Contract
126.2 — A submissão de qualquer questão a arbitragem não exonera as Partes do pontual e atempado cumprimento das disposições do presente contrato e das determinações do Concedente que no seu âmbito lhe sejam comunicadas, nem permite qualquer interrupção do desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, que devem continuar a processar-se nos termos em vigor à data de submissão da questão até que uma decisão final seja obtida relativamente à matéria em causa.
126.3 — O disposto no número anterior relativamente ao cumprimento de determinações do Concedente pela Concessionária aplica-se também a determinações con- sequentes sobre a mesma matéria, mesmo que emitidas após a data de submissão de uma questão a arbitragem,
próprio tribunal arbitral e ainda, subsidiariamente, pelo disposto na Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro.
O presente Contrato de Concessão foi alterado em Lis- boa, aos [...] dias do mês de [...] de [...], em dois exemplares que farão igualmente fé, ficando um em poder de cada uma das Partes, e contém [...] folhas e vinte e nove anexos, que contêm as demais folhas, sendo todas numeradas e rubricadas ou assinadas pelos intervenientes.
Pelo Primeiro Outorgante:
(O Secretário de Estado das Finanças)
desde que a primeira dessas determinações consequentes
tenha sido comunicada à Concessionária anteriormente àquela data.
126.4 — A Concessionária obriga-se a dar imediato conhecimento ao Concedente da ocorrência de qualquer
(O Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações)
Pelo Segundo Outorgante:
diferendo ou litígio com as contrapartes dos Contratos do
Projeto e a prestar-lhe toda a informação relevante relativa à evolução dos mesmos.
127 — Tribunal arbitral
127.1 — O tribunal arbitral é composto por 3 (três) membros, um nomeado por cada Parte e o terceiro es- colhido de comum acordo pelos árbitros que as Partes tenham designado.
127.2 — A Parte que decida submeter determinado di- ferendo ao tribunal arbitral apresenta os seus fundamentos para a referida submissão e designa de imediato o árbitro da sua nomeação, no requerimento de constituição do tribunal arbitral que dirija à outra Parte através de carta registada com aviso de receção, devendo esta, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da receção daquele requerimento, desig- nar o árbitro de sua nomeação e deduzir a sua defesa.
127.3 — Os árbitros designados nos termos do número anterior designam o terceiro árbitro do tribunal no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da designação do segundo árbitro do tribunal, cabendo ao Bastonário da Ordem dos Advogados, que também nomeia o representante da Parte que não o tenha feito, esta designação, caso a mesma não ocorra dentro deste prazo.
127.4 — O tribunal arbitral considera-se constituído na data em que o terceiro árbitro aceitar a sua nomeação e o comunicar a ambas as Partes.
127.5 — O tribunal arbitral pode ser assistido pelos peritos técnicos e consultores que considere conveniente designar.
127.6 — O tribunal arbitral, salvo acordo em contrário das Partes, julga segundo o direito constituído e das suas decisões não cabe recurso.
127.7 — As decisões do tribunal arbitral devem ser proferidas no prazo de 6 (seis) meses a contar da data de constituição do tribunal determinada nos termos da presente cláusula.
127.8 — As decisões do tribunal arbitral configuram a decisão final de arbitragem relativamente às matérias em causa e incluem a fixação das custas do processo e a forma da sua repartição pelas Partes.
127.9 — O tribunal arbitral tem sede em Lisboa em local da sua escolha e utiliza a língua portuguesa.
127.10 — A arbitragem decorre em Lisboa, funcionando o tribunal de acordo com as regras fixadas no presente Contrato de Concessão, com as regras estabelecidas pelo
([...])
Resolução do Conselho de Ministros n.º 45-E/2015
O Decreto-Lei n.º 109/2015, de 18 de junho, procede à sétima alteração ao Decreto-Lei n.º 248-A/99, de 6 de julho, que atribui a concessão da conceção, projeto, cons- trução, financiamento, exploração e conservação de lanços de autoestrada e conjuntos viários associados na zona norte de Portugal — Concessão Norte.
A referida alteração insere-se no âmbito do processo de renegociação de um conjunto de parcerias público-privadas do setor rodoviário (PPP), determinado pelo Governo, com o objetivo de alcançar uma redução sustentada dos cor- respondentes encargos públicos e, deste modo, promover uma reforma estrutural do Estado Português, contribuindo para a viabilização financeira do setor e a sustentabilidade futura das contas públicas.
As alterações aprovadas consistem, essencialmente, na otimização dos níveis de operação aplicáveis, tendo em consideração, nomeadamente, a alteração do quadro regulatório do setor rodoviário e o volume de tráfego atual e previsto até ao final do contrato, na redefinição da res- ponsabilidade do Estado pelo financiamento e pagamento das grandes reparações de pavimento, que deixam de ser financiadas antecipadamente e com base em previsões de ocorrência que podem não se verificar, para serem pagas apenas se, e quando, efetivamente necessária e realizada a intervenção, e numa redução expressiva da taxa interna de rendibilidade acionista de referência prevista no caso base.
Para além das questões diretamente associadas à redução dos pagamentos devidos pela disponibilidade das vias, foram ainda consensualizados com a concessionária outros aspetos relevantes para o alinhamento de incentivos na parceria, dos quais se destaca um mecanismo de partilha de poupanças adicionais que venham a ser obtidas com a realização futura de grandes reparações, a previsão da partilha de poupanças e benefícios financeiros que sejam gerados na sequência de melhorias operacionais futuras, ou a possibilidade de utilização das receitas de portagem a título de pagamento por conta da remuneração anual devida pelo concedente.
Nestes termos, na sequência da alteração das bases da concessão Norte, pelo Decreto-Lei n.º 109/2015, de 18
de junho, é necessário aprovar a minuta do contrato de alteração ao respetivo contrato de concessão, em confor- midade com as referidas bases, o que se faz pela presente resolução.
Assim:
Nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 109/2015, de 18 de junho, e da alínea g) do artigo 199.º da Consti- tuição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Aprovar a minuta do contrato de alteração ao contrato de concessão da conceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conservação de lanços de autoestrada e conjuntos viários associados na zona norte de Portugal, anexa à presente resolução, da qual faz parte integrante, a celebrar entre o Estado Português, represen- tado pela Ministra de Estado e das Finanças e pelo Ministro da Economia, com faculdade de delegação, e a Ascendi Norte, Auto-Estradas do Norte, S. A.
2 — Determinar que a presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Presidência do Conselho de Ministros, 2 de julho de 2015. — O Primeiro-Ministro, Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx.
ANEXO
Entre:
Primeiro Outorgante: Estado Português, neste ato repre- sentado por S. Ex.ª, [...], e por S. Ex.ª, [...], Transportes e Comunicações, doravante designado por Concedente; e
Segundo Outorgante: Ascendi Norte, Auto-Estradas do Norte, S. A., neste ato representada por [...], na qualidade de [...], com os necessários poderes para o ato, doravante designada por Concessionária;
e considerando que:
(A) O Governo Português lançou um concurso público internacional para a atribuição da concessão da conceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conser- vação, em regime de portagem, de determinados lanços de autoestrada e conjuntos viários associados na Zona Norte de Portugal, concurso que foi regulado pelo Decreto-Lei n.º 9/97, de 10 de janeiro, e pelo despacho conjunto dos Mi- nistros das Finanças e do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, de 20 de junho de 1997;
(B) A Concessionária é a sociedade anónima constituída pelo agrupamento vencedor do mencionado concurso, ao abrigo do artigo 5.º do caderno de encargos anexo ao despa- cho conjunto referido no Considerando anterior, tendo sido aceite pelo Governo Português a proposta apresentada por aquele agrupamento, tal como a mesma resultou da fase de negociações havida no âmbito do concurso e se encontra consagrada na ata da última sessão de negociações, n.º 7, que ocorreu a 31 de março de 1999;
(C) A Concessionária foi, assim, designada como enti- dade a quem é atribuída a concessão, através de despachos do Ministro das Finanças e do Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território de, res- petivamente, 8 e 7 de junho de 1999.
(D) Através do Decreto-Lei n.º 248-A/99, de 6 de julho, foram aprovadas as Bases da Concessão;
(E) O Governo Português aprovou a minuta do contrato de concessão, através da Resolução do Conselho de Mi- nistros n.º 67-A/99, de 6 de julho;
(F) Em 9 de julho de 1999, as Partes celebraram o con- trato de concessão referido no Considerando anterior;
(G) Ocorreram, subsequentemente, alterações legislati- vas profundas com incidência no setor rodoviário nacional, designadamente a nível técnico, financeiro e de defesa dos utentes das infraestruturas rodoviárias, determinando, entre outros aspetos, a definição de um novo modelo de gestão e de financiamento para o setor das infraestruturas rodoviárias;
(H) Neste contexto, e relativamente às relações con- tratuais existentes entre o Estado e os concessionários privados que operam ao abrigo de bases de concessão individualmente aprovadas e que não foram alteradas ou postas em causa pela concessão geral atribuída à Infraes- truturas de Portugal, S. A., foram desenvolvidos processos negociais, de forma a promover a sua integração e a sua adaptação ao modelo adotado, numa lógica de maximi- zação da convergência e de inclusão no novo paradigma nacional do setor;
(I) Atendendo aos Considerandos anteriores, foi neces- sário proceder à revisão das Bases da Concessão Norte, procurando adaptar a relação contratual entre o Concedente e a Concessionária ao novo modelo regulatório ao nível das infraestruturas rodoviárias;
(J) Para cumprir esse objetivo, o Concedente e a Con- cessionária encetaram negociações em conformidade com os procedimentos estipulados no Decreto-Lei n.º 86/2003, de 26 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 141/2006, de 27 de julho;
(L) Na sequência das negociações atrás referidas, procedeu-se, através do Decreto-Lei n.º 44-E/2010, de 5 de maio, à alteração do Decreto-Lei n.º 248-A/99, de 6 de julho, que aprovou as Bases da Concessão;
(M) O resultado desse processo negocial culminou com a aprovação pelo Governo Português da minuta das alte- rações ao contrato de concessão, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 39-E/2010, de 4 de junho, tendo o respetivo contrato de alteração ao contrato de concessão do Norte sido outorgado em 5 de julho de 2010;
(N) Entretanto, a vulnerabilidade da economia portu- guesa, associada à grave e imprevista crise internacional, que se estendeu à área do Euro, determinou a interrup- ção do acesso de Portugal a financiamento de mercado, com a consequente necessidade de recurso a assistência económico-financeira externa;
(O) Em abril de 2011, o Governo Português, face à situa- ção da economia portuguesa e dos demais países da área do Euro, viu-se compelido a recorrer a assistência económico-
-financeira externa, com todas as consequências factuais e jurídico-financeiras daí advenientes, tendo celebrado em 17 de maio de 2011 com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, o Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica;
(P) Nesse contexto, foi assumido expressamente pelo Governo Português no Memorando de Entendimento so- bre as Condicionalidades de Política Económica, o com- promisso de executar o Plano Estratégico dos Transpor- tes, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de novembro;
(Q) Em linha com o Plano Estratégico dos Transportes, as projeções de encargos com as Parcerias Público-Privadas (PPP) apontam para um crescimento muito significativo, tornando urgente e imperiosa a introdução de reformas que permitam a viabilização financeira do setor;
(R) Em face da exigência dos condicionalismos ex- ternos, o Governo obrigou-se, no artigo 143.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, que aprova o Orça- mento do Estado para 2013, a realizar todas as diligências necessárias à conclusão da renegociação dos contratos de PPP do setor rodoviário, pretendendo-se atingir uma re- dução de encargos para o erário público de cerca de 30 % face ao valor originalmente contratado;
(S) Para este efeito, o Governo Português decidiu proce- der à racionalização dos níveis operacionais das autoestra- das portuguesas, dentro dos limites da legislação comuni- tária e dos padrões europeus aplicáveis, tendo promovido a revisão do modelo regulatório do setor rodoviário, com vista à redução, de forma sustentável e sem pôr em causa os requisitos de segurança rodoviária, dos encargos públi- cos emergentes dos contratos celebrados pelo Estado no âmbito deste setor;
(T) Paralelamente, o Governo Português iniciou for- malmente o processo para a renegociação de determinados contratos de PPP do setor rodoviário, tendo sido consti- tuída e nomeada uma comissão de negociação, ao abrigo do Despacho n.º 16198-F/2012, de 10 de dezembro, do Coordenador da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, publicado no Diário da República, n.º 245, 2.ª série, de 19 de dezembro de 2012, nos termos e para os efeitos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 111/2012, de 23 de maio;
(U) Em face da necessidade de dar sustentabilidade às contas públicas e, bem assim, de dar cumprimento aos compromissos assumidos no Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, o Go- verno Português solicitou à Concessionária um esforço visando a identificação de todas as rubricas passíveis de redução de encargos, passando este exercício, designada- mente, pela redução da rentabilidade acionista, pelo ajus- tamento dos níveis operacionais e pela revisão do modelo de financiamento das grandes reparações de pavimento;
(V) Sem que tal consubstanciasse um reconhecimento, pela Concessionária, da verificação dos pressupostos legais passíveis de conferir ao Concedente o direito a modificar o Contrato de Concessão, a Concessionária entendeu ser do seu melhor interesse contribuir para uma solução ne- gociada que, permitindo ao Concedente prosseguir os seus objetivos de redução estrutural dos encargos emergentes do Contrato de Concessão e acomodar as obrigações externas do Estado Português, fosse de igual forma uma solução sustentável para o parceiro privado;
(X) Com este enquadramento, e considerando a revisão do modelo regulatório, as Partes desenvolveram o referido processo negocial, tendo sido identificado um conjunto de modificações às atuais condições de exploração da Con- cessão, que o Concedente entende viáveis e que, na atual conjuntura, contribuem para a sustentabilidade do sistema de gestão rodoviária a curto, médio e longo prazo, assim salvaguardando a prossecução do interesse público, mas sem que tais modificações impliquem um agravamento das responsabilidades do parceiro privado, nomeadamente perante terceiros utentes das vias concessionadas;
(Z) Tais modificações, bem como o seu impacto na redução dos pagamentos pela disponibilidade das vias, fo- ram identificadas por via da assinatura de um Memorando de Entendimento para o Ajustamento das Condições do Contrato de Concessão da Zona Norte de Portugal;
(AA) Foram entretanto aprovadas as alterações legisla- tivas e regulatórias que estabelecem novas condições de
exploração da Concessão e novos níveis operacionais a serem observados nas vias concessionadas;
(BB) Atendendo aos Considerandos anteriores, e com vista à formalização das alterações definidas no memo- rando de entendimento referido no Considerando (Z) e à alteração do Contrato de Concessão, foram revistas as Bases da Concessão da Zona Norte de Portugal;
(CC) Para o efeito, procedeu-se, através do Decreto-
-Lei n.º 109/2015, de 18 de junho, à alteração do Decreto-
-Lei n.º 248-A/99, de 6 de julho, que aprovou as Bases da Concessão;
(DD) O Governo Português aprovou, entretanto, a mi- nuta das alterações ao Contrato de Concessão, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º [...], de [...]
(EE) O [...] e o [...], foram designados representantes do Concedente nos termos do artigo [...].º do Decreto-Lei n.º [...], de [...], e [...] foi designado representante da Con- cessionária para a outorga do contrato de alteração ao Contrato de Concessão da Zona Norte de Portugal;
é acordado e reciprocamente aceite que o Contrato de Concessão passa a ter a seguinte redação e a reger-se pelo que em seguida se dispõe:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
1 — Definições e abreviaturas
1.1 — No presente Contrato de Concessão, sempre que iniciados por maiúscula, e salvo se do contexto claramente resultar sentido diferente, os termos abaixo indicados têm os seguintes significados:
a) ACE — o agrupamento complementar de empresas constituído entre membros do Agrupamento com vista ao desenvolvimento, nos termos do Contrato de Projeto e Construção, das atividades de conceção, projeto e cons- trução dos Lanços referidos no n.º 5.1.;
b) Acordo de Subscrição — o acordo celebrado entre a Concessionária e os membros do Agrupamento, enquanto seus acionistas, relativo à subscrição e à realização do capital da Concessionária e à realização de prestações acessórias de capital e ou de suprimentos ou empréstimos subordinados, que constitui o Anexo 8;
c) Acordo Direto — o contrato celebrado entre o Con- cedente, a Concessionária e o ACE, definindo os termos e condições em que o Concedente tem o direito de intervir no âmbito do Contrato de Projeto e Construção, que constitui o Anexo 20;
d) Acordo Parassocial — o acordo parassocial da Con- cessionária, que constitui o Anexo 9;
e) Agrupamento — o agrupamento vencedor do con- curso público para atribuição da Concessão, cuja compo- sição figura no Anexo 6;
f) AMT — a Autoridade da Mobilidade e dos Transpor- tes ou outra entidade a quem venham a ser atribuídas as competências que lhe estejam legalmente cometidas com respeito à Concessão;
g) Áreas de Serviço — as instalações marginais às Auto- estradas, destinadas à instalação de equipamento de apoio aos utentes, compostas, designadamente, por postos de abastecimento de combustíveis, por estabelecimentos de restauração, hoteleiros e similares, e por zonas de repouso e de parqueamento de veículos;
h) Autoestradas — as autoestradas e conjuntos viários associados que constituem o objeto da Concessão nos termos da cláusula 5.ª;
i) Bancos Financiadores — as instituições de crédito financiadoras do desenvolvimento das atividades inte- gradas na Concessão, nos termos dos Contratos de Fi- nanciamento;
j) Bases da Concessão — o quadro geral da regula- mentação da Concessão, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 248-A/99, de 6 de julho, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 109/2015, de 18 de junho;
k) BRISA — a BRISA — Auto-Estradas de Portugal, S. A.;
l) Campanha de Monitorização de Pavimentos — uma campanha de avaliação do estado de conservação dos pa- vimentos das vias, por referência aos parâmetros e valores padrão definidos no Plano de Controlo de Qualidade, in- tegrando atividades de inspeção ou auscultação, realizada para efeitos do presente Contrato de Concessão, a qual deve ser efetuada por Grupo de Sublanços e para a totalidade da área por este abrangida e com utilização dos critérios definidos no Anexo 27;
m) Canal Técnico Rodoviário — as infraestruturas de condutas e caixas instaladas na Concessão, de acordo com as instruções técnicas aplicáveis em vigor, destinadas ao alojamento de ativos de telecomunicações;
n) Caso Base — o conjunto dos pressupostos e proje- ções económico-financeiras que constam do Anexo 13, com as alterações que lhe sejam introduzidas nos termos permitidos no presente Contrato de Concessão;
o) Caso Base Ajustado — o Caso Base Pós-
-Refinanciamento, aceite pelo Concedente, refletindo os efeitos decorrentes do mecanismo de partilha do benefí- cio do Refinanciamento da Concessão ou o Caso Base Pós-Otimização, aceite pelo Concedente, refletindo os efeitos decorrentes do mecanismo de partilha de ganhos operacionais, conforme aplicável;
p) Caso Base Pós-Otimização — o Caso Base Pré-
-Otimização com as novas condições decorrentes das melhorias nas condições de execução do Contrato de Con- cessão, suscetíveis de contribuir para a obtenção de ganhos operacionais, mantendo-se todos os restantes pressupostos e cálculos do Caso Base Pré-Otimização;
q) Caso Base Pós-Refinanciamento — o Caso Base Pré-Refinanciamento com as novas condições e estru- tura de financiamento decorrentes do Refinanciamento da Concessão, mantendo-se todos os restantes pressupostos e cálculos do Caso Base Pré-Refinanciamento;
r) Caso Base Pré-Otimização — o Caso Base em vigor no momento anterior à adoção de melhorias nas condições de execução do Contrato de Concessão suscetíveis de contribuir para a obtenção de ganhos operacionais;
s) Caso Base Pré-Refinanciamento — o modelo finan- ceiro utilizado para efeitos da contratação de uma operação de Refinanciamento da Concessão, aceite pelo Concedente, incluindo as condições e estrutura de financiamento pre- vistas no Caso Base;
t) Cobrança Coerciva — a cobrança de uma taxa de portagem, nos termos legal e regulamentarmente estabe- lecidos, que não tenha sido paga pelo utente através da Cobrança Primária ou da Cobrança Secundária, implicando ainda o pagamento de Custos Administrativos e de uma coima, se aplicável;
u) Cobrança Primária — a cobrança eletrónica de taxas de portagem aos utentes através de sistema de débito em
conta ou de pré-pagamento, com provisão de conta ade- quada, seja o utente anónimo ou identificado;
v) Cobrança Secundária — a cobrança eletrónica de taxas de portagem aos utentes através de sistema de pa- gamento posterior à utilização do serviço portajado (pós-
-pagamento), implicando o pagamento de Custos Admi- nistrativos;
x) Código das Expropriações — o diploma aprovado pela Lei n.º 168/99, de 18 de setembro, na redação em vigor em cada momento;
z) Código das Sociedades Comerciais — o diploma aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, na redação em vigor à Data de Assinatura do Contrato de Concessão;
aa) Código dos Contratos Públicos — o diploma apro- vado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, com as respetivas alterações;
bb) Comissão de Peritos — a comissão constituída nos termos da cláusula 102.ªA;
cc) Concessão — o conjunto de direitos e obrigações atribuído à Concessionária por intermédio do Contrato de Concessão e demais regulamentação aplicável;
dd) Contrato de Concessão — o presente Contrato de Concessão, cuja minuta foi originariamente aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 67-A/99, de 6 de julho, na redação que lhe foi conferida pela Resolução do Conselho de Ministros n.º [...], de [...], e quaisquer outros aditamentos e alterações que o mesmo venha a sofrer;
ee) Contrato de Operação e Manutenção — o contrato celebrado entre a Concessionária e a Operadora, tendo por objeto a operação das Autoestradas e a manutenção do Em- preendimento Concessionado, que constitui o Anexo 2;
ff) Contrato de Projeto e Construção — o contrato ce- lebrado entre a Concessionária e o ACE, tendo por objeto a conceção, o projeto e a construção dos Lanços referidos no n.º 5.1., que constitui o Anexo 1;
gg) Contratos de Financiamento — os contratos cele- brados entre a Concessionária e os Bancos Financiadores, tendo por objeto o financiamento das atividades integradas na Concessão e a prestação de cartas de crédito ou de ga- rantias relativas a esse financiamento, incluindo o acordo entre credores e os instrumentos de garantia, bem como os demais documentos e instrumentos que a esse financia- mento respeitem, os quais constituem o Anexo 3;
hh) Contratos do Projeto — os contratos identificados no Anexo 4, celebrados pela Concessionária com vista ao desenvolvimento das atividades integradas na Conces- são, aprovados pelo Concedente e sujeitos ao disposto na cláusula 67.ª;
ii) Corredor — a faixa de 400 m (quatrocentos metros) definida por 200 m (duzentos metros) para cada lado do eixo do traçado que lhe serve de base;
xx) Critérios Chave — os critérios utilizados para a re- posição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos do n.º 94.4.;
ll) Custos Administrativos — as sobretaxas administra- tivas a suportar pelo utente nos termos legal e regulamen- tarmente estabelecidos;
mm) Data de Assinatura do Contrato de Concessão — a data em que foi celebrada a versão originária do Contrato de Concessão, nos termos da minuta aprovada pela Reso- lução do Conselho de Ministros n.º 67-A/99, de 6 de julho, ou seja, 9 de julho de 1999;
nn) Empreendimento Concessionado — o conjunto dos bens que integram a Concessão, nos termos da cláusula 9.ª;
oo) Empreiteiros Independentes — as entidades que não sejam membros do Agrupamento nem empresas asso- ciadas daqueles, tal como definidas no n.º 2 do artigo 63.º da Diretiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março de 2004;
pp) Estabelecimento da Concessão — o conjunto dos bens indicados na cláusula 8.ª;
qq) Estatutos — o pacto social da Concessionária, apro- vado pelo Concedente, que constitui o Anexo 7;
rr) Estrutura Acionista Atual da Concessionária — a identificação e participação percentual e nominal das sociedades comerciais vencedoras do concurso público para atribuição da Concessão no capital social da Con- cessionária, atualizada até à presente data e que figura no Anexo 26;
ss) Estudo de Impacte Ambiental — o documento que contém, nos termos exigidos por lei, uma descrição sumária do projeto, informação relativa aos estudos de base e à situa- ção de referência, bem como a identificação e a avaliação dos impactes ambientais considerados relevantes, quer na fase de construção, quer na fase de exploração, e as medi- das de gestão ambiental destinadas a prevenir, a minimizar ou a compensar os impactes negativos esperados;
tt) Grande Reparação de Pavimento — qualquer inter- venção executada sobre parte ou totalidade do pavimento das vias de um determinado Grupo de Sublanços em resultado das conclusões de uma Campanha de Mo- nitorização de Pavimentos ou de uma Monitorização Localizada de Pavimentos, sujeita a prévia elaboração de projeto de execução ou nota técnica, visando a reposição em níveis adequados dos seus parâmetros funcionais e ou a recuperação ou reforço das suas características estruturais;
uu) Grupos de Sublanços — os grupos de Sublanços identificados no Anexo 27 cujos pavimentos são sujeitos a monitorização, em simultâneo, das suas características funcionais e estruturais no âmbito de Campanhas de Moni- torização de Pavimentos ou de Monitorizações Localizadas de Pavimentos;
vv) IGF — a Inspeção-Geral de Finanças;
xx) IMT — o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. ou outra entidade a quem venham a ser atribuídas as competências que lhe estejam legalmente cometidas com respeito à Concessão;
zz) IP — a — Infraestruturas de Portugal, S. A.;
aaa) IPC — o índice de preços no consumidor, sem habitação, para todo o território nacional, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P.;
bbb) IVA — o imposto sobre o valor acrescentado;
ccc) Lanços — as secções viárias em que se dividem as Autoestradas;
ddd) Manual de Operação e Manutenção — o docu- mento que define as obrigações da Concessionária ao nível da operação e manutenção do Empreendimento Conces- sionado, que constitui o Anexo 22;
eee) MAOTE — o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as atribuições do Estado nas áreas do ambiente e do ordenamento do território;
fff) ME — o Ministro da Economia, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as competências
para prosseguir as atribuições do Estado na área das obras e infraestruturas públicas;
ggg) MEF — o Ministro de Estado e das Finanças, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as competências para prosseguir as atribuições do Estado na área das finanças;
hhh) Monitorização Localizada de Pavimentos — qual- quer campanha de avaliação do estado de conservação dos pavimentos das vias, por referência aos parâmetros e valores padrão definidos no Plano de Controlo de Quali- dade, integrando atividades de inspeção ou auscultação, determinada pelo Concedente, para qualquer efeito do presente contrato, no período intercalar entre Campanhas de Monitorização de Pavimentos;
iii) Operadora — a sociedade incumbida do desenvol- vimento das atividades de operação das Autoestradas e de manutenção do Empreendimento Concessionado, nos termos do Contrato de Operação e Manutenção;
jjj) Partes — o Concedente e a Concessionária;
lll) Plano de Controlo de Qualidade — o documento a que se refere o n.º 50.7., que constitui o Anexo 29;
mmm) Programa de Trabalhos — o documento, inti- tulado de Programa de Estudos, Projeto e Construção de Recuperação, fixando a ordem, prazos e ritmos de execu- ção das diversas atividades integradas na Concessão, que constitui o Anexo 10;
nnn) Proposta — a proposta apresentada pelo Agrupa- mento no concurso público para atribuição da Concessão, tal como resultou da fase de negociações havida no seio do referido concurso, nos termos das respetivas atas e documentos que as integram;
ooo) Xxxxx xx Xxxxxxxxx Anual do Serviço da Dívida Sénior (RCASD) — o Xxxxx xx Xxxxxxxxx Anual do Ser- viço da Dívida Sénior, definido como o quociente entre: i) os meios libertos do projeto acrescidos do saldo de dispo- nibilidades de caixa e ii) o capital devido nos termos dos Contratos de Financiamento, acrescido de todos os juros, comissões e despesas a liquidar pela Concessionária ao abrigo dos mesmos, sendo este rácio calculado no final de cada semestre do período relevante com referência ao período subsequente de 12 (doze) meses, nos termos constantes do Caso Base;
ppp) Rácio Anual de Cobertura da Vida do Empréstimo (RACVE) — o Rácio de Cobertura da Vida do Emprés- timo, definido como o quociente entre: i) o valor atual líquido dos meios libertos do projeto, desde a data de cálculo até à data do último vencimento da dívida sénior descontado ao custo médio ponderado da dívida sénior, acrescido do saldo de abertura da conta de reserva do serviço da dívida e das disponibilidades de caixa, e ii) o total de dívida sénior existente à data do cálculo, sendo este rácio calculado no final de cada ano civil do período relevante, nos termos constantes do Caso Base;
qqq) Receitas Líquidas de Portagem — as receitas bru- tas de taxas de portagem efetivamente cobradas na Con- cessão deduzidas dos encargos suportados com a respetiva cobrança;
rrr) Refinanciamento da Concessão — a alteração das condições constantes dos Contratos de Financiamento ou dos contratos que os venham a substituir ou alterar, ou a sua substituição por outros contratos ou por outras estruturas de financiamento;
sss) Sublanço — o troço viário de Autoestrada entre dois nós de ligação consecutivos;
ttt) Termo da Concessão — a extinção do Contrato de Concessão independentemente do motivo pelo qual a mesma ocorra;
uuu) TIR Acionista — a taxa interna de rendibilidade para os acionistas, em termos anuais nominais, para todo o prazo da Concessão fixado no n.º 12.1., definida como a taxa interna de rendibilidade nominal dos fundos dis- ponibilizados pelos acionistas e do cash-flow distribuído aos acionistas, designadamente sob a forma de juros e reembolso de prestações acessórias e outros empréstimos subordinados, dividendos pagos ou reservas distribuídas, a preços correntes, durante todo o referido período da Concessão, nos termos constantes do Caso Base;
vvv) TMDA — o tráfego médio diário anual apurado a partir dos dados recolhidos ao abrigo do n.º 65.1.;
xxx) Transação — o conjunto de dados gerado num local de deteção de veículos aquando da sua transposição por um veículo, ao qual corresponde uma taxa de portagem;
zzz) UTAP — a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos ou a entidade que a venha a substituir nas competências e atribuições previstas no Decreto-Lei n.º 111/2012, de 23 de maio.
