ANEXO XIII DO CONTRATO DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ANEXO XIII DO CONTRATO DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONCESSÃO DE BEM PÚBLICO VISANDO A GESTÃO, REFORMA, REQUALIFICAÇÃO, MANUTENÇÃO E DEMAIS SERVIÇOS ASSOCIADOS DO JARDIM ZOOLÓGICO, JARDIM BOTÂNICO, AQUÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO E PARQUE ECOLÓGICO DA PAMPULHA.
1. Diretrizes para a atuação da CONCESSIONÁRIA no setor de Educação Ambiental
1.1. A CONCESSIONÁRIA deverá:
1.1.1. Elaborar plano pedagógico de educação para a conservação englobando o Zoológico, Jardim Botânico, o Aquário e Xxxxxx Xxxxxxxxx Xxxxxxxxx Xxxx xx Xxxx (Xxxxxx Xxxxxxxxx xx Xxxxxxxx).
1.1.2. Desenvolver programas de educação para conservação englobando o Zoológico, Aquário, Jardim Botânico e Parque Ecológico Xxxxxxxxx Xxxx do Rêgo que contemplem diferentes níveis de ensino, faixas etárias e classes sociais.
1.1.3. Observar o disposto na Política Nacional de Educação Ambiental.
1.1.4. Desenvolver ações educativas seguindo recomendações dos organismos nacionais e internacionais na área de educação para conservação.
1.1.4.1. Implementar ações educativas que estejam em consonância com as Estratégias Mundiais de Educação para Conservação de Zoológicos e Aquários, de Conservação dos Zoológicos e Aquários e de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários.
1.1.4.2. Implementar ações educativas que atendam aos objetivos educacionais para jardins botânicos que constam na Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC).
1.1.4.3. Filiar-se às associações nacionais e internacionais de Zoológicos e Aquários, bem como associações de atividades correlatas, como educação ambiental e/ou educação para a conservação em instituições do gênero, tais como WAZA (World Association of Zoos and Aquariums), ALPZA (Associação Latinoamericana de Parques Zoológicos e Aquários), AZAB (Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil) e IZE (International Zoo Educators Association).
1.1.5. Promover a educação, a valoração e a interpretação ambiental no Parque Ecológico da Pampulha observando as diretrizes da Política de Meio Ambiente do Município, reforçando a importância das áreas verdes para a melhoria da qualidade de vida no ambiente urbano, incentivando a recreação em contato com a natureza e aumentando o conhecimento sobre as espécies e ecossistemas locais.
1.1.6. Promover atividades de educação ambiental no Jardim Zoológico visando aumentar o conhecimento sobre as espécies e suas ameaças, principalmente aquelas pertencentes à fauna brasileira, além de contribuir para a conservação integrada das espécies, atendendo aos propósitos definidos no Plano de População.
1.1.7. Promover atividades de educação ambiental no Aquário visando à conservação dos ecossistemas aquáticos e de suas espécies, em especial às da bacia do Rio São Francisco e aquelas ameaçadas de extinção.
1.1.8. Promover atividades de educação ambiental no Jardim Botânico visando a valoração e conservação da diversidade de plantas, com ênfase nas espécies nativas, endêmicas e ameaçadas de extinção, atendendo aos critérios definidos no Plano de Coleção.
1.1.9. Promover ações de educação ambiental com as comunidades inseridas nas localidades onde o Zoológico e o Jardim Botânico desenvolverem ou participarem de projetos de conservação in situ da fauna e da flora.
1.1.10. Basear-se em informações com comprovação científica para a produção de materiais educativos.
1.1.11. Alinhar as ações de Educação Ambiental do Zoológico, Jardim Botânico e Parque Ecológico da Pampulha aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.
1.1.12. Implantar programa de monitoramento das ações educativas no Zoológico, Aquário, Jardim Botânico e Parque Ecológico da Pampulha e medir o impacto e efetividade dessas ações por meio de pesquisas regulares com os diferentes públicos.
1.1.13. Contribuir, sempre que possível, com a formação de profissionais da área de Educação Ambiental através da implementação de programa de estágio aderente à legislação aplicável (Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 ou a que vier a substituí-la).
1.1.14. Capacitar o público interno em relação às temáticas ambientais.
1.1.15. Ofertar cursos de capacitação para o público externo relacionados às temáticas ambientais.
1.1.16. Fomentar a participação da equipe em capacitações, treinamentos e aperfeiçoamentos profissionais ofertados por outras instituições.
