Contract
surgir entre as Partes em matéria de validade, aplicação, interpretação ou integração das regras por que se rege a Concessão são resolvidos por arbitragem.
103.2 — A submissão de qualquer questão a arbitra- gem não exonera a Concessionária do pontual e atempado cumprimento das disposições do presente Contrato de Concessão e das determinações do Concedente que no seu âmbito lhe sejam comunicadas, nem permite qualquer interrupção do desenvolvimento das atividades integradas na Concessão que, sem prejuízo do disposto no número seguinte, devem continuar a processar-se nos termos em vigor à data de submissão da questão e até que uma decisão final seja obtida relativamente à matéria em causa.
103.3 — O disposto no número anterior relativamente ao cumprimento de determinações do Concedente pela Concessionária aplica-se também a determinações sequen- tes sobre a mesma matéria, mesmo que emitidas após a data de submissão de uma questão a arbitragem, desde que a primeira dessas determinações sequentes tenha sido comunicada à Concessionária anteriormente àquela data.
103.4 — Sempre que a matéria em causa em determi- nada questão submetida a arbitragem se relacione, direta ou indiretamente, com atividades integradas na Concessão que sejam objeto de qualquer dos Contratos do Projeto, pode qualquer das Partes requerer a intervenção da contraparte em causa na lide, em conjunto com a Concessionária.
103.5 — A Concessionária obriga-se a dar imediato conhecimento ao Concedente da ocorrência de qualquer diferendo ou litígio com as contrapartes dos Contratos do Projeto e a prestar-lhe toda a informação relevante relativa à evolução dos mesmos.
104 — Tribunal arbitral
104.1 — O tribunal arbitral é composto por 3 (três) membros, um nomeado por cada Parte e o terceiro es- colhido de comum acordo pelos árbitros que as Partes tenham designado.
104.2 — A Parte que decida submeter determinado di- ferendo ao tribunal arbitral apresenta os seus fundamentos para a referida submissão e designa de imediato o árbitro da sua nomeação, no requerimento de constituição do tribunal arbitral que dirija à outra Parte através de carta registada com aviso de receção, devendo esta, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da receção daquele requerimento, desig- nar o árbitro de sua nomeação e deduzir a sua defesa.
104.3 — Os árbitros designados nos termos do número anterior designam o terceiro árbitro do tribunal no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da designação do segundo árbitro do tribunal, cabendo esta designação ao Bastonário da Ordem dos Advogados, que também nomeia o repre- sentante da Parte que não o tenha feito, caso a mesma não ocorra dentro deste prazo.
104.4 — O tribunal arbitral considera-se constituído na data em que o terceiro árbitro aceitar a sua nomeação e o comunicar a ambas as Partes.
104.5 — O tribunal arbitral pode ser assistido pelos peritos técnicos e consultores que considere conveniente designar.
104.6 — Salvo acordo em contrário entre as Partes, o tribunal arbitral julga segundo o direito constituído e das suas decisões não cabe recurso.
104.7 — As decisões do tribunal arbitral devem ser proferidas no prazo de 6 (seis) meses a contar da data de constituição do tribunal determinada nos termos da presente cláusula, podendo o tribunal arbitral prorrogar
tal prazo por um máximo de 12 (doze) meses sempre que a complexidade da matéria ou outras razões atendíveis o justifiquem.
104.8 — Cada decisão do tribunal arbitral configura a decisão final relativamente ao objeto do litígio e inclui a fixação das custas do processo e a forma da sua repartição entre as Partes.
104.9 — A arbitragem decorre em Lisboa, em língua portuguesa, funcionando de acordo com as regras fixadas no presente Contrato de Concessão, com as regras estabele- cidas pelo próprio tribunal arbitral e ainda com o disposto na Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro.
O presente Contrato de Concessão foi alterado em Lis- boa, no dia [...] de [...] de [...], contém [...] folhas e vinte e nove anexos, que contêm as demais folhas, sendo todas numeradas e rubricadas ou assinadas pelos intervenientes, em dois exemplares que farão igualmente fé, ficando um em poder de cada uma das Partes.
Pelo Primeiro Outorgante:
(O Secretário de Estado das Finanças)
(O Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações)
Pelo Segundo Outorgante:
([...])
Resolução do Conselho de Ministros n.º 45-F/2015
O Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 323-G/2000, de 19 de dezembro, que aprova as bases da concessão da con- ceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conservação de lanços de autoestrada e conjuntos viários associados, designada por Interior Norte.
A referida alteração insere-se no âmbito do processo de renegociação de um conjunto de parcerias público-privadas do setor rodoviário (PPP), determinado pelo Governo, com o objetivo de alcançar uma redução sustentada dos cor- respondentes encargos públicos e, deste modo, promover uma reforma estrutural do Estado Português, contribuindo para a viabilização financeira do setor e a sustentabilidade futura das contas públicas.
Com o Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, a concessionária da Interior Norte, ex-SCUT, passa a ser remunerada pela disponibilidade das vias, cessando, as- sim, o período intercalar acordado entre a concessionária e o concedente em 2011, na sequência da introdução do regime de cobrança de portagens nesta concessão por via unilateral, no qual teve aplicação a remuneração provisória atualmente em pagamento.
As demais alterações aprovadas consistem, essencial- mente, na otimização dos níveis de operação aplicáveis, tendo em consideração, nomeadamente, a alteração do quadro regulatório do setor rodoviário e o volume de trá- fego atual e previsto até ao final do contrato, na redefi-
nição da responsabilidade do Estado pelo financiamento e pagamento das grandes reparações de pavimento, que deixam de ser financiadas antecipadamente e com base em previsões de ocorrência que podem não se verificar, para serem pagas apenas se, e quando, efetivamente necessária e realizada a intervenção, e numa redução expressiva da taxa interna de rendibilidade acionista de referência pre- vista no caso base.
Para além das questões diretamente associadas à redução dos pagamentos do Estado, foram ainda consensualizados com a concessionária outros aspetos relevantes para o alinhamento de incentivos na parceria, dos quais se des- taca, um mecanismo de partilha de upsides de receitas de portagem potenciais decorrentes do aumento de tráfego, um mecanismo de partilha de poupanças adicionais que venham a ser obtidas com a realização futura de grandes re- parações, a previsão da partilha de poupanças e benefícios financeiros que sejam gerados na sequência de melhorias operacionais futuras, ou a previsão da partilha, de forma equitativa, de benefícios financeiros adicionais decorrentes de eventuais operações de refinanciamento.
Nestes termos, na sequência da alteração das bases da concessão Interior Norte, pelo Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, é necessário aprovar a minuta do con- trato de alteração ao respetivo contrato de concessão, em conformidade com as referidas bases, o que se faz pela presente resolução.
Assim:
Nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, e da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Aprovar a minuta do contrato de alteração ao contrato de concessão da conceção, projeto, construção, financiamento, exploração e conservação de lanços de autoestrada e conjuntos viários associados, designada por Interior Norte, anexa à presente resolução, da qual faz parte integrante, a celebrar entre o Estado Português, re- presentado pela Ministra de Estado e das Finanças e pelo Ministro da Economia, com faculdade de delegação, e a Norscut — Concessionária de Auto-Estradas, S. A.
2 — Determinar que a presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Presidência do Conselho de Ministros, 2 de julho de 2015. — O Primeiro-Ministro, Xxxxx Xxxxxx Xxxxxx.
ANEXO
Contrato de Concessão
Entre:
Primeiro Outorgante: Estado Português, neste ato re- presentado por Sua Excelência, [...], e por Sua Excelência, [...], doravante designado por Concedente; e
Segundo Outorgante: NORSCUT — Concessionária de Auto-Estradas, S.A., neste ato representada pelo Senhor [...], na qualidade de [...], com os necessários poderes para o ato, doravante designada por Concessionária;
e considerando que:
(A) O Governo Português lançou um concurso público internacional para a atribuição da concessão da conceção, projeto, construção, aumento do número de vias, financia- mento, exploração e conservação, em regime de portagem sem cobrança aos utilizadores, de determinados lanços
de autoestrada e conjuntos viários associados no Inte- rior Norte, concurso que foi regulado pelo Decreto-Lei n.º 267/97, de 2 de outubro, e pelos programa de concurso e caderno de encargos, aprovados pelo Despacho Con- junto dos Ministros das Finanças e do Equipamento Social n.º 166-A/98, de 9 de março;
(B) A Concessionária é a sociedade anónima constituída pelo agrupamento vencedor do mencionado concurso, tendo sido aceite pelo Governo Português a proposta apresentada por aquele Agrupamento, tal como a mesma resultou da fase de negociações havida no âmbito do con- curso e se encontra consagrada na ata da última sessão de negociações, havida em 17 de julho de 2000;
(C) A Concessionária foi, assim, designada como a enti- dade a quem é atribuída a concessão, através de Despacho Conjunto dos Ministros das Finanças e do Equipamento Social;
(D) Através do Decreto-Lei n.º 323-G/2000, de 19 de dezembro, foram aprovadas as Bases da Concessão;
(E) O Governo Português aprovou a minuta do con- trato de concessão, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 171-A/2000, de 19 de dezembro, o qual foi celebrado em 30 de dezembro de 2000;
(F) Ocorreram, subsequentemente, alterações legis- lativas profundas com incidência no sector rodoviário nacional, designadamente a nível técnico, financeiro e de defesa dos utentes das infraestruturas rodoviárias, deter- minando, entre outros aspetos, a definição de um novo modelo de gestão e de financiamento para o sector das infraestruturas rodoviárias;
(G) Neste contexto, e relativamente às relações con- tratuais existentes entre o Estado e os concessionários privados que operam ao abrigo de bases de concessão individualmente aprovadas e que não foram alteradas ou postas em causa pela concessão geral atribuída à Infraes- truturas de Portugal, S.A., foram desenvolvidos processos negociais de forma a promover a sua integração e a sua adaptação ao modelo adotado, numa lógica de maximi- zação da convergência e de inclusão no novo paradigma nacional do sector;
(H) Também no quadro desse novo modelo de gestão e de financiamento para o sector das infraestruturas rodovi- árias, assente em princípios como o da coesão territorial, o da solidariedade intergeracional e o da contratualização de longo prazo das responsabilidades decorrentes da constru- ção, gestão, manutenção e conservação da rede rodoviária nacional, o Governo Português anunciou a intenção de introduzir portagens reais nas autoestradas em regime SCUT (sem cobrança ao utilizador), designadamente na Concessão SCUT do Interior Norte;
(I) O Concedente e a Concessionária encetaram, assim, negociações em conformidade com os procedimentos esti- pulados no Decreto-Lei n.º 86/2003, de 26 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 141/2006, de 27 de julho;
(J) Neste contexto, através do Despacho Conjunto dos Ministros de Estado e das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, de 18 de janeiro de 2011, o Concedente determinou o desenvolvimento dos trabalhos necessários à implementação, na concessão SCUT do In- terior Norte, de um sistema de cobrança exclusivamente eletrónica de taxas de portagem, em condições de explo- ração e cobrança, nos termos aí concretizados;
(L) Com vista a concretizar de imediato as condições de desenvolvimento dos trabalhos de implementação e operacionalização do sistema mencionado no conside-
rando anterior, bem como com vista a regular o respetivo financiamento e dar cumprimento à determinação constante do predito Despacho Conjunto, as partes celebraram um acordo em 18 de janeiro de 2011;
(M) No entanto, o processo negocial encetado não chegou a ser concluído, não tendo sido obtido um acordo entre as partes;
(N) Não obstante, na sequência da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 111/2011, de 28 de novembro, e do Despacho Conjunto da Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças e do Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, de 7 de dezembro de 2011, teve início o regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores de determinados Lanços e Sublanços que integram a Concessão do Interior Norte a 8 de dezembro de 2011;
(O) Por força do disposto no considerando anterior, a Concessionária encontra-se a perceber uma remuneração provisória, por conta do seu direito à reposição do equilí- brio financeiro da Concessão, que corresponde atualmente ao valor dos proveitos relativos aos tráfegos previstos no caso base, deduzido de uma percentagem igual a metade da diferença percentual entre os proveitos relativos aos tráfegos registados em 2010, que serviram de suporte aos pagamentos desse ano, e os proveitos relativos aos tráfegos previstos para 2010 no caso base;
(P) Entretanto, o agravamento da vulnerabilidade da economia portuguesa, associado à grave e imprevisível crise internacional, que se estendeu à área do Euro, deter- minou a interrupção do acesso de Portugal a financiamento de mercado, com a consequente necessidade de recurso a assistência económico-financeira externa;
(Q) Em abril de 2011, o Governo Português, face à situação da economia portuguesa e dos demais países da área do Euro, viu-se compelido a recorrer a assistência económico-financeira externa, com todas as consequências factuais e jurídico-financeiras daí advenientes, tendo cele- brado em 17 de maio de 2011 com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, o Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica;
(R) Nesse contexto, foi assumido expressamente pelo Governo Português, no Memorando de Entendimento so- bre as Condicionalidades de Política Económica, o com- promisso de executar o Plano Estratégico dos Transpor- tes, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de novembro;
(S) Em linha com o Plano Estratégico dos Transportes, as projeções de encargos com as Parcerias Público-Privadas (PPP) apontam para um crescimento muito significativo dos mesmos, inviável face ao volume de endividamento da IP, especialmente nas atuais condições de mercado, tornando urgente e imperiosa a introdução de reformas que permitam a viabilização financeira do sector;
(T) Em face dos condicionalismos externos, o Governo obrigou-se, no artigo 143.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, que aprova o Orçamento do Estado para 2013, a realizar todas as diligências necessárias à conclusão da renegociação dos contratos de PPP do sector rodoviário que se afigurem demasiado onerosos para o parceiro pú- blico, estimando uma redução global de encargos para o erário público de cerca de 30 % face ao valor originalmente contratado;
(U) Para este efeito, o Governo Português decidiu pro- ceder à racionalização dos níveis operacionais das autoes-
tradas portuguesas, dentro dos limites da legislação comu- nitária e dos padrões europeus aplicáveis, tendo promovido a revisão do modelo regulatório do sector rodoviário, com vista à redução, de forma sustentável e sem pôr em causa os requisitos de segurança rodoviária, dos encargos públi- cos emergentes dos contratos celebrados pelo Estado no âmbito deste sector;
(V) Paralelamente, o Governo Português iniciou for- malmente o processo para a renegociação de determinados contratos de PPP do sector rodoviário, tendo sido consti- tuída e nomeada uma comissão de negociação, ao abrigo do Despacho n.º 16198-F/2012, de 10 de dezembro, do Coordenador da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 245, de 19 de dezembro de 2012, nos termos e para os efeitos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 111/2012, de 23 de maio;
(X) Em face da necessidade de dar sustentabilidade às contas públicas e, bem assim, de dar cumprimento aos compromissos assumidos no Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica, o Go- verno Português solicitou à Concessionária um esforço visando a identificação de todas as rubricas passíveis de redução de encargos, passando este exercício, designada- mente, pela redução da rentabilidade acionista, pelo ajus- tamento dos níveis operacionais e pela revisão do modelo de financiamento das grandes reparações de pavimento;
(Z) Sem que tal consubstanciasse um reconhecimento, pela Concessionária, da verificação dos pressupostos legais passíveis de conferir ao Concedente o direito a modificar o Contrato de Concessão, a Concessionária entendeu ser do seu melhor interesse contribuir para uma solução ne- gociada que, permitindo ao Concedente prosseguir os seus objetivos de redução estrutural dos encargos emergentes do Contrato de Concessão e acomodar as obrigações externas do Estado Português, fosse de igual forma uma solução sustentável para o parceiro privado;
(AA) Com este enquadramento, e considerando a revisão do modelo regulatório, as Partes desenvolveram o referido processo negocial, tendo sido identificado um conjunto de modificações às atuais condições de exploração da Con- cessão que o Concedente entende viáveis e que, na atual conjuntura, contribuem para a sustentabilidade do sistema de gestão rodoviária a curto, médio e longo prazo, assim salvaguardando a prossecução do interesse público;
(BB) Para o efeito, as Partes identificaram tais modifi- cações contratuais, bem como o seu impacto na redução dos pagamentos, e acordaram a assinatura de uma Ata de Reuniões de Negociação relativa ao Ajustamento das Condições do Contrato de Concessão do Interior Norte, datada de 9 de maio de 2013 (doravante designada «Ata de Reuniões de Negociação»);
(CC) Foram entretanto aprovadas as alterações legis- lativas e regulatórias que estabelecem novas condições e níveis de exploração da Concessão a serem observados nas vias concessionadas;
(DD) Atendendo aos considerandos anteriores, e com vista à formalização das alterações definidas na Ata de Reuniões de Negociação e à alteração do Contrato de Con- cessão, incluindo no que respeita à implementação de um regime de cobrança de taxas de portagem em conformidade com a determinação a que se alude no Considerando (N), foram revistas as Bases da Concessão do Interior Norte;
(EE) Para o efeito, procedeu-se, através do Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho, à alteração do Decreto-Lei
n.º 323-G/2000, de 19 de dezembro, que aprovou as Bases da Concessão;
(FF) O Governo Português aprovou, entretanto, a mi- nuta das alterações ao Contrato de Concessão, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º […], de […];
(GG) O […] e o […] foram designados representantes do Concedente nos termos do artigo [...].º do Decreto-Lei n.º [...], de [...], e o Senhor [...] foi designado representante da Concessionária para a outorga do contrato de alteração ao Contrato de Concessão do Interior Norte;
é acordado e reciprocamente aceite que o Contrato de Concessão passa a ter a seguinte redação e a reger-se pelo que em seguida se dispõe:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
1 — Definições e abreviaturas
1.1 — Neste contrato, e nos seus anexos e nos respetivos apêndices, sempre que iniciados por maiúscula, e salvo se do contexto claramente resultar sentido diferente, os termos abaixo indicados têm os seguintes significados:
a) ACE — o agrupamento complementar de empresas constituído entre os membros construtores do Agrupa- mento com vista ao desenvolvimento, nos termos do Con- trato de Empreitada, das atividades de conceção, projeto e construção dos Lanços referidos no n.º 5.1.;
b) Acordo de Subscrição e Realização de Capital — o acordo subscrito pela Concessionária e pelos Membros do Agrupamento, enquanto seus acionistas, em 22 de dezem- bro de 2000, relativo à subscrição e realização do capital da Concessionária e à realização de prestações acessórias de capital e ou de suprimentos, que constitui o Anexo 6;
c) Acordo Direto — o contrato celebrado entre o Con- cedente, a Concessionária e o ACE, definindo os termos e condições em que o Concedente tem o direito de intervir no âmbito do Contrato de Empreitada, que constitui o Anexo 13;
d) Acordo Parassocial — o acordo parassocial da Con- cessionária, que constitui o Anexo 7;
e) Agente das Entidades Financiadoras — tem o sentido que nos Contratos de Financiamento e, nomeadamente, no Loan and Guarantee Facilities Agreement é conferido à expressão Facility Agent;
f) Agrupamento — o conjunto de sociedades comerciais vencedor do concurso público para atribuição da Conces- são, cuja identificação e participação percentual e nominal no capital social da Concessionária, na Data de Assinatura do Contrato de Concessão, figura no Anexo 4;
g) AMT — a Autoridade da Mobilidade e dos Transpor- tes ou outra entidade a quem venham a ser atribuídas as competências que lhe estejam legalmente cometidas com respeito à Concessão;
h) Áreas de Serviço — as instalações marginais à Auto- estrada, destinadas à instalação de equipamento de apoio aos utentes, compostas, designadamente, por postos de abastecimento de combustíveis, por estabelecimentos de restauração, hoteleiros e similares e por zonas de repouso e de parqueamento de veículos;
i) Autoestrada — a autoestrada e conjuntos viários as- sociados que integram o objeto da Concessão nos termos das cláusulas 5.ª e 8.ª;
j) Bases da Concessão – o quadro geral da regulamen- tação da Concessão aprovado pelo Decreto-Lei n.º 323- G/2000, de 19 de dezembro, tal como alterado e republi- cado pelo Decreto-Lei n.º 113/2015, de 19 de junho;
l) Campanha de Monitorização de Pavimentos – uma campanha de avaliação do estado de conservação dos pa- vimentos das vias, por referência aos parâmetros e valores padrão definidos no Plano de Controlo de Qualidade, in- tegrando atividades de inspeção ou auscultação, realizada para os efeitos do presente contrato, a qual deve ser efe- tuada por Grupo de Sublanços e para a totalidade da área por este abrangida e com utilização dos critérios definidos no Anexo 30;
m) Canal Técnico Rodoviário — as infraestruturas de condutas e caixas instaladas na Concessão, de acordo com as instruções técnicas aplicáveis em vigor, destinadas ao alojamento de ativos de telecomunicações;
n) Caso Base — o conjunto dos pressupostos e das projeções económico-financeiras descritos no Anexo 10, com as alterações que lhe sejam introduzidas nos termos permitidos no Contrato de Concessão;
o) Caso Base Ajustado — o Caso Base Pós-Refinan- ciamento, aceite pelo Concedente, refletindo os efeitos decorrentes do mecanismo de partilha do benefício do Refinanciamento da Concessão ou o Caso Base Pós-Oti- mização, aceite pelo Concedente, refletindo os efeitos decorrentes do mecanismo de partilha de ganhos opera- cionais, conforme aplicável;
p) Caso Base Original — o conjunto dos pressupos- tos e das projeções económico-financeiras descritos no Anexo 10 à versão originária do Contrato de Concessão;
q) Caso Base Pós-Otimização — o Caso Base Pré-Oti- mização com as novas condições decorrentes das melhorias nas condições de execução do Contrato de Concessão suscetíveis de contribuir para a obtenção de ganhos ope- racionais, mantendo-se todos os restantes pressupostos e cálculos do Caso Base Pré-Otimização;
r) Caso Base Pós-Refinanciamento — o Caso Base Pré- Refinanciamento com as novas condições e estrutura de financiamento decorrentes do Refinanciamento da Con- cessão, mantendo-se todos os restantes pressupostos e cálculos do Caso Base Pré-Refinanciamento;
s) Caso Base Pré-Otimização — o Caso Base em vigor no momento anterior à adoção de melhorias nas condições de execução do Contrato de Concessão suscetíveis de contribuir para a obtenção de ganhos operacionais;
t) Caso Base Pré-Refinanciamento — o modelo finan- ceiro utilizado para efeitos da contratação de uma operação de Refinanciamento da Concessão, aceite pelo Concedente, incluindo as condições e a estrutura de financiamento previstas no Caso Base;
