ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO E ANÁLISE PARA A GESTÃO DA POLÍTICA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DO RIO GRANDE DO SUL
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ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO E ANÁLISE PARA A GESTÃO DA POLÍTICA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS DO RIO GRANDE DO SUL
Acompanhamento Conjuntural do Mercado de Trabalho e Atividades Econômicas APL Polo de Moda da Serra Gaúcha
Termo de Contrato Nº. 017/2013
Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento - AGDI e DIEESE
JUNHO DE 2014
EXPEDIENTE DA AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DO INVESTIMENTO
Tarso Genro
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
Xxxxx Xxxxxxx
Secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento
Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI):
Xxxx Xx Xxxxxxxxx
Diretor-presidente
Diretoria de Produção e Inovação:
Xxxxxx Xxxxxx
Diretor
Xxxxxxxx Xxxxx
Diretor-adjunto
Xxxxx Xxxxxx
Coordenadora do Projeto de Fortalecimento dos APL
Equipe técnica:
Xxxxx Xxxxxxx Xxxxx xx Xxxxx Xxxxxxxx Xxxxxxxxx
Xxxxxx Xxxxxxx Heloisa Xxxxxx Xxxxx
Xxxx Xxxxxx Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxx Xxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxx Xxxx Xxxxxxxx XxxxxxxxXxxx Xxxxxxx Xxxxxxx
Xxxxxx Xxxxxx
Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx xx Xxxxx Xxxxxx Xxxx Xxxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxx xx Xxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxxx Xxxxx
Estagiários:
Xxxxxx xx Xxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxx.
AGDI - Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento
End: Travessa Francisco de Leonardo Truda, 40 - 23º andar - Centro - Porto Alegre - RS. Cep 90.010-050
Contatos: xxxxxxxx@xxxx.xx.xxx.xx - Tels: x00 (00) 0000-0000 (Geral)
xxxx@xxxx.xx.xxx.xx - + 00 (00) 0000-0000
EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE
Direção Técnica
Xxxxxxxx Xxxx Xxxxx – Diretor Técnico Xxxxxxxx Xxxxxxxxx – Coordenadora Executiva
Xxxxxx xx Xxxxxxx – Coordenadora Administrativa e Financeira Nelson de Xxxxxx Xxxxx – Coordenador de Educação
Xxxx Xxxxxxxxx Xxxxx xx Xxxxxxxx – Coordenador de Relações Sindicais Xxxxxx Xxxxxx – Coordenador de Atendimento Técnico Sindical
Xxxxxx Xxxxxxxxxx – Coordenadora de Estudos e Desenvolvimento
Coordenação Geral do Projeto
Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxxxx – Supervisor do Núcleo de Produção de Informações Xxxxxxx Xxxxxxx - Supervisor do Escritório Regional do Rio Grande do Sul Xxxxxxxx Xxxxxxxxx – Supervisora dos Observatórios do Trabalho
Xxxxxxx Xxxxxxxxxx - Técnica Responsável pelo Projeto Xxxxxxxx Xxxxx Xxxxxxxx Duca – Técnico do Projeto
Equipe Executora
DIEESE
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Xxx Xxxxxx, 000 – 0x xxxxx - Xxxxxx – Xxx Xxxxx – XX – CEP 01209-001
Fone: (00) 0000 0000 – Fax: (00) 0000 0000
E-mail: xxxxxxxxxxxxx@xxxxxx.xxx.xx xxxx://xxx.xxxxxx.xxx.xx
ÍNDICE
1. ANÁLISE CONJUNTURAL DO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NO APL 13
1.1. Comportamento do Mercado de trabalho formal: uma análise comparativa 13
1.2. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo municípios, atividade econômica e tamanho do estabelecimento 14
1.3. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo características dos trabalhadores e das vagas 18
2. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI NO APL POLO DE MODA DA SERRA GAÚCHA 27
3. DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR 29
GLOSSÁRIO DAS FAMÍLIAS OCUPACIONAIS 35
APRESENTAÇÃO
O presente documento configura-se no Boletim intitulado: “Acompanhamento Conjuntural do Mercado de Trabalho e Atividades Econômicas - APL Polo de Moda da Serra Gaúcha”, produto previsto no plano de atividades do projeto: Elaboração de Instrumentos de Monitoramento e Análise para a Gestão da Política de Arranjos Produtivos Locais do Rio Grande do Sul, parceria entre o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE, e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento - AGDI, formalizada através do Contrato nº. 17/2013 firmado no mês de setembro de 2013.
Este é o terceiro de cinco boletins de análise conjuntural do mercado de trabalho e atividades econômicas do APL Polo Moda da Serra Gaúcha, sendo assim, a caracterização da estrutura do mercado de trabalho apresentada no primeiro boletim não é replicada aqui. Este boletim está dividido em três partes centrais, além dessa Apresentação, Nota Metodológica, Introdução, Conclusão, Glossário de Termos e Glossário de Famílias Ocupacionais, são elas: (1) Análise Conjuntural do emprego; (2) Análise dos Microempreendedores Individuais no APL; (3) Análise do desempenho exportador do APL.
A parte 1 inicia traçando um panorama da dinâmica do mercado de trabalho e das atividades econômicas, no que tange ao comportamento das admissões e desligamentos e do saldo de vagas no período acumulado de dezembro de 2013 a fevereiro de 20141, comparando o APL com outros recortes geográficos e com o mesmo período de anos anteriores, que permitam uma análise comparativa do desempenho do APL. Em seguida, realiza-se uma análise específica do comportamento do mercado de trabalho, verificando o desempenho por perfil dos trabalhadores segundo atributos e dos vínculos de emprego, tempo médio de permanência no emprego, saldo por tamanho de estabelecimento, e salário médio.
A parte 2 traz informações sobre os Microempreendedores individuais, e analisa as características desta forma de inserção produtiva no APL bem como sua distribuição segundo as atividades e o território do APL. Também é avaliada a participação do APL no total de MEIs do território.
Por último, a parte 3 se volta para a análise do desempenho exportador do APL, com dados sobre exportações divididas por municípios e atividades econômicas.
1 Último mês disponível (com ajustes) durante a elaboração deste relatório.
NOTA METODOLÓGICA
Para a elaboração de análises de Arranjos Produtivos Locais se faz necessário a utilização de uma delimitação desse Arranjo, de modo que, oriente o levantamento, e consequentemente, a análise das informações pesquisadas. Todas as delimitações utilizadas no escopo do Projeto, do qual se insere esse relatório, seguem aquelas adotadas pelo Programa de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais do estado do Rio Grande do Sul que possui a seguinte premissa: “o governo não cria APLs, e sim, apoia a auto-organização das empresas, produtores, comunidades e instituições em arranjos produtivos locais”2.
Para obter esse reconhecimento de APL é necessário que os atores se organizem e elaborem uma série de documentos3, e de acordo com a Lei n. 13.839 de 5 de dezembro de 2011, compete ao Núcleo Estadual de Ações Transversais nos APLs (NEAT)4 definir os requisitos que habilitam a inclusão do APL no Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos locais, dentre eles a validação da delimitação dos municípios e das Atividades Econômicas. As delimitações para o APL Polo de Moda da Serra Gaúcha estão descritos no Anexo 1 deste boletim.
Em relação ao estudo propriamente dito, cabe destacar que são três os eixos principais em que ele se organiza: análise do mercado de trabalho formal; análise dos microempreendedores individuais; desempenho das exportações das mercadorias produzidas no APL. Todas as análises desenvolvidas neste boletim são de caráter conjuntural, abrangendo três meses (dezembro a fevereiro). Não consta do objetivo deste boletim realizar uma análise estrutural, tal análise é parte integrante do Projeto, e por seu papel estratégico será realizada em Relatório específico5.
Para o estudo do mercado de trabalho do APL, a base de dados utilizada foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo que apresenta as admissões e desligamentos dos vínculos celetistas, e, portanto, adequada para a análise conjuntural (de fluxo), uma vez que as informações estão disponíveis mensalmente.
2 Informações disponíveis no Portal da AGDI através do link: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/?xxxxxxxxxxxxxx&xxxxx000 Acesso em 02/12/2013.
3 Para obter detalhes sobre o processo de reconhecimento de um APL, acesse: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/?xxxxxxxxxxxxxx&xxxxx000. Acesso em: 02/12/2013.
4 O Núcleo Estadual de Ações Transversais nos APL – NEAT –, coordenado pela AGDI, é composto por órgãos da Administração Direta e Indireta e representantes de instituições executoras de projetos e ações que promovem o fortalecimento dos arranjos produtivos locais.
5 Trata-se do produto 1.4 qual seja, um boletim de análise decenal que atende justamente ao anseio de uma análise de estrutura econômica e do emprego mais profunda.
É importante salientar que, a partir de janeiro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego passou a divulgar mensalmente o resultado do saldo de vagas do Caged com as informações de movimentações de admissão e de desligamento declaradas fora do prazo de competência, o que requer cautela na análise dos dados. Anteriormente, tais informações eram divulgadas apenas no final de cada ano. Após diversas simulações realizadas com as informações deste registro, observou-se que, em geral, metade das declarações do Caged, entregues fora de prazo pelas empresas, ocorre até o primeiro mês subsequente ao prazo legal de entrega. Com o intuito de melhor descrever a realidade, a partir das informações disponíveis, optou-se por incorporar nas análises baseados nos saldos do Caged - os dados ajustados (ou seja, as declarações fora de prazo), demarcando a extração sempre após a divulgação pelo Ministério do Trabalho, de pelo menos um mês após o período de referência da análise. Para superar essas questões, cada uma das tabelas e/ou gráficos apresentados nesse relatório, a partir da base do Caged apresentam a data da extração da informação.
Visando propiciar uma análise comparativa do APL foram levantadas e sistematizadas informações para o Estado do Rio Grande do Sul e para anos anteriores. Quando a comparação dos dados do APL é feita com o Estado, deve entender o Estado como compreendendo as mesmas atividades econômicas do APL de referência, mas apenas os municípios que não fazem parte do APL, o que elimina o viés de comparação. A análise conjuntural é realizada sempre agrupando três meses conseguintes, e pauta- se no período que compreende os meses de dezembro de 2011, 2012 e 2013 e janeiro a fevereiro de 2012, 2013 e 2014, sempre analisando conjuntamente os meses de dezembro a fevereiro.