1.1.17. Xxxxxx intercâmbio técnico-científico com outras instituições afins, no país e no exterior, com finalidade de aperfeiçoamento do trabalho educativo.
1.1.18. Promover a difusão do conhecimento por meio de publicações técnicas e educativas (livros, revistas, cartilhas, artigos etc) e divulgação nas mídias tradicionais e nas redes sociais.
1.1.19. Produzir materiais educativos, informativos e interativos para suporte às atividades educativas e outros recursos didáticos que promovam a inclusão social e a acessibilidade dos visitantes.
1.1.20. Estabelecer parcerias com empresas públicas e privadas, instituições de ensino, organizações não governamentais e outras entidades, visando o aprimoramento dos programas de educação.
1.1.21. Participar e/ou apoiar as ações dos Comitês de Educação das associações nacionais e internacionais de zoológicos e aquários, bem como daqueles que orientam o trabalho nos jardins botânicos.
1.1.22. Atuar através de equipe educativa multidisciplinar, composta por profissionais de nível superior tais como: biólogo /educador com ART, pedagogo, educador artístico, design gráfico e profissionais de nível médio, incluindo técnicos em meio ambiente e estagiários de nível superior de cursos afins à temática da instituição.
1.1.23. Trabalhar de maneira integrada com as equipes técnicas do Zoológico, Aquário, Jardim Botânico e Parque Ecológico da Pampulha, desenvolvendo atividades que promovam a interação das temáticas e participando da concepção e desenvolvimento de projetos internos, principalmente aqueles voltados para o público.
1.1.24. Trabalhar de maneira integrada com a equipe de comunicação no desenvolvimento das estratégias comunicacionais, na produção de conteúdo para as mídias tradicionais, meio virtual e redes sociais e, também, na produção de materiais educativos e informativos.
1.1.25. Trabalhar de maneira integrada com a equipe de Atendimento ao Público na busca de prestação de serviço de orientação de qualidade aos visitantes da instituição. Apresentar relatório trimestral e anual das atividades educativas e dos resultados dos instrumentos de avaliação à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica e, sempre que solicitado, aos
organismos nacionais e internacionais aos quais o Zoológico, o Aquário e o Jardim Botânico são filiados (AZAB e ALPZA, por exemplo).
1.29 Fomentar atividades que engajem cientistas cidadãos.
2. Diretrizes para a atuação do PODER CONCEDENTE no setor de Educação Ambiental
2.1. O PODER CONCEDENTE deverá:
2.1.1. Avaliar o plano pedagógico elaborado pela CONCESSIONÁRIA e, quando for o caso, propor e solicitar melhorias, devidamente fundamentadas.
2.1.2. Solicitar e avaliar anualmente a atualização do plano pedagógico.
2.1.3. Fiscalizar a execução do trabalho do setor de educação ambiental da CONCESSIONÁRIA.
2.1.4.Avaliar e emitir parecer referente aos relatórios trimestrais e anuais das atividades educativas e dos resultados dos instrumentos de avaliação apresentados pela CONCESSIONÁRIA.
3. Diretrizes para a equipe de Educação Ambiental da CONCESSIONÁRIA
É desejável que a CONCESSIONÁRIA tenha uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de nível superior e médio, além de estagiários de nível superior de cursos afins. É necessário que o quadro de profissionais da CONCESSIONÁRIA tenha funcionários com domínio dos idiomas inglês e espanhol, bem como libras, a fim de garantir o bom atendimento aos visitantes de língua estrangeira e portadores de necessidades especiais.
Tabela 1 – Sugestão do quadro de profissionais para atuação no setor de Educação Ambiental do Zoológico, Jardim Botânico e Parque Ecológico Xxxxxxxxx Xxxx do Rêgo.