u) Cobrança Coerciva — a cobrança de uma taxa de portagem, nos termos legal e regulamentarmente estabe- lecidos, que não tenha sido paga pelo utente através da Cobrança Primária ou da Cobrança Secundária, implicando ainda o pagamento de Custos Administrativos e de uma coima, se aplicável;
v) Cobrança Primária — a cobrança eletrónica de taxas de portagem aos utentes através de sistema de débito em conta ou de pré-pagamento, com provisão de conta ade- quada, seja o utente anónimo ou identificado;
x) Cobrança Secundária — a cobrança eletrónica de taxas de portagem aos utentes através de sistema de pa- gamento posterior à utilização do serviço portajado (pós-
-pagamento), implicando o pagamento de Custos Admi- nistrativos;
z) Código das Expropriações — o diploma aprovado pela Lei n.º 168/99, de 18 de setembro, com as respetivas alterações;
aa) Código das Sociedades Comerciais — o diploma aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de setembro, com as respetivas alterações;
bb) Código dos Contratos Públicos — o diploma apro- vado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, com as respetivas alterações;
cc) Comissão de Peritos — a comissão constituída nos termos da cláusula 127.ªA;
dd) Concessão — o conjunto dos direitos e obrigações atribuídos à Concessionária por intermédio do Contrato de Concessão e demais regulamentação aplicável;
ee) Contrato de Concessão — o presente contrato, ce- lebrado entre as Partes na Data de Assinatura do Contrato de Concessão, na redação resultante da introdução das al- terações previstas na Resolução do Conselho de Ministros n.º [...], de [...], e todos os aditamentos e alterações que o mesmo venha a sofrer;
ff) Contrato de Empreitada — o contrato celebrado entre a Concessionária e o ACE, tendo por objeto a conceção, o projeto e a construção dos Lanços referidos no n.º 5.1.,
o qual constitui o Anexo 1;
gg) Contrato de Operação e Manutenção – o contrato celebrado entre a Concessionária e a Operadora, que cons- titui o Anexo 19;
hh) Contrato de Prestação de Serviços — o contrato de prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada, cuja minuta constitui o Anexo 22;
ii) Contratos de Financiamento — os contratos celebra- dos entre a Concessionária e as Entidades Financiadoras, que constituem o Anexo 2;
jj) Contratos do Projeto — os contratos como tal iden- tificados no Anexo 3;
ll) Corredor — a faixa de largura de 400 m (quatrocen- tos metros), definida por 200 m (duzentos metros) para cada lado do eixo do traçado rodoviário que lhe serve de base;
mm) Critérios Chave — os critérios a utilizar para a re- posição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos dos 36.9. e 115.4. e do Anexo 18;
nn) Custos Administrativos — as sobretaxas adminis- trativas a suportar pelo utente nos termos legal e regula- mentarmente previstos;
oo) Data de Assinatura do Contrato de Concessão — a data em que foi celebrada a versão originária do Contrato de Concessão, nos termos da minuta aprovada pela Reso- lução do Conselho de Ministros n.º 171-A/2000, de 19 de dezembro, ou seja, 30 de dezembro de 2000;
pp) Empreendimento Concessionado — o conjunto dos bens que integram a Concessão, nos termos da cláusula 10.ª;
qq) Entidades Financiadoras — as instituições de cré- dito financiadoras das atividades integradas na Concessão, nos termos dos Contratos de Financiamento;
rr) Estabelecimento da Concessão — o conjunto de bens referido na cláusula 9.ª;
ss) Estatutos — o pacto social da Concessionária, que constitui o Anexo 5;
tt) Estrutura Acionista Atual da Concessionária — a identificação e participação percentual e nominal das
sociedades comerciais vencedoras do concurso público para atribuição da Concessão no capital social da Con- cessionária, atualizada até à presente data e que figura no Anexo 17;
uu) Estudo de Impacte Ambiental — o documento que contém, nos termos exigidos por lei, uma descrição sumária do projeto, informação relativa aos estudos de base e à situ- ação de referência, bem como a identificação e a avaliação dos impactes ambientais considerados relevantes, quer na fase de construção, quer na fase de exploração, e as medi- das de gestão ambiental destinadas a prevenir, minimizar ou compensar os impactes negativos esperados;
xx) Grande Reparação de Pavimento — qualquer inter- venção executada sobre parte ou totalidade do pavimento das vias de um determinado Grupo de Sublanços em resul- tado das conclusões de uma Campanha de Monitorização de Pavimentos e ou de uma Monitorização Localizada de Pavimentos, sujeita a prévia elaboração de projeto de execução ou nota técnica, visando a reposição em níveis adequados dos seus parâmetros funcionais, conforme defi- nido no Plano de Controlo de Qualidade, e ou a recuperação ou reforço das suas características estruturais;
zz) Grupos de Sublanços — os grupos de Sublanços identificados no Anexo 30 cujos pavimentos são sujeitos a monitorização, em simultâneo, das suas característi- cas funcionais e estruturais no âmbito de Campanhas de Monitorização de Pavimentos e ou de Monitorizações Localizadas de Pavimentos;
aaa) IGF — a Inspeção-Geral de Finanças;
bbb) IMT — o Instituto da Mobilidade e dos Transpor- tes, I.P., ou outra entidade a quem venham a ser atribuídas as competências que lhe estejam legalmente cometidas com respeito à Concessão;
ccc) IP — a Infraestruturas de Portugal, S. A.;
ddd) IPC — o índice de preços no consumidor, sem habitação, para todo o território nacional, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, I.P.;
eee) IVA — o imposto sobre o valor acrescentado;
fff) Lanço — as secções em que se divide a Autoes- trada;
ggg) Manual de Operação e Manutenção — o docu- mento a que se referem os n.os 55.1. a 55.3. e que constitui o Anexo 26;
hhh) MAOTE — o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as atribuições do Estado nas áreas do ambiente e do ordenamento do território;
iii) ME — o Ministro da Economia, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as competências para prosseguir as atribuições do Estado na área das obras e infraestruturas públicas;
jjj) MEF — o Ministro de Estado e das Finanças, ou o membro do Governo que, em cada momento, detenha as competências para prosseguir as atribuições do Estado na área das finanças;
kkk) Membro do Agrupamento — cada uma das socie- dades que o constituíam à data da adjudicação provisória da Concessão;
lll) Monitorização Localizada de Pavimentos — qual- quer campanha de avaliação do estado de conservação dos pavimentos das vias, por referência aos parâmetros e valores padrão definidos no Plano de Controlo de Quali- dade, integrando atividades de inspeção ou auscultação, determinada pelo Concedente, para qualquer efeito do
presente contrato, no período intercalar entre Campanhas de Monitorização de Pavimentos;
mmm) Operadora — a sociedade incumbida do desen- volvimento das atividades previstas no Contrato de Ope- ração e Manutenção;
nnn) Partes — o Concedente e a Concessionária;
ooo) Período Inicial da Concessão — o período de tempo que se inicia às 24 (vinte e quatro) horas da Data de Assinatura do Contrato de Concessão e termina às 24 (vinte e quatro) horas do primeiro dia do mês em que se celebra o sexto aniversário dessa data ou às 24 (vinte e quatro) horas do último dia do mês em que se verifique a entrada em serviço efetivo de todos os Lanços, de acordo com o definido no n.º 52.8., consoante a que ocorra mais tarde;
ppp) Plano de Controlo de Qualidade — o documento a que se referem os n.os 55.4. a 55.6. e que constitui o Anexo 27;
qqq) Programa de Trabalhos — o documento fixando a ordem, prazos e ritmos de execução das diversas atividades integradas na Concessão, que constitui o Anexo 8;
rrr) Proposta — o conjunto da documentação submetida pelo Agrupamento ao concurso público para atribuição da Concessão, tal como resultou alterada pela conclusão da fase de negociações mantidas nos termos das regras daquele concurso;
sss) Xxxxx xx Xxxxxxxxx Anual do Serviço da Dívida sem Caixa — em cada data de cálculo corresponde ao quociente entre: (i) o cash-flow disponível para o serviço da dívida sénior dos últimos 12 (doze) meses; e (ii) o serviço da dívida sénior no mesmo período, nos termos constantes do Caso Base;
ttt) Xxxxx xx Xxxxxxxxx da Vida do Empréstimo sem Caixa — em cada data de cálculo corresponde ao quociente entre: (i) o valor atual dos cash-flows disponíveis para o serviço da dívida sénior, adicionado do saldo da reserva do serviço da dívida; e (ii) o saldo da dívida sénior, nos termos constantes do Caso Base;
uuu) Receitas de Portagem — o valor das receitas brutas de taxas de portagem efetivamente cobradas na Autoes- trada;
vvv) Refinanciamento da Concessão — a alteração das condições que gerem benefícios financeiros para a Con- cessionária, constantes dos Contratos de Financiamento ou dos contratos que os venham a substituir ou alterar, ou a sua substituição por outras estruturas de financiamento;
xxx) Sublanço — o troço viário da Autoestrada entre dois nós de ligação consecutivos ou entre um nó de ligação e uma estrada ou uma autoestrada já construída ou em cons- trução à Data de Assinatura do Contrato de Concessão;
zzz) Terceiras Entidades — as entidades que não se- jam Membros do Agrupamento nem empresas associadas daqueles, tal como definidas no n.º 2 do artigo 63.º da Diretiva n.º 2004/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março de 2004;
aaaa) Termo da Concessão — a extinção do Contrato de Concessão, independentemente do motivo pelo qual a mesma ocorra;
bbbb) TIR — a taxa interna de rendibilidade anual no- minal, para os acionistas, dos fundos disponibilizados por estes e do cash-flow que lhes é distribuído, designadamente sob a forma de juros de suprimentos ou prestações aces- sórias de capital, reembolso de suprimentos ou prestações acessórias de capital, dividendos pagos ou reservas dis-
tribuídas, a preços correntes, durante todo o período da Concessão, nos termos constantes do Caso Base;
cccc) TMDA — o tráfego médio diário anual, apurado de acordo com o disposto na cláusula 61.ª;
dddd) Transação — o conjunto de dados gerado num lo- cal de deteção de veículos aquando da sua transposição por um veículo, ao qual corresponde uma taxa de portagem;
eeee) Transação Agregada — a liquidação de uma Via- gem realizada numa via portajada;
ffff) UTAP — a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos ou a entidade que a venha a substituir nas competências e atribuições previstas no Decreto-Lei n.º 111/2012, de 23 de maio;
gggg) Viagem — o percurso realizado por uma determi- nada viatura entre a sua entrada e a sua saída da autoestrada num conjunto de Sublanços da Concessão com um ou mais pórticos instalados, a que correspondam taxas de portagem real que o sistema de cobrança existente possa identificar, de uma forma coerente e integrada, por referência a um dado limite de tempo adequado definido no Contrato de Prestação de Serviços.
1.2 — Os termos definidos no número anterior no sin- gular podem ser utilizados no plural, e vice-versa, com a correspondente alteração do respetivo significado, salvo se do contexto resultar claramente o inverso.
2 — Anexos
2.1 — Fazem parte integrante do presente contrato, para todos os efeitos legais e contratuais, os seus anexos e respetivos apêndices, organizados da forma seguinte:
Anexo 1: Contrato de Empreitada; Anexo 2: Contratos de Financiamento; Anexo 3: Lista dos Contratos do Projeto;
Anexo 4: Composição do Agrupamento e estrutura acio- nista da Concessionária;
Anexo 5: Estatutos;
Anexo 6: Acordo de Subscrição e Realização de Ca- pital;
Anexo 7: Acordo Parassocial; Anexo 8: Programa de Trabalhos;
Anexo 9: Declaração dos acionistas da Concessioná- ria;
Anexo 10: Caso Base;
Anexo 11: Garantias bancárias; Anexo 12: Programa de seguros;
Anexo 13: Acordo Direto referente ao Contrato de Em- preitada;
Anexo 14: Condições de intervenção das Entidades Financiadoras;
Anexo 15: Definição dos Sublanços;
Anexo 16: Garantias relativas aos Lanços já constru- ídos;
Anexo 17: Estrutura Acionista Atual da Concessioná- ria;
Anexo 18: Critérios Chave da reposição do equilíbrio financeiro;
Anexo 19: Contrato de Operação e Manutenção; Anexo 20: Acordo direto referente ao Contrato de Ope-
ração e Manutenção;
Anexo 21: Valores de construção para os efeitos pre- vistos na cláusula 36.ª;
Anexo 22: Contrato de Prestação de Serviços;
Anexo 23: Sistema de cobrança de taxas de portagem;
Anexo 24: Tarifas diárias de disponibilidade; Anexo 25: Investimentos;
Anexo 26: Manual de Operação e Manutenção: Anexo 27: Plano de Controlo de Qualidade;
Anexo 28: Localização dos equipamentos de conta- gem;
Anexo 29: Partilha de receitas de portagem; Anexo 30: Grandes Reparações de Pavimento.
2.2 — Na interpretação, na integração ou na aplicação de qualquer disposição do presente contrato devem ser consideradas as disposições dos documentos que nele se consideram integrados nos termos do número anterior e que tenham relevância na matéria em causa, e vice-versa.
3 — Epígrafes e remissões
3.1 — As epígrafes das cláusulas do Contrato de Con- cessão, dos seus anexos e dos respetivos apêndices foram incluídas por razões de mera conveniência, não fazendo parte da regulamentação aplicável às relações contratuais deles emergentes, nem constituindo suporte para a inter- pretação ou integração do presente contrato.
3.2 — As remissões, ao longo do presente contrato, para cláusulas, , alíneas ou anexos, e salvo se do contexto resultar sentido diferente, são efetuadas para cláusulas, , alíneas ou anexos do próprio Contrato de Concessão.
4 — Lei aplicável
4.1 — O Contrato de Concessão está sujeito à lei por- tuguesa, com expressa renúncia à aplicação de qualquer outra.
4.2 — Na vigência do Contrato de Concessão, obser- vam-se:
a) As Bases da Concessão e as disposições do Contrato de Concessão, dos seus anexos e respetivos apêndices;
b) A legislação aplicável em Portugal.
4.3 — As referências a diplomas legislativos portugue- ses ou comunitários devem também ser entendidas como referências à legislação que os substitua ou modifique.
4.4 — As divergências verificadas entre documentos contratuais aplicáveis à Concessão e entre estes e aqueles por que se rege a Concessionária, e que não possam ser sanadas pelo recurso às regras gerais de interpretação, resolvem-se em conformidade com os seguintes critérios:
a) As Bases da Concessão prevalecem sobre o estipulado em qualquer outro documento;
b) Atende-se, em segundo lugar, ao estabelecido no Contrato de Concessão, ignorando-se, apenas para este efeito e na medida do necessário, aquele dos seus anexos e respetivos apêndices que seja objeto da divergência;
c) Em terceiro lugar, atende-se à Proposta;
d) Em último lugar, atende-se ao caderno de encargos e ao programa de concurso.
4.5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, na interpretação e na integração do regime aplicável ao presente contrato prevalece o interesse público do Conce- dente na boa execução das obrigações da Concessionária e na manutenção da Concessão em funcionamento inin- terrupto de acordo com os melhores padrões de segurança e conservação.
CAPÍTULO II
Objeto e tipo da Concessão
5 — Objeto
5.1 — A Concessão tem por objeto a conceção, projeto, construção, financiamento, conservação e exploração, em regime de disponibilidade, dos seguintes Lanços:
a) XX 0 Xx xx XX 0-Xxxxxx Xxxxx Xxx;
b) IP 3 Castro Daire Norte-Reconcos;
c) IP 3 Régua-Vila Real;
d) IP 3 Vila Real-Vila Pouca de Aguiar;
e) XX 0 Xxxx Xxxxx xx Xxxxxx-Xxxxxx (fronteira).
5.2 — Constituem ainda o objeto da Concessão, para efeitos de conservação e exploração, em regime de dispo- nibilidade, os seguintes Lanços:
a) IP 3 Castro Daire Sul-Castro Daire Norte;
b) IP 3 Reconcos-Régua.
5.3 — Integra igualmente o objeto da Concessão a prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada, nos termos previstos no capítulo XI.
5.4 — Os Lanços referidos nos n.os 5.1. e 5.2. estão divididos, para os efeitos do capítulo XIII, nos Sublanços indicados no Anexo 15, entendendo-se por extensão de um Lanço o somatório das extensões dos Sublanços em que se divide, calculadas de acordo com o número seguinte.
5.5 — As extensões de cada Sublanço são medidas se- gundo o eixo da Autoestrada e determinadas, consoante os casos, nos termos das alíneas seguintes:
a) Se o Sublanço estiver compreendido entre dois nós de ligação, a sua extensão é determinada pela distância que medeia entre os eixos das obras de arte desses nós;
b) Se uma das extremidades da Concessão começar ou terminar contactando em plena via uma estrada ou autoestrada construída, a extensão do Sublanço terminal é calculada a partir do perfil de contacto das duas vias;
c) Se uma das extremidades do Sublanço entroncar num Sublanço cuja construção não esteja concluída, a sua extensão é provisoriamente determinada, até à data de conclusão deste, a partir dessa extremidade, desde o último perfil transversal de Autoestrada construído e a entrar em serviço.
6 — Natureza da Concessão
A Concessão é de obra pública e é estabelecida em re- gime de exclusivo relativamente à Autoestrada que integra o seu objeto.
7 — Serviço público
7.1 — A Concessionária deve desempenhar as ativida- des concessionadas de acordo com as exigências de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do serviço público e adotar, para o efeito, os melhores padrões de qualidade disponíveis em cada momento, nos termos pre- vistos no presente contrato.
7.2 — A Concessionária não pode, em qualquer circuns- tância, recusar o fornecimento do serviço público conces- sionado a qualquer pessoa ou entidade, nem discriminar ou estabelecer diferenças de tratamento entre utentes.
8 — Delimitação física da Concessão
8.1 — Os limites da Concessão são definidos em relação à Autoestrada que a integra pelos perfis transversais extre- mos da mesma, em conformidade com os traçados defini- tivos constantes dos projetos oficialmente aprovados.
8.2 — O traçado da Autoestrada é o que figurar nos projetos aprovados nos termos da cláusula 36.ª
8.3 — Os nós de ligação fazem parte da Concessão, nela se incluindo, para efeitos de exploração e conservação, os troços de estradas que os completem, considerados entre os pontos extremos de intervenção da Concessionária nessas estradas ou, quando não seja possível essa definição, entre os pontos extremos do enlace dos ramos dos nós, bem como os troços de ligação em que o tráfego seja exclusivamente de acesso à Autoestrada.
8.4 — Excetuam-se do disposto no número anterior os troços de estrada a transferir pela Concessionária, por acordo, para outras entidades, cuja exploração e conser- vação apenas se mantém da responsabilidade daquela até à efetiva transferência dos mesmos.
8.5 — Nos nós de ligação em que seja estabelecido enlace com outra concessão de autoestradas, o limite entre concessões é estabelecido pelo perfil transversal de entrada (ponto de convergência) dos ramos de ligação com a plena via, exceto para a iluminação, cuja manutenção é assegu- rada na totalidade, incluindo a zona de via de aceleração, pela concessionária que detenha o ramo de ligação.
8.6 — As obras de arte integradas nos nós de enlace entre concessões, quer em secção corrente, quer em ramos, ficam afetas à concessão cujo tráfego utilize o tabuleiro da estrutura.
9 — Estabelecimento da Concessão
O Estabelecimento da Concessão é composto:
a) Pela Autoestrada;
b) Pelas Áreas de Serviço e de repouso, pelos centros de assistência e manutenção e por outros serviços de apoio aos utentes da Autoestrada nela situados.
10 — Bens que integram e que estão afetos à Concessão
10.1 — Integram a Concessão:
a) O Estabelecimento da Concessão;
b) Todas as obras, máquinas, aparelhagem e respetivos acessórios utilizados para a exploração e conservação da Autoestrada, compreendendo os terrenos, as instalações e equipamentos de contagem de veículos e classificação de tráfego e circuito fechado de TV, as casas de guarda e do pessoal da referida exploração e conservação que perten- çam à Concessionária, e outros ativos afetos à exploração, os escritórios e outras dependências de serviço e quaisquer bens afetos à Concessão;
c) As instalações e equipamentos de via de cobrança de taxas de portagem; e
d) Os demais bens e direitos, de qualquer natureza, associados às instalações e equipamentos referidos na alínea anterior, que se encontrem afetos à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada.
10.2 — A Concessionária elabora um inventário do património que integra e que está afeto à Concessão, que mantém permanentemente atualizado e à disposição do Concedente.
10.3 — No inventário a que se refere o número ante- rior são mencionados os ónus ou encargos que recaem sobre os bens nele listados, sem prejuízo do disposto na cláusula 12.ª
11 — Manutenção dos bens que integram e que estão afetos à Concessão
A Concessionária obriga-se a manter em bom estado de funcionamento, conservação e segurança, a expensas suas, os bens que integram e que estão afetos à Concessão, du- rante a vigência do Contrato de Concessão, efetuando para tanto as reparações, renovações e adaptações necessárias ao bom desempenho do serviço público.
12 — Natureza dos bens
12.1 — A Autoestrada integra o domínio público do Concedente.
12.2 — Para efeitos, exclusivamente, do disposto no número anterior, constitui a Autoestrada:
a) O terreno por ela ocupado e a estrada nele construída, abrangendo a plataforma da Autoestrada e os respetivos nós (faixa de rodagem, separador central e bermas), as valetas, taludes, banquetas, valas de crista e de pé de ta- lude, os nós e os ramais de ligação e os terrenos marginais até à vedação;
b) As obras de arte incorporadas na Autoestrada e os terrenos para implantação das Áreas de Serviço, integrando os imóveis que nelas sejam construídos.
12.3 — Os imóveis adquiridos, por via do direito pri- vado ou de expropriação, para a construção da Autoestrada, das Áreas de Serviço, das instalações de controlo de tráfego e para assistência aos utentes, bem como as edificações neles construídas, integram igualmente o domínio público do Concedente.
12.4 — A Concessionária não pode, por qualquer forma, celebrar contrato que tenha por efeito a promessa ou a efetiva cedência, alienação ou oneração de quaisquer dos bens que integram a Concessão ou o domínio público do Concedente, os quais não podem igualmente ser objeto de arrendamento, de promessa de arrendamento ou de qualquer outra forma que titule ou tenha em vista a ocu- pação dos respetivos espaços, nem de arresto, penhora ou qualquer providência cautelar, salvo na medida e sem prejuízo do disposto no presente contrato.
12.5 — Os bens móveis que se incluam nas alíneas b) a d) do n.º 10.1. podem ser onerados, substituídos e alie- nados pela Concessionária, com as limitações resultantes dos seguintes.
12.6 — Os bens móveis que se incluam na alínea b) do n.º 10.1. podem ser onerados em benefício das Enti- dades Financiadoras, nos termos previstos nos Contratos de Financiamento, devendo, em todos os casos, tal one- ração ser comunicada ao Concedente, através do envio, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da sua execução, de cópia certificada do documento que formaliza a oneração e de informação detalhada sobre quaisquer outros termos e condições que sejam estabelecidos.
12.7 — A Concessionária apenas pode alienar os bens mencionados no n.º 12.5. se proceder à sua imediata subs- tituição por outros com condições de operacionalidade, qualidade e funcionamento idênticas ou superiores, exceto tratando-se de bens que comprovadamente tenham perdido utilidade para a Concessão.
12.8 — Os bens e direitos que tenham perdido utilidade para a Concessão são abatidos ao inventário referido no n.º 10.2., mediante prévia autorização do Concedente, que se considera concedida se este não se opuser no prazo de 30 (trinta) dias contados da receção do pedido de abate.
12.9 — Os termos dos negócios efetuados ao abrigo do n.º 12.5. devem ser comunicados ao Concedente no prazo de 30 (trinta) dias após a data da sua realização, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
12.10 — Ao longo dos últimos 5 (cinco) anos de du- ração da Concessão, os termos dos negócios referidos no n.º 12.5. devem ser comunicados pela Concessionária ao Concedente com uma antecedência mínima de 30 (trinta) dias, podendo este opor-se fundamentadamente e de acordo com critérios de razoabilidade à sua concretização nos 10 (dez) dias seguintes à receção daquela comunicação.
12.11 — A oposição do Concedente nos termos do número anterior impede a Concessionária de realizar o negócio em vista, sob pena de nulidade.