O segundo eixo, os microempreendedores, desenvolvido na seção subsequente, conta com os dados extraídos do Portal do Empreendedor que contém as informações relativas a esse tipo de trabalhador
- Microempreendedor Individual - MEI que é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Vale esclarecer que, para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.
Os dados relativos aos empreendedores individuais aqui apresentados referem-se à totalidade de dados disponíveis no Portal do Empreendedor, elaborado pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que representa registros de 2009 a 2014. Como nesta base não há a possibilidade de se acessar a série histórica, os dados disponibilizados se referem ao acumulado. Portanto, cada uma das tabulações constantes nesse boletim apresenta a data de extração dos dados, visto que essa é uma base atualizada diariamente.
No último eixo, desempenho exportador do APL são analisados os dados oriundos do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb), mantido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Este sistema disponibiliza todas as informações relativas a exportações e importações, com atualização mensal. Os dados disponibilizados pelo sistema são separados por mercadorias, classificadas segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)6, ao passo que o APL é delimitado levando em consideração as atividades econômicas nele desempenhadas, agrupadas segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)7. Para possibilitar a compatibilização dos dados, a fim de enquadrar os dados de exportação de mercadorias disponibilizados pelo AliceWeb de acordo com as delimitações do APL, estabelecidas segundo a CNAE, utilizou-se a tabela de correspondência entre NCM e CNAE elaborada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)8. Contudo, mesmo com a utilização da tabela, ainda podem ocorrer sobre ou subestimações ao se compatibilizar os dados. Isso decorre do fato de que a classificação é diferente (mercadoria e atividade econômica) há casos de mercadorias que podem ser produzidas por mais de uma atividade econômica, pois mesmo no nível mais detalhado da NCM há casos em que não é possível determinar com segurança qual atividade econômica foi responsável pela elaboração da mercadoria. Nos casos específicos onde estes problemas ocorrem, são colocadas notas de rodapé explicitando quais mercadorias se encontram nesta situação, e quais foram as ações tomadas para contornar o problema.
Ainda em relação à organização dos dados, há a questão das unidades geográficas. Para o presente estudo, interessa saber o valor das exportações das mercadorias produzidas pelo APL, o que gera a necessidade de se realizar a consulta dos dados por municípios. Contudo, ocorre que o critério para as exportações por municípios se refere ao domicílio fiscal da empresa exportadora. Ou seja, são computadas como exportações do município não apenas aquelas mercadorias que de fato são produzidas dentro de seus limites, mas as mercadorias exportadas pelas empresas com domicílio fiscal no município, independente de onde tenham sido produzidas.
Os valores das exportações estão expressos em dólares americanos correntes, modalidade FOB – Free On Board9, seguindo o padrão em estatísticas de comércio exterior. Da mesma forma que para os eixos de análises anteriores, as tabelas das exportações do APL seguem com a data de extração, pois
7 A lista completa da CNAE é encontrada em: xxxx://xxx.xxxx.xxxx.xxx.xx/. No caso do APL Polo Moda a lista está disponível no anexo 1 deste relatório.
9 FOB é um International Comercial Term, termos utilizados em comércio internacional para definir quais as responsabilidades do exportador na operação comercial. No caso do FOB estas se referem a todas as despesas incorridas é que a mercadoria esteja a bordo do navio pronta para o transporte, ou seja, as despesas referentes ao transporte da mercadoria até o porto, armazenagem, capatazia, estivagem e desembaraço aduaneiro.
sempre que um novo mês é disponibilizado no sistema de consulta (AliceWeb), todos os meses do ano corrente e do ano anterior também são atualizados devido a alterações realizadas pelos próprios operadores de comércio exterior.
INTRODUÇÃO
Arranjo Produtivo Local (APL) é um conceito típico da área de Economia Regional que busca compreender as vantagens advindas da aglomeração geográfica de diversas empresas para sua eficiência e competitividade. A origem do conceito pode ser encontrada na obra do economista inglês Xxxxxx Xxxxxxxx, na análise dos distritos industriais ingleses (VARGAS, s.d). Xxxxxxxx foi o primeiro a perceber as vantagens advindas de tal aglomeração, o que denominou de eficiência coletiva. Essa importância da aglomeração de empresas veio a ser resgatada, anos depois, sobretudo a partir do ano de 1980, para o desenho de políticas de desenvolvimento local. A partir de então, muito se avançou e diferentes visões sobre as aglomerações produtivas surgiram (XXXXXX, s.d).
A mera concentração de empresas com atividades afins em um mesmo espaço geográfico é capaz de gerar ganhos para as empresas chamados de economias de aglomeração. Tais economias de aglomeração têm origem na cooperação, formal e tácita, entre as empresas, e não somente atividades individuais. Com o tempo este fenômeno da aglomeração geográfica de empresas passou a ser mais estudado e ganhou forma sob o conceito de Arranjo Produtivo Local, passando a abranger as mais diversas atividades econômicas. Para este trabalho o conceito adotado de APL se refere: “às aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território que apresentem especialização produtiva e que mantenham vínculos de interação, cooperação, comércio, tecnologia e aprendizagem entre si e com outras instituições locais, tais como órgãos e entidades públicos, associações, universidades, centros tecnológicos, sindicatos, instituições de crédito, ensino e pesquisa, geradores de externalidades econômicas positivas e de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social” (RIO GRANDE DO SUL, 2011).
Atualmente, os APLs são reconhecidos como um poderoso mecanismo do desenvolvimento regional e diversas esferas de governo possuem políticas públicas voltadas para o fomento deste. No caso do Rio Grande do Sul verifica-se uma longa tradição na criação de arranjos cooperativos, que data do século XIX (AGDI, 2013), com as cooperativas agrícolas. Essa tradição se manteve ao longo de diversos governos e recentemente recebeu um novo estímulo. A política industrial do Estado, composta de vários eixos temáticos e programas de ações, tem o APL como um de seus elementos centrais. O fomento aos APLs do Estado consta como uma das principais ações da Política Estadual de Fomento à Economia da Cooperação (um dos eixos da Política Industrial) que o compreende como instrumento prioritário para a promoção do “desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. No âmbito da Política, o desenvolvimento econômico é buscado através do adensamento de cadeias e arranjos produtivos, da cooperação entre empresas, e destas com instituições do cooperativismo, da economia popular e solidária, da autogestão, do aprendizado coletivo, da inovação e da cultura
exportadora” (AGDI, 2013, p. 30). Sendo assim, a Política é dividida em dois eixos centrais: o Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais (Programa de APLs) e o Programa de Redes de Cooperação (PRC).
No âmbito do Programa de APLs a empresa é compreendida “a partir de uma perspectiva coletiva e territorial sob a premissa de que os vínculos de cooperação entre instituições dos setores privado, cooperativo, público, de ensino e pesquisa e de organizações sem fins lucrativos potencializam as estratégias singulares de competição e fomentam o desenvolvimento da economia da região” (AGDI, 2013, p. 31). Como pode ser visto, segundo a política, a empresa é o ator principal do APL, origem de todos os intercâmbios e vínculos típicos do arranjo. Com este arcabouço desenvolvido, o programa tem como objetivo principal, através do fomento dos APLs, os programas de desenvolvimento setorial e a política de combate às desigualdades regionais.
O programa tem uma base teórica robusta como fundamento, bem como objetivos audaciosos. A fim de alcançar estes objetivos o programa tem como principal ferramenta a capacitação dos APLs e sua gestão, representada pela governança. Para tanto o governo do Estado estruturou dois fundos de recursos para possibilitar tal organização, que podem ser separados em dois principais: Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do Rio Grande do Sul (PROREDES BIRD) e Fundo de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (FUNDOAPL).
O PROREDES XXXX se insere em um contexto mais amplo do que o aporte de recursos aos APLs, tendo como objetivo a retomada do desenvolvimento do Rio Grande do Sul por meio da execução de políticas públicas de modernização da gestão pública, de desenvolvimento do setor privado, da qualificação do ensino público e da melhoria dos transportes. Na área de desenvolvimento do setor privado que se encaixa o fortalecimento dos APLs, que têm acesso a um aporte inicial de recursos de modo a possibilitar a organização mais rápida possível dos APLs enquadrados no programa. Sendo assim, o objetivo principal dos recursos do PROREDES BIRD para os APLs é a estruturação a governança e elaboração do Plano de Desenvolvimento e/ou de Marketing dos arranjos. Procura-se, desta forma, estimular a auto-organização de empresas, trabalhadores e instituições em APLs, com governança participativa, coordenação e agenda de ações próprias.
Já o FUNDOAPL criado pela Lei 13.840 de 05/12/2012 e regulamentado pelo Decreto 50.562 de 14/08/2014, destina recursos a ações e projetos dos cooperados dos APL que busquem beneficiar um grupo ou conjunto de produtores e empreendimentos da base do Arranjo. Estas ações e projetos vão desde investimentos fixos, capital de giro, tecnologia e agregação de valor à produção por meio da industrialização à disponibilização de serviços técnicos, tecnológicos, de metrologia, de extensão e
capacitação. A lista completa de ações englobadas pelo fundo se encontra no Regulamento supracitado. Apesar de contar com recursos das mais diversas origens, o fundo tem como principal fonte de financiamento aportes das empresas participantes dos APLs. A empresa que aportar recursos ao fundo, receberá crédito fiscal em igual montante aos recursos deste aporte. Este fundo, contudo, ainda não se encontra em execução, apesar de estar com todas suas normas jurídicas já estabelecidas.
As políticas públicas voltadas para os APLs do Estado contemplam as diversas fases do fomento dos Arranjos, explicitando os conceitos e mecanismos que utiliza. Neste ínterim que se insere este boletim de análise conjuntural que tem como objetivo oferecer subsídios para o acompanhamento das políticas ao analisar o movimento conjuntural do mercado de trabalho e das exportações do APL, uma vez que as flutuações fornecem boas aproximações do desempenho do mesmo. A compreensão mais apurada da realidade local permite que o gestor público atue de forma a buscar soluções para os desafios encontrados pelo Arranjo, tendo como direção a promoção constante do desenvolvimento local.
