ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO E ANÁLISE PARA A GESTÃO DA POLÍTICA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DO RIO GRANDE DO SUL
ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO E ANÁLISE PARA A GESTÃO DA POLÍTICA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DO RIO GRANDE DO SUL
Acompanhamento Conjuntural do Mercado de Trabalho e Atividades Econômicas APL Polo de Moda da Serra Gaúcha
Termo de Contrato Nº. 017/2013
Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento - AGDI e DIEESE
SETEMBRO DE 2014
EXPEDIENTE DA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO
Tarso Genro
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
Xxxxx Xxxxxxx
Secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento
Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI):
Xxxx Xx Xxxxxxxxx
Diretor-presidente
Diretoria de Produção e Inovação:
Xxxxxx Xxxxxx
Diretor
Xxxxxxxx Xxxxx
Diretor-adjunto
Xxxxx Xxxxxx
Coordenadora do Projeto de Fortalecimento dos APL
Equipe técnica:
Xxxxx Xxxxxxx Xxxxx xx Xxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxxx
Xxxxxx Xxxxxxx Heloisa Xxxxxx Xxxxx
Xxxx Xxxxxx Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxx Xxxx Xxxxxxxx XxxxxxxxXxxx Xxxxxxx Xxxxxxx
Xxxxxx Xxxxxx
Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx xx Xxxxx Xxxxxx Xxxx Xxxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxx
Estagiários:
Xxxxxx xx Xxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx.
AGDI - Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento End: Xxxxxxxx Xxxxxxxxx xx Xxxxxxxx Xxxxx, 00 - 00x xxxxx - Xxxxxx – Porto Alegre - RS. Xxx 00.000-000
Contatos: xxxxxxxx@xxxx.xx.xxx.xx - Tels: x00 (00) 0000-0000 (Geral)
xxxx@xxxx.xx.xxx.xx - + 00 (00) 0000-0000
EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE
Direção Técnica
Xxxxxxxx Xxxx Xxxxx – Diretor Técnico Xxxxxxxx Xxxxxxxxx – Coordenadora Executiva
Xxxxxx xx Xxxxxxx – Coordenadora Administrativa e Financeira Nelson de Xxxxxx Xxxxx – Coordenador de Educação
Xxxx Xxxxxxxxx Xxxxx xx Xxxxxxxx – Coordenador de Relações Sindicais Xxxxxx Xxxxxx – Coordenador de Atendimento Técnico Sindical
Xxxxxx Xxxxxxxxxx – Coordenadora de Estudos e Desenvolvimento
Coordenação Geral do Projeto
Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxxxx – Supervisor do Núcleo de Produção de Informações Xxxxxxx Xxxxxxx - Supervisor do Escritório Regional do Rio Grande do Sul Xxxxxxxx Xxxxxxxxx – Supervisora dos Observatórios do Trabalho
Xxxxxxx Xxxxxxxxxx - Técnica Responsável pelo Projeto Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxxxxx Xxxx – Técnico do Projeto Xxxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxx - Auxiliar Técnico
Equipe Executora
DIEESE
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Rua Aurora, 957 – 1º andar - Centro – São Paulo – SP – XXX 00000-000
Fone: (00) 0000 0000 – Fax: (00) 0000 0000
E-mail: xxxxxxxxxxxxx@xxxxxx.xxx.xx xxxx://xxx.xxxxxx.xxx.xx
ÍNDICE
1. ANÁLISE CONJUNTURAL DO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NO APL 11
1.1. Comportamento do Mercado de trabalho formal: uma análise comparativa 11
1.2. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo municípios, atividade econômica e tamanho do estabelecimento 13
1.3. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo características das vagas 17
2. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI NO APL POLO DE MODA DA SERRA GAÚCHA 21
GLOSSÁRIO DAS FAMÍLIAS OCUPACIONAIS 27
APRESENTAÇÃO
O presente documento configura-se no Boletim intitulado: “Acompanhamento Conjuntural do Mercado de Trabalho e Atividades Econômicas - APL Polo de Moda da Serra Gaúcha”, produto previsto no plano de atividades do projeto: Elaboração de Instrumentos de Monitoramento e Análise para a Gestão da Política de Arranjos Produtivos Locais do Rio Grande do Sul, parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE, e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento - AGDI, formalizada através do Contrato nº. 17/2013 firmado no mês de setembro de 2013.
Este é o quarto boletim de análise conjuntural do mercado de trabalho e atividades econômicas do APL Polo Moda da Serra Gaúcha, sendo assim, a caracterização da estrutura do mercado de trabalho apresentada no primeiro boletim não é replicada aqui. Este boletim está dividido em duas partes centrais, além dessa Apresentação, Nota Metodológica, Introdução, Conclusão, Glossário de Termos e Glossário de Famílias Ocupacionais, são elas: (1) Análise Conjuntural do emprego e (2) Análise dos Microempreendedores Individuais no APL.
A parte 1 inicia traçando um panorama da dinâmica do mercado de trabalho e das atividades econômicas, no que tange ao comportamento das admissões e desligamentos e do saldo de vagas no período acumulado de março de 2014 a maio de 20141, comparando o APL com outros recortes geográficos e temporais. Em seguida, volta-se para analisar especificamente do comportamento do mercado de trabalho dentro do APL, a participação das atividades, municípios e algumas características das vagas.
A parte 2 traz informações sobre os Microempreendedores individuais, e analisa as características desta forma de inserção produtiva no APL bem como sua distribuição segundo as atividades e o território do APL. Também é avaliada a participação do APL no total de MEIs do território, bem como relevância do APL em relação ao estado.
1 Último mês disponível (com ajustes) durante a elaboração deste relatório.
NOTA METODOLÓGICA
Para a elaboração de análises de Arranjos Produtivos Locais se faz necessário a utilização de uma delimitação desse Arranjo, de modo que, oriente o levantamento, e consequentemente, a análise das informações pesquisadas. Todas as delimitações utilizadas no escopo do Projeto, do qual se insere esse relatório, seguem aquelas adotadas pelo Programa de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais do estado do Rio Grande do Sul que possui a seguinte premissa: “o governo não cria APLs, e sim, apoia a auto-organização das empresas, produtores, comunidades e instituições em arranjos produtivos locais”2.
Para obter esse reconhecimento de APL é necessário que os atores se organizem e elaborem uma série de documentos3, e de acordo com a Lei n. 13.839 de 5 de dezembro de 2011, compete ao Núcleo Estadual de Ações Transversais nos APLs (NEAT)4 definir os requisitos que habilitam a inclusão do APL no Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos locais, dentre eles a validação da delimitação dos municípios e das Atividades Econômicas. As delimitações para o APL Polo de Moda da Serra Gaúcha estão descritas no Anexo 1 deste boletim.
Em relação ao estudo propriamente dito, cabe destacar que são dois os eixos principais em que ele se organiza: análise do mercado de trabalho formal e análise dos microempreendedores. Todas as análises desenvolvidas são de caráter conjuntural, abrangendo três meses (março a maio). Não consta do objetivo deste boletim realizar uma análise estrutural, tal análise é parte integrante do Projeto, e por seu papel estratégico será realizada em Relatório específico5.
Para o estudo do mercado de trabalho do APL, a base de dados utilizada foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo que apresenta as admissões e desligamentos dos vínculos celetistas, e, portanto, adequada para a análise conjuntural (de fluxo), uma vez que as informações estão disponíveis mensalmente.