12.12 — As instalações e os equipamentos de via de cobrança de taxas de portagem, bem como os demais bens e direitos, de qualquer natureza, associados aos mesmos que se encontrem afetos à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada, inte- gram o domínio privado do Concedente, sem prejuízo dos direitos que resultam do presente Contrato de Concessão para a Concessionária ou, em caso de cessão da posição contratual nos termos da cláusula 86.ª, para a sociedade cessionária.
12.13 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 112.9. e 112.10., revertem automaticamente para o Concedente, no Termo da Concessão, e sem qualquer custo ou preço a suportar por este, todos os bens que integram a Concessão e o Estabelecimento da Concessão.
CAPÍTULO III
Duração da Concessão
13 — Prazo da Concessão
13.1 — O prazo da Concessão é de 30 (trinta) anos a contar da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, expirando automaticamente às 24 (vinte e quatro) horas do dia em que ocorrer o trigésimo aniversário dessa as- sinatura.
13.2 — O disposto no número anterior não prejudica a aplicação das disposições do capítulo XIX nem a aplicação, para além daquele prazo, das disposições do presente con- trato que perduram para além do Termo da Concessão.
CAPÍTULO IV
Sociedade Concessionária
14 — Objeto social, sede e forma
14.1 — A Concessionária tem como objeto social exclu- sivo, ao longo de todo o período da Concessão, o exercício das atividades que, nos termos do presente contrato, se consideram integradas na Concessão, bem como das ati- vidades autorizadas nos termos dos n.os 14.4. e 14.5..
14.2 — A Concessionária deve manter, ao longo de todo o período da Concessão, a sua sede em Portugal.
14.3 — A Concessionária deve manter, ao longo de todo o período da Concessão, a forma de sociedade anónima, regulada pela lei portuguesa.
14.4 — Mediante prévia autorização do Concedente, a Concessionária pode desenvolver, dentro dos limites físicos da Concessão, outras atividades para além das que se encontram referidas no n.º 14.1., com partilha equitativa de benefícios entre Concedente e Concessionária através de um dos mecanismos previstos no n.º 24.7..
14.5 — Na estrita medida em que tal não afete nem condicione o cumprimento das obrigações que à Con- cessionária incumbem nos termos do presente contrato, a Concessionária pode, mediante autorização do Concedente, desenvolver, fora do âmbito e dos limites físicos da Con- cessão, outras atividades.
15 — Estrutura acionista da Concessionária
15.1 — O capital social da Concessionária encontra-se inicialmente distribuído entre os Membros do Agrupa- mento, na exata medida que foi pelo Agrupamento indicado na Proposta.
15.2 — Qualquer alteração da hierarquia dos Membros do Agrupamento no capital da Concessionária carece de autorização prévia do Concedente.
15.3 — Todas as ações representativas do capital social da Concessionária são obrigatoriamente nominativas.
15.4 — A transmissão de ações da Concessionária é expressamente proibida até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir, sendo nulas e de nenhum efeito quaisquer transmissões efetua- das em violação desta disposição, salvo autorização em contrário do Concedente.
15.5 — Decorrido o prazo indicado no número anterior, podem quaisquer terceiros deter ações da Concessionária, desde que os Membros do Agrupamento identificados no Anexo 4 detenham, em conjunto, e enquanto acionistas diretos desta, até 5 (cinco) anos após a data da entrada em serviço do último Lanço a construir, o domínio da Concessionária, nos termos previstos no artigo 486.º do Código das Sociedades Comerciais, salvo autorização em contrário do Concedente.
15.6 — Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos referido no número anterior, podem igualmente quaisquer terceiros deter ações da Concessionária, desde que os Membros do Agrupamento identificados no Anexo 4 detenham, em conjunto, e enquanto acionistas desta, até ao Termo da Con- cessão, o domínio da Concessionária, nos termos previstos no artigo 486.º do Código das Sociedades Comerciais, salvo autorização em contrário do Concedente.
15.7 — A Concessionária comunica ao Concedente, no prazo de 10 (dez) dias após lhe ter sido solicitado o registo no livro de registo de ações, na qualidade de acionista ou coacionista, de entidade que não seja Membro do Agrupa- mento, a respetiva identidade, sobrestando no registo até obter autorização do Concedente para tal.
15.8 — A Concessionária fica, em qualquer circuns- tância, obrigada a recusar o registo e a não reconhecer a qualidade de acionista a qualquer entidade que adquira ou possua ações representativas do seu capital social em violação do disposto no presente contrato, na lei ou nos Estatutos, considerando-se nulo e de nenhum efeito o ne- gócio, ato ou facto pelo qual tal entidade tenha adquirido ou possua ações representativas do capital social da Con- cessionária.
15.9 — Consideram-se ações, para os efeitos previstos na presente cláusula, quaisquer títulos representativos do capital social da Concessionária incluindo qualquer um dos tipos descritos no capítulo III do título IV do Código das Sociedades Comerciais.
16 — Capital
16.1 — O capital social da Concessionária, integral- mente subscrito e realizado, é de € 50 000 (cinquenta mil euros).
16.2 — A Concessionária não pode proceder à redução do seu capital social, durante todo o período da Concessão, sem prévio consentimento do Concedente.
16.3 — A Concessionária não pode, até à conclusão da construção de toda a Autoestrada, deter ações próprias.
17 — Estatutos e Acordo Parassocial
17.1 — Quaisquer alterações aos Estatutos devem, até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir, ser objeto de autorização prévia por parte do Concedente, sob pena de nulidade.
17.2 — Devem igualmente ser objeto de autorização prévia por parte do Concedente, durante idêntico período, as alterações ao Acordo Parassocial que tenham impacte, direto ou indireto, no controlo da Concessionária.
17.3 — A emissão de quaisquer títulos ou instrumentos financeiros pela Concessionária que permitam ou possam permitir, em certas circunstâncias, a subscrição, aquisição ou detenção de ações representativas do capital social da Concessionária em violação das regras estabelecidas nos n.os 15.1. a 15.6. carece, sob pena de nulidade, de autori- zação prévia e específica do Concedente.
17.4 — A autorização prevista no número anterior é solicitada com, pelo menos, 30 (trinta) dias úteis de an- tecedência em relação seja à sua emissão, seja à outorga de instrumento que crie ou que constitua compromisso da Concessionária em criar os títulos ou os instrumentos financeiros aí mencionados, consoante o evento que pri- meiro ocorrer.
17.5 — As autorizações do Concedente previstas na presente cláusula consideram-se tacitamente concedidas quando não sejam recusadas no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar da sua solicitação.
17.6 — Excetuam-se do disposto no n.º 17.1. as altera- ções aos Estatutos que se limitem a consagrar um aumento de capital da Concessionária, desde que as condições e a realização efetiva desse aumento observem o disposto nas cláusulas 15.ª e 16.ª
17.7 — A Concessionária remete ao Concedente, no prazo de 30 (trinta) dias após a respetiva outorga, cópias certificadas dos documentos de alteração de Estatutos que tenha realizado nos termos da presente cláusula.
18 — Oneração de ações da Concessionária
18.1 — A oneração de ações representativas do capital social da Concessionária depende, sob pena de nulidade, de autorização prévia do Concedente.
18.2 — Excetuam-se do disposto no número anterior as onerações de ações efetuadas em benefício das Enti- dades Financiadoras, nos termos previstos nos Contratos de Financiamento, as quais devem, em todos os casos, ser comunicadas ao Concedente, mediante o envio, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data em que sejam constituídas, de cópia notarial do documento que formaliza a oneração
e de informação detalhada sobre quaisquer outros termos e condições que sejam estabelecidos.
18.3 — Da execução, mesmo que não judicial, dos instrumentos de oneração de ações referidos no número anterior não pode nunca resultar a detenção, transmissão ou posse de ações representativas do capital social da Concessionária por entidades que não sejam Membros do Agrupamento ou, nos termos do Anexo 14, Entidades Financiadoras, entidades maioritariamente detidas por estas ou terceiras entidades, em violação do disposto no presente contrato e, nomeadamente, nas cláusulas 15.ª, 16.ª e 17.ª
18.4 — Os Membros do Agrupamento aceitaram, na sua qualidade de acionistas da Concessionária e nos termos do Anexo 9, não onerar ações em contravenção ao disposto nos números anteriores.
18.5 — As disposições da presente cláusula mantêm-se em vigor até 3 (três) anos após a data de entrada em serviço do último Lanço a construir.
19 — Obrigações de informação da Concessionária
19.1 — Ao longo de todo o período da Concessão, e sem prejuízo das demais obrigações de informação estabeleci- das no presente contrato, a Concessionária compromete-se para com o Concedente a:
a) Dar-lhe conhecimento imediato de todo e qualquer evento de que tenha conhecimento e que possa vir a pre- judicar, impedir, tornar mais oneroso ou difícil o cumpri- mento pontual e atempado de qualquer das obrigações para si ou para o Concedente emergentes do presente contrato e ou que possam constituir causa de sequestro ou de re- solução do Contrato de Concessão, nos termos previstos no capítulo XIX;
b) Remeter-lhe, até ao dia 31 de maio de cada ano, os documentos de prestação de contas legalmente exigidos, bem como a certificação legal de contas e pareceres do órgão de fiscalização e de auditores externos;
c) Remeter-lhe, até ao dia 30 de setembro de cada ano, o balanço e a conta de exploração relativos ao primeiro semestre do ano em causa, bem como pareceres do órgão de fiscalização e de auditores externos;
d) Dar-lhe conhecimento imediato de toda e qualquer situação que, quer na fase de construção, quer na de ex- ploração, corresponda a acontecimentos que alterem ou possam alterar o normal desenvolvimento dos trabalhos ou do regime da exploração, bem como a verificação de anomalias estruturais ou outras no Empreendimento Con- cessionado;
e) Fornecer-lhe, por escrito e no menor prazo possível, relatório circunstanciado e fundamentado das situações a que se refere a alínea anterior, integrando eventualmente o contributo de entidades exteriores à Concessionária e de reconhecida competência, com indicação das medidas tomadas ou a implementar para a superação daquelas si- tuações;
f) Remeter-lhe, nos 30 (trinta) dias subsequentes ao termo de cada trimestre, relatório com informação deta- lhada das estatísticas de tráfego elaboradas nos termos da cláusula 61.ª;
g) Remeter-lhe uma versão revista do Caso Base, em suporte informático e em papel, se e quando este for alte- rado nos termos do Contrato de Concessão, no prazo de 15 (quinze) dias após ter sido alcançado acordo entre as Partes para a sua alteração, devendo as projeções financei-
ras revistas ser elaboradas na forma das projeções contidas no Caso Base;
h) Remeter-lhe, em suporte informático e em papel, no prazo de 3 (três) meses após o termo do primeiro semes- tre civil e no prazo de 5 (cinco) meses após o termo do segundo semestre civil, informação relativa à condição financeira da Concessionária desde a entrada em vigor do Contrato de Concessão até ao termo do semestre anterior, bem como uma projeção da sua posição entre esse período e o previsto termo da Concessão, incluindo uma projeção dos pagamentos a receber ou a efetuar ao Concedente entre esse período e o previsto termo da Concessão, sendo esta informação elaborada no formato do Caso Base;
i) Remeter-lhe, no primeiro trimestre de cada ano, um relatório, respeitante ao ano anterior, no qual é prestada informação circunstanciada sobre os estudos e trabalhos de construção, conservação e exploração da Autoestrada, bem como sobre os níveis de serviço e os indicadores de atividade relacionados com a sinistralidade e a segu- rança rodoviárias, cobrindo aspetos como os pontos de acumulação de acidentes, a identificação das causas dos acidentes e a comparação com congéneres nacionais e internacionais, acompanhados por auditoria efetuada por entidade idónea e independente e em formato a acordar com o Concedente;
j) Apresentar prontamente as informações complemen- tares ou adicionais que lhe sejam solicitadas pelo Conce- dente.
19.2 — Das informações mencionadas nas alíneas a) a i) do número anterior deve ser remetida cópia à IP e à UTAP.
20 — Obtenção de licenças
20.1 — Compete à Concessionária requerer, custear e deter todas as licenças e autorizações necessárias ao exer- cício das atividades integradas na Concessão, observando todos os requisitos necessários à obtenção e à manutenção em vigor das mesmas.
20.2 — A Concessionária deve informar de imediato o Concedente no caso de qualquer das licenças a que se refere o número anterior lhe ser retirada, caducar, ser revogada ou por qualquer motivo deixar de operar os seus efeitos, indicando desde logo que medidas tomou e ou vai tomar para repor tais licenças em vigor.
21 — Regime fiscal
Sem prejuízo do disposto na cláusula seguinte, a Con- cessionária fica sujeita ao regime fiscal aplicável.
22 — Variações na tributação
22.1 — Quando ocorra variação da tributação direta sobre o lucro das sociedades — IRC e Derramas — que, de forma individual ou cumulativa, tenha por efeito a variação, para menos, da TIR em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percentuais relativamente ao que se encontra previsto no Caso Base, o Concedente paga à Concessionária um montante equivalente àquele que, simulado no Caso Base, permita a reposição, ano a ano, do valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
22.2 — Quando ocorra variação da tributação direta sobre o lucro das sociedades — IRC e Derramas — que, de forma individual ou cumulativa, tenha por efeito a variação,
para mais, da TIR em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percentuais relativamente ao que se encontra previsto no Caso Base, a Concessionária paga ao Concedente um montante equivalente àquele que, simulado no Caso Base, permita a reposição, ano a ano, do valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
22.3 — No caso de: i) os ganhos financeiros decorren- tes da remuneração pela disponibilidade da Autoestrada prevista na cláusula 96.ª, inerentes à remuneração do ativo financeiro, não virem a ser aceites pela Autoridade Tribu- tária, como parcela a abater, no âmbito do apuramento dos gastos de financiamento líquido, para efeitos do disposto no artigo 67.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, conforme previsto no Caso Base; ii) a mudança do regime de contabilização de ativo intangível para ativo financeiro provocar uma variação da tributação incidente sobre a Concessionária; e ou iii) os pressupostos assumidos no Caso Base em ativo financeiro não serem, eventualmente, aceites pela Autoridade Tributária, e tais situações, de forma individual ou cumulativa, tenham por efeito a variação da TIR em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percentuais relativa- mente ao que se encontra previsto no Caso Base, o Con- cedente paga à Concessionária um montante equivalente àquele que, simulado no Caso Base, permita a reposição, ano a ano, do valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
22.4 — Sem prejuízo do previsto nos números anterio-
res, caso venham a ser implementadas medidas de caráter fiscal, parafiscal ou contabilístico (com exceção, neste último caso, das decorrentes de medidas aprovadas ao nível da União Europeia), incluindo a criação de novos tributos, alteração das taxas ou da base de incidência de tributos já existentes, eliminação de benefícios fiscais vi- gentes por respeito à Concessão, ou alterações das regras sobre determinação da base tributável ou sobre a deduti- bilidade fiscal de custos, e que se prove serem dirigidas a, ou cujo âmbito de aplicação abranja, principalmente, a Concessionária, a Concessão, as atividades concessiona- das, as parcerias público-privadas ou as concessionárias do Estado do sector rodoviário e que, de forma individual ou cumulativa, tenham por efeito a variação, para menos, da TIR Acionista em mais de 0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pontos percentuais face ao que se encontrar previsto no Caso Base, o Concedente paga à Concessionária um montante equivalente àquele que, simulado no Caso Base, permita a reposição, ano a ano, do valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
22.5 — Sem prejuízo do previsto nos números anterio-
res, caso venham a ser implementadas medidas de caráter fiscal, parafiscal ou contabilístico (com exceção, neste último caso, das decorrentes de medidas aprovadas ao nível da União Europeia), incluindo a modificação de tributos existentes, alteração das respetivas taxas ou da base de in- cidência, criação de novos benefícios fiscais por respeito à Concessão, ou alterações das regras sobre determinação da base tributável ou sobre a dedutibilidade fiscal de custos, e que se prove serem dirigidas a, ou cujo âmbito de aplicação abranja, principalmente, a Concessionária, a Concessão, as atividades concessionadas, as parcerias público-priva- das ou as concessionárias do Estado do sector rodoviário e que, de forma individual ou cumulativa, tenham por efeito a variação, para mais, da TIR Acionista em mais de
0,001000 (zero vírgula zero zero um zero zero zero) pon- tos percentuais face ao que se encontrar previsto no Caso Base, a Concessionária paga ao Concedente um montante equivalente àquele que, simulado no Caso Base, permita a reposição, ano a ano, do valor do cash-flow acionista que se verificaria caso tal variação não tivesse ocorrido.
22.6 — O montante do acerto dos pagamentos anuais pela disponibilidade da Autoestrada decorrente do previsto nos números anteriores é objeto de acordo entre as Partes, devendo, em qualquer caso, o mesmo ser pago no âmbito do primeiro pagamento a ocorrer no ano seguinte àquele em que produzirem efeitos financeiros as variações previstas nos números anteriores, conforme previsto no n.º 96.10..
CAPÍTULO V
Financiamento
23 — Responsabilidade da Concessionária
23.1 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 39.ªA, a Concessionária é responsável única pela obtenção do financiamento necessário ao desenvolvimento de todas as atividades que integram o objeto da Concessão, por forma que possa cumprir cabal e atempadamente todas as obrigações que assume no presente contrato.
23.2 — Com vista à obtenção dos fundos necessários ao desenvolvimento das atividades objeto da Concessão, a Concessionária celebrou, na Data de Assinatura do Con- trato de Concessão, os Contratos de Financiamento e o Acordo de Subscrição e Realização de Capital Social, que, em conjunto, declara garantirem-lhe tais fundos, nos termos dos respetivos contratos.
23.3 — Não são oponíveis ao Concedente quaisquer exceções ou meios de defesa que resultem das relações contratuais estabelecidas pela Concessionária com quais- quer terceiros, incluindo com as Entidades Financiadoras e com os seus acionistas.
23.4 — A Concessionária tem direito a receber as impor- tâncias previstas nos capítulos XI e XIII, os rendimentos de exploração das Áreas de Serviço e quaisquer outros rendimentos obtidos no âmbito da Concessão, nos termos do presente contrato.
24 — Refinanciamento da Concessão
24.1 — A Concessionária, em articulação com o Conce- dente, pode proceder ao Refinanciamento da Concessão, de forma a assegurar a obtenção de níveis de eficiência mais elevados e custos adequados aos riscos envolvidos.
24.2 — As condições constantes dos instrumentos con- tratuais resultantes do Refinanciamento da Concessão não devem ser mais onerosas para a Concessionária, para os seus acionistas e para o Concedente do que as existentes nos contratos de financiamento que substituem.
24.3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 96D.9., os impactes favoráveis que decorram da concretização do Refinanciamento da Concessão são partilhados, em partes iguais, entre a Concessionária e o Concedente, com refe- rência ao valor atual dos mesmos, calculado nos termos referidos nos n.os 24.8. e 24.10..
24.4 — Para efeitos do disposto no número anterior, procede-se ao confronto entre o Caso Base Pré-Refinan- ciamento e o Caso Base Pós-Refinanciamento.
24.5 — Os impactes favoráveis a que alude o n.º 24.3. correspondem aos diferenciais de cash-flow disponível
para os acionistas, apurados por confronto, ano a ano, entre o Caso Base Pré-Refinanciamento e o Caso Base Pós-Refinanciamento.
24.6 — Ao montante apurado nos termos do número anterior são deduzidos os encargos razoáveis suportados e documentados por ambas as Partes com o estudo e a mon- tagem da operação de Refinanciamento da Concessão.
24.7 — As Partes acordam entre si o mecanismo con- creto de partilha dos benefícios decorrentes do Refinan- ciamento da Concessão a que tem direito o Concedente, de acordo com as características do novo modelo financeiro e da situação da Concessão, podendo este consistir:
a) Num pagamento único ao Concedente, a efetuar no momento de realização da operação de Refinanciamento da Concessão;
b) Na dedução faseada aos pagamentos pela disponibi- lidade da Autoestrada, a acordar entre as Partes e a ocorrer em períodos a definir; ou
c) Numa composição resultante das alternativas ante- riores.
24.8 — Para efeitos do pagamento único a que se refere a alínea a) do número anterior, considera-se uma taxa de atualização dos diferenciais de cash-flow a distribuir aos acionistas, calculados nos termos do n.º 24.5., correspon- dente à TIR do Caso Base.
24.9 — O valor do pagamento único a que se refere a alínea a) do n.º 24.7. é apurado mediante a sua introdução no Caso Base Pós-Refinanciamento num processo iterativo até que se verifique a condição prevista no n.º 24.3..
24.10 — Para efeitos do apuramento do valor de cada uma das deduções referidas na alínea b) do n.º 24.7., é considerado o valor resultante da atualização realizada nos termos do n.º 24.8., capitalizado a uma taxa equivalente ao custo médio ponderado dos capitais próprios e alheios da Concessionária.
24.11 — Os mecanismos de atualização e capitalização têm em consideração a preocupação da repartição equi- tativa dos benefícios do Refinanciamento da Concessão entre as Partes.
24.12 — A Concessionária obriga-se a comunicar ao Concedente toda e qualquer proposta de Refinanciamento da Concessão.
24.13 — O Concedente pode apresentar à Concessio- nária, a qualquer momento, uma proposta de Refinancia- mento da Concessão.
24.14 — Ocorrendo a situação prevista no número an- terior, a Concessionária deve, alternativamente:
a) Demonstrar que a operação proposta pelo Conce- dente tem condições globalmente menos favoráveis do que aquelas que decorram de uma alternativa apresentada pela Concessionária ou do que aquelas que decorrem dos contratos de financiamento vigentes;
b) Negociar a operação de Refinanciamento da Con- cessão proposta.
24.15 — A concretização de um Refinanciamento da Concessão fica, em qualquer caso, dependente da decisão da Concessionária e da aprovação do Concedente.
24.16 — Ocorrendo Refinanciamento da Concessão, o Caso Base então em vigor é substituído pelo Caso Base Ajustado, entendendo-se todas as referências feitas no Con- trato de Concessão para o Caso Base como sendo feitas, a
partir desse momento, para o Caso Base Ajustado, o qual passa a integrar o Anexo 10 ao Contrato de Concessão.
25 — Obrigações do Concedente
O Concedente não está sujeito a qualquer obrigação, nem assume qualquer responsabilidade ou risco, no que respeita ao financiamento necessário ao desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, sem prejuízo do disposto em contrário no presente contrato.
CAPÍTULO VI
Expropriações
26 — Disposições aplicáveis
Às expropriações efetuadas no âmbito do presente con- trato são aplicáveis as disposições da legislação portuguesa em vigor.
27 — Declaração de utilidade pública com caráter de urgência
27.1 — São de utilidade pública com caráter de urgên- cia todas as expropriações por causa direta ou indireta da Concessão, competindo ao Concedente a prática dos atos que individualizem os bens a expropriar, nos termos do Código das Expropriações.
27.2 — Compete à Concessionária apresentar ao Con- cedente, nos prazos previstos no Programa de Trabalhos, todos os elementos e documentos necessários à prática dos atos de declaração de utilidade pública com caráter de urgência, de acordo com a legislação em vigor, com exceção do documento comprovativo do caucionamento dos valores indemnizatórios a pagar, previsto no Código das Expropriações.
27.3 — Caso os elementos e os documentos referidos no número anterior exibam incorreções ou insuficiências, o Concedente notifica a Concessionária, nos 30 (trinta) dias seguintes à sua receção, para as corrigir.
27.4 — O prazo para realização das expropriações, in- dicado no n.º 28.3., considera-se suspenso relativamente às parcelas constantes das plantas nas quais a falta ou incorreção se tenha verificado, a partir da data em que a Concessionária seja notificada pelo Concedente para o efeito e até à efetiva correção das mesmas.
