custos de implantação para a sede ...........................................................................
Quadro 44 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva .................................................
Quadro 45 – Investimentos ao longo do PMSB na sede do município – abastecimento de água ..........................
Quadro 46 – Investimentos ao longo do PMSB no distrito de Água Viva – abastecimento de água ...............................
Quadro 47 – Investimentos ao longo do PMSB na sede do município – esgotamento sanitário ...........................
Quadro 48 – Investimentos ao longo do PMSB no distrito de Água Viva – esgotamento sanitário ...............................
Quadro 49 – Investimentos ao longo do PMSB na sede do município – drenagem urbana .....................................
Quadro 50 – Investimentos ao longo do PMSB no distrito de Água Viva – drenagem urbana ................................
Quadro 51 – Insvestimentos para limpeza urbana – hipótese I .............................................................................
Quadro 52 – Insvestimentos para limpeza urbana – hipótese II ...........................................................................
Quadro 53 – Resultado do Valor Presente Liquido para o sistema de abastecimento de água ..............................
Quadro 54 – Resultado do Valor Presente Liquido para o sistema de esgotamento de sanitário ...........................
Quadro 55 – Resultado do Valor Presente Liquido para o sistema de drenagem urbana .........................................
Quadro 56 – Resultado do Valor Presente Liquido para o sistema de limpeza urbana - Hipótese I aterro sanitário próprio ..............................................................................................................................................................
Quadro 57 – Resultado do Valor Presente Liquido para o sistema de limpeza urbana - Hipótese II aterro sanitário
compartilhado ...................................................................................................................................................
Quadro 58 – Resultado do Valor Presente Liquido por componente para o horizonte de 30 anos - Hipótese I aterro sanitário próprio ................................................................................................................................................
Quadro 59 – Parâmetros comparativos e custo dos sistemas em função da renda bruta do município ao longo do horizonte de 30 anos - Hipótese I aterro sanitário próprio .....................................................................................
Quadro 60 – Resultado do Valor Presente Liquido por componente para o horizonte de 30 anos - Hipótese II aterro
sanitário compartilhado .....................................................................................................................................
Quadro 61 – Parâmetros comparativos e custo dos sistemas em função da renda bruta do município ao longo do horizonte de 30 anos - Hipótese II aterro sanitário compartilhado .......................................................................
Quadro 62 – Cálculo dos indicadores de prestação do serviço de drenagem .......................................................
Quadro 63 – Riscos potenciais – abastecimento de água potável .......................................................................
Quadro 64 – Ações de controle operacional e manutenção – abastecimento de água potável .............................
Quadro 65 – Riscos potenciais – esgotamento sanitário .....................................................................................
Quadro 66 – Ações de controle operacional e manutenção – esgotamento sanitário ..........................................
Quadro 67 – Riscos potenciais – limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos ..................................................
Quadro 68 – Ações de controle operacional e manutenção – resíduos sólidos ....................................................
Quadro 69 – Riscos potenciais – drenagem e manejo de águas pluviais urbanas ...............................................
Quadro 70 – Ações de controle operacional e manutenção – drenagem urbana ..................................................
Quadro 71 – Aspectos dos contratos de PPP .....................................................................................................
Quadro 72 – Fontes de Financiamento ...............................................................................................................
Quadro 73 – Contrapartida - Orçamento Geral da União .....................................................................................
Quadro 74 – Condições Financeiras - BNDES ......................................................................................................
Quadro 75 – Estimativa da evolução da população urbana na bacia ...................................................................
Quadro 76 – Distribuição setorial e estadual do PIB na Bacia do Rio Paraíba do Sul ...........................................
Quadro 77 – Vazões específicas ........................................................................................................................
Quadro 78 – Evolução da flora nativa por bacia hidrográfica em Minas ..............................................................
12 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 13
Quadro 79 – Definições de termos na área de saneamento e afins .......................................................................
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LISTA DE SIGLAS
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
ACISPES: Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra.
AGEVAP: Associação Pró Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. AMPAR: Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna.
ANA: Agência Nacional das Águas.
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
APAPE: Associação de Pais e Amigos de Pessoas Especiais.
ARSAE-MG: Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgoto Sanitário do Estado de Minas
Gerais.
BNH: Banco Nacional de Habitação.
CEIVAP: Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
COMIG: Companhia Mineradora de Minas Gerais.
EEAB: Estação Elevatória de Água Bruta. EEAT: Estação Elevatória de Água Tratada. EEE: Estação Elevatória de Esgoto.
ETA: Estação de Tratamento de Água.
ETE: Estação de Tratamento de Esgoto. FEAM: Fundação Estadual do Meio Ambiente.
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. IDH: Índice de Desenvolvimento Humano.
INCRA: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
IPT/CEMPRE: Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Compromisso Empresarial para Reciclagem.
IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano. ONU: Organização das Nações Unidas.
PIB: Produto Interno Bruto.
PLANASA: Plano Nacional de Saneamento.
PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PMSB: Plano Municipal de Saneamento Básico.
PVC: Policloreto de Vinila.
RCC: Resíduos da Construção Civil.
RSSS: Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. RSU: Resíduos Sólidos Urbanos.
SEIS: Sistema Estadual de Informações sobre Saneamento. UTC: Usina de Triagem e Compostagem.
PVC: Policloreto de Vinila.
RCC: Resíduos da Construção Civil.
RSSS: Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. RSU: Resíduos Sólidos Urbanos.
14 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 15
SEIS: Sistema Estadual de Informações sobre Saneamento. UTC: Usina de Triagem e Compostagem.
PARTE 1
Introdução
Plano Municipal de Saneamento Básico
Histórico
1. INTRODUÇÃO
No final da década de 1960, as demandas urbanas por serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário atingiram uma magnitude que o Governo Federal decidiu implantar o PLANASA – Plano Nacional de Saneamento, destinado a fomentar esses serviços com recursos provenientes do BNH
– Banco Nacional de Habitação, administrador do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
A maior parte dos municípios, titulares da obrigação constitucional pela prestação dos serviços de água e esgotos foi compelida a se alinhar com o PLANASA numa tentativa de solução dos problemas sanitários prementes, afetos aos aspectos de riscos à saúde pública. Os estados, então, criaram as com- panhias estaduais de saneamento e contratos de concessão foram assinados com os municípios que as- sim optaram. Muitos municípios mantiveram os seus serviços próprios prestados através de companhias municipais, autarquias, administração direta e departamentos, mas ficaram com poucas possibilidades de investimentos com outras fontes que não fossem as próprias.
Com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, fica estabelecido à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, inciso XX).
As diretrizes estabelecidas anteriormente eram pouco efetivas, tornando esse modelo saturado ao longo do tempo, favorecendo, desse modo, a busca de outra ordem disciplinadora da matéria. Nesse sen- tido, foi promulgada em 5 de janeiro de 2007 a Lei Federal n.o11.445, que estabelece as novas diretrizes nacionais para o saneamento básico. Por esse motivo, a lei é conhecida como o novo marco regulatório do setor.
Nos termos da Lei Federal nº 11.445/2007 é designado titularidade dos serviços públicos de sa- neamento básico aos municípios, incumbindo esses a desenvolver e formular a política de saneamento, elaborar seu respectivo Plano Municipal de Saneamento Básico, definir o ente responsável pela regulação e fiscalização, adotar parâmetros de controle dos serviços executados pelo operador, fixar direitos e deve- res dos usuários, estabelecer mecanismos de controle social, promover a universalização ao acesso dos serviços de saneamento básico, definir metas, entre outras ações.
O Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB é instrumento exigido no Capítulo II da Lei n.o 11.445/07. Define o exercício de titularidade pelo município, conforme art. 8º, ao estabelecer que os titula- res dos serviços públicos de saneamento básico podem delegar: a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos do art. 241 da Constituição Federal, bem como, do art. 9º da Lei nº 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos).
O Decreto n.º 7.217, de 21 de junho de 2010, fixou as normas para execução das diretrizes do sane- amento básico e regulamentou a aplicação da Lei n.º 11.445/2007. Em suma o citado Decreto estabelece que o titular dos serviços formula a respectiva política pública de saneamento básico, devendo para tanto elaborar os Planos Municipais de Saneamento, destacando que o planejamento é de competência do titular. Em vista das dificuldades dos municípios em tomar para si a elaboração do seu PMSB, programas governamentais e mesmo agências de bacia têm assumido a incumbência de desenvolvê-los mediante parcerias, convênios, etc. É o presente caso, onde a AGEVAP está os elaborando, porém sempre com a
participação do município, o maior interessado.
Nesse contexto, o presente Plano trata das propostas de programas, projetos e obras com metas em curto, médio e longo prazo, todas ações necessárias ao atendimento das diretrizes e metas voltadas
16 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
17
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
à universalização da prestação dos serviços. Além disso, propõe indicadores e planos de contingência e emergência, bem como identifica possíveis fontes de financiamento para o Setor de Saneamento no Município de Estrela Dalva, localizado na Xxxx xx Xxxx xx Xxxxxx xx Xxxxx Xxxxxx. Essas atividades são concernentes ao conjunto que compõe o Plano Municipal de Saneamento Básico de acordo com o que propõe a Lei n.º 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
A construção da visão de futuro foi apoiada em levantamentos de campo e oficinas de participação social. Nos levantamentos de campo foram obtidos dados in loco, verificando a sua conformidade com a legislação em vigor. Outras informações secundárias foram coletadas junto a órgãos de governo, sejam Federais, Estaduais e Municipais. Eventualmente pesquisas elaboradas por organizações não governa- mentais e privadas foram consultadas, considerando e utilizando estudos precedentes sobre os temas de interesse para os serviços de saneamento em questão.
A ação no total, portanto, caracterizou-se pela coleta de dados, análises e estudos existentes em documentações, planos, bases cartográficas e bancos de dados disponíveis em fontes oficiais e locais, utilizando-se como método fichas de leitura. Todos esses dados permitiram efetuar o diagnóstico da situ- ação atual da prestação dos serviços de saneamento básico, verificando os déficits atuais de cobertura. O diagnóstico foi levado à população, possibilitando a revisão e a consolidação das informações coletadas em campo.
Realizou-se em seguida o estudo de demandas, a partir do qual e conhecendo as características municipais, foram estabelecidas proposições e estimados os seus custos para alcançar a universalização de cada um dos componentes do saneamento no município de Estrela Dalva.
A população teve a oportunidade de se manifestar quanto às proposições para universalização dos serviços de saneamento, assim efetuando concretamente o Controle Social previsto na Lei nº 11.445/07.
Dessa forma, as proposições apresentadas no presente Plano tiveram como base a consolidação das informações do diagnóstico e das oficinas, o que tornou mais seguras as decisões, sempre tendo como foco a universalização da prestação de serviços de saneamento básico, nos quatro componentes. O Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira – EVEF foi feito a partir dessa consolidação de proposições já apresentadas aos munícipes nas oficinas de mobilização social.
O presente Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme o Termo de Referência do trabalho, inicialmente retoma a caracterização do município e a lista de proposições, para em seguida apresentar o EVEF que mostra como se daria a sustentabilidade econômica e financeira da prestação dos serviços. Outros pontos também tratados são:
•INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS.
•PLANOS DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA.
•FONTES POSSÍVEIS DE FINANCIAMENTO.
PARTE 2
Caracterização do município
Meio Socioeconômico
Meio Físico Meio Biótico
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 19
18
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Estrela Dalva possui área territorial de 131,877 km² e está inserido na Região da
Zona da Mata Mineira, no sudeste do Estado de Minas Gerais. Localiza-se nas coordenadas: Latitude Sul
- 21º44’20”S e Longitude Oeste - 42º27’52” W. Sua altitude em relação ao nível do mar é de 210 metros no ponto central da cidade, sendo que seu ponto mais baixo localiza-se na Foz do Córrego da Cachoeira com 190 metros e o ponto máximo ocorre na Serra da Boa Vista com 712 metros. O fuso horário é UTC-3. Os municípios limítrofes são: Leopoldina ao norte, Cantagalo-RJ ao sul, Pirapetinga a leste e Volta
Grande a oeste (Figura 1).
Figura 1 – Localização de Estrela Dalva em relação aos municípios limítrofes
Fonte: FEAM, 2010
Xxxxxxx Xxxxx é acessada pela xxxxxxx xxxxxxx XX-000 (Xxxxxx 2). Em relação à distância entre os
grandes centros, encontra-se a 389 km de Belo Horizonte, 215 km do Rio de Janeiro, 548 km de São Paulo,
1.113 km de Brasília e 345 km de Vitória.
20 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
21
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Figura 2 - Acesso ao município
O município já passou pela fase mais aguda de imigração interna quando a população rural mudou para a área urbana em busca de emprego e renda, fenômeno este comum a outros municípios brasileiros no mesmo período. Há tendência de estabilização da população rural que atualmente representa 27,9% da população do município. Quanto a população urbana verifica-se que houve crescimento entre 1970 e 2000, havendo uma pequena redução entre 2000 e 2010.
2.1.2. Economia
A economia do município está baseada nos três setores de atividades: agropecuária (setor primário),
indústria (setor secundário) e serviços (setor terciário), conforme dados constantes no site do IBGE.
De acordo com dados publicados pelo IBGE (2009) o município tem 29% de seu valor adicionado proveniente da agropecuária; 8% proveniente da indústria, 61% proveniente de serviços e 2% proveniente de impostos (Figura 3). Os valores adicionados em reais para cada setor encontram-se apresentados no Quadro 2.
Figura 3 - Valor adicionado por setor (%).
Fonte: DER-MG, 2009.
2.1. MEIO SOCIOECONÔMICO
A partir das características regionais, aqui se apresentam as tipicidades locais.
2.1.1. População e Índices de Crescimento
De acordo com dados do Censo de 2010, a população total de Estrela Dalva é de 2.470 habitantes, sendo 1.781 habitantes residentes na área urbana e 689habitantes na área rural. O Quadro 1 apresenta a evolução populacional do município, tomando-se como base os censos e contagem do IBGE entre os anos de 1970 e 2010.
Fonte: IBGE, 2009.
VA - Agropecuária | VA - Indústria | VA - Serviços | VA - Impostos | VA - Total |
5.642.000,00 | 1.586.000,00 | 11.843.000,00 | 435.000,00 | 00.000.000,00 |
Quadro 2 – Valores adicionados por setor (R$).
Quadro 1 – Evolução populacional.
Ano | População Total (habitantes) | População Urbana (habitantes) | População Rural (habitantes) |
1970 | 3.328 | 1.302 | 2.026 |
1980 | 2.671 | 1.449 | 1.222 |
1991 | 2.617 | 1.475 | 1.142 |
2000 | 2.674 | 1.801 | 873 |
2010 | 2.470 | 1.781 | 689 |
Nota: VA – Valores adicionados.
Fonte: IBGE, 2009.
Fonte: IBGE, 2010.
Atualmente o município conta com 41 empresas, além do setor terciário, empregando 279 pessoas, com rendimento médio igual a 1,7 salários mínimos. O orçamento do município de Estrela Dalva, segundo dados publicados pelo Ministério da Fazenda referentes ao ano de 2010, é de R$ 7.466.970,86.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, órgão da ONU que tem por man- dato promover o desenvolvimento, definiu que regiões com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,500 a 0,799 são consideradas de desenvolvimentos humano médio. O IDH do município de Estrela Dalva no ano de 2000 foi de 0,731, ou seja, de desenvolvimento humano médio.
O IDH de Estrela Dalva é inferior ao IDH do estado de Minas Gerais, que possui um IDH médio de 0,766.
2.1.3. Urbanização
Entre as variadas maneiras de se definir urbanização, pode-se afirmar ser um processo de distancia- mento das características rurais de uma localidade ou região, para características urbanas. Normalmente o fenômeno está associado ao desenvolvimento, tanto da civilização quanto tecnológico. Demograficamen- te, o termo denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos. O termo também pode designar a ação de dotar uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos.
Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A datar da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal consequência entre uma série de outras, da “política desenvolvimentista” do governo Xxxxxxxxx Xxxxxxxxxx.
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-
-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conse- quência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estru- tura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. Estrela Dalva se enquadra neste modelo, ou seja, a formação de um país urbano, dentro da política desenvolvimentista iniciada a datar de 1956, cujos efeitos ainda hoje são objetos de estudos. Estrela Dalva, segundo IBGE -2010 foi elevado a categoria de município em 31 de dezembro de 1943, sendo desmem- brado de Volta Grande, mantendo características típicas das cidades interioranas mineiras em regiões
montanhosas.
Tendo a via Férrea influenciado no surgimento da cidade, verifica-se que em 1876, foi dada a con- cessão para o Major Xxxxxxx Xxxxx Xxxxxxx xx Xxxxx para construir uma ferrovia ligando a estação de Volta Grande a Santana de Pirapetinga. Em 1879 foi aberto o primeiro trecho e no ano seguinte a estrada chegou a Pirapetinga. Em 1883, a Leopoldina incorporou o trecho, que passou a ser um ramal. Em 12/08/1964, o ramal foi suprimido.
A estação de São Sebastião foi inaugurada no final de 1879 pela E. F. Leopoldina. Entretanto, o Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, de 1960, dá a data de 08/10/1874, que parece bastante improvável. Nos anos 40, seu nome foi alterado para Estrela Dalva. Foi fechada com o ramal, em 12/08/1964. (Fontes: Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XXV, IBGE, 1957; E F Brasil)
Do ponto de vista urbanístico, a área urbana de Estrela Dalva ocupa uma área aproximada de 1000 metros quadrados, estendendo-se no sentido sudeste noroeste ocupando uma área de planície e meia encosta. Sua ocupação é pouco adensada, e se dá ao longo do eixo central e vias perpendiculares, sem formação expressiva de quadras regulares. Notam-se ruas pavimentadas com paralelepípedos de pedra e blocos sextavados de concreto.
O município é constituído por dois distritos: Estrela Dalva (distrito sede) e Água Viva.
2.1.4. Saneamento Básico
Os serviços de abastecimento de água são realizados pela COPASA, que dispõe de sistema de cap-
tação, tratamento e distribuição, atendendo 100% da população urbana.
Os serviços de esgotamento sanitário são efetuados pela própria Prefeitura Municipal de Estrela Dalva.Os domicílios têm seus efluentes líquidos coletados e lançados em pontos diversos no ribeirão São Lourenço. Com relação ao tratamento, segundo informações do IBGE, aproximadamente 4% dos domicí- lios tem solução individual destinando o esgoto em fossa séptica.
O sistema de coleta e disposição de resíduos sólidos é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Estrela Dalva. Atualmente a área urbana conta com coleta diária em toda a malha viária. A disposição final dos resíduos sólidos domiciliares ocorre em vazadouro a céu aberto localizado em área distrital do município. A coleta de resíduos hospitalares é feita pelo próprio município. Os resíduos da construção civil são devidamente coletados e destinados à manutenção de estradas vicinais.
Não há órgão específico que cuida do sistema de drenagem que praticamente se confunde com a rede de esgotamento sanitário. A planta geral do município com os equipamentos urbanos de saneamento hoje existentes encontra-se no APÊNDICE II.
2.2. MEIO FÍSICO
São apresentados os meios abióticos onde o território do município se desenvolve.
2.2.1. Clima
O clima é o mesmo da zona da Mata Mineira onde está inserido o município, ou seja, Tropical de Alti- tude, tendo distintas duas estações, uma chuvosa e outra seca, predominando a Massa Tropical Marítima e da Frente Polar Atlântica. A variação de temperatura apresenta média anual de 23,5°C, média máxima anual de 31°C e média mínima anual de 18,2°C, com índice pluviométrico anual de 1.564 mm.
2.2.2.Solo
A geologia do estado de Minas Gerais é descrita nas seguintes referências principais:
• Mapa Geológico de Minas Gerais (CODEMIG, 2003);
• Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais – Recorte da Geologia do estado gerado a partir da
união das folhas em SIG (CPRM, 2005);
• Mapa de Domínios e Subdomínios Hidrogeológicos do Brasil (CPRM, 2008).
Tendo em vista a necessária padronização das unidades, optou-se por utilizar o mapa e respectivas
unidades litoestratigráficas e estruturas geológicas da CPRM – Serviço Geológico do Brasil.
No município de Estrela Dalva, está presente a unidade litoestratigráficaNPps – Complexo Paraíba do Sul (paragnaisse, kinzigito, metagrauvaca, xisto, quartzito, cálcio-silicática, mármore, anfibolito) – CPRM (2005).
Também estão presentes estruturas do tipo falha ou zona de cisalhamento transcorrente dextral.
Na Figura 4, é apresentado o mapa geológico do município de Estrela Dalva, com base em CPRM
(2005).
Figura 4 – Mapa geológico do município de Estrela Dalva.
Figura 5 – Domínios Hidrogeológicos do Brasil - Todos os domínios; Domínio 4 (Metassedimentos/Metavulcânicas); e Domínio 6 (Cristalino).
Fonte: Adaptado CPRM, 2005.
2.2.3. Hidrogeologia
As principais unidades hidrogeológicas brasileiras são descritas por CPRM, 2008, que aglutina uni- dades geológicas diversas em domínios hidrogeológicos principais.
Na Figura 5, é apresentado o mapa de domínios hidrogeológicos do Brasil (CPRM, 2008), com des- taque para as unidades 4 (Metassedimentos/Metavulcânicas), presente no município de Estrela Dalva, e 6 (Cristalino), presente nos arredores.
2.2.3.1. HIDROGEOLOGIA LOCAL
No município de Estrela Dalva, está presente o domínio Metassedimentos-Metavulcânicas, de Baixa favorabilidadehidrogeológica.
Fonte: CPRM, 2008.
Os litotipos relacionados aos Metassedimentos/Metavulcânicas reúnem xistos, filitos, metarenitos, metassilititos, anfibolitos, quartzitos, ardósias, metagrauvacas, metavulcânicas diversas, etc., que estão relacionados ao denominado aquífero fissural. Como quase não existe uma porosidade primária nestes tipos de rochas, a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária repre- sentada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas, e a água é na maior parte das vezes salinizada. Apesar deste domínio ter comportamento similar ao do Cristalino tradi- cional (granitos, migmatitosetc), uma separação entre eles é necessária, uma vez que suas rochas apre- sentam comportamento reológico distinto; isto é, como elas tem estruturação e competência diferente, vão reagir também diferentemente aos esforços causadores das fendas e fraturas, parâmetros fundamentais no acúmulo e fornecimento de água. Deve ser esperada, portanto, uma maior favorabilidadehidrogeológica neste domínio do que o esperado para o Cristalino tradicional.
Este domínio corresponde localmente, em Estrela Dalva, à unidade geológica NPps – Complexo Paraíba do Sul (predomínio de rochas metamórficas), de CPRM (2005).
Na prática, para se conhecer variações litológico-estruturais e hidrogeológicas locais entre as uni- dades e domínios observados anteriormente, bem como eventuais zoneamentos hidrogeológico-hidrogeo- químicos, seria necessário efetuar estudos de detalhamento.
Na Figura 6, é apresentado o mapa de domínios hidrogeológicos do município de Estrela Dalva, com
base em CPRM (2008).
Figura 6 – Mapa de domínios hidrogeológicos do município de Estrela Dalva.
Fonte:Adaptado de CPRM, 2008.
2.2.3.2. LEVANTAMENTO DE POÇOS TUBULARES
Um dos principais bancos de dados de poços do Brasil é do sistema SIAGAS (Sistema de Informa-
ções de Águas Subterrâneas), disponível pelo endereço xxxx://xxxxxxxxx.xxxx.xxx.xx.
Foi efetuada uma busca em junho de 2012, constatando-se a existência de cinco poços no município
de Estrela Dalva.
Foram obtidas as seguintes variáveis:
Dados gerais:
•Identificação;
•Localização (coordenadas UTM);
Dados construtivos:
•Data de construção;
•Profundidade (m);
•Perfurador (nome);
•Método de perfuração;
•Revestimento interno (intervalos, em m);
•Revestimento interno (material);
Dados geológico-hidrogeológicos:
•Geologia (formação);
•Aquífero (tipo);
•Aquífero (condição);
•Existência de teste de bombeamento (sim/não);
•Profundidade do Nível Estático – NE (m);
•Profundidade do Nível Dinâmico – ND (m);
•Vazão específica (Q/s, em m³/h.m);
•Vazão (Q, em m³/h);
Dados de análises químicas:
•Existência de análises químicas (sim/não);
•Condutividade elétrica (µS/cm);
•pH;
•Turbidez (NTU).
Como este capítulo se trata de uma avaliação hidrogeológica geral, foram obtidas informações de
poços utilizados tanto para abastecimento público, quanto para outros usos.
É apresentado a seguirQuadro com dados de poços situados no município de Estrela Dalva, a partir
do sistema SIAGAS.
Com base nas informações obtidas, foram confeccionados gráficos comparando dados absolutos individuais, mínimos, médios e máximos, além de dados regionais entre os 24 municípios de execução dos planos de saneamento (Figuras 7 a 13).
Dados | Poço 1 | Poço 2 | EST_D-01 | EST_D-02 | EST_D-03 |
UTM (NS, m) | 7.591.680 | 7.591.588 | 7.593.391 | 7.593.121 | 7.593.345 |
UTM (EW, m) | 767.170 | 767.111 | 762.429 | 762.479 | 762.474 |
Data de construção | 13/09/1982 | 06/03/1987 | 28/11/2001 | 06/12/2001 | 04/05/2002 |
Profundidade (m) | 62,00 | 64,00 | 150,00 | 138,00 | 120,00 |
Perfurador | T-JANNER | GEOSOL | COPASA | COPASA | COPASA |
Método de perfuração | - | - | Rotopneu- mático | Rotopneu- mático | Rotopneu- mático |
Revestimento interno (intervalo, em m) | 0 - 15,6 | 0 - 13,95 | - | - | 0 - 12 |
Revestimento interno (material) | Aço galvanizado | Aço galvanizado | - | - | Aço |
Geologia (formação) | C. Paraíba do Sul | C. Paraíba do Sul | C. Paraíba do Sul | C. Paraíba do Sul | C. Paraíba do Sul |
Aquífero (tipo) | Fissural | Fissural | Fissural | Fissural | Fissural |
Aquífero (condição) | Livre | Livre | Livre | Livre | Livre |
Teste de bombeamento (sim/não) | Sim | Não | Não | Não | Sim |
Profundidade do Nível Estático - NE (m) | 4,30 | - | - | - | 35,34 |
Profundidade do Nível Dinâmico – ND (m) | 16,08 | - | - | - | 40,97 |
Q (m³/h) | 32,51 | - | - | - | 45,00 |
Rebaixamento – s (m) | 11,78 | - | - | - | 5,63 |
Q/s (m³/h.m) | 2,760 | - | - | - | 7,993 |
Análises químicas (sim/não) | Sim | Não | Não | Não | Sim |
Condutividade elétrica (µS/cm) | 292,00 | - | - | - | 273,00 |
pH | 7,30 | - | - | - | 7,70 |
Turbidez (NTU) | 0,18 | - | - | - | 0,58 |
Quadro 3 – Dados de identificação, localização, construtivos, hidrogeológicos, de operação e análises químicas de poços situados no município de Estrela Dalva.
Figura 7 – Data de instalação dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com os dados regionais.
Figura 8 – Profundidade individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional.
Figura 9 – Profundidade do nível estático (NE) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional.
Figura 10 – Profundidade do nível dinâmico (ND) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional
Figura 11 – Vazão individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional
Figura 12 – Rebaixamento individual, mínimo, máximo e médio dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional.
Figura 13 – Vazão específica (Q/s) individual, mínima, máxima e média dos poços do município de Estrela Dalva, em comparação com o valor médio regional
No município de Estrela Dalva, há aquíferos do tipo fissural, a partir de unidades geológicas principais (Complexo Paraíba do Sul - predomínio de rochas metamórficas), consideradas, predominantemente, de baixa favorabilidadehidrogeológica. No entanto, foram observadas vazões significativas nos dados obtidos de poços, ou seja, ao que se indica, a heterogeneidade típica destes tipos de aquíferos apresenta conota- ção positiva no caso de Estrela Dalva. Para se conhecer variações litológico-estruturais e hidrogeológicas locais entre as unidades observadas anteriormente, bem como eventuais zoneamentos hidrogeológico-
-hidrogeoquímicos, seria necessário efetuar estudos de detalhamento.
Do ponto de vista quantitativo, deve-se observar que baixa favorabilidade não significa que não haja água subterrânea disponível ou a mesma não possa ser explotada a contento; apenas indica que as vazões típicas são mais modestas em comparação aos melhores aquíferos existentes. Neste caso, respeitando-se a vazão ótima determinada em testes criteriosamente executados, perímetros de proteção e não incorrendo em superexplotação (quer pelo uso de vazões individuais maiores que aquelas determinadas em testes, quer pela interferência entre poços muito próximos entre si), é possível ter a água subterrânea como um recurso hídrico disponível para o município.
Dados disponíveis de cinco poços situados em Estrela Dalva, obtidos através do sistema SIAGAS, indicam vazão média de 38,76m3/h (dado disponível apenas para dois dos cinco poços, com valor médio razoavelmente acima do valor médio dos 24 municípios de execução dos planos de saneamento, que é de 16 m3/h), profundidade média de 106,8m, profundidade média do nível estático de 19,82m (baixa), profundidade média do nível dinâmico de 28,52m e vazão específica média de 5,377(m3/h)/m.
Esses dados indicam valores hidrodinâmicos relativamente acima da média dos demais municípios de execução dos planos de saneamento, o que muito possivelmente está associado à estruturação geoló- gica regional, com presença de lineamentos, sistemas de falhas geológicas e litologias com anisotropias (Complexo Paraíba do Sul).
Do ponto de vista qualitativo, recomenda-se o inventário, monitoramento e controle das fontes po- tenciais de poluição municipal (como: cemitérios; postos e sistemas de armazenamento de combustível; indústrias; locais que eventualmente sofreram acidentes; minerações; aterros, lixões e demais locais com disposição de resíduos sólidos, atuais ou antigos; locais com existência de fossas sépticas e demais siste- mas de saneamento in situ, etc.), com vistas a preservar os aquíferos locais, bem como o monitoramento da qualidade das águas subterrâneas com base em resoluções CONAMA e nos padrões de potabilidade.
Para a instalação de poços, recomenda-se a observação das normas técnicas vigentes (como: NBR 12212 – “Projeto de poço tubular profundo para captação de água subterrânea”; NBR 12244 – “Construção de poço tubular profundo para captação de água subterrânea” e NBR 13604/13605/13606/13607/13608
- “Dispõe sobre tubos de PVC para poços tubulares profundos”), além de eventuais atualizações (ou no- vas normas que surjam), e que os serviços sejam efetuados por empresas e profissionais habilitados e devidamente registrados no sistema CONFEA/CREA, com registro de ART - Anotação de Responsabilidade Técnica.
Também se requer outorga pelo uso das águas, instrumento legal que assegura ao usuário o direito de utilizar os recursos hídricos. Cabe ressaltar que a outorga não dá a este usuário a propriedade da água, mas o direito de seu uso.
Em Minas Gerais, os usuários de recursos hídricos de qualquer setor devem solicitar ao IGAM - Ins- tituto Mineiro de Gestão das Águas a outorga de direito de uso das águas de domínio do estado, como é o caso das águas subterrâneas, exceto os usos considerados insignificantes, definidos segundo Deliberação Normativa CERH nº 34, de 16 de agosto de 2010.
De forma geral, as águas subterrâneas, além de seu caráter interligado e indissociável dos demais compartimentos do ciclo hidrológico (águas superficiais, intersticiais e atmosféricas, além da água presen- te na biota), constituem recurso hídrico que pode ser utilizado para abastecimento público do município, desde que observados certos procedimentos e premissas de preservação dos aquíferos e de instalação, outorga, monitoramento e manutenção de poços. Ademais, para se conhecer melhor os aquíferos locais, há necessidade de detalhamento dos estudos geológicos e hidrogeológicos disponíveis.
2.2.4. Águas Superficiais
A bacia do rio Paraíba do Sul possui área de drenagem com cerca de 55.500 km2, compreendida entreA bacia do rio Paraíba do Sul possui área de drenagem com cerca de 55.500 km2, compreendida entre os paralelos 20o26’ e 23o00’ e os meridianos 41o00’e 46o30’ oeste de Greenwich. Estende-se pelos estados de São Paulo (13.900 km²), Rio de Janeiro (20.900 km2) e Minas Gerais (20.700 km2) (COPPE- TEC, 2007a).
É limitada ao Norte pelas bacias dos rios Grande e Doce e pelas serras da Mantiqueira, Caparaó e Santo Eduardo. A Nordeste, a bacia do rio Itabapoana estabelece o limite da bacia. Ao Sul, o limite é for- mado pela Serra dos Órgãos e pelos trechos paulista e fluminense da Serra do Mar. A Oeste, pela bacia do rio Tietê, da qual é separada por meio de diversas ramificações dos maciços da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira.
O rio Paraíba do Sul é formado pela união dos rios Paraibuna e Paraitinga, e o seu comprimento, calculado a partir da nascente do Paraitinga, é de mais de 1.100 km. Entre os principais formadores da margem esquerda destacam-se os rios Paraibuna mineiro, Pomba, Muriaé. Na margem direita os afluentes mais representativos são os rios Piraí, Piabanha e Dois Rios.
Dentre os principais formadores do rio Paraíba do Sul, neste trabalho destaca-se o rio Pomba, em cuja bacia encontra-se inserido o município de Estrela Dalva. O rio Pomba nasce na Serra Conceição, per- tencente à cadeia da Mantiqueira a 1.100 m de altitude e depois de xxxxxxxxx 000 xx xxxxxx x xxx xx Xxxxxxx
xx Xxx. Apresenta uma área de drenagem de 8.616 km2 (COPPETEC, 2007b), com o uso e ocupação do solo relativamente uniforme. Seus principais afluentes são os rios Novo, Piau, Xopotó, Formoso e Pardo.
No município de Estrela Dalva encontram-se as nascentes de alguns dos contribuintes do ribeirão São Lourenço, afluente pela margem esquerda do rio Paraíba do Sul. Os principais cursos d’água do mu- nicípio são córregos Tabuinha, Barrinha e o ribeirão São Lourenço (Figura 14).
Figura 14 – Principais cursos d’água do município de Estrela Dalva.
Para avaliar a disponibilidade hídrica dos corpos d’água superficiais, próximos a área urbana do município, foram consultados os dados disponíveis no Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (COPPETEC, 2007a). O Plano realizou estudo de disponibilidade hídrica, baseado na análise das séries históricas de vazões de 199 estações fluviométricas, disponibilizadas no banco de dados Hidroweb da Agência Nacional de Águas (ANA).
As disponibilidades foram calculadas com base nas equações definidas nos estudos de regionaliza- ção hidrológica de vazões médias de longo período (MLT) e de vazões com 95% de permanência no tempo (Q95%), desenvolvidos pela CPRM1, complementados pelo Laboratório de Hidrologia e Estudos de Meio Ambiente da COPPE/UFRJ apenas para o trecho do rio Paraíba do Sul entre a barragem de Santa Cecília e a confluência dos rios Piabanha e Paraibuna2.
1 - CPRM. Relatório Síntese do trabalho de Regionalização de Vazões da Sub-bacia 58. Rio de Janeiro: CPRM, fev. 2003.
2 - COPPETEC. Diagnóstico e Prognóstico do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul. PGRH-009 R1. Rio de Janeiro:
COPPETEC, nov. 2002.
Para a bacia do rio Pomba, onde se encontram inseridos os cursos d’água de interesse para o mu- nicípio de Estrela Dalva, são informados os seguintes valores (COPPETEC, 2007a):
•Área de drenagem: 8.616 km²
•Vazão com 95% de permanência no tempo (Q95%): 63,20 m³/s
•Vazão específica com 95% de permanência no tempo (q95%): 7,33 L/x.xx²
•Vazão média de longo termo (QMLT): 163,43 m³/s
•Vazão específica média de longo termo (qMLT): 18,97 L/x.xx²
Com base nos dados do Plano de Bacia (COPPETEC, 2007a), foram calculadas as vazões para os cursos d’água de maior interesse para a área urbana do município de Estrela Dalva, conforme apresentado no Quadro a seguir.
Quadro 4 – Vazões para os principais cursos d’água da área urbana do município.
Locais | Área de drenagem (km²) | Q95% (L/s) | QMLT (L/s) |
Ribeirão São Lourenço a montante da área urbana | 6,65 | 48,74 | 126,15 |
Córrego da Barrinha a montante da BR 393 | 4,88 | 35,77 | 92,57 |
Nota:
Q95%: vazão com 95% de permanência no tempo.
QMLT: vazão média de longo termo.
Embora as captações atuais sejam realizadas exclusivamente através de mananciais subterrâneos, o abastecimento por meio de mananciais superficiais poderia ser uma alternativa em vista da proximidade de corpos hídricos com a área urbana do município. Dos cursos d’água apresentados no quadro anterior o que apresenta maior disponibilidade hídrica é o trecho do ribeirão São Lourenço com vazão mínima de referência (Q95%) igual a 48,74 L/s. Existe ainda o córrego da Barrinha que possui vazão de referência igual a 35,77 L/s. Para verificar a real possibilidade de uso desses cursos d’água como manancial para abastecimento público torna-se necessário realizar previamente um estudo específico, onde deverão ser avaliados não só o aspecto quantitativo como também qualitativo.
Em termos de qualidade da água deve-se notar que em estudos realizados pela Companhia de Sa- neamento de Minas Gerais – COPASA e a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (JARDIM et. al., 2000), verificou-se a ocorrência de cianobactérias tóxicas e potencialmente tóxicas em vários mananciais do Estado de Minas Gerais operados pela COPASA (Figura 15).
As cianobactérias são microorganismos aeróbios, fotoautotróficos, unicelulares e procariontes, tam- bém conhecidos como algas azuis. Esses organismos existem há milhões de anos, mas recentemente sua incidência aumentou com a formação dos grandes centros e o crescimento industrial e urbano desordena- do, com a consequente fertilização de rios, lagos e represas.
Segundo Xxxxxx et. al. (2001), os rejeitos orgânicos das atividades antrópicas geram efluentes ricos em sais de fósforo e de nitrogênio que posteriormente são assimilados pelas algas. Somado a elevadas temperaturas ambiente e altas taxas de insolação, esses nutrientes favorecem as florações do fitoplâncton, inclusive das cianobactérias.
O problema das cianobactérias é que quando morrem liberam toxinas nocivas a saúde, denominadas cianotoxinas. No Brasil, o primeiro caso comprovado cientificamente sobre a toxicidade das cianobacté- rias, ocorreu em Caruaru - PE, em 1996, com a morte de aproximadamente 70 pacientes renais crônicos em uma clínica de hemodiálise.
O estudo desenvolvido em conjunto pela COPASA e UFRJ (JARDIM et. al., 2000) evidenciou a ne- cessidade de manter o programa de monitoramento para as cidades (sistemas) operadas pela Companhia. Além disso, os autores concluem o trabalho registrando a preocupação sobre a situação de outras cidades do Estado de Minas Gerais que apesar de possuírem sistemas de tratamento de água, não realizam o controle da qualidade dos mananciais de abastecimento com análises hidrobiológicas (clorofila A, comu- nidades fitoplanctônica, zooplanctônica e bentônica), principalmente nas cidades que possuem unidades de hemodiálise.
Figura 15 – Cidades do Estado de Minas onde já ocorreu a presença de cianobactérias tóxicas até agosto de 1999.
Nota:
1 – Região Metropolitana de Belo Horizonte (Rio Manso, Rio das Velhas, Vargem das Flores, Lagoa de Ibirité, Lagoas de Ribeirões das Neves – ETE Neves e Lagoas de Confis).
2 – Alfenas, Carmo do Rio Claro e Fama (Represa de Furnas). 3 – Montes Claros.
4 – Medina e Pedra Azul.
5 – Três Marias.
Fonte: JARDIM et. al., 2000.
Atualmente Estrela Dalva é abastecido exclusivamente por mananciais subterrâneos, como mencio- nado anteriormente. Considerando a possibilidade de o município contar com sistema de abastecimento público proveniente de mananciais superficiais, salienta-se a necessidade de haver controle periódico, não só das variáveis de monitoramento previstas na Portaria n.º 2914/2011, como também através de análises hidrobiológicas para verificar a presença de algas nos mananciais superficiais.
2.3. MEIO BIÓTICO
A vegetação se apoia e se desenvolve a partir do meio físico já apresentado. Aqui é retratada nos
seus principais aspectos e guardam alguma relação com o saneamento ambiental.
O município se insere no bioma Mata Atlântica, cujas condições físicas variam de um lugar para ou- tro. O inventário florestal de Minas Gerais publica os valores de cobertura de flora nativa para os municípios do estado. Em Estrela Dalva são apuradas duas classes fito-fisionômicas distintas, sendo Floresta Estacio- nal Semidecidual Sub Montana e Floresta Estacional Semidecidual Montana. No período de 2005 a 2007 não foi registrada diferença no percentual de ocorrência dessas classes, conforme demonstra o Quadro 5.
Quadro 5 – Classes fito-fisionômicas do município.
Tipos de vegetação | 2005 | 2007 | ||
Área (ha) | % | Área (ha) | % | |
Floresta Estacional Semidecidual Sub Montana | 1.038 | 7,94 | 1.038 | 7,94 |
Floresta Estacional Semidecidual Montana | 38 | 0,29 | 38 | 0,29 |
Total | 1.076 | 8,23 | 1.076 | 8,23 |
Fonte: Inventário Florestal de Minas Gerais - Monitoramento da Flora Nativa 2005 – 2007. Equipe da Universidade Federal de Lavras – UFLA
As informações obtidas junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentá- vel – SEMAD possibilitam visualizar que a cobertura vegetal do município é constituída, em seus remanes- centes florestais nativos, exclusivamente, por Floresta Estacional Semidecidual (Figura 16).
A sua área urbana demonstra pouca existência ou nenhuma área arborizada. Considerando a impor- tância para a saúde ambiental e harmonia paisagística dos espaços urbanos, a arborização contribui, entre outras, para purificação do ar, melhorando o microclima da cidade através da umidade do solo e do ar e pela geração de sombra, redução na velocidade do vento, influencia o balanço hídrico, favorece infiltração da água no solo, contribui com a evapotranspiração, tornando-a mais lenta; abriga fauna, assegurando maior variedade de espécies, como consequência auxilia o equilíbrio das cadeias alimentares, diminuindo pragas e agentes vetores de doenças além de amenizar a propagação de ruídos.
Figura 16 – Vegetação remanescente de Mata Atlântica.
Fonte: SEMAD/SIAM, 2011.
PARTE 3
Plano Diretor Municipal
Análise do Plano Diretor de Estrela Dalva Demais Legislações Aplicáveis
3. PLANO DIRETOR MUNICIPAL
O Plano Diretor é definido no Estatuto das Cidades (Lei Federal n.º 10.257/2001) como instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana do município. Nesse sentido, orienta o Poder Público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e rurais e na oferta dos serviços públicos essenciais, como os de saneamento, visando assegurar melhores con- dições de vida para a população, adstrita àquele território.
Sob este enfoque, é indispensável que o Plano de Saneamento Básico observe e esteja integrado com o Plano Diretor do município. Conforme o Estatuto das Cidades, o direito à cidades sustentáveis, ou seja, o direito à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana e aos serviços públicos é dire- triz fundamental da Política Urbana e é assegurada mediante o planejamento e a articulação das diversas ações no nível local.
Deve-se destacar o papel estruturante da infraestrutura de saneamento no desenvolvimento urbano do município. A capacidade de expansão e de adensamento das áreas urbanas se orientaria com base na capacidade da infraestrutura instalada e dos recursos naturais. O saneamento é, portanto, elemento orientador e estruturador na leitura da cidade, na definição dos vetores de crescimento e na proposta de zoneamento.