É importante salientar que, a partir de janeiro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego passou a divulgar mensalmente o resultado do saldo de vagas do Caged com as informações de movimentações
2 Informações disponíveis no Portal da AGDI através do link: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/?xxxxxxxxxxxxxx&xxxxx000 Acesso em 02/12/2013.
3 Para obter detalhes sobre o processo de reconhecimento de um APL, acesse: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/?xxxxxxxxxxxxxx&xxxxx000. Acesso em: 02/12/2013.
4 O Núcleo Estadual de Ações Transversais nos APL – NEAT –, coordenado pela AGDI, é composto por órgãos da Administração Direta e Indireta e representantes de instituições executoras de projetos e ações que promovem o fortalecimento dos arranjos produtivos locais.
5 Trata-se do produto 1.4 qual seja, um boletim de análise decenal que atende justamente ao anseio de uma análise de estrutura econômica e do emprego mais profunda.
de admissão e de desligamento declaradas fora do prazo de competência, o que requer cautela na análise dos dados. Anteriormente, tais informações eram divulgadas apenas no final de cada ano. Após diversas simulações realizadas com as informações deste registro, observou-se que, em geral, metade das declarações do Caged, entregues fora de prazo pelas empresas, ocorre até o primeiro mês subsequente ao prazo legal de entrega. Com o intuito de melhor descrever a realidade, a partir das informações disponíveis, optou-se por incorporar nas análises baseados nos saldos do Caged - os dados ajustados (ou seja, as declarações fora de prazo), demarcando a extração sempre após a divulgação pelo Ministério do Trabalho, de pelo menos um mês após o período de referência da análise. Para superar essas questões, cada uma das tabelas e/ou gráficos apresentados nesse relatório, a partir da base do Caged apresentam a data da extração da informação.
Visando propiciar uma análise comparativa do APL foram levantadas e sistematizadas informações para o Estado do Rio Grande do Sul e para o mesmo trimestre em anos anteriores. Quando a comparação dos dados do APL é feita com o Estado, deve-se entender o Estado como compreendendo as mesmas atividades econômicas do APL de referência, mas apenas os municípios que não fazem parte do APL, o que elimina o viés de comparação. A análise conjuntural é realizada sempre agrupando três meses conseguintes e pauta-se no período que compreende os meses de março a maio de 2012, 2013 e 2014, sempre analisando conjuntamente estes meses.
O segundo eixo, os microempreendedores, desenvolvido na seção subsequente, conta com os dados extraídos do Portal do Empreendedor que contém as informações relativas a esse tipo de trabalhador
- Microempreendedor Individual - MEI que é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Vale esclarecer que, para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
Os dados relativos aos empreendedores individuais aqui apresentados referem-se à totalidade de dados disponíveis no Portal do Empreendedor, elaborado pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que representa registros de 2009 a 2014. Como nesta base não há a possibilidade de se acessar a série histórica, os dados disponibilizados se referem ao acumulado. Portanto, cada uma das tabulações constantes nesse boletim apresenta a data de extração dos dados, visto que essa é uma base atualizada diariamente.
INTRODUÇÃO
Arranjo Produtivo Local (APL) é um conceito típico da área de Economia Regional que busca compreender as vantagens advindas da aglomeração geográfica de diversas empresas para sua eficiência e competitividade. A origem do conceito pode ser encontrada na obra do economista inglês Xxxxxx Xxxxxxxx, na análise dos distritos industriais ingleses (VARGAS, s.d). Xxxxxxxx foi o primeiro a perceber as vantagens advindas de tal aglomeração, o que denominou de eficiência coletiva. Essa importância da aglomeração de empresas veio a ser resgatada, anos depois, sobretudo a partir do ano de 1980, para o desenho de políticas de desenvolvimento local. A partir de então, muito se avançou e diferentes visões sobre as aglomerações produtivas surgiram (XXXXXX, s.d).
A mera concentração de empresas com atividades afins em um mesmo espaço geográfico é capaz de gerar ganhos para as empresas chamados de economias de aglomeração. Tais economias de aglomeração têm origem na cooperação, formal e tácita, entre as empresas, e não somente atividades individuais. Com o tempo este fenômeno da aglomeração geográfica de empresas passou a ser mais estudado e ganhou forma sob o conceito de Arranjo Produtivo Local, passando a abranger as mais diversas atividades econômicas. Para este trabalho o conceito adotado de APL se refere: “às aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território que apresentem especialização produtiva e que mantenham vínculos de interação, cooperação, comércio, tecnologia e aprendizagem entre si e com outras instituições locais, tais como órgãos e entidades públicos, associações, universidades, centros tecnológicos, sindicatos, instituições de crédito, ensino e pesquisa, geradores de externalidades econômicas positivas e de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social” (RIO GRANDE DO SUL, 2011).
Atualmente, os APLs são reconhecidos como um poderoso mecanismo do desenvolvimento regional e diversas esferas de governo possuem políticas públicas voltadas para o fomento destes. No caso do Rio Grande do Sul verifica-se uma longa tradição na criação de arranjos cooperativos, que data do século XIX (AGDI, 2013), com as cooperativas agrícolas. Essa tradição se manteve ao longo de diversos governos e recentemente recebeu um novo estímulo. A política industrial do Estado, composta de vários eixos temáticos e programas de ações, tem o APL como um de seus elementos centrais. O fomento aos APLs consta como uma das principais ações da Política Estadual de Fomento à Economia da Cooperação (um dos eixos da Política Industrial) que o compreende como instrumento prioritário para a promoção do “desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. No âmbito da Política, o desenvolvimento econômico é buscado através do adensamento de cadeias e arranjos produtivos, da cooperação entre empresas, e destas com instituições do cooperativismo, da economia popular e solidária, da autogestão, do aprendizado coletivo, da inovação e da cultura exportadora”
(AGDI, 2013, p. 30). Sendo assim, a Política é dividida em dois eixos centrais: o Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais (Programa de APLs) e o Programa de Redes de Cooperação (PRC).
No âmbito do Programa de APLs a empresa é compreendida “a partir de uma perspectiva coletiva e territorial sob a premissa de que os vínculos de cooperação entre instituições dos setores privado, cooperativo, público, de ensino e pesquisa e de organizações sem fins lucrativos potencializam as estratégias singulares de competição e fomentam o desenvolvimento da economia da região” (AGDI, 2013, p. 31). Como pode ser visto, segundo a política, a empresa é o ator principal do APL, origem de todos os intercâmbios e vínculos típicos do arranjo. Com este arcabouço desenvolvido, o programa tem como objetivo principal, através do fomento dos APLs, os programas de desenvolvimento setorial e a política de combate às desigualdades regionais.
O programa tem uma base teórica robusta como fundamento, bem como objetivos audaciosos. A fim de alcançar estes objetivos o programa tem como principal ferramenta a capacitação dos APLs e sua gestão, representada pela governança. Para tanto o governo do Estado estruturou dois fundos de recursos para possibilitar tal organização, que podem ser separados em dois principais: Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do Rio Grande do Sul (PROREDES BIRD) e Fundo de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (FUNDOAPL).
O PROREDES XXXX se insere em um contexto mais amplo do que o aporte de recursos aos APLs, tendo como objetivo a retomada do desenvolvimento do Rio Grande do Sul por meio da execução de políticas públicas de modernização da gestão pública, de desenvolvimento do setor privado, da qualificação do ensino público e da melhoria dos transportes. Na área de desenvolvimento do setor privado que se encaixa o fortalecimento dos APLs, que têm acesso a um aporte inicial de recursos de modo a possibilitar a organização mais rápida possível dos APLs enquadrados no programa. Sendo assim, o objetivo principal dos recursos do PROREDES BIRD para os APLs é a estruturação a governança e elaboração do Plano de Desenvolvimento e/ou de Marketing dos arranjos. Procura-se, desta forma, estimular a auto-organização de empresas, trabalhadores e instituições em APLs, com governança participativa, coordenação e agenda de ações próprias.