27.5 — Sempre que se torne necessário realizar expro- priações para manter direitos de terceiros no estabeleci- mento ou restabelecimento de redes, vias de qualquer tipo ou serviços afetados, são estas de utilidade pública e com caráter de urgência, sendo aplicáveis todas as disposições legais que regem a Concessão.
28 — Condução, controlo e custos dos processos expropriativos
28.1 — A condução e realização dos processos expropria- tivos dos bens ou direitos necessários ao Estabelecimento da Concessão compete ao Concedente, ao qual cabe também suportar todos os custos inerentes à condução dos processos expropriativos e o pagamento de indemnizações ou outras compensações derivadas das expropriações ou da imposição de servidões ou outros ónus ou encargos delas derivados.
28.2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, compete à Concessionária, a todo o tempo, e, nomeada- mente, no âmbito dos estudos e projetos a apresentar ao Concedente nos termos do capítulo VIII, prestar à entidade expropriante toda a informação e colaboração necessárias à rápida conclusão dos processos expropriativos.
28.3 — Os terrenos expropriados nos termos dos an- teriores devem ser entregues pelo Concedente à Conces- sionária, livres de encargos e desocupados, no prazo de 6 (seis) meses contados a partir da apresentação das plantas parcelares referidas no n.º 27.3..
28.4 — Qualquer atraso, não imputável à Concessioná- ria e superior a 60 (sessenta) dias, na entrega pelo Conce- dente de bens e direitos a que se refere a presente cláusula, confere à Concessionária o direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da cláusula 115.ª
CAPÍTULO VII
Funções do IMT
29 — IMT
Sem prejuízo dos poderes cometidos a outras entidades, designadamente à IP e à UTAP, sempre que no presente contrato se atribuam poderes ou se preveja o exercício de faculdades pelo Concedente, tais poderes e tal exercício são executados pelo IMT, salvo quando o contrário decorrer deste contrato ou de disposição normativa.
CAPÍTULO VIII
Conceção, projeto e construção da Autoestrada
30 — Conceção, projeto e construção
30.1 — A Concessionária é responsável pela conceção, projeto e construção dos Lanços referidos no n.º 5.1., res- peitando os estudos e projetos apresentados nos termos das cláusulas seguintes e o disposto no presente contrato.
30.2 — A construção da Autoestrada deve iniciar-se no prazo de 9 (nove) meses a contar da Data de Assinatura do Contrato de Concessão.
30.3 — Para cumprimento das obrigações assumidas em matéria de conceção e construção da Autoestrada, a Concessionária celebrou o Contrato de Empreitada.
31 — Programa de execução da Autoestrada
31.1 — As datas limite de entrada em serviço de cada um dos Lanços referidos no n.º 5.1. são as seguintes:
Lanço | Mês |
IP 3 Nó do IP 5-Castro Daire Sul. . . . . . . . . . . . . | março de 2005 |
IP 3 Castro Daire Norte-Reconcos. . . . . . . . . . . . | março de 2003 |
IP 3 Régua-Vila Real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . | dezembro de 2003 |
IP 3 Vila Real-Vila Pouca de Aguiar . . . . . . . . . . | junho de 2005 |
IP 3 Vila Pouca de Aguiar-Chaves (fronteira) . . . | junho de 2005 |
31.2 — As datas de entrada em serviço e as datas de início da construção de cada um dos Lanços referidos no número anterior constam do Programa de Trabalhos.
31.3 — Em qualquer alteração ao Programa de Traba- lhos, ainda que permitida ao abrigo das disposições do Contrato de Concessão, deve a Concessionária respeitar os prazos limite indicados nos n.os 31.1. e 30.2., sem prejuízo do disposto no número seguinte.
31.4 — A Concessionária não pode ser responsabilizada por atrasos causados por modificações unilateralmente impostas pelo Concedente ao Programa de Trabalhos ou por quaisquer outros atrasos que sejam imputáveis ao Concedente.
31.5 — A Concessionária deve executar a ligação do Lanço Castro Daire Sul-Castro Daire Norte à EN 2 no nó de Arcas [que integra o Lanço referido no n.º 5.2., alínea a)] até ao final do ano 2001 ou, se posterior, até à data da conclusão do troço construído pelo Concedente do Lanço Castro Daire Sul-Castro Daire Norte, a qual está prevista para o final do terceiro trimestre de 2001.
32 — Disposições gerais relativas a estudos e projetos
32.1 — A Concessionária promove, por sua conta e inteira responsabilidade, e com o acompanhamento do Concedente, a realização dos estudos e projetos relativos aos Lanços a construir, os quais devem satisfazer as normas legais e regulamentares em vigor, incluindo as normas co- munitárias aplicáveis, e respeitar os termos da Proposta.
32.2 — Os estudos e projetos referidos no número ante- rior devem satisfazer as regras gerais relativas à qualidade, segurança, comodidade e economia dos utentes da Autoes- trada, sem descurar os aspetos de integração ambiental e enquadramento adaptado à região que a mesma atravessa, e são apresentados sucessivamente sob as formas de es- tudos prévios, incluindo Estudos de Impacte Ambiental, anteprojetos e projetos, podendo alguma destas fases ser dispensada pelo Concedente, a solicitação devidamente fundamentada da Concessionária.
32.3 — A nomenclatura a adotar nos diversos estudos e projetos deve estar de acordo com o Vocabulário de Es- tradas e Aeródromos, editado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
32.4 — O estabelecimento do traçado da Autoestrada com os seus nós de ligação, Áreas de Serviço e áreas de repouso e instalação dos sistemas de contagem e clas- sificação de tráfego deve ser objeto de pormenorizada justificação nos estudos e projetos a submeter pela Conces- sionária e tem em conta os estudos de caráter urbanístico e de desenvolvimento que existam ou estejam em curso para as localidades ou regiões abrangidas nas zonas em que esse traçado se desenvolve, nomeadamente os planos regionais de ordenamento do território, os planos diretores municipais, os planos de pormenor urbanísticos e o Estudo de Impacte Ambiental.
32.5 — As normas a considerar na elaboração dos pro- jetos, que não sejam taxativamente indicadas no presente contrato nem constem de disposições legais ou regulamen- tares em vigor, devem ser as que se coadunem com a me- lhor técnica rodoviária à data da execução dos trabalhos.
32.6 — A Concessionária pode solicitar ao Concedente, e este deve fornecer-lhe, com a brevidade possível, os seguintes elementos de estudo:
a) Estudo Prévio do IP 3 entre o IP 5 e Castro Daire Sul;
b) Projeto de execução e EIA entre Castro Daire Norte e Reconcos;
c) Relatório do progresso e Projeto de Execução (tra- çado) do IP 3 entre Régua e Vila Real;
d) Relatório do progresso e Projeto de Execução (obras de arte) do IP 3 entre Régua e Vila Real;
e) Relatório do progresso do Estudo Prévio e EIA do IP 3 entre Vila Real e Chaves (fronteira).
32.7 — Os elementos de estudo indicados no número anterior não criam para a Concessionária quaisquer direitos ou obrigações, nem obrigam, de qualquer forma, o Con- cedente, podendo a Concessionária propor as alterações que entender, nomeadamente quanto à diretriz e perfil
transversal, para que as obras a realizar melhor possam corresponder à finalidade em vista.
33 — Programa de estudos e projetos
33.1 — No prazo de 30 (trinta) dias úteis contados da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, a Concessio- nária submete à aprovação do Concedente um documento em que indica as datas em que se compromete a apresentar os estudos prévios, os Estudos de Impacte Ambiental, os anteprojetos e os projetos que lhe compete elaborar, as alterações que propõe aos elementos indicados no n.º 32.6. e as entidades técnicas independentes que propõe para a emissão do parecer de revisão a que alude o n.º 34.7..
33.2 — No documento referido no número anterior figu- ram também as datas, expressas em meses e anos, do início da construção e da abertura ao tráfego de cada Lanço.
33.3 — O documento a que se refere o n.º 33.1 consi- dera-se tacitamente aprovado no prazo de 30 (trinta) dias úteis a contar da sua entrega, suspendendo-se aquele prazo em virtude da apresentação de pedidos de esclarecimento pelo Concedente e pelo período de tempo que este razoa- velmente fixar para a resposta.
34 — Apresentação dos estudos e projetos
34.1 — No caso dos Lanços referidos nas alíneas b) e c) do n.º 5.1. é dispensada a apresentação de estudos prévios, por se considerar que resultam da Proposta.
34.2 — Sempre que haja lugar à apresentação de estudos prévios, devem os mesmos ser apresentados ao Concedente divididos nos seguintes fascículos independentes:
a) Volume síntese de apresentação geral do Lanço ou Sublanço;
b) Estudo de tráfego, atualizado, que suporte o dimen- sionamento da secção corrente, dos ramos dos nós de li- gação e dos pavimentos;
c) Estudo geológico-geotécnico, com proposta de pro- grama de prospeção geotécnica detalhada para as fases seguintes do projeto;
d) Volume geral, contendo as geometrias propostas para as várias soluções de traçado, incluindo nós de ligação e restabelecimentos, a drenagem, a pavimentação, a sinali- zação e segurança, a integração paisagística, sistemas de contagem e classificação de tráfego e outras instalações acessórias;
e) Obras de arte correntes;
f) Obras de arte especiais;
g) Túneis;
h) Áreas de Serviço e áreas de repouso;
i) Portagens;
j) Sistemas de controlo e gestão de tráfego;
l) Auditoria de segurança.
34.3 — Os estudos prévios são instruídos conjuntamente com os respetivos Estudos de Impacte Ambiental, elabora- dos em cumprimento da legislação nacional e comunitária em vigor, por forma a que o Concedente os possa submeter ao MAOTE para parecer de avaliação, de acordo com a legislação em vigor.
34.4 — Os projetos de execução devem ser apresen- tados ao Concedente divididos nos seguintes fascículos independentes:
a) Volume síntese de apresentação geral do Lanço ou Sublanço;
b) Implantação e apoio topográfico;
c) Estudo geológico e geotécnico;
d) Traçado geral;
e) Nós de ligação;
f) Restabelecimentos, serventias e caminhos parale- los;
g) Drenagem;
h) Pavimentação;
i) Integração paisagística;
j) Equipamento de segurança;
l) Sinalização;
m) Equipamentos de contagem e classificação de tráfego e circuitos fechados de TV;
n) Telecomunicações;
o) Iluminação;
p) Vedações;
q) Serviços afetados;
r) Obras de arte correntes;
s) Obras de arte especiais;
t) Túneis;
u) Centro de assistência e manutenção;
v) Áreas de Serviço e áreas de repouso;
x) Projetos complementares;
z) Expropriações;
aa) Relatório das medidas de minimização de impactes ambientais;
bb) Portagens;
cc) Sistemas de controlo e gestão de tráfego;
dd) Canal Técnico Rodoviário;
ee) Auditoria de segurança.
34.5 — Toda a documentação é entregue em quintu- plicado, exceto os Estudos de Impacte Ambiental, de que devem ser entregues 9 (nove) cópias, e com 1 (uma) cópia de natureza informática, cujos elementos devem ser ma- nipuláveis em equipamentos do tipo computador pessoal (PC ou PS), em ambiente Windows (última versão).
34.6 — A documentação informática usa os seguintes tipos:
a) Textos — Microsoft Word, armazenados no formato
standard;
b) Tabelas e folhas de cálculo — Microsoft Excel, ar- mazenados no formato standard;
c) Peças desenhadas — formato DXF ou DWG.
34.7 — Os estudos e projetos apresentados ao Conce- dente, nas diversas fases, devem ser instruídos com parecer de revisão emitido por entidades técnicas independentes, o qual os submete à aprovação dos organismos oficiais competentes.
34.8 — A apresentação dos projetos ao Concedente deve ser instruída com todas as autorizações necessárias emitidas pelas autoridades competentes.
35 — Critérios de projeto
35.1 — Na elaboração dos projetos da Autoestrada de- vem respeitar-se as caraterísticas técnicas definidas nas normas de projeto do IMT ou, caso não existam, da IP, tendo em conta a velocidade base de 120 km/h (cento e vinte quilómetros por hora), salvo disposto em contrário em disposição legal em vigor e sem prejuízo do disposto no número seguinte.
35.2 — Em zonas particularmente difíceis, por motivos de ordem topográfica ou urbanística, podem ser adotadas
velocidade base e características técnicas inferiores às indicadas no número anterior, mediante proposta da Con- cessionária devidamente fundamentada.
35.3 — O dimensionamento do perfil transversal dos Sublanços (secção corrente) deve ser baseado no TMDA previsto para o ano horizonte, considerando este como o vigésimo ano após a abertura ao tráfego do Lanço em que se integram.
35.4 — Relativamente às obras acessórias e trabalhos complementares a considerar nos projetos e a levar a efeito pela Concessionária, deve atender-se, designadamente, ao seguinte:
a) Vedação — a Autoestrada é vedada em toda a sua extensão, utilizando-se para o efeito tipos de vedações a aprovar pelo IMT, e devendo as passagens superiores em que o tráfego de peões seja exclusivo ou importante ser também vedadas lateralmente em toda a sua extensão;
b) Sinalização — é estabelecida a sinalização, horizon- tal, vertical e variável, indispensável para a conveniente orientação e segurança da circulação, segundo as normas em uso no IMT, e devendo ser ainda prevista sinalização específica para a circulação em situação de condições atmosféricas adversas, tais como chuva intensa ou ne- voeiro;
c) Equipamentos de segurança — são instaladas guardas e outros equipamentos de segurança, nomeadamente no limite da plataforma da Autoestrada junto dos aterros com altura superior a 3 m (três metros), no separador quando tenha largura inferior a 9 m (nove metros), bem como na proteção a obstáculos próximos da plataforma ou nos casos previstos nas normas em vigor para o sector, devendo ainda ser previstos sistemas de deteção de nevoeiro;
d) Integração e enquadramento paisagístico — a inte- gração da Autoestrada na paisagem e o seu enquadramento adaptado à região que atravessa são objeto de projetos es- pecializados que contemplem a implantação do traçado, a modulação dos taludes e o revestimento, quer destes, quer das margens, separador e Áreas de Serviço;
e) Iluminação — os nós de ligação, as Áreas de Serviço e as áreas de repouso podem ser iluminados, bem como as pontes de especial dimensão e os túneis;
f) Telecomunicações — a Concessão deve ser dotada de um Canal Técnico Rodoviário para instalação da rede de telecomunicações afeta à gestão da Concessão e para instalação de ativos de telecomunicações, nos termos da legislação aplicável, a construir pela Concessionária que, para o efeito, deve permitir a instalação de um cabo de fibra ótica pelo Concedente, cuja utilização lhe fica re- servada;
g) Qualidade ambiental — devem existir dispositivos de proteção contra agentes poluentes, no solo e aquíferos, bem como contra o ruído.
35.5 — Ao longo e através da Autoestrada, incluindo nas suas obras de arte especiais, devem ser estabelecidos, onde o Concedente determine ser conveniente, os dispositivos necessários para que o futuro alojamento de cabos elétri- cos, telefónicos e outros possa ser efetuado sem afetar as estruturas e sem necessidade de levantar o pavimento.
36 — Aprovação dos estudos e projetos
36.1 — Os estudos e os projetos apresentados ao Con- cedente nos termos das cláusulas anteriores consideram-se tacitamente aprovados pelo ME no prazo de 60 (sessenta)
xxxx a contar da respetiva apresentação, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
36.2 — A solicitação, pelo Concedente, de correções ou esclarecimentos aos projetos ou estudos apresentados tem por efeito o reinício da contagem do prazo de aprovação se aquelas correções ou esclarecimentos forem solicitados nos 20 (vinte) dias seguintes à apresentação desses projetos e estudos, ou a mera suspensão daqueles prazos, até que seja feita a correção ou prestado o esclarecimento, se a referida solicitação se verificar após aquela data.
36.3 — O prazo de aprovação referido no n.º 36.1. conta-se a partir da data de receção, pelo Concedente, do competente parecer do MAOTE ou do termo do prazo previsto na lei para que esta entidade se pronuncie.
36.4 — A aprovação ou não aprovação dos projetos pelo ME não acarreta qualquer responsabilidade para o Con- cedente nem liberta a Concessionária dos compromissos emergentes do Contrato de Concessão ou da responsa- bilidade que lhe advenha da imperfeição daqueles ou do decurso das obras, exceto em caso de modificações unilate- ralmente impostas pelo Concedente relativamente às quais a Concessionária tenha manifestado por escrito reservas referentes à segurança das mesmas e de a responsabilidade concreta que seja invocada por terceiro lesado decorrer diretamente de factos incluídos em tais reservas.
36.5 — No caso de o traçado dos Lanços referidos nas alíneas a), d) e e) do n.º 5.1. que seja aprovado pelo MA- OTE não se localizar nos Corredores considerados na Proposta, a Concessionária tem direito à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos da cláusula 115.ª, desde que demonstre ter havido aumento de custos.
36.6 — No caso de o traçado dos Lanços referidos nas alíneas a), d) e e) do n.º 5.1. que seja aprovado pelo MA- OTE ser, dos Corredores constantes da Proposta, o que implicar menor custo de construção, de acordo com os valores constantes do Anexo 21, há lugar à reposição do equilíbrio financeiro a favor do Concedente.
36.7 — À reposição do equilíbrio financeiro referida no número anterior são aplicáveis as regras constantes dos seguintes, com expressa exclusão das disposições da cláusula 115.ª
36.8 — Sempre que o Concedente tenha direito à repo- sição do equilíbrio financeiro, nos termos do n.º 36.6., tal reposição é efetuada de acordo com o que, de boa -fé, for estabelecido entre este, através de representantes do ME e do MEF, e a Concessionária, em negociações que devem iniciar-se logo que solicitadas pelo Concedente.
36.9 — Decorridos 60 (sessenta) dias sobre a solicitação de início de negociações sem que as Partes cheguem a acordo sobre os termos em que a reposição do equilíbrio financeiro deve ocorrer, aquela reposição tem lugar, com referência ao Caso Base, com as alterações que este tiver sofrido ao abrigo do n.º 114.2., e é efetuada pela reposição do valor do Critério Chave TIR, tendo em atenção o calen- dário de reembolsos e remuneração de fundos acionistas previstos no Caso Base e respeitando os valores dos Crité- rios Chave definidos nas alíneas a) e b) do n.º 115.4..
36.10 — Os valores dos Critérios Chave referidos no número anterior são os que constam do Anexo 18 e não podem ser modificados, independentemente de qualquer alteração ao Caso Base.
36.11 — A reposição do equilíbrio financeiro a que se refere o n.º 36.6. é efetuada através da modalidade que seja acordada pelas Partes.
36.12 — A reposição do equilíbrio financeiro efetuada nos termos da presente cláusula é, relativamente ao evento que lhe deu origem, única, completa, suficiente e final para todo o período da Concessão, salvo acordo diverso das Partes.
37 — Execução das obras
37.1 — A execução de qualquer obra em cumprimento do presente contrato só pode iniciar-se depois de aprovado o respetivo projeto de execução.
37.2 — Compete à Concessionária elaborar e subme- ter à aprovação do Concedente, que os deve aprovar ou rejeitar no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da sua submissão, os cadernos de encargos ou as normas de construção, não podendo as obras ser iniciadas antes de os mesmos terem sido aprovados, e devendo estas ser realizadas com emprego de materiais de boa qualidade e a devida perfeição, segundo as melhores regras da arte, de harmonia com as disposições legais e regulamentares em vigor e as características habituais em obras do tipo das que constituem objeto da Concessão.
37.3 — Quaisquer documentos que careçam de apro- vação apenas podem circular nas obras com o visto do Concedente.
37.4 — A execução por Terceiras Entidades de qualquer obra ou trabalho que se inclua nas atividades integradas na Concessão deve respeitar a legislação nacional ou co- munitária aplicável.
38 — Programa de Trabalhos
38.1 — Quaisquer alterações, pela Concessionária, ao Programa de Trabalhos devem ser notificadas ao Conce- dente, acompanhadas da devida justificação, não podendo, em nenhuma circunstância, envolver adiamento da data de entrada em serviço de cada um dos Lanços.
38.2 — Ocorrendo atraso no cumprimento do Programa de Trabalhos ou sendo-lhe feitas pela Concessionária al- terações que possam pôr em risco as datas de entrada em serviço de cada Lanço, o Concedente notifica a Conces- sionária para apresentar, no prazo que razoavelmente lhe seja fixado, mas nunca superior a 15 (quinze) dias úteis, um plano de recuperação do atraso e a indicação do reforço de meios para o efeito necessário.
38.3 — O Concedente pronuncia-se sobre o plano de recuperação referido no número anterior no prazo de 15 (quinze) dias úteis a contar da sua apresentação.
38.4 — Caso o plano de recuperação referido nos nú- meros anteriores não seja apresentado no prazo para o efeito fixado ou não seja aprovado pelo Concedente, este pode impor à Concessionária a adoção das medidas que entender adequadas e ou o cumprimento de um plano de recuperação por ele elaborado.
38.5 — Até à aprovação ou imposição de um plano de recuperação ou das medidas previstas nos números anteriores, a Concessionária deve manter a execução dos trabalhos nos termos definidos no Programa de Trabalhos, ficando obrigada, após ser notificada daquela aprovação ou imposição, a cumprir o plano de recuperação e a observar as medidas em questão.
38.6 — Sempre que o atraso no cumprimento do Pro- grama de Trabalhos seja imputável ao Concedente, a Con- cessionária tem direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos do disposto na cláusula 115.ª, sem prejuízo do disposto no n.º 28.4..
39 — Aumento do número de vias da Autoestrada
39.1 — O aumento do número de vias dos Sublanços é realizado em harmonia com o seguinte:
a) Nos Sublanços com 4 (quatro) vias, deve ser cons- truída mais uma via em cada sentido a partir do terceiro ano após o TMDA ter atingido 38 000 (trinta e oito mil) veículos;
b) Nos Sublanços com 6 (seis) vias, deve ser construída mais uma via em cada sentido a partir do terceiro ano após o TMDA ter atingido 60 000 (sessenta mil) veículos.
39.2 — Os encargos decorrentes do aumento do número de vias dos Sublanços são da responsabilidade do Conce- dente, devendo as respetivas condições de pagamento ser previamente acordadas com a Concessionária, sem prejuízo do disposto nos n.os 39.5. a 39.8..
39.3 — Os procedimentos necessários ao aumento do número de vias dos Sublanços são desenvolvidos pela Concessionária, que adota, para o efeito, os procedimen- tos pré-contratuais que possam ser legalmente exigidos, no prazo determinado pelo Concedente, sem prejuízo do disposto no n.º 39.8..
39.4 — Os documentos e as peças dos procedimentos pré-contratuais, bem como a respetiva adjudicação, devem ser previamente aprovados pelo Concedente, que pode, em qualquer circunstância, determinar a alteração:
a) Dos documentos e das peças do procedimento;
b) Do projeto de decisão de adjudicação, desde que res- peitando as normas legais e regulamentares aplicáveis.
39.5 — Na falta do acordo previsto no n.º 39.2., o Con- cedente deve, atempadamente, disponibilizar à Conces- sionária os meios financeiros necessários ao pagamento do preço devido ao adjudicatário do procedimento pré- contratual referido no n.º 39.3.