O Município de Estrela Dalva não possui Plano Diretor aprovado, segundo informações obtidas junto à Prefeitura Municipal. Contudo, a inexistência desse importante instrumento de ordenação do município não impede a elaboração do Plano Municipal de Saneamento, devendo, contudo, haver observância das demais legislações municipais, estaduais e federais relevantes para o tema, sobre as quais discorremos a seguir.
3.1. ANÁLISE DO PLANO DIRETOR DE ESTRELA DALVA
Como mencionado o município de Estrela Dalva não possui Plano Diretor. Deve-se notar que por suas características o município não é obrigado a elaborar o PD. De acordo com o artigo 41 do Estatuto da Cidade:
Art. 41 – O plano diretor é obrigatório para cidades: I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público Municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no
§4º do art. 182 da Constituição Federal;
IV – integrantes de área de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimento ou atividades com signifi- cativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
Mesmo não se enquadrando como obrigatória, a elaboração do PD é importante para o planejamento
adequado do desenvolvimento e expansão urbana de Estrela Dalva.
O planejamento urbano de uma cidade é importante para melhor, estruturação e apropriação do es-
paço urbano, com o objetivo de propiciar aos habitantes a melhor qualidade de vida possível. Desta forma
42 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
43
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
evita-se o parcelamento do solo de forma insustentável ambiental e urbanisticamente. Além disso, com a previsão dos vetores de crescimento da cidade, a infraestrutura dos sistemas de saneamento pode ser adequadamente estruturada.
Conforme os levantamentos de campo pôde-se constatar que Estrela Dalva mantém características típicas das cidades interioranas mineiras das regiões montanhosas. O núcleo urbano é definido em área entre morros e montanhas, com arruamento e traçado desordenado e divisão das quadras com padrões desiguais, cuja contribuição se deve em muito, à própria configuração geográfica da região.
Tendo em vista as características do município, a tendência esperada de expansão urbana se dará nas regiões planas do município, principalmente nas proximidades da Xxxxxxx Xxxxxxx XX-000, em áreas situadas a leste e oeste do perímetro urbano. A Figura 17apresenta a localização da mancha urbana de Estrela Dalva e o sentido mais provável dos eixos de crescimento.
Em relação à infraestrutura de saneamento, a mesma será proposta para atender o crescimento urbano do município conforme os eixos esperados, lembrando que o PMSB deve ser revisto a cada quatro anos, conforme estabelece a Lei n.º 11.445/07, de forma que se houver alteração nos eixos de expansão aqui admitidos, o próximo plano o contemplará.
Figura 17 – Sentido do crescimento urbano esperado para Estrela Dalva.
3.2. DEMAIS LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS
A elaboração do Plano Municipal de Saneamento de Estrela Dalva é uma imposição legal inserta na Lei Nacional do Saneamento Básico (art. 9º, inciso I - Lei nº. 11.445/07), que, dentre outras definições, prevê que o ente titular da prestação dos serviços de saneamento deve elaborar tal instrumento.
A Lei Federal nº 11.445/07 estabelece diretrizes para o Saneamento no país, sendo que a base
constitucional para a União legislar sobre saneamento básico está no inciso XX do art. 21 da Constituição:
Art. 21. Compete à União:
[...]
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, sane- amento básico e transportes urbanos;
A Constituição refere-se ao saneamento básico também no art. 23, inciso IX:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do distrito Federal e dos
Municípios:
[...]
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
À União, portanto, compete legislar sobre saneamento, mas somente para estabelecer diretrizes gerais e promover programas para o setor, significando que deve envidar esforços e, obviamente, investir recursos na melhoria das condições de saneamento, estabelecendo formas de financiamento e destinação de recursos aos estados ou municípios, mediante regras que estabeleçam, mas sem qualquer competên- cia para ações executivas no setor de saneamento.
Mantendo uma sequência lógica e sistemática, a Constituição Federal, no artigo 23, caput, determina que seja comum à União, Estados e Municípios a promoção de programas de saneamento, podendo-se concluir que tais programas, no âmbito federal, devam limitar-se a diretrizes gerais.
Aos municípios, outrossim, sendo o saneamento um assunto de interesse local, compete promover a regulamentação, implantação e execução desse serviço, por força do que determina o artigo 30 da Cons- tituição Federal de 1988, que prescreve:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
[...]
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
[...]
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante pla- nejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
No âmbitode sua competência para prover e regulamentar o serviço de saneamento básico, o municí- pio pode estabelecer o modo como se dará a prestação, podendo ser feita de forma direta, pela própria ad- ministração Pública Municipal, ou indireta, mediante concessão a particulares, na forma estabelecida pela Lei Federal 8.987/95 ou por Parcerias Públicos Privadas, adotando o formato previsto na Lei Federal 11.107/05.
O Plano Municipal de Saneamento consiste em um importante instrumento de planejamento que pos- sibilita a execução de ações concretas para o setor de saneamento de maneira articulada com os governos estadual e federal, na busca da universalização do serviço.
Assim, o Plano Municipal deverá dialogar com os sistemas de planejamento estadual e federal para uma articulação sistêmica, conforme prevê a Lei nº. 11.445/2007. Os objetivos do Plano Municipal devem estar alinhados com os Planos de Saneamento dos demais entes da Federação e deve representar uma res- posta da sociedade para o desafio da universalização.
Historicamente, no Brasil, até o final da década de 1960, predominou a prestação dos serviços de sanea- mento de forma direta pelos municípios, por meio de serviços municipais de água e esgotos (SAEE´s ou DAAE´s). A partir do início da década de 1970, com a criação do PLANASA - Plano Nacional de Saneamento passou-se a destinar recursos para os Estados criarem suas próprias companhias de saneamento, daí sur- gindo várias companhias estaduais que assumiram os serviços municipais, por meio de concessões ou con- vênios. Esse cenário, de prestação dos serviços de saneamento por empresas estatais, ainda é predominante
nos dias de hoje, face à ausência de condições de prestação direta do serviço pela maioria dos municípios.
Com o advento da Lei nº 11.445/07, foram previstas novas formas de organização para prestação dos serviços de saneamento, estabelecendo, por exemplo, que sejam prestados através de Consórcios de municípios, regulamentado pela Lei de Consórcios Públicos - Lei nº 11.107/2005, mas, ao mesmo tempo, obriga a existência de planejamento, por meio da elaboração do Plano Municipal de Saneamento, conforme dispositivo legal abaixo:
Art. 9º. O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de sanea- mento básico, devendo, para tanto:
I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei;
II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;
III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento públi- co, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água;
IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários;
V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3º desta Lei;
VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento;
VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais.
Do ponto de vista legal ou jurídico, a construção de um Plano de Saneamento implica o respeito a um aparato legal que envolve muitas áreas do direito como meio ambiente, saúde, política urbana, habitação, política agrária, recursos hídricos dentre outras.
O artigo 2º da Lei nº 11.445/07 fixa os princípios fundamentais da política nacional de saneamento
básico e determina expressamente, no inciso VI, que haja:
“[...] articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habi- tação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de pro- moção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante”
Isto porque sua estruturação deve buscar a solução dos problemas que têm estrita relação com o saneamento básico, que são: o abastecimento de água, a disposição do esgoto, resíduos sólidos e drena- gem urbana das comunidades humanas.
Na mesma sintonia, o conceito legal adotado pelo sistema jurídico brasileiro, descrito no artigo 3º, da Lei 11.445/07, deixa explícita interface do saneamento com vários outros temas, tendo o seguinte teor:
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações opera- cionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a cap- tação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instala- ções operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraes- truturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, in- fraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;
II - gestão associada: associação voluntária de entes federados, por convênio de coo- peração ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal; III - universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico;
IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos ser- viços públicos de saneamento básico;
V - (VETADO);
VI - prestação regionalizada: aquela em que um único prestador atende a 2 (dois) ou mais titulares;
VII - subsídios: instrumento econômico de política social para garantir a univer- salização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda;
VIII - localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias, assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geogra- fia e Estatística - IBGE.
Pela leitura da definição legal de saneamento depreende-se transversalidade e interdisciplinaridade
do assunto, o que implica necessariamente na aplicação e conjugação de variados diplomas legais.
O Plano Municipal de Saneamento deve ser um instrumento de planejamento dos serviços das quatro formas legais do saneamento básico, que não podem ser tratados de forma segmentada, estando assim definidos, na Lei de Saneamento.
O planejamento do serviço municipal de saneamento envolve responsabilidades em todas as esferas de governo, promovendo a integração com as demais políticas setoriais, como: desenvolvimento urbano, habitação, mobilidade urbana, dentre outras; isto é, deve considerar as diretrizes de outras legislações.
A articulação da Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei nº. 6.938/1981, com os pla- nos de Saneamento Básico está explicitada na Lei nº. 11.445/2007 que no inciso III do art. 2º, determina que os serviços públicos de Saneamento Básico sejam realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente.
A saúde da população está intimamente ligada ao acesso a serviços de Saneamento Básico de qualidade, pois, isso tem importância fundamental no quadro epidemiológico. A implantação do serviço adequado na área de saneamento básico tem efeito imediato na redução das enfermidades decorrentes da falta dos mesmos.
A Lei Federal de Saneamento, nº. 11.445/2007, embora contenha disposição expressa de que os recursos hídricos não integram o saneamento básico (art. 4º), determina que os planos de Saneamento Básico devam ser compatíveis com os planos de bacia hidrográfica, o que impõe a sua absoluta conso- nância com o setor de recursos hídricos, havendo necessidade de respeito a toda legislação pertinente à gestão das águas, conforme as diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n°. 9.433/1997).
A legislação referente aos recursos hídricos tem relação direta nas formas de controle sobre o uso da água para abastecimento, assim como na disposição final dos esgotos, sem esquecer a necessidade de observância da interligação do Município com as bacias hidrográficas.
Em respeito à política de recursos hídricos, o Plano Municipal de Saneamento deve atender as dire- trizes dos Planos de Recursos Hídricos da esfera Federal, respeitando, no mínimo as seguintes diretrizes:
• Práticas adequadas de proteção de mananciais e bacias hidrográficas. Busca de integração e convergências das políticas setoriais de recursos hídricos e Saneamento Básico nos diversos níveis de governo.
• Identificação dos usuários das águas no setor, de forma a conhecer as demandas, a época des- tas demandas, o perfil do usuário, tecnologias utilizadas, dentre outras características.
Verifica-se, de toda essa legislação citada, que houve uma preocupação em estabelecer a gestão associada do sistema por diferentes entes da federação, bem como garantir a ampla participação popular. Em âmbito Federal, por força do artigo 52, da Lei 11.445/07, a construção do Plano Nacional de Saneamento está sob a coordenação do Ministério das Cidades, através da atuação direta da Secretaria Nacional de Saneamento Básico e tem a função de determinar objetivos e metas nacionais e regionaliza- das, além de estabelecer o empenho e comprometimento de todos os entes federados pela universalização
do Saneamento Básico nas áreas urbana e rural.
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é constituído pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), órgão superior deliberativo e normativo; a Agência Nacional de Águas (ANA), autarquia sob regime especial vinculada ao MMA (Ministério do Meio Ambiente), que tem autonomia administrativa e financeira para garantir a implementação da PNRH; os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do distrito Federal; os Comitês de Bacia Hidrográfica, órgão colegiado formado por representantes da União, governo do Estado, prefeituras, associados de municípios, usuários de recursos hídricos, sociedade civil, onde são tomadas as decisões referentes à bacia hidrográfica onde atua; os ór- gãos dos poderes públicos federal, estadual e municipal cujas competências se relacionam com a Gestão de Recursos Hídricos.
Bacia hidrográfica, por definição legal, é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e onde se dará a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
O município de Estrela Dalva está inserido no Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé, instituído pelo Decreto Estadual nº 44.290/06.
Os Comitês de Bacia Hidrográfica, dentro do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, podem ter instituída abrangência de atuação sob as seguintes áreas: a) na totalidade de uma bacia hidrográfica; b) na sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia; c) de tributário desse tributário; e
d) grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Esses Comitês são órgãos colegiados com atribuições normativas, deliberativas e consultivas a se- rem exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição e, por serem entes regionais, têm condições de ade- quar a gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais de sua área de abrangência, exatamente como determina o ordenamento jurídico.
Se o curso de água principal de uma bacia for de domínio da União, o Comitê por ela responsável será vinculado ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos e, nos caso em que o domínio seja do Estado, estarão vinculados ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
No estado de Minas Gerais, onde se situa o município, o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGRH-MG é composto pelos seguintes entes:
I - a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SE-
MAD, órgão central coordenador;
II - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG, órgão deliberativo e
normativo central;
III - o Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, órgão gestor;
IV - os Comitês de Bacia Hidrográfica de rios de domínio estadual; órgãos delibe- rativos e normativos na sua área territorial de atuação;
V - as Agências de Bacias Hidrográficas e as entidades a elas equipadas - unida- des executivas descentralizadas;
VI - os órgãos e entidades dos poderes estadual e municipais, cujas competên- cias se relacionem com a gestão dos recursos hídricos.
O saneamento, notadamente no que se refere ao abastecimento público de água e tratamento do
esgoto, está inserido expressamente na Política Estadual de Recursos Hídricos.
Por outro lado, a atuação direta dos Comitês de Bacia na elaboração dos Planos de Saneamento atende a própria Lei nº 11.445/07, ao mesmo tempo em que possibilita a integração das infraestruturas e serviços de saneamento com a gestão eficiente dos recursos hídricos, atingindo o cumprimento dos princípios fundamentais e as diretrizes nacionais traçadas para o setor.
Muito embora o instrumento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos não esteja mencionado de forma clara nas normas que tratam de saneamento, temos que a legislação federal obriga que o serviço de disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos deve obter direito de uso da água, nos termos da Lei nº 9.433/97, de seus regulamentos e das correspondentes legislações estaduais.
A Política Estadual de Recursos Hídricos em Minas Gerais está disciplinada na Lei nº 13.199/99, es- tabelece que o Sistema de Gestão (SEGRH/MG) deve “deliberar sobre o enquadramento dos corpos d’água em classes, em consonância com as diretrizes do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) e de acordo com a classificação estabelecida na legislação ambiental”. O sistema garante, ainda, queos Comi- tês de Bacia tenham competência para deliberar sobre proposta para enquadramento, podendo impor, com ampla participação popular, o uso prioritário ao abastecimento público.
Convém destacar, ainda, que existem outros relevantes instrumentos legais que merecem registro, a saber: Lei Federalnº 8.987/1995, das Concessões, e a Lei Federalnº 11.079/2004, das Parcerias Público-
-Privadas (PPPs), que podem imprimir mudanças na forma de prestação de serviços de saneamento e a Lei 10.257/2001, Estatuto da Cidade, que também está intimamente ligado ao setor de saneamento e com a gestão de recursos hídricos.
No Estatuto da Cidade, estão previstos como instrumentos da Política Urbana os seguintes: (i) pla- nos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
(ii) o planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; e, (iii) planejamen- to municipal, onde se incluem os planos diretores e o zoneamento ambiental, dentre outros.
O Estatuto da Cidade garante o direito à cidade sustentável que deve ser entendida como direito à terra urbana, à moradia e ao Saneamento Básico, entre outros, políticas que devem ser expressas no Plano Diretor, o qual deve servir de diretriz para os demais planos municipais, incluindo o de saneamento básico.
Art. 19. A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará o plano que poderá ser específico para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo: III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
As determinações do Plano Municipal de Saneamento devem estar em perfeita consonância com o que está estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Plano Plurianual e na Lei Orçamentária Anual do Município.
Isso porque a Constituição do Estado de Minas Gerais, alinhada com a Constituição Federal, no ar- tigo 161 proíbe o início de Projeto ou programa que não esteja contemplado em tais instrumentos, assim prescrevendo:
Art. 161 - São vedados:
I - o início de programa ou projeto não incluídos na Lei Orçamentária anual;
II - a realização de despesa ou assunção de obrigação direta que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
[...]
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá, sob pena de crime de responsabilidade, ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que a autorize.
Com efeito, no município de Estrela Dalva, para elaboração do Plano Municipal de Saneamento, foram observadas as Leis que dispõem sobre o Plano Plurianual para o período 2010/2013, a Lei de Dire- trizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual.
Com essa resumida explanação sobre as competências para a elaboração e gestão do saneamento básico, bem como sobre a transversalidade que marca a matéria, é trazida uma relação dos principais instrumentos legais que devem ser observados na elaboração do Plano de Saneamento do município de Estrela Dalva.
É importante asseverar a necessidade de estrita da observância de três instrumentos normativos que orientaram todo o trabalho desenvolvido na elaboração do Plano Municipal de Saneamento que são: a) o Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, o Plano de Recursos Hídricos do Rio Paraíba do Sul, que contém o Caderno de Ações Área de Atuação COMPE, no qual está inserido o município de Estrela Dalva e que contempla programas ações relacionados ao planejamento e ao gerenciamento dos recursos hídricos, concebidos para serem implantados no horizonte de planejamento de até 20 anos, respeitando a seguinte ordem temática:
•Redução de cargas poluidoras.
• Aproveitamento e racionalização de uso dos recursos hídricos.
• Drenagem e Controle de cheias.
• Planejamento de recursos hídricos.
• Projetos para ampliação da base de dados e informações.
• Plano de proteção de mananciais e sustentabilidade no uso do solo.
• Ferramentas de construção da gestão participativa.
Das diretrizes citadas, merecem especial destaque as disposições sobre drenagem e quanto à im- plantação das Ferramentas de Participação Coletiva, atendendo à legislação existente, com ênfase no concerne à Educação Ambiental, citada em vários diplomas enumerados neste trabalho.
As regras que orientam a implantação de drenagem restringem-se às normas técnicas de enge- nharia, uma vez que não existe legislação que discipline o tema. Portanto, a observância das disposições do Caderno de Ações mencionado é de suma importância, pois, trata-se de um instrumento normativo, editado pelo Comitê de Bacia – CEIVAP.
No tocante à participação coletiva, segundo o Caderno de Ações, deve ser viabilizada por meio de elaboração de Plano Social de Comunicação e Tratamento da Informação Qualificada, bem como por Pro- gramas de Educação Ambiental, indicando expressamente dois programas aplicados pelo CEIVAP:
• Programa Curso d’Água de Educação Ambiental, voltado para a gestão das águas, em geral, e para a gestão da bacia do rio Paraíba do Sul, em particular. Trata-se de proposta de retomada do Programa Curso d’Água-Escola, aplicado pelo CEIVAP entre 1999 e 2000, e a expansão do seu público-alvo e conteúdo programático para a comunidade;
• Programas de educação ambiental de âmbito local/regional, propostos por diferentes atores locais ao CEIVAP, para atuação em parceria, podendo ser específicos ou mais abrangentes no universo do tema “água e meio ambiente”, em função dos objetivos e estratégias de ação dos proponentes (ONGs, universidades, escolas, indústrias, etc.). Deverão ter um controle de quali- dade “Curso d’Água-CEIVAP”.
No âmbito municipal, a legislação básica ser respeitada no município de Estrela Dalva são: Lei Or- gânica; Lei de Diretrizes Orçamentárias; Lei Orçamentária; Plano Plurianual; Plano Diretor, bem como as demais leis ambientais, incluindo parcelamento e uso do solo, código de posturas, código de obras.
Contudo, não foi possível o acesso aos diplomas legais citados e, tampouco obter informações seguras sobre a existência ou não de leis ordinárias ou complementares referentes ao tema saneamento básico, sendo bastante provável que efetivamente não haja diploma legal municipal sobre o tema.
Insta mencionar que como a maior parte da legislação aplicável ao saneamento básico é de natureza ambiental, todas as normas infralegais (Portarias, Resoluções, Deliberações, Instruções Normativas, etc.) editadas pelos órgãos ambientais competentes, têm a mesma força da lei, ou seja, a obediência aos seus preceitos é obrigatória.
A ausência de legislação acerca de questões ambientais e de saneamento básico no município de Estrela Dalva reforça a necessidade de observância das Leis e Normas Federais e Estaduais pertinentes, direta ou indiretamente relacionadas com a questão do saneamento básico.
Por essa razão, ao selecionarmos a estrutura legal aplicável ao Município de Estrela Dalva para a conclusão de seu Plano Municipal de Saneamento, incluímos todas as normas vigentes em todas as esfe- ras de Governo, as quais devem ser observadas por questões de hierarquia ou em razão da ausência de lei municipal específica, impondo-se a aplicação subsidiária de leis de maior abrangência.
A legislação aplicável consta do APENDICE I e está organizada por temas no que diz respeito às normas federais e estaduais, à exceção das leis municipais que foram relacionadas em tópico exclusivo, para melhor visualização.
PARTE 4
Construção da Visão Estratégica do
Setor de Saneamento
Prestação de Serviços em Saneamento Básico
Parâmetros e Critérios para a Proposição de Alternativas
52 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 53
Quadro de Referência da Prestação de Serviços de Saneamento Básico
4. CONSTRUÇÃO DA VISÃO ESTRATÉGICA DO SETOR
DE SANEAMENTO
Como já mencionado, o saneamento básico engloba o conjunto dos serviços e instalações de abas- tecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Quando esses serviços de saneamento são prestados de maneira adequada garantem a qualidade de vida da população e a conservação do meio ambiente. Segundo o Ministério das Cidades (2012), as ações de saneamento são consideradas preventivas para a saúde, quando garantem a qualidade da água de abastecimento, a coleta, o tratamento e a disposição adequada de dejetos humanos e resíduos sólidos. Estas também são necessárias para prevenir a poluição dos corpos de água e a ocorrência de enchentes e inundações.
4.1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SANEAMENTO BÁSICO
A prestação do serviço, construída sob uma visão estratégica, destaca uma série de condições (normas e critérios técnicos) que garantam o acesso da totalidade da população de um determinado local a serviços de qualidade e com continuidade.
Como estabelecido pela Lei n.º 11.445/2007, a Política de Saneamento Básico é norteada pela universalização do acesso aos quatro componentes com integralidade e de forma adequada à saúde pú- blica, à proteção do meio ambiente e às condições locais. Da mesma forma, promove a integração com as políticas de desenvolvimento social, habitação, transporte, recursos hídricos, educação, entre outras.
Os principais atributos a serem observados na prestação de cada um dos componentes são:
• Abastecimento de água: quantidade, qualidade, regularidade e eficiência.
• Esgotamento sanitário: coleta, afastamento e tratamento com retorno ao meio ambiente ou mes- mo reuso.
• Resíduos Sólidos: acondicionamento, coleta, transferência ou transbordo, tratamento e disposi- ção final, sempre priorizando a redução da geração, reuso e reciclagem dos resíduos.
• Drenagem de águas pluviais: controle do uso e ocupação do solo, coleta e afastamento das águas pluviais.
Conforme a Lei n.º 11.445/07, a forma de prestação dos serviços de saneamento é definida pelo município, optando pela prestação direta por meio de um departamento; pela concessão a empresas qua- lificadas por meio de convênios com os governos dos Estados, através do contrato de programa; licitações para empresas privadas ou a criação de companhias e serviços autônomos municipais.
Sob esse aspecto, o Plano de Saneamento para o município de Estrela Dalva é o instrumento de planejamento, onde estão definidas as prioridades de investimentos, os objetivos e metas de forma a orientar a atuação dos prestadores, tendo como estratégia a universalização dos serviços de saneamento. A partir do PMSB, o município, poder concedente, decide qual será a forma de prestação dos serviços de saneamento.
54 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
55
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
4.2. PARÂMETROS E CRITÉRIOS PARA A PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS
Os parâmetros e critérios de definição de empreendimentos a serem formulados como alternativas no sentido de universalizar os serviços de saneamento são muito comuns aos de elaboração de projetos de engenharia sanitária.
Aqui são apresentados para o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de re- síduos sólidos e a drenagem urbana. Sua função é servir como referência para o pré-dimensionamento das unidades que serão necessárias para reduzir os déficits ao longo do tempo. Propostos os empreendi- mentos conforme critérios técnicos, logo viáveis tecnicamente, o passo seguinte é verificar a viabilidade econômica e ambiental, bem como definir que ações seriam necessárias, sempre procurando aumentar o nível de atendimento da população urbana, até que se atinja a universalização dos serviços em sanea- mento básico, sempre considerando os quatro componentes, lembrando que não é possível legalmente atender a população situada em áreas de preservação permanente ou em locais de invasão, onde não há regularidade fundiária.
4.2.1. Abastecimento de Água
A prestação desse serviço é reconhecida quando os seguintes critérios são seguidos para a oferta de água para a população: quantidade, qualidade, regularidade e eficiência. Para tanto, existem normas brasileiras e mesmo específicas de operadoras para o projeto das suas unidades. Para o acompanhamento do seu desempenho, há indicadores bem definidos como os de cobertura, eficiência etc., os quais são encontrados nas publicações do SNIS - Sistema Nacional de Informações em Saneamento.
O SNIS apoia-se em um banco de dados administrado na esfera federal, que contém informações de caráter institucional, administrativo, operacional, gerencial, econômico-financeiro e de qualidade sobre a prestação de serviços de água, de esgotos e de manejo de resíduos sólidos.
O dimensionamento é efetuado com base em informações básicas, coeficientes adotados ou obti- dos e critérios de dimensionamento aqui detalhados.
4.2.1.1. INFORMAÇÕES E COEFICIENTES ADOTADOS
Com a finalidade de abastecer com água potável a população beneficiada, seja atual ou futuro, o
sistema deve ter sua área delimitada, bem como apontada sua localização.
A. Localização e área atendida
Correspondem ao limite da área urbana, considerando as zonas de expansão com previsão de im- plantação ou em implantação. Outras variáveis importantes seriam a variação altimétrica local, zonas piezométricas e dados dos reservatórios abastecedores, caso existam.
B. Evolução de População
É apresentada evolução de população para início, meio e fim de plano, para um período de 30 anos. Os critérios de projeção são obtidos pela população de saturação, ajuste de curvas ou adoção de taxas geométricas de crescimento.
As unidades do sistema serão projetadas conforme:
• Rede de distribuição primária e secundária: população de saturação ou máxima prevista por setor ou zona.
• Captação, linhas adutoras, reservatórios e estações elevatórias, população prevista para 30 anos e considerando uma taxa de ocupação inicial igual à totalidade dos lotes ou número de lotes já ocupados na data do projeto. Outras taxas e períodos poderão ser utilizados, quando houver necessidade.
C. Consumo “per capita”
O consumo “per capita” para cidades que apresentam um relevo como o em questão varia de 100 a 250 litros por habitante por dia. A variação se origina nas medidas de gestão como a existência de mi- cromedição ou mesmo física, como válvula redutora de pressão, podendo atingir valores bem superiores, chegando a 350 L/hab.dia ou mais.
Na falta de outro critério será adotado um consumo “per capita” único para a cidade.
D. Coeficiente de variação do consumo
Os seguintes valores são os usuais conforme norma brasileira:
• k1: coeficiente de variação diária = 1,20;
• k2: coeficiente de variação horária = 1,50.
• O produto de ambos é igual a 1,80.
E. Perda de carga
Se necessária, a perda de carga distribuída seria calculada pela fórmula universal, considerando o efeito do envelhecimento do material das tubulações da rede. Para tubos em PVC, adota-se k = 0,06 mm e k = 0,1 mm para tubos em FoFo, sendo que k é o coeficiente de rugosidade absoluta do material do conduto. No caso de utilização da Fórmula de Xxxxx-Xxxxxxxx, adota-se C = 110.
F. Fluxograma do Sistema de Abastecimento de Água proposto
Indicará esquematicamente todo o sistema, incluindo os reservatórios, no qual os elementos line- ares, a rede de distribuição se insere. O mesmo será lançado na base cartográfica desenvolvida para o município.
4.2.1.2. ESTUDO DE DEMANDAS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O estudo de demandas tem por objeto determinar as vazões de dimensionamento das unidades de um Sistema de Abastecimento de Água - SAA. As unidades são: captação de água bruta, estação elevatória (casa de bombas), adução, estação de tratamento de água – ETA, reservação (reservatórios) e distribuição de água potável (adutoras e rede). Para obter essas vazões é necessário efetuar uma projeção populacional, pois as obras em saneamento são complexas e onerosas, necessitando em média de 20 anos para que sejam amortizadas. Utilizando os censos conhecidos do IBGE para o município em questão, é feito um estudo para determinar a população a atender no horizonte de planejamento, em geral 30 anos como vem sendo aqui colocado.
Com base na projeção populacional, são calculadas as vazões de dimensionamento das unidades do SAA, lembrando que esse sistema atende somente a população urbana.
Para dimensionar as unidades do SAA se faz necessário conhecer além das populações, as respec- tivas vazões de operação. A saber:
• Vazão média diária (Qméd):
Qméd= P .qpc [Qméd] = L/s
86.400
Onde:
qpc = quota per capita, varia de 100 a 250 l/hab.dia. É a quantidade de água produzida para atender as necessidades diárias de cada habitante. Depende dos hábitos da população, da disponibilidade hídrica etc.
P = população início, meio e fim de plano
• Vazão de captação (Qa):
Qa= K1. Qméd + perdas na ETA
Onde:
K1 = 1,2, coeficiente do dia de maior consumo. É o dia mais quente do ano, quando o consumo d’água é maior.
Perdas na ETA = de 2 a 4%. Ressalta-se que essas perdas ocorrem se não houver tratamento do efluente gerado na ETA ou recirculação da água.
Calculam-se as perdas da seguinte maneira:
Perdas = 0,02 .K1 . Qméd a 0,04 .K1 .Qméd
•Vazão de adução (Qb):
Qa= Qb= QETA [Qb] = L/s
•Vazão de reservação (Qc):
Qc = K1.Qméd [Qc] = L/s
•Vazão de distribuição (Qd):
Qd = K1 .K2. Qméd [Qd] = l/s
Onde:
K2 = coeficiente da hora de maior consumo = 1,5. Por meio deste, se calcula a maior demanda d’água num dia, em geral acontece ao final-da-tarde.
4.2.2. Esgotamento Sanitário
Os objetivos de um sistema de esgotos sanitários são reduzir os impactos negativos ao ambiente e diminuir os riscos à saúde pública da população beneficiada. Isso ocorre concretamente por meio de rede coletora, coletores-tronco, interceptores, estações elevatórias, emissários e tratamento de esgotos. Essas unidades coletam, afastam e finalmente tratam o esgoto sanitário produzido por uma zona urbana, beneficiando sua população.
A prestação do serviço seria entendida da seguinte forma: coleta, afastamento e tratamento com retorno ao meio ou mesmo reuso. Existem normas brasileiras e mesmo específicas de operadoras,além do que, há indicadores bem definidos como os estabelecidos no SNIS.
Enquanto a rede, coletores, emissários e interceptores coletam e afastam o esgoto, o tratamento visa reduzir os teores de matéria orgânica, avaliados pela Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO, de Termotolerantes – CF e de Sólidos Suspensos – SS. A matéria orgânica não é avaliada diretamente pela quantidade de matéria presente, isto é, a sua massa, mas sim pela redução que causa na concentração de oxigênio dissolvido – OD, presente nos corpos d’água. Justifica-se isso pela enorme variedade de substân- cias orgânicas encontradas, de maneira que se fosse determinada a presença de cada uma destas, seria um trabalho árduo, porém de pouca utilidade prática. Sua remoção se faz por meio de processo biológico aeróbio ou anaeróbio.
A presença de coliformes termotolerantes (CF), por sua vez, avalia se há esgotos sanitários em corpos d’água. Os termotolerantes (CF) pertencem à família dos coliformes totais, a qual abrange não só os que vivem no intestino dos animais de sangue quente, mas ainda os que fazem parte da biota do ecossistema do solo. Os termotolerantes (CF) têm como seu ambiente o intestino do homem e dos ani- mais de sangue quente, que são escuros e quentes, de maneira que é lá que se alimentam, crescem e se reproduzem. Quando presentes em corpos d’água superficiais indicam uma contaminação recente destes por esgotos sanitários, pois esses corpos, iluminados e frios, logo de condições adversas, não reúnem as condições para a sua reprodução e crescimento. Portanto, a determinação do seu número mais provável por 100 ml – NMP/100 ml é usual para verificar o grau de contaminação dos corpos d’água. Embora não sejam patogênicos, somente oportunistas, indicam potencialmente a presença de outros organismos ou microrganismos patogênicos provenientes dos esgotos sanitários. Sua remoção na ETE se faz da mesma forma que o restante de matéria orgânica, mas, adicionalmente, poderá ser realizada a desinfecção do efluente tratado com a aplicação de cloro.
Os sólidos em suspensão – SS também são utilizados como variável para avaliar a eficiência de estações de tratamento de esgotos, porém seu uso é ainda pequeno, dada às condições ambientais aqui encontradas. Em países onde se encontram corpos d’água com teor total de sais elevado, próximo a ser salobro, é feito um controle também dessa variável, de maneira a evitar um aumento de seu valor nos corpos receptores. Sua remoção ocorre principalmente por sedimentação. Atualmente e dependendo do tipo de processo, tem sido colocado como objetivo a remoção dos SS para melhorar o aspecto do esgoto tratado dada a clarificação.
Nos estudos de concepção ou em projetos das unidades que compõem o SES, critérios e diretrizes são adotadas para que se obtenham suas dimensões. Esses critérios e parâmetros são especificados a seguir, onde se aborda os valores das variáveis utilizadas e também os critérios de projeto para que fossem determinadas as respectivas vazões.
4.2.2.1. VARIÁVEIS E PARÂMETROS DE PROJETO
São aqueles que influem diretamente nas vazões de projeto, como quota per capita, coeficientes do
dia e da hora de maior consumo etc.
A. Quota per capita
É o valor adotado relativo ao volume produzido de água por habitante por dia. Varia entre 100 e 250 L/hab.dia em geral. A quota (qPC) usual fica em torno de 180 L/hab.dia, em função das características dos municípios da região.
B. Coeficientes Ligados à Determinação de Vazão
São os relativos ao dia de maior consumo (K1), hora de maior consumo (K2) e de vazão mínima (K3). Adotaram-se os propostos pela norma de projeto do Sistema de Abastecimento de Água, logo: K1 = 1,20; K2 = 1,50 e de vazão mínima horária, K3 = 0,5.
C. Coeficiente de Retorno Água/Esgoto
É o quanto de água se transforma em esgoto sanitário, após ser utilizada. O coeficiente de retornoo
água/esgoto (C) aqui adotado é igual a 0,80.
D. Coeficiente de Contribuição Industrial
Para a área industrial seria adotado um coeficiente de contribuição industrial específica (Qai) igual a
0,70 L/s/ha.
E. Taxa de Infiltração
É a taxa de água do solo (ti) que se infiltra na rede coletora. Foram adotados os seguintes valores:
• Regiões altas: ti = 0,05 L/s/km.
• Regiões baixas: ti = 0,10 L/s/km.
F. Contribuição per capita de DBO
Foi adotada uma taxa (DBOPC) de 54 gDBO/hab.dia.
4.2.2.2. CRITÉRIOS DE PROJETO
Os critérios adotados são aqueles para que se obtenham as vazões de dimensionamento da estação de tratamento de esgotos.
• Vazão média:
Esta vazão é utilizada para dimensionar unidades pertencentes à estação de tratamento de esgotos e ao sistema de coleta.
Qméd = P.C.qPC
86400
Onde:
Qméd = vazão média, L/s. P = população servida, hab.
qPC = contribuição “per capita”. C = coeficiente de retorno.
• Vazão Inicial:
Esta vazão é utilizada para dimensionar a coleta de esgotos.
Qi= K2 .Qmédia + Ti + Qci
Onde:
Qi = vazão inicial, L/s.
K2 = coeficiente da hora de maior consumo.
Qmédia = contribuição média inicial de esgotos domésticos, L/s. Qci = contribuição concentrada inicial em um ponto da rede, L/s. Ti = vazão inicial de infiltração na rede (L/s) = Lrede .ti .
Lrede = comprimento de rede no início de plano.
Caso se calcule a vazão no início de plano sem considerar a contribuição concentrada inicial e a de infiltração, ter-se-ia a vazão da hora de maior consumo (Qh), a qual, ao menos uma vez ao dia, arrastaria os sólidos sedimentados. Assim:
Qh= K2 .Qmédia
• Vazão final:
Esta vazão é utilizada para dimensionar a coleta de esgotos.
Qf= K1 .K2 .Qmédf + TI + Qcf
Onde:
Qf = vazão final em L/s,
K1 = coeficiente do dia de maior consumo. K2 = xxxxxxxxxxx xx xxxx xx xxxxx xxxxxxx.
Xxxxx = contribuição média final de esgotos domésticos, L/s. Qcf = contribuição concentrada final em um ponto da rede, L/s. Tf = vazão final de infiltração na rede (l/s) = Lrede .ti .
Lrede = comprimento de rede no fim de plano.
Caso se calcule a vazão no fim de plano sem considerar a contribuição concentrada inicial e a de infiltração, ter-se-ia a vazão do dia e da hora de maior consumo (Qdh), a qual, ao menos uma vez ao dia, arrastaria os sólidos sedimentados, bem como suportaria essa solicitação de ponta do coletor. Assim:
Qdh= K1 .K2 .Qmédia
• Vazão mínima
Esta vazão é utilizada para verificar o tratamento de esgotos.
Qmín =K3 .Qmédia ou Qmín= K3 .Qmédf
Onde:
Qmín = vazão mínima de esgotos, L/s.
• Volume médio diário de esgotos produzidos.
É utilizado para dimensionar o tratamento de esgotos.
Ve= 86400 . Qméd
1000
Onde:
Ve = volume médio diário de esgotos produzidos, m3/dia.
• Carga orgânica
Utilizada para o dimensionamento das estações depuradoras para o início, meio e fim deplano. DBOt= P . DBOPC
Onde:
DBOt = carga orgânica total diária, kgBDO/dia. P = população atendida, hab.
DBOPC = carga orgânica “per capita”, kgDBO/hab.dia.
4.2.2.3. CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO SANITÁRIO
Na literatura se aceitam como valores típicos de DBO dos esgotos sanitários 300 mg/L, para aquele definido como médio; fraco, abaixo de 200 mg/L e forte, acima de 400 mg/L. Esses valores exemplificam as condições usuais, porém é possível que o esgoto afluente a uma estação apresente variação em função da hora em que é feita a amostragem. Para os sólidos suspensos os valores para esgoto sanitário concen- trado (forte), médio e fraco (diluído) respectivamente são: 500, 300 e 150 mg/L. Já para o teor dos sólidos sedimentáveis, o valor mais comum situa-se na faixa de 3 a 5 mL/L.
O Quadro 5 mostra uma síntese de valores das características típicas de sólidos no esgoto bruto encontradas na literatura específica.
A variação das condições depende de muitos fatores: hábitos da população atendida pelo Sistema de Esgotos Sanitários – SES, presença de efluentes industriais, taxa de infiltração de água subterrânea e outras na rede coletora, ligações parasitárias de águas pluviais ou de outra origem na rede etc. Assim, como já visto para a DBO, variações significativas são esperadas principalmente em função dos hábitos da população e dos diversos contribuintes que são encontrados como indústrias, hospitais etc.
Quadro 6 – Características típicas de sólidos no esgoto bruto.
Sólidos | Características dos esgotos in natura (mg/L) | ||
Forte | Médio | Fraco | |
Volátil | 000 | 000 | 000 |
Fixo | 300 | 150 | 80 |
Total | 1.000 | 500 | 200 |
Suspenso volátil | 400 | 250 | 70 |
Suspenso fixo | 100 | 50 | 30 |
Suspenso total | 500 | 300 | 100 |
Dissolvido volátil | 300 | 100 | 50 |
Dissolvido fixo | 200 | 100 | 50 |
Dissolvido total | 500 | 200 | 100 |
Fonte: Pessoa e Jordão, Tratamento de Esgotos sanitários, 2005.
4.2.3. Resíduos Sólidos
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos consiste num conjunto articulado de ações nor- mativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que uma administração municipal desenvolve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor os resíduos sólidos de uma cidade. A prestação de serviço é considerada quando os resíduos passam pelas seguintes etapas: acondiciona- mento, coleta, transferência ou transbordo, tratamento e disposição final. Existem normas brasileiras, por exem- plo, classificação dos resíduos, bem como indicadores definidos para verificar o grau de eficiência da gestão do
serviço de limpeza pública.
Uma importante regulamentação na área dos resíduos, recentemente instituída, foi a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n.o 12.305/2010. A PNRS define gerenciamento de resíduos sólidos como um “conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (inciso X, art. 3o). Além de que, entre seus principais objetivos tem-se a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento de resíduos sólidos.
O gerenciamento ideal dos resíduos sólidos urbanos, como preconizado pela PNRS, deve priorizar as ações de não geração e redução, passando pela reciclagem e tratamento, até chegar às opções de menor prio- ridade, a disposição final e a remediação, que muitas vezes envolvem altos custos e riscos (Figura 18).
Figura 18 – Hierarquia do gerenciamento de resíduos.
Fonte: Adaptado de Environment Canada, 2012.
A gestão dos resíduos sólidos, desde a sua produção até o seu destino final, pressupõe o conheci- mento sistemático e aprofundado das suas características, quer quantitativas, quer qualitativas. A carac- terização e quantificação dos resíduos gerados por uma localidade, não é tarefa fácil, mas de primordial importância para a verificação da eficiência das etapas de gerenciamento em operação e na proposição de projetos futuros. Diversos fatores podem influenciar nas características e formação dos resíduos, tais como (LIMA, 2004):
• número de habitantes do local;
• área relativa de produção;
• variações sazonais;
• condições climáticas;
• hábitos e costumes da população;
• nível educacional;
• poder aquisitivo;
• tipo de equipamento de coleta;
• segregação na origem;
• sistematização da origem;
• disciplina e controle dos pontos produtores;
• leis e regulamentações específicas.
Os resíduos são classificados quanto a sua origem e periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos urbanos são classificados em (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000):
• Domiciliar: originado nas residências, constituído por restos de alimentos, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens, podendo ainda incluir resíduos perigosos, como: pilhas e baterias, lâmpadas flu- orescentes, medicamentos vencidos, material para pintura (tintas, solventes, etc.), entre outros.
• Comercial: originado nos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. Os resíduos desses locais tem gran- de quantidade de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como papel toalha, papel higiênico, etc.
• Serviços de limpeza pública: inclui os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, limpeza de galerias, córregos e terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, etc. Inclui ainda a limpeza de áreas de feiras livres, constituído por restos vegetais diversos, emba- lagens, etc.
• Serviços de saúde: constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou podem conter germes patogênicos, oriundos de locais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde, etc. Tratam-se de agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazo de validade vencido, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X, etc. Os resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpeza gerais e outros materiais, desde que coletados segregadamente e não entrem em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são semelhantes aos resíduos domiciliares.
• Portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários: constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou podem conter germes patogênicos, produzidos nos portos, aero- portos e terminais rodoviários e ferroviários. Basicamente, constituem-se de materiais de hi- giene, asseio pessoal e restos de alimentos, os quais podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países. Também nesse caso, os resíduos assépticos destes locais, desde que coletados segregadamente e não entrem em contato direto com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são semelhantes aos resíduos domiciliares.
• Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalurgia, quí- mica, petroquímica, papeleira, alimentícia, etc. O resíduo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, ma- deiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do resíduo considerado tóxico (classe I).
• Agrícola: resíduos das atividades agrícolas e da pecuária. Incluem embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, restos de colheita, etc.
• Construção e Demolição: resíduo da construção civil, composto por materiais de demolições, restos de obras, solos de escavações diversas, etc. Trata-se geralmente de material inerte pas- sível de reaproveitamento, porém pode conter resíduos com característica tóxica, com destaque para restos de tintas e solventes, peças de amianto e metais diversos, cujos componentes po- dem ser remobilizados caso o material não seja disposto adequadamente.