Profissionais | Justificativa/ atribuições |
Biólogo exclusivo | Elaboração, implementação e coordenação do programa educativo da Concessionária. |
Pedagogo | Experiência teórica e/ou prática, com espaços não formais de educação. Contribuição no processo de elaboração, implementação e coordenação das ações educativas, sendo responsável pelas ações ligadas à Educação Infantil e Ensino Fundamental I. |
Educador artístico | Dar suporte às ações educativas em todas as áreas. Responsável pela implementação das oficinas de arte-educação, coordenação das exposições permanentes e temporárias, bem como da ambientação e cenografia dos espaços educativos, criação de cenários e personagens para contações de histórias (storytelling), dentre outras. |
Design gráfico | Criação de peças gráficas, artes de mídias sociais. Acompanhamento da criação e produção dos materiais educativos produzidos externamente. |
Sociólogo/Cientista socioambiental | Articulação de ações junto às comunidades e em áreas de projetos de conservação in situ. A contratação pode se dar por projeto. |
Profissionais | Justificativa/ atribuições |
Monitor (Técnico em Meio Ambiente – nível médio) | Atendimento ao público nas práticas educativas. Atuação, também, junto às comunidades nos projetos de conservação in situ. |
Estagiários de nível superior (Ciências Biológicas, Pedagogia, Educação Artística) | Atendimento ao público nas ações educativas. |
4. Diretrizes para as atividades de Educação Ambiental
4.1 Recomendações de atividades a serem mantidas ou implementadas pela CONCESSIONÁRIA.
4.1.1 Sugere-se a execução das seguintes atividades continuadas na área do Zoológico:
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
1 | Recepção e orientação dos visitantes | Avaliar a possibilidade criar espaços acolhedores para dar as boas-vindas aos visitantes assim como passar as recomendações para uma boa visita. |
2 | Exposição permanente | É interessante a construção de um espaço para exposições que apresentem vestígios e materiais biológicos relacionados à fauna e à flora, com equipamentos multimídias contendo informações sobre temas relacionados à instituição e ao trabalho que desenvolve. |
3 | Visitas Orientadas ao Borboletário | Recomenda-se estabelecer dias e horários para atender o público geral e escolar, com ou sem agendamento. |
4 | Visitas Técnicas | É importante incluir no programa educativo visitas técnicas aos bastidores da instituição para universidades públicas e particulares com roteiros temáticos específicos. |
5 | Bate-papo sobre animais | É interessante definir dias e horários para uma conversa informal contando, sempre que possível, com a participação de um cuidador de animais ou técnico do Zoológico. |
6 | Visita noturna ao Zoológico | Recomenda-se implantar programa de visitas noturnas com o objetivo de observar animais de hábitos crepusculares/noturnos. A definição do número de participantes e a frequência das visitas deve levar em consideração sempre o bem-estar dos animais sob cuidados da instituição. |
7 | Calendário ambiental/Dias Mundiais/Internacionais/Nacionais dedicado a determinada espécie/Datas comemorativas | É interessante criar um calendário anual com datas relacionadas aos animais que compõem o plantel do Zoológico. Ver sugestões de datas no quadro específico, a seguir. |
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
8 | Eleição para escolha de nomes para os animais | Prática adotada em alguns zoológicos brasileiros. É imprescindível definir critérios para a escolha dos nomes, tais como: origem da espécie em questão, nomes indígenas, etc. |
9 | Campanhas educativas | Sugere-se desenvolver ações educativas que contemplem a conservação da biodiversidade, como por exemplo: o combate ao tráfico de animais silvestres, contra o atropelamento da fauna nas estradas brasileiras e outras que abordem espécies que fazem parte de programas de conservação. |
4.1.2. Datas do calendário ambiental ligadas ao Zoológico:
4.1.3. Sugere-se a execução das seguintes atividades continuadas na área do Jardim Botânico:
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
1 | Bate-papo sobre plantas/biomas/jardins temáticos | É interessante definir dias e horários para uma conversa informal contando, sempre que possível, com participação de um jardineiro ou técnico do Jardim Botânico. |
2 | Visitas guiadas aos jardins e estufas temáticas | É importante esse tipo de atividade para abordar o papel e importância do Jardim Botânico na conservação das plantas destacando as espécies nativas, raras e ameaçadas de extinção. |
3 | Apresentações culturais (música, esquetes teatrais, dança e exposições temáticas) | É interessante oferecer atividades diversificadas realizadas com apoio de parceiros e que abordem temas ambientais com o intuito de sensibilizar o público para importância da conservação da flora de maneira geral. Sugere-se implantar um espaço educativo no Jardim Botânico construído de maneira sustentável. |