1. ANÁLISE CONJUNTURAL DO MERCADO DE TRABALHO FORMAL NO APL
A presente seção tem como foco a análise do saldo (admissões subtraídas das demissões) de emprego acumulado entre dezembro de 2013 a fevereiro de 2014. Para efeito de comparação, os saldos dos vínculos empregatícios no APL serão analisados frente aos saldos totais do Rio Grande do Sul e do Brasil (para ambos os casos - exceto os municípios que compõem o APL) para as mesmas atividades econômicas desenvolvidas no Arranjo.
1.1. Comportamento do Mercado de trabalho formal: uma análise comparativa
Os números gerais do saldo de empregos formais para os meses do trimestre mais recente se encontram na Tabela 1. A fim de possibilitar uma avaliação mais geral sobre o desempenho do APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, seus dados de saldo foram colocados em perspectiva com os dados para o Rio Grande do Sul e o Brasil. Ao se utilizar as mesmas atividades econômicas como comparação, possibilita-se uma análise mais fidedigna do desempenho do APL, pois tais atividades, em certa medida, estão sujeitas aos mesmos efeitos do cenário macroeconômico e de políticas econômicas federais. A exclusão dos municípios do APL das outras regiões elimina o viés de comparação na análise.
Percebe-se que o Brasil é a região que realmente destoa das demais em análise. Este, em que pese exibir somente saldos negativos, apresenta uma diminuição na magnitude destes saldos de 2011-2012 para 2012-2013, que volta a aumentar no trimestre seguinte. Já o Rio Grande do Sul e o APL apresentam a mesma evolução em seus saldos, guardadas as devidas proporções. O saldo de ambos apresenta aumento contínuo ao longo dos três trimestres em análise. O Estado sai de um patamar negativo de -505 vagas para -79, ao passo que o APL alcança saldo positivo em 2013-2014, saindo de um patamar negativo de -26 em 2011-2012 para 50 no trimestre mais recente (Tabela 1).
Cabe destacar ainda que os saldos, se analisados separadamente por mês, mostram um mesmo padrão para as regiões, que é repetido nos três trimestres. Dezembro sempre apresenta saldos pronunciadamente negativos ao passo que janeiro e fevereiro positivos, também de grande vulto (Anexo 2). Sendo assim, quando o saldo final é negativo este se deve ao grande saldo de dezembro que não é compensado pelo saldo positivo dos meses seguintes.
Por último, cabe uma comparação com o trimestre anterior, tratado no segundo boletim. Neste, os saldos dos APL não apresentaram uma tendência clara e apresentaram valores negativos para todos os três períodos da análise. Contudo, o fato que mais chamou atenção foi que tais saldos se deram em um contexto de saldos positivos no estado e no país, situação basicamente oposta à que ocorre no presente trimestre.
Saldo de empregos formais
Brasil(1), Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012,
2013 e 2014
Região | 2011-2012 | 2012-2013 | 2013-2014 |
APL | -26 | -16 | 50 |
Rio Grande do Sul | -505 | -239 | -79 |
Brasil | -21.602 | -12.106 | -14.813 |
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o Brasil e o Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
1.2. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo municípios, atividade econômica e tamanho do estabelecimento
A distribuição dos saldos do emprego no APL Polo de Moda pode ser observada a partir de dois recortes - por município e por classe de atividade econômica (CNAE). Em relação à distribuição dos saldos por municípios(Tabela 2), percebe-se que dos quatro principais municípios do Arranjo (Caxias do Sul, Guaporé, Farroupilha e Bento Gonçalves), responsáveis pela maior parte dos estabelecimentos e vínculos (segundo distribuição desses - apresentado no 1º boletim de análise conjuntural do APL), somente Caxias do Sul (56) e Farroupilha (45) apresentam saldos positivos relevantes. Por outro lado, Guaporé chama atenção pelo grande saldo negativo, o maior do APL (-73); já Xxxxx Xxxxxxxxx teve saldo pouco relevante (2). Dos demais municípios, cabe ainda citar o saldo positivo de Flores da Cunha (20) e o negativo de Vila Flores (-16). Em relação aos outros dois trimestres, todos os principais municípios apresentam saldos semelhantes aos saldos do trimestre 2013-2014, à exceção de Farroupilha que registrou saldo negativo(-29) em 2012-2013.
Destaca-se ainda que os municípios de Cotiporã, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Protásio Alves, Santa Tereza, São Jorge e São Marcos não registraram saldo de emprego no trimestre (2013/2014) assim como nos trimestres dos anos imediatamente anteriores.
Na comparação com o boletim anterior10 que analisou o trimestre imediatamente anterior (setembro a novembro), há diferenças marcantes. Caxias do Sul e Farroupilha apresentaram saldos negativos para todos os trimestres, ao passo que Guaporé saldos positivos, ou seja, uma inversão para com o trimestre atual. Xxxxx Xxxxxxxxx, por sua vez, foi o município com saldos mais semelhantes nos dois trimestres.
10 Boletim disponível em: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/xxxxxx/0000000000_Xxxxxxxxxxx%00xxx%00Xxxxxxxxxx%00Xxxxxxxxxx%00x%00xx%00Xx prego%20_%202_%20Trimestre%20_Polo%20de%20Moda_.pdf
Saldo de empregos formais segundo municípios(1)
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Município | 2011-2012 | 2012-2013 | 2013-2014 |
Xxxxxxx Xxxxx | -1 | -2 | 0 |
Xxxxx Xxxxxxxxx | 4 | 3 | 2 |
Xxxxxx Xxxxxxx | 4 | 0 | -1 |
Caxias do Sul | 42 | 46 | 56 |
Xxxxxxxx Xxxxxx | -4 | 1 | 3 |
Farroupilha | 19 | -29 | 45 |
Flores da Cunha | 11 | 8 | 20 |
Garibaldi | 3 | 0 | 9 |
Guabijú | -4 | -7 | -4 |
Guaporé | -73 | -37 | -73 |
Ipê | 0 | 0 | 3 |
Nova Prata | 0 | 0 | -1 |
Nova Roma do Sul | -5 | 3 | 2 |
Vale Real | -7 | -4 | 4 |
Veranópolis | -1 | 0 | 1 |
Vila Flores | -13 | 2 | -16 |
Vista Alegre do Prata | -1 | 0 | 0 |
Total | -26 | -16 | 50 |
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Somete constam nesta tabela os municípios que obtiveram pelo menos um trimestre com saldo diferente de zero.
Os saldos segundo as atividades econômicas demonstram que as atividades que possuem os maiores estoques de empregados e estabelecimentos apresentaram também os maiores saldos, tanto positivos quanto negativos. A saber: as quatro atividades principais são: Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas; Confecção de roupas íntimas; Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias; Fabricação de tecidos de malha. Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas, Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias e Fabricação de tecidos de malha apresentaram os maiores saldos positivos do trimestre ao passo que Confecção de roupas íntimas registrou saldo negativo.
Levando em conta o mesmo trimestre dos anos imediatamente anteriores, chama atenção que somente Fabricação de tecidos de malha mantém os saldos positivos em todos os trimestres. Em 2012-2013 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias apresentaram saldos negativos. Em 2011-2012, contudo, somente Confecção de roupas íntimas apresenta saldos negativos (Tabela 3).
Em relação ao boletim anterior, há basicamente uma inversão nos saldos das atividades econômicas.
Confecção de roupas íntimas foi a atividade, dentre as principais, com os maiores saldos positivos,
inclusive a única com saldos positivos para todos os anos. Em 2013 além dela, somente Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas apresentou saldo positivo.
TABELA 3
Saldo de empregos formais, segundo atividades econômicas
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Classe de Atividade Econômica 2011-2012 2012-2013 2013-2014
Fiação de Fibras Artificiais e Sintéticas | 7 | -1 | 0 |
Fabricação de Tecidos de Malha | 37 | 39 | 27 |
Acabamentos em Fios, Tecidos e Artefatos Têxteis | 1 | 1 | -5 |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 3 | -5 | -2 |
Fabricação de Tecidos Especiais, Inclusive Artefatos | 4 | 1 | 2 |
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados | |||
Anteriormente | -16 | -11 | 14 |
Confecção de Roupas íntimas | -81 | -6 | -57 |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 11 | -13 | 54 |
Confecção de Roupas Profissionais | 2 | 8 | 3 |
Fabricação de Acessórios do Vestuário, Exceto para Segurança | |||
e Proteção | -13 | -4 | -13 |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e | |||
Tricotagens, Exceto Meias | 19 | -25 | 27 |
Total | -26 | -16 | 50 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 29/05/2014 Elaboração: DIEESE |
A fim de melhor compreender a distribuição dos saldos de emprego formal no APL, foi organizada uma tabulação contendo os principais municípios e classes de atividade econômica em termos de concentração de saldos. Ao invés de selecionar os municípios e as atividades econômicas previamente, decidiu-se por acessar os dados e separar os saldos de maior monta, para então realizar a análise (Tabela 4). Sendo assim, para que se tenha uma noção de quanto estas atividades selecionadas representam para cada um dos municípios, criou-se uma linha de subtotal, que equivale à soma das atividades representadas na tabela.
Como esperado, Caxias do Sul é o município com a maior diversidade de atividades econômicas, seguido por Xxxxx Xxxxxxxxx. Mesmo assim, Caxias do Sul tem parte relevante de seu saldo concentrada em Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas. Xxxxx Xxxxxxxxx, por sua vez, apresenta o saldo mais pulverizado entre as atividades. Farroupilha e Guaporé também apresentam concentração de seus saldos em uma atividade econômica, respectivamente Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias e Confecção de roupas íntimas. Cabe notar que a concentração nestes municípios é maior do que em Caxias do Sul (Tabela 4).