1.2 — Os termos definidos no número anterior no sin- gular podem ser utilizados no plural e vice-versa, com a correspondente alteração do respetivo significado, salvo se do contexto resultar claramente o inverso.
2 — Anexos
2.1 — Fazem parte integrante do presente Contrato de Concessão, para todos os efeitos legais e contratuais, os seus anexos e respetivos apêndices, organizados da forma seguinte:
Anexo 1: Contrato de Projeto e Construção; Anexo 2: Contrato de Operação e Manutenção; Anexo 3: Contratos de Financiamento;
Anexo 4: Contratos do Projeto;
Anexo 5: Nomenclatura dos nós de ligação;
Apêndice 1: Representação gráfica dos nós de ligação; Anexo 6: Composição do Agrupamento;
Anexo 7: Estatutos;
Anexo 8: Acordo de Subscrição; Anexo 9: Acordo Parassocial; Anexo 10: Programa de Trabalhos;
Anexo 11: Estrutura acionista da Concessionária; Anexo 12: Limites à oneração de ações;
Anexo 13: Caso Base;
Anexo 14: Garantias relativas aos Lanços existentes; Anexo 15: Pessoal da BRISA;
Anexo 16: Contrato de prestação de serviços com a Briser;
Anexo 17: Termos da utilização dos fundos do Estado; Anexo 18: Termos das garantias bancárias;
Anexo 19: Programa de seguros; Anexo 20: Acordo Direto;
Anexo 21: Condições de intervenção dos Bancos Fi- nanciadores;
Anexo 22: Manual de Operação e Manutenção;
Anexo 23: Corredor Norte/Guimarães — mecanismos de compensação;
Apêndice 1: Nota técnica;
Apêndice 2: Caso Base (corredor Norte/Guimarães); Anexo 24: Tarifas diárias de disponibilidade;
Anexo 25: Pressupostos e projeções económico-
-financeiras;
Anexo 26: Estrutura Acionista Atual da Concessionária; Anexo 27: Grandes Reparações de Pavimento;
Anexo 28: Limites da Concessão;
Anexo 29: Plano de Controlo de Qualidade.
2.2 — Na interpretação, integração ou aplicação de qualquer disposição do Contrato de Concessão devem ser consideradas as disposições dos documentos que nele se consideram integrados nos termos do número anterior que tenham relevância na matéria em causa, e vice-versa.
3 — Epígrafes e Remissões
3.1 — As epígrafes das cláusulas do Contrato de Con- cessão, dos seus anexos e dos respetivos apêndices foram incluídas por razões de mera conveniência, não fazendo parte da regulamentação aplicável às relações contratuais deles emergentes, nem constituindo suporte para a inter- pretação ou integração do presente contrato.
3.2 — As remissões, ao longo do presente Contrato de Concessão, para cláusulas, números, alíneas ou anexos, e salvo se do contexto resultar sentido diferente, são efetua- das para cláusulas, números, alíneas ou anexos do presente Contrato de Concessão.
4 — Lei aplicável
4.1 — O Contrato de Concessão está sujeito à lei por- tuguesa, com expressa renúncia à aplicação de qualquer outra.
4.2 — Na vigência do Contrato de Concessão, observam-
-se:
a) As Bases da Concessão e as disposições do Contrato de Concessão, dos seus anexos e respetivos apêndices;
b) A legislação aplicável em Portugal.
4.3 — As referências a diplomas legislativos portugue- ses ou comunitários devem também ser entendidas como referências à legislação que os substitua ou modifique.
4.4 — Para os efeitos do disposto nos números seguin- tes, é ainda considerado o estabelecido na Proposta e na regulamentação do concurso para atribuição da Concessão, em tudo o que não contrarie as Bases da Concessão e o Contrato de Concessão, nas redações em vigor.
4.5 — As divergências que se verifiquem entre as dis- posições por que se rege a Concessão nos termos da pre- sente cláusula, e que não possam ser sanadas por recurso às regras gerais de interpretação, resolvem-se de acordo com os seguintes critérios:
a) As Bases da Concessão prevalecem sobre o estipulado em qualquer outro documento;
b) Atende-se, em segundo lugar, ao estabelecido no Contrato de Concessão, exceto havendo conflito entre este e os projetos apresentados pela Concessionária e aprovados pelo Concedente nos termos da cláusula 36.ª, caso em que prevalece o disposto no texto do presente Contrato de Concessão, relativamente à definição das condições jurídicas, administrativas e técnicas da Concessão, e o estipulado nos referidos projetos, no que se refere à defi- nição das obras;
c) Em terceiro lugar, atende-se à Proposta, em tudo o que não contrarie as Bases da Concessão e o Contrato de Concessão, nas redações em vigor;
d) Em último lugar, atende-se à regulamentação do concurso para atribuição da Concessão, em tudo o que não contrarie as Bases da Concessão e o Contrato de Conces- são, nas redações em vigor.
4.6 — Se, nos projetos apresentados pela Concessioná- ria e aprovados pelo Concedente, existirem divergências entre peças que os constituam, que não possam resolver-se por recurso às regras gerais de interpretação, observa-se o seguinte:
a) As peças desenhadas prevalecem sobre todas as outras quanto à localização, características dimensionais das obras e disposição relativa das suas diferentes partes;
b) No que se refere à natureza e métodos construtivos dos trabalhos, prevalecem as condições especiais dos ca- dernos de encargos incluídos nos projetos aprovados de cada obra;
c) Nos restantes aspetos prevalece o que constar da me- mória descritiva e restantes peças escritas dos projetos.
4.7 — As dúvidas que a Concessionária tenha na in- terpretação das disposições por que se rege a Conces- são devem ser submetidas ao Concedente, sob pena de a Concessionária ser considerada responsável por todas as consequências da errada interpretação a que proceda, aplicando-se o disposto no capítulo XXIV em caso de divergência.
CAPÍTULO II
Objeto e tipo da Concessão
5 — Objeto da Concessão
5.1 — A Concessão tem por objeto a conceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conservação, com cobrança de taxas de portagem aos utentes, pela Conces- sionária, e em regime de disponibilidade, dos seguintes Lanços:
a) A 7/IC 5 Póvoa de Varzim/Famalicão, desde o IC 1, na extensão aproximada de 18 km (dezoito quilómetros);
b) A 7/IC 5 Guimarães/Fafe, com a extensão aproximada de 17 km (dezassete quilómetros);
c) A 7/IC 5/IC 25 Fafe/IP 3 (Vila Pouca de Aguiar) com a extensão aproximada de 47 km (quarenta e sete quilómetros);
d) A 11/IC 14 Esposende/Barcelos/Braga, desde o IC 1, com a extensão aproximada de 24 km (vinte e quatro qui- lómetros);
e) A 11/IP 9 Braga/Guimarães/IP 4/A 4, com a extensão aproximada de 43 km (quarenta e três quilómetros);
f) Variante à XX 000 (xx xx XX 0)/Xxxxxxxxxx (XX 101), com a extensão aproximada de 5 km (cinco quilóme- tros).
5.2 — Constituem ainda objeto da Concessão, para efei- tos de exploração e de conservação, os seguintes Lanços já construídos, com cobrança de taxas de portagem aos utentes, pela Concessionária, e em regime de disponibi- lidade:
a) A 7/IC 5 Famalicão/Guimarães, com a extensão de 20,8 km (vinte vírgula oito quilómetros);
b) A 11/IC 14 IC 1 (Apúlia)/EN 205, com a extensão de 4 km (quatro quilómetros).
5.3 — As extensões dos Lanços são medidas segundo o eixo das Autoestradas e determinadas, consoante os casos, nos termos das alíneas seguintes:
a) Se o Lanço se situar entre outros já construídos, observa-se o seguinte:
i) Se estiver compreendido entre dois nós de ligação, a sua extensão é determinada pela distância que medeia entre os eixos das obras de arte desses nós;
ii) Se uma das suas extremidades começar ou terminar contactando em plena via uma autoestrada construída, a sua extensão é determinada pela distância que medeia entre o perfil de contacto das duas vias e o eixo da obra de arte da outra extremidade;
b) Se o Lanço não tiver continuidade, observa-se o seguinte:
i) Se uma das extremidades entroncar de nível com uma estrada da rede nacional, a sua extensão é determinada pela distância que medeia entre a linha do bordo extremo da berma da estrada que primeiro contacte o eixo das Autoes- tradas e o eixo da obra de arte da outra extremidade;
ii) Enquanto não estiver prevista a construção do Lanço ou troço viário que lhe fique contíguo, a sua extensão é provisoriamente determinada pela distância que medeia entre o último perfil transversal de autoestrada construído e a entrar em serviço e o eixo da obra de arte da outra extremidade.
6 — Natureza da Concessão
A Concessão é de obra pública e é estabelecida em regime de exclusivo relativamente às Autoestradas que integram o seu objeto.
7 — Delimitação física da Concessão
7.1 — Os limites da Concessão são definidos em relação às Autoestradas que a integram pelos perfis transversais extremos das mesmas, em conformidade com os traçados definitivos constantes dos projetos oficialmente aprova- dos.
7.2 — Os traçados das Autoestradas e, consequente- mente, a maior ou menor proximidade às localidades in- dicadas na cláusula 5.ª são os que figurem nos projetos aprovados nos termos da cláusula 36.ª
7.3 — Os nós de ligação fazem parte da Concessão, nela se incluindo, para efeitos de exploração e conservação, os troços das estradas que os completem, considerados entre os pontos extremos de intervenção da Concessio- nária nessas estradas ou, quando não seja possível essa definição, entre os pontos extremos do enlace dos ramos dos nós de ligação.
7.4 — Excetuam-se do disposto no número anterior os troços de estrada a transferir pela Concessionária, por acordo, para outras entidades, cuja exploração e conser- vação apenas se mantém da responsabilidade daquela até à efetiva transferência dos mesmos.
7.5 — Nos nós de ligação em que seja estabelecido enlace com outra concessão de autoestradas, o limite entre concessões é estabelecido pelo perfil transversal de entrada (ponto de convergência) dos ramos de ligação com a plena via, exceto para a iluminação, cuja manutenção é assegu- rada na totalidade, incluindo a zona da via de aceleração, pela concessionária que detenha o ramo de ligação.
7.6 — As obras de arte integradas nos nós de enlace entre concessões, quer em secção corrente quer em ramos, ficam afetas à concessão cujo tráfego utilize o tabuleiro da estrutura.
7.7 — Os limites da Concessão são os que constam, graficamente, do Anexo 28.
8 — Estabelecimento da Concessão
O Estabelecimento da Concessão é composto:
a) Pelas Autoestradas, nós de ligação e conjuntos viários associados, dentro dos limites estabelecidos nos termos do disposto na cláusula 7.ª;
b) Pelas Áreas de Serviço, pelos centros de assistência e de manutenção e pelos outros serviços de apoio aos uten- tes das Autoestradas, bem como pelas instalações e pelos equipamentos de via de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores das Autoestradas;
c) Pelos demais bens e direitos, de qualquer natureza, associados às instalações e equipamentos referidos na alínea anterior que se encontrem afetos à cobrança de taxas de portagem aos utilizadores das Autoestradas.
9 — Bens que integram a Concessão
Integram a Concessão:
a) O Estabelecimento da Concessão;
b) Todas as obras, máquinas, equipamentos, aparelha- gens, acessórios e, em geral, quaisquer bens afetos à ex- ploração e conservação das Autoestradas, bem como os terrenos, as casas de guarda e do pessoal da exploração, os escritórios e outras dependências de serviço.
10 — Natureza dos bens que integram a Concessão
10.1 — As zonas das Autoestradas e os conjuntos viários a elas associados que constituem o Estabelecimento da Concessão integram o domínio público do Concedente.
10.2 — Para efeitos do disposto no número anterior, constitui zona de Autoestrada:
a) O terreno por ela ocupado, abrangendo a plataforma das Autoestradas (faixa de rodagem, separador central e bermas), as valetas, os taludes, as banquetas, as valas de crista e de pé de talude, os nós e os ramais de ligação e os terrenos marginais até à vedação;
b) As obras de arte incorporadas nas Autoestradas e os terrenos para implantação das praças de portagem, das Áreas de Serviço, integrando os imóveis que nelas sejam construídos.
10.3 — Os imóveis adquiridos, por via do direito pri- vado ou de expropriação, para a construção das Autoestra- das, das Áreas de Serviço, das instalações para cobrança de taxas de portagem e assistência dos utentes, bem como as edificações neles construídas integram igualmente o domínio público do Concedente.
10.4 — Salvo na medida do previsto no presente Con- trato de Concessão e sem prejuízo do aí disposto, a Con- cessionária não pode por qualquer forma ceder, alienar ou onerar quaisquer dos bens referidos nos números an- teriores, os quais, encontrando-se subtraídos ao comér- cio jurídico privado, não podem igualmente ser objeto de arrendamento ou de qualquer outra forma que titule a ocupação dos respetivos espaços, nem de arresto, penhora
ou qualquer providência cautelar, sem prejuízo do disposto na cláusula 47.ª
10.5 — Os bens móveis a que se refere a alínea b) da cláusula 9.ª podem ser substituídos, alienados e onerados pela Concessionária, nos termos do número seguinte.
10.6 — A Concessionária apenas pode alienar os bens mencionados no número anterior se proceder à sua imediata substituição por outros com condições de operacionalidade, qualidade e funcionamento idênticas ou superiores, exceto tratando-se de bens que comprovadamente tenham perdido função económica.
10.7 — Os negócios jurídicos efetuados ao abrigo do número anterior devem ser comunicados ao Concedente, no prazo de 30 (trinta) dias após a data da realização do negócio em causa, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
10.8 — Ao longo dos últimos 5 (cinco) anos de duração da Concessão, os negócios jurídicos referidos no n.º 10.6. devem ser comunicados pela Concessionária ao Conce- dente com uma antecedência mínima de 30 (trinta) dias, podendo este opor-se fundamentadamente e de acordo com critérios de razoabilidade à sua concretização nos 10 (dez) dias seguintes à receção daquela comunicação.
11 — Outros bens utilizados na Concessão
11.1 — Os bens e direitos da Concessionária que, não estando abrangidos pela cláusula 10.ª, sejam utilizados no desenvolvimento das atividades integradas na Concessão podem ser alienados, onerados e substituídos pela Con- cessionária.
11.2 — Os bens móveis referidos na presente cláusula podem ser adquiridos pelo Concedente, no Termo da Con- cessão, pelo valor que seja determinado por acordo das Partes ou, na ausência deste, por uma comissão de ava- liação, da qual façam parte 3 (três) peritos, um nomeado pelo Concedente, outro pela Concessionária e outro por acordo de ambas as Partes ou, na sua falta, por escolha do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugue- sa — Associação Comercial de Lisboa.
CAPÍTULO III
Duração da Concessão
12 — Prazo da Concessão
12.1 — O prazo da Concessão é de 30 (trinta) anos, expirando automaticamente às 24 (vinte e quatro) horas do trigésimo aniversário da Data de Assinatura do Contrato de Concessão.
12.2 — O disposto no número anterior não prejudica a aplicação das disposições do capítulo XIX e das moda- lidades de extinção do Contrato de Concessão que nelas se preveem, bem como das disposições do presente Con- trato de Concessão que perduram para além do Termo da Concessão.
12.3 — O prazo previsto no n.º 12.1. é prorrogado caso o valor acumulado recebido pela Concessionária ao abrigo da cláusula 74.ª, acrescido dos benefícios que lhe tenham sido atribuídos nos termos previstos na cláusula 23.ª, não atinja, no final do prazo da Concessão previsto no n.º 12.1., em termos de valor atualizado líquido, a dezembro de 2012, à taxa de 6,08 % (seis vírgula zero oito por cento), o montante de € 27 519 194,25 (vinte e sete milhões qui- nhentos e dezanove mil cento e noventa e quatro euros
e vinte e cinco cêntimos), correspondente a 20 % (vinte por cento) do valor atualizado, a dezembro de 2012, da redução de encargos para o Concedente, acordada entre as Partes no âmbito do memorando de entendimento re- ferido no Considerando (Z), acrescido dos benefícios que sejam atribuídos à Concessionária nos termos previstos na cláusula 72.ªC.
12.4 — A prorrogação do prazo da Concessão prevista no número anterior apenas ocorre pelo período estritamente necessário para que, através da atribuição à Concessioná- ria de 80 % (oitenta por cento) das Receitas Líquidas de Portagem, seja alcançado o montante previsto no número anterior, até ao máximo de 3 (três) anos, devendo o Conce- dente respeitar as legítimas expectativas da Concessionária neste âmbito.
12.5 — No período relativo à prorrogação do prazo a que aludem os números anteriores não há lugar à realização de qualquer pagamento do Concedente à Concessionária.
12.6 — Para efeitos do disposto nos n.os 12.3. e 12.4, a Concessionária submete ao Concedente até 180 (cento e oitenta) dias antes do termo do prazo da Concessão esti- pulado no n.º 12.1., a seguinte informação:
a) Valor acumulado efetivamente recebido até à data pela Concessionária ao abrigo da cláusula 74.ª, acom- panhado de demonstração da respetiva atualização, nos termos do n.º 12.3.;
b) Estimativa do valor a receber pela Concessionária ao abrigo da cláusula 73.ª até ao final do prazo previsto no n.º 12.1., acompanhado de demonstração da respetiva atualização, nos termos do n.º 12.3.;
c) Valor acumulado dos benefícios atribuídos à Con- cessionária ao abrigo do disposto na cláusula 23.ª, acom- panhado de demonstração da respetiva atualização, nos termos do n.º 12.3.;
d) Valor dos benefícios a atribuir à Concessionária ao abrigo da cláusula 72.ªC, acompanhado de demonstração da respetiva atualização, nos termos do n.º 12.3.;
e) Conclusão sobre a existência, ou não, de prorrogação do prazo da Concessão nos termos do n.º 12.3.; e, em caso afirmativo,
f) Cálculo do valor a recuperar pela Concessionária e estimativa fundamentada do período de prorrogação apli- cável nos termos previstos nos n.os 12.3. a 12.5..
12.7 — O Concedente pode solicitar à Concessionária a prestação, dentro de um prazo razoável fixado para o efeito, de quaisquer informações adicionais para a confirmação das informações referidas no número anterior.
12.8 — Havendo lugar a prorrogação nos termos do n.º 12.3., o prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1. é prorrogado nos termos dos n.os 12.4. e 12.5., devendo a Concessionária, no período de prorrogação, proceder às entregas de receita de acordo com o previsto na alínea a) do n.º 75A.2., acompanhadas dos documentos justificativos dos montantes em causa e da indicação do valor remanes- cente por recuperar.
12.9 — Caso o valor a recuperar pela Concessionária nos termos do n.º 12.3. seja auferido pela Concessionária antes do período máximo de 3 (três) anos aí fixado, o que é notificado pelo Concedente à Concessionária, o presente contrato extingue-se com efeitos reportados à data da ve- rificação desse requisito.
12.10 — Tendo as informações submetidas pela Con- cessionária ao abrigo do n.º 12.6. concluído pela existência de prorrogação e existindo disputa entre as Partes quanto
à aplicação do estipulado no n.º 12.3. sem que lhes tenha sido possível ultrapassar esse diferendo no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar da data da receção pelo Concedente daquelas informações, o Concedente recorre a arbitragem nos termos previstos no presente contrato.
12.11 — Verificando-se o previsto no número anterior, o prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1. é prorrogado, limitado ao máximo fixado no n.º 12.4., até à emissão de decisão final no processo arbitral encetado, sendo apli- cável:
a) Durante esse período, provisoriamente e sujeito a acerto, se necessário, em função dessa decisão, o disposto nos n.os 12.4., 12.5. e 12.6.;
b) Em caso de decisão arbitral no sentido da manutenção posterior da vigência do Contrato de Concessão, o disposto nos n.os 12.4., 12.5., 12.9. e 12.10..
CAPÍTULO IV
Sociedade Concessionária
13 — Objeto social, sede e forma
13.1 — A Concessionária tem como objeto social, ao longo de todo o período da Concessão, o exercício das atividades que, nos termos do presente Contrato de Conces- são, se consideram integradas na Concessão, bem como das atividades autorizadas nos termos dos n.os 13.4. e 13.5.
13.2 — A Concessionária deve manter, ao longo de todo o período da Concessão, a sua sede em Portugal.
13.3 — A Concessionária deve manter, ao longo de todo o período da Concessão, a forma de sociedade anónima.
13.4 — Mediante prévia autorização do Concedente, a Concessionária pode desenvolver, dentro dos limites físicos da Concessão, outras atividades para além das que se encontram referidas no n.º 13.1., com partilha equitativa de benefícios, entre Concedente e Concessionária, através de um dos mecanismos previstos no n.º 23.7.
13.5 — Na estrita medida em que tal não afete nem condicione o cumprimento das obrigações que à Conces- sionária incumbem nos termos do presente Contrato de Concessão, a Concessionária, mediante autorização do Concedente, pode desenvolver, fora do âmbito e dos limites físicos da Concessão, outras atividades.
14 — Estrutura acionista da Concessionária
14.1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, e salvo autorização em contrário do Concedente, os membros do Agrupamento detêm em conjunto enquanto acionistas, ao longo de todo o período da Concessão e a todo o tempo, o domínio da Concessionária, nos termos previstos no artigo 486.º do Código das Sociedades Comerciais.
14.2 — Até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir, os membros do Agrupamento detêm, nos termos e condições descritos no Anexo 11, a totalidade do capital social da Conces- sionária.
14.3 — Durante o prazo referido no número anterior a alienação de ações entre membros do Agrupamento fica sujeita a autorização prévia do Concedente, sendo nula e de nenhum efeito qualquer alienação de ações da Conces- sionária a terceiras entidades.
14.4 — Após o termo do prazo referido no n.º 14.2., e salvo se excecionada nos termos do n.º 14.1., é ainda nula e de nenhum efeito qualquer alienação, por parte dos
membros do Agrupamento, a terceiros que com eles não estejam em relação de domínio, de ações necessárias para assegurar o domínio da Concessionária.
14.5 — As autorizações a que se refere a presente xxxx- xxxx consideram-se tacitamente concedidas quando não sejam recusadas, por escrito, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da sua solicitação.
15 — Capital
15.1 — O capital social da Concessionária é de
€ 56 200 000 (cinquenta e seis milhões e duzentos mil euros), integralmente subscrito e realizado.
15.2 — A Concessionária obriga-se a manter o Conce- dente permanentemente informado sobre o cumprimento do Acordo de Subscrição.
15.3 — A Concessionária não pode proceder à redução do seu capital social, durante todo o período da Concessão, sem prévio consentimento do Concedente, o qual não pode ser infundadamente recusado e se considera tacitamente concedido quando não seja recusado, por escrito, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da sua solicitação.
15.4 — As ações representativas do capital social da Concessionária que sejam necessárias para assegurar o seu domínio nos termos do n.º 14.1. são obrigatoriamente nominativas.
16 — Estatutos e Acordo Parassocial
16.1 — Quaisquer alterações aos Estatutos devem, até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir, ser objeto de autorização prévia por parte do Concedente, sob pena de nulidade.
16.2 — Devem igualmente ser objeto de autorização prévia por parte do Concedente durante idêntico período as alterações ao Acordo Parassocial das quais possa resultar, direta ou indiretamente, a modificação das regras relativas aos mecanismos ou à forma de assegurar o domínio da Concessionária pelos membros do Agrupamento.
16.3 — As autorizações do Concedente previstas na presente cláusula consideram-se tacitamente concedidas quando não sejam recusadas, por escrito, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da sua solicitação.
17 — Oneração de ações da Concessionária
17.1 — A oneração de ações representativas do capital social da Concessionária pertencentes aos membros do Agrupamento depende, sob pena de nulidade, de autori- zação prévia do Concedente, que se considera tacitamente concedida quando não seja recusada, por escrito, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da sua solicitação.
17.2 — Excetuam-se do disposto no número anterior as onerações de ações efetuadas em benefício dos Bancos Financiadores nos termos dos Contratos de Financiamento, as quais devem em todos os casos ser comunicadas ao Concedente acompanhadas de informação detalhada sobre os termos e condições em que sejam estabelecidos, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data em que sejam efetuadas.
17.3 — Os membros do Agrupamento aceitam, na sua qualidade de acionistas da Concessionária e nos termos do Anexo 12, não onerar ações em contravenção ao disposto nos números anteriores.
17.4 — As disposições da presente cláusula mantêm-
-se em vigor até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir, comprometendo-se
a Concessionária a adotar as medidas necessárias à sua implementação.
18 — Obrigações de informação da Concessionária
18.1 — Ao longo de todo o período da Concessão, e sem prejuízo das demais obrigações de informação estabeleci- das no presente Contrato de Concessão, a Concessionária compromete-se para com o Concedente a:
a) Dar-lhe conhecimento imediato de todo e qualquer evento que possa vir a prejudicar ou a impedir o cumpri- mento pontual e atempado de qualquer das obrigações emergentes do presente Contrato de Concessão e ou que possa constituir causa de sequestro ou de resolução do Con- trato de Concessão, nos termos previstos no capítulo XIX;
b) Remeter-lhe até ao dia 30 de setembro de cada ano um relatório auditado da sua situação contabilística com- preendendo o balanço e a conta de exploração relativos ao semestre em causa;
c) Remeter-lhe até ao dia 31 de maio de cada ano os documentos de prestação de contas relativos ao ano civil anterior, incluindo relatório de gestão, balanço, demons- tração de resultados e demonstração de fluxos de caixa, bem como a certificação legal de contas e pareceres do órgão de fiscalização e de auditores externos;
d) Dar-lhe conhecimento imediato de toda e qualquer situação que, quer na fase de construção quer na de explo- ração, corresponda a acontecimentos que alterem substan- cialmente o normal desenvolvimento dos trabalhos ou do regime da exploração, bem como da verificação de anoma- lias estruturais ou outras, que sejam significativas, relativas à conservação do Empreendimento Concessionado;
e) Fornecer-lhe, por escrito e no menor prazo possível, relatório circunstanciado e fundamentado das situações a que se refere a alínea anterior, integrando eventualmente o contributo de entidades exteriores à Concessionária e de reconhecida competência, com indicação das correspon- dentes medidas tomadas ou a implementar para a superação daquelas situações;
f) Remeter-lhe, nos 30 (trinta) dias subsequentes ao termo de cada trimestre, relatório com informação deta- lhada das estatísticas de tráfego elaboradas nos termos da cláusula 65.ª;
g) Remeter-lhe uma versão revista do Caso Base, se e quando este for alterado nos termos do presente Contrato de Concessão, devendo as projeções financeiras revistas ser elaboradas na forma das projeções contidas no Caso Base;
h) Remeter-lhe, no prazo de 3 (três) meses após o termo de cada semestre civil, informação relativa à condição financeira da Concessionária desde a entrada em vigor da Concessão até ao termo do semestre anterior, bem como uma projeção da sua posição entre esse período e o termo previsto da Concessão, sendo esta informação elaborada na forma e incluindo as projeções constantes do Caso Base;
i) Remeter-lhe, no primeiro trimestre de cada ano, um relatório, respeitante ao ano anterior, no qual é prestada informação circunstanciada sobre os estudos e os traba- lhos de construção, de conservação e de exploração das Autoestradas, bem como sobre os níveis de serviço e os indicadores de atividade relacionados com a sinistralidade e segurança rodoviárias na Concessão, cobrindo aspetos como os pontos de acumulação de acidentes e a identifi- cação das suas causas e a comparação com congéneres
nacionais e internacionais, acompanhado por auditoria efetuada por entidade idónea e independente;
j) Apresentar-lhe prontamente as informações comple- mentares ou adicionais que lhe sejam solicitadas.