4 | Oficinas de botânica e cursos diversos | Prática comum em jardins botânicos. Essas atividades práticas estimulam o conhecimento sobre os vegetais e despertam o interesse pelo estudo da botânica, pelas práticas agroecológicas, pela fitoterapia, homeopatia e outras técnicas alternativas que promovam a manutenção da saúde e conservação do ambiente. |
5 | Trilha interpretativa | Essa é uma atividade interessante que visa colocar os visitantes em contato com a natureza, sendo possível reconhecer vestígios de animais e algumas espécies vegetais típicas do bioma Cerrado. |
4.1.4. Datas do calendário ambiental ligadas ao Jardim Botânico:
4.1.5. Sugere-se a execução das seguintes atividades continuadas na área do Aquário da Bacia do Rio São Francisco:
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
1 | Recepção e orientação das escolas agendadas | É desejável que haja uma forma de recepcionar os visitantes para apresentar os objetivos do Aquário da Bacia do Rio São Francisco e sua importância para a conservação das espécies ou que, ao menos, haja outros meios para sanar dúvidas e fornecer esclarecimentos necessários aos visitantes para melhor aproveitamento da visita. |
2 | Visitas técnicas aos bastidores do Aquário | É importante incluir no programa educativo visitas técnicas aos bastidores da instituição atendendo alunos de graduação de cursos afins à temática do Aquário. |
3 | Visita Noturna ao Aquário | É interessante ter uma visita livre com o objetivo de apresentar as espécies de peixes que possuem hábitos noturnos e oferecer outras atrações como oficinas e exposições temáticas que visem ampliar o conhecimento do público sobre os ecossistemas aquáticos e sobre as influências humanas sobre eles. |
4 | Apresentação didática e “Laboratório peixe-das- nuvens” | Atividades sugeridas no “Manual de manejo ex situ do peixe-anual (Ophthalmolebias constanciae)”, espécie da qual o Aquário de Belo Horizonte é “padrinho” dentro do Acordo e Cooperação técnica firmado entre AZAB e ICMBio. |
5 | Ações de mobilização para preservação dos recursos hídricos | É importante realizar ações educativas com o intuito de sensibilizar visitantes, funcionários e permissionários para adoção de práticas sustentáveis, tais como: evitar desperdício de água, não lançamento de óleo na água, economia de energia elétrica, dentre outras. Sugere-se trabalhar com atividades lúdicas e apresentações teatrais. |
4.1.6 Datas do calendário ambiental ligadas ao Aquário:
4.1.7. Sugere-se a execução das seguintes atividades continuadas na área do Parque Ecológico da Pampulha.
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
1 | Recepção e orientação ao público escolar e grupos organizados | Prática comum no Parque. Avaliar a possibilidade de implantar nas portarias um espaço acolhedor para recepção de grupos, montado com recursos de comunicação que apresentem de forma ilustrativa a história do Parque e sua contribuição para a conservação da fauna e flora da Lagoa da Pampulha. |
Nº | Atividade | Descrição e recomendações |
2 | Visitas técnicas ao Parque | É importante incluir no programa educativo visitas técnicas para os participantes conhecerem o processo de implantação do Parque, sua estrutura e importância para a região da Pampulha. |
3 | Roteiros orientados “Água”, “Biodiversidade” e “Memorial Minas-Japão” | É possível oferecer visitas orientadas por áreas específicas do Parque abordando diferentes temas ligados à biodiversidade, preservação dos recursos hídricos, importância dos parques para melhoria da qualidade de vida no ambiente urbano, dentre outros. |
4 | Exposição temática permanente | É interessante montar uma exposição com painéis informativos e interativos para contar a história da Lagoa da Pampulha para a cidade. |
5 | Observação de aves “birdwatching” | É interessante aumentar o contato dos visitantes com a natureza dando a eles oportunidades de observar a fauna, com técnicas adequadas. |
6 | Observação astronômica no Parque | Esta é uma atividade noturna com bastante receptividade por parte dos visitantes e que, além de permitir que eles adquiram novos conhecimentos, os leva a repensar o impacto das ações humanas no planeta. |
4.1.8. Datas do calendário ambiental ligadas ao Parque Ecológico da Pampulha:
5. Recomendações para visitas ao Zoológico, Jardim Botânico, Aquário e Parque Ecológico Xxxxxxxxx Xxxx do Rêgo
Mundialmente, zoológicos, jardins botânicos e aquários são instituições visitadas por um grande e diversificado público. Por isso têm condição de fazer um trabalho de educação e sensibilização para questões ambientais com um alcance muito grande.