No Quadro 7 é indicada a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos descritos anteriormente.
Quadro 7 – Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.
Origem do Lixo | Responsável |
Domiciliar | Prefeitura |
Comercial | Prefeitura* |
Serviços de limpeza públicas | Prefeitura |
Serviços de saúde | Gerador |
Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários | Gerador |
Industrial | Gerador |
Agrícola | Gerador |
Construção e Demolição | Gerador |
Nota: * A Prefeitura é responsável por quantidades pequenas (geralmente inferiores a 50 kg) de acordo com a legislação municipal especí- fica. Quantidades superiores são de responsabilidade do gerador.
Fonte: Adaptado de X’Xxxxxxx e Vilhena, 2000.
Quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública a ABNT com base na norma NBR
10.004 classificou os resíduos em três classes:
• Resíduos Classe I – Perigosos: são aqueles resíduos ou misturas dos mesmos, que apresentam periculosidade, ou qualquer característica de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxici- dade, patogenicidade ou ainda que constem nos anexos A (resíduos perigosos de fontes não específicas) ou B (resíduos perigosos de fontes específicas) da Norma. Estes resíduos podem apresentar risco a saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento da mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuse- ados ou dispostos de maneira inadequada.
• Resíduos Classe II – Não Perigosos, divididos em:
• Resíduos Classe II A – Não Inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações de re- síduos Classe I ou Classe II B nos termos da Norma. Estes resíduos podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
• Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma for- ma representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. “Como exemplo destes materiais, pode-se citar: rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e borrachas que não são facilmente decompostos” (ROCCA, 1993).
De forma geral, os resíduos são classificados em função das suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas e com base na identificação de contaminantes presentes em sua massa (ROC- CA, 1993).
Os fatores de geração consistem, basicamente, na taxa de geração por habitante e nível de aten- dimento dos serviços públicos do município. Para obterem-se as taxas per capita estimadas de geração de resíduos divide-se: a quantidade total de resíduos coletados no município no ano considerado, em kg, pelo número de dias em um ano e pela população fixa atendida pelo serviço de coleta no município nesse mesmo ano:
T = Quantidade de resíduos (kg/dia) População fixa (habitantes)
Com a taxa per capita e os estudos de projeção populacional é possível calcular ao longo do hori- zonte de projeto (30 anos) a projeção da geração de resíduos. A partir da demanda estimada são previstos os programas e ações a elaborar, visando atender a população dentro dos princípios de sustentabilidade, bem como verificada a capacidade das unidades que compõem a limpeza pública.
4.2.4. Drenagem Urbana
A prestação de serviço de manejo das águas pluviais urbanas, quando em comparação com os outros serviços que compõem os serviços de saneamento, é menos definida em termos de planejamento. Não há normas brasileiras, somente operação direta de prefeituras ou de companhias habitacionais, além disso, possui indicadores de avaliação da prestação dos serviços pouco definidos.
A finalidade da drenagem urbana é combater as inundações que trazem prejuízos à vida urbana, bem como evitar empoçamento d’água que é fonte de doenças como a dengue. O sistema tradicional é composto por dois outros distintos que são planejados e projetados sob critérios diferenciados: o sistema inicial de drenagem (microdrenagem) e o sistema de macrodrenagem.
O sistema de microdrenagem ou coletor de águas pluviais é aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de águas pluviais e, também, canais de pequenas dimensões. O sistema é dimensionado para o escoamento de vazões de 2 a 10 anos de período de retor- no. Quando bem projetado e com manutenção adequada, praticamente elimina as inconveniências ou as interrupções das atividades urbanas que advém das inundações e das interferências de enxurradas. Esse serviço é tipicamente municipal e é o primeiro a receber as águas pluviais e encaminhá-las aos corpos receptores.
Já o sistema de macrodrenagem é constituído, em geral, por canais (abertos ou de contorno fe- chado) de maiores dimensões, projetados para vazões de 25 a 100 anos de período de retorno. Do seu funcionamento adequado depende a prevenção ou minimização dos danos às propriedades, dos danos à saúde e perdas de vida das populações atingidas, seja em consequência direta das águas, seja por doen- ças de veiculação hídrica.
Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento superficial direto, tendo tra- dicionalmente como base o enfoque orientado para o aumento da condutividade hidráulica do sistema de drenagem. O emprego inadequado desses sistemas ameaça apenas transferir o problema do escoamento para jusante, resultando em inundações em áreas que anteriormente não sofriam com tal situação.
As tendências modernas dessa infraestrutura e que já vêm sendo amplamente aplicadas ou pre- conizadas internacionalmente, é dar ênfase ao enfoque orientado para o armazenamento das águas por estruturas de detenção ou retenção. Esse enfoque é mais indicado a áreas urbanas ainda em desenvol- vimento, sendo utilizado também em áreas de urbanização mais consolidadas, desde que existam locais (superficiais ou subterrâneos) adequados para a implantação dos citados armazenamentos. Este conceito não dispensa, contudo, a suplementação por sistemas de micro e macrodrenagem.
Segundo Xxxxxxx (2005), para a conveniente seleção entre as muitas alternativas possíveis dentro do planejamento de drenagem urbana, é necessário escolher uma política de atuação que determine as decisões presentes e futuras. Visando à consolidação dessas políticas, é preciso dispor de critérios gerais de projetos, operação e manutenção. Também são importantes os dados físicos da bacia, hidráulicos, hidrológicos, de uso e ocupação da área em estudo, os dados de qualidade da água (pontuais e difusos), a regulamentação para a aprovação de projetos no âmbito da bacia (escopo mínimo, eficiências, custos e aspectos ambientais), os planos de financiamento (agências internacionais, recursos locais), e as políticas fiscais (taxas de melhoria, descontos para incentivar práticas de conservação, etc.).
As dimensões e a tipologia tanto da micro como da macrodrenagem dependem diretamente da va-
zão máxima, aquela que acontece a partir de uma determinada chuva intensa, definida em função de um tempo de recorrência. O dimensionamento e os custos das estruturas hidráulicas por onde passam essas águas dependem do cálculo apurado dessa vazão, que pode ser obtida a partir de dois métodos:
1. Dados de postos fluviométricos: os grandes rios possuem registros que possibilitam o cálculo das vazões de cheia, como também a consulta a outros trabalhos conduzidos na região de estudo podem servir de fonte para os valores dessas vazões máximas ou da cota de inundação observada em eventos excepcionais.
2. Determinação sintética da vazão máxima por meio de métodos como o Racional e o I-PAI-WU. O primeiro é mais utilizado para a microdrenagem enquanto que o segundo para a macro, desde que a bacia hidrográfica tenha até 200 km2 de área.
Os métodos sintéticos mais recomendados de cálculo de vazões máximas e desenvolvidos para bacias com áreas de drenagem de diversas ordens de grandeza, bem como os seus limites mais usuais de aplicação são os seguintes:
• Método Racional: área da bacia menor ou igual a 2 km2 e período de retorno menor ou igual a 50 anos. Este método foi introduzido em 1889 e é largamente utilizado nos Estados Unidos e em outros países. Embora frequentemente esteja sujeito a críticas acadêmicas por sua simplicidade, continua sendo bastante aceito, notadamente para as obras de microdrenagem em bacias pouco complexas. O Método Racional adequadamente aplicado conduz a resultados satisfatórios em projetos de drenagem urbana que tenham estruturas hidráulicas como sarjetas, sarjetões, bocas-de-lobo e galerias, ou ainda para estruturas hidráulicas projetadas em pequenas áreas rurais. O método pode ser apresentado sob a seguinte fórmula:
Q = 166,67. C. A. i
Onde:
Q= Vazão máxima ou de projeto [Q] = l/s
C= Coeficiente de escoamento superficial, função do uso e ocupação do solo i= Intensidade de chuva [I] = mm/min
A= Área da bacia de contribuição [A] = há
A equação anterior sintetiza o método, isto é, a partir da chuva intensa, chega-se a uma vazão má- xima, considerando características físicas da bacia em questão como área e coeficiente de escoamento superficial ou de deflúvio (C). Este último coeficiente nada mais é que a razão entre o volume que escoa superficialmente e o de precipitação.
O coeficiente de escoamento superficial necessário para os cálculos é determinado em função do uso e ocupação do solo. Em função do tipo de ocupação podem ser utilizados os seguintes valores para determinar o coeficiente de escoamento superficial:
Tipo de solo | Valor do Coeficiente |
Superfícies impermeáveis | 0.90 |
Zona urbana - vias pavimentadas | 0.85 |
Terreno estéril ondulado | 0.70 |
Terreno estéril plano | 0.60 |
Pastagem | 0.50 |
Zona urbana - vias não pavimentadas | 0.40 |
Matas | 0.35 |
Pomares | 0.30 |
Áreas cultivadas | 0.25 |
Várzea | 0.20 |
Onde: | ||
V = | volume total de escoamento superficial | [m3] |
Qp = | vazão de pico de cheia | [m3/s] |
Qb = | vazão de base | [m3/s] |
Q = | vazão de projeto | [m3/s] |
Quadro 8 – Coeficiente de escoamento superficial em função do uso e ocupação do solo.
• Método I-PAI-WU: Este método constitui um aprimoramento, um desenvolvimento do Método Racional. Sua aplicação tem sido aceita para bacias com áreas de drenagem de até 200 Km2, sem limitações quanto ao período de retorno. O Racional, apesar de ser mais utilizado e acei- to em bacias pequenas e pouco complexas, permite aperfeiçoamentos efetuados por meio de análise e consideração de diversos fatores intervenientes, como os efetuados pelo I-PAI-WU. Os fatores adicionais referem-se ao armazenamento na bacia, à distribuição da chuva e à forma da bacia. A aplicação deste método, levando em conta esses parâmetros adicionais, torna-se mais adequado na medida em que estes exercem um papel importante no desenvolvimento de uma cheia para as bacias de maior área de drenagem e mais complexas. A equação base para aplicação do método advém do método racional, isto é:
Onde:
Qp = vazão de pico de cheia [Qp] = m3/s C = coeficiente de escoamento superficial
i = intensidade da chuva [I] = mm/h
A = área da bacia de contribuição [A] = Km2 k = coeficiente de distribuição espacial da chuva
Sendo:
Q= Qb + Qp
Mas:
Qb = 0,10. Qp
Logo:
Q = 1,1.Qp
A vazão de base (Qb) de um curso d’água é a correspondente à contribuição exclusiva do solo, sem que haja escoamento superficial direto. Após o início da precipitação, o escoamento superficial direto é o maior responsável pelo acréscimo de vazão, efeito que vai cessando após o término da chuva. O método de I-PAI-XX considera os efeitos mencionados e descritos na atenuação da vazão de pico de cheia, que é a vazão máxima procurada.
A determinação sintética de vazão máxima nos cursos d’água depende diretamente do cálculo das características físicas das bacias hidrográficas como: área, perímetro, comprimento e declividade do rio principal, bem como do uso e ocupação do solo urbano. Essas características podem ser calculadas atra- vés do emprego de Sistema de Informação Geográfica – SIG.
O Método Racional é adequado nos cálculos hidrológicos para o dimensionamento de estruturas hi- dráulicas que compõem a microdrenagem, enquanto que o I-PAI-WU, para os mesmos cálculos, porém vol- tados à macrodrenagem e respectivas obras como canalizações, vertedouros, etc. Cabe ainda ressaltar que o serviço de microdrenagem, devido ao seu alcance, é tipicamente municipal, enquanto que a macrodrenagem, relativa às bacias maiores, pode ser de domínio estadual ou federal em virtude do curso d’água principal.
4.3. QUADRO DE REFERÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DESANEAMENTO BÁSICO
A Lei Federal nº 11.445/07 veio estabelecer um novo marco Regulatório para o setor de saneamento básico, tendo em vista que a prestação dos serviços ainda estava referenciada à época do BNH/PLANASA. Como visto, as atribuições são bem definidas, constituindo o município o Poder Concedente, sendo o respon- sável pelo planejamento dos serviços e gestão das informações. Para a operação em si, várias opções são selecionáveis, como a efetuada pelo próprio município, contrato de programa com as Companhias Estaduais e mesmo outras formas como a Parceria Pública Privada. Nesse novo cenário, o que seria denominado de prestação de serviço, independentemente do componente, água, esgotos, lixo e drenagem urbana?
A resposta passa pelo estabelecimento de metas a alcançar paulatinamente no sentido da universali- zação da prestação dos mesmos e seguindo critérios de sustentabilidade econômica. Universalizar significa atender as demandas da população, buscando qualificar os investimentos em unidades físicas em si, bem como avançar na gestão dos serviços.
Na medida em que se avança na oferta física dos serviços por meio de novas unidades ou mesmo reforma das existentes de cada um dos componentes, também é necessária a gestão mais objetiva e con- sistente dos serviços. No caso do abastecimento de água, a universalização seria alcançada quando toda a população potencialmente abastecível o seria, exceto aquela situada em áreas com problemas fundiários, como invasões ou moradora de Área de Proteção Permanente – APP que pela força da lei não são atendidas. Nesse caso, cabe à prefeitura regularizar a ocupação para que haja o abastecimento.
Da mesma forma, não cabe se entender como serviço universalizado aquele em que as perdas são elevadas ou não há cobrança individualizada pelo consumo. Logo, universalizar significa também aumentar a eficiência do uso d’água, combatendo o desperdício desse recurso natural cada vez mais objeto de com- petição pelo uso.
De maneira semelhante, a universalização para qualquer outro dos componentes pressupõe gestão mais acurada dos serviços.
PARTE 5
Estudo de Demandas
70 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 71
Projeção Populacional Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário Resíduos Sólidos Drenagem Urbana
5. ESTUDO DE DEMANDAS
A demanda por serviços de saneamento é calculada em função do crescimento populacional. Sendo assim, o estudo apresenta primeiramente a projeção populacional para o município de Estrela Dalva, con- siderando o horizonte de planejamento de 30 anos.
Num segundo momento, são calculadas as demandas para as quatro componentes do saneamento em função da projeção populacional e das informações levantadas na fase de diagnóstico. De forma a facilitar a compreensão e leitura do texto, são resgatadas as principais informações da fase de diagnóstico que caracterizam a situação atual dos sistemas.
5.1.PROJEÇÃO POPULACIONAL
A projeção populacional tem por objetivo determinar as populações urbanas a atender para o início, o meio e o fim de-plano. O crescimento de uma população é influenciado por diversos fatores, tais como: políticos, econômicos, sociais, recursos naturais disponíveis, etc.
Há incerteza quanto ao acontecimento desses fenômenos no horizonte de projeto, de modo que se costuma adotar hipóteses às quais, por sua vez, dependem das condições ambientais, meio físico, biótico e socioeconômico, da região onde se insere o município objeto do estudo.
5.1.1. Metodologia
Os métodos mais utilizados de projeção populacional são apresentados a seguir.
•Método Aritmético
Pressupõe que o crescimento de uma população se faz aritmeticamente, i.é, é muito semelhante a
uma linha reta. Em geral acontece nos menores municípios aonde o crescimento é meramente vegetativo.
Pf = Po + r . (tf – to)
Onde:
Po = população Inicial (último censo conhecido), to = ano do último censo,
Pf = população final ou a do ano necessário, tf= ano necessário (início, meio e fim de plano),
r = taxa de crescimento linear (calculada pelos censos).
As taxas futuras de crescimento aritmético são adotadas a partir daquelas passadas, assim deter- minadas:
r1 = P 1991 – P 1980
1991 – 1980
72 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
73
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
r2 = P 2000 – P 1991
2000 – 1991
r3 = P2010 – P 2000
2010 – 2000
•Método Geométrico
É o que ocorre principalmente numa fase de uma população aonde seu crescimento é muito acele- rado, acompanhando praticamente a curva exponencial.
Pf = Po . q tf - to
Onde:
q = taxa de crescimento geométrico;
Po = população Inicial (último censo conhecido); to = ano do último censo,
Pf = população final ou no ano necessário,
tf = ano necessário (início, meio e fim de plano).
As taxas futuras de crescimento geométrico são adotadas a partir daquelas passadas, assim deter- minadas:
micas e outros fatores que impulsionam a economia, o crescimento populacional mostra-se geométrico. Nesse caso, é necessário verificar em que período se situam quanto ao crescimento, pois seria acentuado, o que não é muito comum hoje em dia, ou ainda crescendo, porém com taxas cada vez menores ano a ano e a projeção populacional é feita adotando taxas geométricas de crescimento dentro do período de horizonte de projeto.
Embora não seja fácil mensurar o futuro, efetuar a projeção populacional de forma consistente a par- tir de hipóteses embasadas é fundamental para que não se incorra em custos adicionais. Portanto, é uma etapa que merece atenção, porque as dimensões das unidades dos sistemas de saneamento e respectivos equipamentos dependem diretamente da população a atender.
5.1.2. Cálculo da Projeção Populacional
Para o município de Estrela Dalva a projeção populacional foi realizada a partir dos dados do Cen- so Demográfico do IBGE apresentados no Quadro 9. Verifica-se que até 1970 a população do município residia predominantemente na área rural, fato que se altera a partir de 1980, quando a população urbana ultrapassa a rural.
Quadro 9 – População total, urbana e rural do município de Estrela Dalva.
Ano | População total | População urbana | População rural |
1970 | 3.328 | 1.302 | 2.026 |
1980 | 2.671 | 1.449 | 1.222 |
1991 | 2.617 | 1.475 | 1.142 |
2000 | 2.674 | 1.801 | 873 |
2010 | 2.470 | 1.781 | 689 |
⎛ P ⎞1
q1 =
⎜ 1991 ⎟
⎝ P1980 ⎠
(1991 − 1980)
Fonte: Censo IBGE.
Figura 19 – Evolução da população no município de Estrela Dalva.
⎛ P ⎞1
q2 =
⎜ 2000 ⎟
⎝ P1991 ⎠
(2000 − 1991)
⎛ P ⎞1
q3 =
⎜ 2010 ⎟
⎝ P2000 ⎠
(2010 − 2000)
Com os censos de 1980, 1991, 2000 e 2010, são calculadas as taxas geométricas e aritméticas de crescimento populacional para a população urbana e a total do município. A partir das taxas de crescimen- to que ocorreram no passado, das condições atuais e de outros fatores que podem ser assumidos quanto ao futuro, são adotadas taxas de crescimento.
Para os municípios onde acontece o crescimento vegetativo sem efeito de migração, normalmente mostram um crescimento linear. Para obter a população futura no horizonte de projeto, basta adotar a taxa aritmética que vem ocorrendo. Já outros beneficiados por facilidade de acesso, muitas atividades econô-
Fonte: Censo IBGE.
Atualmente, 72,1% da população encontram-se na área urbana e 27,9% na área rural. De maneira geral a popu- lação total do município manteve-se estável no intervalo de 1980 a 2000 apresentando pequena queda de 2000 a 2010. Utilizando os modelos de projeção populacional, foram calculadas as taxas de crescimento aritmético e de cres- cimento geométrico (Quadro 10), tendo como dados de entrada as populações total e urbana do Censo Demográfico.
Adotou-se para a projeção da população, no período de 2011 a 2042, a taxa de crescimento geométrico, com taxa de crescimento maior na população urbana do que na rural, seguindo a tendência observada nos anos de 1980 a 2000. O resultado da projeção é apresentado no Quadro 11, sendo ilustrado na Figura 20 a evolução da população total e urbana.
Quadro 10 – Taxas de crescimento aritmético e geométrico.
Intervalo de tempo | ∆T1 | ∆T2 | ∆T3 | ∆T4 | |
Taxa de Crescimento aritmético | População Total | -65,70 | -4,91 | 6,33 | -20,40 |
População Urbana | 14,70 | 2,36 | 36,22 | -2,00 | |
Taxa de Crescimento geométrico | População Total | 0,9782 | 0,9981 | 1,0024 | 0,9921 |
População Urbana | 1,0108 | 1,0016 | 1,0224 | 0,9989 |
Nota: ∆Tnº: taxa calculada para os intervalos dos dados censitários
Fonte: Censo IBGE.
Figura 20 – Evolução da população projetada.
Ano | População total | População urbana | População rural |
2011 | 2.495 | 1.808 | 687 |
2012 | 2.520 | 1.835 | 685 |
2013 | 2.545 | 1.862 | 682 |
2014 | 2.570 | 1.890 | 680 |
2015 | 2.596 | 1.919 | 677 |
2016 | 2.622 | 1.947 | 675 |
2017 | 2.648 | 1.977 | 672 |
2018 | 2.675 | 2.006 | 668 |
2019 | 2.701 | 2.036 | 665 |
2020 | 2.728 | 2.067 | 661 |
2021 | 2.756 | 2.098 | 658 |
2022 | 2.783 | 2.129 | 654 |
2023 | 2.803 | 2.151 | 652 |
2024 | 2.822 | 2.172 | 650 |
2025 | 2.842 | 2.194 | 648 |
2026 | 2.862 | 2.216 | 646 |
2027 | 2.882 | 2.238 | 644 |
2028 | 2.902 | 2.260 | 642 |
2029 | 2.923 | 2.283 | 640 |
2030 | 2.943 | 2.306 | 637 |
2031 | 2.964 | 2.329 | 635 |
2032 | 2.984 | 2.352 | 632 |
2033 | 2.999 | 2.371 | 628 |
2034 | 3.014 | 2.390 | 624 |
2035 | 3.029 | 2.409 | 620 |
2036 | 3.044 | 2.428 | 616 |
2037 | 3.060 | 2.448 | 612 |
2038 | 3.075 | 2.467 | 608 |
2039 | 3.090 | 2.487 | 603 |
2040 | 3.106 | 2.507 | 599 |
2041 | 3.121 | 2.527 | 594 |
2042 | 3.137 | 2.547 | 590 |
Quadro 11 – Projeção populacional do município de Estrela Dalva.
Com base na taxa de crescimento geométrico e nas considerações adotadas para a projeção no município foi realizado o cálculo da projeção para a sede de Estrela Dalva e seu distrito Água Viva. O resul- tado é apresentado nos Quadros a seguir, seguidos pela ilustração da evolução da população total, urbana e rural.
Figura 21 – Evolução da população projetada na sede de Estrela Dalva.
Quadro 12 – Projeção populacional da sede de Estrela Dalva. Quadro 13 – Projeção populacional do distrito de Água Viva.
Ano | População total | População urbana | População rural |
2011 | 2.245 | 1.634 | 611 |
2012 | 2.268 | 1.659 | 609 |
2013 | 2.290 | 1.684 | 607 |
2014 | 2.313 | 1.709 | 604 |
2015 | 2.336 | 1.734 | 602 |
2016 | 2.360 | 1.760 | 599 |
2017 | 2.383 | 1.787 | 597 |
2018 | 2.407 | 1.814 | 594 |
2019 | 2.431 | 1.841 | 590 |
2020 | 2.456 | 1.868 | 587 |
2021 | 2.480 | 1.896 | 584 |
2022 | 2.505 | 1.925 | 580 |
2023 | 2.522 | 1.944 | 578 |
2024 | 2.540 | 1.964 | 576 |
2025 | 2.558 | 1.983 | 575 |
2026 | 2.576 | 2.003 | 573 |
2027 | 2.594 | 2.023 | 571 |
2028 | 2.612 | 2.043 | 569 |
2029 | 2.630 | 2.064 | 566 |
2030 | 2.649 | 2.084 | 564 |
2031 | 2.667 | 2.105 | 562 |
2032 | 2.686 | 2.126 | 560 |
2033 | 2.699 | 2.143 | 556 |
2034 | 2.713 | 2.160 | 552 |
2035 | 2.726 | 2.178 | 549 |
2036 | 2.740 | 2.195 | 545 |
2037 | 2.754 | 2.213 | 541 |
2038 | 2.767 | 2.230 | 537 |
2039 | 2.781 | 2.248 | 533 |
2040 | 2.795 | 2.266 | 529 |
2041 | 2.809 | 2.284 | 525 |
2042 | 2.823 | 2.303 | 521 |
Ano | População total | População urbana | População rural |
2011 | 249 | 174 | 76 |
2012 | 252 | 176 | 76 |
2013 | 254 | 179 | 76 |
2014 | 257 | 181 | 76 |
2015 | 260 | 184 | 75 |
2016 | 262 | 187 | 75 |
2017 | 265 | 190 | 75 |
2018 | 267 | 193 | 75 |
2019 | 270 | 196 | 75 |
2020 | 273 | 198 | 74 |
2021 | 276 | 201 | 74 |
2022 | 278 | 204 | 74 |
2023 | 280 | 206 | 74 |
2024 | 282 | 209 | 74 |
2025 | 284 | 211 | 74 |
2026 | 286 | 213 | 73 |
2027 | 288 | 215 | 73 |
2028 | 290 | 217 | 73 |
2029 | 292 | 219 | 73 |
2030 | 294 | 221 | 73 |
2031 | 296 | 224 | 73 |
2032 | 298 | 226 | 73 |
2033 | 300 | 228 | 72 |
2034 | 301 | 229 | 72 |
2035 | 303 | 231 | 72 |
2036 | 304 | 233 | 71 |
2037 | 306 | 235 | 71 |
2038 | 307 | 237 | 71 |
2039 | 309 | 239 | 70 |
2040 | 311 | 241 | 70 |
2041 | 312 | 243 | 70 |
2042 | 314 | 245 | 69 |
Figura 22 – Evolução da população projetada no distrito de Água Viva
5.2. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
As demandas do serviço de abastecimento de água potável são calculadas, tendo como norteador a finalidade principal do sistema, de fornecer água em quantidade, qualidade e regularidade para a população urbana do município.
O conhecimento das estruturas de saneamento existentes no município é imprescindível para avaliar
adequadamente a demanda atual e futura, com vistas a proposição das alternativas e metas.
Sendo assim, antes do cálculo das demandas faz-se uma breve apresentação das informações coletadas durante o diagnóstico, resultantes de levantamentos de campo e intensa busca de dados secun- dários em diversas fontes.
5.2.1. Diagnóstico
O diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água do município de Estrela Dalva é apresentado a seguir para a sede e seu distrito Água Viva.
5.2.1.1. SEDE DE ESTRELA DALVA
As principais unidades do sistema de abastecimento de água do município de Estrela Dalva são
descritas a seguir, sendo ilustradas no APÊNDICE III.
A. Gestão dos Serviços
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA é a responsável pelo abastecimento de água no município.
Visando complementar o diagnóstico das unidades que compõem o sistema de abastecimento de água, a COPASA, prestadora do serviço em Estrela Dalva, disponibilizou dados operacionais e informati- vos, desse modo, obteve-se acesso a informações inerentes ao gerenciamento do sistema.
Quanto à gestão operacional do serviço, a concessionária informa a existência de micromedição em
100% da rede. Segundo informações publicadas pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
– SNIS (2010), a tarifa média calculada de água é igual a 2,53 R$/m³.
De forma geral, o Plano Municipal de Saneamento Básico proporcionará ao município de Estrela Dalva, condições de ampliar e sistematizar o serviço prestado de abastecimento de água, inclusive desen- volver a gestão como um todo.
B. Manancial
Na sede de Estrela Dalva, o abastecimento de água é suprido exclusivamente por manancial subterrâneo. Conforme mencionado anteriormente, o município se encontra sob o domínio hidrogeológico Metas- sedimentos/Metavulcânicas, caracterizado, predominantemente pela baixa favorabilidade hidrogeológica. Nesse domínio ocorre a parcial inexistência de porosidade primária, sendo a água subterrânea condiciona- da por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, caracterizando o Aquífero Fissural.
Nesse contexto a água subterrânea acumulada se traduz em reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão, justificando as pequenas vazões produzidas por poços.
Apesar da baixa favorabilidade hídrica dos domínios hidrogeológicos em que se situa o município de Estrela Dalva, a água proveniente de mananciais subterrâneos é alternativa considerável, principalmente quando se leva em consideração o porte do município.
C. Captação e adução da água bruta
O abastecimento municipal é realizado a partir de manancial subterrâneo, através de um poço tubu- lar profundo operado pela COPASA. O poço está situado na região central do município, nas coordenadas Latitude 21º44.612’ S e Longitude 42º27.707’ W, a 195 metros de altitude em relação ao nível do mar.
Segundo informações do representante municipal, o poço possui 123 metros de profundidade, se- guindo a profundidade média dos poços na região.
O poço designado para o abastecimento de água potável do município está devidamente cercado e protegido contra o acesso de estranhos, assim como dispõe de instalações elétricas adequadas, pro- piciando facilidade para realização de eventuais trabalhos de manutenção (Figuras 23 e 24). Também foiconstatado que não há proximidade com qualquer fonte poluidora.
Figura 23 – Poço tubular profundo Figura 24 – Acesso ao poço tubular.
Fonte: Vallenge (22/02/2012). Fonte: Vallenge (22/02/2012).
Foi informado pela COPASA que o serviço de limpeza do poço é realizado uma vez a cada mês. Informações referentes a presença de bomba reserva, sistema de medição de vazão e iluminação para eventuais trabalhos noturnos não foram fornecidos para a elaboração deste diagnóstico.
A água captada junto ao poço tubular profundo abastece o município em sua totalidade. A Agência Nacional de Águas, ANA, informa que a capacidade de captação junto ao poço é de 6,50 L/s. A COPASA, responsável pelos serviços de abastecimento de água, detém as informações sobre a outorga do sistema de captação.
D. Tratamento e reservação
O tratamento da água é realizado na mesma área do poço tubular. Para a distribuição pública são efetuadas as etapas de desinfecção e fluoretação. Na Figura 25nota-se ao fundo os tanques dos produtos químicos responsáveis pelo tratamento da água.
Na desinfecção procede-se a inativação de organismos patogênicos através da adição de agente desinfetante, na ocasião hipoclorito de cálcio e dicloro isocianurato de sódio. Posteriormente é adicionado ácido fluossilícico, num processo conhecido como fluoretação, que atua na prevenção de cáries dentárias.
A Agência Nacional de Águas, ANA, informa que a capacidade de tratamento no local de captação
é de 6,50 L/s.
De acordo com as informações disponibilizadas pela concessionária responsável pela prestação dos serviços de abastecimento de água potável, Estrela Dalva possui capacidade nominal de reservação igual a 110 m³.
Não foram fornecidas informações sobre o controle da qualidade da água potável como preconizado na portaria MS/GM nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de con- trole e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Em visita a campo, não foram relatados problemas sobre o aspecto da água produzida, como cor e turbidez e nem mencionada situação anormal de ocorrência de doenças de veiculação hídrica.
A água captada junto ao poço tubular profundo, após tratamento, é direcionada à rede de distribuição
por sistema de bombeamento.
Figura 25 – Sistema de tratamento.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
E. Rede de distribuição
Toda a população urbana da sede de Estrela Dalva é atendida com abastecimento de água de respon- sabilidade da COPASA. Segundo informações obtidas no SNIS (2010), a extensão da rede é de 9,6 km, as ligações de água encontram-se 100% micromedidas, sendo o volume total de água produzido no ano igual a 143.500 m³ e o consumido igual a 92.200 m³. O índice de perdas na distribuição é de 35,5%.
Segundo informações básicas operacionais fornecidas pela concessionária dos serviços de abaste- cimento de água, a extensão da rede de distribuição no município é igual a 9,89 km, dispondo de cadastro, que necessita de atualização e registro hidrométrico.
Os dados fornecidos pela COPASA informam ainda valores médios anuais referentes às perdas fatu- radas, medidas e estimadas no ano de 2012, sendo respectivamente iguais a 24,57%; 33,20% e 33,20%. O valor médio anual referente às perdas em litros por ligação ao dia é equivalente a 164,19.
5.2.1.2. DISTRITO DE ÁGUA VIVA
As principais unidades do sistema de abastecimento de água do distrito de Água Viva são descritas a seguir
A. Manancial e Captação de água
O abastecimento de água é realizado a partir de captação em manancial subterrâneo.
B. Tratamento
O distrito não possui estação de tratamento de água. Desta forma a água captada é direcionada diretamente para a rede de distribuição.
5.2.2. Demanda por Água Potável
A demanda de água potável no município de Estrela Dalva foi calculada a partir dos dados levantados durante os trabalhos de campo, além de informações quanto à população residente na área urbana, obtida junto ao Censo IBGE 2010. No distrito foi verificada a falta de informações, desse modo, algumas variáveis da sede foram adotadas como válidas para o distrito.
O funcionamento médio anual do sistema de tratamento de água em 2012 é equivalente a 17 h/dia. Com base nisso, o volume médio diário produzido é de 385 m³, com quota per capita micromedida média de 103,44 L/hab.dia.
Deve-se notar que valores típicos de quota per capita para cidades como Estrela Dalva situam-se entre 150 a 180 L/hab.dia, evidenciando portanto que o atual sistema de abastecimento de água potável vem atendendo o município de forma satisfatória. Ressalta-se ainda que o consumo médio para os muni- cípios em estudo operados pela COPASA é igual a 101,84 L/hab.dia, realidade esta verificada na sede de Estrela Dalva.
Com relação às perdas, o valor médio praticado no município é igual a 164,19 L/hab.dia; valor su- perior à média decorrente nos municípios em estudo também abastecidos pela COPASA, ou seja, 133,96 L/hab.dia.
Quanto à reservação de água, segundo a concessionária responsável pela operação dos serviços, atualmente o município possui 110 m³, valor este suficiente para atender a demanda ao longo do horizonte de planejamento.
Para a projeção das demandas da sede de Estrela Dalva, foram utilizados dados referentes a econo- mias atendidas e quota per capita do ano de 2012, disponibilizados pela COPASA por meio de boletins de
informações básicas operacionais e indicadores básicos gerenciais. Já a demanda projetada para o distrito de Água Viva foi baseada exclusivamente em dados populacionais publicados pelo IBGE. As estimativas projetadas são apresentadas no quadro a seguir:
Quadro 14 – Projeção da demanda de água para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042.
Etapas | Ano | Pop. abast. COPASA (hab.) | Quota (L/hab. dia) | Vol. Diário (m³/dia) | Habit- antes/ ligação | Econo- mias (und.) | Qméd (L/s) | Qmd (L/s) | Qmdh (L/s) | Sistema de Trata- mento (L/s) | Vol. Reserv. (m³) |
Início de plano | 2012 | 1.659 | 103 | 171,5 | 2,00 | 828 | 2,8 | 3,4 | 6,1 | 6,5 | 68,6 |
2013 | 1.684 | 103 | 174,0 | 2,07 | 811 | 2,8 | 3,4 | 6,1 | 6,5 | 69,6 | |
2014 | 1.000 | 000 | 000,9 | 2,07 | 824 | 2,8 | 3,4 | 6,0 | 6,5 | 68,4 | |
2015 | 1.734 | 100 | 173,4 | 2,07 | 836 | 2,8 | 3,4 | 6,1 | 6,5 | 69,4 | |
2016 | 1.760 | 100 | 176,0 | 2,07 | 849 | 2,9 | 3,5 | 6,2 | 6,5 | 70,4 | |
2017 | 1.787 | 100 | 178,7 | 2,07 | 861 | 2,9 | 3,5 | 6,3 | 6,5 | 71,5 | |
2018 | 1.814 | 100 | 181,4 | 2,07 | 874 | 3,0 | 3,6 | 6,4 | 6,5 | 72,5 | |
2019 | 1.841 | 100 | 184,1 | 2,07 | 887 | 3,0 | 3,6 | 6,5 | 6,5 | 73,6 | |
2020 | 1.868 | 100 | 186,8 | 2,07 | 901 | 3,1 | 3,7 | 6,6 | 6,5 | 74,7 | |
2021 | 1.896 | 100 | 189,6 | 2,07 | 914 | 3,1 | 3,7 | 6,7 | 6,5 | 75,9 | |
2022 | 1.925 | 100 | 192,5 | 2,07 | 928 | 3,1 | 3,8 | 6,8 | 6,5 | 77,0 | |
Meio de plano | 2023 | 1.944 | 95 | 184,7 | 2,00 | 971 | 3,0 | 3,6 | 6,5 | 6,5 | 73,9 |
2024 | 1.964 | 95 | 186,5 | 2,00 | 980 | 3,0 | 3,7 | 6,6 | 6,5 | 74,6 | |
2025 | 1.983 | 95 | 188,4 | 2,00 | 990 | 3,1 | 3,7 | 6,6 | 6,5 | 75,4 | |
2026 | 2.003 | 95 | 190,3 | 2,00 | 1.000 | 3,1 | 3,7 | 6,7 | 6,5 | 76,1 | |
2027 | 2.023 | 95 | 192,2 | 2,00 | 1.010 | 3,1 | 3,8 | 6,8 | 6,5 | 76,9 | |
2028 | 2.043 | 95 | 194,1 | 2,00 | 1.020 | 3,2 | 3,8 | 6,9 | 6,5 | 77,6 | |
2029 | 2.064 | 95 | 196,1 | 2,00 | 1.030 | 3,2 | 3,8 | 6,9 | 6,5 | 78,4 | |
2030 | 2.084 | 95 | 198,0 | 2,00 | 1.041 | 3,2 | 3,9 | 7,0 | 6,5 | 79,2 | |
2031 | 2.105 | 95 | 200,0 | 2,00 | 1.051 | 3,3 | 3,9 | 7,1 | 6,5 | 80,0 | |
2032 | 2.126 | 95 | 202,0 | 2,00 | 1.061 | 3,3 | 4,0 | 7,1 | 6,5 | 80,8 | |
Fim de plano | 2033 | 2.143 | 90 | 192,9 | 1,93 | 1.110 | 3,2 | 3,8 | 6,8 | 6,5 | 77,2 |
2034 | 2.160 | 90 | 194,4 | 1,93 | 1.118 | 3,2 | 3,8 | 6,9 | 6,5 | 77,8 | |
2035 | 2.178 | 90 | 196,0 | 1,93 | 1.127 | 3,2 | 3,8 | 6,9 | 6,5 | 78,4 | |
2036 | 2.195 | 90 | 197,6 | 1,93 | 1.136 | 3,2 | 3,9 | 7,0 | 6,5 | 79,0 | |
2037 | 2.213 | 90 | 199,1 | 1,93 | 1.146 | 3,3 | 3,9 | 7,0 | 6,5 | 79,7 | |
2038 | 2.230 | 90 | 200,7 | 1,93 | 1.155 | 3,3 | 3,9 | 7,1 | 6,5 | 80,3 | |
2039 | 2.248 | 90 | 202,3 | 1,93 | 1.164 | 3,3 | 4,0 | 7,1 | 6,5 | 80,9 | |
2040 | 2.266 | 90 | 204,0 | 1,93 | 1.173 | 3,3 | 4,0 | 7,2 | 6,5 | 81,6 | |
2041 | 2.284 | 90 | 205,6 | 1,93 | 1.183 | 3,4 | 4,0 | 7,3 | 6,5 | 82,2 | |
2042 | 2.303 | 90 | 207,2 | 1,93 | 1.192 | 3,4 | 4,1 | 7,3 | 6,5 | 82,9 |
Nota: Qméd – vazão média/ Qmd – vazão do dia de maior consumo/ Qmd+ETA – vazão do dia de maior consumo mais perdas da ETA (considerado 4%) / Qmdh – vazão do dia e hora de maior consumo.
Xxxxxx 00 – Xxxxxxxx xx xxxxxxx xx xxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva para o horizonte de planejamento.
Etapas | Ano | Pop. urbana (hab.) | Quota (L/hab. dia) | Vol. Diário (m³/dia) | Habit- antes/ ligação | Domicíli- os (nº.) | Qméd (L/s) | Qmd (L/s) | Qmdh (L/s) | Desin- fecção (L/s) | Vol. Reserv. (m³) |
Início de plano | 2012 | 176 | 103 | 18,2 | 2,9 | 65 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,3 |
2013 | 179 | 103 | 18,5 | 2,9 | 66 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,4 | |
2014 | 181 | 100 | 18,1 | 2,9 | 67 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,3 | |
2015 | 184 | 100 | 18,4 | 2,9 | 68 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,4 | |
2016 | 187 | 100 | 18,7 | 2,9 | 69 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,5 | |
2017 | 190 | 100 | 19,0 | 2,9 | 70 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,6 | |
2018 | 193 | 100 | 19,3 | 2,9 | 71 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,7 | |
2019 | 196 | 100 | 19,6 | 2,9 | 72 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,8 | |
2020 | 198 | 100 | 19,8 | 2,9 | 74 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,9 | |
2021 | 201 | 100 | 20,1 | 2,9 | 75 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,1 | |
2022 | 204 | 100 | 20,4 | 2,9 | 76 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,2 | |
Meio de plano | 2023 | 206 | 95 | 19,6 | 2,9 | 76 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,8 |
2024 | 209 | 95 | 19,8 | 2,9 | 77 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 7,9 | |
2025 | 211 | 95 | 20,0 | 2,9 | 78 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,0 | |
2026 | 213 | 95 | 20,2 | 2,9 | 79 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,1 | |
2027 | 215 | 95 | 20,4 | 2,9 | 80 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,2 | |
2028 | 217 | 95 | 20,6 | 2,9 | 80 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,2 | |
2029 | 219 | 95 | 20,8 | 2,9 | 81 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,3 | |
2030 | 221 | 95 | 21,0 | 2,9 | 82 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,4 | |
2031 | 224 | 95 | 21,2 | 2,9 | 83 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,5 | |
2032 | 226 | 95 | 21,5 | 2,9 | 84 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,6 | |
Fim de plano | 2033 | 228 | 90 | 20,5 | 2,9 | 84 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,2 |
2034 | 229 | 90 | 20,7 | 2,9 | 85 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,3 | |
2035 | 231 | 90 | 20,8 | 2,9 | 86 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,3 | |
2036 | 233 | 90 | 21,0 | 2,9 | 86 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,4 | |
2037 | 235 | 90 | 21,2 | 2,9 | 87 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,5 | |
2038 | 237 | 90 | 21,3 | 2,9 | 88 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,5 | |
2039 | 239 | 90 | 21,5 | 2,9 | 88 | 0,2 | 0,3 | 0,5 | - | 8,6 | |
2040 | 241 | 90 | 21,7 | 2,9 | 89 | 0,3 | 0,3 | 0,5 | - | 8,7 | |
2041 | 243 | 90 | 21,8 | 2,9 | 90 | 0,3 | 0,3 | 0,5 | - | 8,7 | |
2042 | 245 | 90 | 22,0 | 2,9 | 91 | 0,3 | 0,3 | 0,6 | - | 8,8 |
Nota: Qméd – vazão média/ Qmd – vazão do dia de maior consumo/ Qmd+ETA – vazão do dia de maior consumo mais perdas da ETA (considerado 4%) / Qmdh – vazão do dia e hora de maior consumo/ ETA – Volume produzido pela Estação de Tratamento de Água.
5.3. ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Neste item as demandas do serviço de esgotamento sanitário são calculadas, tendo como norteador a finalidade principal do sistema, de coletar, afastar e tratar os dejetos gerados nos domicílios urbanos do município.
O conhecimento das estruturas de saneamento existentes no município é imprescindível para avaliar
adequadamente a demanda atual e futura, com vistas a proposição das alternativas e metas.
Sendo assim, antes do cálculo das demandas faz-se uma breve apresentação das informações cole- tadas durante o diagnóstico, resultantes de levantamentos de campo e intensa busca de dados secundários em diversas fontes.
5.3.1.Diagnóstico
O uso da água como agente de limpeza a serviço dos habitantes da cidade leva a uma relação direta com a geração de esgotos. Cerca de 80% transforma-se em esgoto necessitando de tratamento para que sua carga poluidora seja diminuída, facilitando a depuração natural. A correta disposição dos resíduos dos processos de tratamento (lodos) também se enquadra nessa perspectiva.