TABELA 4
Saldo de empregos formais, segundo atividades econômicas(1) e municípios selecionados APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Xxxxx Xxxxxxxxx
Caxias do Sul
Município Classe de Atividade Econômica 2012-2011 2013-2012 2014-2013
Fabricação de Tecidos de Malha | 4 | 4 | 6 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 8 | 0 | -2 | |
Confecção de Roupas íntimas | -2 | 3 | 1 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | -4 | 0 | -8 | |
Confecção de Roupas Profissionais | 1 | 3 | 5 | |
Subtotal | 7 | 10 | 2 | |
Total | 4 | 3 | 2 | |
Fabricação de Tecidos de Malha | 28 | 35 | 21 | |
Acabamentos em Fios, Tecidos e Artefatos Têxteis | 0 | 3 | -6 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | -2 | -5 | -8 | |
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados Anteriormente | -14 | 7 | 14 | |
Confecção de Roupas íntimas | -6 | 20 | -4 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 39 | -18 | 52 | |
Confecção de Roupas Profissionais | 4 | 6 | -6 | |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias | -7 | -5 | -5 | |
Subtotal | 42 | 43 | 58 | |
Total | 42 | 46 | 56 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | -1 | 2 | 3 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | -11 | 3 | 13 | |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias | 25 | -22 | 28 | |
Subtotal | 13 | -17 | 44 | |
Total | 19 | -29 | 45 | |
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados Anteriormente | -1 | -5 | -5 | |
Confecção de Roupas íntimas | -72 | -29 | -59 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | -2 | -2 | -10 | |
Subtotal | -75 | -36 | -74 | |
Total | -73 | -37 | -73 | |
Fabricação de Tecidos de Malha | 32 | 39 | 27 | |
Acabamentos em Fios, Tecidos e Artefatos Têxteis | 0 | 3 | -6 | |
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico | 5 | -3 | -7 | |
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados Anteriormente | -15 | 2 | 9 | |
Confecção de Roupas íntimas | -80 | -6 | -62 | |
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas | 22 | -17 | 47 | |
Confecção de Roupas Profissionais | 5 | 9 | -1 | |
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias | 18 | -27 | 23 | |
Subtotal | -13 | 0 | 30 | |
Total | -73 | -37 | -73 |
Farroupilha
Guaporé
Soma
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Foram retiradas da tabela todas as atividades que não modificariam o subtotal de 2013-2014 dos municípios significativamente, a ponto deste apresentar valor no máximo 10% superior ou inferior ao total.
Na análise do desempenho dos saldos segundo tamanho dos estabelecimentos11, percebe-se que os estabelecimentos com até 4 e mais de 500 funcionários concentram a maior parte do saldo. Além destes estabelecimentos, somente aqueles com 10 a 19 vínculos também apresentam saldos positivos. Já os saldos negativos são pulverizados entre os estabelecimentos. Cabe notar que nenhuma faixa de tamanho de estabelecimento apresentou saldos positivos para todos os trimestres (Gráfico 1).
11 O tamanho dos estabelecimentos é definido pela quantidade de vínculos ativos.
Desta forma, assim como ocorreu no boletim anterior, o destaque são os estabelecimentos com até 4 vínculos de trabalho. A principal diferença, é que os saldos neste boletim estão mais concentrados do que no boletim anterior.
GRÁFICO 1
Saldo de empregos formais segundo tamanho(1) do estabelecimento APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada em 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
(1) O tamanho do estabelecimento é definido pela quantidade de vínculos ativos
1.3. Comportamento do Mercado de Trabalho Formal segundo características dos trabalhadores e das vagas
Os saldos de emprego também podem ser analisados pelas principais características dos trabalhadores: sexo, escolaridade e faixa etária. Na análise do trimestre segundo o sexo, fica clara a preponderância das mulheres na composição do saldo, respondendo por 66 vagas, enquanto os homens por um saldo negativo de -16 vagas.
No trimestre anterior (2012-2013) o saldo dos homens, em magnitude, foi maior que o das mulheres, apesar de ser negativo. Já no trimestre 2011-2012, o saldo registrado para as mulheres era negativo, apesar de maior em magnitude, se comparado ao dos homens. Interessante notar que a evolução do saldo das mulheres acompanha a evolução do saldo do APL, já que ambos vão se tornando progressivamente maiores (Tabela 5). Este cenário é o mesmo encontrado para os boletins anteriores. Portanto, é possível afirmar que a maior parte dos empregos gerados, no trimestre em análise, no APL Polo de Moda são ocupados por mulheres.
Em relação à escolaridade, cujos dados também constam na Tabela 5, nota-se que trabalhadores com Ensino médio completo e incompleto respondem pelos maiores saldos, ao passo que as faixas de
Ensino fundamental completo e Ensino superior incompleto respondem pelos saldos negativos relevantes do período.
Quando se trata dos saldos do do trimestre dos anos anteriores representados, percebe-se mudanças nas principais faixas de escolaridade responsáveis pelos maiores e menores saldos. A exceção fica por conta do Ensino médio completo que responde pelo maior saldo em todos os três trimestres e Ensino fundamental incompleto, cujos saldos são os menores em 2012-2013 e 2013-2014. Quando os dados são comparados aos do boletim anterior percebe-se não haver nenhum padrão claro nos principais saldos do APL, tanto para os positivos quanto os negativos.
A partir da análise do saldo de emprego segundo escolaridade dos trabalhadores, é possível afirmar que, no trimestre em análise houve um incremento de trabalhadores com Ensino médio incompleto e completo em detrimento dos trabalhadores com fundamental completo.
Nas análises segundo as faixas etárias dos trabalhadores, destaca-se o saldo positivo de emprego para os trabalhadores de até 17 anos12. Além desta faixa etária, os trabalhadores com 30 a 49 anos também apresentam saldo relevante. Já os saldos negativos se encontram concentrados nos trabalhadores com 20 a 24 anos e 50 a 64 anos.
Em relação ao mesmo trimestre dos dois anos anteriores nota-se semelhança importante no que se refere aos saldos positivos dos trabalhadores com até 17 anos, única faixa etária com saldos positivos para todos os anos (Tabela 5). Adicionalmente, verifica-se concentração desse saldo positivo na atividade: Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas (56,3%), a mesma registrada para o trimestre anterior. Além disso, foi possível observar que está fortemente concentrado no município de Caxias do Sul, ou seja, das 71 vagas ocupadas por trabalhadores com até 17 anos 50,7% dessas foram em Caxias do Sul (Anexo 3).
12 A faixa etária mínima ao ingresso no mercado de trabalho formal brasileiro é 16 anos, conforme CLT artigo 403, no entanto, de acordo com a Lei 10.097 de 2000 (Lei da Aprendizagem) os jovens com 14 anos ou mais, podem ser empregados na modalidade de aprendiz.
TABELA 5
Saldo de empregos formais segundo características do trabalhador
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Características do Trabalhador
2011-2012 2012-2013 2013-2014
Homens | 8 | -19 | -16 |
Mulheres | -34 | 3 | 66 |
Analfabeto | -1 | 0 | 1 |
Até 5ª Incompleto | 4 | 5 | -1 |
5ª Completo Fundamental | 12 | 19 | 6 |
6ª a 9ª Fundamental | -29 | -36 | 5 |
Fundamental Completo | -5 | -45 | -40 |
Médio Incompleto | -8 | -14 | 52 |
Médio Completo | 19 | 59 | 25 |
Superior Incompleto | -17 | -16 | -10 |
Superior Completo | -1 | 12 | 12 |
Até 17 | 59 | 36 | 74 |
18 a 24 | -62 | 0 | -3 |
25 a 29 | 16 | -15 | -27 |
30 a 39 | -16 | 2 | 28 |
40 a 49 | -9 | -14 | 10 |
50 a 64 | -11 | -22 | -29 |
65 ou mais | -3 | -3 | -3 |
Total | -26 | -16 | 50 |
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 29/05/2014 Elaboração: DIEESE
Em relação às ocupações, as famílias com maior participação no saldo positivo de vagas são Alimentadores das linhas de produção (33) e Vendedores e demonstradores em lojas e mercados (22), que totalizaram um saldo de 55 vagas, de um total de 125 das dez principais famílias ocupacionais. Na outra ponta, as ocupações com os maiores saldos negativos, cabe notar que há menor concentração, com a soma dos dois maiores saldos negativos totalizando -14 em um total de - 51 das dez principais famílias ocupacionais que mais extinguiram vagas (Tabela 6).
Em comparação com os outros trimestres representados, percebe-se a grande variação nas principais famílias ocupacionais, tanto em termo dos saldos positivos quanto dos negativos, indicando que não há nenhum padrão claro nos saldos por família ocupacional no trimestre para os anos em análise. A mudança é de tal monta que as dez famílias com os maiores saldos negativos em 2013-2014 apresentam, em conjunto, saldo positivo para 2012-2013 e 2011-2012. Em relação ao boletim anterior também há poucas semelhanças, cabe somente destacar os Alimentadores das linhas de produção, que apresentam posição semelhante no ranking do trimestre de dezembro a fevereiro comparado ao trimestre de setembro a novembro.
TABELA 6
Saldo das famílias ocupacionais(1) com maior e menor saldo de vagas APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Família Ocupacional | 2011-2012 | 2012-2013 | 2013-2014 |
Alimentadores de Linhas de Produção | 5 | 16 | 33 |
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados | 19 | -4 | 22 |
Escriturários em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos | 1 | -6 | 13 |
Almoxarifes e Armazenistas | -5 | 4 | 11 |
Operadores de Tear e Máquinas Similares | 0 | -1 | 11 |
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas | -4 | 7 | 10 |
Trabalhadores de Embalagem e de Etiquetagem | 13 | 5 | 9 |
Mecânicos de Manutenção de Veículos Automotores | 0 | 0 | 6 |
Técnicos de Controle da Produção | 3 | -2 | 5 |
Tintureiros, Lavadeiros e Afins, à Máquina | 3 | 4 | 5 |
Subtotal das 10 Famílias com maior saldo positivo | 35 | 23 | 125 |
Inspetores e Revisores de Produção Têxtil | 1 | -1 | -7 |
Trabalhadores da Impressao Gráfica | 5 | -2 | -7 |
Trabalhadores de Estruturas de Alvenaria | -3 | -2 | -6 |
Gerentes de Produção e Operações em Empresa da Indústria Extrativa, de Transformação e de Servicos de Utilidade Pública | -4 | 0 | -5 |
Supervisores da Indústria Têxtil | -6 | 0 | -5 |
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias Têxteis | 10 | 12 | -5 |
Gerentes Administrativos, Financeiros e de Riscos | -1 | 0 | -4 |
Ajudantes de Obras Civis | 0 | 0 | -4 |
Operadores de Máquinas para Bordado e Acabamento de Roupas | 6 | 17 | -4 |
Supervisores de Trabalhadores de Embalagem e Etiquetagem | -4 | 0 | -4 |
Subtotal das 10 Famílias com maior saldo negativo | 4 | 24 | -51 |
Saldo das demais Famílias ocupacionais | -65 | -63 | -24 |
Total | -26 | -16 | 50 |
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada em 29/05/2014.