39.6 — Quaisquer outros eventuais encargos relativos ao desenvolvimento do procedimento pré-contratual refe- rido no n.º 39.3. devem ser acordados previamente entre as Partes, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
39.7 — Na falta do acordo previsto no número anterior, e sem prejuízo do desenvolvimento do procedimento pré- contratual relativo à adjudicação do aumento do número de vias, o valor dos encargos aí previstos é fixado pelo tribunal arbitral, nos termos do capítulo XXIV.
39.8 — No caso de não ser legalmente exigível à Con- cessionária a tramitação de procedimento pré-contratual, os termos e as condições relativos ao desenvolvimento do processo de aumento do número de vias são previamente acordados entre as Partes.
39.9 — Na falta do acordo previsto no número anterior, é tramitado um procedimento de natureza concorrencial, com vista à escolha da entidade que procede aos trabalhos de aumento do número de vias, sendo aplicável o disposto nos n.os 39.4. a 39.7.
39.10 — Caso o Concedente opte por não proceder à realização de um aumento do número de vias na data em que tal aumento deva ocorrer, a Concessionária fica apenas obrigada, para efeitos da aplicação do regime de indisponibilidade da Autoestrada, ao cumprimento do nível de serviço C até um TMDA de 60 000 (sessenta mil) ou de 90 000 (noventa mil) veículos, respetivamente para as secções de 4 (quatro) ou 6 (seis) vias, e de um nível de serviço D a partir daqueles limiares.
39A — Grandes Reparações de Pavimento
39A.1 — As Grandes Reparações de Pavimento têm por objetivo o descrito no Anexo 30, que detalha ainda:
a) Os tipos de intervenção sobre pavimentos caracterizá- veis como Grande Reparação de Pavimento e os trabalhos aí incluídos;
b) Os Grupos de Sublanços;
c) A área total dos pavimentos de cada Sublanço da Con- cessão, incluindo bermas e ramos dos nós a ele associados, e a área total de cada um dos Grupos de Sublanços;
d) A data de início do programa de Campanhas de Mo- nitorização de Pavimentos por cada Grupo de Sublanços;
e) As áreas máximas de intervenção pela Concessio- nária;
f) Os critérios de medição relevantes para cada pato- logia.
39A.2 — A necessidade de proceder a Grandes Repa- rações de Pavimento é aferida por Grupo de Sublanços, na sequência de Campanhas de Monitorização de Pavi- mentos ou de Monitorizações Localizadas de Pavimentos, sendo a sua execução igualmente gerida por Grupo de Sublanços.
39A.3 — As Campanhas de Monitorização de Pavi- mentos são realizadas com intervalos de 4 (quatro) anos, ocorrendo a primeira na data identificada no Anexo 30 para o Grupo de Sublanços respetivo.
39A.4 — Cabe à Concessionária a responsabilidade pela conceção, execução e fiscalização das obras inerentes a qualquer Grande Reparação de Pavimento, constituindo os trabalhos para a sua realização justificação para encer- ramento de vias nos termos e para efeitos do estipulado na cláusula 56.ª
39A.5 — Não obstante o estipulado no número anterior, os encargos com uma Grande Reparação de Pavimento são suportados da seguinte forma:
a) Os encargos associados à realização de Campanhas de Monitorização de Pavimentos e de Monitorizações Lo- calizadas de Pavimentos, à elaboração das notas técnicas ou dos projetos de execução e à fiscalização das obras são sempre suportados pela Concessionária;
b) Os encargos associados à execução de Grandes Re- parações de Pavimento na sequência de Monitorizações Localizadas de Pavimentos ou de Campanhas de Monito- rização de Pavimentos são da responsabilidade da Conces- sionária, desde que a área a ser intervencionada, somada com o total da área anteriormente intervencionada cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, não ultrapasse, no período de 4 (quatro) anos, para o Grupo de Sublanços em causa e em valores acumulados, a respetiva área máxima de intervenção pela Concessionária definida no Anexo 30;
c) Os encargos associados à execução de Grandes Re- parações de Pavimento são da responsabilidade do Con- cedente sempre que: (i) na sequência de uma Campanha de Monitorização de Pavimentos, a intervenção necessária ultrapasse a respetiva área máxima de intervenção pela Concessionária definida no Anexo 30 ou (ii) a área a in- tervencionar, somada com o total da área anteriormente intervencionada cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, ultrapasse, no período de 4 (quatro) anos, para o Grupo de Sublanços em causa e em valores acumulados, a respetiva área máxima de intervenção pela Concessionária definida no Anexo 30.
39A.6 — Sempre que numa Campanha de Monitoriza- ções de Pavimentos ou numa Monitorização Localizada de Pavimentos se verifique alguma situação caracterizável como Grande Reparação de Pavimento, a Concessionária desencadeia, de imediato e a expensas suas, os trabalhos com vista à sua realização, salvo nos casos em que a área a intervencionar, somada com o total da área anteriormente intervencionada desde a última Campanha de Monitori- zação de Pavimentos nesse Grupo de Sublanços cujos encargos tenham sido suportados pela Concessionária, ultrapasse a respetiva área máxima de intervenção pela Concessionária definida no Anexo 30.
39A.7 — Ocorrendo a hipótese prevista na parte final do número anterior na sequência de uma Monitorização Localizada de Pavimentos, são da responsabilidade do Concedente os encargos com a realização dessa Grande Reparação de Pavimento, sendo de imediato desencadeado, com as devidas adaptações, o procedimento previsto nos n.os 39A.11. e seguintes.
39A.8 — As Campanhas de Monitorização de Pavi- mentos são realizadas por entidades independentes da Concessionária e por esta selecionadas de entre as que, propostas pela Concessionária, disponham de prévia aprovação do Concedente, o qual se deve pronunciar no prazo de 30 (trinta) dias após a entrega de proposta pela Concessionária.
39A.9 — No âmbito de uma Campanha de Monitoriza- ção de Pavimentos ou de uma Monitorização Localizada de Pavimentos, a entidade responsável pela respetiva re- alização deve emitir relatório, o qual deve ser entregue à Concessionária, com cópia para o Concedente.
39A.10 — Sempre que, na sequência de uma Campanha de Monitorização de Pavimentos, se verifique alguma situ- ação caracterizável como Grande Reparação de Pavimento a suportar pelo Concedente nos termos da alínea c) do n.º 39A.5., é desencadeado o procedimento previsto nos números seguintes.
39A.11 — Rececionado o relatório da Campanha de Monitorização de Pavimentos, a Concessionária procede à sua análise no prazo de 30 (trinta) dias, após o que, verificado o estipulado no número anterior, notifica o Concedente, de forma fundamentada, da possibilidade de ser necessária a realização de uma Grande Reparação de Pavimento, identificando, ainda que de forma preliminar e não vinculativa, o tipo e âmbito dos trabalhos que prevê que seja necessário realizar.
39A.12 — No prazo de, respetivamente, 90 (noventa) ou 150 (cento e cinquenta) dias, contados da data de envio da comunicação referida no número anterior, a Concessionária elabora nota técnica ou projeto de execução, em função da complexidade da intervenção, os quais devem incluir, obrigatoriamente, a justificação para a necessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento, uma estimativa orçamental e elementos que definam o âmbito e natureza dos trabalhos a realizar.
39A.13 — A nota técnica ou o projeto de execução referidos no número anterior devem ser enviados ao Con- cedente, dentro do prazo aí estipulado, para apreciação e emissão de parecer pelo Concedente, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, se se tratar de nota técnica, ou de 90 (noventa) dias, se se tratar de projeto de execução.
39A.14 — Sempre que o Concedente emita parecer desfavorável à nota técnica ou ao projeto de execução propostos pela Concessionária deve o mesmo ser acom- panhado da respetiva fundamentação técnica, seja para
alterações que entenda adequadas, seja se concluir pela desnecessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento, devendo a Concessionária pronunciar-se no prazo de 15 (quinze) dias quanto ao seu acordo ou discordância relativamente a esse parecer.
39A.15 — Não havendo acordo entre Concedente e Concessionária sobre a nota técnica ou o projeto de exe- cução, a matéria é submetida por qualquer das Partes à Comissão de Peritos, à qual compete decidir sobre a efetiva necessidade de realização de uma Grande Reparação de Pavimento nos termos do presente contrato, bem como, sendo o caso, sobre o âmbito, o tipo, as características e a extensão dos respetivos trabalhos, determinando, para o efeito e segundo o caso, a aprovação da nota técnica ou do projeto de execução apresentados ou as correspondentes alterações que a Concessionária deve incluir nesses docu- mentos e ainda, sobre a responsabilidade pelos encargos associados a uma Grande Reparação de Pavimento.
39A.16 — Tendo as Partes acordado nas alterações a introduzir à nota técnica ou ao projeto de execução ou tendo a Comissão de Peritos determinado a necessidade de tais alterações, a Concessionária procede às correspon- dentes alterações.
39A.17 — Logo que definidos, em termos finais, a nota técnica ou o projeto de execução, a Concessionária desen- volve os procedimentos legalmente exigíveis à contratação da execução de Grandes Reparações de Pavimento, no prazo que razoavelmente venha a ser determinado pelo Concedente atendendo também aos prazos legais aplicá- veis, nunca inferior a 90 (noventa) dias.
39A.18 — Sempre que a responsabilidade pelos respe- tivos encargos seja do Concedente, as Partes acordam o valor e as condições de pagamento da Grande Reparação de Pavimento, sob proposta da Concessionária e no prazo de 30 (trinta) dias a contar da aprovação ou da definição em termos finais da nota técnica ou do projeto de execução.
39A.19 — Existindo acordo quanto ao valor e condi- ções de pagamento da Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, a Concessionária designa o empreiteiro adjudicatário dos respetivos trabalhos.
39A.20 — Na falta do acordo a que se refere o número anterior ou quando legalmente exigível, a Concessioná- xxx deve lançar procedimento pré-contratual, de natureza concorrencial.
39A.21 — Caso seja exigível o lançamento de procedi- mentos pré-contratuais de natureza concorrencial, o Conce- dente indica à Concessionária o preço base e as condições de pagamento, sendo aplicável, em caso de oposição pela Concessionária ao preço base assim indicado, o preço base decidido pela Comissão de Peritos.
39A.22 — Nos casos em que se realize procedimento pré-contratual e tendo sido definidos, em termos finais, a nota técnica ou o projeto de execução, a Concessionária submete ao Concedente, no prazo de 15 (quinze) dias a con- tar dessa definição ou, se mais tarde, do momento em que se determine a necessidade de lançar tal procedimento ao abrigo do n.º 39A.20., as respetivas peças procedimentais, devendo o Concedente pronunciar-se sobre as mesmas no prazo de 15 (quinze) dias e podendo o Concedente deter- minar, fundadamente, alterações às peças procedimentais propostas pela Concessionária, na medida em que não contendam com a nota técnica ou o projeto de execução. 39A.23 — Em caso de realização de procedimento pré- contratual de natureza concorrencial, a Concessionária
procede à análise e avaliação das propostas recebidas, elaborando, no prazo de 30 (trinta) dias, o respetivo rela- tório e proposta de adjudicação, dos quais deve ser dado conhecimento ao Concedente.
39A.24 — Caso não sejam recebidas quaisquer propos- tas para a execução da Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, procede-se à repetição do procedimento pré-contratual, aplicando-se um novo preço base, definido pela Comissão de Peritos no prazo de 7 (sete) dias a contar da solicitação, para o efeito, de qualquer das Partes.
39A.25 — Na hipótese prevista no número anterior, o Concedente é responsável pelas consequências, designa- damente responsabilidade extracontratual, que decorram do consequente atraso na realização da Grande Reparação de Pavimento, considerando-se este atraso, para efeitos do disposto no presente contrato, imputável ao Concedente. 39A.26 — Tendo sido determinada a necessidade de
se proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, caso o Concedente determine o adiamento, a sua não realização, total ou parcial, ou não disponibilize atempadamente os meios financeiros necessários nos termos previstos no presente contrato, este compromete-se a manter indemne a Concessionária face aos efeitos que para ela efetivamente decorram dessa sua decisão, incluindo no que respeita a eventuais custos inerentes à reformulação da nota técnica ou do projeto de execução, bem como quaisquer outras consequências, designadamente responsabilidade extra- contratual.
39A.27 — Para a execução dos trabalhos de Grandes Reparações de Pavimento cujos encargos sejam da respon- sabilidade do Concedente ao abrigo do presente contrato, o Concedente disponibiliza, atempadamente, os meios financeiros necessários ao pagamento do preço devido, de acordo com as condições de pagamento acordadas.
39A.28 — Os contratos de empreitada de Grandes Repa- rações de Pavimento cujos encargos sejam da responsabili- dade do Concedente são celebrados entre a Concessionária e os empreiteiros adjudicatários, devendo tais contratos prever expressamente que o pagamento ao empreiteiro fica sempre dependente da efetiva entrega, pelo Concedente à Concessionária, dos meios financeiros necessários à sua realização, ficando a Concessionária exonerada de qual- quer responsabilidade por eventuais incumprimentos que sejam causados pelo incumprimento, pelo Concedente, da sua obrigação de disponibilização atempada de tais meios financeiros.
39A.29 — Caso, no âmbito da execução de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da respon- sabilidade do Concedente, se venha a detetar a necessidade de realização de trabalhos não previstos e que se tenham tornado necessários à execução da mesma obra na sequên- cia de uma circunstância imprevista, não é necessário novo procedimento nos termos descritos na presente cláusula, desde que tal necessidade seja confirmada, conjuntamente, pelo autor do projeto de execução ou nota técnica e pela fiscalização da obra e se cumpra o disposto no Código dos Contratos Públicos, sempre que aplicável.
39A.30 — Os trabalhos referidos no número anterior de- vem, em qualquer caso, ser aprovados pelo Concedente, o qual, a pedido da Concessionária, designa um seu represen- tante para acompanhar a respetiva execução e com poderes para emitir, em nome do Concedente, essa aprovação.
39A.31 — Durante a execução dos trabalhos de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, a Concessionária man- tém o Concedente informado do andamento dos trabalhos e de quaisquer vicissitudes que possam pôr em causa o cumprimento, pelo empreiteiro, do respetivo contrato de empreitada.
39A.32 — As aprovações do Concedente previstas na presente cláusula consideram-se tacitamente concedidas quando não sejam recusadas dentro dos prazos aqui esta- belecidos para o Concedente se pronunciar após a respetiva solicitação.
39A.33 — Na hipótese prevista no n.º 39A.26., a Concessionária deve ir mantendo o Concedente infor- mado dos possíveis efeitos e pode propor as medidas que considera necessárias com vista a adequar as condições de circulação ao estado das vias, sem prejuízo do disposto nos n.os 96.20 e 96.22.
40 — Vias de comunicação e serviços afetados
40.1 — Compete à Concessionária suportar os custos e encargos relativos à reparação dos estragos que, justifica- damente, se verifique terem sido causados em quaisquer vias de comunicação em consequência das obras a seu cargo, bem como os relativos ao restabelecimento das vias de comunicação existentes interrompidas pela construção da Autoestrada.
40.2 — O restabelecimento de vias de comunicação a que se refere a parte final do número anterior é efetuado com um perfil transversal que atenda às normas em vigor, devendo as correspondentes obras de arte dar continuidade à faixa de rodagem, bermas, equipamento de segurança e separador, quando exista, da via onde se inserem e apresen- tar exteriormente, de um e outro lado, passeios de largura dependente das características dessas vias.
40.3 — O traçado e as características técnicas dos res- tabelecimentos de vias de comunicação a que se refere a parte final do n.º 40.1. devem garantir a comodidade e a segurança de circulação, atentos os volumes de tráfego previstos para as mesmas ou tendo em conta o seu enqua- dramento viário.
40.4 — Compete ainda à Concessionária construir, na Autoestrada, as obras de arte necessárias ao restabeleci- mento das vias de comunicação constantes de planeamento ou projetos oficiais, aprovados pelas entidades competentes à data da elaboração do projeto de execução dos Lanços a construir.
40.5 — A Concessionária é responsável por deficiências ou vícios de construção que venham a ser detetados nos restabelecimentos referidos no n.º 40.1. até 5 (cinco) anos após a data da respetiva conclusão.
40.6 — A Concessionária é ainda responsável pela reparação ou indemnização de todos e quaisquer danos causados em condutas de água, esgotos, redes de eletri- cidade, gás, telecomunicações e respetivos equipamentos e em quaisquer outros bens de terceiros, em resultado da execução das obras da sua responsabilidade nos termos do Contrato de Concessão, sem prejuízo de eventuais direitos que possa exercer perante terceiros.
40.7 — A reposição de bens e serviços danificados, nos termos do número anterior, ou afetados pela construção da Autoestrada, é efetuada de acordo com as imposições das entidades que neles superintendam, não podendo ser exigido que a mesma se faça em condições substancial- mente diferentes das previamente existentes.
41 — Condicionamentos especiais aos estudos e à construção
41.1 — O Concedente pode impor à Concessionária a realização de modificações aos projetos e estudos apresen- tados, mesmo se já aprovados, e ao Programa de Trabalhos, quando o interesse público o exija, mediante comunicação dirigida à Concessionária e imediatamente aplicável.
41.2 — Em situações de emergência, estado de sítio ou calamidade pública, o Concedente pode decretar a suspen- são ou interrupção da execução de quaisquer trabalhos ou obras e adotar as demais medidas que se mostrem adequa- das, mediante comunicação dirigida à Concessionária e imediatamente aplicável.
41.3 — Qualquer património histórico ou arqueológico que seja descoberto no curso das obras de construção da Autoestrada é pertença exclusiva do Concedente, devendo a Concessionária notificá-lo imediatamente da sua des- coberta e não podendo efetuar quaisquer trabalhos que possam afetar ou pôr em perigo aquele património sem obter indicações do Concedente relativamente à sua forma de preservação.
41.4 — A verificação de qualquer uma das situações previstas na presente cláusula confere à Concessionária o direito à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos da cláusula 115.ª
42 — Responsabilidade da Concessionária pela qualidade da Autoestrada
42.1 — A Concessionária garante ao Concedente a qua- lidade da conceção, do projeto e da execução das obras de construção e conservação dos Lanços previstos no n.º 5.1., bem como a qualidade da conservação dos Lanços previs- tos no n.º 5.2., responsabilizando-se pela sua durabilidade, em permanentes e plenas condições de funcionamento e operacionalidade, ao longo de todo o período da Conces- são, sem prejuízo do disposto no presente contrato.
42.2 — A Concessionária responde perante o Conce- dente e perante terceiros, nos termos gerais da lei, por quaisquer danos emergentes ou lucros cessantes resultantes de deficiências ou omissões na conceção, no projeto, na execução das obras de construção e na conservação da Autoestrada, devendo esta responsabilidade ser coberta por seguro nos termos da cláusula 100.ª
42.3 — A Concessionária não responde nos termos dos anteriores sempre que, tendo sido determinada, nos termos da cláusula 39.ªA, a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da respon- sabilidade do Concedente, não se proceda atempadamente à mesma nos termos do n.º 39A.26.
43 — Entrada em serviço da Autoestrada construída
43.1 — A Concessionária deve, após a conclusão dos trabalhos indispensáveis à entrada em serviço de cada Lanço, solicitar a realização da respetiva vistoria, a efe- tuar conjuntamente por representantes do Concedente e da Concessionária.
43.2 — Consideram-se como trabalhos indispensá- veis à entrada em serviço de cada Lanço os respeitantes a pavimentação, a obras de arte, a sinalização horizontal e vertical, a equipamento de segurança, a equipamento de contagem e de classificação de tráfego, bem como a equipamento previsto no âmbito da proteção do ambiente, nomeadamente nas componentes acústica, hídrica e de fauna, bem como os trabalhos que obriguem à permanência de viaturas de serviço na faixa de rodagem.
43.3 — A vistoria a que se refere o número 43.1. não se pode prolongar por mais de 7 (sete) dias úteis e dela é lavrado auto assinado por representantes do Concedente e da Concessionária.
43.4 — O pedido de vistoria deve ser remetido ao Con- cedente com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias relativamente à data pretendida para o seu início.
43.5 — A abertura ao tráfego de cada Lanço só pode ter lugar caso se encontrem asseguradas as condições de acessibilidade à rede existente previstas no projeto da obra ou determinadas pelo Concedente e que sejam imprescin- díveis ao seu normal funcionamento.
43.6 — No caso de o resultado da vistoria ser favorável à entrada em serviço do Lanço em causa, é a sua abertura ao tráfego autorizada por despacho do ME.
43.7 — No caso de, não obstante ter sido autorizada a abertura dos Lanços ao tráfego, haver lugar à realização de trabalhos de acabamento ou de melhoria, são tais trabalhos realizados prontamente pela Concessionária, realizando- se, após a sua conclusão, a nova vistoria, nos termos dos n.os 43.3. e 43.4..
43.8 — Os trabalhos de acabamento ou de melhoria referidos no número anterior devem ser especificadamente indicados no auto de vistoria e executados no prazo no mesmo fixado.
43.9 — É considerado como ato de receção das obras de construção de um Lanço o auto de vistoria favorável à sua entrada em serviço, devidamente homologado pelo ME, ou, caso seja necessário realizar trabalhos de acabamento nos termos dos n.os 43.7. e 43.8., o auto lavrado após vistoria daqueles trabalhos, que declare estar a obra em condições de ser recebida.
43.10 — No prazo de 1 (um) ano a contar da última vistoria de um Lanço, realizada nos termos dos anteriores, a Concessionária fornece ao Concedente um exemplar das peças escritas e desenhadas definitivas do projeto das obras executadas, em material reprodutível e em suporte informático.
43.11 — A homologação do auto de vistoria favorável à entrada em serviço de um Lanço não envolve qualquer responsabilidade do Concedente relativamente às condi- ções de segurança ou de qualidade deste, nem exonera a Concessionária do cumprimento das obrigações resultantes do presente contrato.
44 — Alterações nas obras realizadas e instalações suplementares
44.1 — A Concessionária pode, mediante autorização do ME, a conceder, por despacho, caso a caso, introduzir alterações nas obras realizadas e estabelecer e pôr em funcionamento instalações não previstas nos projetos apro- vados, desde que delas não resulte nenhuma modificação fundamental à Concessão.
44.2 — A Concessionária tem de efetuar e de fazer entrar em serviço as alterações nas obras realizadas que sejam determinadas pelo ME, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
44.3 — Se a Concessionária demonstrar que das alte- rações referidas no número anterior lhe resultou prejuízo, tem direito à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos da cláusula 115.ª, salvo se as alterações determinadas pelo Concedente tiverem a natureza de correções resultantes do incumprimento pela Concessionária do disposto na cláusula 42.ª
44.4 — Salvo se as obras referidas no n.º 44.2. forem realizadas por concurso público, na reposição do equilíbrio
financeiro referida no número anterior tem-se por base a listagem de preços unitários a acordar previamente entre o Concedente, através de representantes do ME e do MEF, e a Concessionária.
44.5 — Ao concurso público referido no número ante- rior é aplicável o estatuído no n.º 39.5..
45 — Demarcação dos terrenos e respetiva planta cadastral
45.1 — A Concessionária procede, à sua custa, com os proprietários vizinhos e em presença de um representante do Concedente, que levanta o respetivo auto, à demarcação dos terrenos que façam parte integrante da Concessão, pro- cedendo em seguida ao levantamento da respetiva planta, em fundo cadastral e a escala não inferior a 1:2000, que identifique os terrenos que fazem parte integrante da Con- cessão, as áreas sobrantes e os restantes terrenos.