A seguir são abordadas as principais propriedades do sistema de esgotamento sanitário da sede de Estrela Dalva e seu distrito, incluindo as unidades que o compõe.
5.3.1.1. SEDE DE ESTRELA DALVA
As principais unidades do sistema de esgotamento sanitário da sede do município de Estrela Dalva são
descritas a seguir.
A. Gestão do serviço
A Prefeitura Municipal é a responsável pelo sistema de esgotamento sanitário no município. Segundos dados do Censo Demográfico do IBGE (2010) dos 732 domicílios da sede Estrela Dalva, 498 domicílios encontram-se conectados a rede geral de esgotamento e 34 destinam seus esgotos a fossa séptica.
De forma geral, o Plano Municipal de Saneamento Básico proporcionará ao município de Estrela Dalva, condições de ampliar e sistematizar o serviço prestado de esgotamento sanitário, inclusive desenvolver a gestão como um todo.
B. Sub-bacias de esgotamento e rede coletora
O sistema de esgotamento sanitário de Estrela Dalva (Figura 26) é provido de rede para coleta de esgoto, que lança in natura os efluentes coletados no corpo hídrico mais próximo do perímetro urbano. A rede coletora de efluentes líquidos do município é constituída em PVC e manilhas de barro e possui diâmetro predominante de 200 mm. Em função da inexistência de cadastro, o representante municipal não informou a extensão aproximada da rede.
Foram constatadas ligações indevidas da rede de esgoto nas redes de águas pluviais. Os resíduos
domiciliares são as principais causas de obstrução da rede de esgoto.
Não há informações que permitam diferenciar e quantificar esgotos domésticos, comerciais e industriais.
C. Estações elevatórias e linha de recalque
A sede de Estrela Dalva não possui estações elevatórias de esgoto e linhas de recalque de esgoto.
D. Estações de Tratamento de Esgoto - ETE
O município não possui sistema coletivo de tratamento dos esgotos coletados. Segundo o IBGE, apro- ximadamente 4% dos domicílios tem solução individual destinando o esgoto em fossa séptica.
Cabe salientar nesse instante que a Deliberação Normativa nº 96, de 12 de abril de 2006, posteriormen- te alterada pela Deliberação Normativa nº 128, de 27 de novembro de 2008, proferida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), convoca os municípios para o licenciamento ambiental de sistema de trata- mento de esgotos, considerando que grande parte dos municípios do estado de Minas Gerais é desprovida de sistema de tratamento de efluentes. O lançamento de esgotos sanitários in natura em corpos d’água provoca a degradação da qualidade das águas prejudicando usos à jusante, além de possibilitar a proliferação de doenças de veiculação hídrica e provocar a geração de maus odores.
O município de Estrela Dalva se enquadra no Grupo 7 estabelecido na DN COPAM nº 128. Para esta ocasião, municípios com população inferior a 20 mil habitantes deverão apresentar Autorização Ambiental de Funcionamento até 31 de março de 2017, com atendimento mínimo de 80% da população urbana e eficiência de tratamento de 60%.
E. Corpo receptor
Foi constatado que o esgoto gerado no município é lançado em pontos distintos no ribeirãoSão Lou- renço. As saídas de esgoto se encerram em tubos constituídos em PVC e manilha de barro, com diâmetro de 200 mm.
Os locais de descarga (Figuras 27 e 28) e sua área de influência apresentam aspecto desagradável em determinados trechos, observando que o lançamento de esgotos sanitários in natura em corpos hídricos provoca a degradação da qualidade das águas. Cabe ressaltar que os corpos receptores não possuem mo- nitoramento.
5.3.1.2. Distrito de Água Viva
As principais unidades do sistema de esgotamento sanitário do distrito de Água Viva são descritas
a seguir.
Figura 26 – Poço de visita da rede de esgoto.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
Figura 27 – Local de descarga de esgoto doméstico.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
Figura 28 – Curso d’água que recebe o esgoto doméstico.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
A. Gestão dos Serviços
Como ocorre na sede de Estrela Dalva, a Prefeitura Municipal é a responsável pela gestão dos serviços
de esgotamento sanitário no distrito de Água Viva.
B. Sub-bacias de esgotamento e rede coletora
O sistema de esgotamento de Água Viva ocorre de forma unitária, ou seja, as águas pluviais, os es- gotos sanitários e outros eventuais despejos são conduzidos em uma única tubulação coletora nas ruas que assim a possuem.
Não existe cadastro das estruturas, como também não há informações que permitam diferenciar e
quantificar esgotos domésticos, comerciais e industriais.
C. Estação de Tratamento de Esgoto – ETE e corpo receptor
O distrito Água Viva não possui estação de tratamento de esgoto, desse modo o esgoto gerado é lan- çado in natura nos cursos d’água mais próximos aos domicílios.
5.3.2. Demanda por Infraestrutura em Esgotos Sanitários
A demanda por infraestrutura de esgoto no município de Estrela Dalva, seguiu a mesma metodologia adotada para o cálculo da demanda de água, ou seja, foi efetuada a partir dos dados levantados durante os trabalhos de campo. Pela falta de informações detalhadas do sistema de saneamento de Estrela Dalva, a demanda foi estimada com base nos consumos de água, considerando-se o coeficiente de retorno de 0,8, além das variáveis apresentadas no Quadro 16.
Quadro 16 – Variáveis consideradas para a estimativa da demanda por esgotamento sanitário.
Variável | Valor | Unidade |
Consumo per capta de Água | 180 | L/hab.dia |
Vazão Máxima Diária (k1) | 1,2 | adimensional |
Vazão Máxima Horária (k2) | 1,5 | adimensional |
Vazão Mínima (k3) | 0,5 | adimensional |
Coeficiente de Retorno (C) | 0,8 | esgoto/água |
Carga de DBO | 54 | g/hab.dia |
Carga DQO | 100 | g/hab.dia |
Extensão da Rede | 1,5 | m/hab |
Taxa de Infiltração | 0,1 | L/x.xx |
A projeção das demandas para o serviço de esgotamento sanitário para a sede e distrito é apresentada nos Quadros a seguir. A demanda de esgoto foi calculada com base no consumo de água apresentado ante- riormente, considerado o coeficiente de retorno de 80%. Deve-se notar que atualmente todo o esgoto gerado no município é lançado sem tratamento nos cursos d’ água causando poluição ambiental, desta forma, deve-
-se prever já para início de plano a implantação de sistema para tratamento dos esgotos.
Quadro 17 – Projeção da demanda por esgoto para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042.
Etapas | Ano | Pop. atendida (hab.) | Quota de água (L/ hab.dia) | Vol. Diário água (m³/dia) | Vol. Diário esgoto (m³/dia) | DBO (kg/dia) | DQO (kg/dia) | Qméd (L/s) | Qmd (L/s) | Qmh (L/s) |
Início de plano | 2012 | 1.659 | 103 | 171,5 | 137,2 | 90 | 166 | 1,6 | 1,9 | 2,4 |
2013 | 1.684 | 103 | 174,0 | 139,2 | 91 | 168 | 1,6 | 1,9 | 2,4 | |
2014 | 1.000 | 000 | 000,9 | 136,7 | 92 | 171 | 1,6 | 1,9 | 2,4 | |
2015 | 1.734 | 100 | 173,4 | 138,8 | 94 | 173 | 1,6 | 1,9 | 2,4 | |
2016 | 1.760 | 100 | 176,0 | 140,8 | 95 | 176 | 1,6 | 2,0 | 2,4 | |
2017 | 1.787 | 100 | 178,7 | 142,9 | 96 | 179 | 1,7 | 2,0 | 2,5 | |
2018 | 1.814 | 100 | 181,4 | 145,1 | 98 | 181 | 1,7 | 2,0 | 2,5 | |
2019 | 1.841 | 100 | 184,1 | 147,3 | 99 | 184 | 1,7 | 2,0 | 2,6 | |
2020 | 1.868 | 100 | 186,8 | 149,5 | 101 | 187 | 1,7 | 2,1 | 2,6 | |
2021 | 1.896 | 100 | 189,6 | 151,7 | 102 | 190 | 1,8 | 2,1 | 2,6 | |
2022 | 1.925 | 100 | 192,5 | 154,0 | 104 | 192 | 1,8 | 2,1 | 2,7 | |
Meio de plano | 2023 | 1.944 | 95 | 184,7 | 147,8 | 105 | 194 | 1,7 | 2,1 | 2,6 |
2024 | 1.964 | 95 | 186,5 | 149,2 | 106 | 196 | 1,7 | 2,1 | 2,6 | |
2025 | 1.983 | 95 | 188,4 | 150,7 | 107 | 198 | 1,7 | 2,1 | 2,6 | |
2026 | 2.003 | 95 | 190,3 | 152,2 | 108 | 200 | 1,8 | 2,1 | 2,6 | |
2027 | 2.023 | 95 | 192,2 | 153,8 | 109 | 202 | 1,8 | 2,1 | 2,7 | |
2028 | 2.043 | 95 | 194,1 | 155,3 | 110 | 204 | 1,8 | 2,2 | 2,7 | |
2029 | 2.064 | 95 | 196,1 | 156,8 | 111 | 206 | 1,8 | 2,2 | 2,7 | |
2030 | 2.084 | 95 | 198,0 | 158,4 | 113 | 208 | 1,8 | 2,2 | 2,8 | |
2031 | 2.105 | 95 | 200,0 | 160,0 | 114 | 211 | 1,9 | 2,2 | 2,8 | |
2032 | 2.126 | 95 | 202,0 | 161,6 | 115 | 213 | 1,9 | 2,2 | 2,8 | |
Fim de plano | 2033 | 2.143 | 90 | 192,9 | 154,3 | 116 | 214 | 1,8 | 2,1 | 2,7 |
2034 | 2.160 | 90 | 194,4 | 155,6 | 117 | 216 | 1,8 | 2,2 | 2,7 | |
2035 | 2.178 | 90 | 196,0 | 156,8 | 118 | 218 | 1,8 | 2,2 | 2,7 | |
2036 | 2.195 | 90 | 197,6 | 158,1 | 119 | 220 | 1,8 | 2,2 | 2,7 | |
2037 | 2.213 | 90 | 199,1 | 159,3 | 119 | 221 | 1,8 | 2,2 | 2,8 | |
2038 | 2.230 | 90 | 200,7 | 160,6 | 120 | 223 | 1,9 | 2,2 | 2,8 | |
2039 | 2.248 | 90 | 202,3 | 161,9 | 121 | 225 | 1,9 | 2,2 | 2,8 | |
2040 | 2.266 | 90 | 204,0 | 163,2 | 122 | 227 | 1,9 | 2,3 | 2,8 | |
2041 | 2.284 | 90 | 205,6 | 164,5 | 123 | 228 | 1,9 | 2,3 | 2,9 | |
2042 | 2.303 | 90 | 207,2 | 165,8 | 124 | 230 | 1,9 | 2,3 | 2,9 |
Nota: DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio/ DQO – Demanda Química e Oxigênio/ Qméd – vazão média/ Qmd – vazão do dia de maior consumo/ Qmh – vazão da hora de maior consumo.
Xxxxxx 00 – Xxxxxxxx xx xxxxxxx xxx xxxxxx xx xxxxxxxx xx Xxxx Viva para o horizonte de planejamento.
Etapas | Ano | População urbana (hab.) | Quota de água (L/ hab.dia) | Vol. Diário água (m³/dia) | Vol. Diário esgoto (m³/dia) | DBO (kg/dia) | DQO (kg/dia) | Qméd (L/s) | Qmd (L/s) | Qmh (L/s) |
Início de plano | 2012 | 176 | 103 | 18,2 | 14,6 | 10 | 18 | 0,2 | 0,2 | 0,3 |
2013 | 179 | 103 | 18,5 | 14,8 | 10 | 18 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2014 | 181 | 100 | 18,1 | 14,5 | 10 | 18 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2015 | 184 | 100 | 18,4 | 14,7 | 10 | 18 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2016 | 187 | 100 | 18,7 | 15,0 | 10 | 19 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2017 | 190 | 100 | 19,0 | 15,2 | 10 | 19 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2018 | 193 | 100 | 19,3 | 15,4 | 10 | 19 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2019 | 196 | 100 | 19,6 | 15,6 | 11 | 20 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2020 | 198 | 100 | 19,8 | 15,9 | 11 | 20 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2021 | 201 | 100 | 20,1 | 16,1 | 11 | 20 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2022 | 204 | 100 | 20,4 | 16,4 | 11 | 20 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
Meio de plano | 2023 | 206 | 95 | 19,6 | 15,7 | 11 | 21 | 0,2 | 0,2 | 0,3 |
2024 | 209 | 95 | 19,8 | 15,9 | 11 | 21 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2025 | 211 | 95 | 20,0 | 16,0 | 11 | 21 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2026 | 213 | 95 | 20,2 | 16,2 | 11 | 21 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2027 | 215 | 95 | 20,4 | 16,3 | 12 | 21 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2028 | 217 | 95 | 20,6 | 16,5 | 12 | 22 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2029 | 219 | 95 | 20,8 | 16,7 | 12 | 22 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2030 | 221 | 95 | 21,0 | 16,8 | 12 | 22 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2031 | 224 | 95 | 21,2 | 17,0 | 12 | 22 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2032 | 226 | 95 | 21,5 | 17,2 | 12 | 23 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
Fim de plano | 2033 | 228 | 90 | 20,5 | 16,4 | 12 | 23 | 0,2 | 0,2 | 0,3 |
2034 | 229 | 90 | 20,7 | 16,5 | 12 | 23 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2035 | 231 | 90 | 20,8 | 16,7 | 12 | 23 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2036 | 233 | 90 | 21,0 | 16,8 | 13 | 23 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2037 | 235 | 90 | 21,2 | 16,9 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2038 | 237 | 90 | 21,3 | 17,1 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2039 | 239 | 90 | 21,5 | 17,2 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2040 | 241 | 90 | 21,7 | 17,3 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2041 | 243 | 90 | 21,8 | 17,5 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | |
2042 | 245 | 90 | 22,0 | 17,6 | 13 | 24 | 0,2 | 0,2 | 0,3 |
Nota: DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio/ DQO – Demanda Química e Oxigênio/ Qméd – vazão média/ Qmd – vazão do dia de maior consumo/ Qmh – vazão da hora de maior consumo.
5.4. RESÍDUOS SÓLIDOS
A finalidade da limpeza pública é dar uma solução adequada aos resíduos domiciliares gerados no município.
Neste item as demandas do serviço de manejo dos resíduos sólidos e limpeza pública são calculadas, tendo-se como norteador a finalidade principal do sistema de gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos urbanos no município.
Visando a implantação de uma política estadual de resíduos sólidos e o fomento de arranjos regionais que viabilizem a destinação final adequada dos resíduos sólidos, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, através da Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM, contratou, no ano de 2009, um estudo denominado Plano Preliminar de Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos para o Estado de Minas Gerais o qual, após ampla análise da situação dos resíduos nos municípios mineiros, apresenta parâmetros e premissas adotados no embasamento deste plano.
Além das políticas estaduais, das normas técnicas e legais pertinentes o conhecimento das estruturas de saneamento existentes no município é imprescindível para avaliar adequadamente a demanda atual e futu- ra, com vistas a proposição das alternativas e metas.
Sendo assim, antes do cálculo das demandas faz-se uma breve apresentação das informações cole- tadas durante o diagnóstico, resultantes de levantamentos de campo e intensa busca de dados secundários em diversas fontes.
5.4.1. Diagnóstico
Para evitar possíveis comprometimentos ao meio ambiente e ao próprio homem, os resíduos urbanos precisam contar com um gerenciamento integrado. Esse gerenciamento consiste num conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, que uma administração municipal desenvol- ve, baseado em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor os resíduos sólidos de uma cidade.
Com a promulgação da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei n.° 11.445/07) e da Política Nacio- nal de Resíduos Sólidos (Lei n.° 12.305/10) os municípios passaram a contar com um conjunto de diretrizes para auxiliar na construção deste gerenciamento integrado na elaboração dos seus Planos de Saneamento.
A seguir são abordadas as principais propriedades do sistema de limpeza e manejo dos resíduos só- lidos urbanos do município de Estrela Dalva, incluindo as unidades que o compõe. Deve-se notar que essas unidades atendem tanto a sede como o distrito de Água Viva.
A. Gestão do Serviço
A Prefeitura Municipal é a responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos, incluindo os resíduos sólidos dos serviços de saúde.
De forma geral, o Plano Municipal de Saneamento Básico proporcionará ao município de Estrela Dalva, condições de ampliar e sistematizar o serviço prestado de manejo de resíduos sólidos urbanos, inclusive desenvolver a gestão como um todo.
B. Resíduos da limpeza urbana - varrição de vias públicas, praças e feiras livres
A Prefeitura é responsável pelos serviços de varrição das vias públicas no município, sendo esse
serviço executado por equipe multidisciplinar composta por cinco funcionários.
A mesma equipe multidisciplinar responsável pela varrição das vias públicas é responsável também
pela limpeza de bocas de lobo, desobstrução de canais e coleta de resíduos provenientes da construção
civil. A poda de árvores é realizada pela Companhia Energética de Minas Gerais, não sendo informados quaisquer dados ou registros operacionais que pudessem contribuir com informações para a elaboração do diagnóstico.
No contexto geral, os resíduos citados anteriormente, com exceção dos resíduos provenientes da construção civil, são destinados a vazadouro a céu aberto localizado no próprio município.
C. Resíduos sólidos domiciliares - RSD
Em Estrela Dalva verificou-se que o serviço de coleta de resíduos domiciliares atende a totalidade da população urbana municipal. Para esta operação a Prefeitura, responsável pela atividade, conta com um caminhão que coleta os resíduos diariamente.
A população do município deposita seus resíduos sólidos em latões instalados sobre piso suspenso para evitar o acesso de animais (Figuras 29 e 30). Todo o resíduo domiciliar coletado é destinado para o vazadouro a céu aberto.
D. Sistema de coleta seletiva
Não há programa de coleta seletiva nem iniciativa por parte da prefeitura para implantação dessa ação social.
Figura 29 – Acondicionamento dos resíduos domiciliares. Figura 30 – Acondicionamento dos resíduos domiciliares.
F. Resíduos de construção e demolição - RCD
Os resíduos sólidos provenientes da construção civil gerados no município são devidamente coletados e destinados à manutenção de estradas vicinais no município.
Convém ressaltar que a Resolução CONAMA Nº 307, de 5 de julho de 2002 estabelece diretrizes, cri- térios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, no parágrafo 1º do Art. 4º define que os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora” ou em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.
G. Resíduos Especiais
Não foi identificada a coleta e/ou destino dos resíduos especiais, tais como: pneus, pilhas, embalagem de agrotóxicos, etc.
H. Tratamento e destino final dos resíduos sólidos
Os resíduos sólidos do município são destinados a um vazadouro a céu aberto localizado no município. A Fundação Estadual do Meio Ambiente, FEAM, através do mapa de situação do tratamento ou disposição final dos resíduos sólidos de Minas Gerais do ano de 2011, classifica o local como “lixão”.
Trata-se de um local inadequado para a disposição dos resíduos, localizado em área distrital do muni- cípio e caracterizado pelo simples acondicionamento dos mesmos sobre o solo, oferecendo assim riscos de contaminação ao meio ambiente e à saúde pública.
Vazadouros a céu aberto ou lixão tratam-se de um local utilizado para disposição do lixo, em bruto, sobre o terreno, sem qualquer cuidado ou técnica especial. Caracteriza-se pela falta de medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.
Em Estrela Dalva não há o controle ambiental sobre a destinação dos resíduos sólidos, estando este local sujeito a comprometer a qualidade das águas subterrâneas. Para esta atividade deveriam ser adotados critérios sanitários ambientais preconizados na NBR 15.849 de 2010, que dispõe sobre os requisitos mínimos para localização, projeto, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte.
I. Situação dos catadores
No levantamento de campo, foi verificada a presença de catadores de materiais recicláveis em trechos
da zona urbana (Figuras 31 e 32).
Fonte: Vallenge (22/02/2012). Fonte: Vallenge (22/02/2012).
E. Resíduos sólidos dos serviços de saúde - RSSS
Os resíduos provenientes dos serviços de saúde são coletados pelo próprio município que, segundo informações de campo, dispõe de veículo próprio para execução da coleta.
Os RSSS são destinados ao vazadouro a céu aberto do município. Embora informado pelo represen- tante municipal a existência de licença ambiental para destinação, não foi fornecida nenhuma documenta- ção que comprovasse essa autorização
Figura 31 – Catador atuando no município.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
Figura 32 – Catador atuando no município.
Fonte: Vallenge (22/02/2012).
J. Educação ambiental
O município realiza palestras de incentivo à sustentabilidade junto à população. Essa iniciativa é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Estrela Dalva, que utiliza as rádios como principal meio de propa- gação e divulgação. Possui como temática principal o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.
5.4.2. Demanda por Serviços de Limpeza Pública
A demanda de resíduos sólidos no município de Estrela Dalva foi calculada a partir dos dados levantados durante os trabalhos de campo. Pela falta de informações detalhadas, como controle da quantidade e qualidade dos resíduos dispostos no lixão do município, também foram consultados estudos da ABRELPE - Associação de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Atualmente, 100% da população de Estrela Dalva é atendida com coleta, sendo o coeficiente de geração per capita de RSU da ordem de 0,60 kg.hab./dia para a população urbana no município e de 0,50 kg.hab./dia para o total da população. Os resíduos gerados são destinados a vazadouro a céu aberto.
Com base nos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010), que prevê o uso sustentável dos recursos naturais e a adoção de práticas de redução, reutilização e reciclagem, adotou-se como meta a redução progressiva da geração per capita de resíduos a partir de 2015, a taxas de 2% ao ano, ou seja, quantidades menores de resíduos serão destinadas ao aterro, pois estarão sendo reintegradas a cadeia produtiva. Além disso, a PNRS ainda prevê que os resíduos sólidos devem ser destinados de maneira adequada, conside- rando o critério sanitário e ambiental, até o ano de 2014, devendo ser eliminados dessa forma os lixões e aterros controlados. A projeção da demanda dos resíduos sólidos encontra-se no Quadro 19.
5.5. DRENAGEM URBANA
Neste item as demandas do serviço de drenagem urbana são calculadas, tendo como norteador duas finalidades: combater inundações nas ruas e fundos de vale municipais e evitar o empoçamento de água que causa doenças como a dengue.
O conhecimento das estruturas de saneamento existentes no município é imprescindível para avaliar
adequadamente a demanda atual e futura, com vistas a proposição das alternativas e metas.
Sendo assim, antes do cálculo das demandas faz-se uma breve apresentação das informações coletadas durante o diagnóstico, resultantes de levantamentos de campo e intensa busca de dados secun- dários em diversas fontes.
5.5.1. Diagnóstico
A drenagem urbana é composta por um conjunto de obras que visam coletar, transportar e dar destino final às águas de chuva, que em excesso, sejam indesejáveis. Seu objetivo é essencialmente a prevenção a inundações, principalmente em áreas mais baixas, sujeitas a alagamentos, como também nas áreas marginais a cursos de água naturais. Também tem por objetivo evitar empoçamento de água, pois a água “parada” torna-se foco de várias doenças, como a dengue. A região é endêmica, logo todas as for- mas possíveis de combater o mosquito que a transmitem são importantes, incluindo o manejo adequado das águas pluviais.
São abordadas a seguir as principais estruturas que compõe o serviço de drenagem e manejo das
águas pluviais no município de Estrela Dalva.
Quadro 19 – Projeção da demanda por resíduos sólidos para o horizonte de planejamento – 2012 a 2042.
Etapa | Ano | Pop. total (hab) | Quota (kg/hab.dia) | Diária (ton/dia) | Anual (ton/ano) |
Início de plano | 2012 | 2.520 | 0,600 | 1,51 | 551,80 |
2013 | 2.545 | 0,600 | 1,53 | 557,32 | |
2014 | 2.570 | 0,600 | 1,54 | 562,89 | |
2015 | 2.596 | 0,588 | 1,53 | 557,15 | |
2016 | 2.622 | 0,576 | 1,51 | 551,47 | |
2017 | 2.648 | 0,565 | 1,50 | 545,84 | |
2018 | 2.675 | 0,553 | 1,48 | 540,28 | |
2019 | 2.701 | 0,542 | 1,47 | 534,77 | |
2020 | 2.728 | 0,532 | 1,45 | 529,31 | |
2021 | 2.756 | 0,521 | 1,44 | 523,91 | |
2022 | 2.783 | 0,510 | 1,42 | 518,57 | |
Meio de plano | 2023 | 2.803 | 0,500 | 1,40 | 511,75 |
2024 | 2.822 | 0,490 | 1,38 | 505,03 | |
2025 | 2.842 | 0,480 | 1,37 | 498,39 | |
2026 | 2.862 | 0,480 | 1,38 | 501,88 | |
2027 | 2.882 | 0,480 | 1,38 | 505,40 | |
2028 | 2.902 | 0,480 | 1,39 | 508,93 | |
2029 | 2.923 | 0,480 | 1,40 | 512,50 | |
2030 | 2.943 | 0,480 | 1,41 | 516,08 | |
2031 | 2.964 | 0,480 | 1,42 | 519,22 | |
2032 | 2.984 | 0,480 | 1,43 | 522,86 | |
Fim de plano | 2033 | 2.999 | 0,480 | 1,44 | 525,47 |
2034 | 3.014 | 0,480 | 1,45 | 528,10 | |
2035 | 3.029 | 0,480 | 1,45 | 530,74 | |
2036 | 3.044 | 0,480 | 1,46 | 533,39 | |
2037 | 3.060 | 0,480 | 1,47 | 536,06 | |
2038 | 3.075 | 0,480 | 1,48 | 538,74 | |
2039 | 3.090 | 0,480 | 1,48 | 541,43 | |
2040 | 3.106 | 0,480 | 1,49 | 544,14 | |
2041 | 3.121 | 0,480 | 1,50 | 546,86 | |
2042 | 3.137 | 0,480 | 1,51 | 549,60 |
A. Gestão do serviço
Diferentemente de outros serviços que compõe o saneamento básico, isto é, água, esgotos e resí- duos sólidos, o manejo das águas pluviais, também conhecida por drenagem urbana é corriqueiramente gerida pela administração direta do município, logo a Prefeitura Municipal, não ocorrendo a concessão do mesmo. Em geral, a Secretaria de Obras e Serviços responde por todas as atividades previstas na Lei 11.445/07, isto é, planejamento, regulação, fiscalização e operação. Em Estrela Dalva essa condição se confirma.
O município não dispõe de cadastro da macrodrenagem nem da microdrenagem. Não foi informado sobre ações preventivas, assistenciais ou reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais.
De forma geral, o Plano Municipal de Saneamento Básico proporcionará ao município de Estrela Dalva, condições de ampliar e sistematizar o serviço prestado de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, inclusive desenvolver a gestão como um todo.
B. Macrodrenagem
No que se refere à macrodrenagem, o município de Estrela Dalva possui cinco bacias que influen- ciam diretamente a zona urbana da sede do município. A maior delas, do ribeirão São Lourenço, apresenta área de drenagem equivalente a 10,68 km². As demais bacias são drenadas por pequenos córregos sem denominação afluentes do ribeirão São Lourenço.
O mapa apresentado no APÊNDICE IV ilustra os principais cursos d’água e a ocupação do solo para a área urbana do município.
C. Microdrenagem
No levantamento de campo, foi constatado que o município é provido de rede de drenagem de águas pluviais urbanas, entretanto, eventuais despejos e esgotos sanitários são conduzidos pela mesma rede em alguns trechos.
Verificou-se em algumas ruas da área urbana a existência de estruturas responsáveis pela coleta das águas das chuvas, como sarjetas e bocas de lobo, mas sem uma padronização definida (Figuras 33 e 34). O sistema é basicamente composto por bocas de lobo e rede de drenagem executada em concreto que destina as águas coletadas para os corpos hídricos mais próximos do município.
Mesmo havendo alguns dispositivos de drenagem no município de Estrela Dalva, pela falta de um cadastro, não se tem bem definido as áreas efetivamente atendidas, incluindo a extensão de galerias, po- sição de poços-de-visita e bocas-de-lobo, bem como dimensões, declividades e condições operacionais.
Em alguns trechos, a condução das águas pluviais é feita superficialmente, sendo direcionadas até o talvegue da bacia. Nessa situação a água tende a escoar exclusivamente sobre o leito carroçável, contri- buindo com a sua deterioração, além de comprometer a qualidade de vida da população local.
D. Situações críticas
Segundo o representante municipal o município não possui áreas que demandem um olhar mais apurado para concepção de sistemas de drenagem, assim como não possui encostas no perímetro urbano.
5.5.2. Demanda por Infraestrutura em Drenagem Urbana
As demandas de drenagem urbana são determinadas de forma diferente dos outros serviços de saneamento, pois não dependem diretamente da população, mas sim da forma como esta ocupa o espaço urbano, das condições climáticas e características físicas das bacias hidrográficas, onde se situa a área ocupada do município. Assim, o escoamento superficial das águas pluviais depende de vários fatores na- turais e antrópicos que interagem entre si. A demanda ou o estudo de vazões devem procurar considerá-los todos para que seja adequada.
Na área urbana os escoamentos superficiais classificam-se basicamente em dois tipos: águas dis- persas, quando o fluxo encontra-se difuso sobre o terreno, e águas confinadas, quando há um leito definido para o escoamento. Também são classificados quanto à presença de água: perene, quando há escoamen- to em todas as estações climáticas, e temporários, como as linhas de drenagem, que apresentam água somente durante os eventos climáticos. A infraestrutura urbana de drenagem daria conta de todos esses casos.
De uma maneira geral, para o escoamento difuso e temporário, projeta-se a microdrenagem urbana, responsável por coletar, afastar e descarregar as águas pluviais em corpos receptores adequados. Esta es- trutura é composta por sarjeta, sarjetão, bocas-de-lobo, poços de visita e galerias, de uma maneira geral, uma atribuição típica do município.
Já os escoamentos perenes em leitos definidos nos fundos de vale possuem as estruturas hidráuli- cas que compõem a macrodrenagem urbana para dar conta dessas águas. Normalmente, essas estruturas são do tipo canalização, mas outras formas também seriam possivelmente utilizadas como as bacias de detenção. Embora intervenções sejam propostas no âmbito do município com o objetivo de reurbanizar áreas e combater inundações, a ação e a correção geralmente extrapolam seus limites.
Na literatura específica encontram-se modelos matemáticos para o cálculo da vazão máxima (cheia) numa bacia de drenagem. Estes métodos dividem-se em duas categorias: sintéticos e estatísticos. Neste estudo adotou-se exclusivamente os métodos sintéticos, pois a ausência de série histórica estatistica- mente representativa de dados hidrológicos é particularmente sentida em pequenas bacias hidrográficas, como é o caso em questão. Os métodos sintéticos mais recomendados de cálculo de vazões máximas e desenvolvidos para bacias com áreas de drenagem de diversas ordens de grandeza, bem como os seus limites mais usuais de aplicação são os seguintes:
• Para bacias que não são complexas e tenham até 2 km2 de área de drenagem e período de retor-
Figura 33 – Boca-de-lobo - vista 1. Figura 34 – Boca-de-lobo - vista 2.
Fonte: Vallenge (22/02/2012). Fonte: Vallenge (22/02/2012).
no menor ou igual a 50 anos. Este método foi introduzido em 1889 e é largamente utilizado nos Estados Unidos e em outros países. Embora frequentemente esteja sujeito a críticas acadêmicas por sua simplicidade, continua sendo bastante aceito, notadamente para as obras de microdre- nagem em bacias pouco complexas.
• Este método constitui um aprimoramento do Método Racional. Sua aplicação tem sido aceita
para bacias com áreas de drenagem de até 200 km2, sem limitações quanto ao período de re- torno. O racional, apesar de ser mais utilizado e aceito em bacias pequenas e pouco complexas, permite aperfeiçoamentos efetuados por meio de análise e consideração de diversos fatores intervenientes, como os efetuados pelo I-PAI-WU e os propostos neste estudo. Os fatores adicio- nais referem-se ao armazenamento na bacia, à distribuição da chuva e à forma da bacia. A apli- cação deste método, levando em conta esses parâmetros adicionais, torna-se mais adequada na medida em que estes exercem um papel importante no desenvolvimento de uma cheia para as bacias de maior área de drenagem e mais complexas.
A determinação sintética de vazão máxima nos cursos d’água depende diretamente do cálculo das
características físicas das bacias hidrográficas como: área, perímetro, comprimento e declividade do rio principal, bem como do uso e ocupação do solo urbano. Neste trabalho, essas características foram cal- culadas por meio do uso de Sistema de Informação Geográfica – SIG.
Para a determinação das chuvas intensas utilizou-se a equação geral de I-D-F (intensidade, duração e frequência), apresentada a seguir. Os coeficientes (K, a, b, e c) foram adotados com base em consulta ao software Pluvio 2.1 desenvolvido pelo Grupo de Pesquisas em Recursos Hídricos (GPRH), vinculado ao Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (DEA – UFV). Este software permite a estimativa dos coeficientes da equação de chuvas intensas para qualquer localidade de Minas Gerais além dos Estados da Bahia, Espirito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
i= K . Ta (t+ b)c
Onde:
i = intensidade máxima média [mm/hora] T = período de retorno [anos]
t = duração da precipitação [minutos] K, a, b, c = coeficientes.
A seguir, são apresentados os cálculos de vazão máxima a partir da situação atual de uso e ocu- pação do solo. Deve-se notar que para a drenagem urbana, o aumento da vazão de inundação de pontos suscetíveis ou da frequência de ocorrência relaciona-se diretamente com o aumento da área impermea- bilizada e a ocupação não criteriosa de várzeas. Assim, em função da crescente impermeabilização, há a evolução das Vazões de Drenagem Urbana.
A. Vazões para microdrenagem
Foi estimado que o coeficiente de escoamento superficial para Estrela Dalva seja da ordem de 50%. Desta forma, para precipitações com período de retorno de 10 anos e duração de 10 minutos, valores usu- ais para o dimensionamento de microdrenagem urbana, a intensidade prevista é igual a 146,15 mm/hora. Assim, cada hectare contribui para uma vazão de escoamento superficial direto igual a 150,0 L/s,
de modo que com a declividade dos terrenos de Estrela Dalva, é possível que seja necessário implantar ao menos uma boca-de-lobo e respectiva galeria a cada quadra ou adotar técnicas compensatórias que reduzam a necessidade de estruturas hidráulicas convencionais. A microdrenagem vem funcionando bem, porque há alta capacidade de infiltração na área urbana, o que diminui o escoamento superficial.
B. Vazões para macrodrenagem
O Quadro 20 sumariza as características gerais das bacias com incidência na área urbana do mu- nicípio de Estrela Dalva, o tempo de concentração, a intensidade de chuva, o uso e ocupação do solo e a vazão máxima, conforme o caso.
Quadro 20 – Informações gerais das sub-bacias do município de Estrela Dalva.
Codificação sub-bacia | Sub-bacia | Tempo de concentração | Intensidade de chuva | Uso e ocupação do solo | Vazão máxima | |
Área Urbana | Área Rural | |||||
(min) | (mm/hora) | (%) | (%) | (m³/s) | ||
A | Ribeirão São Lourenço | 86,43 | 63,75 | 2,5 | 97,5 | 28,69 |
B | Córrego sem denominação1 | 20,77 | 135,27 | 20 | 80 | 5,97 |
C | Córrego sem denominação1 | 21,44 | 132,89 | 40 | 60 | 6,07 |
D | Córrego sem denominação1 | 16,58 | 152,99 | 20 | 80 | 4,59 |
E | Córrego sem denominação1 | 36,30 | 97,48 | 10 | 90 | 13,63 |
Nota: 1 – Afluentes do ribeirão São Lourenço.
As informações detalhadas por bacia são colocadas a seguir, mostrando na Figura 35 sua articu-
lação. A planta com as bacias de influência na área urbana de Estrela Dalva encontra-se no APÊNDICE V.
A principal bacia, em termos de extensão, é a do ribeirão São Lourenço com área de drenagem igual a 10,68 km². As sub-bacias B, C, D e E, menores em termos de área, são cabeceiras de pequenos cursos d’água que podem ser influenciados pela expansão urbana do município. Caso não sejam tomadas medi- das de controle da erosão, há riscos de provocar assoreamento das nascentes e transporte de sedimentos para jusante. Da mesma forma, medidas que garantam a infiltração das águas de chuva são importantes na área urbana para evitar aumento da vazão de cheia.
Figura 35 – Articulação das sub-bacias da área urbana do município de Estrela Dalva.
•Bacia A – Ribeirão Água Limpa
A seguir são apresentadas as características e informações referentes à bacia A do município de
Estrela Dalva.
Quadro 21– Características da bacia A.
•Sub-bacia B – Córrego Sem Denominação 1
A seguir são apresentadas as características e informações referentes à sub-bacia B do município
de Estrela Dalva.
Quadro 22 – Características da bacia B.
Características físicas | Unidade | Valor |
Área | Km² | 10,68 |
Perímetro | Km | 19,23 |
Comprimento do Rio Principal | Km | 6,64 |
Comprimento Axial | km | 5,67 |
Declividade Equivalente | m/Km | 11,53 |
Desnível de Talvegue | m | 150,00 |
Análise de forma | ||
Índice de Compacidade | - | 1,648 |
Índice de Conformação | - | 0,332 |
Tendência de Cheia | - | Média |
Uso e ocupação do Solo | ||
Área urbana | % | 2,5 |
Área rural | % | 97,5 |
Determinação da vazão máxima | ||
Tempo de concentração médio | min | 86,43 |
Tempo de recorrência | anos | 100 |
Intensidade de chuva | mm/hora | 63,75 |
Coeficiente escoamento superficial | - | 0,26 |
Vazão máxima | m³/s | 28,69 |
Características físicas | Unidade | Valor |
Área | Km² | 0,53 |
Perímetro | Km | 3,20 |
Comprimento do Rio Principal | Km | 0,96 |
Comprimento Axial | km | 1,02 |
Declividade Equivalente | m/Km | 14,75 |
Desnível de Talvegue | m | 20,00 |
Análise de forma | ||
Índice de Compacidade | - | 1,231 |
Índice de Conformação | - | 0,509 |
Tendência de Cheia | - | Alta |
Uso e ocupação do Solo | ||
Área urbana | % | 20 |
Área rural | % | 80 |
Determinação da vazão máxima | ||
Tempo de concentração médio | min | 20,77 |
Tempo de recorrência | anos | 50 |
Intensidade de chuva | mm/hora | 135,27 |
Coeficiente escoamento superficial | - | 0,30 |
Vazão máxima | m³/s | 5,97 |
•Sub-bacia C – Córrego Sem Denominação 2
A seguir são apresentadas as características e informações referentes à sub-bacia C do município
de Estrela Dalva.
Quadro 23 – Características da bacia C.
•Sub-bacia D – Córrego Sem Denominação 3
A seguir são apresentadas as características e informações referentes à sub-bacia D do município
de Estrela Dalva.
Quadro 24 – Características da bacia D.
Características físicas | Unidade | Valor |
Área | Km² | 0,47 |
Perímetro | Km | 3,23 |
Comprimento do Rio Principal | Km | 1,18 |
Comprimento Axial | km | 1,21 |
Declividade Equivalente | m/Km | 20,32 |
Desnível de Talvegue | m | 30 |
Análise de forma | ||
Índice de Compacidade | - | 1,319 |
Índice de Conformação | - | 0,321 |
Tendência de Cheia | - | Média |
Uso e ocupação do Solo | ||
Área urbana | % | 40,00 |
Área rural | % | 60,00 |
Determinação da vazão máxima | ||
Tempo de concentração médio | min | 21,44 |
Tempo de recorrência | anos | 50 |
Intensidade de chuva | mm/hora | 132,89 |
Coeficiente escoamento superficial | - | 0,35 |
Vazão máxima | m³/s | 6,07 |
Características físicas | Unidade | Valor |
Área | Km² | 0,36 |
Perímetro | Km | 2,97 |
Comprimento do Rio Principal | Km | 1,13 |
Comprimento Axial | km | 1,29 |
Declividade Equivalente | m/Km | 39,32 |
Desnível de Talvegue | m | 50,00 |
Análise de forma | ||
Índice de Compacidade | - | 1,386 |
Índice de Conformação | - | 0,216 |
Tendência de Cheia | - | Baixa |
Uso e ocupação do Solo | ||
Área urbana | % | 20,00 |
Área rural | % | 80,00 |
Determinação da vazão máxima | ||
Tempo de concentração médio | min | 16,58 |
Tempo de recorrência | anos | 50 |
Intensidade de chuva | mm/hora | 152,99 |
Coeficiente escoamento superficial | - | 0,30 |
Vazão máxima | m³/s | 4,59 |
•Sub-bacia E – Córrego Sem Denominação 4
A seguir são apresentadas as características e informações referentes à sub-bacia E do município
de Estrela Dalva.
Quadro 25 – Características da bacia E.
Características físicas | Unidade | Valor |
Área | Km² | 1,83 |
Perímetro | Km | 5,65 |
Comprimento do Rio Principal | Km | 2,56 |
Comprimento Axial | km | 2,07 |
Declividade Equivalente | m/Km | 20,84 |
Desnível de Talvegue | m | 80,00 |
Análise de forma | ||
Índice de Compacidade | - | 1,169 |
Índice de Conformação | - | 0,427 |
Tendência de Cheia | - | Alta |
Uso e ocupação do Solo | ||
Área urbana | % | 10,00 |
Área rural | % | 90,00 |
Determinação da vazão máxima | ||
Tempo de concentração médio | min | 36,30 |
Tempo de recorrência | anos | 50 |
Intensidade de chuva | mm/hora | 97,48 |
Coeficiente escoamento superficial | - | 0,28 |
Vazão máxima | m³/s | 13,63 |
PARTE 6
Proposições Consolidadas
Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário Resíduos Sólidos Drenagem Urbana
6. PROPOSIÇÕES CONSOLIDADAS
As proposições para cada componente que compõe o saneamento básico do município de Estrela Dalva foram feitas a partir do levantamento das condições operacionais atuais e os resultados da oficina de participação social.
As condições operacionais atuais das unidades que compõem o saneamento básico do município foram obtidas a partir do diagnóstico técnico. Desse modo, foram feitas várias visitas a campo com a final- idade de identificar a situação atual do sistema, apontando eventuais falhas ou deficiências operacionais.
Quanto aos resultados das oficinas de participação social, esses foram determinados a partir re- uniões comunitárias realizadas no município.
A oficina comunitária consistiu na interação da equipe técnica com a comunidade, objetivando a apresentação das responsabilidades delegadas ao município na Lei Federal nº 11.445/2007, além disso, contribuiu com a complementação do diagnóstico técnico. Nessa etapa, foi despertado na população caráter responsável e participativo, com ênfase na responsabilização pelo planejamento do Plano Munici- pal de Saneamento Básico, de maneira clara e objetiva, com garantias de que esse não seja responsabili- dade exclusiva de especialistas, mas também passe pela participação dos cidadãos, enriquecendo-o com suas diferentes interpretações dos diversos segmentos sociais do município.
Deve-se ressaltar a importância desse processo participativo que deverá ocorrer durante todas as fases, inclusive na elaboração futura das revisões.
Com base nessa interação técnico-social, as proposições iniciais apresentadas no Produto 5, passam a ser denominadas no presente produto de proposições consolidadas, sendo apresentadas a seguir para os quatro elementos que compõem o saneamento básico, ou seja, abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
6.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
As proposições referentes à produção e distribuição de água estão resumidas nos Quadros a seguir.