Elaboração: DIEESE
(1) Para obter a descrição sumária das atividades desenvolvidas por cada uma das Famílias ocupacionais apresentadas, bem como, a formação e experiência exigida para exercer as respectivas atividades conforme Código Brasileiro de Ocupações vide o Glossário de Famílias Ocupacionais no final deste relatório.
Os admitidos por Xxxxxxxxx no APL representaram no trimestre em análise 86,6% das admissões, enquanto as admissões por Primeiro Emprego totalizaram 13,3% (Gráfico 2). Em comparação com as admissões ocorridas no estado (naquelas atividades econômicas que compõem o APL e excluindo os municípios que o compõem), verifica-se divisão similar no que tange aos motivos de admissão, já que as admissões por Xxxxxxxxx representaram 90,1% e as admissões por Primeiro Emprego representaram 9,6%. Admissões por Reintegração e por Contrato de trabalho por prazo determinado não são representativas.
Comparando em perspectiva histórica, percebe-se que tanto para o APL quanto para o Rio Grande do Sul, as admissões por Reemprego ganham participação no total. Esse cenário para o trimestre imediatamente anterior, constante no último boletim foi semelhante, no tocante à supremacia das admissões por Xxxxxxxxx, em que pese não ter havido nenhuma tendência na variação da participação dos tipos de admissões ao longo dos trimestres.
GRÁFICO 2
Distribuição das admissões segundo o tipo (em %)
Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Fonte: MTE/Caged Consulta realizada em 30/05/2014.
Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o estado do Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
Os trabalhadores desligados por Demissão sem justa causa, no APL, respondem por 44,1% dos desligamentos, seguido por Desligamento a pedido (45,1%) e Desligamento por término de contrato (15,5%). O Estado apresenta cenário semelhante, em que pese a pequena participação superior dos Desligamentos por término de contrato e Desligamento sem justa causa no total (Gráfico 3).
Em relação aos trimestres anteriores, chama atenção o fato de que no APL as Demissões sem justa causa vêm aumentando em porcentagem semelhante à diminuição dos Desligamentos por término de contrato. Já no Estado há a diminuição destes tipos de demissão, com o aumento dos Desligamentos a pedido. Comparando com o boletim anterior, percebe-se bastante semelhança dos dados do APL, apesar de haver maior participação de demissões sem justa causa.
Distribuição dos desligamentos segundo o tipo (em %)
Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 02/06/2014.
Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o estado do Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
Em relação ao tempo de permanência no emprego, chama atenção que, mais da metade (56,1%) dos trabalhadores desligados no APL Polo de Moda possuía menos de um ano no emprego, sendo que 29,8% não ultrapassou seis meses no emprego e 12,3% deles foram desligados antes de completar 3 meses de trabalho, ou seja, provavelmente ainda em contrato de experiência (Gráfico 4). O Rio Grande do Sul apresenta dados semelhantes aos do APL, apesar de um tempo médio de permanência um pouco menor.
Comparando com os trimestres anteriores percebe-se que há diferenças pouco expressivas no tempo de permanência, tanto para o APL quanto para o Estado. Já em relação à comparação com o boletim anterior, há diferenças importantes. O tempo de permanência aumenta significativamente, sobretudo devido à menor participação dos trabalhadores desligados com menos de três meses e com seis até 11,9 meses. Ou seja, no trimestre imediatamente anterior os desligados com até 2,9 meses representavam 22,9% e no presente trimestre 12,3%, já os com entre 6,0 e 11,9 meses no trimestre anterior concentravam 18,0% e nesse trimestre representaram 26,3% (maior concentração no que se refere às faixas de tempo de permanência).
Distribuição dos desligamentos segundo o tempo de permanência no emprego (em %) Rio Grande do Sul(1) e APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e
2014
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 02/06/2014.
Elaboração: DIEESE
(1) Os dados para o estado do Rio Grande do Sul estão restritos a aquelas atividades que compõem o APL excluindo-se os municípios que compõem o APL.
Tratando dos salários dos trabalhadores admitidos e desligados no APL, os dados apresentados no Gráfico 5 mostram que os últimos apresentam salários médios reais superiores aos dos primeiros. Em perspectiva histórica para o trimestre em análise, percebe-se que o salário médio dos desligados aumentou continuamente, enquanto o dos admitidos manteve-se inalterado entre 2011-2012 e 2012- 2013, aumentando somente entre este trimestre e o último (quando passou de R$ 935 para R$ 950). Sendo assim, a diferença entre os salários de ambos os conjuntos de trabalhadores aumentou ao longo dos anos para o trimestre em análise. Contudo, a razão entre o salário de admissão e o de desligamento saiu de 97,7% para 94,5%. Quando comparado com o boletim anterior, percebe-se que há pouca diferença entre os dados, a mais relevante é que nele o salário dos admitidos cresce continuamente.
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 02/06/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Deflacionados pelo INPC/IBGE a preços de fevereiro de 2014
No Gráfico 6 abaixo, estão os dados de salário para as mesmas atividades econômicas do APL no estado do Rio Grande do Sul (exceto os municípios do APL). Os dados mostram que os trabalhadores admitidos no Estado possuem salário médio superior à dos trabalhadores admitidos no APL Polo de Moda da Serra Gaúcha; no último trimestre o salário médio dos primeiros foi de R$ 913 e o dos últimos R$ 950. A razão entre os salários dos admitidos e desligados no Estado no trimestre revela queem média, um trabalhador admitido neste período recebia um salário que correspondia a 95,3% do salário médio do trabalhador desligado, portanto, embora com valores médios inferiores aos observados no APL, menos desiguais na comparação entre admitidos e desligados.
Comparando com o mesmo trimestre com os anos anteriores nota-se que a diferença entre os salários médios de admissão e desligamento diminui entre 2011-2012 (93,0%) e 2012-2013 (99,2%) por conta da redução do salário médio dos desligados e aumento do dos admitidos. Já para o ano subsequente o salário dos desligados aumenta, em intensidade maior que o dos admitidos, o que faz com que a diferença aumente.
Rio Grande do Sul(2) set a nov de 2011, 2012 e 2013
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 02/06/2014 Elaboração: DIEESE
(1) Deflacionados pelo INPC/IBGE a preços de fevereiro de 2014
(2) Considerando apenas as atividades econômicas que compõem o APL e excluindo os municípios que o compõe
2. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI NO APL POLO DE MODA DA SERRA GAÚCHA
Atualmente, o APL Polo de Moda da Serra Gaúcha conta com um total de 905 Microempreendedores, fortemente concentrados no município de Caxias do Sul que responde por 590 deles, ou seja, 65,2% do total de MEIs do APL. Outros municípios também registram empreendedores, no entanto, em menor proporção como, cabe destacar: Xxxxx Xxxxxxxxx (8,8%), Farroupilha (6,0%) e Guaporé (4,6%), conforme consta na Tabela 7. Assim como esperado, os municípios com maior participação, em termos de número de estabelecimentos e empregos no APL foram também aqueles com maior participação no número de MEIs. Além disto, cabe destacar que mesmo os municípios sem saldo no trimestre em análise apresentaram pelo menos um MEI nas atividades do APL. Outro dado relevante é a participação dos MEIs das atividades do APL no total de MEIs no território, que representam apenas 4,7%.
TABELA 7
Distribuição dos Microempreendedores Individuais por município (em %) APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, 2014
Microempreendedores Microempreendedores
Pariticipação dos
Pariticipação do
Município
Individuais - Total [A]
Individuais - APL [B]
municípios no total (%)
- APL
APL no total (%) [B/A]
Xxxxxxx Xxxxx | 131 | 3 | 0,3 | 2,3 |
Xxxxx Xxxxxxxxx | 2.690 | 80 | 8,8 | 3,0 |
Xxxxxx Xxxxxxx | 351 | 23 | 2,5 | 6,6 |
Caxias do Sul | 12.237 | 590 | 65,2 | 4,8 |
Cotiporã | 33 | 1 | 0,1 | 3,0 |
Xxxxxxxx Xxxxxx | 39 | 1 | 0,1 | 2,6 |
Farroupilha | 911 | 54 | 6,0 | 5,9 |
Flores da Cunha | 554 | 30 | 3,3 | 5,4 |
Garibaldi | 465 | 13 | 1,4 | 2,8 |
Guabiju | 8 | 0 | 0,0 | 0,0 |
Guaporé | 441 | 42 | 4,6 | 9,5 |
Ipê | 56 | 1 | 0,1 | 1,8 |
Monte Belo do Sul | 38 | 1 | 0,1 | 2,6 |
Nova Pádua | 28 | 2 | 0,2 | 7,1 |
Nova Prata | 362 | 16 | 1,8 | 4,4 |
Nova Roma do Sul | 65 | 1 | 0,1 | 1,5 |
Xxxxxxxx Xxxxx | 20 | 2 | 0,2 | 10,0 |
Santa Tereza | 27 | 1 | 0,1 | 3,7 |
São Jorge | 40 | 2 | 0,2 | 5,0 |
São Marcos | 260 | 13 | 1,4 | 5,0 |
Vale Real | 122 | 18 | 2,0 | 14,8 |
Veranópolis | 426 | 9 | 1,0 | 2,1 |
Vila Flores | 33 | 2 | 0,2 | 6,1 |
Vista Alegre do Prata | 12 | 0 | 0,0 | 0,0 |
Total | 19.349 | 905 | 100,0 | 4,7 |
Fonte: MDIC, Portal do Empreendedor. Dados extraídos em 06/05/2014 Elaboração: DIEESE.
No tocante à distribuição dos empreendedores individuais segundo atividade econômica (Tabela 8) a concentração é ainda mais evidente. Do total de 905 MEIs do APL, 716 (79,1%) estão concentrados na atividade de Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas. Na sequência aparecem Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis (7,2%), e Fabricação de Artefatos têxteis para uso doméstico (4,6%).
Interessante notar que ao contrário do ocorrido na distribuição por municípios, na distribuição por atividades econômicas, duas atividades (Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis e Artefatos têxteis para uso doméstico) que são pouco representativas em termos de emprego e estabelecimentos formais, apareceram com maior expressão no número de MEIs. Da mesma forma, atividades com expressão no emprego e nos estabelecimentos apareceram com pouca ou nenhuma relevância nos MEIs, como Fabricação de peças do vestuário e Fabricação de artigos do vestuário produzidos em malharias e tricotagens. Isto se deve, provavelmente, á natureza destas atividades que demandam maior aplicação em máquinas, equipamentos e instalações.