Já o FUNDOAPL criado pela Lei 13.840 de 05/12/2012 e regulamentado pelo Decreto 50.562 de 14/08/20136, destina recursos a ações e projetos dos cooperados dos APL que busquem beneficiar um grupo ou conjunto de produtores e empreendimentos da base do Arranjo. Estas ações e projetos vão
6 Disponível em: xxxx://xxx.xx.xx.xxx.xx/xxxxxxxxxxxxxx/xxxXxxxx/xxxxxxxx/XXX%0000.000.xxx
desde investimentos fixos, capital de giro, tecnologia e agregação de valor à produção por meio da industrialização à disponibilização de serviços técnicos, tecnológicos, de metrologia, de extensão e capacitação. A lista completa de ações englobadas pelo fundo se encontra no Regulamento supracitado. Apesar de contar com recursos das mais diversas origens, o fundo tem como principal fonte de financiamento aportes das empresas participantes dos APLs. A empresa que aportar recursos ao fundo, receberá crédito fiscal em igual montante aos recursos deste aporte. Este fundo, contudo, ainda não se encontra em execução, apesar de estar com todas suas normas jurídicas já estabelecidas.
As políticas públicas voltadas para os APLs do Estado contemplam as diversas fases do fomento dos Arranjos, explicitando os conceitos e mecanismos que utiliza. Neste ínterim, se insere este boletim que tem como objetivo oferecer subsídios para o acompanhamento das políticas ao analisar o movimento conjuntural do mercado de trabalho do APL, uma vez que as flutuações fornecem boas aproximações do desempenho do mesmo. A compreensão mais apurada da realidade local permite que o gestor público atue de forma a buscar soluções para os desafios encontrados pelo Arranjo, tendo como direção a promoção constante do desenvolvimento local.
1. ANÁLISE CONJUNTURAL DO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NO APL
A presente seção tem como foco a análise do saldo (admissões subtraídas dos desligamentos) do emprego formal acumulado entre março e maio de 2014. Para se calcular o saldo de emprego, cada admissão é considerada como um valor positivo unitário (+1) e cada desligamento como negativo (- 1). Do resultado se obtém o saldo, que indica a diferença entre admissões e demissões, ou seja, a geração líquida de empregos formais no período. Um saldo positivo indica um aumento no número de vínculos, saldo negativo, uma diminuição. Desta forma, o saldo possibilita uma análise mais fiel do mercado de trabalho do que a análise separada das admissões e demissões, pois mostra quantos vínculos novos de fato estão sendo criados no mercado de trabalho, como está evoluindo a quantidade de empregos formais.
A fim de acompanhar o mercado de trabalho e buscar suas principais características, esta seção foi subdividida em três. A primeira aborda o saldo de emprego formal no APL de maneira comparativa, ou seja, com ênfase em seu desempenho frente a outras regiões e períodos. Na segunda, o foco se volta para as características do APL, como os municípios, atividades e porte do estabelecimento onde estão concentrados os saldos. Por último, trata-se das principais características das vagas.
1.1. Comportamento do Mercado de trabalho formal: uma análise comparativa
Para efeito de comparação, os saldos dos vínculos empregatícios no APL serão analisados, inicialmente, frente aos saldos totais do Rio Grande do Sul e do Brasil (para ambos os casos - exceto os municípios que compõem o APL) para as mesmas atividades econômicas desenvolvidas no Arranjo. A fim de possibilitar uma avaliação mais geral sobre o desempenho do APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, este foi comparado com o Rio Grande do Sul e o Brasil. Ao se utilizar as mesmas atividades econômicas como comparação, possibilita-se uma análise fidedigna do desempenho do APL, pois tais atividades, em certa medida, estão sujeitas aos mesmos efeitos do cenário macroeconômico e de políticas econômicas federais. A exclusão dos municípios do APL das outras regiões elimina o viés de comparação na análise.
Para o trimestre em questão do ano de 2014, o ranking dos saldos seguiu o esperado, com os maiores territórios apresentando os maiores saldos. Chama atenção que todas as regiões apresentaram saldo positivo. Em relação aos saldos do mesmo trimestre dos anos anteriores, chama atenção o fato de que nenhuma região apresentou dinâmica igual às outras. O Brasil apresentou seu maior saldo em 2013, seguido por 2012. O Rio Grande do Sul, em que pese seus saldos positivos em todos os anos, apresentou diminuição contínua. O APL, por sua vez, obteve dinâmica oposta à do Rio Grande do
Sul - crescimento contínuo do saldo. Essa evolução dos saldos do estado e do APL fez com que a diferença entre ambos caísse continuamente.
TABELA 1
Saldo de empregos formais
Brasil(1), Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Região | 2012 | 2013 | 2014 |
Xxxxxx | 0.000 | 00.000 | 0.000 |
Xxx Xxxxxx xx Xxx | 352 | 318 | 202 |
APL | 18 | 81 | 155 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada 31/07/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o Brasil e o Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
Na análise do saldo acumulado de empregos por ano, verifica-se que o ano de 2014 apresenta saldo acumulado crescente ao longo dos cinco meses disponíveis para análise, contudo, cabe notar que o ritmo de crescimento do saldo acumulado desacelerou ao longo do período de análise. Ou seja, o saldo isolado de cada mês foi inferior ao do mês imediatamente anterior (por exemplo, o saldo de maio foi inferior ao de abril, o deste inferior ao de março e assim sucessivamente). Quando comparado aos anos anteriores (2013 e 2012), percebe-se que o comportamento dos três anos é bastante semelhante até abril, quando a tendência de 2013 e 2012 se reverte, tornando-se decrescente, ao passo que a de 2014 continua sua tendência crescente. Adicionalmente, é possível indicar que o desempenho nos primeiros cinco meses do ano é melhor do que aquele observado para o mesmo período nos dois anos anteriores. Até maio de 2012 registrava-se um saldo acumulado no ano igual a 283, em 2013 igual a 323 e em 2014 o resultado foi de 481. Ainda, cabe destacar que 2014 apresentou maior saldo acumulado para todos os meses (Gráfico 1).
GRÁFICO 1
500
400
300
200
100
0
-100
-200
-300
-400
-500
-600
-700
2012
2013
2014
Saldo anual acumulado de empregos formais APL de Polo de Moda da Serra Gaúcha, 2012 a 2014
| ||||||||||||
xxx | xxx | mar | abr | mai | jun | jul | ago | set | out | nov | dez | |
2012 | 108 | 265 | 341 | 363 | 000 | 00 | -00 | -000 | -000 | -000 | -000 | -000 |
0000 | 000 | 242 | 339 | 387 | 323 | 274 | 222 | 203 | 249 | 282 | 182 | -94 |
2014 | 152 | 326 | 398 | 448 | 481 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada 31/07/2014 Elaboração: DIEESE
1.2. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo municípios, atividade econômica e tamanho do estabelecimento
A distribuição dos saldos do emprego internamente ao APL Polo de Moda pode ser observada a partir de dois recortes - por município e por classe de atividade econômica (CNAE). Em relação à distribuição dos saldos por municípios (Tabela 2), percebe-se que dos quatro principais municípios do Arranjo (Caxias do Sul, Guaporé, Farroupilha e Bento Gonçalves), responsáveis pela maior parte dos estabelecimentos e vínculos (segundo distribuição desses - apresentado no 1º boletim de análise conjuntural do APL), somente Guaporé (68) e Farroupilha (54) apresentam saldos de magnitude relevante. Caxias do Sul (-9) e Bento Gonçalves (-8) apresentam saldos de pouco impacto para o APL. Dos demais municípios cabe ainda citar Vale Real (19).