Quadro 26 – Proposições e prazos quanto à produção de água na sede de Estrela Dalva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Captação de água subterrânea | Elaborar outorga. | Manutenção | Manutenção | Renovação de outorga. |
Tratamento | Manutenção | Manutenção | Manutenção | Reforma e atualização das unidades |
Fornecer registros de qualidade da água Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | |
Gestão | Implantação de programa de manutenção preventiva | Manutenção | Manutenção e aprimoramento | Manutenção |
106 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
107
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Quadro 27 – Proposições e prazos quanto à distribuição de água na sede de Estrela Dalva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Reservação pós- tratamento | Projeto de unidade de reservação. | Implantação. | Manutenção. | Manutenção. |
Rede de distribuição | Cadastro e estudo de zoneamento piezométrico. | Implantação das diretrizes do estudo. | Manutenção. | Manutenção. |
Estudo de padronização de ligação predial. | Implantação das diretrizes do estudo. | Manutenção. | Manutenção. | |
Estudo e projeto para substituição da rede antiga. | Implantação das diretrizes do estudo. | Manutenção | Manutenção |
Quadro 28 – Proposições e prazos quanto à produção de água no distrito de Água Viva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Captação de água subterrânea | Ampliação do sistema de captação. Elaborar outorga. | Manutenção | Manutenção | Manutenção. Renovação de outorga. |
Tratamento | Projeto para implantação de sistema de desinfecção. | Manutenção | Manutenção | Reforma e atualização das unidades |
Fornecer registros de qualidade da água Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | Atendimento ao padrão de potabilidade | |
Gestão | Implantação de programa de manutenção preventiva | Manutenção | Manutenção e aprimoramento | Manutenção |
Quadro 29 – Proposições e prazos quanto à distribuição de água no distrito de Água Viva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Reservação pós- tratamento | Projeto de unidade de reservação. | Implantação. | Manutenção. | Manutenção. |
Rede de distribuição | Cadastro e Estudo de zoneamento piezométrico | Implantação das diretrizes do estudo | Manutenção | Manutenção |
Estudo de implantação da micromedição | Implantação das diretrizes do estudo | Manutenção | Manutenção | |
Estudo de padronização de ligação predial | Implantação das diretrizes do estudo | Manutenção | Manutenção | |
Estudo para implantação de Programa de controle de perdas. | Implantação das diretrizes do estudo | Manutenção | Manutenção |
Além dessas medidas mais físicas de implantação de unidades ou reforma, é também muito impor- tante avançar nos procedimentos de gestão do serviço de água. Os programas federais que disponibilizam recursos colocam como condicionante a melhoria de gestão dos serviços e particularmente a implantação da micromedição.
Quanto à distribuição de água na sede de Estrela Dalva, segundo informações da COPASA, o muni- cípio dispõe de 110 m³, valor suficiente para atender a demanda ao longo do horizonte de planejamento. Já no distrito de Água Viva encontram-se os maiores déficits, como por exemplo, volume captado junto ao manancial insuficiente, inexistência de tratamento da água proveniente do manancial subterrâneo e ausência de unidade de reservação.
Com base nas informações disponíveis, é apresentada nos quadros a seguir a quantidade de redes de água a implantar para acompanhar o crescimento esperado ao longo do horizonte de planejamento e posteriormente estimado os custos para as respectivas implantações. Os custos para implantação ou substituição da rede de distribuição de água no município de Estrela Dalva, considerando tanto sede quanto distrito, são apresentados nos Quadros a seguir.
Quadro 30 – Rede de água a implantar no município de Estrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento.
Ano | População urbana (hab.) | Área urbana selecionada (ha) | Rede de água implantada (km) | Rede de água a implantar (km) |
2012 | 1.835 | 42,49 | 9,89 | - |
2013 | 1.862 | 43,12 | 9,89 | - |
2014 | 1.890 | 43,76 | 9,89 | - |
2015 | 1.919 | 44,44 | 9,89 | - |
2016 | 1.947 | 45,08 | 9,89 | - |
2017 | 1.977 | 45,78 | 9,89 | 0,1250 |
2018 | 2.006 | 46,45 | 10,02 | 0,1250 |
2019 | 2.036 | 47,14 | 10,14 | 0,1250 |
2020 | 2.067 | 47,86 | 10,27 | 0,1250 |
2021 | 2.098 | 48,58 | 10,39 | 0,0625 |
2022 | 2.129 | 49,30 | 10,45 | 0,0625 |
2023 | 2.151 | 49,81 | 10,52 | 0,0625 |
2024 | 2.172 | 50,29 | 10,58 | 0,0625 |
2025 | 2.194 | 50,80 | 10,64 | 0,0625 |
2026 | 2.216 | 51,31 | 10,70 | 0,0625 |
2027 | 2.238 | 51,82 | 10,77 | 0,0625 |
2028 | 2.260 | 52,33 | 10,83 | 0,0625 |
2029 | 2.283 | 52,86 | 10,89 | 0,0357 |
2030 | 2.306 | 53,40 | 10,93 | 0,0357 |
2031 | 2.329 | 53,93 | 10,96 | 0,0357 |
2032 | 2.352 | 54,46 | 11,00 | 0,0357 |
2033 | 2.371 | 54,90 | 11,03 | 0,0357 |
2034 | 2.390 | 55,34 | 11,07 | 0,0357 |
2035 | 2.409 | 55,78 | 11,10 | 0,0357 |
2036 | 2.428 | 56,22 | 11,14 | 0,0357 |
2037 | 2.448 | 56,68 | 11,18 | 0,0357 |
2038 | 2.467 | 57,12 | 11,21 | 0,0357 |
2039 | 2.487 | 57,59 | 11,25 | 0,0357 |
2040 | 2.507 | 58,05 | 11,28 | 0,0357 |
2041 | 2.527 | 58,51 | 11,32 | 0,0357 |
2042 | 2.547 | 58,98 | 11,35 | 0,0357 |
Quadro 31 – Estimativa dos custos de implantação para a sede.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Captação Subterrânea | Outorga e renovação | 5.000,00 | 5.000,00 | ||
Tratamento - água superficial | Monitoramento e controle para atendi- mento do padrão de potabilidade Reforma e atualização das unidades | 40.000,00 | 160.000,00 | 200.000,00 | 200.000,00 72.000,00 |
Reservação | Projeto e implantação | 188.800,00 | |||
Rede de distribuição | Cadastro, estudo de zoneamento piezomé- trico e implantação de diretrizes Estudo e implantaçao da macromediação do distrito Estudo e implantaçao da micromediação do distrito Estudo de padronização de ligação predial e implantação das diretrizes Projeto e implantação da rede de dis- tribuição e recuperação ou substituição antiga | 218.600,00 2.000,00 5.000,00 1.000,00 | 40.000,00 100.000,00 20.000,00 44.800,00 | 44.800,00 | 44.800,00 |
SUBTOTAL | 271.600,00 | 364.800,00 | 433.600,00 | 321.800,00 | |
TOTAL GERAL | 1.391.800,00 |
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Captação Subterrânea | Ampliação do sistema de captação Outorga e renovação | 4.000,00 5.000,00 | 5.000,00 | ||
Trat. - água subterrânea | Implantação de sistema de desinfecção Reforma e atualização das unidades | 30.000,00 | 7.700,00 | ||
Reservação | Projeto e implantação | 3.100,00 | 60.600,00 | ||
Rede de distribuição | Cadastro, estudo de zoneamento piezomé- trico e implantação de diretrizes Estudo de padronização de ligação predial e implantação das diretrizes | 29.100,00 1.000,00 | 20.000,00 | ||
SUBTOTAL | 72.200,00 | 160.800,00 | 0,00 | 12.700,00 | |
TOTAL GERAL | 245.700,00 |
Quadro 32 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva.
6.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO
As proposições para o sistema de esgotamento sanitário, válidas para a sede e o distrito, estão colocadas no Quadro 33.
Quadro 33 – Proposições e prazos quanto à coleta, afastamento e tratamento de esgotos sanitários em Estrela Dalva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Rede Coletora | Cadastro Projeto da rede coletora para atendimento do crescimento vegetativo. | Implantação e operação | Manutenção | Manutenção |
Coletor tronco | Projeto | Implantação e operação | Manutenção | Manutenção |
Tratamento | Projeto da estação de tratamento de esgoto | Implantação | Manutenção | Manutenção |
A ausência de uma estação de tratamento de esgoto compromete os recursos hídricos da região pelo lançamento in natura do esgoto. Não há um centro de custos sobre a operação do serviço de esgota- mento sanitário, bem como há reduzida receita.
Com base nas informações disponíveis é apresentada nos quadros a seguir a quantidade de redes de esgoto a implantar para universalizar o atendimento e acompanhar o crescimento esperado ao longo do horizonte de planejamento, sendo posteriormente estimados os custos para tais implantações.Os custos para implantação de rede coletora no município de Estrela Dalva, considerando tanto sede quanto distrito, são apresentados nos Quadros a seguir.
Quadro 34 – Rede de esgoto a implantar no município deEstrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento.
Ano | População (hab.) | Área urbana selecionada (ha) | Rede de esgoto implantada (km) | Rede de esgoto a implantar (km) |
2012 | 1.835 | 42,49 | 3,56 | - |
2013 | 1.862 | 43,12 | 3,56 | - |
2014 | 1.890 | 43,76 | 3,56 | - |
2015 | 1.919 | 44,44 | 3,56 | - |
2016 | 1.947 | 45,08 | 3,56 | - |
2017 | 1.977 | 45,78 | 3,56 | 0,2375 |
2018 | 2.006 | 46,45 | 3,80 | 0,2375 |
2019 | 2.036 | 47,14 | 4,04 | 0,2375 |
2020 | 2.067 | 47,86 | 4,27 | 0,2375 |
2021 | 2.098 | 48,58 | 4,51 | 0,1187 |
2022 | 2.129 | 49,30 | 4,63 | 0,1187 |
2023 | 2.151 | 49,81 | 4,75 | 0,1187 |
2024 | 2.172 | 50,29 | 4,87 | 0,1187 |
2025 | 2.194 | 50,80 | 4,98 | 0,1187 |
2026 | 2.216 | 51,31 | 5,10 | 0,1187 |
2027 | 2.238 | 51,82 | 5,22 | 0,1187 |
2028 | 2.260 | 52,33 | 5,34 | 0,1187 |
2029 | 2.283 | 52,86 | 5,46 | 0,0678 |
2030 | 2.306 | 53,40 | 5,53 | 0,0678 |
2031 | 2.329 | 53,93 | 5,60 | 0,0678 |
2032 | 2.352 | 54,46 | 5,66 | 0,0678 |
2033 | 2.371 | 54,90 | 5,73 | 0,0678 |
2034 | 2.390 | 55,34 | 5,80 | 0,0678 |
2035 | 2.409 | 55,78 | 5,87 | 0,0678 |
2036 | 2.428 | 56,22 | 5,93 | 0,0678 |
2037 | 2.448 | 56,68 | 6,00 | 0,0678 |
2038 | 2.467 | 57,12 | 6,07 | 0,0678 |
2039 | 2.487 | 57,59 | 6,14 | 0,0678 |
2040 | 2.507 | 58,05 | 6,21 | 0,0678 |
2041 | 2.527 | 58,51 | 6,27 | 0,0678 |
2042 | 2.547 | 58,98 | 6,34 | 0,0678 |
Quadro 35 – Estimativa dos custos de implantação para a sede.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Rede Coletora | Cadastro. Projeto e implantação da rede coletora Projeto e implantação do coletor tronco | 218.600,00 153.700,00 | 286.200,00 3.073.600,00 | 286.200,00 | 286.200,00 |
Tratamento | Projeto e implantação da Estação de Tratamento de Esgoto | 100.900,00 | 2.017.700,00 | ||
SUBTOTAL | 473.200,00 | 5.377.500,00 | 286.200,00 | 286.200,00 | |
TOTAL GERAL | 6.423.100,00 |
Quadro 36 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Rede Coletora | Cadastro. | 29.100,00 | |||
Tratamento | Projeto e implantação da Estação de Trata- mento de Esgoto | 10.800,00 | 214.700,00 | ||
SUBTOTAL | 39.900,00 | 214.700,00 | 0,00 | 0,00 | |
TOTAL GERAL | 254.600,00 |
6.3. RESÍDUOS SÓLIDOS
Com base nas informações disponíveis para o município de Estrela Dalva e o resultado das oficinas de mobilização social, este plano busca integrar as demandas observadas no município com as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei 12.305/10, bem como com as políticas estaduais que vem sendo implantadas neste setor.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS regulamenta com maior nível de detalhamento as obrigações dos envolvidos na gestão dos resíduos sólidos, trazendo aos municípios, inclusive, a obrigação de construírem seus Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, já contratados e em execução por alguns municípios mineiros.
Além dos preceitos da PNRS, para fins de mensuração e planejamento futuro, este estudo consi- dera os parâmetros adotados pelo Estado de Minas Gerais em seu Plano Preliminar para Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos, onde adaptando seu período e população aos preceitos adotados neste estudo, temos:
Quadro 37 – Resíduos sólidos em Estrela Dalva.
A esta análise do custo de operação do aterro, bastante representativo, especialmente ao conside- rarmos que um aterro sanitário deve ser projetado para uma vida útil mínima de 20 anos, há que se consi- derar os custos de implantação e encerramento do aterro que, embora menores que o custo de operação, não são desprezíveis no computo desta decisão.
Destino final | Vazadouro a céu aberto no próprio município |
População 2012 | 2.520 |
População 2042 | 3.137 |
Geração de Resíduos 2012 (t) | 459,90 |
Geração de resíduos 2042 (t) | 572,50 |
Geração de Resíduos da Construção Civil 2012 (t) | 459,90 |
Geração de Resíduos da Construção Civil 2042 (t) | 572,50 |
Geração de Resíduos Compostáveis 2012 (t) | 252,95 |
Geração de Resíduos Compostáveis 2042 (t) | 314,88 |
Geração de Resíduos Recicláveis 2012 (t) | 73,58 |
Geração de Resíduos Recicláveis 2042 (t) | 91,60 |
Geração de Rejeitos 2012 (t) | 133,37 |
Geração de Rejeitos 2042 (t) | 166,03 |
Em estudo desenvolvido pela Fundação Xxxxxxx Xxxxxx para a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (FGV, 2007) foi estimado o custo médio de gerenciamento (pré-implantação, im- plantação, operação, encerramento e pós-encerramento) de aterros sanitários padrões de grande, médio e pequeno porte para o depósito de resíduos sólidos municipais e industriais não perigosos (Classe IIA). Os custos de gerenciamento para um aterro de pequeno porte, representados por aqueles com capacidade de recebimento de 100 toneladas por dia, encontram-se no Quadro 38.
Quadro 38 – Custo médio de aterro de pequeno porte no Brasil.
Etapas do Aterro | Distribuição (%) | Custo da Etapa (R$) | Custo Implantação (R$) |
Pré-implantação | 1,16 | 608.087,00 | 608.087,00 |
Implantação | 5,09 | 2.669.178,00 | 2.669.178,00 |
Operação | 86,7 | 45.468.163,00 | 0 |
Encerramento | 0,93 | 486.667,00 | 486.667,00 |
Pós-encerramento | 6,13 | 3.212.354,00 | 3.212.354,00 |
TOTAL | 100 | 52.444.449,00 | 6.976.286,00 |
Fonte: Adaptado de MYR 2009.
Cabe destacar que a maioria dos municípios de Minas Gerais de pequeno porte, em sua maioria, não possuem aterros sanitários adequados às exigências das Normas Técnicas XXXX XXX 00000 de 14/07/2010, que versa sobre o tema. Em sua maioria os municípios possuem antigos lixões ou aterros em valas simples, hoje chamados de aterros controlados, cujo conceito foi adotado como uma situação intermediária a solução definitiva, legal e tecnicamente adequada às exigências atuais que certamente de- pendem de arranjos regionais. Essa necessidade fica ainda mais evidenciada ao verificarmos os estudos existentes sobre o tema que demonstram que a operação de um aterro sanitário somente passa a sereco- nomicamente viável a partir de quantitativos diários superiores a 100 toneladas (Figura 36).
Figura 36 – Custo de operação do Aterro
Fonte: Abetre/FGV 2009 – Adaptação de INEA 2012
Fonte: Abetre/FGV 2009
A PNRS traz ainda a indicação de uma sequencia prioritária a ser adotada na gestão de Resíduos Sólidos:
Art. 9o - Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a se- guinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamen- to dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Essa exigência legal soma-se a necessidade de um processo de gestão sustentável de resíduos e traz implicitamente consigo a necessidade de ações como educação ambiental, arranjos setoriais, fomento a reciclagem, cuidados ambientais adequados e análise de processos.
Especialmente a coleta seletiva, tão desejada ao processo, já vem sendo implantada nos diversos municípios brasileiros, seja pela ação direta de catadores, cooperativas e empresas de reciclagem que vi- ram nesse setor uma oportunidade de negócio, seja pelo fomento e ações públicas que visam reduzir seus resíduos gerados. Trata-se de uma atitude ambientalmente adequada que permite adequar-se a legislação, reduzir custos no processo de destinação de resíduos e, em grande parte dos municípios, criar uma solu- ção de inserção social aos catadores autônomos.
O custo médio da coleta seletiva, por sua vez, é cinco vezes maior que o da coleta convencional segundo dados do Ministério das Cidades (MC/MMA, 2008), entretanto esta relação pode-se alterar em função do modelo operacional adotado por cada município. Pode-se dizer que as principais dificuldades encontradas pela grande maioria dos municípios para implantação da coleta seletiva são:
•informalidade do processo – não há institucionalização;
•carência de soluções de engenharia com visão social;
•alto custo do processo na fase de coleta;
•dificuldade do município em manter de forma continuada a gestão das diversas etapas do proces- so de reciclagem;
•escala insuficiente a sustentabilidade econômica, especialmente em municípios de pequeno porte.
O modelo de coleta seletiva de baixo custo tem como um dos elementos centrais a incorporação de forma eficiente e perene de catadores, caso já atuem no município, numa politica pública planejada. Quando não há catadores, é possível envolver a população menos favorecida, gerando trabalho e renda.
Nesse modelo os catadores se responsabilizam pela cobertura sistemática, de setores previamente estabelecidos na área urbana do município, utilizando equipamentos de coleta e transporte simplificados. A acumulação dos materiais se realiza em instalações ou pátios no centro da região setorizada
Cabe ao município criar condições, regulamentações, incentivos e principalmente dotar o sistema de coleta seletiva de infraestrutura adequada para permitir a reciclagem, pois esta demanda, sendo em geral a mais onerosa, na maioria dos casos torna-se o fator limitador a efetivação do sistema. Esta infraestrutura deverá minimamente prever:
- veículos de coleta e transporte do material reciclável;
- recipientes coletores estrategicamente localizados denominados Pontos de Entrega Voluntária (PEVs);
- Unidade de Triagem e Compostagem – UTC;
Os veículos de coleta e transporte do material deve ser adequado ao modelo de coleta seletiva adota- da pelo município. Em alguns casos um veículo convencional vem apenas somar aos carrinhos individuais adotados pelos catadores, porém sendo bastante necessário para a remoção de grandes volumes ou no transporte do material já processado até os compradores. Desta maneira, este plano prevê o custo de aquisição de um veículo específico para esta atividade.
O formato dos PEVs igualmente poderá variar de acordo com a metodologia e logística de coleta adotada pelo município. Estes equipamentos servem para estimular as pessoas que separam individual- mente seus resíduos recicláveis, a terem um local adequado para entrega-los para a coleta específica, normalmente locados em pontos de grande circulação ou próximos a supermercados, escolas, igrejas, etc. Estes equipamentos podem ser constituídos de lixeiras separadoras, de bags, gaiolas, contêineres ou outros adequados a necessidade do sistema adotado e ao material reciclável desejado de ser estimulado para coleta.
Quanto a UTC, Unidade de Triagem e Compostagem, a Fundação Estadual do Ambiente de Minas Gerais lançou em 2006 um manual orientativo para implantação e operação deste tipo de equipamento e têm estimulado os municípios, especialmente os de pequeno porte, na implantação deste sistema no processo de destinação de resíduos. Vale destacar aqui a necessidade de atenção a Norma Técnica ABNT NBR 15849 de 14/07/2010 que dispõe sobre as diretrizes para localização, projeto, implantação e encer- ramento de aterros sanitários de pequeno porte, já que a legislação vigente não mais permite a adoção de aterro controlado em valas como vinha sendo preconizado para implantação conjunta com estas unidades. Outro fator de suma importância que deve ser observado na operação das UTCs é que não deve haver se- paração manual de resíduos domésticos, que não os oriundos de coleta seletiva, especialmente em função do resguardo sanitário dos funcionários envolvidos.
Outros resíduos relevantes são os provenientes da construção civil (RCC). A produção deste tipo de resíduo relaciona-se diretamente com a idade do município e seu grau de desenvolvimento e sua gestão está definida pela Resolução CONAMA 307/2002, onde os municípios devem estabelecer o Programa Mu- nicipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil. É necessária na gestão deste resíduo, a orientação educativa aos geradores a fim de que sejam segmentados na geração (obra) os resíduos inertes dos contaminantes que deverão ter sua destinação adequada.
Em municípios pequenos, em função dos volumes diminutos produzido nas obras, é comum que o material produzido seja absorvido diretamente na obra, em ruas de terra próximas a obra ou no aterro de terrenos vizinhos. Em Estrela Dalva recomenda-se a aquisição de caçambas coletoras para facilitar a entrega voluntária pelos geradores, bem como a implantação junto a UTC de um triturador de entulhos de
pequeno porte, capaz de transformar este resíduo em tamanho de brita, facilitando sua desejada reutiliza- ção na manutenção de ruas de terra.
Em municípios com mais de 20.000 habitantes é recomendado a implantação de um aterro sanitário
de inertes, que igualmente deve seguir as normas e exigências legais em sua implantação e operação.
Outro resíduo relevante é o proveniente de podas. Para este resíduo este plano prevê a aquisição de um triturador móvel que traz consigo a além da vantagem de reduzir o volume em até 90%, de preparar este rico material para compostagem ou para o uso direto na cobertura de canteiros de jardinagem ou agricultura.
As principais proposições para o sistema de manejo de resíduos sólidos estão colocadas no Quadro
39 a seguir.
Quadro 39 – Proposições e prazos quanto ao manejo dos resíduos sólidos urbanos em Estrela Dalva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Varrição de vias públicas/ limpeza pública | Estudo para ampliar a área de cobertura. | Execução do serviço. | Execução do serviço e atualização da área de cobertura | Execução do serviço |
Coleta de RSD | Manutenção do caminhão de coleta existente. | Manutenção | Manutenção | Manutenção |
Coleta Seletiva | Estudo para implantação de sistema de coleta seletiva ou postos de entrega voluntária - PEVs | Implantação | Manutenção | Manutenção |
Usina de Triagem/ Reciclagem | Estudo para verificar a viabilidade da implantação | Implantação caso viável | Manutenção | Manutenção |
Resíduos Sólidos do Serviço de Saúde | Estudo para verificar a viabilidade de delegar esse serviço. Execução do serviço. | Contratação de empresa especializada caso viável. Execução do serviço. | Execução do serviço. | Execução do serviço. |
Resíduos de Construção e Demolição | Adequação da área de disposição final Instalação de Balança e controle dos resíduos recebidos | Estudo para verificar a viabilidade de reaproveitamento/ reciclagem dos RCD | Manutenção da área de disposição Implantação de reciclagem caso viável | Manutenção |
Destinação final | Projeto de remediação do vazadouro a céu aberto e conversão em aterro sanitário ou estudo para implantação de aterro sanitário consorciado em nova área | Implantação | Operação/Manutenção | Operação/ Manutenção |
Diante do cenário apresentado e das projeções adotadas, a demanda de investimentos no municí- pio pode ser observada no Quadro 40, o qual considera ainda as possibilidades de implantação de aterro sanitário próprio ou regional compartilhado, cuja definição de implantação por uma ou por outra recomen- damos ser feita após a análise de viabilidade econômica financeira integrante deste plano.
Quadro 40 – Demanda de investimentos no município de Estrela Dalva.
Demanda | Investimentos (em R$) |
Cestos em vias públicas | 4.000,00 |
Implantação de Aterro de Inertes | - |
Operação de Aterro de Inertes (por ano) | - |
Triturador móvel para verdes | 70.000,00 |
Disponibilização de PEVs para recicláveis | 800,00 |
Implantação de UTC | 400.000,00 |
Operação da UTC (ano) | 130.000,00 |
Veículo para Coleta Seletiva | 170.000,00 |
Ecopontos ou caçamba para entulhos | 10.000,00 |
Britador de entulhos | 20.000,00 |
Contêineres para feiras | 5.000,00 |
Implantação de Aterro de Pequeno Porte local | 6.976.286,00 |
Implantação Aterro Regional Consorciado | 1.744.071,50 |
Elaboração do PMGIRS | 70.000,00 |
Fonte: Adaptado de MYR 2009.
6.4. DRENAGEM URBANA
As proposições para o sistema de drenagem urbana, tratadas em termos de microdrenagem nesse produto, estão colocadas no Quadro 41.
Quadro 41 – Proposições e prazos quanto a drenagem urbana em Estrela Dalva.
UNIDADE | IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO |
Sarjeta e sarjetão | Limpeza e desobstrução | Projeto executivo e implantação | Manutenção | Manutenção |
Bocas de lobo, galerias e poços de visita. | Cadastro, limpeza e desobstrução. | Diagnóstico, projeto executivo e implantação. | Manutenção | Manutenção |
Em Estrela Dalva apesar de não haverem relatos de problemas de áreas criticas quanto à empoçamento ou inundações, foi observada uma falta de infraestrutura de microdrenagem urbana, principalmente das unidades enterradas como boca-de-lobo e galeria.
Com base nas informações disponíveis foram estimados os custos para implantação de microdrenagem na área urbana do município de Estrela Dalva. Os custos foram determinados por unidade de área considerada, pois a falta de cadastro da rede atual impede que a mesma seja verificada quanto a sua capacidade de modo que se propôs a implantação em toda a mancha urbana.
Assim, se obtêm o custo máximo, o qual seria reduzido na medida em que o cadastro de bocas- de-lobo, poços-de-visita e galerias fosse efetuado, possibilitando a verificação das suas condições operacionais e a necessidade de sua alteração, ampliando sua capacidade, por exemplo, e mesmo a implantação de mais estruturas hidráulicas em razão da deficiência do atendimento.
Na composição de custos de unidades como bocas-de-lobo, poços-de-visita e galerias estão
incluídos materiais como tubos de concreto, equipamentos, movimento de terra, métodos construtivos
e mão-de-obra, entre outros itens. Procurou-se apropriar todos os itens que compõem a construção das unidades da microdrenagem. As estimativas de custos são mencionadas neste momento no sentido de contribuir para a formulação de alternativas futuras a serem debatidas nas oficinas.
A área urbana (sede e distrito) do município de Estrela Dalva de acordo com seu tipo de relevo foi classificada com sendo de serra, de forma que se estima a necessidade por hectare de 1 boca-de-lobo, 35 m de galeria e 1 poço-de-visita a cada 100 metros de galeria. Os custos para implantação degaleria de drenagem urbana no município de Estrela Dalva, considerando tanto sede quanto distrito, são apresentados nos Quadros a seguir.
Quadro 42 – Sistema de drenagem a implantar no município de Estrela Dalva ao longo do horizonte de planejamento.
Ano | População (hab.) | Área urbana selecionada (ha) | Bocas de Lobo (und) | Galeria (km) | Poços de Visita (und) | |||
Implantadas | A implantar | Implantadas | A implantar | Implantados | A implantar | |||
2012 | 1.835 | 42,49 | - | 42 | 1,42 | - | 14 | 0 |
2013 | 1.862 | 43,12 | 42 | 0 | 1,42 | - | 14 | 0 |
2014 | 1.890 | 43,76 | 42 | 1 | 1,42 | - | 14 | 0 |
2015 | 1.919 | 44,44 | 43 | 1 | 1,42 | - | 14 | 0 |
2016 | 1.947 | 45,08 | 44 | 0 | 1,42 | - | 14 | 0 |
2017 | 1.977 | 45,78 | 44 | 1 | 1,42 | 0,2967 | 14 | 3 |
2018 | 2.006 | 46,45 | 46 | 1 | 1,72 | 0,2967 | 17 | 3 |
2019 | 2.036 | 47,14 | 46 | 1 | 2,01 | 0,2967 | 20 | 3 |
2020 | 2.067 | 47,86 | 47 | 0 | 2,31 | 0,2967 | 23 | 3 |
2021 | 2.098 | 48,58 | 48 | 1 | 2,61 | 0,1483 | 26 | 1 |
2022 | 2.129 | 49,30 | 49 | 1 | 2,76 | 0,1483 | 27 | 2 |
2023 | 2.151 | 49,81 | 50 | 0 | 2,90 | 0,1483 | 29 | 1 |
2024 | 2.172 | 50,29 | 50 | 1 | 3,05 | 0,1483 | 30 | 2 |
2025 | 2.194 | 50,80 | 51 | 0 | 3,20 | 0,1483 | 32 | 1 |
2026 | 2.216 | 51,31 | 51 | 1 | 3,35 | 0,1483 | 33 | 2 |
2027 | 2.238 | 51,82 | 52 | 0 | 3,50 | 0,1483 | 35 | 1 |
2028 | 2.260 | 52,33 | 52 | 1 | 3,64 | 0,1483 | 36 | 1 |
2029 | 2.283 | 52,86 | 53 | 0 | 3,79 | 0,0848 | 37 | 1 |
2030 | 2.306 | 53,40 | 53 | 1 | 3,88 | 0,0848 | 38 | 2 |
2031 | 2.329 | 53,93 | 54 | 0 | 3,96 | 0,0848 | 40 | 0 |
2032 | 2.352 | 54,46 | 54 | 1 | 4,05 | 0,0848 | 40 | 1 |
2033 | 2.371 | 54,90 | 55 | 0 | 4,13 | 0,0848 | 41 | 1 |
2034 | 2.390 | 55,34 | 55 | 1 | 4,22 | 0,0848 | 42 | 1 |
2035 | 2.409 | 55,78 | 56 | 0 | 4,30 | 0,0848 | 43 | 1 |
2036 | 2.428 | 56,22 | 56 | 0 | 4,39 | 0,0848 | 44 | 1 |
2037 | 2.448 | 56,68 | 56 | 1 | 4,47 | 0,0848 | 45 | 1 |
2038 | 2.467 | 57,12 | 57 | 0 | 4,56 | 0,0848 | 46 | 0 |
2039 | 2.487 | 57,59 | 57 | 1 | 4,64 | 0,0848 | 46 | 1 |
2040 | 2.507 | 58,05 | 58 | 0 | 4,73 | 0,0848 | 47 | 1 |
2041 | 2.527 | 58,51 | 58 | 1 | 4,81 | 0,0848 | 48 | 1 |
2042 | 2.547 | 58,98 | 59 | 1 | 4,90 | 0,0848 | 49 | 1 |
Quadro 43 – Estimativa dos custos de implantação das proposições.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Sarjeta e Sarjetão | Projeto e implantação | 157.900,00 | |||
Limpeza e desobstrução | 99.100,00 | 109.500,00 | 118.6000,00 | ||
Cadastro | 152.800,00 | ||||
Bocas de | Diagnóstico, projeto e implantação das | 93.400,00 | 8.900,00 | 9.300,00 | |
Lobo, Gale- | bocas de lobo | ||||
rias e Poços | Diagnóstico, projeto e implantação das | 1.034.100,00 | 1.034.100,00 | 1.034.100,00 | |
de Visitas | galerias | ||||
Diagnóstico, projeto e implantação dos | 37.200,00 | 34.100,00 | 40.300,00 | ||
poços de visita | |||||
SUBTOTAL | 152.800,00 | 1.421.700,00 | 1.186.600,00 | 1.202.300,00 | |
TOTAL GERAL | 3.963.400,00 |
Quadro 44 – Estimativa dos custos de implantação para o distrito de Água Viva.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Sarjeta e Sarjetão | Projeto e implantação | 26.800,00 | |||
Bocas de Lobo, Gale- rias e Poços de Visitas | Limpeza e desobstrução Cadastro Diagnóstico, projeto e implantação das bocas de lobo | 20.300,00 | 13.100,00 10.600,00 | 14.600,00 1.800,00 | 15.8000,00 1.800,00 |
SUBTOTAL | 20.300,00 | 50.500,00 | 16.400,00 | 17.600,00 | |
TOTAL GERAL | 104.800,00 |
PARTE 7
Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira
Metodologia Investimentos nos Serviços
Resultados
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 121
120
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA
A Lei 11.445/07 determina que seja elaborado no Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB, o estudo de sustentabilidade econômico-financeira para cada um dos componentes – água, esgoto, drena- gem e resíduos. A finalidade é dar suporte à decisão de qual alternativa técnica e institucional (operadora) o município deve escolher a partir de todo o cotejamento de investimentos e de custos.
O município tem como referência para o cálculo da sustentabilidade econômico-financeira dos ser- viços de saneamento, nos casos de concessão e prestação de serviços, o que diz a Lei 11.445/07 em seu art. 29,§ 1º, inciso VI –“remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços”. Assim, quando o serviço é prestado por terceiros e não diretamente pelo município, mesmo sendo esse o poder concedente, a lei prevê remuneração pelo serviço prestado.
Considera-se, nesses casos, que o prestador de serviços de saneamento os cobra diretamente da população através de tarifa. O modelo aqui utilizado calcula o valor médio da tarifa a cobrar por serviço para dar equilíbrio econômico-financeiro à prestação do mesmo, considerando os investimentos e os custos de manutenção e operação. O cálculo foi efetuado por componente de saneamento básico, mas já incluindo a expectativa de ganho mínimo da operadora. Foram feitos cálculos também para mostrar a porcentagem correspondente da prestação dos serviços perante a receita média municipal no horizonte adotado.
Nos Planos de Saneamento, como visto, o objetivo é calcular qual seria a condição de equilíbrio ou sustentabilidade econômico-financeira de cada componente, utilizando como base a mesma estrutura de geração de custo e receita, para obter a tarifa média por componente. Essa seria a tarifa a cobrar para pagar os investimentos e os custos de operação e manutenção para cada componente.
O objetivo das simulações de sustentabilidade econômica apresentadas é oferecer uma análise ini- cial de sensibilidade aos tomadores de decisão. Maior detalhamento e aprofundamento seriam obtidos nos Planos Diretores de Empreendimentos e Obras, e Projetos Básicos de cada sistema, fases seguintes a este Plano Municipal de Saneamento Básico. Nesses instrumentos posteriores que o gestor público obterá com maior precisão e detalhamento os ajustes, o dimensionamento e o custo exato das alternativas propostas nas diretrizes deste Plano de Saneamento, de forma que uma nova simulação da sustentabilidade seria efetuada.
Para garantir a remuneração adequada dos serviços, não há ainda uma regra definida, mas se con- sidera que a taxa de desconto atrelada à SELIC refletiria a expectativa média de remuneração do capital de uma operadora, acrescida da taxa de risco e a liquidez de cada tipo de serviço. Dessa forma, foi montado um fluxo descontado de valores monetários, mas adotando uma taxa de 7,25% ao ano.
Há duas situações consideradas na análise de equilíbrio dos sistemas:
• municípios que não decidiram a assinatura de Contrato de Programa com a COPASA;
• municípios que tenham Lei Autorizativa aprovada ou que já estejam com Contrato de Programa assinado com a COPASA. Quando o município já tem a Lei Autorizativa com qualquer conces- sionária ou Contrato de Programa assinado com a COPASA, a concessão já estaria alicerçada na aprovação pelas partes envolvidas como a Câmara Municipal, a Prefeitura e a própria concessio- nária. Este estudo poderia apoiar uma eventual revisão do contrato.
122 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
123
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Em ambos os casos, não foram incorporados os ajustes que a operadora e a prefeitura eventualmente considerariam pertinentes no plano de investimentos e que impactariam o resultado econômico do projeto.
Nos municípios que negociariam um contrato de programa com a COPASA, este estudo oferece a in- formação e a análise que apoiam a prefeitura sobre a dimensão da proposta apresentada pela concessionária estadual e das possibilidades em relação à operação dos sistemas. Para os casos em que o município já pos- sui Contrato de Programa assinado ou com a Lei Autorizativa aprovada, tomando como base a proposta feita pela operadora, pretende-se apresentar apenas a situação em que o sistema entra em equilíbrio econômico-
-financeiro, cabendo ao município eventualmente tomar a iniciativa de repactuação contratual.
7.1. METODOLOGIA
Para calcular a viabilidade econômica, foram feitos os seguintes passos:
• Estudo de demandas por componente, considerando a projeção populacional adotada, horizonte de trinta anos, bem como as quotas “per capita”, seja de produção de água, seja de geração de esgotos e de resíduos sólidos. Para essa última, foram seguidas as diretrizes da política nacional que prevê uma redução per capita do lixogerado no horizonte de projeto.
• Proposição de investimentos para os quatros componentes, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana, no sentido de universalizar a oferta de serviços de saneamento básico. Os investimentos foram distribuídos em quatro prazos: imediato, curto, médio e longo. O horizonte de planejamento foi igual a trinta (30) anos, de 2012 a 2042.
• Elaboração do fluxo de caixa descontado, obtendo o Valor Presente Líquido – VPL para uma taxa SELIC igual a 7,25% ao ano. Assim, os valores de investimentos em moeda corrente foram trazidos ao Valor Presente Liquido, levando em consideração a taxa de desconto de 7,25%.
• Consideração dos custos de manutenção e operação por ano e por componente de saneamento básico.
• Determinação da receita média por município, considerando as informações constantes da Secreta- ria de Receita Federal – SRF. Projeção ano a ano da receita para o horizonte de planejamento, 2042. Assim, obtém-se a porcentagem da receita municipal que corresponderia aos investimentos e dos custos dos serviços.
• Cálculo dos investimentos médios “per capita”, por ligação e por economia no sentido de mostrar quanto deve ser pago por usuário ou ligação ou economia ao longo do período de planejamento. O Montante de investimento foi dividido pelo valor médio encontrado na projeção de 30 anos de popu- lação, economia ou numero de ligações.
• Cálculo dos custos de operação e manutenção “per capita”, por ligação e por economia no sentido de mostrar quanto deve ser pago por usuário ou ligação ou economia ao longo do período de planejamento.
• Cálculo dos custos totais “per capita”, por ligação e por economia no sentido de mostrar quanto deve ser pago por usuário ou ligação ou economia ao longo do período de planejamento. Entenda-se por custos totais, os de investimentos adicionados aos de manutenção e operação.
7.2. INVESTIMENTO NOS SERVIÇOS
Os investimentos aqui colocados são os mesmos já postos no capítulo anterior, lembrando que o estudo de viabilidade econômica e financeira – EVEF foi feito para cada um dos componentes dos sistemas que compõem o saneamento básico no município.
7.2.1. Abastecimento de Água
Os investimentos considerados ao longo da elaboração deste PMSB, modalidade abastecimento de água, estão no Quadros a seguir
Quadro 45 – Investimentos ao longo do PMSB na sede do município – abastecimento de água
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Captação Subterrânea | Outorga e renovação | 5.000,00 | 5.000,00 | ||
Tratamento - água superficial | Monitoramento e controle para atendi- mento do padrão de potabilidade Reforma e atualização das unidades | 40.000,00 | 160.000,00 | 200.000,00 | 200.000,00 72.000,00 |
Reservação | Projeto e implantação | 188.800,00 | |||
Rede de distribuição | Cadastro, estudo de zoneamento piezomé- trico e implantação de diretrizes Estudo e implantaçao da macromediação do distrito Estudo e implantaçao da micromediação do distrito Estudo de padronização de ligação predial e implantação das diretrizes Projeto e implantação da rede de dis- tribuição e recuperação ou substituição antiga | 218.600,00 2.000,00 5.000,00 1.000,00 | 40.000,00 100.000,00 20.000,00 44.800,00 | 44.800,00 | 44.800,00 |
SUBTOTAL | 271.600,00 | 364.800,00 | 433.600,00 | 321.800,00 | |
TOTAL GERAL | 1.391.800,00 |
Quadro 46 – Investimentos ao longo do PMSB no distrito de Água Viva – abastecimento de água.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Captação Subterrânea | Ampliação do sistema de captação Outorga e renovação | 4.000,00 5.000,00 | 5.000,00 | ||
Trat. - água subterrânea | Implantação de sistema de desinfecção Reforma e atualização das unidades | 30.000,00 | 7.700,00 | ||
Reservação | Projeto e implantação | 3.100,00 | 60.600,00 | ||
Rede de distribuição | Cadastro, estudo de zoneamento piezomé- trico e implantação de diretrizes Estudo de padronização de ligação predial e implantação das diretrizes | 29.100,00 1.000,00 | 20.000,00 | ||
SUBTOTAL | 72.200,00 | 160.800,00 | 0,00 | 12.700,00 | |
TOTAL GERAL | 245.700,00 |
7.2.2. Esgotamento sanitário
Os investimentos considerados ao longo da elaboração deste PMSB, modalidade esgotamento sani- tário, estão nos Quadrosa seguir.
Quadro 47 – Investimentos ao longo do PMSB na sede do município – esgotamento sanitário.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Curto | Médio | Longo | ||
Rede Coletora | Cadastro. Projeto e implantação da rede coletora. Projeto e implantação do coletor tronco. | 218.600,00 153.700,00 | 286.200,00 3.073.600,00 | 286.200,00 | 286.200,00 |
Tratamento | Projeto e implantação da Estação de Trata- mento de Esgoto | 100.900,00 | 2.017.700,00 | ||
SUBTOTAL | 473.200,00 | 5.377.500,00 | 286.200,00 | 286.200,00 | |
TOTAL GERAL | 6.423.100,00 |
Quxxxx 00 – Xxxxxxxxxxxxx xx xxxxx xx XXXX xx xxxxxxxx xx Xxxx Xiva – esgotamento sanitário.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Rede Coletora | Cadastro. | 29.100,00 | |||
Tratamento | Projeto e implantação da Estação de Trata- mento de Esgoto | 10.800,00 | 214.700,00 | ||
SUBTOTAL | 39.900,00 | 214.700,00 | 0,00 | 0,00 | |
TOTAL GERAL | 254.600,00 |
7.2.3. Drenagem Urbana
Os investimentos considerados ao longo da elaboração deste PMSB, modalidade drenagem urbana, estão no Quadro 49.
Quadro 50 – Investimentos ao longo do PMSB no distrito de Água Viva – drenagem urbana.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Sarjeta e Sarjetão | Projeto e implantação | 26.800,00 | |||
Bocas de Lobo, Gale- rias e Poços de Visitas | Limpeza e desobstrução Cadastro Diagnóstico, projeto e implantação das bocas de lobo | 20.300,00 | 13.100,00 10.600,00 | 14.600,00 1.800,00 | 15.8000,00 1.800,00 |
SUBTOTAL | 20.300,00 | 50.500,00 | 16.400,00 | 17.600,00 | |
TOTAL GERAL | 104.800,00 |
7.2.4. Limpeza Pública
Particularmente para o destino dos resíduos sólidos foram consideradas duas hipóteses:
•Hipótese I: aterro no próprio município.
•Hipótese II: aterro compartilhado
Os investimentos considerados ao longo da elaboração deste PMSB, modalidade limpeza pública, estão nos Quadros 51 e 52.