18.2 — O Concedente reserva-se o direito de solicitar todas as informações adicionais que julgar necessárias para seu completo esclarecimento, através de um delegado por si nomeado junto da Concessionária.
18.3 — Das informações mencionadas nas alíneas a) a
i) do n.º 18.1. deve ser remetida cópia à IP e à UTAP.
19 — Obtenção de licenças
Compete à Concessionária obter todas as licenças e autorizações necessárias ao exercício das atividades inte- gradas na Concessão, observando o cumprimento de todos os requisitos necessários à obtenção das mesmas.
20 — Regime fiscal
Sem prejuízo do disposto na cláusula 21.ª, a Concessio- nária fica sujeita ao regime fiscal aplicável.
21 — Variação na tributação
21.1 — Quando ocorra variação da taxa global de tributação direta sobre o lucro das sociedades — IRC e Derramas — que, conjunta ou isoladamente, tenha por efeito a variação da TIR Acionista em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percen- tuais face ao que se encontra previsto no Caso Base, os pagamentos anuais pela disponibilidade das Autoestradas previstos na cláusula 72.ª são ajustados, para mais ou para menos, consoante o caso, de forma a que, simulado no Caso Base, seja reposto, ano a ano, o valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
21.2 — Sem prejuízo do previsto no número anterior, caso venham a ser implementadas medidas de caráter fis- cal, parafiscal ou contabilístico (com exceção, neste último caso, das decorrentes de medidas aprovadas ao nível da União Europeia de aplicação genérica ao seu território), incluindo, sem limitação, a criação de novos tributos, al- teração das taxas ou da base de incidência de tributos já existentes, eliminação de benefícios fiscais vigentes por respeito à Concessão, ou alterações das regras sobre deter- minação da base tributável ou sobre a dedutibilidade fiscal de custos, e que se prove serem dirigidas a, ou cujo âmbito de aplicação abranja, principalmente, ainda que não em exclusivo, a Concessionária, a Concessão, as atividades concessionadas, as parcerias público-privadas, as conces- sionárias do Estado do setor rodoviário ou a exploração ou utilização de bens do domínio público rodoviário e que, conjunta ou isoladamente, tenham por efeito a varia- ção da TIR Acionista em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percentuais face ao que se encontrar previsto no Caso Base, os pagamentos anuais pela disponibilidade das Autoestradas, previstos na cláusula 72.ª, são ajustados, para mais ou para menos, consoante o caso, de modo a que, simulado no Caso Base, seja reposto, ano a ano, o valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
21.3 — O acerto de pagamentos referido nos números
anteriores é objeto de acordo entre as Partes, devendo, em qualquer caso, o mesmo ser refletido nos pagamentos pela
disponibilidade das Autoestradas do ano em que produzir efeitos a variação prevista no número anterior.
21.4 — Caso o impacto da ocorrência de alguma das situações previstas na presente cláusula se verifique em qualquer um dos anos do prazo adicional da Concessão estipulado no n.º 12.3., há lugar aos ajustamentos referi- dos nos n.os 21.1 e 21.2. sempre que o efeito no resultado líquido da Concessionária seja superior, nesse ano, em valor absoluto, a € 80 000 (oitenta mil euros), a preços correntes, face ao resultado líquido que seria apurado caso tal situação não tivesse ocorrido.
CAPÍTULO V
Financiamento
22 — Responsabilidade da Concessionária
22.1 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 25.ª, a Concessionária é responsável pela obtenção do financia- mento necessário ao desenvolvimento de todas as ativi- dades que integram o objeto da Concessão, por forma a cumprir cabal e atempadamente todas as obrigações por si assumidas no presente Contrato de Concessão, salvo na medida do estipulado nas cláusulas 39.ª e 39.ªA.
22.2 — Com vista à obtenção dos fundos necessários ao desenvolvimento das atividades objeto da Concessão, a Concessionária contraiu os empréstimos e prestou as garantias, celebrando com os Bancos Financiadores os demais atos e contratos que constituem os Contratos de Financiamento.
22.3 — Não são oponíveis ao Concedente quaisquer exceções ou meios de defesa que resultem das relações contratuais estabelecidas pela Concessionária nos termos do número anterior, salvo quando respeitem a responsabi- lidade diretamente assumida pelo Concedente.
23 — Refinanciamento da Concessão
23.1 — A Concessionária, em articulação com o Conce- dente, pode proceder ao Refinanciamento da Concessão, de forma a assegurar a obtenção de níveis de eficiência mais elevados e de custos adequados aos riscos envolvidos.
23.2 — As condições constantes dos instrumentos con- tratuais resultantes do Refinanciamento da Concessão não devem ser mais onerosas para a Concessionária, para os seus acionistas ou para o Concedente do que as existentes nos contratos de financiamento que substituem.
23.3 — Os impactes favoráveis que decorram da concre- tização do Refinanciamento da Concessão são partilhados, em partes iguais, entre a Concessionária e o Concedente, com referência ao valor atual dos mesmos, calculado nos termos referidos nos n.os 23.8. e 23.10.
23.4 — Para efeitos do disposto no número an- terior, procede-se ao confronto entre o Caso Base Pré-
-Refinanciamento e o Caso Base Pós-Refinanciamento.
23.5 — Os impactes favoráveis a que alude o n.º 23.3. correspondem aos diferenciais de cash-flow disponível para os acionistas, apurados por confronto, ano a ano, entre o Caso Base Pré-Refinanciamento e o Caso Base Pós-Refinanciamento.
23.6 — Ao montante apurado nos termos do número anterior são deduzidos os encargos razoáveis suportados e documentados por ambas as Partes com o estudo e a mon- tagem da operação de Refinanciamento da Concessão.
23.7 — As Partes acordam entre si o mecanismo con- creto de partilha dos benefícios decorrentes do Refinan- ciamento da Concessão a que tem direito o Concedente, de acordo com as características do novo modelo financeiro e da situação da Concessão, podendo este consistir:
a) Num pagamento único ao Concedente, a efetuar no momento de realização da operação de Refinanciamento da Concessão;
b) Na dedução faseada aos pagamentos pela disponi- bilidade das Autoestradas, a acordar entre as Partes e a ocorrer em períodos a definir; ou
c) Numa composição resultante das alternativas ante- riores.
23.8 — Para efeitos do pagamento único a que se refere a alínea a) do número anterior, considera-se uma taxa de atualização dos diferenciais de cash-flow a distribuir aos acionistas, calculados nos termos do n.º 23.5., correspon- dente à TIR Acionista do Caso Base.
23.9 — O valor do pagamento único a que se refere a alínea a) do n.º 23.7. é apurado mediante a sua introdução no Caso Base Pós-Refinanciamento num processo iterativo até que se verifique a condição prevista no n.º 23.3..
23.10 — Para efeitos do apuramento do valor de cada uma das deduções referidas na alínea b) do n.º 23.7., é considerado o valor resultante da atualização realizada nos termos do n.º 23.8., capitalizado a uma taxa equivalente ao custo médio ponderado dos capitais próprios e alheios da Concessionária.
23.11 — Os mecanismos de atualização e capitalização têm em consideração a preocupação da repartição equi- tativa dos benefícios do Refinanciamento da Concessão entre as Partes.
23.12 — A Concessionária obriga-se a comunicar de imediato ao Concedente toda e qualquer intenção de pro- ceder a um Refinanciamento da Concessão.
23.13 — O Concedente pode apresentar à Concessio- nária, a qualquer momento, uma proposta de Refinancia- mento da Concessão.
23.14 — Ocorrendo a situação prevista no número an- terior, a Concessionária deve, alternativamente:
a) Demonstrar que a operação proposta pelo Conce- dente tem condições globalmente menos favoráveis do que aquelas que decorram de uma alternativa apresentada pela Concessionária ou do que aquelas que decorrem dos contratos de financiamento vigentes;
b) Negociar a operação de Refinanciamento da Con- cessão proposta.
23.15 — A concretização de um Refinanciamento da Concessão fica, em qualquer caso, dependente da decisão da Concessionária e da aprovação do Concedente.
23.16 — Ocorrendo Refinanciamento da Concessão, o Caso Base então em vigor é substituído pelo Caso Base Ajustado, entendendo-se todas as referências feitas no Con- trato de Concessão para o Caso Base como sendo feitas, a partir desse momento, para o Caso Base Ajustado, o qual passa a integrar o Anexo 13 ao Contrato de Concessão.
24 — Obrigações do Concedente
Sem prejuízo do disposto em contrário no presente Contrato de Concessão, as obrigações do Concedente em matéria de financiamento necessário ao desenvolvimento das atividades integradas na Concessão limitam-se ao
estabelecido na cláusula 25.ª, não assumindo o Concedente qualquer outra responsabilidade ou risco nesta matéria.
25 — Comparticipação de fundos pelo Estado
A comparticipação do Estado no investimento neces- sário à Concessão, no montante total de € 169 591 285 (cento e sessenta e nove milhões quinhentos e noventa e um mil e duzentos e oitenta e cinco euros), foi entregue pelo Concedente à Concessionária nos termos constantes do Anexo 17.
CAPÍTULO VI
Expropriações
26 — Disposições aplicáveis
Às expropriações efetuadas no âmbito do presente Contrato de Concessão são aplicáveis as disposições da legislação portuguesa em vigor.
27 — Declaração de utilidade pública com caráter de urgência
27.1 — São de utilidade pública com caráter de urgên- cia todas as expropriações por causa direta ou indireta da Concessão, competindo ao Concedente a prática dos atos que individualizem os bens a expropriar, nos termos do Código das Expropriações.
27.2 — Compete à Concessionária apresentar ao Con- cedente, nos prazos previstos no Programa de Trabalhos, todos os elementos e documentos necessários à prática dos atos de declaração de utilidade pública, de acordo com a legislação em vigor, com exceção do documento compro- vativo do caucionamento dos valores indemnizatórios a pagar previsto no Código das Expropriações.
27.3 — Caso os elementos e documentos referidos no número anterior enfermem de incorreções ou insuficiên- cias, o Concedente notifica a Concessionária para corrigir as deficiências apontadas, e o prazo para realização das ex- propriações, indicado no Programa de Trabalhos, considera-
-se suspenso relativamente às parcelas face às quais a falta ou incorreção se tenha verificado, a partir da data em que a Concessionária seja notificada pelo Concedente para o efeito, até à efetiva correção das mesmas.
27.4 — Sempre que se torne necessário realizar ex- propriações para manter direitos de terceiros no estabe- lecimento ou restabelecimento de redes, vias de qualquer tipo ou serviços afetados, são estas de utilidade pública e com caráter de urgência, sendo aplicáveis todas as dispo- sições legais que regem a Concessão, podendo os respe- tivos bens não integrar necessariamente o património do Concedente.
28 — Condução e controlo dos processos expropriativos
28.1 — A condução e a realização dos processos expro- priativos dos bens ou dos direitos necessários ao estabe- lecimento da Concessão competem à entidade que o ME designar como entidade expropriante em nome do Estado, à qual cabe também suportar todos os custos inerentes à condução dos processos expropriativos e, bem assim, o pagamento de indemnizações ou de outras compensações derivadas das expropriações ou da imposição de servidões ou de outros ónus ou encargos delas derivados.
28.2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, compete à Concessionária, a todo o tempo e nomeada-
mente no âmbito dos estudos e projetos a apresentar ao Concedente nos termos do capítulo VIII, prestar à entidade expropriante toda a informação e colaboração necessárias à facilitação e rapidez dos processos expropriativos.
28.3 — Os bens e direitos expropriados devem ser entre- gues pelo Concedente à Concessionária, livres de encargos e desocupados, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da apresentação pela Concessionária ao Concedente das plantas parcelares para cada Sublanço.
28.4 — Qualquer atraso, não imputável à Concessio- nária, na entrega pelo Concedente de bens e de direitos expropriados, que impeça que a Concessionária dê início a obras ou trabalhos nesses bens ou ao exercício desses direitos, confere à Concessionária o direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão nos termos da cláusula 94.ª, desde que aquele atraso seja superior a 45 (quarenta e cinco) dias, relativamente a cada Lanço, se ocorrer antes de a Concessionária ter iniciado as obras ou os trabalhos de construção do Lanço em que esses bens e direitos se integrem, ou superior a 15 (quinze) dias, se- guidos ou interpolados, se ocorrer após o início daquelas obras ou trabalhos.
28.5 — Para o cômputo dos 15 (quinze) dias referidos
no número anterior são tidos em consideração os dias de atraso ocorridos antes do início dos trabalhos de cons- trução.
CAPÍTULO VII
IMT
29 — Funções do IMT
Sem prejuízo dos poderes cometidos a outras entidades, sempre que no Contrato de Concessão se atribuam poderes ou se preveja o exercício de faculdades pelo Concedente, tais poderes e tal exercício são executados pelo IMT, o qual fica autorizado para tanto por força das Bases da Concessão e do Contrato de Concessão, salvo quando o contrário resultar do presente Contrato de Concessão ou de disposição normativa.
CAPÍTULO VIII
Projeto e construção das Autoestradas
30 — Conceção, projeto e construção
30.1 — A Concessionária é responsável pela conceção, projeto e construção dos Lanços referidos no n.º 5.1., res- peitando os estudos e projetos apresentados nos termos das cláusulas seguintes e o disposto no presente Contrato de Concessão.
30.2 — Para cumprimento das obrigações assumidas em matéria de projeto e construção das Autoestradas, a Concessionária celebrou com o ACE o Contrato de Projeto e Construção, no âmbito do qual todos e cada um dos mem- bros do ACE garantiram à Concessionária, solidariamente entre si, o cumprimento pontual e atempado das obrigações assumidas pelo ACE em matéria de projeto e construção dos Lanços referidos no n.º 5.1.
30.3 — Não são oponíveis ao Concedente quaisquer exceções ou meios de defesa que resultem das relações contratuais estabelecidas pela Concessionária nos termos do número anterior.
31 — Programa de execução de autoestradas
31.1 — As datas limite de entrada em serviço de cada um dos Lanços referidos no n.º 5.1. são as seguintes:
Lanço | Trimestre |
A7/IC5 Póvoa do Varzim/Famalicão . . . . . . A7/IC5 Guimarães/Fafe . . . . . . . . . . . . . . . . A 7/IC 5/IC 25 Fafe/IP 3 (Vila Pouca de Aguiar). A11/IC14 Esposende/Barcelos . . . . . . . . . . A11/IC14 Barcelos/Braga . . . . . . . . . . . . . . A11/IP9 Braga/Guimarães . . . . . . . . . . . . . . A11/IP9 Guimarães/IP4 . . . . . . . . . . . . . . . . Variante à XX 000 (xx xx XX 0)/Xxxxxxxxxx (XX 101). | 4.º Trimestre de 2004. 4.º Trimestre de 2004. 3.º Trimestre de 2007. 3.º Trimestre de 2005. 3.º Trimestre de 2004. 1.º Trimestre de 2003. 3.º Trimestre de 2005. 2.º Trimestre de 2009. |
31.2 — As datas de entrada em serviço e as datas de início da construção de cada um dos Lanços referidos no número anterior constam do Programa de Trabalhos.
31.3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, em quaisquer alterações ao Programa de Trabalhos, ainda que permitidas ao abrigo das disposições do presente Con- trato de Concessão, deve a Concessionária respeitar os seguintes prazos limite:
a) As obras de construção do primeiro Lanço devem iniciar-se no prazo de 22 (vinte e dois) meses a contar da Data de Assinatura do Contrato de Concessão;
b) A entrada em serviço do primeiro Lanço a construir deve ter lugar no prazo de 43 (quarenta e três) meses a contar da data referida na alínea anterior;
c) No prazo de 80 (oitenta) meses a contar da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, devem encontrar-se em serviço a totalidade das Autoestradas.
31.4 — A Concessionária não pode ser responsabilizada por atrasos causados por modificações unilaterais impostas pelo Concedente ou por quaisquer outros atrasos que sejam imputáveis ao Concedente.
32 — Disposições gerais relativas a estudos e projetos
32.1 — A Concessionária promove, por sua conta e in- teira responsabilidade, a realização dos estudos e projetos relativos aos Lanços a construir, os quais devem satisfazer as normas legais e regulamentares em vigor.
32.2 — Os estudos e os projetos referidos no número anterior devem satisfazer as regras gerais relativas à quali- dade, à segurança, à comodidade e à economia dos utentes das Autoestradas, sem descurar os aspetos de integração ambiental e o enquadramento adaptado à região que as mesmas atravessam, e são apresentados sucessivamente sob as formas de estudos prévios, de projetos base e de projetos de execução, podendo algumas fases de projeto ser dispensadas pelo Concedente, a solicitação devidamente fundamentada da Concessionária.
32.3 — O estabelecimento dos traçados das Autoestra- das com os seus nós de ligação, Áreas de Serviço, praças e sistemas de portagem deve ser objeto de pormenorizada justificação nos estudos e projetos a submeter pela Con- cessionária e tem em conta, nomeadamente, os estudos de caráter urbanístico e de desenvolvimento que existam ou estejam em curso para as localidades ou regiões abran- gidas nas zonas em que esses traçados se desenvolvem, nomeadamente os planos regionais de ordenamento do
território, os planos de desenvolvimento municipal e planos de pormenor urbanísticos.
32.4 — As normas a considerar na elaboração dos pro- jetos, que não sejam taxativamente indicadas no presente Contrato de Concessão nem constem de disposições legais ou regulamentares em vigor, devem ser as que melhor se coadunem com a técnica rodoviária atual.
33 — Programa de estudos e projetos
33.1 — No prazo de 30 (trinta) dias contados da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, a Concessionária submete à aprovação do Concedente um documento em que indica as datas em que se compromete a apresentar todos os estudos e projetos que lhe compete elaborar.
33.2 — O documento referido no número anterior e os estudos e projetos que dele são objeto devem ser elabo- rados e apresentados de forma a permitir o cumprimento pela Concessionária da obrigação de observar as datas de início da construção e de abertura ao tráfego dos respetivos Lanços, estabelecidas nos termos da cláusula 31.ª
33.3 — O documento a que se refere o n.º 33.1. considera-
-se tacitamente aprovado no prazo de 30 (trinta) dias úteis a contar da sua entrega, suspendendo-se aquele prazo em virtude da apresentação, de acordo com critérios de razoa- bilidade, de pedidos de esclarecimento pelo Concedente.
34 — Apresentação dos estudos e projetos
34.1 — Sempre que haja lugar à apresentação de estu- dos prévios, estes devem ser submetidos ao Concedente divididos nos seguintes fascículos independentes:
a) Volume-síntese de apresentação geral do Lanço;
b) Estudo de tráfego, atualizado, que suporte o dimen- sionamento da secção corrente, dos ramos dos nós de liga- ção, dos pavimentos e das barreiras de portagem;
c) Estudo geológico-geotécnico, com proposta de pro- grama de prospeção geotécnica detalhada para as fases seguintes do projeto;
d) Volume geral, contendo as geometrias propostas para as várias soluções de traçado, incluindo nós de ligação e restabelecimentos, a drenagem, a pavimentação, a sinali- zação e segurança, a integração paisagística, as praças de portagem e outras instalações acessórias;
e) Obras de arte correntes;
f) Obras de arte especiais;
g) Túneis;
h) Áreas de Serviço e áreas de repouso;
i) Auditoria de segurança.
34.2 — Os estudos prévios são instruídos conjuntamente com os respetivos Estudos de Impacte Ambiental, elabora- dos em cumprimento da legislação nacional e comunitária em vigor, de forma a que o Concedente os possa submeter ao MAOTE para parecer de avaliação, de acordo com a legislação em vigor.
34.3 — Os projetos base e os projetos de execução devem ser apresentados ao Concedente divididos nos se- guintes fascículos independentes:
a) Volume-síntese de apresentação geral do Lanço;
b) Implantação e apoio topográfico;
c) Estudo geológico e geotécnico;
d) Traçado geral;
e) Nós de ligação;
f) Restabelecimentos, serventias e caminhos parale- los;
g) Drenagem;
h) Pavimentação;
i) Integração paisagística;
j) Equipamento de segurança;
l) Sinalização;
m) Portagens;
n) Telecomunicações;
o) Iluminação;
p) Vedações;
q) Serviços afetados;
r) Obras de arte correntes;
s) Obras de arte especiais;
t) Túneis;
u) Centro de assistência e manutenção;
v) Áreas de Serviço e áreas de repouso;
x) Projetos complementares;
z) Expropriações;
aa) Relatório das medidas de minimização de impactes ambientais;
bb) Auditoria de segurança.
34.4 — Toda a documentação é entregue em quintupli- cado, exceto os Estudos de Impacte Ambiental, que devem ser entregues em 9 (nove) exemplares, com 1 (uma) cópia de natureza informática, cujos elementos devem ser ma- nipuláveis em equipamentos do tipo computador pessoal (PC ou PS), em ambiente Windows (última versão).
34.5 — A documentação informática usa os seguintes tipos:
a) Textos — Microsoft Word, armazenados no formato standard;
b) Tabelas e folhas de cálculo — Microsoft Excel, ar- mazenados no formato standard;
c) Peças desenhadas — formato DXF ou DWG.
34.6 — Se a Concessionária pretender utilizar aplicações ou formatos alternativos aos indicados no número anterior, deve fornecer ao Concedente todas as explicações, meios físicos e software necessários para a sua utilização.
34.7 — Os estudos e os projetos apresentados ao Conce- dente, nas diversas fases, devem ser instruídos com parecer de revisão emitido por entidades técnicas independentes previamente aceites pelo IMT, o qual os submete à apro- vação do ME.
34.8 — A apresentação de projetos ao Concedente deve ser instruída com todas as autorizações necessárias por parte das autoridades competentes.
35 — Critérios de projeto
35.1 — Na elaboração dos projetos das Autoestradas devem respeitar-se as características técnicas definidas nas normas de projeto do IMT ou, caso não existam, da IP, tendo em conta a velocidade base de 120 km/h a 140 km/h, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
35.2 — Em zonas particularmente difíceis por motivos de ordem topográfica ou urbanística, pode ser adotada a velocidade base de 100 km/h e características técnicas in- feriores às indicadas, mediante proposta da Concessionária devidamente fundamentada.
35.3 — O dimensionamento do perfil transversal das Autoestradas (secção corrente) deve ser baseado nos vo- lumes horários de projeto previstos para o ano horizonte,
considerando este como o vigésimo ano após a abertura do Lanço ao tráfego, admitindo-se que esse dimensionamento seja atingido por fases, nos termos da cláusula 39.ª, sem que, no entanto, o número inicial de vias seja inferior a 2 (duas) em cada sentido.
35.4 — Relativamente às obras acessórias e trabalhos complementares a considerar nos projetos e a levar a efeito pela Concessionária, deve atender-se designadamente ao seguinte:
a) Vedação — as Autoestradas são vedadas em toda a sua extensão, utilizando-se, para o efeito, tipos de vedações a aprovar pelo IMT, devendo também as passagens superio- res em que o tráfego de peões seja exclusivo ou importante ser vedadas lateralmente em toda a sua extensão;
b) Sinalização — é estabelecida a sinalização, horizon- tal, vertical e variável, indispensável para a conveniente orientação e segurança da circulação, segundo as normas em uso no IMT;
c) Equipamentos de segurança — são instaladas guardas e outros equipamentos de segurança, nomeadamente no li- mite da plataforma das Autoestradas junto dos aterros com altura superior a 3 m (três metros), no separador quando tenha largura inferior a 9 m (nove metros), bem como na proteção a obstáculos próximos da plataforma ou nos casos previstos nas normas em vigor para o setor;
d) Integração e enquadramento paisagístico — a integra- ção das Autoestradas na paisagem e o seu enquadramento adaptado à região que atravessam são objeto de projetos especializados que contemplem a implantação do traçado, a modulação dos taludes e o revestimento quer destes quer das margens, separador, Áreas de Serviço e áreas de repouso;
e) Iluminação — os nós de ligação, as praças de por- tagem, as Áreas de Serviço e as áreas de repouso devem ser iluminados;
f) Telecomunicações — a Concessão deve ser dotada de um Canal Técnico Rodoviário para instalação da rede de telecomunicações afeta à gestão da Concessão e para instalação de ativos de telecomunicações, nos termos da legislação aplicável, devendo o Canal Técnico Rodoviário, a construir para o efeito, prever a instalação de um cabo de fibra ótica pelo Concedente, cuja utilização lhe fica reservada;
g) Qualidade ambiental — devem existir dispositivos de proteção contra agentes poluentes no solo e aquíferos, bem como contra o ruído.
35.5 — O dimensionamento das praças de portagem deve ser tal que cause o mínimo de incomodidade e perdas de tempo aos utentes das Autoestradas.
35.6 — Ao longo e através das Autoestradas, incluindo nas suas obras de arte especiais, devem ser estabelecidos, onde se julgue conveniente, os dispositivos necessários para que o futuro alojamento de cabos elétricos, telefónicos e outros possa ser efetuado sem afetar as estruturas e sem necessidade de se levantar o pavimento.
35.7 — Os critérios de projeto constantes da presente cláusula devem ser aplicados em todos os Lanços referidos na cláusula 5.ª
36 — Aprovação dos estudos e projetos
36.1 — Os estudos e os projetos apresentados ao Con- cedente nos termos das cláusulas anteriores consideram-se tacitamente aprovados pelo ME no prazo de 60 (sessenta)
xxxx a contar da respetiva apresentação, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
36.2 — A solicitação, pelo Concedente, de correções ou de esclarecimentos aos projetos ou estudos apresenta- dos tem por efeito o reinício da contagem dos prazos de aprovação, se aquelas correções ou esclarecimentos forem solicitados nos 20 (vinte) dias seguintes à apresentação dos documentos em causa, e a mera suspensão daqueles prazos, se a referida solicitação se verificar posteriormente.
36.3 — O prazo de aprovação referido no n.º 36.1, conta-
-se, no caso dos estudos prévios, a partir da data de receção, pelo Concedente, do competente parecer do MAOTE.
36.4 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a aprovação dos projetos pelo ME não envolve responsa- bilidade para o Concedente nem exonera a Concessionária dos compromissos emergentes do presente Contrato de Concessão, ou da responsabilidade que lhe advenha da imperfeição da conceção ou do funcionamento das obras, exceto em caso de modificações unilaterais impostas pelo Concedente e relativamente às quais a Concessionária te- nha manifestado, por escrito, reservas quanto à segurança das mesmas.
36.5 — Tendo em consideração o facto de, relativa- mente aos Lanços referidos no n.º 5.1., não haver ainda Corredor aprovado na Data de Assinatura do Contrato de Concessão, a Concessionária tem direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da cláu- sula 94.ª, no caso de serem impostas modificações subs- tanciais do traçado constante da Proposta ou do traçado alternativo que a Concessionária apresente conjuntamente com o anterior para efeitos de apreciação do Estudo de Impacte Ambiental.
36.6 — Para efeitos do disposto no número anterior, apenas são consideradas como modificações substanciais do traçado aquelas:
a) Que se traduzam na imposição da construção de túneis não considerados nos elementos integrantes da Pro- posta ou no mencionado traçado alternativo; e ou
b) Das quais decorra a localização do traçado aprovado, no todo ou em parte, fora do Corredor considerado na Proposta;
desde que, em qualquer dos casos, se verifique para a Concessionária um aumento de custos ou uma perda de receitas.