Em relação aos outros dois anos, verifica-se que dos quatro municípios elencados acima todos apresentam oscilação, sem seguir uma tendência clara, cabendo notar que Guaporé foi o único destes municípios a não apresentar saldos negativos. Inclusive, dado que o saldo total do APL apresentou tendência clara de crescimento com a ocupação de novas vagas, percebe-se que nenhum município, dentre aqueles com os maiores saldos, seguiu a tendência do conjunto.
Saldo de empregos formais segundo municípios(1)
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Município | 2012 | 2013 | 2014 |
Xxxxxxx Xxxxx | 5 | 3 | 0 |
Bento Gonçalves | 3 | 6 | -8 |
Xxxxxx Xxxxxxx | 00 | -0 | -0 |
Xxxxxx xx Xxx | -66 | 47 | -9 |
Cotiporã | 2 | 1 | 1 |
Xxxxxxxx Xxxxxx | 1 | -3 | 7 |
Farroupilha | 20 | -6 | 68 |
Flores da Cunha | -24 | -7 | 6 |
Garibaldi | 4 | -8 | 9 |
Guabijú | 6 | 2 | 2 |
Guaporé | 60 | 30 | 54 |
Ipê | -5 | -4 | 3 |
Nova Pádua | 0 | 0 | 0 |
Nova Prata | -2 | -4 | 3 |
São Marcos | 1 | -5 | -7 |
Vale Real | 7 | 24 | 19 |
Veranópolis | -5 | 6 | 9 |
Vista Alegre do Prata | 1 | 1 | -1 |
Total | 18 | 81 | 155 |
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada 31/07/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Somete constam nesta tabela os municípios que obtiveram pelo menos um trimestre com saldo diferente de zero.
Os saldos segundo as atividades econômicas demonstram que as atividades que possuem os maiores estoques de empregados e estabelecimentos apresentam também os maiores saldos, tanto positivos quanto negativos. A saber: as quatro atividades principais são: Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (45); Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias (72); Confecção de roupas íntimas (37); Fabricação de tecidos de malha (-37). Como pode ser visto, somente Fabricação de tecidos de malha destacou-se das demais atividades, apresentando saldo negativo. Contudo, em termos absolutos, seu saldo é bastante significativo. Além destas atividades, cabe também mencionar Confecção de roupas profissionais com saldo de 21 empregos.
Levando em conta o mesmo trimestre dos anos imediatamente anteriores, há como esperado, diminuição geral nos saldos, dado a diminuição do saldo total. A única atividade que foge à regra é Confecção de roupas íntimas, que apresenta tendência inversa à do saldo total do APL, com desempenho positivo também, mas crescente. Já Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias apresentam a mesma tendência do saldo total (positivo e decrescente na comparação com o mesmo trimestre dos dois anos anteriores). Fabricação de tecidos de malha, por sua vez, oscila sem tendência clara de comportamento (Xxxxxx 3).
Saldo de empregos formais, segundo atividades econômicas APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Atividade econômica | 2012 | 2013 | 2014 |
Fiação de Fibras Artificiais e Sintéticas | -4 | -13 | -2 |
Fabricação de Tecidos de Malha | -61 | 10 | -37 |
Acabamentos em Fios, Tecidos e Artefatos Têxteis | 4 | 2 | 8 |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 7 | 8 | 26 |
Fabricação de Tecidos Especiais, Inclusive Artefatos | 0 | -2 | -1 |
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados | |||
Anteriormente | -1 | -2 | -13 |
Confecção de Roupas Íntimas | 66 | 47 | 37 |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas Íntimas | -3 | 31 | 45 |
Confecção de Roupas Profissionais | 26 | 6 | 21 |
Fabricação de Acessórios do Vestuário, Exceto para Segurança e | |||
Proteção | 4 | 4 | -1 |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e | |||
Tricotagens, Exceto Meias | -20 | -10 | 72 |
Total | 18 | 81 | 155 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 31/07/2014 Elaboração: DIEESE |
Para melhor compreender a distribuição dos saldos de emprego, decidiu-se cruzar simultaneamente os municípios e classes de atividades econômicas. Foram selecionados somente os saldos mais significativos, destarte para que se saiba quanto estas atividades selecionadas representam para cada um dos municípios, criou-se uma linha de subtotal, que equivale à soma das atividades representadas na tabela.
Como esperado, Caxias do Sul é o município com a maior diversidade de atividades econômicas, que inclusive apresentou pulverização do saldo entre as atividades. Na sequência, em termos de diversidade de atividades, estão Bento Gonçalves e Guaporé, sendo que este último está bastante concentrado em Confecção de roupas íntimas. Bento Gonçalves, por sua vez, apresenta o saldo mais pulverizado entre as atividades. Farroupilha e Vale Real apresentam concentração de seus saldos em uma atividade econômica, respectivamente Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias e Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (Tabela 4).
Em relação aos anos anteriores, cabe notar que grande parte das atividades apresenta oscilação significativa em seus saldos, sobretudo aquelas atividades com os saldos de maior magnitude. Além do mais, nenhuma destas atividades de maior saldo apresentou tendência igual à do APL como um todo, ou seja, continuamente crescente.
Saldo de empregos formais, segundo atividades econômicas(1) e municípios selecionados APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Município | Classe de atividade econômica | 2012 | 2013 | 2014 |
Fabricação de Tecidos de Malha | -8 | -9 | -8 | |
Bento | Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 1 | 2 | -4 |
Xxxxxxxxx | Confecção de Roupas Profissionais | 12 | 2 | 8 |
Subtotal | 5 | -5 | -4 | |
Total | 3 | 6 | -8 | |
Fabricação de Tecidos de Malha | -54 | 20 | -29 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 6 | 7 | 23 | |
Caxias do | Confecção de Roupas íntimas | 14 | 17 | -7 |
Sul | Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | -44 | -1 | -3 |
Confecção de Roupas Profissionais | 4 | 3 | 14 | |
Subtotal | -74 | 46 | -2 | |
Total | -66 | 47 | -9 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 8 | 4 | 14 | |
Farroupilha | Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias | 17 | -8 | 54 |
Subtotal | 25 | -4 | 68 | |
Total | 20 | -6 | 68 | |
Confecção de Roupas íntimas | 48 | 25 | 39 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 8 | 5 | 6 | |
Guaporé | Fabricação de Acessórios do Vestuário, Exceto para Segurança e Proteção | 1 | -1 | 7 |
Subtotal | 57 | 29 | 52 | |
Total | 60 | 30 | 54 | |
Vale Real | Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 7 | 21 | 18 |
Total | 7 | 24 | 19 | |
Fabricação de Tecidos de Malha | -62 | 11 | -37 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 7 | 9 | 19 | |
Confecção de Roupas íntimas | 62 | 42 | 32 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | -21 | 29 | 35 | |
Total | Confecção de Roupas Profissionais | 16 | 5 | 22 |
Fabricação de Acessórios do Vestuário, Exceto para Segurança e Proteção | 1 | -1 | 7 | |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias | 17 | -8 | 54 | |
Subtotal | 20 | 87 | 132 | |
Total | 18 | 81 | 155 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 08/08/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Retirou-se da tabela todas as atividades que não modificariam o subtotal de 2014 dos municípios significativamente, a ponto deste apresentar valor no máximo 15% superior ou inferior ao total. Além do mais, procurou-se não distorcer demais os subtotais de cada município em relação aos seus totais.