Quadro 51 – Investimentos para limpeza urbana – hipótese I
PROPOSIÇÕES PARA LIMPEZA PÚBLICA | PRAZO/ CUSTO R$ | |||
IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO | |
Triturador móvel para verdes | 70.000,00 | |||
Disponibilização de PEVs para recicláveis | 800,00 | |||
Implantação de UTC | 400.000,00 | |||
Operação da UTC (ano) | 130.000,00 | |||
Veículo para Coleta Seletiva | 170.000,00 | |||
Ecopontos ou caçamba para entulhos | 10.000,00 | |||
Britador de entulhos | 20.000,00 | |||
Contêineres para feiras | 5.000,00 | |||
Elaboração do PMGIRS | 70.000,00 | |||
Implantação de Aterro de Pequeno Porte local | 6.976.286,00 | |||
Operação do aterro de pequeno porte local (por ano) | 37.555,54 | |||
SUBTOTAL | 875.800,00 | 7.013.841,54 | 0,00 | 0,00 |
TOTAL GERAL | 7.889.641,54 |
Quadro 49 – Investimentos ao longo do PMSB – drenagem urbana.
PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA DE DRENAGEM URBANA | Prazo/Custo R$ | ||||
Imediato | Xxxxx | Xxxxx | Xxxxx | ||
Sarjeta e Sarjetão | Projeto e implantação | 157.900,00 | |||
Bocas de Lobo, Gale- rias e Poços de Visitas | Limpeza e desobstrução Cadastro Diagnóstico, projeto e implantação das bocas de lobo Diagnóstico, projeto e implantação das galerias Diagnóstico, projeto e implantação dos poços de visita | 152.800,00 | 99.100,00 93.400,00 1.034.100,00 37.200,00 | 109.500,00 8.900,00 1.034.100,00 34.100,00 | 118.6000,00 9.300,00 1.034.100,00 40.300,00 |
SUBTOTAL | 152.800,00 | 1.421.700,00 | 1.186.600,00 | 1.202.300,00 | |
TOTAL GERAL | 3.963.400,00 |
Quadro 52 – Investimentos para limpeza urbana – hipótese II
PROPOSIÇÕES PARA LIMPEZA PÚBLICA | PRAZO/ CUSTO R$ | |||
IMEDIATO | CURTO | MÉDIO | LONGO | |
Triturador móvel para verdes | 70.000,00 | |||
Disponibilização de PEVs para recicláveis | 800,00 | |||
Implantação de UTC | 400.000,00 | |||
Operação da UTC (ano) | 130.000,00 | |||
Veículo para Coleta Seletiva | 170.000,00 | |||
Ecopontos ou caçamba para entulhos | 10.000,00 | |||
Britador de entulhos | 20.000,00 | |||
Contêineres para feiras | 5.000,00 | |||
Elaboração do PMGIRS | 70.000,00 | |||
Implantação Aterro Regional Consorciado | 1.744.071,50 | |||
Operação de Aterro Regional Consorciado (por ano) | 14.083,33 | |||
SUBTOTAL | 875.800,00 | 1.758.154,83 | 0,00 | 0,00 |
TOTAL GERAL | 2.633.954,83 |
7.3. RESULTADOS
Os resultados apresentados correspondem aos custos unitários de investimentos e os custos totais,
nesse caso considerando as duas hipóteses mencionadas: aterro sanitário próprio e aterro regional conjunto.
7.3.1. Custos Unitários de Investimentos
São apresentados os custos por habitante, economia e por ligação, lembrando que dependendo da característica urbana de cada município, o número de economias é em geral maior que aquele de ligações. Foi adotada, como mencionada, uma Taxa SELIC Anual igual a 7,25%, visto que hoje no mercado é uma taxa de consenso.
Quadro 53 – Resultado do Valor Presente Líquido para o sistema de abastecimento de água
Quadro 54 – Resultado do Valor Presente Líquido para o sistema de esgotamento de sanitário
Custo do Sistema de Esgoto | R$ 4.167.742,58 |
População Urbana | |
Custo X População | R$ 2.100,26 |
Economias | |
Custo X Economia | R$ 6.288,69 |
Ligações | |
Custo X Ligações | R$ 6.728,89 |
Quadro 55 – Resultado do Valor Presente Líquido para o sistema de drenagem urbana
Custo do Sistema de Drenagem | R$ 1.828.647,26 |
População Urbana | |
Custo X População | R$ 885,56 |
Economias | |
Custo X Economia | R$ 2.605,47 |
Ligações | |
Custo X Ligações | R$ 2.787,85 |
Quadro 56 – Resultado do Valor Presente Líquido para o sistema de limpeza urbana - Hipótese I aterro sanitário próprio
Custo de Destinação Final Resíduos | R$ 6.988.548,94 |
População Urbana | |
Custo X População | R$ 3.485,99 |
Economias | |
Custo X Economia | R$ 10.376,96 |
Ligações | |
Custo X Ligações | R$ 11.103,35 |
Quadro 57 – Resultado do Valor Presente Líquido para o sistema de limpeza urbana - Hipótese II aterro sanitário compartilhado
Custo do Sistema de Água | R$ 872.345,23 |
População Urbana | |
Custo X População | R$ 435,43 |
Economias | |
Custo X Economia | R$ 1.290,00 |
Ligações | |
Custo X Ligações | R$ 1.380,30 |
Custo de Destinação Final Resíduos | R$ 3.586.388,44 |
População Urbana | |
Custo X População | R$ 3.495,76 |
Economias | |
Custo X Economia | R$ 5.244,58 |
Ligações | |
Custo X Ligações | R$ 5.611,70 |
7.3.2. Custos Unitários Totais
Aqui são apresentados os totais dos Investimentos adicionados aos custos de operação e manuten-
ção. A Taxa SELIC Anual considerada é igual a 7,25%.
Quadro 58 – Resultado do Valor Presente Líquido por componente para o horizonte de 30 anos - Hipótese I aterro sanitário próprio
Custo do Sistema de Água | R$ 872.345,23 |
Custo do Sistema de Esgoto | R$ 4.167.742,58 |
Custo do Sistema de Drenagem | R$ 1.828.647,26 |
Custo de Destinação Final Resíduos | R$ 6.988.548,94 |
Sub Total | R$ 13.857.284,02 |
Manutenção e Operação | R$ 5.204.636,86 |
Custo Total dos Sistemas | R$ 19.061.920,88 |
Quadro 59 – Parâmetros comparativos e custo dos sistemas em função da renda bruta do município ao longo do horizonte de 30 anos - Hipótese I aterro sanitário próprio
Custo do Sistema X Renda Bruta do Município | 7,38% |
População Urbana | 2.221 |
Custo X População | R$ 8.582,96 |
Economias | 787 |
Custo X Economia | R$ 24.222,50 |
Ligações | 735 |
Custo X Ligações | R$ 25.918,08 |
Quadro 60 – Resultado do Valor Presente Líquido por componente para o horizonte de 30 anos - Hipótese II aterro sanitário compartilhado
Quadro 61 – Parâmetros comparativos e custo dos sistemas em função da renda bruta do município ao longo do horizonte de 30 anos - Hipótese II aterro sanitário compartilhado
Custo do Sistema X Renda Bruta do Município | 6,06% |
População Urbana | 2.221 |
Custo X População | R$ 7.051,08 |
Economias | 787 |
Custo X Economia | R$ 19.899,28 |
Ligações | 735 |
Custo X Ligações | R$ 21.292,23 |
As simulações mostram que é mais barato para o município dispor seus resíduos sólidos em aterro regional que em aterro próprio.
Em relação à receita bruta municipal ao longo do período considerado, os investimentos correspon- deriam a 7,38% para o caso de aterro próprio e a 6,06% no caso de aterro regional compartilhado
Custo do Sistema de Água | R$ 872.345,23 |
Custo do Sistema de Esgoto | R$ 4.167.742,58 |
Custo do Sistema de Drenagem | R$ 1.828.647,26 |
Custo de Destinação Final Resíduos | R$ 3.586.388,44 |
Sub Total | R$ 10.455.123,52 |
Manutenção e Operação | R$ 5.204.636,86 |
Custo Total dos Sistemas | R$ 15.659.760,38 |
PARTE 8
Indicadores de Prestação dos Serviços
Metodologia
132 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 133
Serviços
8. INDICADORES DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
Apresentadas as proposições e a sustentabilidade econômico-financeira, voltadas para alcançar a universalização da prestação dos serviços nos quatro componentes, água, esgotos, resíduos sólidos e drenagem urbana, faz-se necessário apresentar a forma pelo qual será possível acompanhar a evolução desses serviços. Uma maneira simples e de fácil compreensão de acompanhamento é constituída pelos indicadores que serão apresentados neste capítulo.
Indicadores são, portanto, uma forma simples e eficaz para que a população e mesmo a adminis- tração pública municipal possa acompanhar a evolução da prestação dos serviços rumo à universalização. Também o trabalho da agência fiscalizadora e reguladora torna-se mais objetivo.
O desafio está em encontrar ou definir um grupo de indicadores por componente que seja objetivo e simples. Uma referência de indicadores é o grupo definido pelo “Sistema Nacional de Informação de Saneamento” – SNIS, porém selecionando aqueles mais voltados à oferta do serviço em si e menos para avaliar as condições econômicas do prestador.
A partir dessas premissas que foram selecionados os indicadores por componente, apresentados a seguir, juntamente com a variação proposta de seus valores ao longo do horizonte de planejamento.
8.1. METODOLOGIA
Após o levantamento da situação atual da prestação dos serviços e da projeção das demandas, foi possível estabelecer o diagnóstico de cada um dos sistemas. Da confrontação dos objetivos com as conclusões do diagnóstico, surge o plano de metas e a descrição das ações necessárias ao cumprimento dos objetivos.
Finalmente, a quantificação dos investimentos necessários para contemplação das metas de cada sistema constituirá o insumo para a busca dos financiamentos correspondentes.
Os indicadores aqui propostos visam o acompanhamento e medição da aderência aos programas, projetos e ações propostas no PMSB. A Figura 37 representa o caminho para se atingir os objetivos.
134 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
135
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Figura 37 – Evolução do processo de contemplação.
8.2. SERVIÇOS
São apresentados os indicadores e em seguida os valores propostos para o acompanhamento de cada um dos quatro componentes de saneamento básico.
8.2.1. Abastecimento de Água
Os indicadores e respectivos objetivos para o componente abastecimento de água são os seguintes:
8.2.1.1. UNIVERSALIZAÇÃO DA COBERTURA
São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para universalização da cobertura do sistema de abastecimento de água potável.
A. Objetivo
Atingir e manter o índice de cobertura de abastecimento de água no município em 100% das eco- nomias.
B. Equação para o calculo do indicador
Esa_ág = número de economias que utilizam soluções alternativas** para abastecimento de água,
com canalização em pelo menos 1 cômodo;
Etot: número de economias totais no município (und).
* o conceito de economia para os sistemas de água e de esgoto equivale ao conceito de domicílio
encontrado nas pesquisas e estudos socioeconômicos (IBGE);
** consideram-se como “soluções alternativas” todas aquelas que não sejam de abastecimento por rede geral. Destacam-se: poço, nascente, carro-pipa, bica ou mina, captação de água de chuva, entre outras fontes.
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Caa | 97% | 99% | 100% | 100% | 100% |
Fonte: Valenge, 2013.
Para atingir e manter a universalização da cobertura de água no município deverá ser executado o
cadastro da rede urbana e rural seguindo as diretrizes apresentadas a seguir.
8.2.1.2. CRIAR CADASTRO DE SANEAMENTO URBANO ASSOCIADO AO CTH/IPTU3
São apresentados a seguir, método de aplicação, metas e prazos propostos para criação de cadastro de saneamento urbano associado ao CTH/IPTU.
A. Responsável
A Prefeitura Municipal é responsável pelo cadastramento dos domicílios localizados na zona urbana
quanto à cobertura por rede ou fonte alternativa de abastecimento de água.
B. Método de aplicação
Deverá ser feito um estudo preliminar de compatibilização dos endereços do cadastro do CTH/IPTU com o cadastro da operadora do serviço, para que a pesquisa seja realizada apenas nos endereços não coincidentes, buscando otimizar tempo e pessoal.
Endereço | Rede Geral | Solução Alternativa (com (C) ou sem (S) canalização interna) | ||||||||||
Caa | Prefeitura / concessionaria | Particular | Poço | Nascente | Bica ou mina | Água de chuva | Outra | |||||
C | S | C | S | C | S | C | S | C | S | |||
O cadastramento deverá ser realizado através de pesquisas de campo, aplicando formulário que identifique o tipo de abastecimento de água do domicílio. Este formulário deverá conter, no mínimo, as informações contidas no exemplo abaixo:
Caa
= Erg + Esa_ág . 100
Etot
Fonte: Valenge, 2013.
Se constatada a utilização de solução alternativa para o abastecimento de água, a mesma deverá ser imediatamente cadastrada e inspecionada, proporcionando registrar maiores detalhes do seu estado
Onde:
Caa: cobertura de abastecimento de água municipal (%);
Erg:= número de economias* cobertas por rede geral (und);
operacional e fornecer instrução para otimização e manutenção da instalação.
3 - CTH/IPTU - Competição Tributária Horizontal / Imposto Predial e Territorial Urbano
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Cadastro Urbano | Não | Sim | Sim | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
8.2.1.3. CRIAR CADASTRO DE SANEAMENTO RURAL ASSOCIADO AO CNIR4.
São apresentados a seguir, método de aplicação, metas e prazos propostos para criação de cadastro de saneamento rural associado ao CNIR.
A. Responsável
A Prefeitura Municipal poderá delegar à Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento o ca- dastramento dos domicílios rurais quanto à cobertura por rede ou fonte alternativa de abastecimento de água, devendo realizar vistorias periódicas às localidades rurais a fim de manter o cadastro atualizado.
B. Método de aplicação
O cadastramento rural será realizado de forma similar ao cadastramento urbano, podendo ser utili- zado o mesmo formulário. No entanto, o estudo de compatibilização dos endereços será entre o CNIR e o cadastro da operadora do serviço.
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Cadastro Rural | Não | Não* | Sim | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
* fase de contratação e capacitação de pessoal, aquisição de equipamentos e planejamento das visitas – no caso de elaboração com pessoal próprio; ou* fase de contratação de empresa especializada – no caso de terceirização do serviço
8.2.1.4. CRIAR CADASTRO DE ZONAS IRREGULARES5 E PROMOVER REGULARIZAÇÃO DO ABAS-
realização de ligações irregulares – para não contaminar a rede de abastecimento – assim como, do cuidado ao não desperdício ocasionado por fugas ou vazamentos de água.
Desta forma, se buscaria aplicar o conceito de Governança Solidárias Local envolvendo Governo, Comunida- de, ONGs e Iniciativa Privada, promovendo a transversalidade entre secretarias do município e os demais agentes. O programa atuaria através de mutirões de regularização, os quais mobilizariam as comunidades (geralmente aos sábados) para realizarem atualizações cadastrais, pedidos de ligações, ou ainda, parce-
lamento de contas em atraso.
Durante a semana, seriam feitos trabalhos operacionais, como adequação de cavaletes, verificação
de hidrômetros, assim como a eliminação de pequenos vazamentos e fugas.
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Cadastro | Não | Não* | Sim | Sim | Sim |
Regularização do abastecimento | Não | Não* | Parcial | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
* fase de formação de parceria e elaboração do programa
8.2.1.5. REDUÇÃO E CONTROLE DE PERDAS DE ÁGUA NA REDE GERAL DE DISTRIBUIÇÃO.
São apresentados a seguir, objetivo, medição atual e metas propostas para redução e controle de perdas de água na rede geral de distribuição.
A. Objetivo
Medir o índice de perdas totais por ramal de distribuição da rede geral, buscando promover a redu- ção e controle contínuo das perdas.
B. Indicador de acompanhamento
TECIMENTO DE ÁGUA.
São apresentados a seguir, objetivo, método de aplicação, metas e prazos propostos para criação de
IPDT =
VPanual
- (VCManual NR
+ VO
anual )
. 1000
365
cadastro de zonas irregulares e promoção da regularização do abastecimento de água.
A. Objetivo
Onde:
média_anual
As zonas irregulares localizadas em áreas atendíveis pelo sistema público de abastecimento de água
deverão ser contempladas pelo serviço.
B. Método de aplicação
O município poderá formar uma parceria com a operadora do serviço ou outra empresa do ramo, para elaborar um programa de regularização do abastecimento de água através, por exemplo, de “contratos sociais”.
Este programa visaria promover acordos com as comunidades, onde é prevista a corresponsabilidade da comunidade no sentido da contrapartida pelo serviço recebido (fornecimento de água encanada) e da não
4 - CNIR – Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – possui base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. (Lei 10.267 de 28 de Agosto de 2001)
5 - Loteamentos clandestinos, cooperativas habitacionais, favelas e becos em vilas
IPDT: índice de perdas totais por ligação (l/ligação.dia);
VPanual: volume produzido anual (m³/ano);
VCanual: volume de consumo medido (m³/ano);
NRmédia_anual: Quantidade de ligações Ativas - média aritmética de 12 meses (unidades).
C. Medição atual
Para o cálculo do índice de perdas totais, foram utilizados os indicadores básicos operacionais for- necidos pela concessionária responsável pela prestação dos serviços, os quais são apresentados a seguir:
IPDT = 140.808 - 94.059 . 1000 = 165 l / ligação dia
779 365
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
IPDT | 165 | 160 | 155 | 150 | 150 |
D. Metas propostas
Onde:
Ces: Cobertura de esgotamento sanitário municipal (%);
Erg: Número de economias ligadas à rede geral (und.);
Esa_esg: Número de economias que utilizam soluções alternativas* para sanitário esgotamento sanitário;
Fonte: Valenge, 2013.
Etot
: Número de economias totais no município (und.).
8.2.1.6. QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA PELA REDE GERAL
São apresentados a seguir, conceito e metas propostas para atendimento ao padrão de qualidade da
água distribuída pela rede geral.
A. Conceito
Água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e
radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde (Portaria 2.914/2011).
B. Metas propostas
A Operadora do Sistema deve atender à Portaria 2.914/2011do Ministério da Saúde, em relação aos padrões e parâmetros de potabilidade da água e quantidade de amostras e análises previstas.
A divulgação da qualidade da água fornecida para a população deve seguir o estabelecido no De- creto nº 5.440/05 do Ministério da Saúde, que estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento, e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano.
Caso normas mais modernas sejam estabelecidas pelo Ministério da Saúde, pela Organização Mun- dial de Saúde – OMS, ou por instituição federal ou estadual concernente, estas devem prontamente ser adotadas.
8.2.2. Esgotamento Sanitário
Os indicadores e respectivos objetivos para o componente esgotamento sanitário são os seguintes:
8.2.2.1. UNIVERSALIZAÇÃO DA COBERTURA
São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para universalização da cobertura do sistema de esgotamento sanitário.
A. Objetivo
Atingir e manter o índice de cobertura de afastamento de esgoto sanitário no município acima de 98% das economias.
B. Indicador de acompanhamento
es =
C Erg+ Esa_esg . 1000
Etot
* consideram-se como “soluções alternativas” para efeito de cobertura, apenas a fossa séptica e
outras soluções ambientalmente aceitas.
C. Metas e prazos propostos
Atingir e manter o índice de cobertura de afastamento de esgoto sanitário no município acima de 98% das economias.
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Ces | 72% | 85% | 90% | 95% | 98% |
Fonte: Valenge, 2013.
Para atingir e manter a universalização da cobertura de afastamento de esgoto sanitário no município
deverá ser criado o cadastro da rede urbana e rural seguindo as diretrizes apresentadas a seguir:
8.2.2.2. CRIAR CADASTRO DE SANEAMENTO URBANO ASSOCIADO AO CTH/IPTU.
São apresentados a seguir, método de aplicação, metas e prazos propostos para criação de cadastro de saneamento urbano associado ao CTH/IPTU.
A. Responsável
A Prefeitura Municipal é responsável pelo cadastramento dos domicílios localizados na zona urbana
quanto à cobertura por rede coletora ou solução alternativa de esgotamento sanitário.
B. Método de aplicação
Deverá ser feito um estudo preliminar de compatibilização dos endereços do cadastro do CTH/IPTU com o cadastro da operadora do serviço, para que a pesquisa seja realizada apenas nos endereços não coincidentes, buscando otimizar tempo e pessoal.
O cadastramento deverá ser realizado através de pesquisas de campo, aplicando formulário que identifique o tipo de abastecimento de água do domicílio. Este formulário deverá conter, no mínimo, as informações contidas no exemplo abaixo:
Endereço | Rede Geral | Solução Alternativa | Estado Operacional da Instalação | ||||||
Prefeitura / concessionaria | Particular | Fossa Séptica | Fossa rudimentar | Outra | Bom | Regular | Ruim | Péssima | |
Fonte: Valenge, 2013.
Se constatada a utilização de solução alternativa para o afastamento e/ou tratamento de esgoto sa- nitário, a mesma deverá ser imediatamente cadastrada e inspecionada, proporcionando registrar maiores detalhes do seu estado operacional e fornecer instrução para otimização e manutenção da instalação.
Os domicílios que possuem fossas rudimentares não devem ser considerados cobertos. Apenas os domicílios com fossas sépticas adequadas e em bom estado devem ser considerados cobertos.
C. Metas e prazo proposto
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Cadastro Urbano | Não | Não* | Parcial | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
* fase de contratação e capacitação de pessoal, aquisição de equipamentos e planejamento das visitas – no caso de elaboração com pessoal próprio; ou fase de contratação de empresa especializada – no caso de terceirização do serviço
8.2.2.3. CRIAR CADASTRO DE SANEAMENTO RURAL ASSOCIADO AO CNIR.
São apresentados a seguir, método de aplicação e prazo proposto para criação de cadastro de sane- amento rural associado ao CNIR.
conforme a situação encontrada. Nas áreas onde não existem sistemas coletivos, as inspeções deverão voltar-se para a qualidade das soluções individuais utilizadas. Os moradores deverão ser orientados para as alternativas mais adequadas do ponto de vista sanitário e ambiental.
Em relação aos sistemas coletivos, a Vigilância Sanitária deve estar articulada com o órgão respon- sável pelo sistema, acompanhar o monitoramento feito sobre a etapa de tratamento, através de inspeções e coletas de amostras, para investigar a presença de patógenos e substâncias químicas que possam de- gradar os pontos de descarga de efluentes.
Nos casos em que sejam detectados esgotamentos fora da rede coletora, a Vigilância Sanitária deverá, além de orientar os moradores quanto à obrigatoriedade e importância de se conectarem a rede, realizar inspeções nos esgotos, para verificar seu potencial de dano ao ambiente e as razões técnicas e socioeconômicas dessas ocorrências.
Caso o sistema de coleta e disposição de esgoto não inclua, de imediato, a etapa do tratamento, a Vigilância Sanitária deverá requisitar do órgão responsável o mapeamento dos pontos de lançamento do esgoto bruto, avaliando os riscos da água à jusante e intervindo no sentido de proteger a saúde da popu- lação.
A. Responsável
A Prefeitura Municipal poderá delegar à Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento o ca- dastramento dos domicílios rurais quanto à cobertura por rede geral ou solução alternativa de esgotamento sanitário, devendo realizar vistorias periódicas às localidades rurais a fim de manter o cadastro atualizado.
B. Método de aplicação
O cadastramento rural será realizado de forma similar ao cadastramento urbano, podendo ser utili- zado o mesmo formulário. No entanto, o estudo de compatibilização dos endereços será entre o CNIR e o cadastro da operadora do serviço.
C. Prazo proposto
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Cadastro Rural | Não | Não* | Parcial | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
* fase de contratação e capacitação de pessoal, aquisição de equipamentos e planejamento das visitas – no caso de elaboração com pessoal próprio; ou fase de contratação de empresa especializada – no caso de terceirização do serviço
8.2.2.4. PROMOVER REGULARIZAÇÃO DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO, INCLUINDO
ZONAS IRREGULARES.
São apresentados a seguir, objetivos, método de aplicação e prazo proposto para promoção da re- gularização do esgotamento sanitário, incluindo zonas irregulares.
A. Objetivo
As zonas urbana e rural, sendo regulares ou até mesmo irregulares, que estejam localizadas em áreas atendíveis pelo sistema público de esgotamento sanitário deverão ser contempladas pelo serviço, ou, caso contrário, deverão utilizar-se de solução alternativa aprovada pela Vigilância Sanitária.
B. Método de aplicação
A atuação da Vigilância Sanitária em relação aos sistemas de coleta e disposição dos esgotos varia
Para isso, a equipe de Vigilância Sanitária deve contar com um profissional engenheiro sanitarista familiarizado com as técnicas de tratamento e parâmetros de qualidade das águas servidas e esgotos, para realizar uma avaliação adequada da situação dos sistemas, orientar e subsidiar as intervenções para a correção dos problemas.
Essa vigilância consiste na avaliação permanente do sistema, com inspeções e coleta de amostras em conjunto com o laboratório de retaguarda, levantamento de dados antecedentes, entrevistas e análises sobre a operação, análise dos projetos e dos processos de manutenção e controles de qualidade, verifica- ção do cumprimento das normas técnicas, avaliação do potencial de risco de contaminação da água, do solo e subsolo, dentre outras atividades, para garantir a saúde ambiental e a saúde da população.
C. Prazo proposto
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Regularização do Esgotamento | Não | Não* | Parcial | Sim | Sim |
Fonte: Valenge, 2013.
* fase de estruturação e formação de equipe local capacitada para realização de vistorias técnicas e traçar estratégia para atingir a meta
8.2.2.5. UNIVERSALIZAÇÃO DO TRATAMENTO
São apresentados a seguir, objetivos e prazo proposto para universalização do tratamento de esgo- tos sanitários coletados.
A. Objetivo
Atingir e manter a universalização do índice de tratamento de esgoto sanitário coletado no município. O município de Estrela Dalva, de acordo com a DN COPAM nº 128 deve possuir sistema de trata- mento com atendimento mínimo de 80% da população urbana e eficiência de tratamento de 60% até 31 de
março de 2017.
B. Indicador de acompanhamento C. Redução nos impactos ambientais
TE =
Erg_esgT
. 100
Os impactos ambientais diminuem na medida em que são dados tratamentos adequados aos resí- duos, ou seja, quando são implantados com eficiência as práticas da reciclagem e de reaproveitamento de
Onde:
Erg_esg
materiais, o que favorece a diminuição da quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários.
A redução de resíduos destinados aos aterros sanitários é prioritária por representar simultaneamen- te a diminuição dos impactos ambientais, da poluição provocada pela emissão de gases e a economia de
TE: Tratamento* de esgoto sanitário municipal (%);
Erg_esgT: Número de economias ligadas à rede geral de esgoto afluentes às estações de tratamento de
esgotos (und.);
Erg_esg: Número de economias ligadas à rede geral de esgoto (und.).
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
TE | 0% | 80% | 85% | 95% | 100% |
* considera-se apenas o tratamento convencional, aquele realizado em ETE ou lagoas de tratamento. C. Prazo proposto
Fonte: Valenge, 2013.
A manutenção da universalização do tratamento do esgoto coletado por rede geral no município
dependerá de implantação de Estação de Tratamento de Esgoto - ETE.
8.2.3. Limpeza Pública
Para uma gestão mais eficiente e qualificada dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, conforme preconiza a Lei n º 11.445/2007 e as Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos é necessário o estabelecimento de diretrizes e metas com ações de curto, médio e longo prazo. Para tanto, as seguintes diretrizes são apontadas:
8.2.3.1. UNIVERSALIZAÇÃO
Deve-se buscar a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios aos serviços públicos de
recursos naturais, resultando em uma significativa redução de custos dos serviços de limpeza pública.
D. Controle social
Entende-se por controle social “o conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à socie- dade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico”.
E. Soluções consorciadas
As legislações em questão trazem, entre seus princípios fundamentais, a necessidade de eficiência e sustentabilidade econômica e a utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários, com a adoção de soluções graduais e progressivas e com a gestão regionalizada dos resíduos sólidos.
Entre os objetivos apresentados, tem-se o incentivo à cooperação intermunicipal, estimulando a busca de soluções consorciadas e a solução conjunta dos problemas de gestão de resíduos de todas as origens.
8.2.3.2. ÍNDICE DE COBERTURA DO SERVIÇO DE RESÍDUOS DOMICILIARES EM RELAÇÃO À PO- PULAÇÃO TOTAL
São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para universalização da cobertura
do serviço de resíduos sólidos domiciliares.
A. Objetivo
Atingir e manter o índice de cobertura de coleta em 100% dos domicílios do município.
B. Equação para o calculo do indicador
saneamento básico conforme suas necessidades, e com prestação de serviços realizada da maneira mais eficaz possível. Entende-se por saneamento básico “o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção
IRC
= DBC . 100 DT
do meio ambiente”.
A. Qualidade e eficiência dos serviços
Proporcionar maior qualidade nos serviços de gerenciamento dos resíduos sólidos, oferecendo op- ções que atendam às demandas do município.
B. Minimização
Redução da geração e da quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários, através de pro- gramas de reciclagem e de reaproveitamento de resíduos.
Onde:
IRC: índice de resíduos coletados (%);
DBC:= número de domicílios beneficiados por xxxxxx (und);
DT = número de domicílios totais (und).
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Caa | 79% | 95% | 100% | 100% | 100% |
Fonte: Valenge, 2013.
8.2.3.3. ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS SECOS
São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para recuperação dos resíduos sólidos secos.
A. Objetivo
Atingir índice de reciclagem para 35% do volume de resíduos sólidos secos produzidos ao longo do
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Caa | _* | 20% | 30% | 40% | 50% |
Fonte: Valenge, 2013.
* Pela falta de infraestrutura (sistema de gestão, balança para pesagem de resíduos, etc.) a prefeitura não possui dados suficientes para o
cálculo do indicador.
plano.
B. Equação para o calculo do indicador
8.2.4. Drenagem Urbana
O conjunto de indicadores apresentado neste capítulo tem por objetivo servir de instrumento de ava-
IRRS
= QMRS . 100 QTC
liação sistemática do serviço de microdrenagem urbana prestado no município, atribuição típica desse ente federativo. Assim, demonstra seu desempenho e deficiências, com vistas à universalização do serviço, além de verificar a eficiência e eficácia das ações e metas programadas no âmbito deste Plano.
Onde:
IRRS: índice de recuperação de resíduos secos (%);
QMRS:= quantidade de materiais recuperados secos (t/dia.);
QTC = quantidade total coletada (t/dia).
C. Metas e prazos propostos
Ano | Atual | 0000 | 0000 | 0000 | 0000 |
Caa | _* | 10% | 15% | 20% | 35% |
Fonte: Valenge, 2013.
* Pela falta de infraestrutura (sistema de gestão, balança para pesagem de resíduos, etc.) a prefeitura não possui dados suficientes para o
cálculo do indicador.
8.2.3.4. ÍNDICE DE RECUPERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS
São apresentados a seguir, objetivos, metas e prazos propostos para recuperação dos resíduos sólidos orgânicos.
A. Objetivo
Atingir índice de recuperação para 50% do volume de resíduos sólidos orgânicos produzidos ao
longo do plano.
B. Equação para o calculo do indicador
Q
Entenda-se por serviço de microdrenagem urbana prestado de forma adequada e consistente no município, a situação onde a infraestrutura cadastrada, projetada, operada e mantida por órgão municipal competente foi implantada de acordo com critérios de engenharia em vigor, sendo conhecida, expandida e monitorada segundo esses mesmos critérios.
Segundo essa proposição, a implantação de novos elementos como bocas-de-lobo e galerias seria efetuada após projeto de engenharia onde sua localização e dimensões foram determinadas por critérios técnicos. É com esse cenário relativo à universalização do serviço que os índices foram propostos e pa- rametrizados.
A literatura específica ainda é pouco extensa quanto à proposição de indicadores de maneira que além de utilizar as poucas referências atualmente existentes, também foram propostos alguns outros indi- cadores visando acompanhar a implantação do serviço e depois a sua operação e manutenção.
A sequência de implementação do Plano de Saneamento vai possibilitar a melhoria na base de dados do município que poderão auxiliar na elaboração de um Sistema de Informações Geográficas – SIG. As- sim, há possibilidade no futuro da adoção de outros indicadores para monitoramento do desempenho do plano em relação às metas propostas com o objetivo de universalizar a prestação do serviço de drenagem urbana.
8.2.4.1. INDICADOR DA GESTÃO DO SERVIÇO6
Foi dividido em dois subitens, cada um com seu respectivo indicador simples, de forma que ao final
se obtenha um indicador composto.
A. Gestão
- Indicador simples de rubrica específica de drenagem
(....) sim (. ) não
IRRO =
Onde:
MRO . 100 QTC
ISG: 0,50. Quando o indicador simples for positivo; ISG: 0,00. Quando o indicador simples for negativo.
- Indicador simples de existência de ente específico de drenagem com atividades bem definidas,
IRRO: índice de recuperação de resíduos orgânicos (%);
QMRO:= quantidade de materiais recuperados orgânicos (t/dia.);
QTC = quantidade total coletada (t/dia).
inclusive em lei municipal (....) sim ... (. ) não
ISG: 0,50. Quando o indicador simples for positivo; ISG: 0,00. Quando o indicador simples for negativo.
- Indicador composto de gestão dos serviços de drenagem urbana: ICGDU ICGDU: 1,00. Quando os dois indicadores simples forem positivos;
ICGDU: 0,50. Quando ao menos um indicador simples for positivo;
ICGDU: 0,00. Quando os dois indicadores simples forem nulos.
B. Alcance do cadastro do serviço
- Indicador simples de existência de cadastro atualizado da infraestrutura de drenagem (....) sim ... (. ) não
IECDU: 0,50. Quando o indicador simples for positivo; IECDU: 0,00. Quando o indicador simples for negativo.
No momento, não foi proposto um índice relativo à efetivação dos investimentos, tendo se optado por avaliar os resultados dos mesmos via índices relativos à prestação do serviço. Por exemplo, o índice de eficiência depende diretamente dos investimentos no cadastro e projeto, e depois dos custos relativos à operação e manutenção.
A. Informatização do cadastro da rede de microdrenagem
Efetuado o cadastro, a sua introdução como um conjunto de dados georreferenciados em um siste-
ma de informação geográfica passa a ser avaliada pelo índice a seguir.
I =
ViasCad
Cad
ViasTotal
- Indicador simples do alcance do cadastro, caso exista, referente à porcentagem da área urbana com cadastro efetuado.
(....) 67% a 100% nota = 0,5
(....) 34% a 66% nota = 0,3
(....) 1% a 33% nota = 0,1
- Indicador composto do alcance do cadastro do serviço de microdrenagem urbana: ICCDU: (soma dos indicadores simples do alcance do cadastro do serviço)
ICCDU: 1,0. Quando existir cadastro com alcance entre 67% a 100% da área urbana.
ICCDU: 0,8. Quando existir cadastro com alcance entre 34% a 66% da área urbana. ICCDU: 0,6. Quando existir cadastro com alcance entre 1% a 33% da área urbana. ICCDU: 0,0. Quando não existir cadastro da infraestrutura de drenagem.
Assim, o indicador composto da gestão do serviço de drenagem urbana seria:
I
Sendo:
ICad: Índice de cadastro informatizado de microdrenagem urbana
ViasCad: Número de Vias com Cadastro Atualizado e Informatizado (microdrenagem superficial e
subterrânea).
ViasTotal: Número Total de Vias.
Após o início da implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede será possível obter o valor desse indicador.
B. Indicador de cobertura da microdrenagem
I =
LVE
CMicro
LVTotal
Sendo:
IPSDU =
CGDU
ICCDU
ICMicro: Índice de Cobertura de Microdrenagem.
LVE: Extensão das vias na área urbana com infraestrutura de microdrenagem, em km.
LVTotal: Extensão total de vias na área urbana, em km.
A avaliação seria da seguinte forma:
IPSDU = 1,4 - 2,0. O serviço vem sendo gerido de forma adequada
IPSDU = 0,7 - 1,3. O serviço tem algum nível de gestão, mas precisa ser mais avançado;
IPSDU = 0,0 - 0,6. A gestão ainda é insuficiente e requer aprimoramento.
8.2.4.2. OUTROS INDICADORES DO SERVIÇO
À medida que mais informações forem sendo obtidas e o serviço de microdrenagem urbana for estruturado, outros indicadores serão incorporados de forma a propiciar uma avaliação mais efetiva da prestação do serviço no sentido da universalização.
Note-se que o primeiro passo como colocado no item anterior é efetuar o cadastro, sem o qual não se conhece a infraestrutura e não é possível saber qual a sua capacidade real de prestação do serviço. É bem provável que o serviço venha atualmente funcionando de alguma forma, mas sem o cadastro não se conhece sua eficiência.
6 - Adaptado de Xxxxxxxxx, Xxxxxxx X. Proposição de Indicadores de Prestação do Serviço de Drenagem Urbana. Parte 1.
Após a implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede de mi- crodrenagem será possível obter o valor deste indicador.
Entenda-se cobertura de microdrenagem como sendo a extensão das vias dentro o total da cidade que já passaram por um processo de cadastro das unidades como bocas-de-lobo e galerias, por exemplo, análise das mesmas quanto a sua efetiva capacidade, projeto e implantação conforme critérios técnicos. Somente a partir do conhecimento das mesmas que será possível avaliar em que grau o serviço é prestado.
Alternativamente, esse indicador também poderia ser calculado por área, isto é, qual porcentagem da cidade já teve a sua microdrenagem cadastrada e analisada.
C. Indicador de eficiência do sistema de microdrenagem
I =
VA
Micro
VTotal
Sendo:
IMicro: Índice de Eficiência de Microdrenagem;
VA: Quantidade de vias que alagam com Precipitação TR< 5 anos;
VTotal: Número total de vias do município.
Após a implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede de mi- crodrenagem e monitoramento da precipitação será possível obter o valor deste indicador.
8.2.4.3. MECANISMOS DE AVALIAÇÃO DAS METAS
A avaliação das metas no sentido da universalização será realizada através da elaboração de relató- rios específicos gerados com base no cálculo e na análise dos indicadores apresentados, comparando-os com a cronologia prevista para implementação das ações propostas. Esses relatórios serão elaborados com objetivo de viabilizar a regulação e fiscalização dos serviços de drenagem urbana.
A seguir, serão apresentados os valores calculados dos indicadores propostos dentro do horizonte deste plano municipal de drenagem urbana, compatibilizados com os investimentos previstos. Note-se que o pressuposto em linhas gerais seria em curto prazo (8 anos) alcançar os valores máximos dos índices e depois mantê-los por meio de investimentos que acompanhassem o crescimento da área urbana.
A. Gestão do Serviço
A gestão adequada do serviço pressupõe, como exposto, o conhecimento da infraestrutura existen- te. A meta é colocada a seguir:
Indicador de gestão do serviço - ICAD | |
Metas | Consideração da rubrica relativa à microdrenagem urbana e implantação de ente específico com ativi- dades definidas em lei municipal Cadastro topográfico digital de: i) localização; ii) características geométricas das unidades |
Fonte: Valenge, 2013.
O Quadro 62 apresenta o cálculo dos indicadores para a situação atual de prestação do serviço de drenagem e as metas em curto, médio e longo prazo.
Indicadores gerenciais de drenagem urbana | Intervalo | Situação atual | Cálculo | Metas | |||
0000 | 0000 | 0000 | 0000 | ||||
Rúbrica específica de drenagem | 0 – 0,5 | Não | 0,0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 |
Existência de ente específico com atividades definidas em lei municipal | 0 – 0,5 | Não | 0,0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 |
Indicador de Gestão dos Serviços (ICGDU) | 0 – 1,0 | - | 0,0 | 1,0 | 1,0 | 1,0 | 1,0 |
Existência de cadastro atualizado da infraestrutura | 0 – 0,5 | Não | 0,0 | 0,5 | 0,5 | 0,5 | 0,5 |
Alcance do cadastro | 0 – 0,5 | 0% | 0,0 | 0,1 | 0,5 | 0,5 | 0,5 |
Indicador composto do cadastro de microdrenagem urbana (ICCDU) | 0 – 1,0 | - | 0,0 | 0,6 | 1,0 | 1,0 | 1,0 |
Indicador de Prestação do Serviço (IPSDU = ICGDU + ICCDU) | 0 – 2,0 | - | 0,0 | 1,6 | 2,0 | 2,0 | 2,0 |
Quadro 62 – Cálculo dos indicadores de prestação do serviço de drenagem
B. Informatização do cadastro da rede de microdrenagem
Após o início da implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede será possível obter o valor deste indicador.
Indicador de informatização do cadastro – ICad | |
Metas | Implementação do SIG com cadastro topográfico georreferenciado, associado a um banco de dados com registros de:i) características geométricas do sistema; ii) ações temporais de caráter corretivo e preventivo; iii) presença de ligações clandestinas e lançamento de esgotos domésticos; iv) presença de resíduos sólidos e sedimentos. |
No horizonte do plano, o índice Icad = (Vias Cad / Vias total) teria a seguinte distribuição:
Índice de informatização da micro- drenagem urbana | Intervalo | Situação atual | Metas | |||
0000 | 0000 | 0000 | 0000 | |||
CÁLCULO | 0 - 1,0 | 0,0 | 0,4 | 1,0 | 1,0 | 1,0 |
Note-se que a informatização deve acompanhar o crescimento da malha viária urbana de forma
manter o índice igual a 1,0 ao longo do horizonte do plano.
C. Cobertura da microdrenagem
Após a implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede de mi- crodrenagem será possível obter o valor desse indicador.
A meta proposta é a seguinte:
Indicador de cobertura da microdrenagem – ICMicro | |
Metas | 100% das vias da área urbanizada com estrutura de microdrenagem cadastrada, analisada, operada e mantida. |
No horizonte do plano, o índice ICMicro = (LVE/ LVE total) teria a seguinte distribuição:
Índice de informatização da microdrenagem urbana | Intervalo | Situação atual | Metas | |||
0000 | 0000 | 0000 | 0000 | |||
CÁLCULO | 0 - 1,0 | 0,0 | 0,5 | 1,0 | 1,0 | 1,0 |
D. Eficiência do sistema de microdrenagem
Após a implementação do sistema de informação geográfica e inserção do cadastro da rede de mi- crodrenagem e monitoramento da precipitação será possível obter o valor deste indicador.
Indicador de eficiência do sistema de microdrenagem – IMicro | |
Metas | Proporcionar o escoamento por meio da rede de microdrenagem até os corpos receptores de 100% do volume gerado pela ocorrência de uma precipitação de TR = 5 anos. |
Verifica-se no Quadro 62 que a gestão atual do serviço de drenagem ainda é insuficiente e requer aprimoramento. O município alcançará um gerenciamento adequado em curto prazo (8 anos) quando o alcance do cadastro atingir toda a área urbana.
No horizonte do plano, o índice I
Índice de eficiência da microdrenagem urbana | Intervalo | Situação atual | Metas | |||
0000 | 0000 | 0000 | 0000 | |||
CÁLCULO | 0 - 1,0 | 0,0 | 0,5 | 1,0 | 1,0 | 1,0 |
Micro
= (VA/ VTotal) teria a seguinte distribuição:
PARTE 9
Planos de Contingência e
Emergência
152 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 153
Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário Resíduos Sólidos Drenagem Urbana
9. PLANOS DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA
As ações de contingência e emergência possuem finalidade preventiva e corretiva, tendo como ob- jetivo evitar possíveis acidentes, utilizando métodos de segurança a fim de evitar o comprometimento ou a paralisação do sistema de saneamento básico, aumentando o nível de segurança quanto ao atendimento da população.
Nas obras de saneamento básico e de engenharia civil em geral são respeitados determinados níveis de segurança, resultantes de experiências anteriores, além de seguirem rigorosamente as normas técnicas reconhecidas para planejamento, projeto e construção.
Na operação e manutenção dos serviços de saneamento básico são utilizadas formas locais e corpo- rativas, que dependem da operadora, no sentido de prevenir ocorrências indesejáveis por meio do controle e monitoramento das condições físicas das instalações e equipamentos, visando minimizar ocorrências de sinistros e interrupções na prestação contínua dos serviços de saneamento.