45.2 — Esta demarcação e a respetiva planta têm de ser concluídas no prazo de 1 (um) ano a contar da data do auto de vistoria que permitiu a entrada em serviço de cada Lanço.
45.3 — O cadastro referido nos números anteriores é retificado, segundo as mesmas normas, sempre que os ter- renos ou dependências sofram alterações, dentro do prazo que para cada caso seja fixado pelo Concedente.
CAPÍTULO IX
Áreas de Serviço
46 — Requisitos
46.1 — As Áreas de Serviço são construídas de acordo com os projetos, apresentados pela Concessionária e apro- vados pelo Concedente, que devem prever e justificar todas as infraestruturas e instalações que as integram.
46.2 — A Concessionária deve apresentar ao Concedente os projetos das Áreas de Serviço e respetivo programa de execução nos termos das cláusulas 32.ª, 33.ª e 34.ª
46.3 — As Áreas de Serviço a estabelecer ao longo da Autoestrada devem:
a) Dar inteira satisfação aos aspetos de segurança, hi- giene e salubridade, bem como à sua integração cuidada na paisagem em que se situam, quer através da volumetria e partido arquitetónico das construções, quer da vegetação utilizada, devendo obedecer à condição de proporcionarem aos utentes daquelas um serviço de qualidade, cómodo, seguro, rápido e eficiente;
b) Incluir zonas de repouso destinadas a proporcionar aos utentes da Autoestrada locais de descanso agradáveis, bem como postos de abastecimento de combustíveis e lubrificantes;
c) Respeitar a legislação vigente que lhes seja aplicável ou que seja aplicável a algum ou alguns dos seus elementos, nomeadamente aquela que regule a localização, classifi- cação, composição, funcionamento e exploração de áreas de serviço e de postos de abastecimento de combustíveis marginais às estradas.
46.4 — A distância entre Áreas de Serviço a estabelecer nos Lanços que constituem o objeto da Concessão não deve ser superior a 50 km (cinquenta quilómetros), salvo se permitido em legislação específica.
47 — Construção e exploração de Áreas de Serviço
47.1 — A Concessionária não pode subconcessionar ou por qualquer outra forma contratar com quaisquer terceiros as atividades de exploração das Áreas de Serviço, ou parte delas, sem prévia aprovação dos respetivos contratos pelo Concedente.
47.2 — Os contratos previstos no número anterior estão sujeitos, quanto à disciplina da sua celebração, modificação e extinção, ao disposto na cláusula 92.ª
47.3 — Independentemente da atribuição a terceiros da exploração das Áreas de Serviço, a Concessionária mantém os direitos e continua sujeita às obrigações para si emergentes, neste âmbito, do presente contrato, sendo a única responsável, perante o Concedente, pelo seu cum- primento.
47.4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o Concedente pode exercer os direitos que para si decorrem do presente contrato diretamente perante os terceiros em causa, podendo, nomeadamente, pôr termo aos contratos que os ligam à Concessionária, por razões decorrentes do incumprimento das obrigações descritas, neste âmbito, no Contrato de Concessão ou naqueles contratos.
47.5 — A resolução operada nos termos do número anterior não ocorre antes de decorridos 6 (seis) meses sobre a notificação da Concessionária e do terceiro que explora a Área de Serviço em questão, pelo Concedente, que deve indicar os motivos da sua insatisfação e a possi- bilidade de resolução do contrato de exploração daquela Área de Serviço.
47.6 — A possibilidade prevista no n.º 47.4. deve estar expressamente ressalvada nos contratos submetidos à apre- ciação do Concedente, nos termos do n.º 47.1..
48 — Extinção dos contratos respeitantes a Áreas de Serviço
48.1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin- tes, no Termo da Concessão caducam automaticamente, e em razão daquele termo, quaisquer contratos celebrados pela Concessionária com quaisquer terceiros relativos à exploração das Áreas de Serviço, ficando esta inteiramente responsável pelas consequências legais e contratuais dessa caducidade, não assumindo o Concedente quaisquer res- ponsabilidades nesta matéria.
48.2 — O Concedente pode exigir à Concessionária, até 120 (cento e vinte) dias antes do termo do prazo da Concessão, que esta lhe ceda gratuitamente a posição contratual para si emergente dos contratos referidos no número anterior.
48.3 — No caso previsto no número anterior, os con- tratos referidos no n.º 48.1. subsistem para além do Termo da Concessão.
48.4 — Em caso de resgate ou de resolução do Con- trato de Concessão, o Concedente assume os direitos e as obrigações emergentes dos contratos referidos no n.º 48.1. que estejam em vigor à data do resgate ou da resolução, com exceção dos resultantes de reclamações que contra a Concessionária estejam pendentes e daquelas que, embora apresentadas após o resgate ou a resolução, se refiram a factos que lhes sejam anteriores.
48.5 — Os contratos referidos no n.º 48.1. devem incluir cláusula que contenha a expressa anuência dos terceiros em causa à cessão da posição contratual prevista no n.º 48.2. e o reconhecimento do efeito que nesses contratos tem o resgate ou a resolução do Contrato de Concessão, indicados no número anterior.
49 — Entrada em funcionamento
A entrada em funcionamento das Áreas de Serviço deve ocorrer, o mais tardar, 6 (seis) meses após a entrada em serviço do Lanço onde se integram, ou 15 (quinze) meses após a transferência para a Concessionária dos Lanços já construídos.
CAPÍTULO X
Manutenção, exploração e conservação da Autoestrada
50 — Manutenção da Autoestrada
50.1 — Constitui estrita obrigação da Concessionária a manutenção em funcionamento ininterrupto e permanente dos Lanços, após a sua abertura ao tráfego, em bom estado de conservação e em perfeitas condições de utilização e segurança, nos termos e condições estabelecidos nas dis- posições legais e regulamentares aplicáveis e no presente contrato, realizando, oportunamente, e de acordo com o disposto no Manual de Operação e Manutenção e no Plano de Controlo de Qualidade, as reparações, as renovações e as adaptações que para o efeito se tornem necessárias e todos os trabalhos e alterações necessários para que os mesmos satisfaçam plenamente o fim a que se destinam.
50.2 — A Concessionária é responsável pela manuten- ção, em bom estado de conservação e funcionamento, do equipamento de monitorização ambiental, dos dispositivos de conservação da natureza e dos sistemas de proteção contra o ruído, de acordo com o estabelecido no Manual de Operação e Manutenção e no Plano de Controlo de Qualidade.
50.3 — Constitui ainda responsabilidade da Concessio- nária a conservação e manutenção dos sistemas de conta- gem e de classificação de tráfego referidos no Anexo 28, incluindo o respetivo centro de controlo, e ainda os sis- temas de iluminação dos túneis e Áreas de Serviço, de sinalização e de segurança nos troços das vias nacionais ou urbanas que contactam com os nós de ligação até aos limites estabelecidos na cláusula 8.ª
50.4 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 39.ªA, a Concessionária deve respeitar os padrões de qualidade, designadamente para a regularidade e aderência do pavi- mento, para a conservação da sinalização e do equipamento de segurança e para apoio aos utentes, fixados no Manual de Operação e Manutenção e no Plano de Controlo de Qualidade.
50.5 — O estado de conservação e as condições de ex- ploração da Autoestrada são verificados pelo Concedente de acordo com um plano de ações de fiscalização por este definido, competindo à Concessionária proceder, nos pra- zos que razoavelmente lhe sejam fixados, às reparações e às beneficiações necessárias à manutenção dos padrões de qualidade previstos no número anterior, sem prejuízo do disposto nas cláusulas 39.ª e 39.ªA.
51 — Transferência da exploração e conservação dos Lanços existentes
51.1 — Os Lanços referidos no n.º 5.2., bem como os equipamentos e instalações a eles afetos, transferem-se para a Concessionária, no caso do Lanço referido na alínea a), na data da entrada em serviço do troço a construir pelo Concedente, e, no caso do Lanço referido na alínea b), às 24 (vinte e quatro) horas da Data de Assinatura do Contrato
de Concessão, tornando-se a respetiva exploração e con- servação da responsabilidade exclusiva da Concessionária a partir desse momento, nos termos da cláusula anterior.
51.2 — O Concedente exerce, se for contratualmente impossível o exercício direto pela Concessionária, e sem- pre que esta lho solicite, os direitos inerentes a todas as garantias que se encontrem em vigor relativamente a obras realizadas nos Lanços referidos no número anterior, as quais se encontram identificadas no Anexo 16.
51.3 — A Concessionária tem direito a quaisquer quan- tias indemnizatórias que sejam pagas ao Concedente nos termos das garantias referidas no número anterior, que lhe devem por este ser pagas imediatamente após o respetivo recebimento e, bem assim, a acompanhar, como represen- tante do Concedente, todos os trabalhos de reparação que este possa exigir de terceiros nos termos dessas garantias, dependendo exclusivamente de si a aceitação das repara- ções efetuadas.
51.4 — A Concessionária declara ter pleno conheci- mento do estado de conservação dos Lanços referidos na presente cláusula, bem como das instalações e equipa- mentos a eles afetos ou que neles se integram, e aceitar a respetiva transferência, sem reservas, nos termos e para os efeitos do presente contrato.
52 — Instalações e equipamentos de contagem e de classificação de tráfego
52.1 — A Concessionária tem a obrigação de instalar e ou manter instalados os equipamentos de contagem e de classificação de tráfego listados no Anexo 28, que permi- tam assegurar ao Concedente o controlo efetivo do nú- mero e do tipo de veículos que circulam nos correspetivos Sublanços onde se encontram instalados, devendo ainda disponibilizar os dados captados por tais equipamentos ao programa de monitorização de tráfego que o Concedente tem em curso na rede rodoviária nacional.
52.2 — O equipamento de medição de tráfego a instalar de acordo com o Anexo 28 deve garantir:
a) A classificação dos veículos, de acordo com as ca- tegorias definidas pelo Concedente e descritas na cláu- sula 54.ª;
b) O fornecimento de dados para sistemas de controlo e gestão de tráfego.
52.3 — Os sistemas a instalar devem ter capacidades de processamento de informação e ser compatíveis com a rede de equipamento de contagem e de classificação auto- mática de veículos existente, assim como com o programa de controlo do sistema utilizado pelo Concedente.
52.4 — O sistema de contagem de veículos deve incluir um circuito fechado de TV, acoplando a cada um dos equi- pamentos pelo menos 1 (uma) câmara de vídeo.
52.5 — O sistema de contagem de veículos deve ainda contemplar o fornecimento e a instalação na IP de uma workstation e respetivo software que permita o acesso a todos os registos de tráfego, incluindo acesso ao circuito fechado de TV.
52.6 — O sistema e os componentes a fornecer, a ins- talar e a integrar devem ser concebidos de forma a comu- nicarem através de sistema de banda larga não dedicada com capacidade de débito adequada à correta execução das tarefas a que se destinam e ser um sistema aberto de medição do tráfego, de acordo com padrões operacionais reconhecidos.
52.7 — Ficam a cargo da Concessionária todos os cus- tos referentes ao fornecimento, instalação, conservação e exploração do equipamento de contagem, classificação e observação de tráfego.
52.8 — Todos os equipamentos de contagem, classifi- cação e observação de tráfego são sujeitos a um período de testes de pelo menos 2 (dois) meses, após a entrada em serviço do Sublanço respetivo, pelos quais o Concedente possa aferir do seu bom funcionamento e autorizar que o Lanço em que se integram entre em serviço efetivo.
53 — Localização dos equipamentos de contagem de veículos
A localização dos sistemas de contagem de tráfego consta do Anexo 28, devendo permitir, nos Sublanços em que devam permanecer instalados, a contagem e a classi- ficação do tráfego.
54 — Classificação de veículos
As classes de veículos que os equipamentos descritos nas cláusulas anteriores devem permitir classificar são as seguintes:
Classe | Descrição |
C D E F G H I J | Motociclos com ou sem side-car — motociclos com duas ou três rodas (veículos com motor de cilindrada superior a 50 cm3). Estes veículos têm chapa de matrícula do tipo automóvel. Automóveis (ligeiros de passageiros) — veículos para o transporte de pessoas comportando no máximo, nove lu- gares, incluindo o motorista, com ou sem reboque. Ligeiros de mercadorias — veículos cuja carga útil não ex- ceda 3500 kg, quer tenham ou não reboque. Camiões — veículos cuja carga útil exceda 3500 kg e com dois ou mais eixos, sem reboque. Camiões com um ou mais reboques. Tratores com semirreboque. Tratores com semirreboque e um ou mais reboques. Tratores com um ou mais reboques. Autocarros e trolleybus Tratores sem reboque ou semirreboque. Veículos especiais (cilindros, bulldozers e outras máquinas de terraplanagem, gruas móveis, carros de assalto mili- tares, etc.). |
55 — Operação e manutenção
55.1 — O Manual de Operação e Manutenção constante do Anexo 26 estabelece as regras, os princípios e os proce- dimentos a observar em matéria de operação e manutenção do Empreendimento Concessionado, e designadamente:
a) Funcionamento do equipamento de contagem e clas- sificação de tráfego e circuitos fechados de TV;
b) Informação e normas de comportamento para com os utentes;
c) Normas de atuação no caso de restrições de circulação na Autoestrada;
d) Segurança dos utentes e das instalações;
e) Funcionamento dos serviços de vigilância e socorro, com definição das taxas a cobrar aos utentes e sua forma de atualização;
f) Revestimento vegetal.
55.2 — O Manual de Operação e Manutenção pode ser alterado por acordo escrito entre a Concessionária e o Concedente, caso em que o Manual de Operação e Ma-
nutenção, tal como assim alterado, passa a integrar, para todos os efeitos, o Anexo 26 ao presente contrato.
55.3 — Caso a necessidade de alterar o Manual de Ope- ração e Manutenção decorra de alteração das disposições normativas e ou da legislação em vigor aplicáveis, o acordo previsto no número anterior deve ser obtido, na sequência de proposta da Concessionária, no prazo de 90 (noventa) dias após a entrada em vigor das alterações, sem prejuízo de prazo diferente previsto na lei.
55.4 — O Plano de Controlo de Qualidade constante do Anexo 27 estabelece os critérios a verificar, a respetiva periodicidade, os padrões mínimos a respeitar e o tipo de operação de reposição, designadamente nas seguintes componentes:
a) Pavimentos flexíveis;
b) Obras de arte correntes;
c) Obras de arte especiais;
d) Túneis;
e) Drenagem;
f) Equipamentos de segurança;
g) Sinalização;
h) Integração paisagística e ambiental;
i) Iluminação;
j) Telecomunicações e telemática.
55.5 — O Plano de Controlo de Qualidade pode ser alterado por acordo escrito entre a Concessionária e o Concedente, caso em que o Plano de Controlo de Quali- dade, tal como assim alterado, passa a integrar, para todos os efeitos, o Anexo 27 ao presente contrato.
55.6 — Caso a necessidade de alterar o Plano de Con- trolo de Qualidade decorra de alteração das disposições normativas e ou da legislação em vigor aplicáveis, o acordo previsto no número anterior deve ser obtido, na sequência de proposta da Concessionária, no prazo de 90 (noventa) dias após a entrada em vigor das alterações, sem prejuízo de prazo diferente previsto na lei.
56 — Encerramento de vias e trabalhos na via
56.1 — Sem prejuízo do disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas concessiona- das e as correspetivas obrigações das entidades explorado- ras, apenas é permitido, sem penalidade, o encerramento de vias, para efeitos devidamente justificados, até ao limite de 25 000 (vinte e cinco mil) via × quilómetro × hora por ano, durante o período diurno (das 7 (sete) até às 21 (vinte e uma) horas), e até ao limite de 40 000 (quarenta mil) via × quilómetro × hora por ano, durante o período no- turno, não sendo considerado encerramento, para efeitos de aplicação de penalidades:
a) O encerramento de vias devido à execução dos tra- balhos de terceiros previstos na cláusula 95.ª, bem como de trabalhos de ligação a outras autoestradas;
b) O encerramento de vias devido (i) a casos de força maior; (ii) a imposição das autoridades competentes; (iii) à ocorrência de acidentes que obstruam totalmente a via ou causem risco para a circulação; (iv) à manutenção do sistema de cobrança de taxas de portagem; (v) à realiza- ção de uma Grande Reparação de Pavimento nos termos da cláusula 39.ªA; ou (vi) à realização de trabalhos de manutenção invernal para efeitos de remoção de neve, pelo tempo estritamente necessário à execução da ação de manutenção em causa.
56.2 — Todo e qualquer encerramento de vias deve ser previamente comunicado pela Concessionária ao IMT, salvo quando se revele impossível em função da imprevi- sibilidade da respetiva causa.
57 — Obrigações e direitos dos utentes e dos proprietários dos terrenos confinantes com a Autoestrada
57.1 — As obrigações dos utentes e os direitos e obri- gações dos proprietários dos terrenos confinantes com a Autoestrada, em relação ao seu policiamento, são os que constam do Estatuto das Estradas Nacionais e de outras disposições legais ou regulamentares aplicáveis, designa- damente do disposto nas normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas concessionadas e as cor- respetivas obrigações das entidades exploradoras.
57.2 — Os utentes têm o direito de ser informados pre- viamente pela Concessionária, nos termos das normas legais e regulamentares que regulam os direitos dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como autoestradas con- cessionadas e as correspetivas obrigações das entidades exploradoras, sobre a realização de obras programadas que afetem as normais condições de circulação na Autoestrada, designadamente das que reduzam o número de vias em serviço ou que obriguem a desvios de faixa de rodagem.
57.3 — A Concessionária tem, igualmente, o dever de informar os utentes e o Concedente com a devida antece- dência e observado o disposto nas normas legais e regula- mentares que regulam os direitos dos utentes nas vias ro- doviárias classificadas como autoestradas concessionadas e as correspetivas obrigações das entidades exploradoras, sobre a ocorrência de incidentes que impliquem congestio- namentos no troço em obras, devendo esta informação e a que se refere no número anterior ser prestada, pelo menos, através de sinalização colocada na rede viária servida pela Autoestrada e, se o volume das obras em causa assim o recomendar, através de anúncio publicado num jornal de circulação nacional, com a antecedência e o destaque julgados convenientes.
58 — Disciplina de tráfego
58.1 — A circulação pela Autoestrada obedece ao deter- minado no Código da Estrada e demais disposições legais ou regulamentares aplicáveis.
58.2 — O Manual de Operação e Manutenção estabelece os mecanismos necessários para garantir a monitorização do tráfego, a identificação de condições climatéricas ad- versas à circulação, a deteção de acidentes e a consequente e sistemática informação de alerta ao utente, no âmbito da Concessão, em articulação com as ações a levar a cabo na restante rede nacional.
58.3 — A Concessionária fica ainda obrigada, sem di- reito a qualquer indemnização ou à reposição do equilíbrio financeiro, a respeitar e a transmitir aos utentes todas as medidas adotadas pelas autoridades com poderes de disci- plina de tráfego, em ocasiões de tráfego excecionalmente intenso, com o fim de obter o melhor aproveitamento do conjunto da rede viária nacional.
59 — Assistência aos utentes
59.1 — A Concessionária é obrigada a assegurar, nos termos do Manual de Operação e Manutenção, assistência aos utentes da Autoestrada, nela se incluindo a vigilância
das condições de circulação, nomeadamente no que res- peita à sua fiscalização e à prevenção de acidentes.
59.2 — A assistência a prestar aos utentes nos termos do número anterior consiste também no auxílio sanitário e mecânico, devendo a Concessionária instalar para o efeito uma rede de telecomunicações junto aos túneis rodovi- ários integrados, em 3 (três) escapatórias e em pontos sem cobertura do número de emergência nacional (112), organizar um serviço destinado a chamar do exterior os meios de socorro sanitário em caso de acidente e promover a prestação de assistência mecânica, nos termos definidos no presente Contrato de Concessão, no Plano de Controlo de Qualidade e no Manual de Operação e Manutenção.
59.3 — O serviço referido no número anterior funciona nos centros de assistência e manutenção que a Conces- sionária deve criar, os quais compreendem as instalações necessárias aos serviços de conservação, exploração e policiamento da Autoestrada.
59.4 — Pela prestação do serviço de assistência e au- xílio sanitário e mecânico a Concessionária pode cobrar aos respetivos utentes taxas cujo montante deve constar do Manual de Operação e Manutenção.
60 — Reclamações dos utentes
60.1 — A Concessionária obriga-se a ter à disposição dos utentes do Empreendimento Concessionado, nas Áreas de Serviço, livros de reclamações, os quais podem ser visados periodicamente pelo Concedente.
60.2 — A Concessionária deve enviar trimestralmente ao Concedente todas as reclamações registadas, nomeada- mente nos termos do número anterior, acompanhadas das respostas dadas aos utentes e dos resultados das investiga- ções e demais providências que tenham sido tomadas.
61 — Estatísticas do tráfego
61.1 — A Concessionária deve organizar uma rigorosa estatística diária do tráfego na Autoestrada e nas Áreas de Serviço, compatível com os equipamentos de contagem que a Concessionária tem obrigação de manter nos termos do Contrato de Concessão, adotando, para o efeito, formulário a estabelecer de acordo com a IP e nos termos do Manual de Operação e Manutenção.
61.2 — O TMDA de cada Sublanço é calculado a partir de dados recolhidos pelos equipamentos de contagem e classificação de tráfego ou pelo sistema de cobrança de taxas de portagem, prevalecendo os dados dos equipamen- tos de contagem sobre os do sistema de cobrança em caso de sobreposição dos dois sistemas.
61.3 — Em caso de cessão da posição contratual nos termos da cláusula 86.ª, os dados recolhidos pelo sistema de cobrança de taxas de portagem são disponibilizados pela sociedade cessionária, com o consentimento da IP, à Con- cessionária, mediante solicitação desta, no prazo de 7 (sete) dias a contar do termo do período a que se referem.
61.4 — Na hipótese prevista no número anterior, a Con- cessionária pode, mediante autorização da IP, auditar os referidos dados do sistema de cobrança de taxas de porta- gem, devendo a sociedade cessionária criar as condições necessárias para o efeito.
61.5 — Caso não seja possível determinar o TMDA de um Sublanço, direta ou indiretamente, a partir dos dados recolhidos nos termos do número anterior, considera-se como TMDA desse Sublanço a média do TMDA dos Su- blanços adjacentes.
61.6 — Os dados obtidos são mantidos, sem quaisquer restrições, à disposição do Concedente e da IP, que têm livre acesso aos locais onde estejam instalados os sistemas de controlo.
62 — Participações às autoridades públicas
A Concessionária obriga-se a participar às autoridades públicas competentes quaisquer atos ou factos ilegais ou ilícitos de que tenha conhecimento no âmbito das ativida- des objeto da Concessão.
CAPÍTULO XI
Portagens
SECÇÃO I
Disposições gerais
63 — Cobrança de taxas de portagem
63.1 — O Governo, mediante decreto-lei, identifica os Lanços e ou Sublanços da Autoestrada que passam a ficar sujeitos a um regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores, podendo prever diferenciações de taxas ou isenções de pagamento das mesmas a tráfegos locais.
63.2 — O Governo, mediante decreto-lei, pode excluir do regime de cobrança de taxas de portagem aos utiliza- dores qualquer dos Lanços e ou Sublanços da Autoestrada submetidos anteriormente a esse regime.
63.3 — Os diplomas a que se referem os anteriores devem, respetivamente, fixar as datas a partir das quais se inicia, altera ou cessa a cobrança de taxas de portagem.