36.7 — Se, relativamente ao Lanço a que se refere a alí- nea b) do n.º 5.1., o traçado aprovado pelo ME se inserir no corredor norte e não no corredor sul constante da Proposta, aplicam-se os mecanismos definidos no Anexo 23.
37 — Execução das obras
37.1 — A execução de qualquer obra em cumprimento do presente Contrato de Concessão só pode iniciar-se de- pois de aprovado o respetivo projeto de execução.
37.2 — Compete à Concessionária elaborar e submeter à aprovação do Concedente, que se considera tacitamente concedida quando não seja recusada, por escrito, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da submissão, os ca- dernos de encargos ou as normas de construção, não po- dendo as obras ser iniciadas antes de os mesmos terem sido aprovados e devendo estas ser realizadas com emprego de materiais de boa qualidade e a devida perfeição, segundo as regras da arte, de harmonia com as disposições legais
e regulamentares em vigor e as características habituais em obras do tipo das que constituem objeto da Concessão.
37.3 — Quaisquer documentos que careçam de apro- vação apenas podem circular nas obras com o respetivo visto.
37.4 — A adjudicação, pela Concessionária, de qual- quer obra ou trabalho que se inclua no desenvolvimento das atividades integradas na Concessão a Empreiteiros Independentes deve respeitar a legislação nacional ou co- munitária aplicável.
38 — Programa de Trabalhos
38.1 — Quaisquer alterações propostas pela Conces- sionária ao Programa de Trabalhos devem ser submetidas ao Concedente e devidamente justificadas, não podendo envolver adiamento da data de entrada em serviço do primeiro Lanço a construir e ou da data de entrada em serviço da totalidade das Autoestradas, estabelecidas na cláusula 31.ª
38.2 — Em caso de atraso no cumprimento do Programa de Trabalhos que possa pôr em risco as datas referidas no número anterior, o Concedente notifica a Concessionária para apresentar, no prazo razoável que lhe seja fixado, mas nunca superior a 15 (quinze) dias úteis, um plano de recu- peração do atraso e a indicação do reforço de meios para o efeito necessário, devendo o Concedente pronunciar-se sobre o mesmo no prazo de 15 (quinze) dias úteis a contar da sua apresentação.
38.3 — Caso o plano de recuperação referido no número anterior não seja apresentado no prazo para o efeito fixado, ou caso o mesmo não permita, no entender do Concedente, recuperar o atraso verificado, este pode impor à Conces- sionária a adoção de medidas adequadas e o cumprimento de um plano de recuperação por ele elaborado.
38.4 — Até à aprovação ou imposição de um plano de recuperação nos termos dos números anteriores, a Con- cessionária deve proceder à execução das atividades em causa nos termos definidos no Programa de Trabalhos, obrigando-se, após aquela aprovação ou imposição, a cum- prir o plano de recuperação.
38.5 — Sempre que o atraso no cumprimento do Pro- grama de Trabalhos seja imputável ao Concedente, a Con- cessionária tem direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da cláusula 94.ª
39 — Aumento do número de vias das Autoestradas
39.1 — O aumento do número de vias dos Sublanços das Autoestradas é realizado de harmonia com o seguinte:
a) Nos Sublanços com 4 (quatro) vias, deve ser cons- truída mais uma via em cada sentido, a partir do terceiro ano após o TMDA ter atingido 38 000 (trinta e oito mil) veículos;
b) Nos Sublanços com 6 (seis) vias, deve ser construída mais uma via em cada sentido, a partir do terceiro ano após o TMDA ter atingido 60 000 (sessenta mil) veículos.
39.2 — Os encargos decorrentes do aumento do número de vias dos Sublanços são da responsabilidade do Con- cedente, devendo as respetivas condições de pagamento ser previamente acordadas com a Concessionária, sem prejuízo do disposto nos n.os 39.5. a 39.8. e não havendo lugar a dedução por falhas de disponibilidade ao abrigo da cláusula 72.ª, nos segmentos do Sublanço em causa
afetados, em virtude e durante o período de execução dos trabalhos de aumento do número de vias.
39.3 — Os procedimentos necessários ao aumento do número de vias dos Sublanços são desenvolvidos pela Concessionária, que adota, para o efeito, os procedimen- tos pré-contratuais que possam ser legalmente exigidos, no prazo determinado pelo Concedente, sem prejuízo do disposto no n.º 39.8..
39.4 — Os documentos e peças dos procedimentos pré-
-contratuais, e a respetiva adjudicação, devem ser previa- mente aprovados pelo Concedente, que pode, em qualquer circunstância, determinar a alteração:
a) Dos documentos e das peças do procedimento;
b) Do projeto de decisão de adjudicação, desde que res- peitando as normas legais e regulamentares aplicáveis.
39.5 — Na falta do acordo previsto no n.º 39.2., o Con- cedente deve, atempadamente, disponibilizar à Conces- sionária os meios financeiros necessários ao pagamento do preço devido ao adjudicatário do procedimento pré-
-contratual referido no n.º 39.3..
39.6 — Quaisquer outros eventuais encargos relativos ao desenvolvimento do procedimento pré-contratual refe- rido no n.º 39.3. devem ser acordados previamente entre as Partes, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
39.7 — Na falta do acordo previsto no número anterior, e sem prejuízo do desenvolvimento do procedimento pré-
-contratual relativo à adjudicação do aumento do número de vias, o valor dos encargos aí previstos é fixado pelo tribunal arbitral, nos termos do capítulo XXIV.
39.8 — No caso de não ser legalmente exigível à Con- cessionária a tramitação de procedimento pré-contratual, os termos e as condições relativos ao desenvolvimento do processo de aumento do número de vias são previamente acordados entre as Partes.
39.9 — Na falta do acordo previsto no número anterior, é tramitado um procedimento de natureza concorrencial, com vista à escolha da entidade que procede aos trabalhos de aumento do número de vias, sendo aplicável o disposto nos n.os 39.4. a 39.7..
39.10 — Caso o Concedente opte por não proceder à realização de um aumento do número de vias na data em que tal aumento deva ocorrer, a Concessionária fica apenas obrigada ao cumprimento do nível de serviço C até um TMDA de 60 000 (sessenta mil) ou de 90 000 (noventa mil) veículos, respetivamente para as secções de 4 (qua- tro) ou 6 (seis) vias, e de um nível de serviço D a partir daqueles limiares.
39A — Grandes Reparações de Pavimento
39A.1 — As Grandes Reparações de Pavimento têm por objetivo o descrito no Anexo 27, que detalha ainda:
a) Os tipos de intervenção sobre pavimentos caracterizá- veis como Grande Reparação de Pavimento e os trabalhos aí incluídos;
b) Os Grupos de Sublanços;
c) A área total dos pavimentos de cada Sublanço da Con- cessão, incluindo bermas e ramos dos nós a ele associados, e a área total de cada um dos Grupos de Sublanços;
d) A data de início do programa de Campanhas de Moni- torização de Pavimentos por cada Grupo de Sublanços;
e) As áreas máximas de intervenção pela Concessio- nária;
f) Os critérios de medição relevantes para cada pato- logia.
39A.2 — Cabe à Concessionária a responsabilidade pela conceção, execução e fiscalização das obras inerentes a qualquer Grande Reparação de Pavimento, constituindo os trabalhos para a sua realização justificação para encer- ramento de vias nos termos e para efeitos do estipulado na cláusula 60.ªA.
39A.3 — Não obstante o estipulado no número anterior, os encargos com uma Grande Reparação de Pavimento são suportados da seguinte forma:
a) Os encargos associados à realização de Campanhas de Monitorização de Pavimentos e de Monitorizações Lo- calizadas de Pavimentos, à elaboração das notas técnicas ou dos projetos de execução e à fiscalização das obras são sempre suportados pela Concessionária;
b) Os encargos associados à execução de Grandes Re- parações de Pavimento na sequência de Monitorizações Localizadas de Pavimentos ou de Campanhas de Monito- rização de Pavimentos são da responsabilidade da Conces- sionária, desde que a área a ser intervencionada, somada com o total da área anteriormente intervencionada cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, não ultrapasse, num período de 4 (quatro) anos, para o Grupo de Sublanços em causa e em valores acumulados, a área máxima identificada no Anexo 27;
c) Os encargos associados à execução de Grandes Repa- rações de Pavimento são da responsabilidade do Concedente sempre que: (i) na sequência de uma Campanha de Monito- rização de Pavimentos, a intervenção necessária ultrapasse a área máxima identificada no Anexo 27 ou (ii) a área a intervencionar, somada com o total da área anteriormente intervencionada cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, ultrapasse, num período de 4 (quatro) anos, para o Grupo de Sublanços em causa e em valores acumulados, a área máxima identificada no Anexo 27.
39A.4 — A necessidade de proceder a Grandes Repa- rações de Pavimento é aferida por Grupo de Sublanços, na sequência de Campanhas de Monitorização de Pavi- mentos ou de Monitorizações Localizadas de Pavimentos, sendo a sua execução igualmente gerida por Grupo de Sublanços.
39A.5 — As Campanhas de Monitorização de Pavimen- tos e as Monitorizações Localizadas de Pavimentos são realizadas por entidades independentes da Concessionária e por esta selecionadas de entre as que, propostas pela Concessionária, disponham de prévia aprovação do Con- cedente, o qual se deve pronunciar no prazo de 30 (trinta) dias após a entrega de proposta pela Concessionária.
39A.6 — No âmbito de uma Campanha de Monitoriza- ção de Pavimentos ou de uma Monitorização Localizada de Pavimentos, a entidade responsável pela respetiva re- alização deve emitir relatório, o qual deve ser entregue à Concessionária, com cópia para o Concedente.
39A.7 — Sempre que numa Monitorização Localizada de Pavimentos se verifique alguma situação caracterizável como Grande Reparação de Pavimento, a Concessionária desencadeia, de imediato e a expensas suas, os trabalhos com vista à sua realização, salvo nos casos em que a área a intervencionar, somada com o total da área anteriormente intervencionada desde a última Campanha de Monitori- zação de Pavimentos nesse Grupo de Sublanços cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária,
ultrapasse a área máxima respetivamente identificada no Anexo 27.
39A.8 — Na hipótese prevista na parte final do nú- mero anterior, são da responsabilidade do Concedente os encargos com a realização dessa Grande Reparação de Pavimento, sendo de imediato desencadeado um procedi- mento de Grande Reparação de Pavimento e aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto nos n.os 39A.12. e seguintes.
39A.9 — As Campanhas de Monitorização de Pavi- mentos são realizadas com intervalos de 4 (quatro) anos, ocorrendo a primeira na data identificada no Anexo 27 para o Grupo de Sublanços respetivo.
39A.10 — Sempre que, na sequência de uma Campanha de Monitorização de Pavimentos se verifique alguma situ- ação caracterizável como Grande Reparação de Pavimento, a Concessionária desencadeia, de imediato e a expensas suas, os trabalhos com vista à sua realização, salvo nos casos em que a área a intervencionar, somada com o to- tal da área anteriormente intervencionada desde a última Campanha de Monitorização de Pavimentos nesse Grupo de Sublanços cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, ultrapasse a respetiva área máxima de intervenção pela Concessionária definida no Anexo 27. 39A.11 — Na hipótese prevista na parte final do nú- mero anterior, são da responsabilidade do Concedente os encargos com a realização dessa Grande Reparação de Pavimento, sendo de imediato desencadeado um proce-
dimento nos termos dos números seguintes.
39A.12 — Rececionado o relatório da Campanha de Monitorização de Pavimentos, a Concessionária procede à sua análise no prazo de 30 (trinta) dias, após o que, verificado o estipulado no número anterior, notifica o Concedente, de forma fundamentada, da possibilidade de ser necessária a realização de uma Grande Reparação de Pavimento, identificando, ainda que de forma preliminar e não vinculativa, o tipo e âmbito dos trabalhos que prevê que seja necessário realizar.
39A.13 — No prazo de, respetivamente, 90 (noventa) ou 150 (cento e cinquenta) dias, contados da data de envio da comunicação referida no número anterior, a Concessionária elabora nota técnica ou projeto de execução, em função da complexidade da intervenção, os quais devem incluir, obrigatoriamente, a justificação para a necessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento, uma estimativa orçamental e elementos que definam o âmbito e natureza dos trabalhos a realizar.
39A.14 — A nota técnica ou o projeto de execução referidos no número anterior devem ser enviados ao Con- cedente, dentro do prazo aí estipulado, para apreciação e emissão de parecer pelo Concedente, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, se se tratar de nota técnica, ou de 90 (noventa) dias, se se tratar de projeto de execução. 39A.15 — Sempre que o Concedente emita parecer desfavorável à nota técnica ou ao projeto de execução propostos pela Concessionária deve o mesmo ser acom- panhado da respetiva fundamentação técnica, seja para alterações que entenda adequadas, seja se concluir pela desnecessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento, devendo a Concessionária pronunciar-se no prazo de 15 (quinze) dias quanto ao seu acordo ou
discordância relativamente a esse parecer.
39A.16 — Não havendo acordo entre Concedente e Concessionária sobre a nota técnica ou o projeto de exe- cução, a matéria é submetida por qualquer das Partes à
Comissão de Peritos, à qual compete decidir sobre a efetiva necessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento nos termos do presente contrato, bem como, sendo o caso, sobre o âmbito, o tipo, as características e a extensão dos respetivos trabalhos, determinando, para o efeito e segundo o caso, a aprovação da nota técnica ou do projeto de execução apresentados ou as corresponden- tes alterações que a Concessionária deve incluir nesses documentos.
39A.17 — Tendo as Partes acordado nas alterações a introduzir à nota técnica ou ao projeto de execução ou tendo a Comissão de Peritos determinado a necessidade de tais alterações, a Concessionária procede às correspon- dentes alterações.
39A.18 — Logo que definidos, em termos finais, a nota técnica ou o projeto de execução, a Concessionária desen- volve os procedimentos legalmente exigíveis à contratação da execução de Grandes Reparações de Pavimento, no prazo que razoavelmente venha a ser determinado pelo Concedente atendendo também aos prazos legais aplicá- veis, nunca inferior a 90 (noventa) dias.
39A.19 — Sempre que a responsabilidade pelos respe- tivos encargos seja do Concedente, as Partes acordam o valor e as condições de pagamento da Grande Reparação de Pavimento, sob proposta da Concessionária e no prazo de 30 (trinta) dias a contar da aprovação ou da definição em termos finais da nota técnica ou do projeto de execução.
39A.20 — Existindo acordo quanto ao valor e condi- ções de pagamento da Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, a Concessionária designa o empreiteiro adjudicatário dos respetivos trabalhos.
39A.21 — Na falta do acordo a que se refere o número anterior ou quando legalmente exigível, a Concessioná- xxx deve lançar procedimento pré-contratual, de natureza concorrencial.
39A.22 — Caso seja exigível o lançamento de procedi- mentos pré-contratuais de natureza concorrencial, o Conce- dente indica à Concessionária o preço base e as condições de pagamento, sendo aplicável, em caso de oposição pela Concessionária ao preço base assim indicado, o preço base decidido pela Comissão de Peritos.
39A.23 — Nos casos em que se realize procedimento pré-contratual e tendo sido definidos, em termos finais, a nota técnica ou o projeto de execução, a Concessionária submete ao Concedente, no prazo de 15 (quinze) dias a con- tar dessa definição ou, se mais tarde, do momento em que se determine a necessidade de lançar tal procedimento ao abrigo do n.º 39A.21., as respetivas peças procedimentais, devendo o Concedente pronunciar-se sobre as mesmas no prazo de 15 (quinze) dias e podendo o Concedente deter- minar, fundadamente, alterações às peças procedimentais propostas pela Concessionária, na medida em que não contendam com a nota técnica ou o projeto de execução. 39A.24 — Em caso de realização de procedimento pré-
-contratual de natureza concorrencial, a Concessionária procede à análise e avaliação das propostas recebidas, elaborando, no prazo de 30 (trinta) dias, o respetivo rela- tório e proposta de adjudicação, dos quais deve ser dado conhecimento ao Concedente.
39A.25 — Caso não sejam recebidas quaisquer propos- tas para a execução da Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, procede-se à repetição do procedimento pré-contratual, aplicando-se um novo preço base, definido pela Comissão
de Peritos no prazo de 7 (sete) dias a contar da solicitação, para o efeito, de qualquer das Partes.
39A.26 — Na hipótese prevista no número anterior, o Concedente é responsável pelos efeitos que decorram do consequente atraso na realização da Grande Reparação de Pavimento, considerando-se este atraso, para efeitos do disposto no presente contrato, imputável ao Concedente. 39A.27 — Para a execução dos trabalhos de Grandes Reparações de Pavimento cujos encargos sejam da respon- sabilidade do Concedente ao abrigo do presente contrato, o Concedente disponibiliza, atempadamente, os meios
financeiros necessários ao pagamento do preço devido. 39A.28 — Os contratos de empreitada de Grandes Repa-
rações de Pavimento cujos encargos sejam da responsabili- dade do Concedente são celebrados entre a Concessionária e os empreiteiros adjudicatários, devendo tais contratos prever expressamente que o pagamento ao empreiteiro fica sempre dependente da efetiva entrega, pelo Concedente à Concessionária, dos meios financeiros necessários à sua realização, ficando a Concessionária exonerada de qual- quer responsabilidade por eventuais incumprimentos que sejam causados pelo incumprimento, pelo Concedente, da sua obrigação de disponibilização atempada de tais meios financeiros.
39A.29 — Caso, no âmbito da execução de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da respon- sabilidade do Concedente, se venha a detetar a necessidade de realização de trabalhos não previstos e que se tenham tornado necessários à execução da mesma obra na sequên- cia de uma circunstância imprevista, não é necessário novo procedimento nos termos descritos na presente cláusula, desde que tal necessidade seja confirmada, conjuntamente, pelo autor do projeto de execução ou nota técnica e pela fiscalização da obra e se cumpra o disposto no Código dos Contratos Públicos, sempre que aplicável.
39A.30 — Os trabalhos referidos no número anterior de- vem, em qualquer caso, ser aprovados pelo Concedente, o qual, a pedido da Concessionária, designa um seu represen- tante para acompanhar a respetiva execução e com poderes para emitir, em nome do Concedente, essa aprovação.
39A.31 — Durante a execução dos trabalhos de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, a Concessionária man- tém o Concedente informado do andamento dos trabalhos e de quaisquer vicissitudes que possam pôr em causa o cumprimento, pelo empreiteiro, do respetivo contrato de empreitada.
39A.32 — Tendo sido determinada a necessidade de se proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, caso o Concedente determine o adiamento, a sua não realização, total ou parcial, ou não disponibilize atempadamente os meios financeiros necessários nos termos previstos no presente contrato, este compromete-se a manter indemne a Concessionária face aos efeitos que para ela efetivamente decorram dessa sua decisão, incluindo no que respeita a eventuais custos inerentes à reformulação da nota técnica ou do projeto de execução.
39A.33 — Na hipótese prevista no número anterior, a Concessionária deve ir mantendo o Concedente infor- mado dos possíveis efeitos e pode propor as medidas que considera necessárias com vista a adequar as condições de circulação ao estado das vias.
39A.34 — As aprovações do Concedente previstas na presente cláusula consideram-se tacitamente concedidas
quando não sejam recusadas dentro dos prazos aqui esta- belecidos para o Concedente se pronunciar após a respetiva solicitação.
40 — Vias de comunicação e serviços afetados
40.1 — Compete à Concessionária suportar os encargos relativos à reparação dos estragos que, justificadamente, se verifique terem sido causados em quaisquer vias de comunicação em consequência das obras a seu cargo, bem como restabelecer as vias de comunicação existentes in- terrompidas pela construção das Autoestradas.
40.2 — O restabelecimento de vias de comunicação a que se refere o número anterior é efetuado com um perfil transversal que atenda às normas em vigor, devendo as correspondentes obras de arte dar continuidade à faixa de rodagem, bermas, equipamento de segurança e separador, quando exista, da via onde se inserem e apresentar exterior- mente, de um e outro lado, passeios de largura dependente das características dessas vias.
40.3 — Compete ainda à Concessionária construir, nas Autoestradas, as obras de arte necessárias ao estabeleci- mento das vias de comunicação constantes de planeamento ou projetos oficiais aprovados pelas entidades competentes à data da elaboração do projeto de execução dos Lanços a construir.
40.4 — O traçado e as características técnicas destes restabelecimentos devem garantir a comodidade e a segu- rança de circulação, atentos os volumes de tráfego previstos para as mesmas ou tendo em conta o seu enquadramento viário.
40.5 — A Concessionária é responsável por deficiên- cias ou vícios de construção que venham a detetar-se nos restabelecimentos referidos no n.º 40.1. até 5 (cinco) anos após a data de abertura ao tráfego do Lanço em que se localizam.
40.6 — A Concessionária é ainda responsável pela re- paração de todos e quaisquer danos causados em condutas de água, esgotos, redes de eletricidade, gás, telecomuni- cações e respetivos equipamentos e em quaisquer outros bens de terceiros, em resultado da execução das obras da sua responsabilidade nos termos do presente Contrato de Concessão.
40.7 — A reposição de serviços afetados é efetuada de acordo com as imposições das entidades que neles su- perintenderem, não podendo, contudo, ser exigido que a mesma se faça em condições substancialmente diferentes das preexistentes.
41 — Condicionamentos especiais aos estudos e à construção
41.1 — O Concedente pode impor à Concessionária a realização, em prazo razoável, de modificações aos pro- jetos e estudos apresentados, mesmo se já aprovados, e ao Programa de Trabalhos, quando o interesse público o exija, mediante comunicação dirigida à Concessionária e imediatamente aplicável.
41.2 — Em situações de emergência, estado de sítio e calamidade pública o Concedente pode decretar a suspen- são ou interrupção da execução de quaisquer trabalhos ou obras e adotar as demais medidas que se mostrem adequa- das, mediante comunicação dirigida à Concessionária e imediatamente aplicável.
41.3 — Qualquer património histórico ou arqueológico que seja descoberto no curso das obras de construção das Autoestradas é pertença exclusiva do Concedente, de-
vendo a Concessionária notificá-lo imediatamente da sua descoberta, não podendo efetuar quaisquer trabalhos que possam afetar ou pôr em perigo aquele património sem obter indicações do Concedente relativamente à sua forma de preservação.
41.4 — A verificação de qualquer das situações pre- vistas na presente cláusula confere à Concessionária o direito à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos da cláusula 94.ª
42 — Responsabilidade da Concessionária pela qualidade das Autoestradas
42.1 — A Concessionária garante ao Concedente a qua- lidade da conceção e do projeto, bem como da execução das obras de construção e conservação dos Lanços previstos no n.º 5.1., responsabilizando-se, na medida das obrigações para si resultantes do presente Contrato de Concessão, do Plano de Controlo de Qualidade e do Manual de Operação e Manutenção, pela sua durabilidade, em plenas condições de funcionamento e operacionalidade ao longo de todo o período da Concessão.
42.2 — A Concessionária responde perante o Conce- dente e perante terceiros, nos termos gerais da lei e do presente Contrato de Concessão, por quaisquer danos emer- gentes ou lucros cessantes resultantes de deficiências ou omissões na conceção, no projeto, na execução das obras de construção e na conservação das Autoestradas, devendo esta responsabilidade ser coberta por seguro nos termos da cláusula 79.ª
42.3 — A Concessionária não responde nos termos dos números anteriores sempre que, existindo a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, nos termos da cláusula 39.ªA, não se execute atempadamente a mesma por facto imputável a este.
43 — Entrada em serviço das Autoestradas construídas
43.1 — Imediatamente após a conclusão dos trabalhos indispensáveis à entrada em serviço de cada Lanço procede-
-se, a pedido da Concessionária, à sua vistoria, lavrando-se auto, em que intervêm representantes do Concedente e da Concessionária.
43.2 — O pedido de vistoria deve ser remetido ao Con- cedente com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias relativamente à data pretendida para o seu início.
43.3 — Consideram-se como trabalhos indispensáveis à entrada em serviço de cada Lanço os respeitantes a pa- vimentação, obras de arte, sinalização horizontal e ver- tical, equipamento de segurança, equipamento previsto no âmbito da proteção do ambiente, nomeadamente nas componentes acústica, hídrica e de fauna, bem como os trabalhos que obriguem à permanência de viaturas na faixa de rodagem.
43.4 — A abertura ao tráfego de cada Lanço só pode ter lugar caso se encontrem asseguradas as condições de acessibilidade à rede existente previstas no projeto da obra ou determinadas pelo Concedente como imprescindíveis ao seu bom funcionamento.
43.5 — No caso de o resultado da vistoria ser favorável à entrada em serviço do Lanço em causa, e havendo lugar à realização de trabalhos de acabamento ou de melhoria, é a abertura ao tráfego do referido Lanço ou Sublanço autorizada provisoriamente por despacho do ME, sem prejuízo da realização daqueles trabalhos e da realização de nova vistoria, nos termos do número seguinte.
43.6 — Os trabalhos de acabamento ou de melhoria previstos no número anterior devem ser indicados no auto de vistoria e executados no prazo no mesmo fixado, sendo objeto de nova vistoria nos termos da presente cláusula.
43.7 — Considera-se como ato de receção das obras de construção das Autoestradas o auto de vistoria favorável à sua entrada em serviço devidamente homologado pelo ME ou, caso seja necessário realizar trabalhos de acabamento nos termos do número anterior, o auto lavrado após vistoria daqueles trabalhos que declare estar a obra em condições de ser recebida.
43.8 — No prazo de 1 (um) ano a contar das vistorias referidas nos números anteriores, a Concessionária fornece ao Concedente um exemplar das peças escritas e dese- nhadas definitivas do projeto das obras executadas, em material reprodutível e em suporte informático.
43.9 — A homologação do auto de vistoria favorável à entrada em serviço das Autoestradas não envolve qual- quer responsabilidade do Concedente relativamente às condições de segurança ou de qualidade das mesmas, nem exonera a Concessionária do cumprimento das obrigações resultantes do presente Contrato de Concessão.
44 — Alterações nas obras realizadas e instalações suplementares
44.1 — A Concessionária pode, mediante autorização do Concedente, introduzir alterações nas obras realizadas e, bem assim, estabelecer e pôr em funcionamento insta- lações suplementares.
44.2 — De igual forma, a Concessionária tem de efe- tuar e de fazer entrar em serviço as alterações nas obras realizadas que sejam determinadas pelo Concedente, sem prejuízo do seu direito à reposição do equilíbrio finan- ceiro da Concessão nos termos da cláusula 94.ª, salvo se as alterações determinadas pelo Concedente tiverem a natureza de correções resultantes do incumprimento, pela Concessionária, do disposto na cláusula 42.ª
45 — Demarcação dos terrenos e respetiva planta cadastral
45.1 — A Concessionária procede, à sua custa, com os proprietários dos terrenos vizinhos e em presença de um representante do Concedente, que levanta o respetivo auto, à demarcação dos terrenos que façam parte integrante da Concessão, procedendo em seguida ao levantamento da respetiva planta, em fundo cadastral e a escala não infe- rior a 1:2000, que identifique os terrenos que fazem parte integrante da Concessão, as áreas sobrantes e os restantes terrenos.
45.2 — A demarcação referida no número anterior e a respetiva planta têm de ser concluídas no prazo de 1 (um) ano a contar da data do auto de vistoria relativo à entrada em serviço de cada Lanço.
45.3 — O cadastro referido nos números anteriores é retificado, segundo as mesmas normas, sempre que os terrenos ou as dependências sofram alterações, dentro do prazo que para cada caso seja fixado pelo Concedente.
CAPÍTULO IX
Áreas de Serviço
46 — Requisitos
46.1 — As Áreas de Serviço são construídas de acordo com os projetos apresentados pela Concessionária e aprovados pelo Concedente, os quais devem contemplar
e justificar todas as infraestruturas e instalações que as integram.
46.2 — A Concessionária deve apresentar ao Concedente os projetos das Áreas de Serviço e respetivo programa de execução nos termos das cláusulas 32.ª e seguintes.
46.3 — As Áreas de Serviço a estabelecer ao longo das Autoestradas devem:
a) Dar inteira satisfação aos aspetos de segurança, hi- giene e salubridade, bem como à sua integração cuidada na paisagem em que se situam, quer através da volumetria e partido arquitetónico das construções, quer da vegetação utilizada, devendo obedecer à condição de proporcionarem aos utentes daquelas um serviço de qualidade, cómodo, seguro, rápido e eficiente;
b) Incluir zonas de repouso destinadas a proporcionar aos utentes das Autoestradas locais de descanso agradáveis, bem como postos de abastecimento de combustíveis e de lubrificantes.