As ações de caráter preventivo, mais ligadas à contingência, possuem a finalidade de evitar aciden- tes que possam comprometer a qualidade dos serviços prestados e a segurança do ambiente de trabalho, garantindo também a segurança dos trabalhadores. Essas ações dependem de: manutenção estratégica, prevista por meio de planejamento, ação das áreas de gestão operacional, controle de qualidade, suporte de comunicação, suprimentos e tecnologia de informação, entre outras.
Já em casos de ocorrências atípicas que possam vir a interromper os serviços de saneamento bá- sico, situação mais relacionada às situações de emergência, os responsáveis pela operação devem dispor de todas as estruturas de apoio como mão de obra especializada, material e equipamento para a recupe- ração dos serviços no menor prazo possível. Portanto, enquanto o plano de contingência aborda ações programadas de interrupção dos serviços, a de emergência lida com situações de parada não programada. De uma maneira geral, o plano de emergência e contingência possui ações e alternativas integradas,
no qual o executor leva em conta no momento de decisão em face de eventuais ocorrências atípicas. Con- sidera, ainda, os demais planos setoriais existentes ou em implantação que deverão estar em consonância com o plano municipal de saneamento básico.
As ações preventivas servem para minimizar os riscos de acidentes, além de orientar os setores
responsáveis a controlar e solucionar os impactos causados por alguma situação crítica não esperada.
A seguir são apresentadas ações de emergência e contingência a adotar para os serviços de abas-
tecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana.
9.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Com base nos elementos levantados em campo, considerando ainda a busca constante pela melho- ria na gestão dos serviços, são propostas ações e programas para operação e manutenção do sistema. Inicia-se ao elencar riscos potenciais para o sistema de abastecimento de água potável, sendo previsto seus respectivos planos de contingência e emergência.
154 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
155
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Quadro 63 – Riscos potenciais – abastecimento de água potável (continua)
(conclusão)
1. Falta de água generalizada | |
Origem | Plano de contingência/emergência |
• Inundação das captações de água com danificação de equipamentos eletromecânicos e estruturas | • Comunicação à população, instituições, autoridades e defesa civil. • Reparo dos equipamentos |
• Deslizamento de encostas, movimentação do solo, solapamento de apoios de estruturas com arrebentamento da adução de água bruta. | • Comunicação às autoridades e defesa civil • Evacuação do local e isolamento da área como meio de evitar acidentes |
• Interrupção prolongada no fornecimento de energia elé- trica nas instalações de produção de água | • Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica • Acionar gerador alternativo de energia |
• Ações de vandalismo | • Comunicação à Polícia Militar e a responsável pela pre- stação de serviço • Reparo das instalações danificadas |
• Situação de seca, vazões críticas de mananciais. | • Controle da água disponível em reservatórios • Deslocamento de frota grande de caminhões tanque • Ação com a gestão de recursos hídricos para controle da demanda |
• Qualidade inadequada da água dos mananciais, contami- nação por acidentes como derramamento de substâncias tóxicas na bacia de captação. | • Verificação periódica e adequação do plano de ação de interrupção às características da ocorrência. • Implementação de rodízio de abastecimento |
2. Falta de água parcial ou localizada | |
Origem | Plano de contingência/emergência |
• Deficiência de água nos mananciais em períodos de estiagem | • Comunicação à população, instituições, autoridades, defesa civil. • Deslocamento de frota de caminhões tanque |
• Interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água. | • Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica • Acionar gerador alternativo de energia |
• Interrupção no fornecimento de energia elétrica em setores de distribuição | • Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica • Acionar gerador alternativo de energia |
• Danificação de equipamentos de estações elevatórias de água tratada | • Reparo dos equipamentos danificadas |
• Danificação de estruturas de reservatórios e elevatórias de água tratada. | • Transferência de água entre setores de abastecimento |
• Rompimento de redes e linhas adutoras de água tratada. | • Controle da água disponível em reservatórios. Implantação de rodízio • Reparo das linhas danificadas |
• Ações de vandalismo | • Comunicação à Polícia Militar e a responsável pela prestação de serviço • Reparo das instalações danificadas |
3. Aumento da demanda temporária | |
Origem | Plano de contingência/emergência |
• Monitoramento da demanda. | • Registro estatístico do afluxo da população flutuante. • Registro dos consumos e da distribuição espacial do mesmo. |
• Plano de comunicação. | • Alerta a população para controle do consumo e reservação domiciliar de água. • Articulação dos diferentes órgãos envolvidos nos eventos. |
• Estratégia de operação. | • Plano de manobras e atendimento às áreas de maior demanda. • Disponibilidade de frota de caminhões tanque. • Equipamento reserva e de contingências para falta de energia (uso de geradores). |
• Mecanismo tarifário para demanda temporária. | • Sistematização dos custos e investimentos necessários para cobrir a demanda. • Cálculo tarifário e quantificação das receitas e subsídios necessários. • Negociação com as partes interessadas para cobrança temporária dos serviços. |
4. Paralisação da ETA | |
Origem | Plano de contingência/emergência |
• Vazamento de cloro nas instalações de tratamento de água. | • Reparo das instalações. • Acionamento de pessoal treinado e capacitado para o uso de máscara e outros equipamentos necessários para corrigir a situação. |
• Ações de vandalismo. | • Comunicação à Polícia Militar e a responsável pela prestação de serviço. • Reparo das instalações danificadas. |
• Interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica na ETA. | • Comunicação à operadora em exercício de energia elétrica. • Acionar gerador alternativo de energia. • Comunicar a responsável pela prestação dos serviços. |
• Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estru- turas. | • Comunicar a responsável pela prestação dos serviços • Instalar equipamentos reserva. |
• Rompimento das adutoras de água bruta ou de água tratada. | • Comunicar a responsável pela prestação dos serviços. • Executar reparo da área danificada com urgência. |
Programa | Ações |
• Controle dos mananciais | • Controle das áreas de recarga de mananciais subterrâne- os: níveis de rebaixamento, tempo diário de funcionamento. • Limitações aos usos do solo na bacia de captação super- ficial: registro de produtos químicos utilizados, controle de atividades humana e das descargas de água residuárias. • Fiscalização regular na bacia hidrográfica contra atividades poluidoras |
• Controle das instalações. | • Registro de horas trabalhadas e consumo de energia • Controle e correção de variações de tensão, vibração e temperatura • Controle de equipamentos de reserva. |
• Controle dos equipamentos | • Horas trabalhadas e consumo de energia • Corrente, tensão, vibração e temperatura. • Controle de equipamentos reserva. |
• Monitoramento do sistemadistribuidor | • Vazõesencaminhadasaossetores • Pressão e regularidade na rede • Programação de limpeza e desinfecção periódica dos reservatórios. |
• Gestão da manutenção. | • Cadastro de equipamentos e instalações • Programação de: manutençãopreventiva manutenção preditiva em equipamentos críticos. limpezaperiódica da captação. inspeção periódica em tubulações adutoras. limpezaperiódicana ETA. • Registro histórico das manutenções. |
• Prevenção de acidentes nos sistemas. | • Plano de ações nos casos de incêndio. • Plano de ação nos casos de vazamento de cloro. • Plano de ação nos casos de outros produtos químicos. • Gestão de riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio ambiente |
Quadro 64 - Ações de controle operacional e manutenção – abastecimento de água potável
9.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Com base nos elementos levantados em campo, considerando ainda a busca constante pela melho- ria da gestão dos serviços, assim como para o sistema de abastecimento de água potável, são propostas ações e programas para operação e manutenção do sistema de esgotamento sanitário. São elencados riscos potenciais para o sistema de esgotamento sanitário, sendo propostos seus respectivos planos de contingência e emergência.
Quadro 65- Riscos potenciais – esgotamento sanitário (continua)
1. Extravasamento de esgoto em ETE por paralisação do funcionamento desta unidade de tratamento | |
Origem | Plano de contingência/ emergência |
• Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações internas de bombeamento. | • Acionar gerador alternativo de energia. • Instalar tanque de acumulação e amortecimento do esgoto extravasado com o objetivo de evitar poluição do solo e água. • Comunicar a responsável pela operadora do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar a concessionária de energia, a interrupção do forne- cimento. |
• Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estruturas. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento. • Instalar equipamentos reserva. |
• Ações de vandalismo. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar o ato de vandalismo à polícia local. • Executar reparo das instalações danificadas com urgência. |
2. Extravasamento de esgoto em estações elevatórias | |
Origem | Plano de contingência/ emergência |
• Interrupção no fornecimento de energia elétrica nas instalações internas de bombeamento. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar à concessionária de energia a interrupção de energia. • Acionar gerador alternativo de energia. • Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água. |
• Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estruturas. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento. • Instalar equipamentos reserva. |
• Ações de vandalismo. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Comunicar o ato de vandalismo à polícia local. • Executar reparo das instalações danificadas com urgência. |
(conclusão) Quadro 66 – Ações de controle operacional e manutenção – esgotamento sanitário
3. Rompimento de coletores, interceptores e emissários. | |
Origem | Plano de contingência/ emergência |
• Desmoronamento de taludes ou paredes de canais. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Executar reparo da área danificada com urgência. • Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes. |
• Erosões de fundo de vale. | •Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. •Executar reparo da área danificada com urgência. •Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto. •Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes. |
• Rompimento de pontos para travessia de veículos. | •Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. •Comunicar as autoridades de trânsito sobre o rompimento da travessia. •Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes. •Executar reparo da área danificada com urgência. •Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto. |
4. Ocorrência de retorno de esgoto nos imóveis. | |
Origem | Plano de contingência/ emergência |
• Obstrução em coletores de esgoto. | • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. • Executar reparo da área danificada com urgência. • Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes. |
• Lançamento indevido de águas pluviais na rede de esgoto e vice-versa. | •Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM. •Executar reparo da área danificada com urgência. •Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto. •Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes. |
5. Vazamentos e contaminação de solo, cursos hídricos ou lençol freáticos por fossas. | |
Origem | Plano de contingência/ emergência |
• Rompimento, extravasamento, vazamento ou infiltração de esgoto por ineficiência de fossas. | • Comunicar a Vigilância Sanitária. • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM • Promover o isolamento da área e contenção do resíduo com o objetivo de reduzir a contaminação. • Conter vazamento e promover a limpeza da área com caminhão limpa fossa, encaminhando o resíduo para a estação de tratamento de esgoto. • Executar reparo das instalações danificadas |
• Construção de fossas inadequadas e ineficientes. | • Comunicar a Vigilância Sanitária. • Exigir a substituição das fossas negras por fossas sépticas e sumi- douros ou ligação do esgoto residencial à rede pública nas áreas onde existe esse sistema. • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM • Implantar programa de orientação quanto a necessidade de adoção de fossas sépticas em substituição às fossas negras e fiscalizar se a substi- tuição está acontecendo nos prazos exigidos. |
• Inexistência ou ineficiência do monitoramento | • Comunicar a Vigilância Sanitária. • Comunicar a responsável pela prestação do serviço de esgotos e a PM • Ampliar o monitoramento e fiscalizar os equipamentos na área urbana e na zona rural, principalmente nas fossas localizadas próximas aos cursos hídricos e pontos de captação subterrânea de água para consumo humano. |
Programa | Ações |
• Controle das condições do tratamento. | • Realização de medição de vazões e carga orgânica na entrada da ETE. • Monitoramento a distância ao menos da vazão dos prin- cipais pontos de controle da ETE e do bombeamento da EE final. • Acompanhar a qualidade do efluente tratado conforme legislação vigente. • Monitorar o destino dos resíduos de gradeamento e caixa de areia, bem como dos lodos primários e secundários, conforme o caso. |
• Controle dos equipamentos. | • Registro de horas trabalhadas e consumo de energia • Controle e correção de variações de tensão, vibração e temperatura • Controle de equipamentos de reserva. |
• Gestão da manutenção. | • Cadastro de equipamentos e instalações. • Programação de: manutençãopreventiva. manutenção preditiva em equipamentos críticos limpeza periódica em coletores e ramais críticos limpeza periódica de elevatórias e na ETE. • Registro permanente do histórico das manutenções. |
• Prevenção de acidentes nos sistemas. | • Plano de ação no caso de incêndio. • Gestão de riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio ambiente. |
9.3. RESÍDUOS SÓLIDOS
São elencadas a seguir ocorrências possíveis para o sistema de limpeza urbana e manejo de resídu- os sólidos, considerando as diversas atividades que o compõe, sendo previsto seus respectivos planos de contingência e emergência.
Quadro 67- Riscos potenciais – limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Quadro 68 – Ações de controle operacional e manutenção – resíduos sólidos
Serviços | Ocorrência | Plano de contingência/ emergência |
• Varrição. | • Paralisação do sistema de varrição. | • Acionar ou contratar funcionários para efetuar a limpeza dos pontos mais críticos e centrais da cidade. |
• Coleta de resíduos. | • Paralisação do serviço de coleta domiciliar. | • Empresas e veículos previamente cadastrados seriam acionados para assumir emergencialmente a coleta nos roteiros programados, dando continuidade ao serviço. • Contratação de empresa especializada em caráter de emergência. • Em caso crítico, decretar “estado de calamidade pública”, tendo em vista as ameaças à saúde pública. |
• Paralisação das coletas seletiva e de resíduos de serviços de saúde. | • Celebrar contrato emergencial com empresa especializada na coleta de resíduos conforme sua classificação. | |
• Paralisação da coleta de resíduos de remoção de objetos e veículos abandonados, bem como de animais mortos | • Acionar Prefeitura • Contratação de empresa especializada em caráter de emergência | |
• Destinação final. | • Paralisação total do ponto de destinação final. | • Os resíduos deverão ser transportados e dispostos em cidades vizinhas com a devida autorização da FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente. |
• Paralisação parcial do ponto de destinação final, no caso de incêndio, explosão ou vazamento tóxico. | • Evacuação da área cumprindo os procedimentos de segurança. • Acionamento do corpo de bombeiros mais próximo. | |
• Podas, supressões de vegetação de porte arbóreo. | • Tombamento de árvores. | • Mobilização de equipe de plantão e equipamentos. • Acionamento de concessionária de energia elétrica. • Acionamento do corpo de bombeiros mais próximo e defesa civil. |
• Capina e roçagem. | • Paralisação do serviço de capina e roçagem | • Acionar prefeitura para notificação à equipe responsável para cobertura e continuidade do serviço • Contratação emergencial do serviço. |
Programa | Ações |
• Controle das condições do tratamento ou destino final | • Realização de medição de massa na entrada da unidade. • Acompanhar a qualidade do eventual chorume conforme legislação vigente. • Monitorar taludes e encostas. |
• Controle dos equipamentos. | • Registro de horas trabalhadas e consumo de energia • Controle e correção de variações de tensão, vibração e temperatura • Controle de equipamentos de reserva. |
• Gestão da manutenção | • Cadastro de equipamentos e instalações. • Programação de: manutenção preventiva. manutenção preditiva em equipamentos críticos limpeza periódica e manutenção de vias de acesso. • Registro permanente do histórico das manutenções |
• Prevenção de acidentes nos sistemas | • Plano de ação no caso de incêndio • Gestão de riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio ambiente |
9.4. DRENAGEM URBANA
São elencadas a seguir ocorrências possíveis para o sistema de drenagem e manejo de águas plu- viais urbanas, sendo previsto seus respectivos planos de contingência e emergência.
Quadro 69 - Riscos potenciais – drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Quadro 70 – Ações de controle operacional e manutenção – drenagem urbana
Ocorrência | Açóes |
• Situações de alagamento, problemas relacionados à microdrenagem | • Mobilizar os órgãos competentes para a realização da manutenção da microdrenagem • Acionar a autoridade de trânsito para que sejam traçadas rotas alternativas a fim de evitar o agravamento do problema. • Acionar o técnico responsável designado para verificar a existência de risco à população (danos a edificações, vias, risco de propagação de doenças, etc.). • Propor soluções para resolução do problema, com a participação da população e informando a mesma sobre a importância de se preservar o sistema de drenagem. |
• Inundações, enchentes provocadas pelo transbordamento de rios, córregos ou canais de drenagem. | • Criar sistema de monitoramento que possa identificar “a priori” a intensidade da enchente e acionar o sistema de alerta respectivo, bem como dar partida às ações preventivas, inclusive remoção da população potencialmente atingìvel. • Comunicar o setor responsável (prefeitura ou defesa civil) para verificação de danos e riscos a população. • Comunicar o setor de assistência social para que sejam mobilizadas as equipes necessárias e a formação dos abrigos. • Estudo para controle das cheias nas bacias. • Medidas para proteger pessoas e bens situados nas zonas críticas de inundação. |
• Inexistência ou ineficiência da rede de drenagem urbana | • Verificar o uso do solo previsto para a região. • Comunicar ao setor de planejamento a necessidade de ampliação ou correção da rede de drenagem. • Comunicar ao setor de fiscalização para detecção do ponto de lançamento e regularização da ocorrência. • Limpeza da boca-de-lobo. |
• Presença de materiais de grande porte, como carcaças de eletrodomésticos, móveis ou pedras. | • Aumentar o trabalho de conscientização da população sobre a utilização dos canais de drenagem. • Comunicar o setor de manutenção sobre a ocorrência. • Aumentar a eficiência e cobertura da limpeza pública. |
• Assoreamento de bocas-de-lobo, bueiros e canais. | • Comunicar o setor de manutenção sobre a ocorrência. • Verificar se os intervalos entre as manutenções periódicas se encontram satisfatórios. • Aumentar a eficiência e cobertura da limpeza pública. |
Programa | Ações |
• Controle das condições de lançamento das águas pluviais | • Realização de medição de vazões, carga orgânica e nutri- entes nos pontos críticos de lançamento de águas pluviais em corpos receptores. • Monitoramento a distância ao menos da vazão dos princi- pais pontos de controle da rede de drenagem. • Monitorar o destino dos resíduos retirados das estruturas hidráulicas, conforme o caso. |
• Controle dos equipamentos. | • Registro de horas trabalhadas e consumo de energia • Controle e correção de variações de tensão, vibração e temperatura • Controle de equipamentos de reserva. |
• Gestão da manutenção | • Cadastro de equipamentos e instalações. • Programação de: manutenção preventiva. manutenção preditiva em equipamentos críticos limpeza periódica em coletores e ramais críticos limpeza periódica de galerias e bueiros. • Registro permanente do histórico das manutenções |
• Prevenção de acidentes nos sistemas | • Plano de ação no caso de incêndio • Gestão de riscos ambientais em conjunto com órgãos do meio ambiente |
PARTE 10
Arranjos Institucionais para a Prestação dos Serviços
166 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG 167
Administração Direta Administração Indireta Consórcios Municipais Participação Privada Arranjo Interno do Município
10. ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS
A partir da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, foram estabelecidos novos princípios e diretrizes orientadoras das ações relativas aos serviços de saneamento básico. Para tanto, foram criados instrumen- tos visando à implementação das ações: a Política Nacional de Saneamento Básico e os Planos Municipais e/ou Regionais de Saneamento Básico.
O primeiro instrumento, a Política Nacional de Saneamento Básico, tem como objetivo orientar a gestão dos serviços de saneamento, de forma a assegurar à sociedade, condições salubres e satisfatórias de saúde pública.
O segundo instrumento se refere ao Plano Municipal de Saneamento Básico, no qual são definidas as prioridades de investimentos, os objetivos e as metas, de forma a orientar a atuação dos prestadores de serviços. Compete ao titular dos serviços de saneamento a responsabilidade pela elaboração do PMSB, bem como definir a estrutura interna de como gerir os serviços.
A titularidade cabe ao poder público municipal, que poderá, no entanto, por previsão disposta no artigo 241 da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº 11.107 de 06 de abril de 2005 (Lei de Consórcio Público), facultar a concessão dos serviços a outros entes jurídicos, podendo ser público ou privado.
Ao lado do planejamento, a Lei nº 11.445/07 reafirma o princípio de que os serviços públicos de saneamento básico devem ser regulados e fiscalizados pelo Poder público. Entre outras diretrizes, a Lei estabelece que os contratos, que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento básico mediante delegação, sejam em regime de gestão associada (consórcio público ou convênio de cooperação) ou de concessão, só serão válidos se forem definidas no âmbito da política de saneamento básico, normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento de suas diretrizes, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização (MCidades, 2009).
A Lei estabelece também que o ente regulador definido pelo município, especialmente para os servi- ços delegados, deve possuir independência decisória, o que inclui autonomia administrativa, orçamentária e financeira, e transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões, competindo-lhe editar normas relativas às dimensões técnica, econômica e social da prestação dos serviços. Essas diretrizes se aplicam também para os casos em que as funções de regulação e fiscalização sejam delegadas pelo titular para entidade reguladora de outro ente da Federação (estado ou município), constituída dentro do mesmo Estado (MCidades, 2009).
A regulação e a fiscalização têm o objetivo de proteger a livre concorrência entre os operadores e os direitos do consumidor em geral, além de garantir o cumprimento do plano de saneamento, o equilíbrio econômico-financeiro do operador e a qualidade dos serviços de saneamento básico no município. Desta forma, para atender as diretrizes da Lei nº 11.445/07, o município de Estrela Dalva deverá definir um ente regulador e fiscalizador dos serviços de saneamento.
Entre as possibilidades de regulação e fiscalização o município pode optar por criar uma agência reguladora municipal, realizar um consórcio com outro(s) município(s) para a criação de uma agência in- termunicipal ou através de assinatura de convênio com a ARSAE – agência reguladora presente no estado de Minas Gerais. A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
– ARSAE foi criada pela Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009. Conforme art. 5º da citada Lei,
168 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
169
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
a ARSAE tem por finalidade fiscalizar e orientar a prestação dos serviços públicos de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário.
Com relação a prestação do serviço, o titular, ou seja, o município, tem o direito e dever de decidir como o mesmo será prestado. No entanto, caso seja decisão do titular delegar a prestação dos serviços para um consórcio público, para uma empresa estatal, pública ou de economia mista, ou, ainda, para uma empresa privada, a Lei nº 11.445/07 exige que haja um contrato em que estejam previstos os direitos e deveres da empresa contratada, dos usuários e do titular.
Ao invés de acordos, convênios ou termos de cooperação, que podem ser desfeitos a qualquer momento, a Lei exige que sejam celebrados contratos que criem direitos firmes e estáveis, cuja duração não fique dependendo da vontade política do governante em exercício. Garante-se, assim, o respeito aos direitos dos usuários e a melhoria de atendimento, bem como se possibilita segurança jurídica para os investimentos necessários à universalização dos serviços (MCidades, 2009).
Conforme a legislação o atual, existem três formas de prestação dos serviços de saneamento bási- co: (1) prestação direta; (2) prestação indireta mediante concessão ou permissão; e (3) gestão associada. Ou seja: o município pode prestar diretamente os serviços por órgão da administração central ou por entidade da administração descentralizada; pode delegar a prestação a terceiros, por meio de licitação pública e contratos de concessão (empresa privada ou estatal); ou pode, ainda, prestar os serviços por meio da gestão associada com outros municípios, com ou sem participação do Estado, via convênio de cooperação ou consórcio público e contrato de programa. A seguir essas possibilidades de prestação são descritas.
Cabe, portanto, ao município de Estrela Dalva definir a alternativa institucional que lhe seja mais con- veniente quanto ao objetivo de universalização do acesso aos serviços de abastecimento de água, esgo- tamento sanitário, drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
10.1. ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Os serviços são prestados por um órgão da Prefeitura Municipal, sem personalidade jurídica e sem qualquer tipo de contrato, já que, nessa modalidade, as figuras de titular e de prestador dos serviços se fundem em um único ente – o Município. A Lei nº 11.445/07 em seu artigo 10 dispensa expressamente a celebração de contrato para a prestação de serviços por entidade que integre a administração do titular. Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são prestados, em vários Municí-
pios, por Departamentos de Água e Esgoto, órgãos da Administração Direta Municipal. A remuneração ao Município, pelos serviços prestados, é efetuada por meio da cobrança de taxa ou tarifa. Em geral, tais serviços restringem-se ao abastecimento de água, à coleta e ao afastamento dos esgotos. Os serviços relativos à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas são em geral prestados de forma direta por secretarias municipais.
10.2. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A seguir são descritas alternativas de prestação de serviços de saneamento básico através da ad- ministração indireta.
10.2.1. Entidades Paraestatais
São órgãos integrantes da Administração Indireta do Estado, as autarquias e as fundações públicas de direito público. Na prática, as autarquias não se distinguem das fundações de direito público, sendo as diferenças entre elas muito tênues. As autarquias constituem a modalidade de descentralização admi- nistrativa mais próxima do Poder Público, prestando um serviço retirado da Administração centralizada. A autarquia como um prolongamento do Poder Público executa serviços próprios do Estado, com seus privilégios e suas responsabilidades. O que diferencia a autarquia dos órgãos da Administração Direta são seus métodos operacionais, especializados e mais flexíveis. As autarquias formam patrimônio próprio e auferem receitas operacionais, podendo levantar empréstimos oferecendo seu patrimônio como garantia.
Um dos atributos das autarquias é a sua característica de titularidade dos serviços, isto é, a autarquia pode conceder um determinado serviço para empresas públicas ou privadas. A autarquia é uma entidade da administração pública municipal, criada por lei para prestar serviços de competência da Administração Direta, recebendo, portanto, a respectiva delegação. Embora instituídas para uma finalidade específica, suas atividades e a respectiva remuneração não se encontram vinculadas a uma equação econômico-
-financeira, pois não há contrato de concessão. A Lei Federal n°. 11.445/07 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e sua política federal prevê no artigo 16, inciso I, a autarquia como prestadora dos serviços de saneamento básico.
Os SAAE – Serviços Autônomos de Água e Esgoto são autarquias municipais com personalidade jurídica própria, autonomia administrativa e financeira, criadas por lei municipal com a finalidade de prestar os serviços de água e esgoto.
10.2.2. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista Municipais
Outra forma indireta de prestação de serviços pelo Município é a delegação a empresas públicas ou sociedades de economia mista, criadas por lei municipal. A empresa pública é uma entidade dotada de per- sonalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, capital exclusivo e direção do Poder Público, seja União, estado ou município, que utiliza órgãos da administração indireta, criados por lei, para desempe- nhar atividades de natureza empresarial, e cujo governo seja levado a exercer, por força de conveniência ou contingência administrativa, podendo tal entidade revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
10.3. CONSÓRCIOS MUNICIPAIS
A prestação de serviços públicos de saneamento básico por meio de consórcios públicos é prevista em vários dispositivos da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Entre esses dispositivos valem ressaltar:
• o inciso II do art. 3º, que considera o consórcio público como forma de gestão associada de
serviços de saneamento básico;
• o art. 13, que permite a formação de fundos para universalização de serviços públicos de sane-
amento básico, por entes da Federação isolados ou reunidos em consórcios públicos;
• o inciso II do art. 15, e o inciso I do art. 16, que incluem o consórcio público entre as formas de
organização da prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico.
A prestação de serviços públicos de saneamento básico por meio de consórcios formados por mais de um ente da Federação (grupo de municípios, municípios e estado, estados mais municípios, etc.) está, portanto, plenamente amparada pela Lei nº 11.445,de 5 de janeiro de 2007.
A constituição dos consórcios públicos está, por sua vez, regulada pela Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. A Lei 11.107/05 resulta do art. 241 da Constituição,introduzido por meio da Emenda Constitucional nº 19, de 1998:
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
A formação de um consórcio público, de acordo com o art. 241 da Constituição e com a Lei 11.107/05, deve ser disciplinada por meio de lei de cada ente consorciado, formando uma entidade com personalidade jurídica própria. Os entes consorciados assumem responsabilidades perante os objetivos do consórcio, delegando a ele competências para prestar diretamente os serviços discriminados, mediante contratos, programa, realização de licitações, concessões, atividades de regulação e fiscalização e outros atos necessários ao atendimento de seus objetivos.
O sistema de consórcio público de municípios já está presente em outros setores, principalmente nos de saúde. No saneamento, o consórcio pode abranger a prestação integral de um serviço (todas as etapas), ou restringir-se a etapas ou unidades específicas. Pode por exemplo, restringir-se à construção e operação de uma estação de tratamento de esgotos, ou a um aterro sanitário, para atender a um grupo de municípios vizinhos. Pode ser constituído, também, entre um estado e um grupo de municípios, com a finalidade de delegar, por exemplo, serviços de água e esgotos a uma empresa estadual de saneamen- to, modalidade que se enquadra no conceito de prestação regionalizada de serviços,prevista na Lei nº 11.445/07.
O sistema de consórcios entre estado e municípios para prestação de serviços de saneamento básico, principalmente de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, tem sido uma das saídas para regularizar a situação dos serviços prestados por empresas estaduais e que estão com delegações (concessões) vencidas, firmadas mediante instrumentos precários (convênios), ou sem contrato algum.
Além de prestar diretamente os serviços, os consórcios podem exercer outras atividades correla- cionadas com o saneamento básico, como as funções de regulação e fiscalização (os consórcios podem instituir agências reguladoras para servir vários municípios e até um estado inteiro).
Além de prestar diretamente os serviços, os consórcios podem exercer outras atividades correla- cionadas com o saneamento básico, como as funções de regulação e fiscalização (os consórcios podem instituir agências reguladoras para servir vários municípios e até um estado inteiro).
10.4. PARTICIPAÇÃO PRIVADA
O processo que vem se desenvolvendo no setor de saneamento básico no Brasil, a partir da par- ticipação privada, visa a atingir vantagens significativas. Esta alternativa surge como um repasse das obrigações públicas para a iniciativa privada. A Lei Federal 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, também conhecida como a “Lei dos Serviços Públicos”, é um marco para os serviços públicos e dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal. Em contratos de participação privada existem inúmeras possibilidades de arranjos contratuais. As modalidades são tratadas a seguir.
10.4.1. Contratos de Terceirização/Contratos de Serviço
Bastante usados em atividades complementares, os contratos de serviço correspondem à forma mais simples, exigindo menor envolvimento do parceiro privado. Não impõem elevado investimento inicial e, portanto, representam baixo risco para o operador privado.
São chamados também de “contratos de terceirização” quando da realização de serviços periféricos (por exemplo, leitura de hidrômetros, reparos de emergência, cobrança, etc.). O poder público mantém a totalidade da responsabilidade pela operação e manutenção do sistema, com exceção dos serviços con- tratados.
10.4.2. Contratos de Gestão
Nos contratos da administração gerenciada, estão previstos incentivos para a melhoria do desempenho e da produtividade da empresa contratada.
Em geral, destinam-se à operação e à manutenção de sistemas, recebendo o operador privado (con- tratado) remuneração prefixada e condicionada a seu desempenho, medido em função de parâmetros físicos e indicadores definidos, não havendo cobrança direta de tarifa aos usuários pela prestação de serviços.
10.4.3. Contratos de Operação e Manutenção (O&M)
Com duração de até cinco anos, os contratos O&M são arranjos em que o setor público transfere a uma empresa privada a responsabilidade total pela operação de parte ou de todo um sistema. A infraestru- tura já existente é utilizada, sendo que o setor público mantém a responsabilidade financeira pelo sistema e deve prover os fundos necessários para os investimentos de capital demandados pelo serviço, podendo haver previsão de metas de desempenho que produzam à eficiência.
10.4.4. Contratos de Locação de Ativos (Affermage ou Lease Build Operate – LBO)
O Contrato de Locação de Ativos firmado entre o poder público e uma empresa privada é fundamen- tado no artigo 62, §3°, inciso I, da Lei Federal nº 8.666/93.
Por meio deste contrato, o poder público aluga o sistema (ativos) para a empresa, recebendo um determinado valor em troca. A empresa, por sua vez, remunera-se por meio da tarifa cobrada dos usuários. O parceiro privado assume diversos riscos da operação, mas, ao conjugar a transferência da manutenção e operação dos serviços para o contratado e a remuneração por meio de tarifas cobradas dos usuários, gera fortes incentivos junto à empresa para a redução dos custos de operação e o aperfeiçoamento do sis- tema de cobrança. As instalações financiadas pelo governo continuam sendo de sua propriedade e serão devolvidas ao poder público em condições estabelecidas no contrato.
O modelo de locação de ativos tem sido utilizado como meio de “financiar” a realização de obras necessárias à prestação dos serviços públicos de saneamento básico. É o que se verifica em alguns muni- cípios do Estado de São Paulo como Campos do Jordão, Campo Limpo e Várzea Paulista, em que a Com- panhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) promoveu licitação para a locação de ativos, precedida da concessão do direito real de uso das áreas e da execução das obras de implantação das instalações necessárias à prestação dos serviços. Concluídas as obras, os ativos (instalações cons- truídas) serão locados ao poder público durante um prazo determinado e, no final, após a amortização/
depreciação dos investimentos realizados pela Sociedade de Propósito Específico (SPE), os ativos serão revertidos ao poder público, assemelhando-se a um contrato de leasing. Nesse modelo, é responsabilidade da SPE a obtenção dos recursos financeiros necessários à execução das obras, podendo, inclusive, utilizar os recebíveis como garantia nas operações de financiamento.
10.4.5. Contratos de ConcessãoParcialTipo: Build, Operate And Transfer (BOT); Build, Transfer And Operate (BTO); Build, Own And Operate (BOO)
Os contratos de concessão parcial, já adotados por vários municípios no Brasil, foi a modalidade predominante nas primeiras concessões à iniciativa privada após a promulgação da Lei de Concessões. Em geral, seu objetivo é a ampliação da produção de água tratada ou a implantação de sistemas de tratamento de esgotos. Constitui opção frequente em situações em que o poder público não dispõe de recursos financeiros, em que as condições locais ou a orientação político-ideológica não favorecem uma concessão privada plena, ou em que a implantação desses sistemas de produção de água e de tratamento de esgoto seja urgente. Em geral, os sistemas de distribuição de água e de coleta de esgotos continuam sendo operados pelos serviços municipais, os quais mantém sob sua responsabilidade a cobrança das tarifas de água e esgotos, estabelecendo mecanismos de transferência de parte dessas receitas tarifárias ao concessionário do BOT.
Os contratos de BOT, BTO e BOO estão normalmente associados a investimentos em nova infraes- trutura. No BOT, o parceiro privado constrói e opera por determinado período, ao final do qual os ativos são transferidos ao setor público. Em uma das variações possíveis, o BTO corresponde a um contrato onde o parceiro privado constrói a nova estrutura que é incorporada ao patrimônio do setor público e alugada ao próprio parceiro privado. Em outra variação no BOO, o parceiro privado retém a propriedade sobre o bem construído e este só será transferido ao setor público se e quando ele determinar a expropriação.
Essas novas relações contratuais têm se intensificado e a legislação brasileira tem se adaptado as estas formas.Pode ser citada como exemplo, a recente aprovação da Lei Federal nº. 12.744/12, ou “Lei do Built to Suit”, em português “construído para servir”. Esses contratos foram incluídos na Lei de Loca- ções (8.245/91), deixando de ser atípicos. A expressão “Built to Suit” é um termo imobiliário usado para identificar contratos de locação a longo prazo no qual o imóvel é construído para atender os interesses já pré-determinados do locatário. Deste modo, é possível viabilizar projetos que atendam as rígidas normas estabelecidas pelos futuros usuários da construção e os prazos curtos para execução.
10.4.6. Contratos de Concessão Plena
Os contratos de concessão plena transferem para o contratado toda a operação e manutenção do sistema e a responsabilidade de realizar os investimentos necessários por determinado período durante o qual a concessionária será remunerada por meio de cobrança de tarifa aos usuários. O poder público define as regras sobre a qualidade dos serviços e a composição das tarifas. Normalmente, a concessão tem por objeto a operação de um sistema já existente, sendo necessários, todavia, investimentos significativos para a sua expansão ou reforma,passando o risco comercial para o concessionário.
A gestão integrada dos sistemas de saneamento básico existentes e a implantar constitui o objeto da licitação da concessão, tendo sido mais comumente outorgada pelo critério de menor tarifa ou de maior valor de outorga paga pelo licitante. As concessões plenas têm sido a opção mais frequentemente adotada pelos municípios no Brasil, isoladamente ou em conjunto. Observa-se que, dada à precariedade geral que tem caracterizado os procedimentos prévios à publicação dos editais de licitação para a outorga
de concessões, a execução efetiva dos planos de negócios propostos pelas concessionárias (à luz das informações que lhe foram disponibilizadas) está, frequentemente sujeita as alterações imprevisíveis que onerariam a prestação de serviços, levando a eventual aumento de serviço.
As concessões são empregadas diante da necessidade de realização de investimentos de caráter emergencial não previstos, comumente decorrentes da deterioração dos sistemas por falta de realização de investimentos em manutenção e reposição – caracteriza-se o desequilíbrio econômico-financeiro da concessão, postergando-se o cumprimento do programa original de investimentos e das metas estipula- das no contrato de concessão. Adicionalmente, o estabelecimento, por parte do poder concedente, das metas de cobertura e de qualidade nas prestações dos serviços, muitas vezes, ocorre sem a adequada análise de seus impactos no nível tarifário necessário para a remuneração dos investimentos demandados. Em geral, estes contratos têm duração de quinze a trinta anos.
As companhias estaduais de saneamento originadas a trinta anos gozam legalmente de condição di- ferenciada para execer a concessão plena. Basta por meio de uma “contrato-programa” estabelecer metas para a prestação de serviços de água e esgoto para que finalizem o contrato com o município e a opere, sem necessidade de licitação.
10.4.7. Contratos de Parceria Público-Privada – (PPP)
As PPPs propõem a delegação ao setor privado de atividades até então prestadas diretamente pelo Estado. Enquadra-se no âmbito das PPPs aquelas concessões em que haja aporte de recursos pela ad- ministração pública, seja em adição à tarifa paga pelo usuário (concessão patrocinada), seja em razão do fato de serem os serviços prestados, direta ou indiretamente, ao poder público (concessão administrativa).
A parceria público-privada pressupõe o pagamento de remuneração, ou sua complementação, por parte da administração pública ao ente privado em até 35 anos. Dessa forma, a PPP é vantajosa em se comparada ao regime tradicional de licitação de obra que exige um desembolso de caixa quase imediato, e ao contrato de prestação de serviços à administração pública, cujo prazo é limitado a cinco anos.
Com a criação da Lei n° 11.079, de 30 de novembro de 2004foram instituídas normas gerais para a licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública e definido que a “parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou admi- nistrativa”. Nos parágrafos do mesmo artigo 2º, estão descritos os conceitos dessas duas novas modali- dades de contratação:
“§ 1º- Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envol- ver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”.
“§ 2º - Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execu- ção de obra ou fornecimento e instalação de bens”.
Assim, as concessões patrocinadas são concessões de serviços públicos em que o governo presta algum tipo de contraprestação, adicionalmente à tarifa cobrada. O contrato de concessão patrocinada difere da concessão comum (lei 8.987/95), basicamente, nas garantias de pagamento por parte do Poder Público à iniciativa privada, não obstante, haver na antiga lei dispositivos que viabilizam as garantias de adicionais de pagamento. Embora seja juridicamente possível a contratação, certos contratos específicos à administração pública não são firmados por falta de um claro equilíbrio econômico do contrato de con-
cessão, acarretando o desinteresse da iniciativa privada.
Nas concessões administrativas, o governo arca integralmente com o pagamento do serviço. Se- gundo Sundfeld (2005), era necessário permitir a aplicação da lógica econômico-contratual da concessão tradicional a outros objetos que não a exploração de serviços públicos econômicos (como são os serviços de água e esgoto, a distribuição de energia, a telefonia fixa, etc.).
Assim, as PPPs podem ser aplicadas em serviços administrativos em geral, isto é, serviços de in- fraestrutura penitenciária, policial, educacional, sanitária, judiciária etc., ou mesmo aqueles decorrentes da separação de etapas ou partes dos próprios serviços públicos econômicos (por exemplo, a implantação e gestão de uma estação de tratamento de esgotos para uma empresa estatal de saneamento básico). Para tal propósito, a Lei das PPPs criou a concessão administrativa, que copia da concessão tradicional a lógi- ca econômico-contratual (obrigação de investimento inicial, estabilidade do contrato e vigência por longo prazo, remuneração vinculada a resultados, flexibilidade na escolha de meios para atingir os fins previstos no contrato etc.), e aproveita da concessão patrocinada as regras destinadas à viabilização das garantias. Os pontos comuns à concessão patrocinada e à administrativa, abarcados pela Lei nº 11.079/04, são os seguintes:
•Vedados os contratos de PPP:
- com valor inferior a R$ 20 milhões (art. 2º, §4º, I);
- com prazo inferior a 5 (cinco) anos (art. 2º, § 4º, II);
- que tenham como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e a instalação de equipamentos ou a execução de obra pública (art. 2º, § 4º, III);
•O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato (Art. 6º, Parágrafo único).
•A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da disponibilização
do serviço objeto do contrato de parceria público-privada (art. 7°).
•O prazo máximo do contrato, contabilizadas as prorrogações, será de 35 anos (art. 5º, I).
•A empresa vencedora da licitação deve se constituir em sociedade de propósito específico antes
da celebração do contrato (art. 9°).
Continuam regidos exclusivamente pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e pelas leis que lhe são correlatas, os contratos administrativos que não caracterizem concessão comum, patrocinada ou administrativa (art. 3º, § 3º). Portanto, é necessário o conhecimento dos elementos caracterizadores da concessão comum, patrocinada ou administrativa. O Quadro a seguir apresenta esses elementos da con- cessão, como patrocinada, administrativa ou comum, trazidos pela Lei nº 11.079/04.
De fundamental importância para a atração de investimento privados são as garantias de que os compromissos assumidos pela administração pública serão honrados. Em uma concessão tradicional, o risco de crédito do investidor é pulverizado por uma massa de usuários, ao passo que na PPP o risco de crédito é concentrado no poder público.
Assim, o sucesso das PPPs passa pela segurança de que o parceiro público efetuará os pagamentos devidos ao parceiro privado durante todo o prazo do contrato, que pode estender-se pelos mandatos de vá- rios governantes. Para tanto, a lei das PPPs inovou, aos prever a criação do fundo garantidor das parcerias público-privadas no âmbito do programa federal.