Na análise do desempenho dos saldos segundo tamanho dos estabelecimentos7, percebe-se que os estabelecimentos com até 4 vínculos são aqueles que mais empregaram no período, com saldo de 67 novas vagas. Na sequência estão os estabelecimentos com de 10 a 19, 20 a 49 e 100 a 249 empregados. Interessante notar, que os saldos se encontram relativamente pulverizados, principalmente se comparado aos anos anteriores, quando os estabelecimentos com até 4 empregados concentraram quase a totalidade do saldo. Chama atenção também o fraco desempenho dos maiores estabelecimentos, com mais de 250 vínculos, com saldos negativos no trimestre em todos os anos. (Gráfico 2).
7 O tamanho dos estabelecimentos é definido pela quantidade de vínculos ativos.
GRÁFICO 2
Saldo de empregos formais segundo tamanho(1) do estabelecimento APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada em 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
(1) O tamanho do estabelecimento é definido pela quantidade de vínculos ativos
1.3. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo características das vagas
Nesta seção o boletim trata das características das vagas referentes às admissões e demissões no período. Contrariamente à seção anterior, aqui não serão utilizados os saldos de emprego, mas as movimentações, ou seja, serão tratados separadamente os trabalhadores admitidos e os desligados.
Em relação às famílias ocupacionais destas vagas, foram separadas as dez famílias com o maior número de admissões e as dez com maior número de desligamentos, sempre em relação ao trimestre de março a maior do ano de 2014. Entre as famílias com maior número de admissões, as dez que mais admitem representaram 78,6% das admissões totais do APL e 76,2% da massa salarial8. Somente Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário (28,0%), Trabalhadores da preparação da confecção de roupas (12,0%) e Alimentadores de linhas de produção (9,26%) respondem por aproximadamente metade das admissões no APL e 46,7% da massa salarial, dado que sua média salarial das três famílias é inferior à média salarial do APL. Nota-se que o APL representa 37,7% das admissões do Rio Grande do Sul (para as mesmas atividades do APL, excluídos seus municípios), e sua média salarial de admissão é 5,7% superior à do Estado.
Ao analisar os desligamentos, percebe-se que as famílias ocupacionais que registram maior número de admissões são também as que mais registram os desligamentos, sendo que Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário é a família com maior quantidade de admissões e
8 A massa salarial representa a soma de todos os salários pagos aos trabalhadores no período em análise.
demissões. A única família que aparece entre as com maior número de admissões e não está entre as de maior número de desligamentos é Trabalhadores polivalentes das indústrias têxteis, no sentido oposto está Trabalhadores de acabamento, tingimento e estamparia das indústrias têxteis. Por outro lado, os desligamentos se encontram mais concentrados entre os Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário (32,4%), Alimentadores de linhas de produção (13,6%) e Trabalhadores da preparação da confecção de roupas (12,4%) respondendo por 58,4% dos desligamentos totais do APL, em que pese, representarem somente 33,4% da massa salarial, devido ao seu salário médio (R$958) ser inferior ao salário médio de desligamento do APL (R$1.299), fato que também se reflete no peso da massa salarial das 10 famílias com maior número de desligamentos no total (61,1%) que no caso das admissões representa 76,2%. Cabe notar também que os desligamentos do APL representam 44,6% dos do Estado, com salário médio 5,9% superior. Já a razão dos salários do próprio APL, os desligados apresentaram média 12,2% superior ao dos admitidos (Tabela 5).
Comparando os admitidos e desligados de 2014, percebe-se que a maior parte dessas famílias apresentou saldo positivo, com destaque positivo, Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário, com saldo de 77 novos empregos e Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas, 45 (Anexo 2). Neste mesmo período houve aumento de R$13.625 na massa salarial do APL.
Em relação ao ano anterior, percebe-se que há pouca mudança nas principais famílias ocupacionais, tanto entre as que possuem maiores admissões, quanto maiores desligamentos. Importante notar também o avanço do salário médio real de 2013 para 2014, tanto dos desligados quanto dos admitidos no APL, de respectivamente 1,2% e 4,6%, enquanto no Estado foi de, respectivamente, 2,7% e 2,1%. Este aumento do salário médio real se refletiu no aumento real de 1,08% da massa salarial gerada no APL. Ou seja, as admissões do trimestre de março a maio de 2014 representaram um aumento da massa salarial gerada no APL, se comparado ao mesmo período de 2013. Este aumento da massa gerar aumento da demanda e dinamiza a economia local.
TABELA 5
Admissões, desligamentos, massa salarial e salário médio segundo família ocupacional APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2013 e 2014
Sal.
Sal.
Família Ocupacional Vínculos Massa %Massa1
Médio Vínculos Massa %Massa1
Médio
Operadores de Máquinas para Costura de Peças do Vestuário 354 307.510 25,1 869
Maiores admissões
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas 126 108.783 8,9 863
Alimentadores de Linhas de Produção 114 104.122 8,5 913
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias da Confecção de Roupas 57 51.706 4,2 907
Operadores de Máquinas para Bordado e Acabamento de Roupas 69 59.751 4,9 866
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados 69 65.674 5,4 952
Operadores de Tear e Maquinas Similares 67 64.912 5,3 969
Almoxarifes e Armazenistas 58 52.752 4,3 910
Escriturários em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares
Administrativos 39 42.824 3,5 1.098
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias Têxteis 57 48.692 4,0 854
Subtotal das 10 Famílias com maior número de admissões 1.010 906.726 74,0 898
Subtotal das demais Famílias Ocupacionais 278 317.930 26,0 1.144
Total do APL 1.288 1.224.656 100,0 951
Total do Rio Grande do Sul3 3.705 3.281.860 37,3 886
Operadores de Máquinas para Costura de Peças do Vestuário 284 264.015 21,2 930
Alimentadores de Linhas de Produção 120 108.641 8,7 905
Maiores desligametos
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas 105 90.202 7,2 859
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias da Confecção de Roupas 61 62.002 5,0 1.016
Operadores de Tear e Máquinas Similares 66 66.963 5,4 1.015
Operadores de Máquinas para Bordado e Acabamento de Roupas 59 56.293 4,5 954
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados 50 49.803 4,0 996
Almoxarifes e Armazenistas 54 52.659 4,2 975
Escriturarios em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares
Administrativos 43 51.166 4,1 1.190
Trabalhadores de Acabamento, Tingimento e Estamparia das
Industrias Têxteis 46 54.163 4,3 1.177
Subtotal das 10 Famílias com maior número de desligamentos 888 855.908 68,6 964
Subtotal das demais Famílias Ocupacionais 321 391.693 31,4 1.220
Total do APL 1.209 1.247.600 100,0 1.032
Total do Rio Grande do Sul3 3.414 3.238.542 38,5 949
Notas:
(1) Participação em relação ao total do APL
(2) Remuneração deflacionada pelo INPC/IBGE de Maio de 2014
(3) Considerando as mesmas atividades do APL, exclusive os municípios do território do APL Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 31/07/2014
Elaboração: DIEESE
363 335.996 26,9 926
155 138.432 11,1 893
120 110.758 8,9 923
67 67.409 5,4 1.006
67 62.481 5,0 933
66 61.036 4,9 925
49 51.052 4,1 1.042
48 43.059 3,5 897
44 45.269 3,6 1.029
40 34.981 2,8 875
1.019 950.472 76,2 933
277 296.907 23,8 1.072
1.296 1.247.379 100,0 962
3.632 3.306.170 37,7 910
286 274.231 22,2 959
120 116.895 9,5 974
110 103.421 8,4 940
85 99.295 8,0 1.168
66 77.675 6,3 1.177
60 59.947 4,9 999
54 55.442 4,5 1.027
42 41.559 3,4 990
34 48.181 3,9 1.417
27 30.813 2,5 1.141
884 907.459 73,6 1.027
259 326.294 26,4 1.260
1.143 1.233.753 100,0 1.079
3.434 3.327.747 37,1 969
Em relação ao tempo de permanência no emprego, chama atenção que, mais da metade (56,8%) dos trabalhadores desligados no APL Polo de Moda possuía menos de um ano no emprego, sendo que 39,3% não ultrapassou seis meses no emprego e 25,5% deles foram desligados antes de completar 3 meses de trabalho, e portanto, possivelmente ainda em contrato de experiência. O Rio Grande do Sul apresenta dados semelhantes aos do APL, apesar de um tempo médio de permanência um pouco menor. Comparando com os anos anteriores percebe-se que há diferenças pouco expressivas no tempo de permanência, tanto para o APL quanto para o Estado (Gráfico 3).