46.4 — A distância entre Áreas de Serviço consecutivas a estabelecer nos Lanços a construir não deve ser superior a 50 km (cinquenta quilómetros), salvo se permitido em legislação específica.
46.5 — As Áreas de Serviço integradas na Concessão localizam-se nos seguintes Sublanços:
a) Nó com a EN 205-Barcelos;
b) Calvos — Fafe;
c) Ribeira de Pena — Nó com IP3/A24;
d) Felgueiras — Lousada;
e) Nó A3/A7 — Ceide.
46.6 — Encontra-se excluída da Concessão a Área de Serviço a instalar no Lanço A 11/IP 9 Braga/Guimarães, ficando reservado à IP o direito, livre de quaisquer ónus ou encargos, de a construir e explorar e não tendo a Conces- sionária qualquer direito sobre ela ou obrigação respeitante à mesma.
46.7 — Não são nomeadamente oponíveis à IP quais- quer direitos ou expectativas de quaisquer terceiros, in- cluindo os que possam resultar de eventuais acordos ou diligências encetados pela Concessionária com vista à construção e ou exploração da Área de Serviço referida no número anterior e os que possam vir a ser invocados por entidades exploradoras das demais Áreas de Serviço.
47 — Construção e exploração de Áreas de Serviço
47.1 — A Concessionária não pode subconcessionar ou por qualquer outra forma contratar com terceiros as atividades de exploração das Áreas de Serviço, ou parte delas, sem prévia aprovação dos respetivos termos pelo Concedente.
47.2 — Os contratos previstos no número anterior estão sujeitos, quanto à disciplina da sua celebração, modificação e extinção, ao disposto na cláusula 67.ª
47.3 — Independentemente da atribuição da exploração a terceiros das Áreas de Serviço, nos termos da presente cláusula, a Concessionária mantém os direitos e continua sujeita às obrigações emergentes do presente Contrato de Concessão neste âmbito, responsabilizando-se perante o Concedente pelo cabal cumprimento do mesmo.
47.4 — O regime de exploração das Áreas de Serviço deve cumprir os mínimos estabelecidos no Manual de Operação e Manutenção, salvo autorização expressa do Concedente.
48 — Extinção dos contratos respeitantes a Áreas de Serviço
48.1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin- tes, no Termo da Concessão caducam automaticamente, e em razão daquele termo, quaisquer contratos celebrados pela Concessionária com terceiros relativos à exploração das Áreas de Serviço, ficando esta inteiramente responsável pelas consequências legais e contratuais dessa caducidade, não assumindo o Concedente quaisquer responsabilidades nesta matéria.
48.2 — A Concessionária obriga-se a ceder gratuita- mente ao Concedente a posição contratual para si emer- gente dos contratos referidos no número anterior, se o Con- cedente assim o exigir com uma antecedência mínima de 20 (vinte) dias úteis previamente ao Termo da Concessão.
48.3 — No caso de resgate da Concessão, o Conce- dente assume os direitos e obrigações emergentes dos contratos em vigor respeitantes à exploração das Áreas de Serviço.
49 — Entrada em funcionamento
A entrada em funcionamento das Áreas de Serviço deve ocorrer, o mais tardar, 6 (seis) meses após a entrada em serviço do Lanço onde se integram.
CAPÍTULO X
Exploração e conservação das Autoestradas
50 — Manutenção das Autoestradas
50.1 — A Concessionária obriga-se a manter, durante a vigência do presente Contrato de Concessão, e a expensas suas, as Autoestradas e os demais bens que constituem o objeto da Concessão em funcionamento ininterrupto e permanente, em bom estado de conservação e em perfeitas condições de utilização e de segurança realizando, oportu- namente e de acordo com o disposto no Plano de Controlo de Qualidade e no Manual de Operação e Manutenção, as reparações, as renovações e as adaptações que para o efeito se tornem necessárias e que, nos termos do presente con- trato, sejam da sua responsabilidade, e todos os trabalhos e alterações necessários para que os mesmos satisfaçam cabal e permanentemente os fins a que se destinam.
50.2 — A Concessionária é responsável pela manu- tenção, em perfeito estado de conservação e funciona- mento, do equipamento de monitorização ambiental, dos dispositivos de conservação da Natureza e dos sistemas de proteção contra o ruído, de acordo com o estabelecido no Plano de Controlo de Qualidade e no Manual de Operação e Manutenção.
50.3 — Constitui ainda responsabilidade da Conces- sionária a manutenção e conservação do sistema de ilumi- nação, de sinalização e de segurança nos troços das vias nacionais ou urbanas que contactam com os nós de ligação, até aos limites estabelecidos nos projetos aprovados pelo Concedente.
50.4 — A Concessionária deve respeitar os padrões de qualidade, designadamente para a regularidade e ade- rência do pavimento, conservação da sinalização e do equipamento de segurança e apoio aos utentes, fixados no Manual de Operação e Manutenção e no Plano de Controlo de Qualidade, não lhe podendo ser imputada qualquer responsabilidade pela não conformidade com os padrões de qualidade relacionados com os pavimentos que sejam comprovadamente afetados pela não realização
de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, nos termos da cláusula 39.ªA, sempre que, existindo a necessidade de proceder à mesma, tal não ocorra atempadamente por facto imputável ao Concedente.
50.5 — O Plano de Controlo de Qualidade pode ser alterado por acordo escrito entre a Concessionária e o Concedente, caso em que o Plano de Controlo de Quali- dade, tal como assim alterado, passa a integrar, para todos os efeitos, o Anexo 29 ao presente contrato.
50.6 — Caso a necessidade de alterar o Plano de Con- trolo de Qualidade decorra de alteração das disposições normativas e ou da legislação em vigor aplicáveis, o acordo previsto no número anterior deve ser obtido, na sequência de proposta da Concessionária, no prazo de 90 (noventa) dias após a entrada em vigor das alterações, sem prejuízo de prazo diferente previsto na lei.
50.7 — No Plano de Controlo de Qualidade são esta- belecidos os critérios a verificar, a respetiva periodicidade de verificação, os padrões mínimos a respeitar e o tipo de operação de reposição, designadamente nos seguintes componentes:
a) Pavimentos flexíveis;
b) Obras de arte correntes;
c) Obras de arte especiais;
d) Drenagem;
e) Equipamentos de segurança;
f) Sinalização;
g) Integração paisagística e ambiental;
h) Iluminação;
l) Telecomunicações.
50.8 — O estado de conservação e as condições de exploração dos Lanços e demais bens que integrem ou es- tejam afetos à Concessão são verificados pelo Concedente, competindo à Concessionária proceder, nos prazos que lhe forem fixados, às reparações e beneficiações necessárias à manutenção dos padrões de qualidade previstos no pre- sente Contrato de Concessão e no Plano de Controlo de Qualidade, salvo na medida do diversamente estipulado na cláusula 39.ªA e sem prejuízo do aí disposto.
51 — Transferência da exploração e conservação dos Lanços existentes
51.1 — Os Lanços referidos no n.º 5.2., bem como os equipamentos e instalações a eles afetos, transferem-se para a Concessionária às 24 (vinte e quatro) horas da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, tornando-se a respetiva exploração e conservação da responsabilidade exclusiva da Concessionária a partir desse momento, e podendo a partir desta data iniciar-se a cobrança de por- tagens nos termos das cláusulas 54.ª e seguintes.
51.2 — Consideram-se igualmente transferidos para a Concessionária, na data referida no número anterior, os direitos inerentes a todas as garantias que se encontrem em vigor relativamente a obras realizadas nos Lanços ali referidos, as quais se encontram identificadas no Anexo 14.
51.3 — No prazo de 30 (trinta) dias a contar da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, é realizada conjun- tamente por representantes do Concedente e da Conces- sionária, em data a fixar pelo Concedente, uma vistoria ad perpetuam rei memoriam, da qual é lavrado auto e que tem por objeto exclusivo o registo do estado de conservação
dos Lanços referidos no n.º 5.2. e dos respetivos equipa- mentos e instalações.
51.4 — Uma lista identificativa dos bens afetos à ex- ploração e conservação dos Lanços referidos no n.º 5.2. é elaborada aquando da realização da vistoria prevista no número anterior, devendo ficar anexa ao auto de vistoria ali referido.
51.5 — A Concessionária declara ter pleno conheci- mento do estado de conservação dos Lanços referidos na presente cláusula, bem como das instalações e equipa- mentos a eles afetos ou que neles se integram, e aceitar a respetiva transferência, sem reservas, nos termos e para os efeitos do presente Contrato de Concessão, indepen- dentemente dos resultados da vistoria a que se refere o n.º 51.3.
51.6 — A Concessionária paga ao Concedente, pela transferência dos Lanços referidos no n.º 5.2., um montante global de € 54 867 768,68 (cinquenta e quatro milhões oitocentos e sessenta e sete mil setecentos e sessenta e oito euros e sessenta e oito cêntimos), a liquidar na Data de Assinatura do Contrato de Concessão.
52 — Trabalhadores
52.1 — Na data da transferência da exploração dos Lanços referidos no n.º 5.2., a Concessionária integra nos seus quadros o pessoal da BRISA que pretenda transferir-
-se para a Concessionária e que em tal data esteja afeto à exploração, conservação e assistência dos mesmos Lanços, contratado sem termo certo, cuja identificação e situação funcional e retributiva consta do Anexo 15.
52.2 — A integração faz-se sem perda de quaisquer direitos ou regalias, não sendo consentida a transformação da atual situação funcional em relações laborais precárias, sem embargo de acordo em contrário a definir, caso a caso, entre a Concessionária e os trabalhadores em causa.
53 — Instalações de portagens
As instalações de portagem devem integrar, designa- damente, serviços de cobrança, serviços administrativos e instalações sociais para o pessoal e ser dotadas, tal como os respetivos acessos, dos meios de segurança adequados.
54 — Tarifas de portagem
54.1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as classes de veículos para efeitos da aplicação das tarifas de portagem são, por ordem crescente do respetivo valor tarifário, as seguintes:
Classe | Designação |
1 2 3 4 | Motociclos e veículos com uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, inferior a 1,1 (um vírgula um) metros com ou sem reboque. Veículos com 2 (dois) eixos e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 (um vírgula um) metros. Veículos com 3 (três) eixos e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 (um vírgula um) metros. Veículos com mais de 3 (três) eixos e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 (um vírgula um) metros. |
54.2 — Os veículos ligeiros de passageiros e mistos, tal como definidos no Código da Estrada, com 2 (dois)
eixos, peso bruto superior a 2 300 kg e inferior ou igual a 3 500 kg, com lotação igual ou superior a 5 (cinco) lugares e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo do veículo, igual ou superior a 1,1 m e inferior a 1,3 m, desde que não apresentem tração às 4 (quatro) rodas permanente ou inserível, pagam a tarifa de portagem relativa à classe 1, quando os seus utilizadores:
a) Sejam aderentes a um serviço eletrónico de co- brança;
b) Façam prova, perante a entidade gestora do respetivo sistema eletrónico de cobrança e mediante apresentação de documento oficial emitido pela entidade competente, do preenchimento dos requisitos exigidos neste número.
54.3 — A relação entre as tarifas de portagem das clas- ses 4 e 1, a definir pelo ME, não pode ser superior a 2,5 (dois vírgula cinco).
54.4 — A relação entre as tarifas das classes 2 e 3 e a tarifa da classe 1, a definir pelo ME, não pode ser superior a, respetivamente, 1,75 (um vírgula setenta e cinco) e a 2,25 (dois vírgula vinte e cinco).
54.5 — No Lanço Famalicão/Guimarães são aplicadas, até à atualização a efetuar nos termos do disposto na cláu- sula 56.ª, as seguintes tarifas de portagem por Sublanço, reportáveis a dezembro de 1998:
Classe 1 (um):
EN14-Famalicão — € 0,045/km; Famalicão-Ceide — € 0,046/km; Ceide-Ave — € 0,050/km;
Ave-Guimarães — € 0,054/km.
55 — Taxas de portagem
55.1 — As taxas de portagem para as diferentes classes de veículos definidas nos termos da cláusula 54.ª corres- pondem ao produto da aplicação das tarifas de portagem ao comprimento efetivo de cada Sublanço ou conjunto de Sublanços, acrescido de IVA à taxa em vigor.
55.2 — Entende-se por comprimento efetivo de um Sublanço a extensão de autoestrada medida entre as obras de arte referentes aos nós de ligação.
55.3 — O valor das taxas de portagem a cobrar é arre- dondado para o múltiplo de 5 (cinco) cêntimos de Euro mais próximo ou para outro valor que o Concedente venha a determinar e que melhor se adeque ao sistema monetário em vigor.
55.4 — Tendo em vista a prestação do melhor serviço aos utentes e o interesse público, as taxas de portagem podem ser objeto de variação, designadamente em função da hora do dia em que sejam cobradas, de zonas especiais ou de passagens regulares e frequentes do mesmo veículo, por simples determinação do Concedente, durante o prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1., ou por proposta da Concessionária, com o acordo do Concedente, no eventual período de prorrogação previsto nos n.os 12.3. e seguin- tes.
55.5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as taxas de portagem que a Concessionária está autorizada a cobrar têm como base a tarifa de referência para a classe 1, calculada de acordo com a fórmula referida no n.º 56.1..
55.6 — Para efeitos do disposto no número anterior, a tarifa de referência, reportada a dezembro de 1998, é de
€ 0,054.
55.7 — As taxas de portagem para cada classe de veí- culos, incluindo IVA e após arredondamento nos termos do n.º 55.3., que a Concessionária se encontra autorizada a
cobrar e que se mantêm em vigor até à primeira atualização a efetuar em conformidade com o presente Contrato de Concessão são as seguintes:
Autoestrada | Sublanço | Extensão | Tarifas | Taxas de Portagem | |||
Km | Classe 1 | Classe 1 | Classe 2 | Classe 3 | Classe 4 | ||
A7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . | EN 14 — Famalicão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Famalicão — Ceide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ceide — Ave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ave — Guimarães . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . | 3.1 4.1 7.5 6.1 | 0,045 0,046 0,050 0,054 | 30 40 90 80 | 60 80 160 140 | 80 100 200 180 | 90 110 220 200 |
55.8 — A Concessionária tem direito a cobrar aos uten- tes, além da taxa de portagem, os Custos Administrativos a que haja lugar, nos termos da legislação e regulamentação aplicáveis.
56 — Atualização das tarifas de portagem
56.1 — As tarifas de portagem podem ser atualizadas anualmente, no primeiro mês de cada ano civil, por des- pacho do ME, tendo em atenção a evolução do IPC, de acordo com a expressão seguinte:
59 — Isenções de pagamento de taxas de portagem
59.1 — Estão isentos do pagamento de taxas de por- tagem os veículos afetos às seguintes entidades ou orga- nismos:
a) Presidente da República;
b) Presidente da Assembleia da República;
c) Presidentes do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas;
d) Membros do Governo;
⎢
td (1) = tv(1) × ⎡
IPC( p) ⎤
⎥
e) Procurador-Geral da República;
f) Veículos afetos ao Comando da GNR ou da PSP e
sendo:
⎣ IPC( p − n) ⎦
veículos de forças de segurança afetos à fiscalização do trânsito;
g) Veículos de proteção civil, de bombeiros, ambulân-
td(1) = valor para a data d da tarifa atualizada por Su- blanço e para a classe de veículos 1;
tv(1) = valor da tarifa em vigor por Sublanço, ou da tarifa de referência no caso de Sublanço sem tarifa em vigor, para a classe de veículos 1;
IPC(p) = valor do último IPC publicado;
p = mês a que se refere o último IPC publicado;
n = número de meses decorridos entre a data da última atualização tarifária e a pretendida para a entrada em vigor da nova tarifa;
IPC(p-n) = valor do IPC relativo ao mês (p-n).
56.2 — A IP, após parecer da IGF, deve comunicar à Concessionária o valor das novas tarifas de portagem com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias face à data da entrada em vigor das mesmas.
57 — Formas de pagamento de taxas de portagem
57.1 — As formas de pagamento das taxas de porta- gem incluem o sistema manual, automático e por cartão de débito ou de crédito, devendo ser compatíveis com os sistemas de pagamento em vigor na rede concessionada ou outras que o Concedente autorize.
57.2 — Qualquer alteração das formas de pagamento referidas no número anterior depende de prévia aprovação do Concedente.
58 — Não pagamento de taxas de portagem
O não pagamento ou o pagamento viciado de taxas de portagem devidas nos Lanços e ou Sublanços que inte- gram a Concessão é sancionado nos termos previstos nas disposições legais e regulamentares aplicáveis, incluindo aquelas que regulem as competências e os poderes que assistem aos agentes de fiscalização, nomeadamente da Concessionária, nesta matéria.
cias e outros veículos de emergência a estes equiparáveis, quando devidamente identificados;
h) Veículos militares ou das forças de segurança, quando em coluna;
i) Veículos da Concessionária, bem como os que se possam considerar no âmbito da sua atividade ou ao seu serviço, incluindo os veículos da Operadora;
j) Veículos afetos à IP, ao IMT, à IGF e à AMT, ou ao serviço destas entidades, no âmbito das respetivas funções de fiscalização;
l) Veículos afetos à ANSR — Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária, no âmbito das respetivas funções de planeamento, coordenação, controlo e fiscalização.
59.2 — Os veículos a que se refere o número anterior, com exceção dos indicados na alínea h), devem circular munidos dos respetivos títulos de isenção, a emitir pelo Concedente, nos termos do número seguinte.
59.3 — Apenas é considerado como título de isenção o dispositivo eletrónico associado à matrícula que se en- contre registado como isento para os efeitos previstos na presente cláusula.
59.4 — Salvo na medida do disposto no número se- guinte, os títulos de isenção previstos na presente cláusula têm um período de validade de 2 (dois) anos, renovável.
59.5 — Os títulos de isenção previstos na alínea i) do n.º 59.1. respeitantes a entidades inseridas no âmbito da atividade ou ao serviço da Concessionária são concedidos pelo período de tempo estritamente necessário ao desem- penho das atividades ou serviços em causa, não superior a 6 (seis) meses, renovável.
59.6 — A Concessionária envia, semestralmente, à IP lista atualizada das isenções referidas no número anterior que se encontrem em vigor.
59.7 — A Concessionária não pode conceder isenções de pagamento de taxas de portagem para além das esta- belecidas no n.º 59.1., a não ser por motivos inerentes ao
serviço próprio das Autoestradas e mediante autorização prévia do Concedente.
59.8 — A passagem de um veículo isento não dá lugar a uma Transação.
60 — Operação e manutenção
60.1 — Para cumprimento das obrigações assumidas em matéria de operação e de manutenção do Empreendimento Concessionado, a Concessionária celebrou com a Opera- dora, na Data da Assinatura do Contrato de Concessão, o Contrato de Operação e Manutenção.
60.2 — A Operadora pode ceder a sua posição contratual no contrato referido no número anterior, mediante auto- rização do Concedente, que se deve pronunciar no prazo de 60 (sessenta) dias, sob pena de se considerar a referida autorização tacitamente concedida.
60.3 — A Concessionária não pode opor ao Concedente quaisquer exceções ou meios de defesa que resultem das relações contratuais estabelecidas nos termos dos números anteriores.
60.4 — O Manual de Operação e Manutenção das Au- toestradas estabelece as obrigações a observar pela Con- cessionária ao abrigo do presente contrato em matéria de operação e de manutenção do Empreendimento Conces- sionado, designadamente sobre:
a) Funcionamento de portagens;
b) Informação e normas de comportamento para com os utentes;
c) Segurança dos trabalhadores ao serviço da Conces- sionária;
d) Normas de atuação no caso de restrições de circulação nas Autoestradas;
e) Segurança dos utentes e das instalações;
f) Serviços de vigilância e de assistência aos utentes, com definição das taxas a cobrar aos utentes e sua forma de atualização;
g) Revestimento vegetal;
h) Estatísticas;
i) Áreas de Serviço;
j) Pavimentos;
l) Sinalização temporária;
m) Manutenção corrente da infraestrutura.
60.5 — O Manual de Operação e Manutenção pode ser alterado por acordo escrito entre a Concessionária e o Concedente, caso em que o Manual de Operação e Ma- nutenção, tal como assim alterado, passa a integrar, para todos os efeitos, o Anexo 22 ao presente contrato.
60.6 — Caso a necessidade de alterar o Manual de Ope- ração e Manutenção decorra de alteração das disposições normativas e ou da legislação em vigor aplicáveis, o acordo previsto no número anterior deve ser obtido, na sequência de proposta da Concessionária, no prazo de 90 (noventa) dias após a entrada em vigor das alterações, sem prejuízo de prazo diferente previsto na lei.
60.7 — A Concessionária acorda ainda com o Conce- dente, na presente data, um manual de procedimentos de operação e manutenção das Autoestradas que estabelece as regras e procedimentos a serem adotados com vista ao cumprimento das obrigações que para a Concessionária decorrem do Manual de Operação e Manutenção e que o integra para efeitos de aferição e medida do referido cum- primento das obrigações da Concessionária e da respon- sabilidade desta perante o Concedente e perante terceiros.
60.8 — O manual de procedimentos previsto no nú- mero anterior pode ser alterado por acordo escrito entre a Concessionária e o Concedente.
60A — Encerramento de vias e trabalhos na via
60A.1 — Sem prejuízo do disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas conces- sionadas e as correspetivas obrigações das entidades ex- ploradoras, apenas é permitido, sem penalidade, o encer- ramento de vias, para efeitos devidamente justificados, até ao limite de 20 000 (vinte mil) via x quilómetro x hora por ano, durante o período diurno [das 7 (sete) até às 21 (vinte e uma) horas] e até ao limite de 30 000 (trinta mil) via x quilómetro x hora por ano, durante o período noturno, não sendo considerado encerramento, para efeitos de aplicação de penalidades:
a) O encerramento de vias devido à execução dos tra- balhos de terceiros previstos na cláusula 70.ª;
b) O encerramento de vias devido (i) a casos de força maior, (ii) a imposição das autoridades competentes ou
(iii) à ocorrência de acidentes que obstruam totalmente a via ou causem risco para a circulação.
60A.2 — Todo e qualquer encerramento de vias deve ser previamente comunicado pela Concessionária ao IMT.
61 — Obrigações e direitos dos utilizadores e dos proprietários confinantes das Autoestradas
61.1 — As obrigações dos utilizadores e os direitos e obrigações dos proprietários confinantes com as Autoes- tradas, em relação ao seu policiamento, são as que constam do Estatuto das Estradas Nacionais e de outras disposições legais ou regulamentares aplicáveis, designadamente nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como auto- estradas concessionadas e as correspetivas obrigações das entidades exploradoras.
61.2 — Os utentes têm o direito de ser informados pre- viamente pela Concessionária, na observância do disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como auto- estradas concessionadas e as correspetivas obrigações das entidades exploradoras e no presente Contrato de Conces- são, sobre a realização de obras programadas que afetem as normais condições de circulação nas Autoestradas, de- signadamente as que reduzam o número de vias em serviço ou as que obriguem a desvios de faixa de rodagem.
62 — Disciplina de tráfego
62.1 — A circulação pelas Autoestradas obedece ao disposto no Código da Estrada e nas demais disposições legais ou regulamentares aplicáveis, nomeadamente ao disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas concessionadas e as correspetivas obri- gações das entidades exploradoras.
62.2 — A Concessionária é obrigada, salvo caso de força maior devidamente verificado, que a impeça de cumprir tal obrigação, a assegurar permanentemente, em boas condições de segurança e de comodidade, a circula- ção nas Autoestradas, nos termos e condições definidos neste Contrato de Concessão, sem prejuízo do disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os di-
reitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas concessionadas e as correspetivas obrigações das entidades exploradoras.
62.3 — A Concessionária não responde nos termos do número anterior sempre que, existindo a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, nos termos da cláusula 39.ªA, não se proceda atempadamente à mesma por facto imputável a este.
62.4 — Não obstante o estipulado no número anterior, e sem prejuízo do disposto nos n.os 39A.32. e 39A.33., a Concessionária deve, em qualquer caso e até à realização da Grande Reparação de Pavimento em causa, implementar as medidas necessárias, quer à informação dos utentes sobre o estado da via, utilizando os meios de informação e de sinalização adequados, quer à segurança na circulação, neste último caso salvo na medida em que os trabalhos em causa consubstanciem uma Grande Reparação de Pavi- mento ou quando, por força do decurso do tempo, tenham, em conjunto, um efeito equivalente.
62.5 — A Concessionária deve estudar e implementar os mecanismos necessários para garantir a monitorização do tráfego, a deteção de acidentes e a consequente e siste- mática informação de alerta ao utente, no âmbito da rede concessionada, em articulação com as ações a levar a cabo na restante rede nacional.
62.6 — Deve também a Concessionária submeter-se, sem direito a qualquer indemnização, a todas as medidas adotadas pelas autoridades com poderes de disciplina de tráfego, no domínio da respetiva competência, nomeada- mente em ocasiões de tráfego excecionalmente intenso, com o fim de obter o melhor aproveitamento para todas as categorias de utentes do conjunto da rede viária.
63 — Assistência aos utentes
63.1 — A Concessionária é obrigada a assegurar a as- sistência aos utentes das Autoestradas, nela se incluindo a vigilância das condições de circulação, nomeadamente no que respeita à sua fiscalização e à prevenção de acidentes, nos termos e condições previstos no presente Contrato de Concessão.
63.2 — A assistência a prestar aos utentes nos termos do número anterior consiste no auxílio sanitário e mecâ- nico, devendo a Concessionária instalar para o efeito uma rede de telecomunicações ao longo de todo o traçado das Autoestradas, organizar um serviço destinado a chamar do exterior os meios de socorro sanitário em caso de acidente e promover a prestação de assistência mecânica, nos termos definidos no Plano de Controlo de Qualidade e no Manual de Operação e Manutenção.
63.3 — O serviço referido no número anterior funciona nos centros de assistência e manutenção que a Concessio- nária deve criar, os quais compreendem também as instala- ções necessárias aos serviços de conservação, exploração e policiamento das Autoestradas.
63.4 — Pela prestação do serviço de assistência a Con- cessionária pode cobrar aos respetivos utentes taxas cujo montante deve constar do Manual de Operação e Manu- tenção.
63A — Obrigações perante terceiros
As obrigações da Concessionária, perante terceiros, enquanto entidade exploradora das Autoestradas ao abrigo do presente Contrato de Concessão e, em particular, do
estipulado no presente Capítulo XIII, relativamente a ocor- rências verificadas no Empreendimento Concessionado, são aferidas, exclusivamente, por referência ao cumpri- mento das obrigações para si emergentes do Contrato de Concessão, do Manual de Operação e Manutenção e do Plano de Controlo de Qualidade.
64 — Reclamações dos utentes
64.1 — A Concessionária obriga-se a disponibilizar aos utentes do Empreendimento Concessionado, em locais a determinar, livros de reclamações, os quais podem ser visados periodicamente pelo Concedente.
64.2 — A Concessionária deve enviar ao Concedente, nos 30 (trinta) dias subsequentes ao termo de cada trimes- tre, um relatório sobre todas as reclamações registadas, nomeadamente nos termos do número anterior, acompa- nhado das respostas dadas aos utentes e dos resultados das investigações e demais providências que tenham sido efetuadas.
65 — Estatísticas do tráfego
65.1 — A Concessionária deve organizar uma estatística rigorosa e diária do tráfego nas Autoestradas, incluindo para as Áreas de Serviço, adotando, para o efeito, sistema a estabelecer de acordo com a IP e nos termos do Manual de Operação e Manutenção.
65.2 — Os elementos obtidos são mantidos, sem quais- quer restrições, à disposição do Concedente e da IP, que têm livre acesso aos locais onde estejam instalados os sistemas de controlo.
66 — Participações às autoridades públicas
66.1 — A Concessionária é responsável pela vigilância do Empreendimento Concessionado.
66.2 — A Concessionária obriga-se a participar às au- toridades públicas competentes quaisquer atos ou factos ilegais ou ilícitos de que tenha conhecimento no âmbito das atividades objeto da Concessão.