Tabela 8
Distribuição dos Microempreendedores Individuais por atividade econômica (em %) APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, 2014
Individuais - Total | no total (%) | |
Fiação de fibras artificiais e sintéticas | 0 | 0,0 |
Fabricação de tecidos de malha | 0 | 0,0 |
Acabamentos em fios tecidos e artefatos têxteis | 65 | 7,2 |
Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico | 42 | 4,6 |
Fabricação de tecidos especiais inclusive artefatos | 0 | 0,0 |
Fabricação de outros produtos têxteis não especificados | ||
anteriormente | 5 | 0,6 |
Confecção de roupas íntimas | 35 | 3,9 |
Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas | 716 | 79,1 |
Confecção de roupas profissionais | 9 | 1,0 |
Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para | ||
segurança e proteção | 1 | 0,1 |
Fabricação de artigos do vestuário produzidos em | ||
malharias e tricotagens, exceto meias | 32 | 3,5 |
Total | 905 | 100,0 |
Fonte: MDIC, Portal do Empreendedor. Dados extraídos em 06/05/2014. Elaboração: DIEESE. |
Atividade econômica Microempreendedores Participação
Comparando com boletim trimestre imediatamente anterior, percebe-se que não há diferenças entre os principais municípios e atividades econômicas. Cabe citar somente o aumento de 8,4% no total de MEIs.
3. DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR
Nesta seção, se analisa o desempenho das exportações do APL, separando-as por município e atividade econômica. Assim como na seção do mercado de trabalho, os dados se referem aos meses de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014.
Como pode ser visto pela Tabela 9, há elevada concentração das exportações. Caxias do Sul e Xxxxxxxxxxx respondem juntos por 85,5% do valor exportado do APL no trimestre. Interessante notar, contudo, que o desempenho destes municípios diverge. Caxias do Sul diminui continuamente o valor de suas exportações, ao passo que Farroupilha, após diminuição de 2011-2012 para 2012-2013, aumenta deste trimestre para o último. Dado o peso de Caxias do Sul para o total, juntamente Guaporé (quarto município em termos de participação no total), seu desempenho acaba por influenciar decisivamente o desempenho do APL como um todo, o que acarreta na diminuição do valor exportado ao longo dos trimestres disponíveis.
TABELA 9
Valor exportado (US$ FOB) segundo municípios
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012, 2013 e 2014
Classe de Atividade Econômica 2011-2012 Participação (%) 2012-2013 Participação (%) 2013-2014 Participação (%)
Xxxxx Xxxxxxxxx | 16.307 | 1,0 | 16.140 | 1,2 | 37.203 | 2,7 |
Xxxxxx Xxxxxxx | 2.417 | 0,2 | 1.151 | 0,1 | 7.659 | 0,6 |
Caxias do Sul | 997.157 | 63,6 | 865.473 | 66,3 | 805.108 | 58,1 |
Farroupilha | 364.072 | 23,2 | 302.007 | 23,1 | 379.573 | 27,4 |
Xxxxxx xx Xxxxx | 159 | 0,0 | 0 | 0,0 | 448 | 0,0 |
Garibaldi | 2.003 | 0,1 | 181 | 0,0 | 0 | 0,0 |
Guapore | 103.428 | 6,6 | 84.526 | 6,5 | 64.985 | 4,7 |
Nova Prata | 75.132 | 4,8 | 35.236 | 2,7 | 84.882 | 6,1 |
Nova Roma do Sul | 310 | 0,0 | 150 | 0,0 | 225 | 0,0 |
São Marcos | 981 | 0,1 | 0 | 0,0 | 484 | 0,0 |
Veranópolis | 6227 | 0,4 | 0 | 0,0 | 5981 | 0,4 |
Total | 1.568.193 | 100,0 | 1.304.864 | 100,0 | 1.386.548 | 100,0 |
Fonte: AliceWeb. Consulta realizada em 28/04/2014 Elaboração: DIEESE
Em relação às exportações por atividade econômica, conforme Tabela 10 abaixo, há também forte concentração em algumas poucas atividades. A atividade de Fabricação de tecidos de malha responde por 69,0% do valor exportado no último trimestre. Assim como para os municípios, há disparidade no desempenho destas exportações do trimestre na comparação com os trimestres anteriores. Fabricação de tecidos de malha teve em 2012-2013 seu melhor desempenho e 2013-2014 o pior. Sendo assim, apesar da forte concentração das exportações nesta atividade, seu desempenho não conseguiu determinar o desempenho do APL.
TABELA 10
Valor exportado (US$ FOB) segundo classes de atividade econômica APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2011, 2012,2013 e 2014
Classe de Atividade Econômica 2011-2012 Participação (%) 2012-2013 Participação (%) 2013-2014 Participação (%)
Fiação de fibras artificiais e sintéticas | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 |
Fabricação de tecidos de malha | 1.049.537 | 66,9 | 1.063.508 | 81,5 | 956.817 | 69,0 |
Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 |
Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico | 2.215 | 0,1 | 3.317 | 0,3 | 12.679 | 0,9 |
Fabricação de tecidos especiais, inclusive artefatos | 212.415 | 13,5 | 101.719 | 7,8 | 192.413 | 13,9 |
Fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente | 8.877 | 0,6 | 10.818 | 0,8 | 40.687 | 2,9 |
Confecção de roupas íntimas | 72.738 | 4,6 | 69.340 | 5,3 | 57.271 | 4,1 |
Confecção de peças do vestuário e roupas profissionais | 202.802 | 12,9 | 44.336 | 3,4 | 81.707 | 5,9 |
Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção | 19.609 | 1,3 | 11.827 | 0,9 | 44.975 | 3,2 |
Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 | 0 | 0,0 |
Total 1.568.193 100,0 1.304.864 100,0 1.386.548 100,0
Fonte: AliceWeb. Consulta realizada em 13/01/2014. Elaboração: DIEESE.
Notas: Como ressaltado na nota metodológica ao início deste boletim, para algumas mercadorias não é possível definir qual a atividade responsável pela sua produção. Este fato ocorre para as mercadorias produzidas pelas atividades de Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e Confecção de roupas profissionais, que foram unificadas na atividade que foi nomeada como Confecção de peças do vestuário e roupas profissionais. A outra ocorrência se deveu às mercadorias denominadas Outros artefatos têxteis, que pela tabela de correlação da CONCLA correspondem às atividades de Fabricação de tecidos especiais, inclusive artefatos e Fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente, sendo assim, do valor total exportado dessa mercadoria, metade foi atribuído a cada atividade.
Comparando com o boletim anterior, há diferenças pouco relevantes em relação às principais atividades e municípios que compõem o valor das exportações. Cabe notar, contudo, que o aumento contínuo das exportações encontrado ao longo do período de análise do boletim anterior encontrados no boletim passado não ocorreu no atual.
CONCLUSÃO
O presente estudo buscou realizar uma análise conjuntural do mercado de trabalho do APL de Moda da Serra Gaúcha. Tal análise foi separada em três grandes grupos: (1) evolução comparativa dos saldos do emprego composto também pelas características dos trabalhadores e das vagas (2) análise dos Microempreendedores Individuais no APL; (3) desempenho exportador do APL. De cada um destes grupos, pode-se ressaltar alguns pontos de maior relevância.
Quanto à evolução dos saldos, destacar destaca-se o aumento contínuo dos saldos de emprego formal do APL. Chama atenção também a marcada sazonalidade, com os saldos de dezembro sempre negativos e os de janeiro e fevereiro positivos. Quanto à distribuição, chama atenção a concentração tanto econômica quanto territorial do APL, com poucos municípios e atividades econômicas respondendo por parcela relevante de seus saldos. Caxias do Sul, Farroupilha e Guaporé – este último com saldos expressivamente negativos – são os principais municípios e Fabricação de tecidos de malha, Fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente, Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e Confecção de roupas íntimas – esta última apresentou saldos negativos substanciais – e foram as principais atividades. Em relação a distribuição dos saldos segundo os estabelecimentos por tamanho, chamaram atenção aqueles com até 4 vínculos e os com mais de 500 como aqueles que mais contribuíram para o desempenho positivo do emprego formal no trimestre.
Em relação às características dos trabalhadores, todas as características (sexo, escolaridade e faixa etária) apresentaram peculiaridades importantes. Em relação ao sexo, percebe-se que as mulheres são mais suscetíveis às flutuações de emprego, tendo respondido por saldos, em magnitude, sempre superiores aos dos homens à exceção de 2012-201, portanto, considerando o cenário de aumento contínuo do saldo de emprego, as mulheres também apresentaram saldos crescentes.
Em relação à escolaridade, destaca-se que a maior concentração dos saldos foi para os trabalhadores com Ensino médio incompleto e entre as vagas extintas estavam mais concentrados os trabalhadores com Ensino fundamental completo.
No que se refere à faixa etária dos trabalhadores, chama atenção à faixa etária de até 17 anos, que responde, com ampla vantagem, pelos maiores saldos do período, inclusive, foi a única faixa etária a apresentar saldos positivos para o trimestre nos três anos analisados.
Foi possível identificar também que existe uma concentração na geração de vagas em poucas famílias ocupacionais, principalmente em Alimentadores das linhas de produção e Vendedores e demonstradores em lojas e mercados.
Verifica-se que maior parte (86,6%) das admissões ocorridas no APL foi por Reemprego. Além destas, 13,3% das admissões foram por Primeiro emprego. Na análise dos motivos de desligamento observa-se que 44,1% dos trabalhadores foram desligados por iniciativa do empregador sem justa causa, e, 41,3% por pedido de demissão. Em comparação com o estado, observa-se que, no APL, o percentual de trabalhadores que pedem demissão é maior para todos os períodos analisados. Quanto ao tempo de permanência no emprego no APL, o ponto de relevância é que a maior parte dos desligados (55,9%) não completou um ano no trabalho.
Os trabalhadores admitidos no APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, no trimestre recebiam em média R$ 950 mensais, e, os desligados R$ 1.006, ambos valores superiores à média paga, para as mesmas atividades fora do território do APL no estado. Observa-se que há um crescimento real na comparação com do mesmo trimestre com os anos anteriores. Contudo, o hiato existente entre a média salarial dos desligados e dos admitidos também aumentou ao longo do período.