GRÁFICO 3
Distribuição dos desligamentos segundo o tempo de permanência no emprego (em %) Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, março a maio de 2012 a 2014
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 31/07/2014.
Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o estado do Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
2. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI NO APL POLO DE MODA DA SERRA GAÚCHA
Atualmente, o APL Polo de Moda da Serra Gaúcha conta com um total de 969 Microempreendedores, fortemente concentrados no município de Caxias do Sul onde estão registrados 632 deles, ou seja, 65,2% do total de MEIs do APL. Outros municípios também registram microempreendedores, no entanto, em menor proporção, cabe destacar: Bento Gonçalves (8,8%), Farroupilha (5,9%) e Guaporé (5,0%). Assim como esperado, os municípios com maior participação, em termos de número de estabelecimentos e empregos no APL são também aqueles com maior participação no número de MEIs. Além disto, cabe destacar que mesmo os municípios sem saldo no trimestre em análise apresentaram pelo menos um MEI nas atividades do APL. Outro dado relevante é a participação dos MEIs das atividades do APL no total de MEIs no território, que representam apenas 4,7%, que mesmo assim é superior à participação dos MEIs nas atividades do APL no total de MEIs do Rio Grande do Sul (3,0%). Ainda, considerando somente as atividades do APL, o arranjo agrega 13,1% do total de MEIs do estado (Tabela 6).
TABELA 6
Distribuição dos Microempreendedores Individuais por município (em %) APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, 2014
Microempreendedores Microempreendedores
Pariticipação dos
Pariticipação do
Município
Individuais - Total [A]
Individuais - APL [B]
municípios no total (%)
- APL
APL no total do município (%) [B/A]
Xxxxxxx Xxxxx | 144 | 4 | 0,4 | 2,8 |
Bento Gonçalves | 2.880 | 85 | 8,8 | 3,0 |
Carlos Barbosa | 382 | 26 | 2,7 | 6,8 |
Caxias do Sul | 12.963 | 632 | 65,2 | 4,9 |
Cotiporã | 36 | 1 | 0,1 | 2,8 |
Xxxxxxxx Xxxxxx | 41 | 1 | 0,1 | 2,4 |
Farroupilha | 1.011 | 57 | 5,9 | 5,6 |
Flores da Cunha | 594 | 31 | 3,2 | 5,2 |
Garibaldi | 494 | 12 | 1,2 | 2,4 |
Guabiju | 8 | 0 | 0,0 | 0,0 |
Guaporé | 489 | 48 | 5,0 | 9,8 |
Ipê | 62 | 1 | 0,1 | 1,6 |
Xxxxx Xxxx xx Xxx | 00 | 1 | 0,1 | 2,6 |
Nova Pádua | 28 | 1 | 0,1 | 3,6 |
Nova Prata | 378 | 17 | 1,8 | 4,5 |
Nova Roma do Sul | 75 | 1 | 0,1 | 1,3 |
Xxxxxxxx Xxxxx | 20 | 2 | 0,2 | 10,0 |
Santa Tereza | 27 | 1 | 0,1 | 3,7 |
São Jorge | 44 | 2 | 0,2 | 4,5 |
São Marcos | 289 | 14 | 1,4 | 4,8 |
Vale Real | 132 | 9 | 0,9 | 6,8 |
Veranópolis | 451 | 21 | 2,2 | 4,7 |
Vila Flores | 40 | 2 | 0,2 | 5,0 |
Vista Alegre do Prata | 12 | 0 | 0,0 | 0,0 |
Total | 20.639 | 969 | 100,0 | 4,7 |
Rio Grande do Sul | 247.079 | 7.371 | 13,1 | 3,0 |
Fonte: MDIC, Portal do Empreendedor. Dados extraídos em 08/08/2014 Elaboração: DIEESE.
No tocante à distribuição dos empreendedores individuais segundo atividade econômica (Tabela 7) a concentração é mais evidente. Do total de 969 MEIs do APL, 716 (78,7%) estão concentrados na atividade de Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas. Na sequência aparecem Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis (7,8%), e Fabricação de Artefatos têxteis para uso doméstico (4,4%).
Interessante notar que ao contrário do ocorrido na distribuição por municípios, na distribuição por atividades econômicas, duas atividades (Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis e Artefatos têxteis para uso doméstico) que são pouco representativas em termos de emprego e estabelecimentos formais, apareceram com maior expressão no número de MEIs. Da mesma forma, atividades com expressão no emprego e nos estabelecimentos apareceram com pouca ou nenhuma relevância nos
MEIs, como Fabricação de peças do vestuário e Fabricação de artigos do vestuário produzidos em malharias e tricotagens. Isto se deve, provavelmente, a natureza destas atividades que demandam maior aplicação em máquinas, equipamentos e instalações.
Cabe notar que o APL concentra parcela expressiva, para algumas atividades, dos MEIs do Rio Grande do Sul. Aproximadamente um quinto de todos os MEIs voltados para fabricação de artefatos têxteis de uso doméstico está no território do APL.