A Zoobotânica de Belo Horizonte chegou a receber anualmente cerca de um milhão de pessoas. Aproximadamente, 150 mil são alunos das redes de ensino pública e privada e outras instituições assistenciais (dados de 2017). Os grupos escolares vão desde a educação infantil até o ensino superior. As diversas áreas da Zoobotânica (Jardim Zoológico, Jardim Botânico, Aquário e Parque Ecológico da Pampulha) são consideradas espaços de educação não formal e, por isso, apresentam características muito próprias onde seus visitantes são livres para fazer suas escolhas de acordo com seus interesses.
Para isso, o setor de Educação Ambiental deve manter projetos educativos, científicos e culturais, junto às escolas e ao público em geral, apoiar atividades dos educadores e contribuir para formar pessoas sensíveis e dispostas a atuar na área ambiental, colaborando dessa forma para a preservação da fauna e da flora, e para a formação do cidadão. Este setor deve colaborar na orientação, organização e oferecimento de subsídios para aqueles que pretendem realizar visitas e participar de atividades educativas.
O setor de Educação Ambiental deve desenvolver um trabalho de apoio aos educadores buscando oferecer atividades especiais e promovendo trocas de conhecimentos entre eles e a equipe educativa. Para isso, podem ser oferecidas (i) atividades sem agendamento prévio, nas quais o atendimento ao público será feito por ordem de chegada; (ii) atividades educativas com agendamento prévio, nas quais o educador terá a oportunidade de conhecer com antecedência os objetivos e a dinâmica da atividade e as condições para participação (número de alunos, faixa-etária etc.); e (iii) visitas livres, nas quais os educadores conduzirão os alunos por conta própria respeitando as regras de cada espaço.
Os educadores carecem de ampliar seus horizontes em relação ao potencial educativo que os zoológicos, jardins botânicos e aquários possuem. Eles são multiplicadores capazes de promover ações em prol da conservação do ambiente e, principalmente possibilitar aos educandos a oportunidade de vivenciar momentos enriquecedores fora dos muros escolares.
A sugestão é que o setor educativo da CONCESSIONÁRIA continue prestando um serviço de qualidade à comunidade escolar de Belo Horizonte, de sua região metropolitana e, também, do interior de Minas Gerais que tradicionalmente visita o Zoológico e o Jardim Botânico da capital. É desejável que a CONCESSIONÁRIA utilize dispositivos que permitam avaliar se os objetivos pedagógicos das suas ações e materiais educativos vêm sendo alcançados com as diferentes faixas etárias e grupos de professores. Os dados obtidos devem ser utilizados para a melhoria de indicadores das práticas educativas e devem constar em relatórios periódicos fornecidos à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.
6. Recomendações para a Infraestrutura
6.1. Espaços educativos
Os espaços educativos possibilitam o atendimento de qualidade a diferentes públicos em diversas temáticas. É importante que tenham uma infraestrutura para abrigar visitantes e educadores e que materiais fiquem visíveis ao público presente. Estes espaços devem ser providos de boa ventilação, boa acústica e acessibilidade. Devem ser equipados com bancadas, dispositivos para banners e outros materiais educativos (Figura 1). É desejável que tenham equipamentos como televisores e/ou projetores. Os espaços devem estar localizados estrategicamente no Zoológico, Jardim Botânico, Aquário e Parque Ecológico para facilitar a logística de atendimento e serem facilmente reconhecidos pelos visitantes como espaços educativos, num contínuo com recintos, estufas, jardins e elementos interpretativos sem representar poluição visual.
Figura 1: Exemplo de espaço educativo.
● Sugestões de locais para implantação de espaços educativos:
Recinto dos gorilas, recinto dos felinos, recinto do chimpanzé, Xxxxx Xxxxxxxx, Xxxxx xxx Xxxx, Xxxxxx “Sete Cascas”, proximidades da Casa de Répteis, Ponto de Encontro do Jardim Botânico e início da Av. Central.
● Borboletário
Além de abrigar as borboletas do plantel e seus jardins, o Borboletário é também um espaço educativo. Neste espaço as pessoas podem conhecer as espécies de Lepidópteros, seu ciclo de vida, os serviços ambientais que prestam, bem como as ameaças que as acometem em ambiente natural. Para melhor compreensão da biologia das espécies, de sua importância e do trabalho realizado pelo Zoológico, é importante que o pupário também seja explorado como espaço educativo no Borboletário. A exposição do pupário pode ser observada em várias instituições, despertando a curiosidade e promovendo o aprendizado e respeito pelas espécies. Ademais, os pupários podem receber visitas técnicas, servirem de locais de pesquisa e de formação profissional.