Em relação aos Microempreendedores individuais, foi identificado, o registro de 905 no APL Polo de Moda – um incremento de 70 novos empreendedores, na comparação com o acumulado até o trimestre anterior – que estão fortemente concentrados em uma atividade econômica, a saber: Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (que representa 79,1% do total) e também em um município - Caxias do Sul (65,2% do total).
No tocante às exportações, cabe destacar o decréscimo destas, comparando o trimestre de 2013-2014 com 2011-2012. Além do mais, elas se encontram concentradas em Caxias do Sul e Farroupilha. Em relação às atividades, há também forte concentração em algumas poucas atividades econômicas, são elas: Fabricação de tecidos de malha, Fabricação de tecidos especiais, inclusive artefatos e Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção apesar de não serem as principais atividades no tocante aos empregos e estabelecimentos.
REFERENCIAS
AGÊNCIA GAÚCHA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Plano de implantação da política industrial Desenvolvimento Econômico do RS. Porto Alegre, 2013.
XXXXXXXX, X.; XXXXXXXXX, X. Identificação e classificação das aglomerações produtivas e dos Arranjos Produtivos Locais no Estado do Rio Grande do Sul. Textos para discussão FEE. Porto Alegre: n 12, março de 2011.
PORTAL DO EMPREENDEDOR. Estatísticas. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: xxxx://xxx.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.xxx.xx/. Acesso em Nov. de 2013.
XXXXXXX, X.; XXXXXXXX, X. Reflexões sobre exportações e desempenho da indústria com base nos coeficientes de comércio exterior. Revista Brasileira de Comércio Exterior. Rio de Janeiro, n. 107, jan/mar 2011. Disponível em: <xxxx://xxx.xxxxxx.xxx.xx/xxxxxxxxxxx/xxxx/xxxxxxxx/xxxx/000_ FJRHP.pdf>. Acesso em: 18/02/2014.
RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Lei 13.839 de 5 de dezembro de 2011 Disponível em:
upload/1381329396_Lei%20Estadual%2013.839%20-%20Institui%20a%20Politica%20Estadual
%20de%20Fomento%20a%20Economia%20da%20Cooperacao.pdf>. Acesso em 06/02/2014.
RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Lei 13.840 de 5 de dezembro de 2011. Disponível em:
<xxxx://xxx.xx.xx.xxx. br/legiscomp/arquivo.asp?Rotulo=Lei%20n%BA%2013840&idNorma=1146&tipo=pdf>. Acesso em 06/02/2014.
XXXXXX, X. Nota metodológica do Projeto Elementos para o desenvolvimento de uma tipologia de APLs. Rio de Janeiro: [s.d], Redesist/UFRJ.
GLOSSÁRIO
Arranjos produtivos locais: aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território que apresentem especialização produtiva e que mantenham vínculos de interação, cooperação, comércio, tecnologia e aprendizagem entre si e com outras instituições locais, tais como órgãos e entidades públicos, associações, universidades, centros tecnológicos, sindicatos, instituições de crédito, ensino e pesquisa, geradores de externalidades econômicas positivas e de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e social (Lei 13.839 de 5 dezembro de 2011).
Atividade econômica: Conjunto de unidades de produção caracterizado pelo produto produzido, classificado conforme sua produção principal. O IBGE possui, dentre outras, uma classificação de nove setores de atividade econômica: extrativa mineral; indústria de transformação; serviços industriais de utilidade pública; construção civil; comércio; serviços; administração pública; agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca; e ‘outros’.
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados): É um registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego, de periodicidade mensal e que contém as declarações de estabelecimentos com movimentação (admissões ou desligamentos) prestada até o dia 7 do mês subsequente à movimentação.
CBO (Classificação Brasileira de Ocupações): é o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. Foi instituída pela portaria ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, e tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares.
CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas): É um instrumento padrão de classificação para identificação das unidades produtivas do Brasil, sob o enfoque das atividades econômicas existentes. É desenvolvida sob a coordenação do IBGE, de forma compatível com a International Standard Industrial Classification – ISIC, terceira revisão aprovada pela Comissão de
Estatística das Nações Unidas em 1989 e recomendada como instrumento de harmonização das informações econômicas em âmbito internacional.
Clusters: Termo em inglês que significa “blocos” ou “agrupamentos”. No setor industrial é um termo utilizado para destacar agrupamentos ou ramos industriais.
Domicílio fiscal: Tratando-se de pessoa jurídica de direito privado, o local da sede de qualquer dos seus estabelecimentos. É no município onde está situado seu domicílio fiscal que a empresa recolhe seus tributos.
Família ocupacional: cada família ocupacional constitui um conjunto de ocupações similares correspondente a um domínio de trabalho mais amplo que aquele da ocupação.
INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor é medido pelo IBGE em 11 capitais brasileiras. Consideram-se apenas famílias com renda entre 1 e 8 salários mínimos.
NCM (Nomenclatura comum do Mercosul): É um método de classificação/agrupação de mercadorias baseado no Harmonized System – HS, método internacional de classificação que contém uma estrutura de códigos com a descrição de características específicas das mercadorias, como: origem, materiais utilizados e aplicação. Dos oito dígitos que compõem o NCM, os seis primeiros são oriundos do HS. Qualquer mercadoria, importada ou exportada, no Brasil, deve ter um código NCM na sua documentação legal. A NCM foi adotada em janeiro de 1995 pelos países do Mercosul.
Saldo do emprego: resultado da diferença entre admissões e desligamentos nos estabelecimentos declarantes do Caged. Indica o emprego efetivamente criado no período.
Variação percentual do estoque de emprego (%): Indica o aumento ou a diminuição do estoque do emprego em decorrência da criação/perda de empregos no período. É calculado através da fórmula: saldo da movimentação do mês/ano ÷ estoque inicial do mesmo mês de referência x 100.
GLOSSÁRIO DAS FAMÍLIAS OCUPACIONAIS
Ajudantes de Obras Civis: Demolem edificações de concreto, de alvenaria e outras estruturas; preparam canteiros de obras, limpando a área e compactando solos. Efetuam manutenção de primeiro nível, limpando máquinas e ferramentas, verificando condições dos equipamentos e reparando eventuais defeitos mecânicos nos mesmos. Realizam escavações e preparam massa de concreto e outros materiais.
Alimentadores de Linhas de Produção: Preparam materiais para alimentação de linhas de produção; organizam a área de serviço; abastecem linhas de produção; alimentam máquinas e separam materiais para reaproveitamento. Formação e Experiência: o trabalho é exercido por pessoas com escolaridade de quarta à sétima série do ensino fundamental, acrescido de curso de qualificação profissional de nível básico, com no máximo, duzentas horas de duração. O exercício pleno da função se dá em menos de um ano de experiência profissional.
Almoxarifes e Armazenistas: Recepcionam, conferem e armazenam produtos e materiais em almoxarifados, armazéns, silos e depósitos. Fazem os lançamentos da movimentação de entradas e saídas e controlam os estoques. Distribuem produtos e materiais a serem expedidos. Organizam o almoxarifado para facilitar a movimentação dos itens armazenados e a armazenar.
Escriturários em Geral, Agentes, Assistentes e Auxiliares Administrativos: Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações sobre produtos e serviços; tratam de documentos variados, cumprindo todo o procedimento necessário referente aos mesmos. Atuam na concessão de microcrédito a microempresários, atendendo clientes em campo e nas agências, prospectando clientes nas comunidades. Formação e Experiência: Para o acesso às ocupações dessa família ocupacional requer-se o ensino médio completo, curso básico de qualificação de até duzentas horas/aula e de um a dois anos de experiência profissional.
Gerentes Administrativos, Financeiros e de Riscos: Exercem a gerência dos serviços administrativos, das operações financeiras e dos riscos em empresas industriais, comerciais, agrícolas, públicas, de educação e de serviços, incluindo as do setor bancário. Gerenciam recursos humanos, administram recursos materiais e serviços terceirizados de sua área de competência. Planejam, dirigem e controlam os recursos e as atividades de uma organização, com o objetivo de minimizar o impacto financeiro da materialização dos riscos. Formação e Experiência: Para o exercício das ocupações de gerentes administrativos e financeiros, a escolaridade varia em função do porte da instituição empregadora: curso superior incompleto e cursos profissionalizantes de até quatrocentas horas ou graduação tecnológica, bacharelado e de pós-graduação. Os requisitos para os gerentes de riscos são mais elevados – curso superior mais pós-graduação na área e conhecimento do negócio em que atua. Neste caso, o pleno desempenho das atividades ocorre em torno de cinco anos gerenciando riscos em uma área específica.
Gerentes de Produção e Operações em Empresa da Indústria Extrativa, de Transformação e de Serviços de Utilidade Publica: Exercem a gerência de produção nas indústrias de transformação e extração mineral; definem e implementam plano operacional, analisando a demanda de produtos, a capacidade produtiva e recursos auxiliares, elaborando plano de racionalização e redução de custos, plano de investimentos, orçamento de despesas e necessidades de matérias primas; planejam a produção, programando mão-de-obra e paradas ou intervenções em máquinas, equipamentos e instrumentos industriais; gerenciam equipes de trabalho, administrando salários, admissões, demissões, promoções e promovendo o desenvolvimento das equipes por meio de cursos e treinamentos; asseguram e promovem o cumprimento das ações de proteção ao meio ambiente e também pelas normas de higiene e segurança no trabalho, por meio de orientações às suas equipes; desenvolvem e implantam métodos e técnicas que visam melhorar e otimizar o processo de produção; gerenciam áreas de manutenção, engenharia de processos e logística. Formação e Experiência: Para ingressar nessa família ocupacional, o trabalhador necessita do curso superior completo. Normalmente são formados em engenharia plena ou de curta duração e afins. É recomendável mais de cinco anos de experiência profissional. O gerente de produção e operações está sempre em busca de novas tecnologias e em constante reciclagem.
Inspetores e Revisores de Produção Têxtil: Classificam bobinas de fios têxteis, tecidos planos e de malhas e preparam lotes de produção conforme programação pré-estabelecida. Empregam ações preventivas e corretivas na produção de fios têxteis, tecidos planos e de malhas e registram dados para controle estatístico e de qualidade. Identificam necessidades de treinamento. Trabalham em conformidade a normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde.