Tabela 7
Distribuição dos Microempreendedores Individuais por atividade econômica (em %) APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, 2014
Atividade Econômica
Microempreendedores individuais - APL
Participação da atividade no total do APL
Microempreendedores individuais - RS
Particpação do APL no total do RS
Fiação de fibras artificiais e sintéticas | 0 | 0,0 | 0 | - |
Fabricação de tecidos de malha | 0 | 0,0 | 1 | 0,0 |
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis | 76 | 7,8 | 553 | 13,7 |
Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico | 43 | 4,4 | 216 | 19,9 |
Fabricação de tecidos especiais, inclusive artefatos | 0 | 0,0 | 1 | 0,0 |
Fabricação de outros produtos têxteis não especificados | ||||
anteriormente | 5 | 0,5 | 48 | 10,4 |
Confecção de roupas íntimas | 37 | 3,8 | 223 | 16,6 |
Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas | 763 | 78,7 | 5.887 | 13,0 |
Confecção de roupas profissionais | 12 | 1,2 | 96 | 12,5 |
Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para | ||||
segurança e proteção | 1 | 0,1 | 15 | 6,7 |
Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em | ||||
malharias e tricotagens, exceto meias | 32 | 3,3 | 331 | 9,7 |
Total | 969 | 100,0 | 7.371 | 13,1 |
Fonte: MDIC, Portal do Empreendedor. Dados extraídos em 08/08/2014. Elaboração: DIEESE. |
CONCLUSÃO
O presente estudo buscou realizar uma análise conjuntural do mercado de trabalho do APL Polo de Moda da Serra Gaúcha. Tal análise foi separada em dois grandes grupos: (1) evolução comparativa dos saldos do emprego composto também pelas características das vagas (2) análise dos Microempreendedores Individuais no APL.
Verifica-se que o trimestre registrou saldo positivo de emprego igual a 155 e que há uma evolução contínua desses saldos de emprego formal do APL comparada ao mesmo trimestre dos dois anos anteriores.
O saldo acumulado do APL no ano (2014), se mostra crescente mês a mês, embora seja um crescimento que vem desacelerando. A comparação com os saldos mensais dos anos anteriores, revela um cenário positivo para o ano corrente, dado que tanto em 2012 como em 2013 a partir do mês de abril já era identificado um declínio de saldos (inclusive, extinguindo vagas ocupadas), enquanto em 2014 até o mês de maio observa-se crescimento na ocupação de vagas.
Em relação à distribuição, chama atenção a concentração tanto territorial do APL com Farroupilha e Guaporé concentrado 78,7% do saldo total do trimestre. Cabe citar que Caxias do Sul, com saldos tradicionalmente expressivos, apresentou saldo pouco significativo (-9). Já as atividades econômicas apresentaram mais distribuídas com Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (45); Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias (72); Confecção de roupas íntimas (37) como as principais atividades. Em relação a distribuição dos saldos segundo os estabelecimentos por tamanho, chamaram atenção aqueles com até 4 vínculos e os com 10 a 49, como aqueles que mais contribuíram para o desempenho positivo do emprego formal no trimestre.
Em relação aos Microempreendedores individuais, foi identificado, o registro de 969 registrados no APL Polo de Moda fortemente concentrados em uma atividade econômica, a saber: Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (que representa 79,1% do total) e também em um município
- Caxias do Sul (65,2% do total).
REFERENCIAS
AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Plano de implantação da política industrial Desenvolvimento Econômico do RS. Porto Alegre, 2013.
XXXXXXXX, X.; XXXXXXXXX, X. Identificação e classificação das aglomerações produtivas e dos Arranjos Produtivos Locais no Estado do Rio Grande do Sul. Textos para discussão FEE. Porto Alegre: n 12, março de 2011.
PORTAL DO EMPREENDEDOR. Estatísticas. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: xxxx://xxx.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.xxx.xx/. Acesso em Xxx. xx 0000.
XXX XXXXXX XX XXX. Assembleia Legislativa. Lei 13.839 de 5 de dezembro de 2011 Disponível em:
upload/1381329396_Lei%20Estadual%2013.839%20-%20Institui%20a%20Politica%20Estadual
%20de%20Fomento%20a%20Economia%20da%20Cooperacao.pdf>. Acesso em 06/02/2014.
RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Lei 13.840 de 5 de dezembro de 2011. Disponível em:
<xxxx://xxx.xx.xx.xxx. br/legiscomp/arquivo.asp?Rotulo=Lei%20n%BA%2013840&idNorma=1146&tipo=pdf>. Acesso em 06/02/2014.
XXXXXX, X. Nota metodológica do Projeto Elementos para o desenvolvimento de uma tipologia de APLs. Rio de Janeiro: [s.d], Redesist/UFRJ.
GLOSSÁRIO
Arranjos produtivos locais: aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território que apresentem especialização produtiva e que mantenham vínculos de interação, cooperação, comércio, tecnologia e aprendizagem entre si e com outras instituições locais, tais como órgãos e entidades públicos, associações, universidades, centros tecnológicos, sindicatos, instituições de crédito, ensino e pesquisa, geradores de externalidades econômicas positivas e de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social (Lei 13.839 de 5 dezembro de 2011).
Atividade econômica: Conjunto de unidades de produção caracterizado pelo produto produzido, classificado conforme sua produção principal. O IBGE possui, dentre outras, uma classificação de nove setores de atividade econômica: extrativa mineral; indústria de transformação; serviços industriais de utilidade pública; construção civil; comércio; serviços; administração pública; agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca; e ‘outros’.
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados): É um registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego, de periodicidade mensal e que contém as declarações de estabelecimentos com movimentação (admissões ou desligamentos) prestada até o dia 7 do mês subsequente à movimentação.
CBO (Classificação Brasileira de Ocupações): é o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. Foi instituída pela portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, e tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares.
CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas): É um instrumento padrão de classificação para identificação das unidades produtivas do Brasil, sob o enfoque das atividades econômicas existentes. É desenvolvida sob a coordenação do IBGE, de forma compatível com a International Standard Industrial Classification – ISIC, terceira revisão aprovada pela Comissão de Estatística das Nações Unidas em 1989 e recomendada como instrumento de harmonização das informações econômicas em âmbito internacional.
Clusters: Termo em inglês que significa “blocos” ou “agrupamentos”. No setor industrial é um termo utilizado para destacar agrupamentos ou ramos industriais.
Família ocupacional: cada família ocupacional constitui um conjunto de ocupações similares correspondente a um domínio de trabalho mais amplo que aquele da ocupação.
INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor é medido pelo IBGE em 11 capitais brasileiras. Consideram-se apenas famílias com renda entre 1 e 8 salários mínimos.
Saldo do emprego: resultado da diferença entre admissões e desligamentos nos estabelecimentos declarantes do Caged. Indica o emprego efetivamente criado no período.
Variação percentual do estoque de emprego (%): Indica o aumento ou a diminuição do estoque do emprego em decorrência da criação/perda de empregos no período. É calculado através da fórmula: saldo da movimentação do mês/ano ÷ estoque inicial do mesmo mês de referência x 100.
GLOSSÁRIO DAS FAMÍLIAS OCUPACIONAIS
Operadores de Máquinas para Costura de Peças do Vestuário: Organizam o local de trabalho, preparam máquinas e amostras de costura operam máquinas de costura na montagem em série de peças do vestuário em conformidade com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde. Formação e Experiência: Para o exercício dessas ocupações requer-se ensino fundamental, acrescido de curso de qualificação de duzentas a quatrocentas horas/aula. O desempenho completo do exercício profissional ocorre após um a dois anos de experiência, sob supervisão permanente de técnicos e supervisores.
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas: Programam riscos marcadores por processo manual ou digital, enfestam e cortam tecidos e não-tecidos, preparam lotes e pacotes para o setor de costura de roupas. Distribuem peças cortadas para as costureiras, retiram, revisam, contam e dobram peças acabadas. Trabalham em conformidade a normas técnicas de qualidade, meio ambiente e saúde. Formação e Experiência: o exercício das ocupações de auxiliar de corte e de riscador requer ensino fundamental completo e, em menos de um ano, os trabalhadores estão aptos ao exercício pleno da maioria das atividades. Para o riscador exige-se qualificação básica de até duzentas horas/aula. As ocupações de cortador e enfestador requer ensino médio completo, seguido de curso profissionalizante de até duzentas horas/aula.