63.4 — A instalação, a operacionalização e a manuten- ção do sistema e dos equipamentos necessários à prestação e à gestão do serviço de cobrança de taxas de portagem na Autoestrada por todo o período da Concessão são da responsabilidade da Concessionária, salvo nos casos em que se verifique a cessão da posição contratual a que se refere a cláusula 86.ª
64 — Procedimento prévio à introdução de um regime de cobrança de taxas de portagem
64.1 — No caso de se pretender introduzir um regime de cobrança de taxas de portagem em Lanços e ou Sublanços da Autoestrada, o Concedente deve, previamente, solicitar à Concessionária a elaboração de uma proposta que con- temple, designadamente:
a) Os custos da instalação e da manutenção;
b) O prazo de execução do investimento;
c) As condições de pagamento;
d) As condições da operacionalização do sistema de cobrança de taxas de portagem;
e) A revisão da remuneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem prevista na alínea a) da cláusula 73.ª
64.2 — A Concessionária deve apresentar ao Conce- dente a proposta a que se refere o número anterior no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da solicitação aí re- ferida, tendo lugar, em seguida, um processo negocial com base na proposta apresentada, o qual deve estar concluído no prazo de 60 (sessenta) dias a contar do seu início.
64.3 — Alcançado o acordo entre as Partes sobre a to- talidade dos respetivos termos e condições, no âmbito do processo negocial referido no número anterior, pode ser determinada, nos termos previstos na cláusula anterior, a introdução de um regime de cobrança de taxas de portagem nos Lanços e ou Sublanços em causa.
64.4 — Findo o período negocial previsto no n.º 64.2. sem que seja alcançado o acordo entre as Partes sobre a totalidade dos respetivos termos e condições, pode ser determinada, nos termos previstos na cláusula anterior, a introdução de um regime de cobrança de taxas de portagem nos Lanços e ou Sublanços em causa.
64.5 — Para efeitos do disposto no número anterior, o Concedente notifica a Concessionária, conferindo-lhe prazo adequado para diligenciar no sentido da contratação, nas condições que venham a ser definidas pelo Concedente, dos equipamentos necessários à execução das atividades previstas no n.º 64.1., findo o qual a Concessionária dispõe do prazo de 6 (seis) meses para dar início à cobrança de taxas de portagem nos Lanços e ou Sublanços identifica- dos, sendo os pagamentos inerentes a esta contratação da responsabilidade do Concedente.
64.6 — Em caso de cessão da posição contratual da Concessionária no Contrato de Prestação de Serviços, é obrigatória a presença e a intervenção da sociedade ces- sionária no procedimento previsto na presente cláusula, podendo a Concessionária nela delegar a prática de qual- quer ato relativo a esse mesmo procedimento.
64.7 — O procedimento regulado na presente cláusula não é aplicável na medida em que a cobrança de taxas de portagem aos utentes dos Lanços e ou Sublanços em causa deva ser efetuada com recurso aos sistemas e equipamentos identificados no Anexo 25.
SECÇÃO II
Sistema de cobrança de taxas de portagem
65 — Sistema de cobrança de taxas de portagem
65.1 — O sistema de cobrança de taxas de portagem desenvolve-se segundo uma solução exclusivamente ele- trónica do tipo Free Flow (FF), conforme definido no Anexo 23, sem prejuízo de eventuais evoluções tecno- lógicas a introduzir no sistema por acordo com o Con- cedente.
65.2 — As formas de pagamento das taxas de portagem devem ser compatíveis com os sistemas de pagamento em vigor na rede nacional concessionada, incluindo as modalidades legalmente previstas ou outras que o Con- cedente autorize, nomeadamente através de pagamento por débito em conta, de pagamento através de sistema de pré-pagamento, identificando ou não o utente, bem como de pós-pagamento, neste caso acrescido de um Custo Ad- ministrativo.
65.3 — O sistema de cobrança de taxas de portagem tem de permitir, designadamente:
a) A interoperabilidade com o sistema eletrónico de cobrança de taxas de portagem atualmente em utilização em Portugal;
b) A compatibilidade com o disposto na Diretiva n.º 2004/52/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, sobre interoperabilidade dos sis- temas de cobrança eletrónica de taxas de portagem, e na Lei n.º 30/2007, de 6 de agosto, bem como no Decreto-Lei
n.º 112/2009, de 18 de maio, alterado pela Lei n.º 46/2010, de 7 de setembro, e no Decreto-Lei n.º 113/2009, de 18 de maio.
65.4 — O sistema de cobrança de taxas de portagem obedece a um plano de controlo de qualidade e a um ma- nual de operação e manutenção específicos, nos termos definidos no Contrato de Prestação de Serviços.
SECÇÃO III
Tarifas e taxas de portagem
66 — Tarifas e taxas de portagem
66.1 — Para efeito da aplicação das tarifas de portagem, as classes de veículos são, por ordem crescente do respetivo valor tarifário, as seguintes:
Classe | Designação |
1 2 3 4 | Motociclos e veículos com uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, inferior a 1,1 m, com ou sem reboque Veículos com dois eixos e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 m Veículos com três eixos e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 m Veículos com mais de três eixos e uma altura, medida à ver- tical do primeiro eixo, igual ou superior a 1,1 m |
66.2 — Os veículos ligeiros de passageiros e mistos, tal como definidos no Código da Estrada, com 2 (dois) eixos, peso bruto superior a 2 300 kg e inferior ou igual a 3 500 kg, com lotação igual ou superior a 5 (cinco) lugares e uma altura, medida à vertical do primeiro eixo do veículo, igual ou superior a 1,10 m e inferior a 1,30 m, desde que não apresentem tração às 4 (quatro) rodas permanente ou inserível, pagam a tarifa de portagem relativa à classe 1, quando os seus utilizadores:
a) Sejam aderentes a um serviço eletrónico de co- brança;
b) Façam prova, perante a entidade gestora do respetivo sistema eletrónico de cobrança e mediante apresentação de documento oficial emitido pela entidade competente, do preenchimento dos requisitos exigidos neste número.
66.3 — A relação entre o valor das tarifas de portagem das classes 2, 3 e 4 e a tarifa da classe 1, a definir pelo ME, não pode ser superior a, respetivamente, 1,75 (um vírgula setenta e cinco), 2,25 (dois vírgula vinte e cinco) e 2,5 (dois vírgula cinco).
66.4 — As taxas de portagem para as classes de veículos definidas nos n.os 66.1. e 66.2. correspondem ao produto da aplicação das tarifas de portagem ao comprimento efetivo de cada Sublanço ou conjunto de Sublanços onde seja aplicada, arredondado ao hectómetro, acrescido do IVA que seja aplicável à taxa em vigor.
66.5 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as taxas de portagem que a Concessionária está autorizada a cobrar têm como base a tarifa de referência para a classe 1, calculada de acordo com a fórmula indicada no n.º 67.1., reportada a dezembro de 2006, e que é de € 0,06671, não incluindo IVA.
66.6 — Por determinação do Concedente, e tendo em vista a prestação do melhor serviço aos utentes e o inte-
resse público, as taxas de portagem podem ser objeto de variação, designadamente em função da hora do dia em que sejam cobradas, de zonas especiais ou de passagens regulares e frequentes do mesmo veículo.
66.7 — A cada Transação corresponde uma taxa de por- tagem, devendo a Concessionária proceder à cobrança de uma taxa de portagem única, agregando várias Transações, no caso de as mesmas corresponderem de forma coerente e integrada a uma só Viagem.
66.8 — A Concessionária tem direito a cobrar aos uten- tes, além da taxa de portagem, os Custos Administrativos a que haja lugar, nos termos da legislação e regulamentação aplicáveis.
67 — Atualização das tarifas de portagem
67.1 — As tarifas de portagem podem ser atualizadas, anualmente, no primeiro mês de cada ano civil, por des- pacho do ME, tendo em atenção a evolução do IPC, de acordo com a expressão seguinte:
sendo:
td(1) = valor para a data d da tarifa atualizada por Su- blanço e para a classe de veículos 1;
tv(1) = valor da tarifa em vigor por Sublanço, ou da tarifa de referência no caso de Sublanço sem tarifa em vigor, para a classe de veículos 1;
IPC(p) = valor do último IPC publicado;
p = mês a que se refere o último IPC publicado;
n = número de meses decorridos entre a data da última atualização tarifária, ou dezembro de 2006 no caso de Su- blanço sem tarifa em vigor, e a pretendida para a entrada em vigor da nova tarifa;
IPC(p-n) = valor do IPC relativo ao mês (p-n).
67.2 — A IP, após parecer da IGF, deve comunicar à Concessionária o valor das novas tarifas de portagem com uma antecedência mínima de 15 (quinze) dias relativa- mente à data da entrada em vigor das mesmas.
68 — Não pagamento de taxas de portagem
O não pagamento ou o pagamento viciado de taxas de portagem devidas nos Lanços e ou nos Sublanços que in- tegram a Concessão é sancionado nos termos previstos nas disposições legais e regulamentares aplicáveis, incluindo aquelas que regulem as competências e os poderes que assistem nesta matéria aos agentes de fiscalização, nome- adamente da Concessionária ou da sociedade cessionária, em caso de cessão da posição contratual nos termos da cláusula 86.ª
69 — Isenções de pagamento de taxas de portagem
69.1 — Estão isentos do pagamento de taxas de por- tagem os veículos afetos às seguintes entidades ou orga- nismos:
a) Presidente da República;
b) Presidente da Assembleia da República;
c) Presidentes do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas;
d) Membros do Governo;
e) Procurador-Geral da República;
f) Veículos afetos ao Comando da GNR ou da PSP e veículos das forças de segurança afetos à fiscalização do trânsito;
g) Veículos de proteção civil, de bombeiros, ambulân- cias e outros veículos de emergência a estes equiparáveis, quando devidamente identificados;
h) Veículos militares ou das forças de segurança, quando em coluna;
i) Veículos da Concessionária ou da sociedade cessio- nária à qual esta haja cedido a sua posição contratual no Contrato de Prestação de Serviços, bem como os que se possam considerar no âmbito da sua atividade ou ao seu serviço, incluindo os veículos da Operadora;
j) Veículos afetos à IP, ao IMT, à IGF e à AMT, ou ao serviço destas entidades, no âmbito das respetivas funções de fiscalização;
l) Veículos afetos à ANSR — Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária, no âmbito das respetivas funções de planeamento, coordenação, controlo e fiscalização.
69.2 — Os veículos a que se refere o número anterior, com exceção dos indicados na alínea h), devem circular munidos dos respetivos títulos de isenção, a emitir pelo Concedente, nos termos do número seguinte.
69.3 — Apenas é considerado como título de isenção o dispositivo eletrónico associado à matrícula que se en- contre registado como isento para os efeitos previstos na presente cláusula.
69.4 — Salvo na medida do disposto no número se- guinte, os títulos de isenção previstos na presente cláusula têm um período de validade de 2 (dois) anos, renovável.
69.5 — Os títulos de isenção previstos na alínea i) do n.º 69.1. respeitantes a entidades inseridas no âmbito da atividade ou ao serviço da Concessionária ou da sociedade cessionária são concedidos pelo período de tempo estrita- mente necessário ao desempenho das atividades ou servi- ços em causa, não superior a 6 (seis) meses, renovável.
69.6 — A Concessionária ou, em caso de cessão da sua posição contratual no Contrato de Prestação de Serviços, a sociedade cessionária, envia, semestralmente, à IP lista atualizada das isenções referidas no número anterior que se encontrem em vigor.
69.7 — A Concessionária não pode conceder isenções de pagamento de taxas de portagem.
69.8 — A passagem de um veículo isento nos termos da presente cláusula não dá lugar a uma Transação nem é contabilizada na determinação da remuneração devida à Concessionária pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem, incluindo para os efeitos previstos no n.º 79.1.
SECÇÃO IV
Prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem
70 — Direito de cobrança de taxas de portagem
70.1 — A IP é titular, nos termos regulados no contrato de concessão celebrado entre esta e o Concedente, do di- reito de cobrança de taxas de portagem na rede concessio- nada, incluindo na Autoestrada, assumindo integralmente a IP o risco de tráfego associado a esse direito, sem prejuízo do disposto nas cláusulas 96.ªA e 96.ªB.
70.2 — As taxas de portagem devidas pelos utentes da Autoestrada constituem receita da IP, sem prejuízo do disposto nas cláusulas 85.ª, 96.ªA e 96.ªB.
71 — Serviço de cobrança de taxas de portagem
71.1 — Com vista à prestação do serviço regulado no presente capítulo, a Concessionária celebra com a IP o Contrato de Prestação de Serviços.
71.2 — Como contrapartida pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem, a Concessionária tem direito a receber da IP uma remuneração nos termos de- finidos no presente contrato e no Contrato de Prestação de Serviços.
71.3 — Na prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem é aplicável o disposto no presente contrato, no Contrato de Prestação de Serviços, nas normas legais e regulamentares aplicáveis às transgressões ocorridas nas infraestruturas rodoviárias, nos Decretos-Leis n.os 112/2009 e 113/2009, ambos de 18 de maio, e nas disposições legais e regulamentares aplicáveis, em cada momento, a esse serviço.
72 — Contrato de Prestação de Serviços
72.1 — O Contrato de Prestação de Serviços deve re- fletir, em cada momento, o disposto no presente contrato em matéria de prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem na Autoestrada.
72.2 — A IP assume, no âmbito do Contrato de Presta- ção de Serviços, todos os direitos e obrigações que para o Concedente decorrem do Contrato de Concessão relativa- mente às matérias incluídas no objeto daquele contrato, ca- bendo-lhe, designadamente, o pagamento da remuneração prevista na secção V do presente capítulo, a fiscalização da execução do contrato, a aplicação de deduções e multas contratuais, a execução da caução prestada nos termos dos n.os 72.4. e seguintes, a verificação das situações que con- duzam ao incumprimento, mora ou cumprimento defeitu- oso e a resolução do Contrato de Prestação de Serviços.
72.3 — O exato e pontual cumprimento, pela Conces- sionária ou pela sociedade cessionária, das obrigações estabelecidas no Contrato de Prestação de Serviços cons- titui cumprimento, pela Concessionária, das disposições do presente contrato que regulam a prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Au- toestrada.
72.4 — O exato e pontual cumprimento das obrigações assumidas no Contrato de Prestação de Serviços é garan- tido mediante prestação de caução nos termos definidos no Contrato de Prestação de Serviços, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
72.5 — A caução que venha a ser prestada identifica como beneficiária a IP, sendo o seu valor fixado em
€ 1 500 000 (um milhão e quinhentos mil euros).
72.6 — O valor da caução referida no número anterior é atualizado de 3 (três) em 3 (três) anos de acordo com os IPC publicados para os 3 (três) anos anteriores àquele em que a atualização ocorre.
72.7 — Caso a Concessionária proceda à cessão da sua posição contratual no Contrato de Prestação de Serviços, nos termos da cláusula 86.ª, na data da respetiva celebra- ção, a obrigação de prestar a caução prevista nos números anteriores é da sociedade cessionária, ficando a Conces- sionária totalmente liberada desta obrigação.
SECÇÃO V
Remuneração pela cobrança de taxas de portagem
SUBSECÇÃO I
Disposição geral
73 — Remuneração
A título de remuneração pela cobrança de taxas de por- tagem na Autoestrada, a Concessionária recebe da IP, nos termos previstos nas subsecções seguintes:
a) Um valor anual pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem;
b) Um valor pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada.
SUBSECÇÃO II
Remuneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem
74 — Montante e revisão
74.1 — O valor anual da remuneração pela disponibili- dade do sistema de cobrança de taxas de portagem, devida pela IP à Concessionária, encontra-se fixado no Contrato de Prestação de Serviços.
74.2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 74.12. e na cláusula 76.ª, o valor anual da remuneração pela disponi- bilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem é objeto de revisão, por acordo entre a IP e a Concessionária, a cada 7 (sete) anos, em função dos custos de substituição, de manutenção e dos custos operacionais do sistema de cobrança de taxas de portagem identificados no modelo financeiro anexo ao Contrato de Prestação de Serviços.
74.3 — A determinação do valor anual revisto da re- muneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, nos termos do número anterior, é efetuada, nos termos indicados no Contrato de Prestação de Serviços, sobre o modelo financeiro anexo a esse contrato, considerando, designadamente, os seguintes pressupostos:
a) Um limite máximo aplicável ao valor dos pagamen- tos relativos à remuneração anual pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, efetuados e a efetuar ao longo de todo o período da Concessão, a preços constantes de janeiro de 2015;
b) A redução do valor referido na alínea anterior em fun- ção de ganhos de eficiência históricos e ou da redução ou revisão do cronograma de investimentos de substituição;
c) A existência de mecanismos de partilha de benefí- cios que incentivem a Concessionária a gerar ganhos de eficiência.
74.4 — Para efeitos de determinação do valor anual revisto da remuneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, a Concessionária submete à IP, nos 90 (noventa) dias subsequentes ao termo de cada septénio, a seguinte informação:
a) Mapa de investimentos realizados no septénio ces- sante;
b) Mapa previsional dos investimentos a realizar ao longo de todo o período futuro da Concessão;
c) Custos de estrutura e de manutenção incorridos no septénio cessante;
d) Mapa previsional dos custos de estrutura e de ma- nutenção a realizar ao longo de todo o período futuro da Concessão;
e) Proposta de valor anual da remuneração pela dispo- nibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, a vigorar ao longo de todo o período futuro da Concessão, devidamente fundamentada através de uma proposta de modelo financeiro atualizado, nos termos previstos no Contrato de Prestação de Serviços.
74.5 — A IP pode solicitar à Concessionária a presta- ção, dentro de um prazo razoável fixado para o efeito, de quaisquer informações necessárias ou relevantes para a validação do modelo financeiro atualizado proposto nos termos do disposto no número anterior.
74.6 — Caso a IP e a Concessionária não cheguem a acordo quanto ao valor anual revisto da remuneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de por- tagem no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar da data da receção pela IP da proposta da Concessionária nos termos do n.º 74.4., podem estas recorrer ao mecanismo arbitral de resolução de conflitos previsto no Contrato de Prestação de Serviços.
74.7 — A IP pode igualmente recorrer ao mecanismo arbitral de resolução de conflitos previsto no Contrato de Prestação de Serviços no caso de a Concessionária injus- tificadamente não cumprir o prazo previsto no n.º 74.4..
74.8 — O valor anual da remuneração pela disponi- bilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem resultante de cada processo de revisão produz efeitos a partir do primeiro dia do ano civil subsequente ao termo de cada septénio.
74.9 — Para efeitos do disposto no disposto no número anterior, o primeiro septénio termina no dia 31 de dezem- bro de 2021.
74.10 — Enquanto não estiver definitivamente fixado um novo valor para a remuneração pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem mantém-se em vigor o valor vigente no período imediatamente prece- dente, devendo o acerto de contas decorrente da aplicação do disposto no n.º 74.8. ter lugar no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da decisão resultante do processo de revisão.
74.11 — Findo cada processo de revisão, o modelo financeiro atualizado substitui o modelo financeiro até então vigente, exceto se, nos termos definidos em anexo ao Contrato de Prestação de Serviços, não houver lugar a esta substituição.
74.12 — O valor total anual da remuneração pela dis- ponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem estabelecido na presente cláusula pode ser revisto caso haja lugar ao procedimento previsto na cláusula 64.ª e nos termos que venham a ser estabelecidos nesse âmbito.
75 — Regime de pagamento
75.1 — O pagamento da remuneração pela disponibili- dade do sistema de cobrança de taxas de portagem ocorre pela forma e datas em seguida indicadas:
a) Até ao final de cada um dos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro de cada ano são efetuados pagamentos por conta, todos de igual montante, correspondentes, na sua globalidade, a 80% (oitenta por cento) da remuneração anual prevista;
t0
b) Até ao final do mês de fevereiro de cada ano, é efe-
DisSC
= valor anual da remuneração pela disponi-
tuado um pagamento de reconciliação correspondente à diferença entre a remuneração relativa ao ano anterior, subtraída do montante das deduções por falhas de dispo- nibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem apuradas nos termos da cláusula 90.ª, e os pagamentos por conta efetuados nesse mesmo ano;
c) Até 15 (quinze) dias antes do termo do prazo esta- belecido na alínea anterior, a IP fornece à Concessionária os mapas que suportam o cálculo do pagamento da remu- neração anual do ano anterior;
d) Caso a comunicação a que se refere a alínea anterior não ocorra no prazo aí referido, o apuramento do montante do pagamento de reconciliação é efetuado sem considerar os efeitos das deduções por falhas na disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, os quais são refletidos num dos pagamentos por conta a serem efetu- ados durante o ano subsequente ao ano em que tenham ocorrido;
e) A Concessionária pode reclamar do montante apurado do pagamento de reconciliação no prazo de 30 (trinta) dias após a receção dos mapas referidos na alínea c).
75.2 — No caso de o termo da vigência do Contrato de Prestação de Serviços ocorrer em mês diverso do mês de dezembro são feitos os necessários ajustes ao cálculo da remuneração prevista na cláusula anterior, na proporção dos meses inteiros que decorram entre janeiro e esse mês, devendo o respetivo pagamento de reconciliação ocorrer até ao final do segundo mês subsequente.
75.3 — A determinação da parte responsável pelo paga- mento de reconciliação previsto na alínea b) do n.º 75.1. é feita da seguinte forma:
a) Se a soma dos pagamentos por conta de certo ano for superior à remuneração anual devida desse mesmo ano, cabe à Concessionária pagar à IP o montante respeitante ao pagamento de reconciliação;
b) Se a soma dos pagamentos por conta de certo ano for inferior à remuneração anual devida desse mesmo ano, cabe à IP pagar à Concessionária o montante respeitante ao pagamento de reconciliação.
75.4 — Em caso de mora no cumprimento das obriga- ções referidas na presente cláusula, há lugar ao pagamento de juros sobre o montante em dívida, calculados dia-a-dia à taxa Euribor para o prazo de 3 (três) meses, acrescida de 2 (dois) pontos percentuais, a contar do primeiro dia subsequente ao termo dos meses aí referidos e até integral pagamento.
76 — Atualização
76.1 — O valor anual da remuneração pela disponi- bilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem (“DisSC ”) é atualizado, no primeiro dia de cada ano civil,
nos segutintes termos:
em que:
t
DisSC = valor anual da remuneração pela disponibi- lidade do sistema de cobrança de taxas de portagem no ano t;
bilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem conforme definido no Contrato de Prestação de Serviços ou decorrente da aplicação do disposto nos n.os 74.2. e seguintes;
p
Dez2014
IPC = último IPC conhecido do ano t-1; IPC = IPC de dezembro de 2014.
76.2 — Nos anos em que ocorra a revisão prevista nos n.os 74.2. e seguintes, não há lugar à atualização prevista no número anterior.
76.3 — Ocorrendo a revisão prevista nos n.os 74.2. e seguintes, o valor anual revisto da remuneração pela dis- ponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem é atualizado, nos anos seguintes, de acordo com a fórmula prevista no número 76.1., ajustando-se para o efeito o IPC de referência para o mês de dezembro do ano anterior àquele em que se verifique essa revisão.
SUBSECÇÃO III
Remuneração pelo serviço de cobrança de taxas de portagem
77 — Período transitório
77.1 — Durante um período de 3 (três) meses a con- tar da data de início de produção de efeitos do Contrato de Prestação de Serviços, a remuneração pelo serviço de cobrança de taxas de portagem é objeto de um regime transitório, a fixar no Contrato de Prestação de Serviços.