● Centro de visitantes
Os centros de visitantes são espaços educativos, informativos e de sensibilização. Eles devem conter meios que despertem a curiosidade e aumentem as informações sobre as espécies, seu ciclo de vida, seu ambiente, as ameaças que as acometem bem como o trabalho da instituição, de pesquisadores e seu histórico. Devem estar alinhados ao plano pedagógico da Educação Ambiental. Podem abrigar exposições permanentes e temporárias apresentando elementos da flora e da fauna, como sementes, frutos secos, exsicatas, ilustrações, ovos, ninhos, mudas de pele de serpentes, pelos, penas etc., além de painéis com elementos gráficos e sons. Também podem conter elementos etnoculturais ligados à biodiversidade que demonstrem a relação homem-natureza (cestaria, por exemplo), evidenciando a importância do convívio harmônico e sustentável em contraposição às atividades que representem ameaça. Tudo isso pode ser feito a partir de recursos didáticos, réplicas
e recursos tecnológicos como televisores, totens e painéis touchscreen/interativos. O planejamento do espaço deve contemplar a acessibilidade para pessoas com deficiência.
6.2. Sinalização
A sinalização existente na ÁREA DA CONCESSÃO deve ter um viés educativo, com design
atraente, e comunicar o público, na forma de texto e imagens, atendendo os seguintes aspectos:
I) Placas de identificação de espécies
▪ Nome das espécies em português, inglês e espanhol.
▪ Nome científico das espécies
▪ Foto do animal correspondente
▪ Biologia
o Para animais: posição na cadeia alimentar, alimentação, tamanho, peso, longevidade, tempo de gestação, número de filhotes, etc.
o Para plantas: estratégias de sobrevivência e reprodução (flores, frutos, polinização).
▪ Ambientes e biomas onde as espécies são encontradas.
▪ Distribuição geográfica.
▪ Ameaças e status segundo listas da IUCN e nacional (ICMBio).
▪ Estratégias de conservação.
II) Placas de recomendação para uma boa visita, indicando medidas para minimizar impactos da visitação, tais como: não atirar resíduos e objetos nos recintos, não bater em vidros, não alimentar os animais tanto de vida livre quanto àqueles sob cuidados humanos, não fotografar animais com flash no Aquário, usar tom moderado de voz durante a visitação aos recintos dos animais, evitar correria).
III) Placas interpretativas
IV) Placas lúdico-interativas
V) Placas direcionais/localização
VI) Placas informativas (mapas, horários de atividades educativas, dentre outras).
VII) Outros recursos informacionais
É desejável que a CONCESSIONÁRIA implante dispositivos que aumentem o acesso aos conteúdos sobre as espécies, os ecossistemas aos quais pertencem, o trabalho de profissionais na conservação ex situ e in situ etc. Estes recursos geram interesse e dão maior autonomia aos visitantes. Podem ser adotados:
I) Audioguias: Comumente empregados em museus, estes dispositivos são alternativas às visitas guiadas e possibilitam que o público realize roteiros autoguiados sem o rigor do tempo. Podem ser disponibilizados através de aluguel de equipamento ou através de smartphones que realizem a leitura de QRCode. O recurso pode ser disponibilizado em português, inglês e espanhol, e ainda em outros idiomas, a critério da CONCESSIONÁRIA.
II) QRcode – Além da possibilidade de poder ser utilizado para o redirecionamento para audioguias, este recurso pode estar presente em toda a sinalização educativa para que os visitantes possam acessar conteúdos complementares sobre o tópico tratado (textos, imagens, vídeos, sons). É
recomendável que os conteúdos complementares sejam disponibilizados em português, inglês e espanhol.
III) Interação táctil e texturas: Este recurso didático desperta a curiosidade e aumenta as informações sobre as espécies e detalhes que passam despercebidos.
Figura 2: Recursos didáticos explorando texturas também no chão. A – Zoológico de Londres, B – Jardim Botânico de Edimburgo, C – Jardim Botânico de Bauru. Fotos: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.
Figura 3: Sinalização com texturas. A, B, C – Zoológico Chapultepec na Cidade do México, D – Zoológico de Edimburgo. Fotos: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.