Quadro 71 – Aspectos dos contratos de PPP
Contratos de PPP | Concessão comum | |
Concessão patrocinada | Concessão administrativa | |
É a concessão de serviços públicos ou de obras públicas da Lei nº 8.987/95, quando envolver: - cobrança de tarifa; - contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado (art. 2º, § 1º). | É o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou o fornecimento insta- lação de bens (art. 2° § 2º). A concessão administrativa não é um simples contrato de prestação de serviços, pois sempre incluirá a realização de investimentos, a ser amortizada no prazo do contrato (mínimo 5 anos, art. 2º, § 4º, II, 5º, I), no montante de no mínimo R$ 20 milhões (art. 2º, § 4º, I). A remuneração vinculada à prestação dos serviços (por exemplo, qualidade) impede que a concessão administrativa se trans- forme em simples contrato de obras com financiamento das empreiteiras (art. 7º). | É a concessão de serviços públicos ou de obras públicas da Lei nº 8.987/95, quando não houver contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado (art. 2º, § 3º). |
Rege-se pela Lei nº 11.079/2004, aplican- do-se subsidiariamente a Lei nº 8. 987/95 e as leis que lhe são correlatas (art. 3º, § 1º). | Rege-se pela Lei nº 11.079/2004, aplican- do-se adicionalmente os artigos 21, 23, 25 e 27 a 39 da Lei nº 8.987/95 e o art. 31 da Lei 9.074/95. Considerando que não foi incluído o art. 26 da Lei nº 8.987/95, conclui-se que nos contratos de concessão administrativa não há possibilidade de sub-concessão, matéria tratada no citado art. 26 da Lei nº 8.987/95. Os artigos 21, 23, 25 e 27 a 39 da Lei nº 8.987/95 tratam basicamente do contrato de concessão, dos encargos do poder concedente, dos encargos da concessionária, da inter- venção e da extinção da concessão. Na concessão administrativa, não há cobrança de tarifas. Isso se conclui pela não menção à aplicação do capítulo referente às tarifas constantes da Lei 8.987/95 (arts. 9 a 13 da Lei 8.987/95). | Rege-se pela Lei nº 8.987/95 e pelas leis que lhe são correlatas, não se lhe aplicando a Lei nº 11.079/2004 (art. 3º § 2º), |
Nas concessões patrocinadas, devem ser observados os seguintes pontos: 1) O limite de garantia a ser prestado contratualmente pelo parceiro privado é remetido ao disposto nos §§ 3º e 5º do art. 56 da Lei 8.666/93, isto é, o limite da garantia pode ser elevado até a 10% (dez por cento) do valor do con- trato ou, no caso em que o contrato importe entrega de bens pelo parceiro público, dos quais o contratado ficará depositário, o valor dos bens deve ser acrescido ao valor da garantia (parte inicial doArt. 5º, VIII); 2) O limite de garantia a ser prestado contratual- mente pelo parceiro privado é remetido ao disposto no art. 18, XV, da Lei 8.987/95, isto é, o limite da garantia é o valor da obra (parte final do art. 5º, VIII) | Nas concessões administrativas, o limite de garantia a ser prestado contratualmente pelo parceiro privado é remetido ao disposto nos §§ 3º e 5º do art. 56 da Lei 8.666/93, isto é, o limite da garantia pode ser elevado até a 10% (dez por cento) do valor do contrato ou, no caso em que o contrato importe entrega de bens pelo parceiro público, dos quais o contratado ficará depositário, o valor dos bens deve ser acrescido ao valor da garantia (parte inicial do Art. 5º, VIII) |
Fonte: XXX 0000.
10.4.8. Empresas de Economia Mista
As empresas de economia mista não são necessariamente uma modalidade de privatização, pois podem estar sob controle público (de acordo com a divisão acionária), mas, no caso da iniciativa privada obter a maior parte do capital da empresa, a gestão de serviço fica sob o seu controle, deixando de ser de- nominada empresa de economia mista e caracterizando-se, então, como empresa privada. As companhias estaduais de saneamento brasileiras são, em sua grande maioria, empresas de economia mista.
10.4.9. Considerações Finais
O acompanhamento e a fiscalização da execução dos contratos constituem poder-dever da Ad- ministração Pública, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público. Se em uma contratação estão envolvidos recursos orçamentários, é dever da Administração Pública contratante atuar de forma efetiva para que os mesmos sejam aplicados da melhor maneira possível.
Quando a Administração Pública celebra um contrato, fica obrigada à observância das regras im- postas pela lei, para fiscalizar e controlar a sua execução. Através do gestor de contratos, exigência da Lei nº 8.666/93 em seu art. 67 Segundo esse dispositivo, o gestor será um representante da Administração Pública especialmente designado, sendo permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo Esse modelo de participação privada é utilizado, sobretudo, para a limpeza urbana. O modelo é o
de contrato de prestação de serviços de limpeza, coleta, transporte e disposição dos resíduos, poda de árvores, varrição, entre outros itens. No caso da drenagem urbana, as obras, quando não realizadas pelos funcionários municipais, são realizadas por empresas contratadas de acordo com a Lei nº 8.666/93.
No caso do abastecimento de água e esgotamento sanitário, a complexidade da prestação envolve outros fatores, como o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos e a política tarifária, entre outros fatores, que remetem à contratação por meio de modelos institucionais específicos.
10.5. ARRANJO INTERNO DO MUNICÍPIO
O município atua na prestação de serviços e, como Poder Público, sua função principal está no com- promisso com a promoção da saúde, qualidade de vida e busca contínua da universalização e melhoria da eficiência dos serviços públicos. estando o saneamento básico incluído.
A gestão de um serviço público não deve se restringir apenas à sua prestação. Segundo a Lei nº. 11.445/07, têm-se como funções de gestão, o planejamento, a regulação, a prestação dos serviços e a fis- calização, sendo todos esses passíveis de participação e controle social.
Vale ressaltar, que cabe ao município, na execução do Plano de Saneamento Básico, a gestão das in- formações dos serviços de saneamento que serão prestados a população, que deve se dar com a criação de órgãos específicos, como comissões de fiscalização, conselhos, comitês ou organizações da sociedade civil. Caso esta criação torne-se inviável, deverá o município utilizar-se dos órgãos colegiados já existen-
tes, a exemplo do Conselho de Meio Ambiente, de Habitação ou de Desenvolvimento Urbano, ao invés de o Plano definir a criação de um órgão específico para o saneamento. Para tanto, as adequações estatutárias necessárias às novas funções devem ser efetuadas. O rigor e a eficiência da gestão serão proporcionais ao grau de desenvolvimento do Plano de Saneamento Básico.
PARTE 11
Possíveis Fontes de Financiamento
Fontes Próprias Fontes do Governo Federal Fontes do Governo Estadual
Outras fontes
11. FONTES POSSÍVEIS DE FINANCIAMENTO
Os recursos destinados ao Saneamento Básico, no âmbito do mercado interno de recursos financei- ros, provem em sua maior parte, dos recursos do FGTS, aportes do BNDES e outras fontes de recursos, como os obtidos pela cobrança pelo uso da água. Existem, também, os Programas do Governo Estadual, e outras fontes externas de recursos de terceiros, representadas pelas agências multilaterais de crédito, tais como: o BIRD (Banco Mundial), BID e JBIC (Banco Japonês), os mais importantes, de acesso mais restrito aos agentes prestadores dos serviços.
Porém, a fonte primária de recursos para o setor se constitui nas tarifas, taxas e preços públicos. Es- tes se constituem na principal fonte de canalização de recursos financeiros para a exploração dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, que, além de recuperar as despesas de exploração dos serviços, podem gerar um excedente que fornece a base de sustentação para alavancar investimentos, quer sejam com recursos próprios e/ou de terceiros.
Nas demais vertentes do saneamento básico, representadas pelos resíduos sólidos e drenagem, que ainda funciona de forma incipiente no estado em termos de uma organização mais efetiva visando a melhoria do meio ambiente, deve predominar as taxas, impostos específicos ou gerais. Sobre a parcela dos serviços com possibilidades de individualização, coleta doméstica, hospitalar, industrial e inerte de resíduos, deve ser definido preço público/taxa/tarifa específico.
A seguir apresenta-se um Quadro resumo das principais fontes de captação de recursos financeiros para as ações necessárias no âmbito do Saneamento Básico nos municípios.
180 Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
181
Plano Municipal de Saneamento Básico – Estrela Dalva/MG
FONTES PRÓPRIAS |
- Tarifas, Taxas e Preços Públicos; - Transferências e Subsídios. |
FONTES DO GOVERNO FEDERAL |
- Recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; - Recursos da OGU – Orçamento Geral da União: • Ministério das Cidades, • Funasa. - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social – BNDES; - Ministério da Justiça: • Fundo de Defesa de Direitos Difusos – FDDD. |
FONTES DO GOVERNO ESTADUAL |
- Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais – FHIDRO; - Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG; - Recursos Orçamentários Próprios do Município - Recursos da Operação. |
OUTRAS FONTES |
- Financiamentos Internacionais; - Participação do Capital Privado; - Proprietário de Imóvel Urbano - Contribuição de Melhoria e Plano Comunitário de Melhoria; - Expansão Urbana. |
11.1. FONTES PRÓPRIAS
Quadro 72 – Fontes de Financiamento
parte ou do total da operação e manutenção dos sistemas, onde existir baixa sustentabilidade financeira, o que ocorre, em geral, nos municípios de pequeno porte.
Subsídios à demanda, através do qual o poder público transfere diretamente ao usuário parte ou toda a cobrança pelos serviços dirigidos a ele, de acordo com critérios de necessidade estabelecidos a priori. Este é pouco difundido no sistema brasileiro de financiamento do Saneamento Básico.
Estas duas modalidades de subsídios provem do orçamento fiscal das unidades federadas e, por- tanto o financiamento do sistema depende de toda a sociedade que paga impostos.
As diretrizes para a cobrança pelos serviços de Saneamento Básico estão definidas na lei 11.445/07,
cujos principais artigos estão listados a seguir:
Art. 29 - Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente;
II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades;
III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.
§ 1º Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas, preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico ob- servará as seguintes diretrizes:
I -prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pú- blica;
II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços; III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objeti- vando o cumprimento das metas e objetivos do serviço;
IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;
V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de
eficiência;
Tradicionalmente é a modalidade fundamental para o financiamento dos serviços públicos que pos- sam ser individualizados (divisíveis) e quantificados. As fontes próprias de financiamento são descritas a seguir:
11.1.1. Tarifas, Taxas, Preços Públicos, Transferências e Subsídios
O sistema de tarifas, taxas e preços públicos são as fontes primárias para o financiamento das ações do Saneamento Básico. As tarifas, taxas e preços públicos devem, além de recuperar os custos operacio- nais, gerar um excedente para alavancar investimentos, quer sejam diretos (recursos próprios) e/ou com fi- nanciamentos, para compor a contrapartida de empréstimos e o posterior pagamento do serviço da dívida. O sistema de tarifas, taxas e preços públicos tem sempre uma restrição básica na capacidade de pagamento da população e, além disso, por se tratar de um serviço essencial a ser estendido a todos os
munícipes, deve-se contemplar algum nível de subsídio, os quais assumem três modalidades.
Subsídios à oferta, no qual o poder público transfere recursos do orçamento fiscal para financiar a implantação, expansão ou ampliação dos sistemas de Saneamento Básico, indo até o financiamento de
VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços; VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos servi- ços;
VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.
§ 2o Poderão ser adotados subsídios tarifários (cruzados) e não tarifários (tribu- tos) para os usuários e localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.
Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e cobrança dos serviços públicos de saneamento básico poderá levar em conside- ração os seguintes fatores:
I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de
utilização ou de consumo;
II - padrões de uso ou de qualidade requeridos;
III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à ga-
rantia de objetivos sociais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos usuários de menor renda e a proteção do meio ambiente;
IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e
qualidade adequadas;
V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos dis- tintos; e
VI - capacidade de pagamento dos consumidores.
Art. 31. Os subsídios necessários ao atendimento de usuários e localidades de baixa renda serão, dependendo das características dos beneficiários e da origem dos recursos:
I - diretos, quando destinados a usuários determinados, ou indiretos, quando des- tinados ao prestador dos serviços;
II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorre- rem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções; III - internos a cada titular ou entre localidades, nas hipóteses de gestão associada e de prestação regional.
Art. 35. As taxas ou tarifas decorrentes da prestação de serviço público de lim- peza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos devem levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados e poderão considerar:
I - o nível de renda da população da área atendida;
II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edifica- das;
III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.
Art. 36. A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de re- tenção de água de chuva, bem como poderá considerar:
I - o nível de renda da população da área atendida;
II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edifica- das.
A sustentabilidade financeira dos empreendimentos em Saneamento Básico está fortemente corre- lacionada com os conceitos e diretrizes expostos, onde deve estar sempre presente os aspectos de efici- ência, alocativa e técnica, na prestação dos serviços consubstanciados em bases econômicas de custo de oportunidade, escolhendo-se a tecnologia mais adequada às possibilidades financeiras da comunidade, cuja finalidade mor consiste na melhoria ambiental com reflexos sobre a qualidade de vida e de saúde da população beneficiada.
A outra modalidade são os subsídios cruzados onde os custos dos serviços são rateados entre os usuários do sistema de Saneamento Básico, em proporções diferentes, mediante critérios que reproduzam a diferenciação de renda da comunidade beneficiada. Esta modalidade é bastante utilizada no sistema tarifário dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mediante a classificação dos usuários em categorias e faixas de consumo.
11.2. FONTES DO GOVERNO FEDERAL
As fontes de financiamento do governo federal são descritas a seguir:
11.2.1. Recursos Federais
Pleito a ser realizado pelo município junto a União para inserção no orçamento federal de valores, justificado mediante projetos, para aplicação em melhorias no município.
11.2.1.1. RECURSOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO “SANEAMENTO PARA
TODOS”
Com o Programa Saneamento para Todos, que visa financiar empreendimentos ao setor público e ao setor privado, a Caixa Econômica Federal apoia o poder público na promoção à melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida da população urbana, promovendo ações de saneamento básico, integradas e articuladas com outras políticas setoriais.
Os recursos do programa são oriundos de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e da contrapartida do solicitante.
O programa se destina são:
•Setor Público - Estados, municípios, Distrito Federal, concessionárias públicas de saneamento, consórcios públicos de direito público e empresas públicas não dependentes.
•Setor Privado - Concessionárias ou sub-concessionárias privadas de serviços públicos de sane- amento básico, ou empresas privadas, organizadas na forma de sociedade de propósito específico para o manejo de resíduos sólidos e manejo de resíduos da construção e demolição.
a) Modalidades
Abastecimento de água
Destina-se à promoção de ações que visem o aumento da cobertura ou da capacidade de produção do sistema de abastecimento de água.
Esgotamento sanitário
Destina-se à promoção de ações para o aumento da cobertura dos sistemas de esgotamento sani-
tário ou da capacidade de tratamento e destinação final adequados de efluentes.
Saneamento Integrado
Destina-se à promoção de ações integradas de saneamento em áreas ocupadas por população de baixa renda, onde esteja caracterizada a precariedade ou a inexistência de condições sanitárias e ambien- tais mínimas. O programa é efetivado por meio de soluções técnicas adequadas, abrangendo abastecimen- to de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, implantação de unidades sanitárias domiciliares e outras ações relativas ao trabalho sócio-ambiental nas áreas de edu- cação ambiental, além da promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de catadores e aproveitamento econômico de material reciclável, visando a sustentabilidade sócio-econômica e ambiental dos empreendimentos.
Desenvolvimento Institucional
Destina-se à promoção de ações articuladas, visando ao aumento da eficiência dos prestadores de
serviços públicos de:
•Abastecimento de água e esgotamento sanitário, por meio da promoção de melhorias operacio- nais, incluindo reabilitação e recuperação de instalações e redes existentes, outras ações de redução de custos e de perdas, e de preservação de mananciais utilizados para o abastecimento público.
• Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, por meio de promoção de melhorias operacionais, incluindo reabilitação e recuperação de instalações existentes e outras ações de redução de custos e aumento de eficiência.
Manejo de águas pluviais
Destina-se à promoção de ações com vistas à melhoria das condições de salubridade ambiental associadas ao manejo das águas pluviais, em particular, por meio de promoção de ações de prevenção e de controle de enchentes, inundações e de seus danos nas áreas urbanas e de melhoria da qualidade da água dos corpos que recebem lançamentos de águas pluviais.
Manejo de resíduos sólidos
Destina-se à promoção de ações com vista ao aumento da cobertura dos serviços de coleta, trans- porte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos domiciliares e assemelhados e à implan- tação de infraestrutura necessária à execução de coleta de resíduos de serviços de saúde, varrição, capina, poda e atividades congêneres, bem como ao apoio à implementação de ações relativas à coleta seletiva, à triagem e à reciclagem, além da infraestrutura necessária à implementação de ações de redução de emis- são de gases de efeito estufa em projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no âmbito do Tratado de Quioto
Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho sócio-ambiental nas áreas de educação ambiental e promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de catadores e ao aproveitamento econômico do material reciclado.
Manejo de resíduos da construção e demolição
Destina-se à promoção de ações com vistas ao acondicionamento, à coleta e transporte, ao trans- bordo, à triagem, à reciclagem e à destinação final dos resíduos oriundos das atividades de construção e demolição, incluindo as ações similares que envolvam resíduos volumosos, por meio da implantação e ampliação de instalações físicas, inclusive aterros, e de aquisição de equipamento novos.
- Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho sócio-ambiental nas áreas de educação ambiental, promoção da participação comunitária e, quando for o caso, ao trabalho social destinado à inclusão social de transportadores informais destes resíduos.
Preservação e recuperação de mananciais
Destina-se à promoção da preservação e da recuperação de mananciais para o abastecimento públi- co de água, por intermédio de ações na bacia do manancial, de coleta, transporte, tratamento de esgotos sanitários, instalações de ramais prediais ou ramais condominiais de esgoto sanitário e de unidades sani- tárias em domicílios de baixa renda, de desassoreamento de cursos de água, de proteção de nascentes, de recomposição de matas ciliares, de recuperação de margens, de recuperação de áreas degradadas, inclusive pela deposição indevida de resíduos sólidos, de processo erosivo, em particular os causados por drenagem inadequada de água em vias, de apoio à implantação de coleta seletiva de materiais reciclá- veis. Destina-se também ao desenvolvimento de ações relativas ao trabalho sócio-ambiental nas áreas de educação ambiental e promoção da participação comunitária.
Estudos e projetos
Destina-se à elaboração de planos municipais e regionais de saneamento básico, à elaboração de estudos de concepção e projetos para empreendimentos de abastecimento de água, esgotamento sanitá- rio, saneamento integrado, desenvolvimento institucional, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos
sólidos, incluindo os que visem à redução de emissão de gases de efeito estufa enquadrados como pro- jetos de MDL, no âmbito do Protocolo de Quioto, manejo da construção e demolição e preservação de mananciais, desde que esses empreendimentos possam ser enquadrados nas demais modalidades.
b) Condições de Financiamento
Contrapartida Mínima:
Em operações com o setor público, o valor correspondente à contrapartida mínima é de 5% do valor do investimento, exceto na modalidade Abastecimento de Água, onde a contrapartida mínima é de 10%.
Em operações com o setor privado, o valor correspondente à contrapartida mínima é 20% do Valor
do Investimento
c) Prazos
De carência:
Correspondente ao prazo originalmente previsto para a execução de todas as etapas calculadas para o cumprimento do objeto contratual, acrescido de até 4 meses, limitado a 48 meses contados a partir da assinatura do contrato de financiamento, sendo permitida a prorrogação por até metade do prazo de carência originalmente pactuado.
De amortização:
Contados a partir do término da carência em:
Até 240 meses nas modalidades Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário e Manejo de Águas
Pluviais e Saneamento Integrado;
Até 180 meses nas modalidades Manejo de Resíduos Sólidos, Manejo de Resíduos da Construção
e Demolição;
Até 120 meses nas modalidades Desenvolvimento Institucional e Preservação e Recuperação de Mananciais;
Até 60 meses na modalidade Estudos e Projetos. De realização do 1º desembolso:
O 1º desembolso deve ocorrer em até 12 meses contados da assinatura do contrato.
d) Encargos Financeiros Juros
Definido à taxa nominal de 6% a.a., exceto para a modalidade Saneamento Integrado que possui taxa nominal de 5,0% a.a.
Remuneração CAIXA
2% sobre o saldo devedor.
e) Taxa de Risco de Crédito
Definida conforme a análise cadastral do solicitante, limitado a 1% a.a.
Procedimentos
O interessado em participar do programa deve, desde que aberto o processo de seleção pública pelo Ministério das Cidades, preencher ou validar a Carta-Consulta eletrônica disponibilizada no sítio daquele Ministério na internet.
Uma via impressa da Carta-Consulta deve ser entregue na Superintendência Regional de vinculação do solicitante, acompanhada de todos os anexos relacionados, como a documentação necessária à análise de risco de crédito e a do Projeto Básico do empreendimento, juntamente com as demais peças de enge- nharia e trabalho técnico social necessário às análises técnicas pertinentes.
Em conjunto com a Superintendência Regional, o solicitante, quando Estado, município ou Distrito Federal, envia à Secretaria do Tesouro Nacional a documentação constante do Manual de Instrução de Pleitos daquela Secretaria com vistas à obtenção da autorização de crédito.
11.2.1.2. ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO – OGU
Os recursos não onerosos para o município, destinados ao setor de saneamento e contidos no OGU, são mobilizados por meio de diretrizes contidas no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC2, por meio do Ministério das Cidades e da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA.
Ministério das Cidades
a) Participantes
•Ministério das Cidades – planejar, regular e normatizar a aplicação dos recursos;
•Caixa Econômica Federal – Operacionalizar o programa;
•Entes Federados – Municípios, Estados, Distrito Federal e Consórcios Públicos.
Para efeito de aplicação dos recursos do PAC2 o país foi dividido em grupos de acordo com a con- centração da população em regiões metropolitanas e porte dos municípios em termos populacionais.
• Grupo 1 – Regiões Metropolitanas e municípios com população superior a 70 mil habitantes nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e superior a 100 mil habitantes nas regiões Sul e Sudeste;
• Grupo 2 – Municípios com população entre 50 a 70 mil habitantes, nas regiões: Norte, Nordeste e Centro Oeste e Municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes nas regiões Sul e Sudeste;
• Grupo 3 – Municípios com população inferior a 50 mil habitantes, em qualquer região.
b) Contrapartida
A contrapartida, como percentagem dos investimentos, é definida para recursos destinados a Mu- nicípios, Estados e ao Distrito Federal em função do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, de acordo com o Quadro a seguir.
Quadro 73 – Contrapartida - Orçamento Geral da União
Descrição | % do Investimento | IDH |
Municipais | 2 | = 0,5 |
3 | > 0,5 e <= 0,6 | |
4 | > 0,6 e <= 0,7 | |
8 | > 0,7 e <= 0,8 | |
20 | > 0,8 | |
Estado e Distrito Federal | 10 | <= 0,7 |
15 | > 0,7 e <= 0,8 | |
20 | > 0,8 |
c) Encaminhamento
Os pedidos devem ser encaminhados através da Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades apoiados na portaria 40 de 31/01/2011, que aprovou o Manual de Instruções para contrata- ção e execução das ações do Ministério das Cidades inseridas na segunda fase do PAC2.
Fundação Nacional da Saúde - FUNASA
Os recursos alocados no OGU para a FUNASA aplicar nos setores de abastecimento de água e esgo- tamento sanitário, se destinam, prioritariamente, aos municípios com menos de 50 mil habitantes (censo do IBGE – 2010), exceto os municípios das Regiões Metropolitanas, mediante os seguintes critérios de priorização:
•Municípios que contam com projetos de engenharia devidamente elaborados e com plena condição
de viabilidade das obras;
•Municípios que contam com gestão estruturada de serviços públicos de saneamento básico com entidade ou órgão especializado (autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, consórcio público) e concessão regularizada, nos caso em que couber;
•Complementação de empreendimentos inseridos na primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC1;
•Empreendimentos que promovam a universalização do abastecimento de água;
•Municípios com elevado risco de transmissão de doenças relacionadas à falta ou inadequação das condições de saneamento, em especial, esquistossomose, tracoma e dengue, conforme classificação do Ministério da Saúde;
•Municípios com menores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH;
•Municípios com menores índices de abastecimento de água;
•Municípios com maiores taxas de mortalidade infantil (TMI), segundo dados do Ministério da Saúde;
•Municípios inseridos nos bolsões de pobreza identificados pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS;
•Municípios que possuam Plano Municipal de Saneamento, elaborado ou em elaboração, nos moldes
de lei 11445/2007;
•Municípios com dados atualizados no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento –
SNIS/2009.
As propostas hierarquizadas serão submetidas ao GEPAC – Grupo Executivo do Programa de Ace- leração do Crescimento e pré selecionadas em função da demanda apresentada e da disponibilidade de
recursos constantes das Leis Orçamentárias de 2010 e 2011. Para detalhes adicionais vide portaria da FUNASA 314 de 14-06-2011.
11.2.1.3. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES
O BNDES atua no financiamento de projetos e programas do Saneamento Básico atendendo entida- des de direito público e direito privado. A seguir mostra-se uma descrição dos projetos que são financiá- veis, quem pode participar e condições gerais dos financiamentos.
a) Projetos Financiáveis
•abastecimento de água;
•esgotamento sanitário;
•efluentes e resíduos industriais;
•resíduos sólidos;
•gestão de recursos hídricos (tecnologias e processos, bacias hidrográficas);
•recuperação de áreas ambientalmente degradadas;
•desenvolvimento institucional;
•despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês; e
•macrodrenagem.
b) Participantes
Sociedades com sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro, empresários individuais, associações, fundações e pessoas jurídicas de direito público.
c) Contrapartida
A participação máxima do BNDES nos itens financiáveis dos projetos é de 80%, podendo ser amplia- da para 100% nos seguintes casos:
•o cliente que tenha arcado com os custos referentes à aquisição do terreno destinado ao referido
projeto, 180 dias anteriores à data de protocolo da Consulta Prévia no BNDES; e
•esteja contemplada uma solução de tratamentos dos resíduos, como compostagem, “massbur- ning”, aproveitamento energético, plantas de blendagem de resíduos, transformação de resíduos em matéria-prima, dentre outros.
d) Condições Financeiras
Quadro 74 – Condições Financeiras - BNDES
Custos Financeiros | Apoio Direto (*) | Apoio Indireto (**) |
a) Custo Financeiro (***) | TJLP | TJLP |
b) Remuneração Básica do BNDES | 0,9% a.a. | 0,9% a.a. |
c) Taxa de Intermediação Financeira (****) | - | 0,5% |
d) Taxa da Instituição Financeira Credenciada | - | (*****) |
e) Taxa de Risco de Crédito (******) | Até 3,57 % a.a. |
(*) Operação feita diretamente com o BNDES;
(**) Operação feita por meio de instituição financeira credenciada;
(***) Calculada com base na meta de inflação para o ano seguinte e mais um prêmio de risco; (****) Somente para grandes empresas. As MPEM’s estão isentas;
(*****) Negociada pelo cliente junto à instituição financeira credenciada; e
(*****) Varia de acordo com o risco de crédito do cliente; e de 1% a. a. para Administração Pública Direta dos Estados e Municípios.
e) Encaminhamento
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES Área de Planejamento – AP
Departamento de Prioridades – DEPRI
Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Xxxxxx 00000-000 - Xxx xx Xxxxxxx – RJ
11.2.1.4. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
O Ministério da Justiça por meio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, seleciona, por meio de edital, projetos das áreas de meio ambiente, proteção e defesa do consumidor e promoção e defesa da concorrência, patrimônio cultural brasileiro e outros direitos difusos e coletivos.
Direito difuso é aquele que abrange número indeterminado de pessoas unidas pelo mesmo fato, diferentemente dos direitos coletivos, que pertencem a grupos ou categorias de pessoas determináveis. O Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos é responsável por administrar a aplicação dos recursos financeiros originados de multas aplicadas pela Justiça Federal, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) e pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, condenações judiciais, dentre outros, decorrentes da violação dos direitos difusos. A seguir é descrito o procedimento para obtenção deste recurso.
Fundo de Defesa de Direitos Difusos – FDDD
O Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDDD) foi criado pela Lei 7.347/85, denominada lei da ação civil pública, e é constituído primordialmente por recursos financeiros de condenações judiciais e multas resultantes das lesões ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. As entidades poderão apresentar projetos visando a recuperação do bem ambiental lesado, promoção de eventos educativos e científicos ou edição de material informativo especificamente relaciona- do com a natureza das infrações ou danos causados ao meio ambiente e a outros direitos difusos.
a) Público Alvo
O público alvo são as instituições governamentais da administração direta ou indireta, nas diferentes esferas do governo (federal, estadual e municipal) e organizações não governamentais brasileiras, sem fins lucrativos e que tenham em seus estatutos objetivos relacionados à atuação no campo do meio ambiente, do consumidor, de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico e por in- fração à ordem econômica.
b) Finalidade
A finalidade deste fundo reside na reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, bem como aqueles ocasio- nados por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. Serão apoiados projetos de manejo e gestão de resíduos sólidos que incentivem o gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas urbanas e rurais, contribuam para a implantação de políticas municipais ambientalmente corretas ou que promovam ações de redução, reutilização e reciclagem do lixo.
c) Contrapartida
A contrapartida é um requisito indispensável para a aprovação dos projetos e poderá se dar em forma de prestação pecuniária e/ou bens e serviços mensuráveis economicamente. O percentual da con-
trapartida decorrerá da Lei de Diretrizes Orçamentárias, podendo ser alterada anualmente, de acordo com a legislação em vigor à época da celebração do convênio.
d) Encaminhamento
Os procedimentos e diretrizes técnicas para a apresentação e análise de projetos serão direciona- dos ao Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (CFDD), criado através da Lei nº 9.008/95, é um órgão vinculado ao Ministério da Justiça e foi criado para gerir o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDDD). Para receber apoio financeiro do Fundo é necessário apresentar Carta-Consulta, conforme modelo e procedimentos divulgados pelo Ministério da Justiça.
As entidades contempladas atuam diretamente na defesa dos direitos difusos, como a preservação e recuperação do meio ambiente, a proteção e defesa do consumidor, a promoção e defesa da concorrência, a conservação do patrimônio cultural brasileiro, prevenção de trabalho escravo, promoção da igualdade racial, entre outros.
11.3. FONTES DO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
As fontes de financiamento do governo do estado de Minas Gerais são descritas a seguir.
11.3.1. Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográfi- cas do estado de Minas Gerais - FHIDRO
O Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais – FHIDRO, tem por objetivo dar suporte financeiro a programas e projetos que promovam a racionalização do uso e a melhoria dos recursos hídricos, quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos. Incluem-se também os ligados à prevenção de inundações e o controle da erosão do solo, em consonância com as Leis Federais 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e com a Lei 13.199, de 29 de janeiro de 1999.
a) Modalidades de Aplicação de Recursos do FHIDRO
Recursos não-reembolsáveis
A aplicação dos recursos pode ser exclusivamente para pagamento de despesas de consultoria, re- embolso de custos de execução de programas, projetos ou empreendimentos de proteção e melhoria dos recursos hídricos. O FHIDRO deverá aplicar seus recursos na modalidade não reembolsável na proporção de no mínimo 70%. O proponente deverá oferecer contrapartida de no mínimo 10% do valor do Projeto.
Recursos reembolsáveis
Os recursos podem ser aplicados na elaboração de projetos, realização de investimentos fixos e mis- tos, inclusive aquisição de equipamentos, relativos a projetos de comprovada viabilidade técnica, social, ambiental, econômica e financeira, que atendam aos objetivos do Fundo, mas no caso de proponente ser pessoa jurídica de direito privado com finalidades lucrativas os recursos não poderão incorporar-se definiti- vamente aos seus patrimônios. Essa modalidade deverá ter aplicação dos recursos do FHIDRO de até 30%.
O proponente deverá oferecer contrapartida de no mínimo 20% do valor do Projeto.
b) Contrapartida Financeira Assumida pelo Estado
Como contrapartida financeira assumida pelo Estado em operações de crédito ou em instrumentos de
cooperação financeira que tenham como objeto o financiamento da execução de programas e projetos de pro- teção e melhoria dos recursos hídricos, na forma definida na Lei Estadual 15.910 de 21 de dezembro de 2005.
c) Competências dos Agentes da Administração do FHIDRO
SEMAD –A Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento exercerá as funções de gestor e de agente executor do FHIDRO, bem como de mandatária do Estado para a liberação de recursos não reembolsáveis.
BDMG - O BDMG atuará como mandatário do Estado para contratar operação de financiamento com
recursos do FHIDRO e para efetuar a cobrança dos créditos concedidos.
IGAM - Secretaria Executiva do FHIDRO (Protocolo, análise técnica, social e ambiental dos projetos).
SEMAD e BDMG - Definir a proposta orçamentária anual do FHIDRO e do seu cronograma financeiro
de receita e despesa, traçar as diretrizes de aplicação de recursos do Fundo.
d) Encaminhamento
Os projetos devem ser protocolados no IGAM por meio eletrônico, com postagem no Sistema de Ca- dastramento de Projetos do FHIDRO, a documentação que deverá ser encaminhada à Secretaria Executiva do FHIDRO está elencada no Decreto n° 44.314 de 2006 bem como na Resolução Conjunta SEMAD/IGAM 1162/2010. Os projetos sob a forma não reembolsável são submetidos à comissão de análise técnica do IGAM, casos considerados viáveis seguirão para aprovação do Grupo Coordenador do FHIDRO, quanto aos projetos sob a modalidade reembolsável passarão pela comissão de analise técnica, caso estejam aptos seguirão para o BDMG.
11.3.2. Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG
O Banco Nacional de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG, com recursos próprios criou uma linha de financiamento para apoiar a modernização dos municípios e a melhoria da qualidade de vida da população mineira, conforme orientação do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI).
Denominado Programa de Modernização Institucional e Ampliação da Infraestrutura em Municípios do Estado de Minas Gerais – NOVO SOMMA URBANIZA, sua finalidade consiste no apoio a projetos de investimentos na infraestrutura dos municípios mineiros, sendo financiáveis os seguintes projetos:
• saneamento básico - sistemas de água para abastecimento público, de esgotamento sanitário e planos municipais de saneamento básico;
• mobilidade urbana – implantação, ampliação, modernização e/ou adequação das vias de trans- porte público e voltadas à inclusão social, à mobilidade urbana e à acessibilidade;
• drenagem urbana - para minimizar os efeitos de enchentes e inundações e melhorar a qualidade das águas pluviais - execução de obras e serviços de drenagem, execução de outros itens ne- cessários e elaboração de plano diretor de manejo de águas pluviais.
a) Condições de Financiamento
•O financiamento não poderá exceder R$ 5 milhões por beneficiário;
•Será exigida contrapartida mínima de 10% do valor do projeto.
•O prazo para saneamento básico é de até 15 anos incluídos até 3 de carência;
•O prazo para mobilidade e drenagem urbana é de até 10 anos incluídos até 2 anos de carência;
•Atualização Monetária: TJLP;
•Juros: 4% ao ano;
•Tarifa de análise de crédito de 0,5% do valor financiado;
•Garantias: caução de receitas de transferências constitucionais.
b) Beneficiários
Municípios, autarquias, fundações e empresas públicas municipais.
11.3.3. Recursos Próprios do Município
Geração de recursos tarifários (receitas menos despesas) para:
•investimentos diretos;
•contrapartidas de financiamentos;
•reposição do parque produtivo;
•garantias financeiras de financiamentos;
•recursos orçamentários municipais.
11.3.4. Recursos Oriundos da Operação
Prevê-se que esses recursos são gerados internamente através da cobrança de tarifa de exploração dos sistemas.
• tarifas com nível suficiente para cobertura das despesas de operação, manutenção, comerciali- zação e administração;
• eficiência operacional, administrativa e comercial.
11.4. OUTRAS FONTES
A seguir são descrita outras fontes que viabilizamos financiamentos.
11.4.1. Financiamentos Internacionais
Obtenção de financiamentos junto às organizações internacionais através de empréstimos oriundos
de entidades multilaterais de crédito, como:
•BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento;
•BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento;
•JBIC - Banco Japonês de Cooperação Internacional.
Em geral as condições financeiras, em termos de taxa de juros, são mais favoráveis se comparados aos empréstimos do mercado nacional, porém o acesso é limitado a grandes empreendimentos e sujeitos a riscos cambiais.
11.4.2. Participação do Capital Privado
Nas parcerias firmadas entre o poder público e a iniciativa privada definidas no capítulo 6, existem diversas formas de financiamento que a seguir são elencadas.
a) Parceria Público-Privada
Definida como um contrato administrativo de concessão de serviços públicos regula-se pela lei 11.079/2004. Possui dois tipos de modalidades: a chamada patrocinada e a administrativa. As PPPs, na modalidade concessão patrocinada é uma concessão de serviços em que há patrocínio público à iniciativa privada.
Geralmente os investimentos privados são financiados via BNDES (tesouro nacional) a juros baixos. Já asPPPs na modalidade administrativa, o parceiro privado será remunerado unicamente pelos recursos públicos orçamentários, após a entrega do contratado, por exemplo, a concessão para remoção de lixo. Os contratos de PPPs constituem mecanismo de alavancagem de recursos para projetos de infraestrutura de interesse social por meio de investimentos privados, especialmente para entes federativos com maiores restrições orçamentárias.
b) Build-Own-Transfer (BOT), Build-Transfer-Operate (BTO) e Build-Own-Operate (BOO)
Os contratos conhecidos como BOT, BTO e BOO são utilizados para a obtenção de recursos privados para a construção de um novo sistema, como, por exemplo, estações de tratamento de água ou esgoto (SAVAS, 2000: 243-244).
No caso de BOT, a empresa constrói, com recursos próprios, uma infraestrutura, e a opera por de- terminado período. Somente depois desse prazo, a propriedade é transferida para a administração pública. Um traço característico da BOT é a alocação do risco comercial junto ao poder público. Assim, ainda que parcela da remuneração do contratado seja atrelada à arrecadação de tarifas, o governo compromete-se a adquirir ao menos uma quantidade mínima de serviço, o que significa a garantia de um piso de remunera- ção para a empresa (PLUMMER e GENTRY, 2002: 201; XXXXX, XXXXX e XXXXXX, 1999: 10).
Os contratos de BTO e BOO são variações do BOT. Pelo contrato de BTO, o contratado financia e constrói a nova estrutura e imediatamente a transfere para o poder público, que, em seguida, a aluga para o contratado. A principal diferença no caso do BOO é a manutenção da propriedade privada sobre o sistema construído. Todavia, como a operação do sistema, ainda que privado, requer algum tipo de licença ou fran- quia por parte do poder público, a atividade poderá ser interrompida por ato do governo, que em seguida expropriará, mediante indenização, a infraestrutura. Assim, a diferença entre o BOO e outro modelo que imponha um prazo determinado para sua extinção na prática não é tão significativa (SAVAS, 2000: 247).
c) Concessões
Os contratos de concessão transferem para o contratado toda a operação e manutenção do sistema e a responsabilidade de realizar os investimentos necessários por determinado período, durante o qual a empresa será remunerada por meio da cobrança de tarifas dos usuários. O poder público define regras sobre a qualidade dos serviços e composição das tarifas. Normalmente, a concessão tem por objeto a operação de um sistema já existente, sendo necessários, todavia, investimentos significativos para sua expansão ou reforma.
O risco comercial nos casos de concessão, portanto, é suportado pelo contratado, e pode ser par- ticularmente alto nos casos de instabilidade do câmbio. Como a tarifa é a principal forma de remuneração do contratado, sua composição e monitoramento são elementos centrais nos contratos de concessão. Aqui, vale destacar que os contratos de concessão requerem capacidade e constante compromisso por parte do poder público no monitoramento e controle de sua implementação.
11.4.3. Proprietário de Imóvel Urbano - Contribuição de Melhoria e Plano Comunitário de Melhoria
A Contribuição de Melhoria e o Plano Comunitário de Melhoria são alternativas até então pouco utilizadas, de financiamento dos investimentos em infraestrutura urbana, aplicável para áreas urbanas já ocupadas que não dispõem destes serviços.
A contribuição de melhoria é uma espécie do gênero tributo vinculado a uma atuação estatal, qual seja, a construção de obra pública que acarrete valorização imobiliária ao patrimônio do particular, desta forma, é um tributo decorrente de obra pública que gera valorização em bens imóveis do sujeito passivo. A realização de obras públicas, em regra, gera um efeito específico notável: determina o incremento no valor dos imóveis adjacentes e vizinhos. A hipótese de incidência da contribuição de melhoria é a construção de obra pública que acarrete valorização imobiliária ao patrimônio do particular. Sob este aspecto, o Código Tributário Nacional prescreve:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
A realização de obras públicas, em regra, gera um efeito específico notável: determina o incre- mento no valor dos imóveis adjacentes e vizinhos. Esta valorização é algo de novo, que aconteceu como repercussão da obra, não se confunde com a obra, mas é efeito seu. É o fruto da combinação da obra com algo já existente, os imóveis que lhe são avizinhados.
A Contribuição de Melhoria prevista na Constituição Federal/88 no artigo 145, inciso I e regula- mentada pelo Decreto-Lei nº 195/67, tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas, e será devida quando ocorrer as hipóteses elencadas nos incisos do artigo 2º daquele decreto, ou seja, quando sobreviver qualquer das seguintes obras públicas:
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e via- dutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive todas as obras
e edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública;
V - proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de dre- nagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação;
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em
desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.
No cenário atual a Contribuição de Melhoria é aplicada nas obras de pavimentação em diversos muni- cípios do Brasil, sedimentando a eficácia da sua aplicação. O artigo 2°, inciso V do Decreto supra citado trás a previsão de obras na área de saneamento e drenagem em geral.
Nos últimos anos, alguns municípios estão implementando o Plano Comunitário de Melhoria. Sua principal diferença em relação a Contribuição de Melhoria é que o Plano Comunitário de Melhoria é um ins- trumento instituído pelo Direito Privado, por meio do qual contratante e contratado firmam um “contrato”, ou seja, é um acordo entre as partes.
O Plano Comunitário de Melhoria é um instrumento jurídico idealizado para viabilizar a execução de obras e melhoramentos públicos de interesse do município e da comunidade, da qual participam a Prefeitura Municipal, os munícipes interessados na melhoria, empreiteira responsável pela obra e banco, como agência financeira. Nesta modalidade, a Prefeitura se responsabiliza por definir os padrões técnicos de obras desejá- veis em sua circunscrição, e em seguida, se encarrega de iniciar um processo licitatório para que empresas se cadastrem e concorram pelo direito de executar determinada obra.
O cadastramento contém aspectos prevendo tipo de obra, preço, forma de cálculo, parcelamento, taxas de juros, dentre outros elementos. Em seguida as empresas cadastradas, podem, de acordo com o es- tabelecido, procurar adesões dos munícipes nas áreas específicas para o início dos trabalhos. Na maioria dos lugares, quando as empresas conseguem 70% de adesão, iniciam-se as obras. Neste caso, a prefeitura pode estipular via Legislação específica e garantia orçamentária, que será responsável por 30% do custo da obra. Deste modo, o Poder Público é responsável pelo pagamento de 30% do valor da obra, e os munícipes, através de contratos privados e individuais junto a uma empresa privada ou banco, enquanto agência financei- ra responsabilizam-se pelos outros 70%. No caso de não pagamento, a tramitação jurídica é entre as partes
envolvidas – empreiteira e munícipe.
Tanto a Contribuição de Melhoria quanto o Plano Comunitário de Melhoria são amplamente utilizados para pavimentação, drenagem, esgotamento e saneamento básico e iluminação pública.
11.4.4. Expansão Urbana
Com a criação da Lei Federal 6.766/79, que regulamenta o Parcelamento do Solo Urbano, foi trans- ferindo para o loteador/empreendedor na implantação de loteamentos, conjuntos habitacionais e loteamen- tos sociais, a responsabilidade pela construção da infraestrutura de saneamento - basicamente redes e ligações e, em certos casos, unidades de produção/tratamento.
Os projetos de loteamento são aprovados pelo Estado e pela municipalidade, em suas diversas se- cretarias (Planejamento, Obras, Trânsito, Meio Ambiente e etc.).
Para que a Prefeitura Municipal autorize o início das obras, é solicitada ao loteador uma garantia real nos termos da lei a favor do Município, que garante a execução das obras no prazo estipulado. Na hipótese do não cumprimento por parte do loteador, quanto ao término das obras, a garantia é exercida para que seja cumprida a entrega.
Para a entrega definitiva do loteamento todas as obras exigidas e aprovadas pela Prefeitura Municipal têm que estar concluídas e aceitas por todos os departamentos competentes (Planejamento, Obras, Água e Esgoto Trânsito, Meio-Ambiente). Após o recebimento definitivo do loteamento o Poder Público passa a assumir a responsabilidade pela operação e manutenção da infraestrutura e serviços públicos implantados.
11.5. RECURSOS ORIUNDOS DA COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA - CEIVAP
Esta fonte de recurso será disponibilizada aos municípios no futuro, após a regulamentação da legislação e