Mecânicos de Manutenção de Veículos Automotores: Elaboram planos de manutenção; realizam manutenções de motores, sistemas e partes de veículos automotores. Substituem peças, reparam e testam desempenho de componentes e sistemas de veículos. Trabalham em conformidade com normas e procedimentos técnicos, de qualidade, de segurança e de preservação do meio ambiente.
Operadores de Maquinas para Bordado e Acabamento de Roupas: Organizam o local de trabalho, preparam máquinas de costura e de bordar para acabamento de roupas. Preparam peças para costura, e bordado, de acordo com os gabaritos. Costuram acessórios e bordam peças confeccionadas. Controlam a qualidade da costura e dos acabamentos de peças do vestuário. Formação e Experiência: O exercício dessas ocupações pressupõe escolaridade de nível fundamental seguida de curso de formação profissional básica de até duzentas horas/aula em um dos conjuntos de atividades do acabamento, como passadoria e operação de máquinas de acabamento.
Operadores de Tear e Maquinas Similares: Preparam trama, urdimento, engomação e remeteção de fios e fabricam tecidos planos e de malha, operando urdideira, engomadeira e teares retilíneos e circulares. Patrulham (monitoram) máquinas e garantem a qualidade da produção, controlando cozimento da goma, temperatura, viscosidade e solidez da engomagem dos fios, corrigindo defeitos de operação das máquinas e identificando espulas e cones defeituosos. Prestam informações técnicas para garantir o fluxo do processo produtivo. Trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. Formação e Experiência: Para o exercício dessas ocupações requer-se ensino fundamental concluído e curso básico de qualificação profissional com até duzentas horas/aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com menos de um ano de experiência profissional.
Supervisores da Indústria Têxtil: Administram a produção têxtil, distribuindo, coordenando e orientando os trabalhadores no beneficiamento e preparação do algodão e de fibras de fiação e tecelagem de fios artificiais, de lã, de fabricação de tecidos elásticos e artigos de malhas. Coordenam ações para garantir a qualidade do processo produtivo, assegurar a manutenção dos equipamentos, e a higiene e a segurança no trabalho. Administram materiais e participam da administração de custos. Adotam estratégias que possibilitam otimizar os processos de trabalho tais como busca de informações, utilização de ferramentas de gestão, introdução de melhorias no método de trabalho, entre outras.
Supervisores de Trabalhadores de Embalagem e Etiquetagem: Supervisionam embalagem e etiquetagem de produtos e planejam atividades de trabalho para a sua realização. Avaliam condições de uso e monitoram a movimentação (fluxo) e a utilização das embalagens. Supervisionam equipes de trabalho e controlam a qualidade de produtos para embalagem. Trabalham em conformidade com as normas e procedimentos técnicos e de qualidade, segurança, meio ambiente, higiene e saúde.
Técnicos de Controle da Produção: Inspecionam o recebimento e organizam o armazenamento e movimentação de insumos; verificam conformidade de processos; liberam produtos e serviços; trabalham de acordo com normas e procedimentos técnicos, de qualidade e de segurança e demonstram domínio de conhecimentos técnicos específicos da área. Formação e Experiência: Para o exercício dessas ocupações, requer-se escolaridade mínima de ensino médio, acrescida de cursos básicos de qualificação, que podem variar de duzentas a quatrocentas horas/aula. O desempenho pleno das atividades ocorre após um ou dois anos de experiência.
Tintureiros, Lavadeiros e Afins, A Maquina: Executam serviços de lavanderia, tingimento e passadoria para pessoas, empresas comerciais e industriais, hospitais e diversos tipos de entidades, usando equipamentos e máquinas. Recepcionam, classificam e testam roupas e artefatos para lavar a seco ou com água. Tiram manchas, tingem e dão acabamento em artigos do vestuário, sofás e tapeçarias de tecido e couro; passam roupas. Inspecionam o serviço, embalam e expedem roupas e artefatos. Formação e Experiência: Para o
exercício dessas ocupações requer-se o ensino fundamental, seguido de treinamentos no local de trabalho ou em instituições de ensino profissionalizante, exceto para o tingidor de roupas, cujo requisito é ensino médio. Tanto para o tingidor de roupas como para o lavador de artefatos de tapeçaria requer-se, adicionalmente, curso de qualificação profissional de duzentas horas/aula. O desempenho pleno das atividades varia de dois a cinco anos de prática.
Trabalhadores da Impressão Gráfica: Planejam serviços da impressão gráfica e ajustam máquinas para impressão. Realizam serviços da impressão gráfica, tais como impressão plana e rotativa, impressão digital, flexografia, litografia, tipografia, letterset, calcografia, tampografia, rotogravura e serigrafia (silks-creen). Trabalham seguindo normas e procedimentos técnicos e de qualidade, segurança, meio ambiente, higiene e saúde.
Trabalhadores da Preparação da Confecção de Roupas: Programam riscos marcadores por processo manual ou digital, enfestam e cortam tecidos e não-tecidos, preparam lotes e pacotes para o setor de costura de roupas. Distribuem peças cortadas para as costureiras, retiram, revisam, contam e dobram peças acabadas. Trabalham em conformidade a normas técnicas de qualidade, meio ambiente e saúde. Formação e Experiência: o exercício das ocupações de auxiliar de corte e de riscador requer ensino fundamental completo e, em menos de um ano, os trabalhadores estão aptos ao exercício pleno da maioria das atividades. Para o riscador exige-se qualificação básica de até duzentas horas/aula. As ocupações de cortador e enfestador requer ensino médio completo, seguido de curso profissionalizante de até duzentas horas/aula.
Trabalhadores de Embalagem e de Etiquetagem: Preparam máquinas e local de trabalho para empacotar e envasar; embalam produtos e acessórios; enfardam produtos, separando, conferindo, pesando e prensando produtos; realizam pequenos reparos em máquinas, identificando falhas, regulando-as, substituindo pequenas peças e testando seu funcionamento. Formação e Experiência: Essas ocupações são exercidas por trabalhadores com escolaridade de ensino fundamental concluído e aprendem as atividades ocupacionais no próprio emprego. Para o exercício pleno da função é necessário o tempo de menos de um ano de experiência profissional.
Trabalhadores de Embalagem e de Etiquetagem: Preparam máquinas e local de trabalho para empacotar e envasar; embalam produtos e acessórios; enfardam produtos, separando, conferindo, pesando e prensando produtos; realizam pequenos reparos em máquinas, identificando falhas, regulando-as, substituindo pequenas peças e testando seu funcionamento. Formação e Experiência: Essas ocupações são exercidas por trabalhadores com escolaridade de ensino fundamental concluído e aprendem as atividades ocupacionais no próprio emprego. Para o exercício pleno da função é necessário o tempo de menos de um ano de experiência profissional.
Trabalhadores Polivalentes das Indústrias da Confecção de Roupas: Projetam e modelam confecções de roupas sob encomenda; confeccionam peças-piloto; preparam peças e costuram roupas em tecidos, couros e peles; preparam produtos para armazenagem e expedição, incluindo atividades de passadoria, embalagem e controle de estoques; realizam manutenção produtiva. Atuam em todas as etapas da confecção de roupas sob medida, desde o desenho do modelo até sua expedição. Formação e Experiência: O exercício dessas ocupações requer conclusão do ensino médio e de curso básico de qualificação profissional em costura, com carga horária entre duzentas a quatrocentas horas/aula. É necessário comprovar experiência anterior de três a quatro anos atuando na área.
Vendedores e Demonstradores em Lojas ou Mercados: Vendem mercadorias em estabelecimentos do comércio varejista ou atacadista, auxiliando os clientes na escolha. Registram entrada e saída de mercadorias. Promovem a venda de mercadorias, demonstrando seu funcionamento, oferecendo-as para degustação ou distribuindo amostras das mesmas. Informam sobre suas qualidades e vantagens de aquisição. Expõem mercadorias de forma atrativa, em pontos estratégicos de vendas, com etiquetas de preço. Prestam serviços aos clientes, tais como troca de mercadorias; abastecimento de veículos; aplicação de injeção e outros serviços correlatos. Fazem inventário de mercadorias para reposição. Elaboram relatórios de vendas, de promoções, de demonstrações e de pesquisa de preços. Formação e Experiência: Em geral, para o exercício das ocupações de atendente de farmácia, demonstrador de mercadorias, promotor de vendas, repositor de mercadorias, vendedor de comércio varejista e vendedor atacadista, requer-se do ensino fundamental ao ensino médio, podendo o
mesmo variar de acordo com a ocupação, e quarta série do ensino fundamental para frentista. O tempo médio para o desempenho profissional é heterogêneo: três a quatro anos para vendedores, um a dois anos para atendente de farmácia e menos de um ano para as demais ocupações.
ANEXOS
ANEXO 1
Delimitação do Arranjo Produtivo Local Polo de Moda Atividades econômicas e municípios
Fonte: AGDI. Disponível em: xxxx://xxx.xxxx.xx.xxx.xx/xxxxxx/0000000000_Xxxxxxxx%X0%X0%X0%X0x%00-
%20APL%20Polo%20de%20Moda%20da%20Serra%20Ga%C3%BAcha.pdf. Acesso em 10.02.2014
ANEXO 2
Saldo de emprego formal
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, jan de 2007 a dez de 2013
ANEXO 3
Saldo de empregos formais de trabalhadores com até 17 anos segundo atividade econômica e município
APL Polo de Moda da Serra Gaúcha, dez a fev de 2013 - 2014
Classe de Atividade Economica Caxias do Sul Farroupilha Demais
Municípios
Total
Fabricação de Tecidos de Malha -2 0 1 -1
Fabricação de Acessórios do Vestuário, Exceto para Segurança e Proteção
0
0
0
0
Fabricação de Outros Produtos Têxteis não Especificados
Anteriormente
-1 2 0 1
Fabricação de Tecidos Especiais, Inclusive Artefatos 0 2 0 2
Fabricação de Artefatos Têxteis para Uso Doméstico 1 0 3 4
Confecção de Roupas Profissionais -1 0 3 2
Confecção de Roupas íntimas 6 0 8 14
Fabricação de Artigos do Vestuário, Produzidos em Malharias e Tricotagens, Exceto Meias
1 8 0 9
Confecção de Peças do Vestuário, Exceto Roupas íntimas 32 2 6 40
Total 36 14 21 71
Fonte: MTE/Caged. Consulta realizada em 23/06/2014. Elaboração: DIEESE