CAPÍTULO XI
Outros direitos do Concedente
67 — Contratos do Projeto
67.1 — Carecem de aprovação prévia do Concedente, sob pena de nulidade, a substituição, a modificação ou a resolução dos Contratos do Projeto, bem como a celebração pela Concessionária de quaisquer Contratos do Projeto não existentes à Data de Assinatura do Contrato de Concessão, com exceção dos contratos associados à realização de Grandes Reparações de Pavimento, os quais se regem pelo disposto na cláusula 39.ªA.
67.2 — A aprovação do Concedente deve ser comuni- cada à Concessionária no prazo de 30 (trinta) dias úteis a contar da data da receção do respetivo pedido acompanhado de toda a documentação que o deva instruir, suspendendo-
-se o referido prazo em virtude da apresentação de pedidos de esclarecimento pelo Concedente.
67.3 — Decorrido o prazo previsto no número anterior, a aprovação considera-se tacitamente concedida.
67.4 — A Concessionária permanece responsável pe- rante o Concedente pelo desenvolvimento de todas as atividades concessionadas e pelo cabal cumprimento das
obrigações assumidas no Contrato de Concessão, indepen- dentemente da contratação, no todo ou em parte, dessas atividades com terceiras entidades nos termos dos Con- tratos do Projeto, e sem prejuízo das obrigações e respon- sabilidades diretamente assumidas perante o Concedente pelas contrapartes desses contratos.
67.5 — O Termo da Concessão importa a extinção ime- diata de todos os Contratos do Projeto, com exceção dos Contratos de Financiamento, sem prejuízo do disposto em contrário no presente Contrato de Concessão e dos acordos diretos que o Concedente tenha estabelecido ou venha a estabelecer com as respetivas contrapartes.
68 — Outras autorizações do Concedente
68.1 — Carecem igualmente de autorização do Conce- dente, sob pena de nulidade, a substituição, cancelamento ou modificação dos seguintes documentos:
a) Termos e condições dos seguros referidos na cláusula 79.ª;
b) Garantias prestadas a favor do Concedente;
c) Garantias prestadas pelos membros do ACE a favor da Concessionária;
d) Estatutos, durante o período referido no n.º 16.1.;
e) Acordo Parassocial, para efeitos do disposto no n.º 16.2..
68.2 — À aprovação pelo Concedente é aplicável o disposto nos n.os 67.2. e 67.3..
69 — Autorizações, aprovações e outros atos do Concedente
69.1 — Compete ao MEF e ao ME, mediante despa- cho conjunto, a aprovação ou a autorização dos seguintes atos:
a) A alteração do objeto social da Concessionária;
b) O desenvolvimento, pela Concessionária, dentro dos limites físicos da Concessão, de outras atividades para além das integradas na Concessão nos termos do presente Contrato de Concessão;
c) O desenvolvimento de outras atividades, pela Con- cessionária, fora do âmbito e dos limites físicos da Con- cessão;
d) A alteração da hierarquia dos membros do Concor- rente no capital da Concessionária;
e) A redução do capital social da Concessionária;
f) A alteração dos Estatutos da Concessionária;
g) A transmissão ou oneração das ações, nos casos e nos termos previstos nas cláusulas 14.ª e 17.ª;
h) A concretização de uma operação de Refinanciamento da Concessão;
i) As autorizações previstas nas cláusulas 67.ª e 68.ª;
j) O trespasse da Concessão;
69.4 — As autorizações ou aprovações a emitir pelo Concedente nos termos das cláusulas 67.ª e 68.ª ou as suas eventuais recusas não implicam a assunção de quaisquer responsabilidades pelo Concedente nem exoneram a Con- cessionária do cumprimento cabal e atempado das obriga- ções assumidas no presente Contrato de Concessão.
69.5 — As autorizações ou aprovações do Concedente nos termos da cláusula 67.ª não devem ser infundadamente recusadas.
70 — Instalações de terceiros
70.1 — Quando, ao longo do período da Concessão, venha a mostrar-se necessária a passagem nas Autoestradas de quaisquer instalações ou redes de serviço público não previstas anteriormente, a Concessionária deve permitir a sua instalação e manutenção, as quais devem, porém, ser levadas a cabo por forma a causar a menor perturbação possível à circulação nas Autoestradas.
70.2 — A forma e os meios de realização e conservação destas instalações e demais compensações devidas devem ser estabelecidos em contrato a celebrar entre a Concessio- nária e as entidades responsáveis pela gestão dos serviços em causa, as quais devem suportar os respetivos custos de instalação e manutenção.
70.3 — Os contratos referidos no número anterior, bem como quaisquer alterações aos mesmos, necessitam de ser aprovados pelo Concedente.
CAPÍTULO XII
Receitas da Concessionária e partilha de benefícios
71 — Receitas da Concessionária
Constituem receitas próprias da Concessionária:
a) A remuneração anual pela disponibilidade, prevista na cláusula 72.ª;
b) A remuneração prevista na cláusula 74.ª;
c) Os rendimentos da exploração das Áreas de Ser- viço;
d) Quaisquer outras receitas previstas no presente con- trato ou outros rendimentos obtidos no âmbito da sua atividade, designadamente os Custos Administrativos a cobrar aos utentes e a parte que lhe couber das coimas, nos termos da lei.
72 — Remuneração pela disponibilidade das Autoestradas
72.1 — Como contrapartida pelo desenvolvimento das atividades previstas dos n.os 5.1. e 5.2., e até ao final do prazo previsto no n.º 12.1.¸a Concessionária recebe uma remuneração anual, calculada nos termos da fórmula se- guinte:
l) As alterações nas condições das apólices de segu- ros.
69.2 — Sem prejuízo de outro regime expressamente
em que:
Rt = Dist
− Dedt
± ∑Sint
estabelecido, as autorizações ou aprovações previstas no número anterior devem ser expressas e escritas.
69.3 — Sem prejuízo de outras situações expressamente previstas compete, conjuntamente, ao MEF e ao ME o exercício dos poderes do Concedente em matéria de res- gate, de sequestro e de resolução do presente Contrato de Concessão, bem como de reposição do equilíbrio financeiro da Concessão.
R = remuneração anual da Concessionária no ano t;
t
t
Dis = componente da remuneração anual relativa à disponibilidade das Autoestradas verificada no ano t, cal- culada nos termos do n.º 72.2.;
t
Ded = componente correspondente às deduções a efe- tuar em virtude da ocorrência de falhas de disponibilidade no ano t, calculada nos termos do n.º 72.3.;
Sin = montante correspondente à dedução ou incre- mentot imposto em resultado da evolução dos índices de
sinistralidade no ano t, calculado nos termos dos n.os 72.5. e seguintes, com o limite de 2 % (dois por cento) da com-
b) O índice de sinistralidade de todas as concessões com portagem real calcula-se nos seguintes termos:
IS (Conpor) = ∑i ISt (concessãoportagemi ) × Li
t
ponente da remuneração anual relativa à disponibilidade das Autoestradas (Dis ).
72.2 — O apuramento da componente da remuneração
t
em que:
∑i Li
anual relativa à disponibilidade das Autoestradas (Dis ), a que se refere o número anterior, é efetuado nos termost da fórmula seguinte:
IS (Conpor) = índice de sinistralidade de todas as con- cessõt es com portagem real para o ano t;
IS (concessãoportagem) = índice de sinistralidade de
cada t uma das concessões com portagem real em opera-
em que:
Dist
⎡
=
⎢tdit ×
⎣
IPCDezt−1 IPCDez2012
+ td ⎤ × nd
t ⎥ t
⎦
ção;
L = extensão dos lanços em serviço de cada uma das conci essões com portagem real, expresso em quilóme- tros;
tdi = valor da tarifa diária de disponibilidade, atualizá- vel, nto ano t, de acordo com o previsto no Anexo 24;
t
td = valor da tarifa diária de disponibilidade, não atua-
c) O índice de sinistralidade ponderado calcula-se nos seguintes termos:
IS (ponderado) = 60 % × IS (Conc) + 40 % ×
t
lizável, no ano t, de acordo com o previsto no Anexo 24; t
nd = número de dias do ano t em que a Concessão se
encont trou em serviço;
× IS (Conport )
IPC
IPCDezt-1
= IPC a dezembro do ano t-1;
= IPC a dezembro de 2012.
em que:
IS (ponderado) = índice de sinistralidade ponderado
Dez2012
72.3 — O montante total das deduções a efetuar em cada ano em virtude da ocorrência de falhas de disponibilidade
(Ded ), a que se refere o n.º 72.1., é calculado de acordo com at seguinte fórmula:
para to ano t;
IS (Conc) = índice de sinistralidade da Concessão para o anot t;
IS (Conpor) = índice de sinistralidade de todas as con- cessõt es com portagem real para o ano t.
Dedt
= ∑F(Dis)t
72.6 — Sempre que se verifique:
a) IS (Conc) < IS (ponderado), o Concedente soma à
em que:
F(Dis)
= montante correspondente à dedução diária
remunetração anual dt–a1 Concessionária um valor calculado nos termos da alínea a) do número seguinte;
t b) IS (Conc) > IS (ponderado), o Concedente deduz à
imposta em resultado da ocorrência de falhas de disponi- bilidade no ano t, calculada nos termos do n.º 72.18.
72.4 — Considera-se existir uma falha de disponibili- dade quando se verificar alguma das condições de indispo- nibilidade definidas nos n.os 72.15. a 72.18, considerando o disposto nos n.os 39.2. e 72.20..
72.5 — O montante relativo à dedução ou incremento
remunetração anual td–1a Concessionária um valor calculado nos termos da alínea b) do número seguinte.
72.7 — Os incrementos e as deduções referidos no nú- mero anterior são calculados da seguinte forma:
a) Incremento:
imposto em resultado da evolução dos índices de sinis- tralidade (Sin ), a que se refere o n.º 72.1., é calculado de acordo com ats fórmulas seguintes:
Sint
= 2% × (Dis ) × ISt −1 ( ponderado) − ISt (Conc)
t
t IS (Conc)
a) O índice de sinistralidade da Concessão calcula-se nos seguintes termos:
b) Dedução:
Sin
= 2% × (Dis ) × ISt (Conc) − ISt −1 ( ponderado)
N ×108 t t IS (Conc)
IS (Conc) = t t
t
em que:
L ×TDMAt × 365
72.8 — Para efeitos do cálculo do índice de sinistrali- dade previsto nos números anteriores, não é considerado o eventual aumento de acidentes registados no Sublanço
t
IS (Conc) = índice de sinistralidade da Concessão para o ano t;
t
N = número de acidentes no ano t, com vítimas (mortos e ou feridos), registados nos Sublanços da Concessão pela autoridade policial competente;
L = extensão total, em quilómetros, dos Sublanços da Concessão;
t
TMDA = TMDA registado na Concessão no ano t;
ou Grupo de Sublanços, conforme aplicável, no período relativamente ao qual se verifique, por facto imputável ao Concedente, o adiamento, total ou parcial, de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade deste e cuja necessidade tenha sido determinada nos termos da cláusula 39.ªA, ou se opte pela não realização de um aumento do número de vias na data em que tal aumento deva ocorrer, nos termos do disposto na cláusula 39.ª, considerando-se, para o efeito, e com as
devidas adaptações, a média anual do número de acidentes ocorrido nos 3 (três) anos anteriores.
72.9 — No caso de o Termo da Concessão ocorrer em mês diverso do mês de dezembro e até ao final do prazo previsto no n.º 12.1., são feitos os necessários ajustes ao cálculo dos prémios e das multas aplicáveis, na proporção dos meses inteiros que decorram entre janeiro e o Termo da Concessão.
72.10 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 72.ªA, o Concedente procede ao pagamento da remuneração anual pela forma e nas datas em seguida indicadas:
a) Até ao final de cada um dos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro de cada ano são efetuados pagamentos, todos de igual montante, corres- pondentes, na sua globalidade, a 80 % (oitenta por cento) da remuneração anual prevista;
b) Até ao final do mês de fevereiro de cada ano, é efe- tuado um pagamento de reconciliação correspondente à diferença entre a remuneração devida relativa ao ano anterior e os pagamentos efetuados nesse mesmo ano ao abrigo da alínea anterior e da cláusula 72.ªA;
c) Até 15 (quinze) dias antes do termo do prazo previsto na alínea anterior, o Concedente fornece à Concessionária os mapas que serviram de base ao cálculo do pagamento da remuneração anual do ano anterior;
d) Caso a comunicação a que se refere a alínea anterior não ocorra no prazo aí referido, o apuramento do montante do pagamento de reconciliação é efetuado sem considerar os efeitos das deduções por falhas na disponibilidade das Autoestradas, os quais são refletidos num dos pagamentos a serem efetuados durante o ano subsequente ao ano em que tenham ocorrido ao abrigo da alínea a);
e) A Concessionária pode reclamar do montante apurado do pagamento de reconciliação no prazo de 30 (trinta) dias após receção dos mapas referidos na alínea c).
72.11 — A determinação da parte responsável pelo pa- gamento de reconciliação previsto no número anterior é feita da seguinte forma:
a) Se a soma dos pagamentos efetuados em certo ano ao abrigo da alínea a) do n.º 72.10. for superior à remunera- ção anual desse mesmo ano cabe à Concessionária pagar ao Concedente o montante respeitante ao pagamento de reconciliação;
b) Se a soma dos pagamentos efetuados em certo ano ao abrigo da alínea a) do n.º 72.10. for inferior à remune- ração anual desse mesmo ano cabe ao Concedente pagar à Concessionária o montante respeitante ao pagamento de reconciliação.
72.12 — Em caso de mora, superior a 30 (trinta) dias, relativamente ao termo do prazo fixado no n.º 72.10. para
a realização de pagamentos de reconciliação devidos pela Concessionária há lugar à aplicação de juros, calculados à taxa Euribor para operações a 3 (três) meses acrescida de 1 % (um por cento), após o trigésimo primeiro dia e por um período de 30 (trinta) dias, e à taxa legal aplicável depois de decorrido esse período.
72.15 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 72.19. a 72.21., um Sublanço encontra-se disponível, nos termos e para os efeitos do disposto no presente Contrato de Con- cessão, quando se encontrem verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:
a) Condições de acessibilidade: estado ou condição caracterizada por permitir a todos os veículos autorizados terem acesso, na entrada e na saída, ao Sublanço;
b) Condições de segurança: estado ou condição de um Sublanço caracterizada por:
i) Representar o cumprimento integral de todas as dis- posições legais ou regulamentares estabelecidas para a respetiva operacionalidade;
ii) Permitir aos veículos autorizados entrar, sair e circu- lar por esse Sublanço sem mais riscos para a integridade física e bem estar dos utentes e para a integridade dos respetivos veículos do que aqueles que decorreriam da sua normal e prudente utilização;
c) Condições de circulação: estado ou condição do Sublanço caracterizado pelo cumprimento do conjunto de requisitos que permitem a circulação na velocidade e comodidade inerentes ao nível de serviço B e tendo em conta:
i) A regularidade e a aderência do pavimento;
ii) Os sistemas de sinalização, de segurança e de apoio aos utentes e o respetivo estado de manutenção;
iii) Os sistemas de iluminação;
iv) Os sistemas de ventilação de túneis e outros equi- pamentos integrantes das Autoestradas.
72.16 — O nível de serviço de disponibilidade é cal- culado com base na metodologia preconizada na última versão do Highway Capacity Manual e com sistema mé- trico.
72.17 — Em resultado da avaliação da disponibilidade realizada nos termos dos números anteriores, o Concedente determina a extensão de via que se encontra relativa ou absolutamente indisponível, utilizando-se como métrica padrão segmentos de via de 100 (cem) metros de extensão de faixa de rodagem do Sublanço.
72.18 — O montante relativo às falhas de disponibili- dade corresponde à soma das deduções diárias a aplicar, sendo cada uma delas calculada de acordo com a fórmula seguinte:
a realização de pagamentos de reconciliação devidos pelo
F(Dis) = ⎡
IPCDezt−1 ⎤
Concedente há lugar à aplicação de juros, calculados à taxa
t ⎢tdit × IPC
+ tdt ⎥×T × c(g) × c(d)
Euribor para operações a 3 (três) meses acrescida de 1 % (um por cento), após o trigésimo primeiro dia e por um período de 30 (trinta) dias, e à taxa legal aplicável depois de decorrido esse período.
⎣
em que:
Dez2012 ⎦
72.13 — Em caso de mora relativamente ao termo dos prazos fixados na alínea a) do n.º 72.10. há lugar à apli- cação de juros calculados à taxa Euribor para operações a 3 (três) meses acrescida de 1 % (um por cento).
72.14 — Em caso de mora, superior a 30 (trinta) dias, relativamente ao termo do prazo fixado no n.º 72.10. para
tdi = valor da tarifa diária de disponibilidade, atualizá-
t
vel, no ano t, ou, caso no ano t a tarifa seja igual a zero, no ano imediatamente anterior em que a tarifa seja superior a zero, de acordo com o previsto no Anexo 24;
t
td = valor da tarifa diária de disponibilidade, não atuali- zável, no ano t, ou, caso no ano t a tarifa seja igual a zero,
no ano imediatamente anterior em que a tarifa seja superior a zero, de acordo com o previsto no Anexo 24;
IPC = IPC a dezembro do ano t-1; IPCDezt–1 = IPC a dezembro de 2012;
T = rDeelza20ç1ã2 o entre o número total de quilómetros afetados
pela indisponibilidade e o número total de quilómetros da Concessão;
c(g) = coeficiente de gravidade da falha de disponibili- dade, sendo, para este efeito, considerados 2 (dois) graus de indisponibilidade:
i) indisponibilidade absoluta — a que corresponde um coeficiente de valor 1 (um);
ii) indisponibilidade relativa — a que corresponde um coeficiente de valor 0,5 (zero vírgula cinco);
c(d) = coeficiente de duração da falha de disponibili- dade, sendo, para este efeito, considerados 3 (três) graus de indisponibilidade:
i) indisponibilidade durante o período noturno [entre as 21 (vinte e uma) e as 7 (sete) horas] — a que corresponde um coeficiente de valor igual a 0,3xhn/10, sendo hn o número de horas de duração da indisponibilidade nesse período noturno;
ii) indisponibilidade durante o período diurno [entre as 7 (sete) e as 21 (vinte e uma) horas] — a que corres- ponde um coeficiente de valor igual a 0,7xhd/14, sendo hd o número de horas de duração da indisponibilidade no período diurno;
iii) indisponibilidade durante 24 (vinte e quatro) horas — a que corresponde um coeficiente de valor 1 (um).
72.19 — Para efeitos de cálculo do montante referente às falhas de disponibilidade, não são considerados o nú- mero total de quilómetros relativamente aos quais não se verifique o cumprimento da condição prevista na subalí- nea i) da alínea c) do n.º 72.15., relativa à regularidade e aderência do pavimento, que resulte da não realização, por facto imputável ao Concedente, dos trabalhos inerentes a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade deste e cuja necessidade tenha sido determinada nos termos da cláusula 39.ªA, pelo período de tempo correspondente ao atraso na realização desses trabalhos.
72.20 — Caso se verifique o incumprimento de valores padrão mínimos de algum parâmetro caracterizador das condições de circulação a que se refere a subalínea i) da alínea c) do n.º 72.15., os segmentos de sublanço afetados consideram-se ainda assim totalmente disponíveis:
a) No caso de uma Monitorização Localizada de Pavi- mentos ter determinado a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, durante o período de tempo necessário à conclusão dos respetivos trabalhos, desde que a Concessionária não esteja em incumprimento das suas obrigações de operação e manutenção, tal como estabelecidas no Manual de Operação e Manutenção;
b) No caso de uma Campanha de Monitorização de Pa- vimentos ter determinado a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos devam ser suportados pelo Concedente, durante o período de tempo necessário até à conclusão dos respetivos trabalhos, desde que respeitados os prazos parcelares de responsabilidade da Concessionária definidos na cláusula 39.ªA; ou;
c) Durante o prazo de 90 (noventa) dias contados da data de notificação ao Concedente da versão final do re- latório que tenha determinado a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento, nos casos em que os respetivos encargos não sejam da responsabilidade do Concedente nos termos do presente contrato, prorrogável pelo Concedente, a pedido da Concessionária, sempre que existam razões atendíveis que determinem a necessidade dessa prorrogação.
72.21 — Para efeito do disposto na presente cláusula, não são consideradas falhas de disponibilidade as que cor- respondam a encerramentos de vias isentos de penalidade nos termos do n.º 60A.1..
72A — Pagamentos por conta da remuneração anual pela disponibilidade das Autoestradas
72A.1 — O valor das taxas de portagem devidas pelas Transações registadas nas Autoestradas, que, nos termos do presente Contrato de Concessão, deva ser entregue pela Concessionária à IP, pode ser retido e utilizado por aquela, nas datas em que tais taxas de portagem devam ser entre- gues nos termos da cláusula 75.ª, a título de pagamento por conta da remuneração anual pela disponibilidade das Autoestradas devida à Concessionária nesse ano ao abrigo da cláusula 72.ª
72A.2 — O valor dos pagamentos por conta efetua- dos ao abrigo do disposto no número anterior é deduzido aos pagamentos devidos pelo Concedente ao abrigo da alínea a) do n.º 72.10..
72A.3 — Para efeitos do disposto no número anterior, a Concessionária remete ao Concedente, com cópia para a IP, até ao dia 10 de cada um dos meses referidos na alínea a) do n.º 72.10., a respetiva fatura, acompanhada da discriminação dos valores retidos acumulados até à data nos termos do n.º 72A.1. a considerar para efeitos de dedução.
72B — Partilha de benefícios operacionais
72B.1 — A Concessionária, em articulação com o Concedente, compromete-se a desenvolver, até ao final de 2015, os trabalhos tendentes à identificação de outras possíveis melhorias nas condições de execução do Contrato de Concessão, quer numa perspetiva técnica, quer numa perspetiva económica e financeira, com vista à sua im- plementação dentro do referido prazo, ponderando outras alternativas para além das já consagradas neste contrato em execução do memorando de entendimento a que se refere o Considerando (Z) e que, caso venham a reunir o consenso entre Concessionária e Concedente, possam con- tribuir para gerar poupanças adicionais, designadamente decorrentes do seguinte:
a) Otimização de custos de operação e manutenção corrente, em função, nomeadamente, da revisão dos níveis de serviço da Concessão, para além do já consagrado no Manual de Operação e Manutenção;
b) Aproveitamento de outras sinergias sustentáveis re- lacionadas com:
i) Centros de controlo de tráfego;
ii) Centros de assistência e manutenção; e
iii) Centros de manutenção invernal.
72B.2 — Os impactes favoráveis que decorram da con- cretização dos ganhos operacionais previstos no número anterior e que resultem do esforço conjugado da Conces- sionária e do Concedente são partilhados, em partes iguais, entre a Concessionária e o Concedente, e calculados nos termos referidos nos n.os 72B.3. e 72B.4..
72B.3 — Para efeitos do disposto no número anterior, procede-se ao confronto entre o Caso Base Pré-Otimização e o Caso Base Pós-Otimização.
72B.4 — Os impactes favoráveis a que alude o n.º 72B.2. correspondem aos diferenciais de cash-flow disponível para os acionistas, apurados por confronto, ano a ano, entre o Caso Base Pré-Otimização e o Caso Base Pós-
-Otimização.
72B.5 — A parcela dos benefícios previstos na presente cláusula a que tem direito o Concedente é refletida na dedu- ção aos pagamentos pela disponibilidade das Autoestradas previstos em cada ano, a concretizar-se no pagamento de reconciliação a ocorrer em fevereiro do ano seguinte. 72B.6 — O Concedente pode apresentar à Concessioná- ria, a qualquer momento, uma proposta de melhorias das condições de execução do presente Contrato de Concessão,
suscetíveis de gerar ganhos operacionais.
72B.7 — Ocorrendo ganhos operacionais em resultado de uma proposta apresentada nos termos do número ante- rior e aceite pela Concessionária, os benefícios daí resul- tantes são partilhados em termos equitativos, aplicando-
-se, com as devidas adaptações o regime constante dos n.os 72B.3. a 72B.5..
72B.8 — Ocorrendo os ganhos operacionais previstos na presente cláusula, o Caso Base então em vigor é subs- tituído pelo Caso Base Ajustado, entendendo-se todas as referências feitas no Contrato de Concessão para o Caso Base como sendo feitas, a partir desse momento, para o Caso Base Ajustado, o qual passa a integrar o Anexo 13 ao Contrato de Concessão.
n.º 12.3. para efeitos da prorrogação aí prevista e dos be- nefícios a atribuir à Concessionária ao abrigo do n.º 12.4.. 72C.4 — No cumprimento das obrigações respeitantes
à conservação das Autoestradas e realização de Grandes Reparações de Pavimento, as Partes colaboram, de boa-fé, no sentido de minimizar os custos a serem suportados por uma e por outra no cumprimento dessas obrigações, poten- ciando, mutuamente, benefícios que possam ser gerados para o Concedente e para a Concessionária.
CAPÍTULO XIII
Receitas da IP
73 — Receitas de portagem
73.1 — A IP é titular, nos termos regulados no contrato de concessão celebrado entre esta e o Concedente, do di- reito de cobrança de taxas de portagem na rede concessio- nada, incluindo nas Autoestradas, assumindo integralmente a IP o risco de tráfego associado a esse direito, salvo na medida do estipulado na cláusula 75.ªA e sem prejuízo do disposto nas cláusulas 72.ªA e 74.ª
73.2 — As taxas de portagem devidas pelos utentes das Autoestradas constituem receita da IP, salvo na medida do estipulado na cláusula 75.ªA e sem prejuízo do disposto nas cláusulas 72.ªA e 74.ª
74 — Partilha de receitas de portagem
74.1 — No caso de as receitas de portagem obtidas pela Concessionária e entregues à IP, em determinado ano, serem superiores, a preços constantes de 2010, aos montantes previstos no Anexo 25, a Concessionária tem direito a uma remuneração de valor equivalente a 25 % (vinte e cinco por cento) do montante excedente, de acordo com a seguinte fórmula:
72B.9 — As Partes reconhecem que os ganhos ope- racionais da alteração do quadro regulatório e contratual no sentido identificado no anexo I ao memorando de en-
RPRt
= 25% × Mon tan teExcedentet
× IPC Dezt −1
IPC Dez 2009
tendimento a que se refere o Considerando (Z) foram já partilhados e incorporados nos pagamentos pela disponi- bilidade das Autoestradas, não desencadeando a efetivação da mesma a aplicação do disposto na presente cláusula.
72C — Partilha de redução de custos
72C.1 — Caso os encargos suportados pelo Concedente
em que:
RPR = remuneração da Concessionária por partilha de receitast no ano t;
Mon tan teExcedentet =
Max(0; Re ceitadePortagemt )
com a realização de Grandes Reparações de Pavimento até ao final do prazo da Concessão previsto no n.º 12.1. sejam inferiores a € 49 731 080,85 euros (quarenta e nove
IPCDezt −1
IPCDez 2009
− Re ceitaPortagemCasoBaset
milhões setecentos e trinta e um mil e oitenta euros e oitenta e cinco cêntimos), a valores atualizados, a dezembro de 2012, à taxa de 6,08 % (seis vírgula zero oito por cento), a Concessionária beneficia de 20 % (vinte por cento) do diferencial entre o montante de encargos efetivamente incorrido e esse montante.
72C.2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os encargos suportados pelo Concedente com a realiza- ção de Grandes Reparações de Pavimento até ao final do prazo da Concessão previsto no n.º 12.1., são atualizados, a dezembro de 2012, à taxa de 6,08 % (seis vírgula zero oito por cento).
72C.3 — O valor do benefício resultante da aplicação do disposto no n.º 72C.1., atualizado nos termos previstos nos números anteriores, acresce ao montante definido no
Re ceitadePortagem = receitas de portagem obtidas
t
pela Concessionária e entregues à IP no ano t;
t
Re ceitaPortagemCasoBase = receitas de portagem do Caso Base a preços constantes de 2010 para o ano t, de acordo com o previsto no Anexo 25;
Dezt-1
Dez2009
IPC = IPC a dezembro do ano t-1; IPC = IPC a dezembro de 2009.
74.2 — Até ao dia 15 de março de cada ano de vigên- cia do presente Contrato de Concessão, a IP comunica, por escrito, à Concessionária o montante das receitas de portagem referentes ao ano civil anterior, identificando, se aplicável, o excedente verificado face ao previsto no Anexo 25 e o valor da remuneração que eventualmente lhe cabe nos termos do número anterior.