IV) Acessibilidade: os dispositivos lúdico-pedagógicos devem atender às pessoas com deficiência. Devem ter a altura e inclinação necessária à visualização de cadeirantes e, ainda, conter sinalização em braile. Os recursos citados anteriormente (audioguias, QRCode e texturas) podem ser complementares à acessibilidade, utilizando-se, ainda, de réplicas 3D e peças para toque.
Figura 4: Tapumes de obras com linguagem de sinais no Zoológico de Londres. Foto: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.
Figura 5: Sinalização no Jardim Botânico de Edimburgo com altura e inclinação adequadas para cadeirantes. A placa também contextualiza o ambiente das plantas representadas na estufa. Foto: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.
V) Transmissão em televisores de imagens dos bastidores: este recurso pode ser empregado principalmente para a visualização de espécies crípticas e com hábitos noturnos, ou aquelas que despertam bastante a curiosidade do público.
6.3. Ambientação ou cenografia externa dos recintos e espaços educativos
A cenografia externa com elementos informativos e/ou cenográficos que remetem ao ambiente natural da espécie (animal e planta) e à cultura local dos povos onde os mesmos estão inseridos deve ser implementada e deve estar em harmonia com o ambiente ao redor, sem representar fonte de poluição visual.
Figura 6: Cenografia da área externa de recinto no Zoológico de Londres com elementos da cultura dos locais inseridos na área de distribuição dos leões asiáticos. Foto: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.
6.4. Espaços interativos
Os espaços interativos proporcionam interação do público com materiais biológicos ou espécies mantidas sob cuidados humanos para esta finalidade. Estes espaços devem possibilitar ao público uma aproximação segura e controlada. Devem ser estabelecidos horários e frequência para a interação do público com o animal. Esta atividade de forma alguma pode interferir no bem-estar dos animais.
Figura 7: Tanque de contato do Oceanic Aquarium – Balneário Camboriú/SC. Foto: Xxxxxxxx Xxxxxx.
6.5. Alojamento
É comum algumas instituições zoológicas contarem com esse tipo de espaço para receber pesquisadores, estagiários de outras localidades em férias e técnicos de instituições afins em serviço. Podem ser usados pelo público em programações educativas como: colônia de férias e eventos diversos (congressos, seminários, workshops).
6.6. Recinto bicho-pau:
É desejável que a espécie seja integrada ao plantel do Zoológico. Sugere-se a construção de um recinto que atenda às necessidades do inseto e possibilite a visitação.
6.7. Depósito para materiais
A equipe educativa sempre produz muitos materiais que são utilizados repetidamente ao longo dos meses e dos anos. Assim, recomenda-se a construção de depósitos estrategicamente localizados próximo aos locais de atuação da equipe para acondicionamento dos materiais.
6.8. Auditório:
É importante a construção de espaço equipado com som e multimídia, mobiliado e com acústica e ventilação adequadas que acomode confortavelmente tanto o público interno quanto externo.
6.9. Serviços adicionais
Recomenda-se, ainda, a incorporação dos seguintes serviços e programas:
a) Cadeira de rodas motorizadas: o aluguel deste tipo de equipamento é comumente oferecido em shoppings e poderia ser ofertado nas ÁREAS DA CONCESSÃO. A oferta do equipamento pode aumentar a autonomia dos cadeirantes durante a visitação.
b) Programa de doação de recursos para projetos voltados para a conservação das espécies e de seus ambientes.
c) Tratador por um dia: Serviço de cunho educativo oferecido por algumas instituições (Zoológico de Londres, por exemplo).
d) Colônia de férias: evento realizado no período de férias escolares e/ou semana das crianças para atender diferentes faixas etárias.
e) Espaço Kids – Trata-se de um espaço lúdico com diversos brinquedos e cenografia que retrata o ambiente onde está inserido (Zoológico ou Aquário) e permite que as crianças brinquem com segurança. O público pode ter acesso mediante pagamento de uma taxa por hora ou reserva para comemorações de festas de aniversário, por exemplo.
Figura 8: Espaço Kids do Oceanic Aquarium – Balneário Camboriú/SC. Foto: Xxxxxxxx Xxxxxx.
f) Apresentações musicais no Jardim Botânico: espaço para apresentações a serem ofertadas de maneira a conciliar o evento com a contemplação da natureza.
Figura 9: Local para apresentações musicais no Jardim Botânico de Bauru. Foto: Xxxxx Xxxxxxx Hemetrio.