Alimentadores de Linhas de Produção: Preparam materiais para alimentação de linhas de produção; organizam a área de serviço; abastecem linhas de produção; alimentam máquinas e separam materiais para reaproveitamento. Formação e Experiência: o trabalho é exercido por pessoas com escolaridade de quarta à sétima série do ensino fundamental, acrescido de curso de qualificação profissional de nível básico, com no máximo, duzentas horas de duração. O exercício pleno da função se dá em menos de um ano de experiência profissional.
Trabalhadores Polivalentes das Industrias da Confecção de Roupas: Projetam e modelam confecções de roupas sob encomenda; confeccionam peças-piloto; preparam peças e costuram roupas em tecidos, couros e peles; preparam produtos para armazenagem e expedição, incluindo atividades de passadoria, embalagem e controle de estoques; realizam manutenção produtiva. Atuam em todas as etapas da confecção de roupas sob medida, desde o desenho do modelo até sua expedição. Formação e Experiência: O exercício dessas ocupações requer conclusão do ensino médio e de curso básico de qualificação profissional em costura, com carga horária entre duzentas a quatrocentas horas/aula. É necessário comprovar experiência anterior de três a quatro anos atuando na área.
Operadores de Maquinas para Bordado e Acabamento de Roupas: Organizam o local de trabalho, preparam máquinas de costura e de bordar para acabamento de roupas. Preparam peças para costura, e bordado, de acordo com os gabaritos. Costuram acessórios e bordam peças confeccionadas. Controlam a qualidade da costura e dos acabamentos de peças do vestuário. Formação e Experiência: O exercício dessas ocupações pressupõe escolaridade de nível fundamental seguida de curso de formação profissional básica de até duzentas horas/aula em um dos conjuntos de atividades do acabamento, como passadoria e operação de máquinas de acabamento.
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados: Vendem mercadorias em estabelecimentos do comércio varejista ou atacadista, auxiliando os clientes na escolha. Registram entrada e saída de mercadorias. Promovem a venda de mercadorias, demonstrando seu funcionamento, oferecendo-as para degustação ou distribuindo amostras das mesmas. Informam sobre suas qualidades e vantagens de aquisição. Expõem mercadorias de forma atrativa, em pontos estratégicos de vendas, com etiquetas de preço. Prestam serviços aos clientes, tais como troca de mercadorias; abastecimento de veículos; aplicação de injeção e outros serviços correlatos. Fazem inventário de mercadorias para reposição. Elaboram relatórios de vendas, de promoções, de demonstrações e de pesquisa de preços. Formação e Experiência: Em geral, para o exercício das ocupações de atendente de farmácia, demonstrador de mercadorias, promotor de vendas, repositor de mercadorias, vendedor de comércio varejista e vendedor atacadista, requer-se do ensino fundamental ao ensino médio, podendo o mesmo variar de acordo com a ocupação, e quarta série do ensino fundamental para frentista. O tempo médio para o desempenho profissional é heterogêneo: três a quatro anos para vendedores, um a dois anos para atendente de farmácias menos de um ano para as demais ocupações.
Operadores de Tear e Maquinas Similares: Preparam trama, urdimento, engomação e remeteção de fios e fabricam tecidos planos e de malha, operando urdideira, engomadeira e teares retilíneos e circulares. Patrulham (monitoram) máquinas e garantem a qualidade da produção, controlando cozimento da goma, temperatura, viscosidade e solidez da engomagem dos fios, corrigindo defeitos de operação das máquinas e identificando espulas e cones defeituosos. Prestam informações técnicas para garantir o fluxo do processo produtivo. Trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. Formação e Experiência: Para o exercício dessas ocupações requer-se ensino fundamental concluído e curso básico de qualificação profissional com até duzentas horas/aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com menos de um ano de experiência profissional.
Almoxarifes e Armazenistas: Recepcionam, conferem e armazenam produtos e materiais em almoxarifados, armazéns, silos e depósitos. Fazem os lançamentos da movimentação de entradas e saídas e controlam os estoques. Distribuem produtos e materiais a serem expedidos. Organizam o almoxarifado para facilitar a movimentação dos itens armazenados e a armazenar. Formação e Experiência:Para o exercício dessas ocupações requer-se formação equivalente ao nível médio completo e curso básico de qualificação de até duzentas horas/aula. O pleno desempenho das atividades ocorre após um a dois anos de experiência profissional.
Escriturários em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos: Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finançase logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informaçõessobre produtos e serviços; tratam de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos. Atuam na concessão de microcrédito a microempresários, atendendo clientes em campo e nas agências, prospectando clientes nas comunidades. Formação e Experiência: Para o acesso às ocupações dessa família ocupacional requer-se o ensino médio completo, curso básico de qualificação de até duzentas horas/aula e de um a dois anos de experiência profissional.
Trabalhadores Polivalentes das Industrias Têxteis: Preparam fibras para fabricação de fios e fabricam fios para tecelagem. Tecem e beneficiam produtos têxteis (tinturaria, estamparia e acabamento final). Controlam a qualidade da produção e expedem produtos têxteis. Realizam manutenção produtiva em máquinas têxteis. Formação e Experiência: Essa ocupação é exercida por trabalhadores com o ensino fundamental concluído. Para a qualificação profissional é exigido curso básico na área, com duração de até quatrocentas horas/aula. Para exercer plenamente as atividades requer-se experiência profissional entre quatro e cinco anos.
Trabalhadores de Acabamento, Tingimento e Estamparia das Industrias Têxteis: Organizam área de trabalho para acabamento, tingimento e estamparia de tecidos e beneficiam fibras soltas, fios e tecidos. Tingem fibras soltas, fios, tecidos e peças confeccionadas e estampam tecidos. Realizam acabamento de fibras soltas, fios, tecidos e peças confeccionadas. Monitoram máquinas de acabamento, tingimento e estamparia de tecidos. Trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. Formação e Experiência: Para o exercício dessas ocupações requer-se ensino fundamental completo. A qualificação profissional ocorre com a prática no próprio local de trabalho. O pleno desempenho das atividades é alcançado em até um ano de experiência profissional. Para os estampadores de tecidos esse tempo pode variar entre um e dois anos.
ANEXOS
Delimitação do Arranjo Produtivo Local Polo de Moda Atividades econômicas e municípios
Fonte: AGDI. Disponível em: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/xxxxxx/0000000000_Xxxxxxxx%X0%X0%X0%X0x%00-
%20APL%20Polo%20de%20Moda%20da%20Serra%20Ga%C3%BAcha.pdf. Acesso em 10.02.2014
Família Ocupacional | 2013 | 2014 |
Operadores de Máquinas para Costura de Peças do Vestuário | 67 | 77 |
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas | 21 | 45 |
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias Têxteis | 14 | 18 |
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados | 18 | 12 |
Escriturários em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos | -3 | 10 |
Operadores de Máquinas para Bordado e Acabamento de Roupas | 11 | 8 |
Almoxarifes e Armazenistas | 4 | 6 |
Trabalhadores de Acabamento, Tingimento e Estamparia das Indústrias Têxteis | -4 | 2 |
Alimentadores de Linhas de Produção | -6 | 1 |
Operadores de Tear e Máquinas Similares | 3 | -17 |
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias da Confecção de Roupas | -4 | -18 |
Total | 121 | 144 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 26/08/2014 Elaboração: DIEESE |