74.3 — Havendo lugar ao pagamento da remuneração prevista no n.º 74.1., deve o mesmo ocorrer, mediante transferência bancária para conta bancária a indicar pela Concessionária, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da notificação referida no número anterior.
75 — Entrega das receitas de portagem
Salvo se diversamente estipulado no presente Contrato de Concessão, a Concessionária entrega à IP o valor das taxas de portagem devidas pelas Transações registadas nas Autoestradas, nos seguintes termos:
a) Semanalmente, no segundo dia útil, o montante efe- tivamente recebido na semana antecedente de taxas de portagem decorrentes de Cobrança Primária;
b) Até ao sétimo dia útil de cada mês, um valor corres- pondente à totalidade das taxas de portagem cobradas em regime de Cobranças Secundária e Coerciva;
c) Até ao sétimo dia útil de cada mês de ordem “n”, o valor correspondente ao montante das receitas de taxas de portagem devidas e ainda não entregues, independen- temente da sua efetiva cobrança aos utentes, relativo às transações registadas no mês de ordem “n-2”.
75A — Período adicional de Concessão e partilha de Receitas Líquidas de Portagem
75A.1 — Caso venha a ocorrer a prorrogação prevista no n.º 12.3., as receitas de taxas de portagem passam a constituir receita da titularidade da Concessionária, que paga à IP o montante equivalente a 20 % (vinte por cento) das Receitas Líquidas de Portagem.
75A.2 — Durante o período de prorrogação fixado no n.º 12.4., a Concessionária deixa de entregar à IP o valor das taxas de portagem definido na cláusula anterior, pas- sando a entregar-lhe, nos mesmos termos aí estabelecidos, com as necessárias adaptações, o montante resultante da aplicação do disposto no número anterior.
75A.3 — A realização de pagamentos ao abrigo da presente cláusula e da cláusula anterior e de pagamentos por conta ao abrigo da cláusula 72.ªA não prejudica as obrigações da Concessionária em matéria de informação e de acesso a dados.
CAPÍTULO XIV
Modificações subjetivas na Concessão
76 — Cedência, oneração, trespasse e alienação
76.1 — Sem prejuízo do disposto em contrário no pre- sente Contrato de Concessão, é interdito à Concessionária ceder, alienar ou por qualquer modo onerar, no todo ou em parte, a Concessão ou realizar qualquer negócio jurídico que vise atingir idênticos resultados.
76.2 — A Concessionária não pode, sem prévia autori- zação do Concedente, trespassar a Concessão.
76.3 — A Concessionária está impedida, designada- mente, de utilizar o Canal Técnico Rodoviário para fins distintos do objeto da Concessão, não podendo o mesmo ser objeto de qualquer negócio jurídico da Concessionária, independentemente da sua natureza, sem prévia autorização do Concedente, na qual são estabelecidos os mecanismos de partilha de benefícios daí decorrentes.
76.4 — Os atos praticados em violação do disposto nos números anteriores são nulos, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis.
76.5 — No caso de trespasse, a Concessionária deve comunicar ao Concedente a sua intenção de proceder ao trespasse da Concessão, indicando todos os elementos do negócio que pretende realizar, bem como o calendário previsto para a sua realização.
76.6 — Ocorrendo trespasse da Concessão, consideram-
-se transmitidos para a nova concessionária os direitos e obrigações da Concessionária, assumindo aquela ainda os deveres, obrigações e encargos que eventualmente lhe venham a ser impostos pelo Concedente como condição para a autorização do trespasse.
76.7 — A Concessionária é responsável pela transfe- rência integral dos seus direitos e obrigações para o tres- passário.
CAPÍTULO XV
Garantias do cumprimento das obrigações da Concessionária
77 — Garantias em benefício do Concedente
O cumprimento cabal e atempado das obrigações assu- midas no presente Contrato de Concessão pela Concessio- nária é garantido, cumulativamente, através de:
a) Caução estabelecida nos montantes e com as con- dições de execução pelo Concedente estipulados na cláusula 78.ª, a qual deve encontrar-se constituída para que possa iniciar-se a vigência do Contrato de Concessão nos termos previstos na cláusula 96.ª, devendo manter-se em pleno vigor e eficácia ao longo de todo o período de duração da Concessão e até 1 (um) ano após a data do Termo da Concessão;
b) Garantias bancárias prestadas a favor da Concessio- nária pelos membros do Agrupamento, enquanto seus acio- nistas, nos montantes que cada um se obrigou a subscrever, garantindo o cumprimento das obrigações assumidas por esta na cláusula 15.ª e por aqueles no Acordo de Subscri- ção, e com as condições de execução pelo Concedente constantes dos Anexos 8 e 18.
78 — Regime das garantias
78.1 — Em atenção às diversas atividades que se inte- gram na Concessão e ao seu desenvolvimento faseado ao longo de todo o período de duração da mesma, as garan- tias previstas na cláusula 77.ª mantêm-se em vigor nos seguintes termos:
a) A caução a que se refere a alínea a) da cláusula 77.ª, no valor determinado nos termos dos números seguintes, mantém-se em vigor até 1 (um) ano após a data do Termo da Concessão;
b) O montante máximo da responsabilidade assu- mida nos termos das garantias referidas na alínea b) da cláusula 77.ª é progressivamente reduzido à medida em que for sendo cumprido o Acordo de Subscrição, extinguindo-
-se a garantia com o cumprimento integral deste acordo pelos acionistas da Concessionária.
78.2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o valor da caução é fixado pela forma seguinte:
a) O valor da caução prestada pela Concessionária na Data de Assinatura do Contrato de Concessão é de
€ 2 493 989,48 (dois milhões quatrocentos e noventa e três mil novecentos e oitenta e nove euros e quarenta e oito cêntimos);
b) Enquanto se encontrarem Lanços em construção, a caução é reforçada, no mês de janeiro de cada ano, no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do orçamento das obras de cada Lanço a realizar nesse ano;
c) No mês seguinte à data da entrada em serviço de cada um dos Lanços construídos, o montante da caução correspondente a esse Lanço é reduzido a 1 % (um por cento) do investimento efetuado em formação bruta de capital fixo.
78.3 — O valor da caução determinado nos termos do número anterior nunca pode ser inferior a € 2 493 989,48 (dois milhões quatrocentos e noventa e três mil novecentos e oitenta e nove euros e quarenta e oito cêntimos).
78.4 — No ano seguinte à data de entrada em serviço da totalidade das Autoestradas, o valor da caução corresponde a 1 % (um por cento) do valor do investimento efetuado em formação bruta de capital fixo totalidade dos Lanços construídos, apurado de acordo com o balanço aprovado relativo ao exercício anterior, valor esse que é atualizado anualmente de acordo com o IPC publicado para o ano anterior.
78.5 — A caução pode ser constituída, consoante opção da Concessionária, por uma das seguintes modalidades:
a) Depósito em numerário constituído à ordem do Con- cedente;
b) Garantia bancária emitida por instituição de crédito em benefício do Concedente;
c) Seguro-caução constituído em benefício do Conce- dente junto de companhia de seguros.
78.6 — Os termos e condições de constituição da cau- ção em qualquer das modalidades previstas no número anterior e, bem assim, as respetivas instituições emitentes ou depositárias, quaisquer modificações subsequentes dos termos de constituição da caução e o seu cancelamento ou redução, devem merecer prévia aprovação do Concedente, a qual se considera tacitamente concedida quando não seja recusada, por escrito, no prazo de 30 (trinta) dias úteis.
78.7 — Os termos e condições das garantias referidas na alínea b) da cláusula 77.ª não podem ser alterados sem autorização prévia do Concedente, a qual se considera tacitamente concedida quando não seja recusada, por es- crito, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, comprometendo-se expressamente a Concessionária ao cumprimento de todas as obrigações que para si resultam ou possam resultar da manutenção em vigor das mesmas garantias, nos exatos termos em que foram prestadas.
78.8 — O Concedente pode utilizar a caução sempre que a Concessionária não cumpra as obrigações líquidas e certas resultantes do presente Contrato de Concessão, nomeadamente quando:
a) A Concessionária não proceda ao pagamento das multas contratuais nos termos do n.º 85.3.;
b) A Concessionária não proceda ao pagamento dos prémios de seguro nos termos do n.º 79.5.;
c) Tal se revele necessário em virtude da aplicação do disposto no n.º 82.2., no n.º 88.6. ou no n.º 91.5.; ou
d) Tal se revele necessário em virtude do incumprimento do disposto na alínea a) do n.º 72.11.
78.9 — Sempre que o Concedente utilize a caução nos termos do número anterior, a Concessionária deve proceder à reposição do seu montante integral no prazo de 1 (um) mês a contar da data da notificação à Concessionária do despacho referido no número seguinte.
78.10 — Há recurso imediato à caução nas situações previstas no n.º 78.8., mediante despacho do ME, sob pro- posta do IMT, sem necessidade de prévia decisão judicial ou arbitral sobre a matéria em causa.
78.11 — A caução pode ser levantada pela Concessio- nária dentro do prazo de 1 (um) ano a contar da data do Termo da Concessão.
79 — Cobertura por seguros
79.1 — A Concessionária deve assegurar a existência e manutenção em vigor das apólices de seguro necessárias para garantir uma efetiva e compreensiva cobertura dos riscos inerentes ao desenvolvimento das atividades inte- gradas na Concessão, por seguradoras aceitáveis para o Concedente, de acordo com critérios de razoabilidade.
79.2 — As apólices de seguro respeitantes à construção e à exploração e conservação da Concessão e os respetivos termos e condições constam do Anexo 19.
79.3 — Nenhum projeto é aprovado, nem podem ter início quaisquer obras ou trabalhos no Empreendimento Concessionado, sem que a Concessionária apresente ao Concedente comprovativo de que as apólices de seguro aplicáveis se encontram em vigor nas condições estipuladas no Anexo 19.
79.4 — O Concedente deve ser indicado como um dos cossegurados nas apólices de seguro indicadas no Anexo 19, devendo o cancelamento, suspensão, modificação ou substituição de quaisquer apólices ser previamente apro- vados pelo Concedente.
79.5 — O Concedente pode proceder, por conta da Con- cessionária, ao pagamento direto dos prémios dos seguros quando a Concessionária não o faça, mediante recurso à caução.
CAPÍTULO XVI
Fiscalização do cumprimento das obrigações da Concessionária
80 — Fiscalização pelo Concedente
80.1 — Os poderes de fiscalização do cumprimento das obrigações da Concessionária emergentes do presente Contrato de Concessão são exercidos pelo MEF para os aspetos económicos e financeiros e pelo ME para os demais aspetos, e pela UTAP, nos termos legais ou que venham a ser definidos pelo MEF.
80.2 — As competências do ME são exercidas pelo IMT e as do MEF são exercidas pela IGF.
80.3 — A Concessionária faculta ao Concedente, ou a qualquer outra entidade por este nomeada, desde que devidamente credenciada, livre acesso a todo o Empreen- dimento Concessionado, bem como a todos os livros de atas, listas de presença e documentos anexos relativos à Concessionária, livros, registos e documentos relativos às instalações e atividades objeto da Concessão, incluindo as estatísticas e registos de gestão utilizados, e presta sobre todos esses documentos os esclarecimentos que lhe sejam solicitados.
80.4 — Podem ser efetuados, a pedido do Concedente, de acordo com critério de razoabilidade e na presença de
representantes da Concessionária, ensaios que permitam avaliar as condições de funcionamento e características das Autoestradas, e do equipamento, sistemas e instalações às mesmas respeitantes, correndo os respetivos custos por conta da Concessionária.
80.5 — As determinações do Concedente que venham a ser emitidas no âmbito dos poderes de fiscalização, in- cluindo as relativas a eventuais suspensões dos trabalhos de construção, são imediatamente aplicáveis e vinculam a Concessionária, sem prejuízo da possibilidade de posterior recurso a arbitragem nos termos do presente contrato.
80.6 — Os poderes de fiscalização do cumprimento das obrigações resultantes do presente Contrato de Concessão não envolvem qualquer responsabilidade do Concedente pela execução das obras de construção em condições de operacionalidade e segurança.
80.7 — Todas as imperfeições ou vícios de conceção, execução ou funcionamento das obras mencionadas no número anterior são da exclusiva responsabilidade da Con- cessionária, salvo as imperfeições ou vícios que, nos termos de arbitragem realizada nos termos previstos no presente contrato, se conclua terem resultado de determinações do Concedente.
81 — Controlo da construção das Autoestradas
81.1 — A Concessionária obriga-se a apresentar ao Con- cedente, semestralmente, os elementos do plano geral de trabalhos traçados sobre documentos que contenham o plano geral incluído no Programa de Trabalhos.
81.2 — A Concessionária obriga-se a apresentar ao Con- cedente, trimestralmente, os planos parcelares de trabalho traçados sobre documentos que também contenham planos parcelares e os cronogramas incluídos no Programa de Trabalhos.
81.3 — Os eventuais desvios devem ser fundamenta- dos nos documentos referidos nos números anteriores e, tratando-se de atrasos, devem ser indicadas as medidas de recuperação previstas.
81.4 — A Concessionária obriga-se ainda a fornecer, em complemento dos documentos referidos nos n.os 81.1. e 81.2., todos os esclarecimentos e informações adicio- nais que lhe sejam razoavelmente solicitados pelo Con- cedente.
82 — Intervenção direta do Concedente
82.1 — Quando a Concessionária não tenha respeitado as determinações expressamente emitidas pelo Concedente no âmbito dos seus poderes de fiscalização, no prazo que razoavelmente lhe tenha sido fixado, assiste a este a fa- culdade de proceder à correção da situação, diretamente ou através de terceiro, correndo os custos para o efeito incorridos por conta da Concessionária.
82.2 — O Concedente pode recorrer à caução para pa- gamento dos custos incorridos em aplicação do disposto no número anterior.
CAPÍTULO XVII
Responsabilidade extracontratual perante terceiros
83 — Pela culpa e pelo risco
83.1 — A Concessionária responde, nos termos do pre- sente Contrato de Concessão e da lei geral, por quaisquer
prejuízos causados a terceiros no exercício das atividades que constituem o objeto da Concessão, pela culpa ou pelo risco, não sendo assumido pelo Concedente qualquer tipo de responsabilidade neste âmbito, salvo na medida do disposto no n.º 83.3..
83.2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a medida da responsabilidade da Concessionária, pela culpa ou pelo risco, deve aferir-se pelo grau do cumprimento das obrigações que, para a Concessionária, emergem do presente Contrato de Concessão, incluindo do Plano de Controlo de Qualidade e do Manual de Operação e Manu- tenção, constituindo causa de exclusão de responsabilidade o seu comprovado cumprimento.
83.3 — O Concedente responde pelos danos causados a terceiros no desenvolvimento das atividades que cons- tituem o objeto da Concessão por facto que ao primeiro seja imputável, designadamente por qualquer atraso na realização de uma Grande Reparação de Pavimento cuja necessidade tenha sido determinada nos termos estipu- lados na cláusula 39.ªA e cujos encargos sejam da sua responsabilidade.
84 — Por prejuízos causados por entidades contratadas
84.1 — A Concessionária responde ainda, nos termos gerais da relação comitente-comissário, pelos prejuízos causados pelas entidades por si contratadas para o de- senvolvimento das atividades compreendidas na Con- cessão.
84.2 — Constitui especial dever da Concessionária promover, e exigir a qualquer entidade com a qual ve- nha a contratar que promova, as medidas necessárias para salvaguarda da integridade física do público e do pessoal afeto à Concessão, devendo ainda cumprir e zelar pelo cumprimento dos regulamentos de higiene e segurança em vigor a cada momento.
CAPÍTULO XVIII
Incumprimento e cumprimento defeituoso do contrato
85 — Incumprimento
85.1 — Sem prejuízo das situações de incumprimento que podem dar origem ao sequestro ou à resolução do Con- trato de Concessão nos termos referidos nas cláusulas 88.ª e 89.ª, o incumprimento imputável à Concessionária dos deveres e obrigações emergentes do Contrato de Conces- são, ou das determinações do Concedente emitidas no âmbito da lei ou deste contrato, origina a aplicação de multas contratuais pelo Concedente, cujo montante varia entre um mínimo de € 4 987,98 (quatro mil novecentos e oitenta e sete euros e noventa e oito cêntimos) e um máximo de € 99 759,58 (noventa e nove mil setecentos e cinquenta e nove euros e cinquenta e oito cêntimos), em função da gravidade das infrações.
85.2 — Caso a infração consista em mora no cumpri-
mento da data de entrada em serviço dos Lanços a construir fixada nos termos da cláusula 31.ª, as multas referidas no número anterior:
a) São aplicadas por cada dia de atraso;
b) Têm como limite global máximo o montante de
€ 4 987 978,98 (quatro milhões novecentos e oitenta e sete mil novecentos e setenta e oito euros e noventa e oito cêntimos); e
c) São aplicáveis nos termos seguintes:
i) Até ao montante de € 14 963,94 (catorze mil nove- centos e sessenta e três euros e noventa e quatro cêntimos) por dia de atraso, entre o primeiro e o trigésimo dia de atraso, inclusive;
ii) Até ao montante de € 24 939,90 (vinte e quatro mil novecentos e trinta e nove euros e noventa cêntimos) por dia de atraso, entre o trigésimo primeiro e o sexagésimo dia de atraso, inclusive;
iii) Até ao montante de € 49 879,79 (quarenta e nove mil oitocentos e setenta e nove euros e setenta e nove cêntimos) por dia de atraso, entre o sexagésimo primeiro e o nonagésimo dia de atraso, inclusive;
iv) Até ao montante de € 62 349,74 (sessenta e dois mil trezentos e quarenta e nove euros e setenta e quatro cênti- mos) por cada dia de atraso, entre o nonagésimo primeiro e o centésimo vigésimo dia de atraso, inclusive;
v) Até ao montante de € 74 819,68 (setenta e quatro mil oitocentos e dezanove euros e sessenta e oito cêntimos) a partir do centésimo vigésimo primeiro dia de atraso.
85.3 — Caso a Concessionária não proceda ao paga- mento das multas contratuais que lhe forem aplicadas no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da sua fixação, o Concedente pode utilizar a caução prestada nos termos da cláusula 78.ª para pagamento das mesmas, ficando a Con- cessionária obrigada à sua reposição integral, nos termos dispostos naquela cláusula.
85.4 — Os valores mínimo e máximo das multas esta- belecidos na presente cláusula são atualizados anualmente de acordo com o IPC publicado para o ano anterior.
85.5 — A aplicação de multas, que é sempre precedida de audição da Concessionária nos termos da lei, não pre- judica a aplicação de outras sanções contratuais nem de outras sanções previstas na lei ou em regulamento.
85.6 — O atraso, imputável à Concessionária, no cum- primento da obrigação referida na cláusula 75.ª confere à IP o direito aos juros de mora sobre o montante em dívida, a liquidar na data da respetiva entrega, calculados dia-a-dia à taxa Euribor para o prazo de 3 (três) meses, acrescida de 2 (dois) pontos percentuais, a contar do primeiro dia subsequente àquele em que a entrega do montante em causa seja devida e até integral pagamento.
86 — Força maior
86.1 — Consideram-se unicamente casos de força maior, com as consequências fixadas nos números seguintes e sem prejuízo do disposto no n.º 86.3., os acontecimentos imprevisíveis e irresistíveis, exteriores à Concessionária e cujos efeitos se produzem independentemente da vontade ou das circunstâncias pessoais da mesma.
86.2 — Constituem, nomeadamente, casos de força maior atos de guerra, hostilidades ou invasão, tumultos, rebelião ou terrorismo, epidemias, radiações atómicas, fogo, raio, graves inundações, ciclones, tremores de terra e outros cataclismos naturais que diretamente afetem as atividades compreendidas na Concessão.
86.3 — Consideram-se excluídos da previsão dos nú- meros anteriores os eventos naturais cujo impacte deva ser suportado pelas Autoestradas, nos termos dos projetos aprovados e dentro dos limites por estes previstos.
86.4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 86.5., a ocor- rência de um caso de força maior tem por efeito exonerar a Concessionária da responsabilidade pelo não cumprimento
das obrigações emergentes do presente Contrato de Con- cessão que sejam afetadas pela ocorrência do mesmo, na estrita medida em que o respetivo cumprimento pontual e atempado tenha sido efetivamente impedido, e dá lugar, sujeito ao disposto no n.º 86.7., à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão nos termos da cláusula 94.ª ou, caso a impossibilidade de cumprimento do Contrato de Concessão se torne definitiva ou a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão se revele excessivamente onerosa para o Concedente, à resolução do presente Contrato de Concessão.
86.5 — Sempre que um caso de força maior corres- ponda, desde pelo menos 6 (seis) meses antes da sua veri- ficação, a um risco segurável em praças da União Europeia por apólices comercialmente aceitáveis, e independente- mente de a Concessionária ter efetivamente contratado as respetivas apólices, verifica-se o seguinte:
a) A Concessionária não fica exonerada do cumprimento pontual e atempado das obrigações emergentes do presente Contrato de Concessão, na medida em que aquele cumpri- mento se tornasse possível em virtude do recebimento da indemnização aplicável nos termos da apólice comercial- mente aceitável relativa ao risco em causa;
b) Há lugar à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos do n.º 86.7., apenas na medida do excesso dos prejuízos sofridos relativamente à indemnização total pas- sível de ser obtida nos termos da apólice comercialmente aceitável relativa ao risco em causa, independentemente das limitações resultantes de franquia;
c) Há lugar à resolução do Contrato de Concessão, nos termos do n.º 86.7., quando, apesar do recebimento da indemnização aplicável nos termos da apólice comercial- mente aceitável relativa ao risco em causa, a impossi- bilidade de cumprimento das obrigações emergentes do Contrato de Concessão seja definitiva ou a reposição do equilíbrio financeiro seja excessivamente onerosa para o Concedente.
86.6 — Ficam em qualquer caso excluídos da previsão do número anterior, ainda que correspondam a riscos se- guráveis por apólices comercialmente aceitáveis, os casos de força maior identificados do n.º 86.2. e, bem assim, os eventos naturais previstos nos projetos aprovados pelo Concedente cujo impacte exceda o estabelecido naqueles projetos.
86.7 — Perante a ocorrência de um caso de força maior, as Partes acordam se há lugar à reposição do equilíbrio fi- nanceiro da Concessão ou à resolução do presente Contrato de Concessão, recorrendo-se, caso não se chegue a acordo, a arbitragem, nos termos previstos no presente contrato.
86.8 — Verificando-se a resolução do Contrato de Concessão nos termos da presente cláusula, observa-se, nomeadamente, o seguinte:
a) O Concedente assume os direitos e obrigações da Concessionária emergentes ao abrigo dos Contratos de Financiamento, exceto os relativos a incumprimentos ve- rificados antes da ocorrência do caso de força maior;
b) Quaisquer indemnizações pagáveis ao abrigo de segu- ros em que o Concedente seja cossegurado são diretamente pagas ao Concedente.
86.9 — A Concessionária obriga-se a comunicar de ime- diato ao Concedente a ocorrência de qualquer evento quali- ficável como caso de força maior ao abrigo do disposto na
presente cláusula, bem como, no mais curto prazo possível, a indicar quais as obrigações emergentes do Contrato de Concessão cujo cumprimento, no seu entender, se encontra impedido por força de tal ocorrência e, se for o caso, as medidas que pretende pôr em prática a fim de mitigar o impacte do referido evento e os respetivos custos.
CAPÍTULO XIX
Extinção e suspensão da Concessão
87 — Resgate
87.1 — Nos últimos 5 (cinco) anos de duração da Con- cessão, pode o Concedente, sempre que o interesse público o justifique, proceder ao respetivo resgate, a todo o tempo, mas nunca antes de decorrido 1 (um) ano a contar da noti- ficação à Concessionária da intenção de resgate.
87.2 — Pelo resgate, o Concedente assume automati- camente todos os direitos e obrigações da Concessionária emergentes dos Contratos do Projeto.
87.3 — As obrigações assumidas pela Concessionária por força de contratos por si celebrados após a notificação do resgate só são assumidas pelo Concedente quando tais contratos tenham obtido, previamente à sua celebração, a autorização do Concedente.
87.4 — Em caso de resgate, a Concessionária tem direito à prestação pelo Concedente, a título de indemnização e em cada ano, desde a data do resgate até ao termo do prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1., de uma quantia cor- respondente ao somatório dos reembolsos, remunerações e de outros cash-flows para acionistas previstos no Caso Base, mas ainda não pagos, para cada ano desse período, acrescido, caso à data do resgate a Concessionária seja titular do direito à prorrogação estabelecido no n.º 12.3., do montante equivalente à parte ainda não recuperada pela Concessionária do valor aí estipulado.
87.5 — Os montantes a pagar pelo Concedente nos termos do número anterior são deduzidos de eventuais obrigações da Concessionária vencidas e não cumpridas à data do resgate.
87.6 — O montante da indemnização a que se refere o n.º 87.4. não pode, em qualquer circunstância, ser superior ao que seria expectável que viesse a ocorrer caso a Con- cessionária mantivesse a Concessão até ao final do prazo do Contrato de Concessão.
87.7 — Se, após o decurso de 90 (noventa) dias desde a notificação prevista no n.º 87.1., ainda não existir acordo relativamente ao apuramento do montante da indemniza- ção a que se referem os números anteriores, qualquer das Partes pode recorrer a arbitragem, nos termos previstos no presente contrato.
88 — Sequestro
88.1 — Em caso de incumprimento grave, pela Conces- sionária, das obrigações emergentes do presente Contrato de Concessão, o Concedente pode, mediante sequestro, to- mar a seu cargo a realização de obras e o desenvolvimento das atividades integradas na Concessão ou a exploração dos serviços da Concessão.
88.2 — O sequestro pode ter lugar, nomeadamente, caso se verifique qualquer das seguintes situações:
a) Cessação ou interrupção, total ou parcial, das obras ou da exploração dos serviços com consequências graves;
b) Deficiências graves na organização e regular desen- volvimento das atividades objeto da Concessão, ou no estado geral das instalações e equipamentos que compro- metam a continuidade das obras, a sua integridade, a segu- rança de pessoas e bens ou a regularidade da exploração;
c) Atrasos anormais na construção das Autoestradas que ponham em risco o cumprimento do prazo estabele- cido para a sua entrada em serviço e que não tenham sido resolvidos nos termos da cláusula 38.ª
88.3 — Verificando-se qualquer situação que possa dar lugar ao sequestro da Concessão nos termos dos núme- ros anteriores, observa-se, com as devidas adaptações, o processo de sanação do incumprimento previsto nos n.os 89.3. a 89.5.
88.4 — A Concessionária é responsável pela imediata disponibilização do Empreendimento Concessionado logo que lhe seja comunicada a decisão de sequestro da Con- cessão.
88.5 — Durante o período de sequestro da Concessão, o Concedente aplica os montantes dos pagamentos referidos nas cláusulas 72.ª e 74.ª, se aplicável, em primeiro lugar, para acorrer aos encargos resultantes da manutenção dos serviços e às despesas necessárias ao restabelecimento do normal funcionamento do Empreendimento Concessionado e, em segundo lugar, para assegurar o cumprimento do ser- viço da dívida da Concessionária decorrente dos Contratos de Financiamento, sendo o remanescente, se o houver, entregue à Concessionária, findo o período de sequestro.
88.6 — A Concessionária suporta os encargos resultan- tes da conservação dos serviços e as despesas necessárias ao restabelecimento do normal funcionamento da Con- cessão, podendo o Concedente recorrer à caução caso os montantes dos pagamentos devidos durante o período de sequestro não sejam suficientes para o efeito.
88.7 — Logo que restabelecido o normal funcionamento da Concessão, a Concessionária é notificada para retomar a Concessão, no prazo que razoavelmente lhe seja fixado pelo Concedente.
89 — Resolução
89.1 — O Concedente, sob proposta do ME, e ouvidos o IMT, a IGF e a UTAP, pode pôr fim à Concessão através da resolução do Contrato de Concessão, em caso de violação grave, contínua, se aplicável, e não sanada ou não sanável das obrigações da Concessionária decorrentes do presente Contrato de Concessão.
89.2 — Constituem, nomeadamente, causas de resolu- ção do Contrato de Concessão por parte do Concedente as seguintes situações:
a) Abandono da construção, exploração ou conservação da Concessão;
b) Dissolução ou sentença de declaração de insolvência da Concessionária;
c) Não cumprimento reiterado das obrigações que origi- naram a aplicação das sanções previstas na cláusula 85.ª;
d) Xxxxxx ou impossibilidade da Concessionária em retomar a Concessão nos termos do n.º 88.7. ou, quando o tenha feito, continuação das situações que mantiveram
o sequestro;
e) Falta de prestação ou de reposição da caução nos termos e prazos previstos;
f) Cedência ou trespasse da Concessão, no todo ou em parte, sem prévia autorização;
g) Incumprimento voluntário de decisões judiciais ou arbitrais transitadas em julgado;
h) Desobediência reiterada às determinações do Con- cedente, com prejuízo para a execução das obras ou da exploração e conservação das Autoestradas;
i) Qualquer atividade fraudulenta destinada a lesar o interesse do público.
89.3 — Verificando-se um dos casos de incumprimento referidos no número anterior ou qualquer outro que, nos termos da presente cláusula, possa motivar a resolução do Contrato de Concessão por parte do Concedente, este notifica a Concessionária para, no prazo que razoavelmente lhe seja fixado, cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou reparar as consequências dos seus atos, exceto tratando-se de uma violação não sanável.
89.4 — Caso a Concessionária não cumpra as suas obrigações ou não corrija ou repare as consequências do incumprimento havido, nos termos determinados na no- tificação referida no número anterior, o Concedente pode resolver o Contrato de Concessão mediante comunicação enviada à Concessionária, com prévio cumprimento do disposto no número seguinte.
89.5 — Caso o Concedente pretenda resolver o Con- trato de Concessão nos termos do número anterior, deve previamente notificar de tal intenção por escrito o agente dos Bancos Financiadores, nos termos e para os efeitos do estabelecido no Anexo 21.
89.6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a comunicação da decisão de resolução referida no n.º 89.4. produz efeitos imediatos, independentemente de qualquer outra formalidade.
89.7 — Em casos de fundamentada urgência que não se compadeça com as delongas do processo de sanação do incumprimento regulado no n.º 89.3., o Concedente pode, sem prejuízo da observância daquele processo e do cumprimento do disposto no n.º 89.5., proceder de imediato ao sequestro da Concessão nos termos definidos na cláusula 88.ª
89.8 — A resolução do Contrato de Concessão origina o dever de indemnizar por parte da Concessionária, devendo a indemnização ser calculada nos termos gerais de direito e podendo o Concedente recorrer à caução caso a indemni- zação não seja paga voluntariamente pela Concessionária.
89.9 — Ocorrendo resolução do Contrato de Concessão pela Concessionária por motivo imputável ao Concedente, este deve indemnizar a Concessionária nos termos gerais de direito e é responsável pela assunção de todas as obrigações da Concessionária emergentes dos Contratos de Finan- ciamento, com exceção das relativas a incumprimentos verificados antes da ocorrência do motivo da resolução.
90 — Caducidade
90.1 — O Contrato de Concessão caduca quando se ve- rificar o termo do prazo da Concessão nos termos da cláu- sula 12.ª, extinguindo-se as relações contratuais existentes entre as Partes, sem prejuízo das disposições deste contrato que perduram para além do Termo da Concessão.
90.2 — Verificando-se a caducidade do Contrato de Concessão nos termos do número anterior, a Concessio- nária é inteiramente responsável pela cessação dos efeitos de quaisquer contratos, incluindo os Contratos do Projeto, de que seja parte, não assumindo o Concedente qualquer responsabilidade nessa matéria, sem prejuízo do disposto no n.º 48.2..
91 — Reversão de bens
91.1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 91.6., no Termo da Concessão revertem gratuita e automaticamente para o Concedente todos os bens que integram a Concessão nos termos da cláusula 9.ª, obrigando-se a Concessionária a entregá-los em perfeito estado de conservação e de fun- cionamento, nos termos aqui estipulados, sem prejuízo do normal desgaste do seu uso para os efeitos do pre- sente Contrato de Concessão, e livres de quaisquer ónus ou encargos, salvo se, no que respeita aos pavimentos, o âmbito, extensão, características ou calendarização de Grandes Reparações de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente não tenha tido em conta, por ação ou omissão deste, as medidas para atender a essas condições.
91.2 — Caso a Concessionária não dê cumprimento ao disposto no número anterior, o Concedente promove a realização dos trabalhos que sejam necessários à reposição do estado de conservação e de funcionamento dos bens aí referidos, sendo as respetivas despesas custeadas por conta da caução.
91.3 — Se, no decurso dos 2 (dois) últimos anos de vi- gência da Concessão, se verificar que a Concessionária não se mostra capaz de cumprir a obrigação referida no n.º 91.1. e a caução não for suficiente para cobrir as despesas a re- alizar ou a Concessionária não preste garantia bancária de valor adequado para o efeito, pode o Concedente obrigar a Concessionária a entregar-lhe o montante necessário para levar a efeito os trabalhos tidos por convenientes.
91.4 — No Termo da Concessão, o Concedente procede a uma vistoria dos bens referidos na cláusula 9.ª, na qual participam representantes das Partes, destinada à verifi- cação do estado de conservação e manutenção daqueles bens, devendo ser lavrado o respetivo auto.
91.5 — Ocorrendo a dissolução ou liquidação da Con- cessionária, não pode proceder-se à partilha do respetivo património social sem que o Concedente ateste, através do auto de vistoria mencionado no número anterior, encontrarem-se os bens referidos na cláusula 9.ª na situação descrita no n.º 91.1. ou sem que se mostre assegurado, no- meadamente através da caução, o pagamento de quaisquer quantias devidas ao Concedente, a título de indemnização ou a qualquer outro título.
91.6 — O Concedente pode autorizar que os bens re- feridos na alínea c) da cláusula 8.ª, na medida em que se encontrem igualmente afetos à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem no âmbito de outros con- tratos de concessão, continuem afetos à execução desses contratos.
CAPÍTULO XX
Condição financeira da Concessionária
92 — Assunção de riscos
A Concessionária expressamente assume integral res- ponsabilidade por todos os riscos inerentes à Concessão, exceto nos casos em que o contrário resulte do presente Contrato de Concessão.
93 — Caso Base
93.1 — O Caso Base representa a equação financeira com base na qual é efetuada a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da cláusula 94.ª
93.2 — O Caso Base apenas pode ser alterado quando haja lugar, nos termos da cláusula 94.ª, à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão e exclusivamente para refletir a reposição efetuada, bem como nos demais casos e termos estipulados no Contrato de Concessão.
94 — Equilíbrio financeiro
94.1 — Tendo em atenção a distribuição de riscos esti- pulada no presente Contrato de Concessão, a Concessio- nária tem direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos estabelecidos na presente cláusula, nos seguintes casos:
a) Modificação unilateral, imposta pelo Concedente, das condições de desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, desde que, em resultado direto da mesma, se verifique, para a Concessionária, um significativo aumento de custos ou uma significativa perda de receitas;
b) Ocorrência de casos de força maior nos termos da cláusula 86.ª, exceto se, em resultado dos mesmos, se ve- rificar a resolução do Contrato de Concessão nos termos do n.º 86.7.;
c) Alterações legislativas de caráter específico, que te- nham um impacte significativo e direto sobre as receitas ou custos respeitantes à exploração das Autoestradas;
d) Casos em que o direito de aceder à reposição do equilíbrio financeiro é expressamente previsto no presente Contrato de Concessão.
94.2 — As alterações à lei geral, designadamente à lei fiscal e à lei ambiental, ficam expressamente excluídas da previsão da alínea c) do número anterior.
94.3 — Sempre que a Concessionária tenha direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, tal re- posição é, sem prejuízo do disposto no número seguinte, efetuada de acordo com o que de boa fé for estabelecido entre as Partes, em negociações que devem iniciar-se logo que solicitadas pela Concessionária.
94.4 — Decorridos 30 (trinta) dias sobre a notificação do início de negociações sem que as Partes cheguem a acordo sobre os termos em que a reposição do equilíbrio financeiro deve ocorrer, tal reposição tem lugar com re- ferência ao Caso Base, com as alterações que este tenha sofrido ao abrigo do n.º 93.2. e é constituída pela reposição de dois dos três valores constantes do Caso Base para os seguintes Critérios Chave, selecionados pela Concessio- nária:
a) Rácios de Cobertura Anual do Serviço da Dívida Xxxxxx;
b) Xxxxxx Xxxxxx de Cobertura da Vida do Emprés- timo;
c) TIR Acionista, relativa ao total do seu investimento em capital, prestações acessórias de capital, suprimen- tos ou outros empréstimos subordinados por eles feitos à Concessionária.
94.5 — A reposição do equilíbrio financeiro da Conces- são nos termos da presente cláusula apenas deve ter lugar na medida em que, como consequência do impacte isolado ou cumulativo dos eventos referidos no n.º 94.1.:
a) Qualquer Xxxxx xx Xxxxxxxxx Xxxxx do Serviço de Dívida Sénior ou qualquer Xxxxx xx Xxxxxxxxx Anual da Vida do Empréstimo sejam reduzidos em mais de 0,01 (zero vírgula zero um) pontos percentuais;
b) Qualquer valor anual da TIR Acionista seja reduzido em mais de 0,01 (zero vírgula zero um) pontos percentuais.
94.6 — Sempre que os Rácios de Cobertura Anual do Serviço da Dívida Sénior e os Rácios Anuais de Cobertura da Vida do Empréstimo se situem, no ano ou anos afetados por qualquer dos eventos referidos no n.º 94.1., em valores iguais ou superiores, respetivamente, a 2,00 (dois) e 2,50 (dois vírgula cinquenta), a reposição do equilíbrio finan- ceiro da Concessão pode limitar-se à reposição de ambos aqueles valores mínimos, desde que sejam integralmente repostos os valores anuais da TIR Acionista e simulta- neamente assegurado o serviço da dívida subordinada, bem como a distribuição anual de dividendos, nos termos previstos no Caso Base.
94.7 — Caso o direito à reposição do equilíbrio finan- ceiro da Concessão tenha origem em eventos que ocor- ram após o decurso do prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1., o direito da Concessionária à reposição do equilíbrio financeiro e a medida da reposição apuram-se de acordo com os termos gerais de direito, sendo tal reposição efetuada em termos que permitam repor o equilíbrio eco- nómico e financeiro do contrato em vigor à data do evento e salvaguardar as legítimas expectativas da Concessionária durante o prazo adicional referido no n.º 12.3..
94.8 — Sempre que o direito da Concessionária à re- posição do equilíbrio financeiro cubra efeitos que se re- percutem para além do prazo da Concessão estipulado no n.º 12.1., a medida da reposição, no que respeita a tais efeitos, observa o disposto no número anterior.
94.9 — Sempre que haja lugar à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, tal reposição tem lugar através de uma das seguintes modalidades, consoante, de entre elas, a que, para cada caso, e sem prejuízo do disposto no número seguinte, seja escolhida por acordo entre as Partes ou, na falta de acordo, através de processo de arbitragem nos termos previstos no presente contrato:
a) Atribuição de compensação direta pelo Concedente;
b) Prorrogação do prazo da Concessão;
c) Combinação das modalidades anteriores ou qualquer outra forma que seja acordada pelas Partes.
94.10 — Caso, durante a fase de projeto e construção das Autoestradas, se verifique qualquer dos eventos refe- ridos no n.º 94.1., a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão tem lugar através da atribuição de compensação direta pelo Concedente.
94.11 — A reposição do equilíbrio financeiro da Con- cessão efetuada nos termos da presente cláusula é, relati- vamente ao evento que lhe deu origem, única, completa e final para todo o período da Concessão, sem prejuízo de aquela reposição poder ser parcialmente diferida em relação a quaisquer efeitos específicos do evento em causa que, pela sua própria natureza, não sejam suscetíveis de uma razoável avaliação imediata ou sobre cuja existência, incidência ou quantificação as Partes não hajam chegado ainda a acordo.
94.12 — Para os efeitos previstos na presente cláusula, a Concessionária deve notificar o Concedente da ocorrên- cia de qualquer evento que possa dar lugar à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos 30 (trinta) dias seguintes à data da sua ocorrência.
CAPÍTULO XXI
Direitos de propriedade Industrial e Intelectual
95 — Direitos de propriedade industrial e intelectual
95.1 — A Concessionária fornece gratuitamente ao Con- cedente todos os projetos, planos, plantas, documentos e outros materiais, de qualquer natureza, que se revelem necessários ou úteis ao desempenho das funções que a este incumbem nos termos do presente Contrato de Concessão, ou ao exercício dos direitos que lhe assistem nos termos do mesmo, e que tenham sido adquiridos ou criados no desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, seja diretamente pela Concessionária, seja pelos terceiros que para o efeito subcontratar.
95.2 — Os direitos de propriedade intelectual relativos aos estudos e projetos elaborados em cumprimento do Contrato de Concessão são transmitidos gratuita e exclu- sivamente ao Concedente no Termo da Concessão, com- petindo à Concessionária adotar todas as medidas para o efeito necessárias.
CAPÍTULO XXII
Aplicação no tempo
96 — Início da vigência da Concessão
O Contrato de Concessão entra em vigor na Data de Assinatura do Contrato de Concessão, contando-se a partir dessa data o prazo da Concessão.
97 — Produção de efeitos das alterações ao Contrato de Concessão
97.1 — As alterações ao Contrato de Concessão acorda- das na presente data produzem efeitos a partir da obtenção de visto do Tribunal de Contas, expresso ou tácito, ou da confirmação por aquele Tribunal de que as mesmas não se encontram sujeitas a procedimento de fiscalização prévia nos termos da respetiva Lei de Organização e Processo.
97.2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a remuneração anual da Concessionária entre 1 de janeiro de 2013 e a data aí fixada corresponde aos valores anuais resultantes da aplicação da cláusula 72.ª
97.3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 97.1., as res- ponsabilidades financeiras do Concedente associadas à realização de Grandes Reparações de Pavimento, tal como redefinidas nos termos da cláusula 39.ªA, produzem efeitos desde 1 de janeiro de 2013.
97.4 — As Partes comprometem-se a realizar os paga- mentos de acerto que, em face de pagamentos e deduções que possam já ter sido realizados e aplicados por referência ao período entre 1 de janeiro de 2013 e a data da produção de efeitos estipulada no n.º 97.1. (incluindo a título de multas, outras penalidades ou deduções por indisponibi- lidade da via desde que não constituam incumprimento do presente contrato, tal como alterado na presente data) se venham a revelar necessários de forma a salvaguardar o efeito financeiro das alterações ora acordadas ao Contrato de Concessão a 1 de janeiro de 2013, tendo em conside- ração o perfil de pagamentos pela disponibilidade das Autoestradas previsto no Caso Base desde essa data.
97.5 — A cessação da vigência do presente Contrato de Concessão não prejudica a aplicação das cláusulas em que as Partes acordam no efeito dessa cessação, designa-
damente das cláusulas em que se estipulam obrigações de pagamento pelo Concedente, ou pela Concessionária, de compensações, indemnizações ou contrapartidas resultan- tes da reversão dos bens, as quais se mantêm em vigor até integral cumprimento pela Parte respetiva.
CAPÍTULO XXIII
Disposições diversas
98 — Notificações, comunicações, autorizações e aprovações
98.1 — As notificações, comunicações, autorizações e aprovações previstas no presente Contrato de Concessão, salvo disposição específica em contrário, são efetuadas por escrito e remetidas:
a) Em mão, desde que comprovadas por protocolo;
b) Por telefax, desde que comprovado por “Recibo de transmissão ininterrupta”;
c) Por correio registado com aviso de receção.
98.2 — Consideram-se, para efeitos do presente Con- trato de Concessão, como domicílios das Partes, as seguin- tes moradas e postos de receção de fax:
a) Concedente:
Instituto da Mobilidade e Transportes, I. P. (IMT, I. P.)
Av. das Forcas Armadas, n.º 00 0000-000 Lisboa
Fax: 000 000 000;
b) Concessionária:
Ascendi Norte, Auto-Estradas do Norte, S. A. Edifício Ariane, Rua Antero de Quental, n.º 381, 3.º Perafita, Matosinhos
Fax: 00 000 00 00.
98.3 — As Partes podem alterar os seus domicílios in- dicados no número anterior, mediante comunicação prévia dirigida à outra Parte, a cuja produção de efeitos se aplica a regra estabelecida no número seguinte.
98.4 — As comunicações previstas no presente Contrato de Concessão consideram-se efetuadas:
a) No próprio dia em que sejam transmitidas em mão ou por telefax, se entre as 9 (nove) e as 17 (dezassete) horas, ou no dia útil imediatamente seguinte, no caso de serem efetuadas após as 17 (dezassete) horas;
b) 3 (três) dias úteis depois de remetidas pelo correio.
98.5 — Sempre que o Concedente enviar à Conces- sionária qualquer comunicação ou notificação ao abrigo das cláusulas 88.ª e 89.ª, tal comunicação ou notificação deve igualmente ser enviada ao agente dos Bancos Fi- nanciadores.
99 — Prazos e sua contagem
Os prazos fixados no presente Contrato de Conces- são contam-se em dias ou meses seguidos de calendário, salvo quando contenham a indicação de dias úteis, caso em que apenas se contam os dias em que os serviços da Administração Pública se encontrem abertos ao público em Lisboa.
100 — Exercício de direitos
Sem prejuízo do disposto no capítulo XXIV, o não exer- cício ou o exercício tardio ou parcial, de qualquer direito que assista a qualquer das Partes ao abrigo do presente Contrato de Concessão, não importa a renúncia a esse di- reito nem impede o seu exercício posterior, nem constitui moratória ou novação da respetiva obrigação.
101 — Invalidade parcial
Se alguma das disposições do Contrato de Concessão vier a ser considerada nula ou inválida, tal não afeta a va- lidade do restante clausulado do mesmo, o qual se mantém plenamente em vigor.
102 — Deveres gerais das Partes
102.1 — As Partes comprometem-se reciprocamente a cooperar e a prestar o auxílio que razoavelmente lhes possa ser exigido com vista ao bom desenvolvimento das atividades integradas na Concessão.
102.2 — Constitui especial obrigação da Concessionária promover, e exigir de todas as entidades que venham a ser contratadas para o desenvolvimento de atividades integra- das na Concessão que promovam, que sejam observadas todas as regras de boa condução das obras ou trabalhos em causa e implementadas especiais medidas de salvaguarda da integridade física do público e de todo o pessoal afeto aos mesmos.
102.3 — A Concessionária responsabiliza-se ainda pe- rante o Concedente por que apenas sejam contratadas para desenvolver atividades integradas na Concessão entidades que se encontrem devidamente licenciadas e autorizadas e que detenham capacidade técnica e profissional adequadas para o efeito.
CAPÍTULO XXIII-A
Comissão de Peritos
102A — Constituição e funcionamento da Comissão de Peritos
102A.1 — A Comissão de Peritos é a entidade respon- sável por dirimir os litígios que possam surgir entre as Partes com respeito à efetiva necessidade de uma Grande Reparação de Pavimento, à respetiva nota técnica ou pro- jeto de execução, à fixação do preço base, à necessidade de realização ou não de trabalhos adicionais e à condução dos procedimentos com vista à sua realização.
102A.2 — A Comissão de Peritos é composta por 3 (três) peritos, mandatados por 4 (quatro) anos, permane- cendo em funções para a resolução de conflitos cuja apre- ciação se inicie antes da data de conclusão do seu mandato e pelo período necessário à sua completa resolução nos termos do presente Contrato de Concessão.
102A.3 — Cada Parte nomeia 1 (um) perito no prazo de 90 (noventa) dias a contar da produção de efeitos estipulada no n.º 97.1. ou até 90 (noventa) dias antes da conclusão de cada mandato, consoante aplicável, mediante notificação para o efeito dirigida à outra Parte e sujeito à declaração de aceitação pelos peritos dos termos estipulados na pre- sente cláusula.
102A.4 — Não nomeando uma das Partes o seu perito dentro do prazo estipulado no número anterior, tal nome- ação é solicitada pela Parte não faltosa ao Laboratório Na- cional de Engenharia Civil, na pessoa do seu Presidente.
102A.5 — O terceiro perito é escolhido de comum acordo, no prazo de 60 (sessenta) dias, pelos peritos que as Partes tenham designado, de entre peritos independen- tes de reconhecida capacidade técnica e experiência na área da engenharia rodoviária de pavimentos, e mediante aceitação pelo terceiro perito dos termos estipulados na presente cláusula.
102A.6 — Na falta de acordo entre os peritos nomeados, as Partes solicitam ao Laboratório Nacional de Engenha- ria Civil, na pessoa do seu Presidente, a designação do terceiro perito.
102A.7 — Em caso de impedimento temporário de algum perito que afete a resolução de algum conflito da competência da Comissão de Peritos ou de impedimento definitivo, deve proceder-se, no prazo de 15 (quinze) dias, à nomeação do seu substituto em termos equivalentes aos que presidiram à nomeação do perito a substituir, com as devidas adaptações.
102A.8 — A Comissão de Peritos funciona nas instala- ções para o efeito disponibilizadas pela Concessionária.
102A.9 — Qualquer das Partes pode submeter à Co- missão de Peritos a matéria objeto do diferendo da com- petência desta, devendo, para o efeito enviar à Comissão de Peritos toda a informação e documentação de suporte da sua posição que entenda necessária, com cópia para a outra Parte, que, por sua vez, dispõe de um prazo de 5 (cinco) dias para submeter a sua posição à Comissão de Peritos, também acompanhada de toda a informação e documentação que considere razoável, com cópia para a outra Parte.
102A.10 — No prazo de 15 (quinze) dias, a Comis- são de Peritos realiza uma audiência de Partes em que as Partes têm a oportunidade de expor as suas posições, podendo para o efeito ser acompanhadas dos consultores que considerem relevantes, devendo, em qualquer caso essa audiência ser dimensionada de forma a que a sua duração não exceda 2 (dois) dias úteis.
126A.11 — A Comissão de Peritos dispõe de um prazo de 15 (quinze) dias para emitir a sua decisão, pronunciando-
-se a Comissão de Peritos apenas sobre o objeto do di- ferendo que lhe tenha sido submetido nos termos do n.º 126A.9..
102A.12 — A Comissão de Peritos decide de acordo com as melhores regras técnicas, em observância das dis- posições do Contrato de Concessão, incluindo do Manual de Operação e Manutenção e do Plano de Controlo de Qualidade.
102A.13 — A decisão da Comissão de Peritos é final e vinculativa para as Partes.
102A.14 — Cada Parte suporta os custos com o perito por si nomeado, sendo a partilha dos restantes custos de funcionamento, incluindo a remuneração atribuída ao ter- ceiro perito, e dos custos advenientes da implementação das decisões proferidas ao abrigo da presente cláusula de- cidida pela Comissão de Peritos de forma proporcional ao decaimento de cada uma das Partes nas suas pretensões.
CAPÍTULO XXIV
Resolução de diferendos
103 — Processo de arbitragem
103.1 — Salvo no que respeita a conflitos cuja resolução seja da competência da Comissão de Peritos nos termos da cláusula 102.ªA, os eventuais conflitos que possam
surgir entre as Partes em matéria de validade, aplicação, interpretação ou integração das regras por que se rege a Concessão são resolvidos por arbitragem.
103.2 — A submissão de qualquer questão a arbitra- gem não exonera a Concessionária do pontual e atempado cumprimento das disposições do presente Contrato de Concessão e das determinações do Concedente que no seu âmbito lhe sejam comunicadas, nem permite qualquer interrupção do desenvolvimento das atividades integradas na Concessão que, sem prejuízo do disposto no número seguinte, devem continuar a processar-se nos termos em vigor à data de submissão da questão e até que uma decisão final seja obtida relativamente à matéria em causa.
103.3 — O disposto no número anterior relativamente ao cumprimento de determinações do Concedente pela Concessionária aplica-se também a determinações sequen- tes sobre a mesma matéria, mesmo que emitidas após a data de submissão de uma questão a arbitragem, desde que a primeira dessas determinações sequentes tenha sido comunicada à Concessionária anteriormente àquela data.
103.4 — Sempre que a matéria em causa em determi- nada questão submetida a arbitragem se relacione, direta ou indiretamente, com atividades integradas na Concessão que sejam objeto de qualquer dos Contratos do Projeto, pode qualquer das Partes requerer a intervenção da contraparte em causa na lide, em conjunto com a Concessionária.
103.5 — A Concessionária obriga-se a dar imediato conhecimento ao Concedente da ocorrência de qualquer diferendo ou litígio com as contrapartes dos Contratos do Projeto e a prestar-lhe toda a informação relevante relativa à evolução dos mesmos.
104 — Tribunal arbitral
104.1 — O tribunal arbitral é composto por 3 (três) membros, um nomeado por cada Parte e o terceiro es- colhido de comum acordo pelos árbitros que as Partes tenham designado.
104.2 — A Parte que decida submeter determinado di- ferendo ao tribunal arbitral apresenta os seus fundamentos para a referida submissão e designa de imediato o árbitro da sua nomeação, no requerimento de constituição do tribunal arbitral que dirija à outra Parte através de carta registada com aviso de receção, devendo esta, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da receção daquele requerimento, desig- nar o árbitro de sua nomeação e deduzir a sua defesa.
104.3 — Os árbitros designados nos termos do número anterior designam o terceiro árbitro do tribunal no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da designação do segundo árbitro do tribunal, cabendo esta designação ao Bastonário da Ordem dos Advogados, que também nomeia o repre- sentante da Parte que não o tenha feito, caso a mesma não ocorra dentro deste prazo.
104.4 — O tribunal arbitral considera-se constituído na data em que o terceiro árbitro aceitar a sua nomeação e o comunicar a ambas as Partes.
104.5 — O tribunal arbitral pode ser assistido pelos peritos técnicos e consultores que considere conveniente designar.
104.6 — Salvo acordo em contrário entre as Partes, o tribunal arbitral julga segundo o direito constituído e das suas decisões não cabe recurso.
104.7 — As decisões do tribunal arbitral devem ser proferidas no prazo de 6 (seis) meses a contar da data de constituição do tribunal determinada nos termos da presente cláusula, podendo o tribunal arbitral prorrogar
tal prazo por um máximo de 12 (doze) meses sempre que a complexidade da matéria ou outras razões atendíveis o justifiquem.
104.8 — Cada decisão do tribunal arbitral configura a decisão final relativamente ao objeto do litígio e inclui a fixação das custas do processo e a forma da sua repartição entre as Partes.
104.9 — A arbitragem decorre em Lisboa, em língua portuguesa, funcionando de acordo com as regras fixadas no presente Contrato de Concessão, com as regras estabele- cidas pelo próprio tribunal arbitral e ainda com o disposto na Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro.
O presente Contrato de Concessão foi alterado em Lis- boa, no dia [...] de [...] de [...], contém [...] folhas e vinte e nove anexos, que contêm as demais folhas, sendo todas numeradas e rubricadas ou assinadas pelos intervenientes, em dois exemplares que farão igualmente fé, ficando um em poder de cada uma das Partes.
Pelo Primeiro Outorgante:
(O Secretário de Estado das Finanças)
(O Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações)
Pelo Segundo Outorgante:
([...])
Resolução do Conselho de Ministros n.º 45-F/2015
O Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 323-G/2000, de 19 de dezembro, que aprova as bases da concessão da con- ceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conservação de lanços de autoestrada e conjuntos viários associados, designada por Interior Norte.
A referida alteração insere-se no âmbito do processo de renegociação de um conjunto de parcerias público-privadas do setor rodoviário (PPP), determinado pelo Governo, com o objetivo de alcançar uma redução sustentada dos cor- respondentes encargos públicos e, deste modo, promover uma reforma estrutural do Estado Português, contribuindo para a viabilização financeira do setor e a sustentabilidade futura das contas públicas.
Com o Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, a concessionária da Interior Norte, ex-SCUT, passa a ser remunerada pela disponibilidade das vias, cessando, as- sim, o período intercalar acordado entre a concessionária e o concedente em 2011, na sequência da introdução do regime de cobrança de portagens nesta concessão por via unilateral, no qual teve aplicação a remuneração provisória atualmente em pagamento.
As demais alterações aprovadas consistem, essencial- mente, na otimização dos níveis de operação aplicáveis, tendo em consideração, nomeadamente, a alteração do quadro regulatório do setor rodoviário e o volume de trá- fego atual e previsto até ao final do contrato, na redefi-