77.2 — O prazo estabelecido no número anterior é pror- rogável por acordo entre as partes.
78 — Regime geral
78.1 — Findo o período transitório referido na cláusula anterior, a Concessionária passa a receber da IP uma re- muneração pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada, a determinar nos termos previstos nas cláusulas 79.ª a 81.ª
78.2 — A Concessionária compromete-se a colaborar ativamente com o Concedente no sentido da otimização do sistema de cobrança de taxas de portagem, tendo em vista a maximização das receitas líquidas de cobrança de taxas de portagem.
79 — Determinação do valor da remuneração pelo serviço de cobrança de taxas de portagem
79.1 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 85.ª, o valor devido a título de remuneração pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem corresponde ao valor unitário a que se refere o número seguinte mul- tiplicado pelo número de Transações Agregadas que dão origem a uma receita a ser entregue nos termos previstos no presente contrato, bem como pelo número de Transações Agregadas que se encontrem isentas de cobrança de taxas de portagem por força da aplicação de qualquer regime legal ou regulamentar aos utilizadores da Autoestrada.
79.2 — O valor unitário por Transação Agregada de- vido a título de remuneração pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem, depois de decorrido o período transitório, é determinado:
a) Em sede de revisão extraordinária do modelo tari- fário, no fim do período transitório, nos termos definidos no Contrato de Prestação de Serviços;
b) Em sede de revisão ordinária do modelo tarifário, a cada 3 (três) anos após o fim do período transitório, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
79.3 — O primeiro triénio inicia-se no dia seguinte ao do termo do período transitório e termina no dia 31 de dezembro do terceiro ano subsequente.
79.4 — O valor unitário por Transação Agregada resul- tante de cada processo de revisão produz efeitos a partir do primeiro dia do ano civil subsequente ao termo de cada triénio.
79.5 — A alteração do valor unitário por Transação Agregada, em sede de revisão ordinária ou extraordinária do modelo tarifário, deve tomar em consideração os se- guintes princípios:
a) A ponderação dos preços de mercado na aceitação da alteração;
b) A adequação dos valores a cobrar à evolução da eficácia e eficiência do sistema de cobrança de taxas de portagem como um todo, tendo em conta a experiência adquirida e as melhorias técnicas e processuais que forem sendo conseguidas;
c) O custeio baseado em atividades elaborado numa base de transparência de informação, que constitui referência obrigatória;
d) Os custos diretos das Transações Agregadas debita- dos por entidades de cobrança de taxas de portagem, os custos com o sistema de identificação eletrónica de veí- culos e os custos de operação do sistema FF necessários à individualização da Transação Agregada, com vista à sua boa cobrança;
e) A aplicação de um modelo de tarifa aditiva, devendo o valor unitário por Transação Agregada contemplar os preços a praticar por cada uma das entidades cujos serviços integram as componentes da cadeia de valor nas quais não existe livre concorrência;
f) O critério de repartição de risco definido nos termos previstos na cláusula 85.ª;
g) Os Custos Administrativos a cobrar aos utentes, re- lativos às Cobranças Secundária e Coerciva, bem como as coimas relativas à Cobrança Coerciva, contribuem para remunerar a Concessionária pelos custos adicionais de cobrança;
h) Os valores unitários dos Custos Administrativos e das coimas devem ser determinados de modo a que no agregado das Cobranças Secundária e Coerciva resulte para a Concessionária um equilíbrio entre:
i) O valor correspondente às receitas provenientes da re- muneração pelo serviço de cobrança de taxas de portagem, da cobrança de Custos Administrativos e da parte que lhe couber das coimas cobradas, nos termos da lei, e
ii) A soma dos custos associados a essas cobranças com a justa remuneração da Concessionária pelo serviço prestado, tendo por base o modelo da tarifa aditiva e a repartição de riscos e a partilha de benefícios acordadas.
80 — Procedimento de determinação do valor da remuneração pelo serviço de cobrança de taxas de portagem
80.1 — Dentro dos 30 (trinta) dias subsequentes ao termo dos prazos enunciados nas alíneas a) e b) do n.º 79.2., consoante o caso, a Concessionária dirige ao presidente do Conselho Diretivo do IMT um requerimento de aber- tura de procedimento obrigatório de conciliação para a determinação do valor unitário por Transação Agregada e
remete à IP cópia do referido requerimento e de todos os documentos que o instruem.
80.2 — O requerimento referido no número anterior deve ser instruído com os seguintes documentos:
a) Uma proposta de valor unitário por Transação Agre- gada;
b) Uma nota justificativa do valor proposto, que observe os princípios definidos no n.º 79.5. e o modelo de tarifa aditiva definido pela entidade com poderes de regula- mentação do sistema de cobrança eletrónica de taxas de portagem;
c) Outros elementos que venham a ser legal ou regula- mentarmente exigíveis.
80.3 — No prazo de 5 (cinco) dias a contar da apresen- tação do requerimento referido no n.º 80.1., o IMT notifica a XX xxxx, xx xxxxx xx 0 (xxxx) dias, se pronunciar sobre o teor do requerimento apresentado pela Concessionária e, querendo, apresentar contraproposta, instruída com os documentos identificados no número anterior.
80.4 — No termo do último prazo referido no número anterior, o IMT notifica a Concessionária e a IP para a primeira sessão de conciliação, a ter lugar no prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação.
80.5 — Na primeira sessão de conciliação, ou em mo- mento anterior, o IMT disponibiliza à Concessionária e à IP o seu parecer sobre o valor unitário por Transação Agregada a fixar, ponderando o teor do requerimento ini- cial da Concessionária e a pronúncia ou contraproposta da IP, devendo apresentar, indicativamente, um valor que considere adequado atendendo aos princípios estabelecidos no n.º 79.5. e ao modelo de tarifa aditiva definido.
80.6 — O procedimento obrigatório de conciliação deve estar concluído no prazo de 30 (trinta) dias a contar da primeira sessão de conciliação, no quadro de tantas sessões de conciliação quantas forem marcadas pelo IMT.
80.7 — O procedimento de conciliação é dirigido pelo presidente do Conselho Diretivo do IMT, ou por quem este delegar a competência para o efeito, que pode ser assesso- rado pelos técnicos ou peritos considerados necessários, devendo as partes no procedimento de conciliação ser representadas por 2 (dois) elementos cada uma.
80.8 — Havendo acordo quanto ao valor unitário por Transação Agregada para vigorar no período seguinte, é lavrado auto do qual devem constar todos os termos e condições do acordo, que é assinado pelos representantes da Concessionária e da IP, munidos de poderes bastantes para vincular as referidas entidades.
80.9 — Não havendo acordo quanto ao valor unitário por Transação Agregada dentro do período referido no número 80.6., o presidente do Conselho Diretivo do IMT entrega à Concessionária e à IP um auto por si assinado que descreva o desfecho do procedimento.
80.10 — Na situação referida no número anterior, a Concessionária e a IP podem recorrer ao mecanismo ar- bitral de resolução de conflitos previsto no Contrato de Prestação de Serviços.
80.11 — A Concessionária pode igualmente recorrer ao mecanismo arbitral de resolução de conflitos previsto no Contrato de Prestação de Serviços, no caso de o IMT injustificadamente não cumprir os prazos previstos nos números anteriores.
81 — Atualização
O valor unitário por Transação Agregada é atualizado no primeiro dia de cada ano civil proporcionalmente à variação homóloga do último IPC conhecido relativamente ao mesmo mês do ano anterior, exceto nos anos em que produz efeitos a revisão, ordinária ou extraordinária, desse valor.
82 — Pagamento
82.1 — Nos 5 (cinco) dias úteis subsequentes ao termo de cada mês, a Concessionária emite uma fatura correspon- dente ao valor da remuneração pela prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem que lhe seja devida, suportada nos respetivos justificativos.
82.2 — A fatura, emitida nos termos previstos no nú- mero anterior, imediatamente subsequente a cada uma das entregas referidas na alínea b) do n.º 84.2. inclui uma reconciliação dos valores faturados posteriormente às en- tregas a que se refere a alínea a) desse mesmo n.º 84.2..
82.3 — Sem prejuízo do disposto nos números seguin- tes, a IP procede ao pagamento dos valores faturados pela Concessionária nos 10 (dez) dias úteis subsequentes à receção das faturas elaboradas nos termos do n.º 82.1..
82.4 — Nos 60 (sessenta) dias seguintes à receção de cada fatura, a IP deve pronunciar-se sobre a respetiva con- formidade, no todo ou em parte, apenas se considerando a mesma aceite se não houver oposição fundamentada dentro daquele prazo.
82.5 — No caso de não aceitar o valor faturado pela Concessionária, a IP, no prazo referido no número ante- rior, notifica aquela do facto, devendo fundamentar a sua decisão.
82.6 — Ocorrendo a situação prevista no número ante- rior e havendo acordo entre as Partes, o pagamento do res- petivo diferencial, caso exista, deve ocorrer no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da data em que se registe o acordo.
82.7 — Não tendo existido acordo nos termos previstos no número anterior até ao termo do prazo de 30 (trinta) dias contados da receção da notificação referida no n.º 82.5. qualquer uma das Partes pode recorrer ao processo de ar- bitragem previsto no Contrato de Prestação de Serviços.
SECÇÃO VI
Receitas próprias da Concessionária
83 — Receitas próprias da Concessionária
Para além da remuneração prevista na cláusula 73.ª, constituem receitas próprias da Concessionária no âmbito da prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem:
a) Os Custos Administrativos;
b) O produto das coimas, nos termos da lei;
c) O produto da partilha de benefícios que lhe possa caber nos termos previstos na cláusula 85.ª
SECÇÃO VII
Receitas relativas às taxas de portagem
84 — Entrega das Receitas de Portagem
84.1 — Cada Transação Agregada dá origem ao registo de uma receita de portagem, da titularidade da IP, sem prejuízo do disposto nas cláusulas 96.ªA e 96.ªB.
84.2 — No âmbito da prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem, a Concessionária procede à entrega à IP, salvo se diversamente estipulado no presente Contrato de Concessão:
a) Semanalmente, no segundo dia útil, do montante de taxas de portagem decorrentes das Cobranças Primária e Secundária efetivamente recebido na semana antece- dente;
b) Até ao sétimo dia útil de cada mês, do montante de taxas de portagem recebido no mês antecedente e ainda não entregue nos termos da alínea anterior.
84.3 — Os termos e condições do procedimento de entrega de receitas previsto na presente cláusula, nos quais se incluem, designadamente, o prazo para envio das Transações Agregadas e as condições de submissão à IP de informação relativa às respetivas transferências, são regulados no Contrato de Prestação de Serviços.
85 — Repartição de risco de cobrança e partilha de benefícios do serviço de cobrança de taxas de portagem
A metodologia de repartição de riscos e de partilha de benefícios é definida no contexto do procedimento de revisão, ordinária ou extraordinária, do modelo tarifário e tem em conta o risco de cobrança transferido, bem como o potencial de melhoria de eficácia face ao histórico de cobranças, custos e despesas verificados no período an- terior.
SECÇÃO VIII
Cessão da posição contratual
86 — Cessão da posição contratual da Concessionária
86.1 — Nos termos previstos no presente contrato e no Contrato de Prestação de Serviços, a Concessionária pode ceder a sua posição contratual no Contrato de Prestação de Serviços a uma entidade por ela escolhida, mediante au- torização da IP, a qual se considera tacitamente concedida quando não seja recusada no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da submissão do respetivo pedido instruído com todos os elementos necessários à sua apreciação.
86.2 — O pedido referido no número anterior apenas pode ser recusado pela IP em caso de:
a) Incumprimento do disposto na cláusula seguinte;
b) Verificação de algum dos impedimentos referidos no artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos.
86.3 — Por força da cessão da posição contratual pre- vista na presente cláusula, transmitem-se para a sociedade cessionária, todos os direitos e obrigações assumidos pela Concessionária ao abrigo do Contrato de Prestação de Serviços e do presente contrato com respeito à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem.
86.4 — Sem prejuízo do disposto no n.º 72.7., a eficá- cia da cessão da posição contratual prevista na presente cláusula depende da prestação de caução pela sociedade cessionária, nos termos previstos no Contrato de Prestação de Serviços e em substituição da que haja sido prestada pela Concessionária.
86.5 — A sociedade cessionária não pode, por sua vez, ceder a posição contratual que assuma nos termos previs- tos na presente cláusula, nem realizar qualquer negócio jurídico que vise atingir ou tenha por efeito, mesmo que indireto, idêntico resultado.
86.6 — Efetuada a cessão da posição contratual prevista na presente cláusula, a Concessionária:
a) Autoriza a entrada na Concessão à sociedade ces- sionária e às demais entidades por esta indicadas com responsabilidade na realização das atividades e dos traba- lhos necessários à execução do Contrato de Prestação de Serviços, prestando-lhes a melhor colaboração com vista ao cumprimento pela sociedade cessionária das obrigações resultantes daquele contrato e à observância por esta das normas aplicáveis e das adequadas regras de segurança de execução dos trabalhos;
b) Confere à sociedade cessionária o direito de utilizar e manter as instalações e equipamentos de via de cobrança de taxas de portagem que integram a Concessão com vista ao cumprimento das obrigações emergentes do Contrato de Prestação de Serviços, incluindo no que respeita às atualizações de tais instalações e equipamentos.
86.7 — Na hipótese prevista na presente cláusula, a Concessionária não é responsabilizada nem assume qual- quer responsabilidade pelo incumprimento do Contrato de Prestação de Serviços por parte da sociedade cessionária, nos termos previstos nesse contrato.
87 — Sociedade cessionária
87.1 — A sociedade cessionária tem como objeto social exclusivo, ao longo de todo o período em que seja parte no Contrato de Prestação de Serviços, a operação e ma- nutenção de infraestruturas rodoviárias e o exercício de atividades conexas, devendo manter, ao longo do mesmo período, a sua sede em Portugal e a forma de sociedade anónima, regulada pela lei portuguesa.
87.2 — Todas as ações representativas do capital social da sociedade cessionária são obrigatoriamente nominativas.
87.3 — Podem quaisquer terceiros deter ações da so- ciedade cessionária, desde que os acionistas existentes na data da cessão da posição contratual detenham o respetivo domínio, em conjunto, e enquanto seus acionistas, dire- tos ou indiretos, nos termos previstos no artigo 486.º do Código das Sociedades Comerciais, sem prejuízo de a IP poder dispensar a verificação destes requisitos.
87.4 — Os custos e os proveitos da atividade exercida pela sociedade cessionária em execução do Contrato de Prestação de Serviços devem ser individualizados em um ou mais centros de custo autónomos e específicos.
88 — Licenças, autorizações e seguros
A sociedade cessionária deve ser titular de todas as li- cenças, autorizações e seguros necessários ou adequados ao exercício das atividades integradas no objeto do Contrato de Prestação de Serviços, observando todos os requisitos necessários à manutenção em vigor dos mesmos.
SECÇÃO IX
Incumprimento e extinção
89 — Incumprimento da prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem
89.1 — Salvo nos casos previstos no número seguinte e na cláusula 90.ª, o incumprimento de quaisquer deveres ou obrigações emergentes do Contrato de Prestação de Serviços ou das determinações da IP emitidas naquele âmbito pode ser sancionado, por decisão da IP, através da
aplicação de multas contratuais cujo montante, em função da gravidade da falta, varia entre € 1 000 (mil euros) e
€ 50 000 (cinquenta mil euros).
89.2 — Sem prejuízo do disposto na cláusula 96.ªA, o atraso, imputável à Concessionária ou à sociedade cessio- nária, no cumprimento das obrigações pecuniárias estabe- lecidas no Contrato de Prestação de Serviços confere à IP o direito aos juros de mora sobre o montante em dívida, a liquidar na data da respetiva entrega, calculados dia-a-dia à taxa Euribor para o prazo de 3 (três) meses, acrescida de 2 (dois) pontos percentuais, a contar do primeiro dia subsequente àquele em que a entrega do montante em causa seja devida e até integral pagamento.
89.3 — As sanções previstas no n.º 89.1. têm a natureza de cláusula penal indemnizatória, sem prejuízo de indem- nização pelo dano excedente.
89.4 — Sem prejuízo da aplicação das sanções previstas nos números anteriores e na cláusula seguinte, em caso de incumprimento grave, pela Concessionária ou pela socie- dade cessionária, das obrigações emergentes do Contrato de Prestação de Serviços, a IP pode, mediante sequestro, e nos termos definidos no mencionado contrato, tomar a seu cargo o cumprimento das referidas obrigações, sus- pendendo-se concomitantemente os pagamentos devidos a título de remuneração, com exceção dos já vencidos à data do sequestro.
89.5 — Sem prejuízo de outros direitos que lhe assistam, a IP pode resolver o Contrato de Prestação de Serviços em caso de incumprimento grave e reiterado, por parte da Concessionária ou da sociedade cessionária, das obri- gações nele estabelecidas, designadamente, nas seguintes situações:
a) Xxxxxx, imputável à Concessionária ou à sociedade cessionária, superior a 3 (três) dias úteis seguidos ou a 10 (dez) dias úteis interpolados no mesmo ano, na entrega das Receitas de Portagem nos termos da cláusula 84.ª;
b) Caso a sociedade cessionária ceda a sua posição contratual ou proceda à subcontratação de terceiros com efeito equivalente.
89.6 — A decisão de resolução do Contrato de Presta- ção de Serviços, nos termos previstos no número anterior, produz efeitos a partir da data fixada pela IP, a qual não pode ser superior a 30 (trinta) dias a contar da receção, pela Concessionária ou pela sociedade cessionária, em caso de cessão da posição contratual, da declaração de resolução emitida pela IP.
89.7 — Durante o período referido no número anterior, a Concessionária ou a sociedade cessionária, em caso de cessão da posição contratual, fica obrigada a assegurar o perfeito e pontual cumprimento da execução do Contrato de Prestação de Serviços, não podendo ser interrompida a prestação dos serviços de cobrança de taxas de porta- gem.
89.8 — O incumprimento, pela Concessionária ou pela sociedade cessionária, em caso de cessão da posição con- tratual, do Contrato de Prestação de Serviços não afeta, de qualquer forma e em caso algum, o Contrato de Con- cessão, não relevando para efeitos da execução, validade e vigência do presente contrato e não constituindo, desig- nadamente, fundamento de aplicação de penalidades e ou deduções, sequestro ou de resolução deste contrato pelo Concedente.
90 — Indisponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem
90.1 — A disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem consiste na capacidade de os pontos de cobrança que o integram registarem os elementos relativos à passagem de viaturas, nos termos do presente contrato e do Contrato de Prestação de Serviços.
90.2 — A indisponibilidade de um ponto de cobrança consiste na sua incapacidade de detetar as viaturas que o transpõem, de tal forma que não seja possível identificar ou reconstituir os elementos necessários ao estabelecimento da respetiva Transação Agregada.
90.3 — A Concessionária assume um nível de disponi- bilidade dos seus pontos de cobrança de 99,3 % (noventa e nove vírgula três por cento), nos termos previstos no Contrato de Prestação de Serviços, medidos numa base anual, em que a disponibilidade dos pontos de cobrança é calculada pela razão entre (i) o somatório dos intervalos de tempo em que os equipamentos não apresentam falhas que afetem o registo dos dados de passagem de veículos que permitam a boa cobrança e (ii) o intervalo de tempo de referência.
90.4 — A Concessionária deve dispor de um sistema de informação que, nos termos estabelecidos no Contrato de Prestação de Serviços, permita confirmar o cumprimento do nível de disponibilidade estabelecido no número an- terior.
90.5 — Verificando-se um nível de disponibilidade infe- rior ao previsto no número 90.3., é aplicada uma dedução calculada nos termos da fórmula seguinte:
sendo:
caducidade do direito à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada e a eliminação desse mesmo serviço do objeto da Concessão nos termos previstos no n.º 5.3..
91.3 — O Contrato de Prestação de Serviços regula os direitos e obrigações das partes em resultado do respetivo termo.
CAPÍTULO XII
Outros direitos do Concedente
92 — Contratos do Projeto
92.1 — Carecem de aprovação prévia do Concedente, sob pena de nulidade, a substituição, modificação ou re- solução dos Contratos do Projeto, bem como a celebração pela Concessionária de qualquer negócio jurídico que tenha por objeto as matérias reguladas pelos mesmos.
92.2 — A aprovação do Concedente deve ser comu- nicada à Concessionária no prazo de 120 (cento e vinte) dias, no caso dos Contratos de Financiamento, e de 60 (sessenta) dias, nos demais casos, devendo estes prazos contar-se a partir da data da receção do respetivo pedido que se mostre acompanhado de toda a documentação que o deva instruir, suspendendo-se aquele prazo com a soli- citação pelo Concedente de pedidos de esclarecimento e até que estes sejam prestados.
92.3 — Decorridos os prazos referidos no número ante- rior, a aprovação considera-se tacitamente concedida.
92.4 — Sem prejuízo das obrigações e responsabili- dades diretamente assumidas perante o Concedente, ou de que este seja beneficiário, pelos terceiros que são ou venham a ser parte de algum ou alguns dos contratos es- tabelecidos pela Concessionária com vista ao desenvolvi- mento das atividades integradas na Concessão, incluindo,
Ded = montante correspondente à dedução relativa à
nomeadamente, os Contratos do Projeto, e do disposto nos
indispont ibilidade dos pontos de cobrança no ano t;
i = ponto de cobrança i, que compreende todo o equipa- mento instalado num determinado ponto da via e utilizado na recolha das evidências das passagens de veículos por esse ponto;
y = classe do veículo;
Hi = número ou fração de horas em que o ponto de cobrança i, tendo em conta o número de vias por ele abran- gidas, se encontra indisponível superior ao valor máximo admitido de acordo com o definido no n.º 90.3.;
TMDAy = TMDA para a classe y registado no ano t;
Ty = taxa de portagem por classe estipulada para o ano
n e para o ponto de cobrança i.
90.6 — O valor da dedução decorrente da aplicação do disposto no número anterior é subtraído ao pagamento de reconciliação previsto na alínea b) do n.º 75.1..
SECÇÃO X
Termo do Contrato de Prestação de Serviços
91 — Termo do Contrato de Prestação de Serviços
91.1 — O Contrato de Prestação de Serviços caduca no Termo da Concessão.
91.2 — O termo do Contrato de Prestação de Serviços, por qualquer motivo, antes do Termo da Concessão, deter- mina, a partir da data da respetiva produção de efeitos, a
n.os 86.7. e 89.8., a Concessionária é sempre responsável direta perante o Concedente pelo cumprimento de todas as obrigações assumidas no Contrato de Concessão.
92.5 — A Concessionária assegura-se de que os contra- tos a que se refere o número anterior contenham cláusula que exprima o assentimento das contrapartes ao efeito jurídico aí descrito.
92.6 — Sempre que, nos termos dos contratos a que se refere o n.º 92.4., for ao Concedente permitido o exercício direto de direitos perante os terceiros que neles são partes outorgantes, pode este optar livremente por exercer tais direitos diretamente sobre tais terceiros ou sobre a Con- cessionária.
92.7 — Quando o Concedente opte por exercer os direi- tos referidos no número anterior sobre a Concessionária, esta apenas pode opor-lhe os meios de defesa que nesses contratos estejam previstos, ou deles resultem, na medida em que o uso ou o efeito de tais meios não procrastine, impeça ou torne excessivamente oneroso para o Conce- dente ou excessivamente difícil para a Concessionária o cumprimento pontual das obrigações decorrentes do Contrato de Concessão.
92.8 — O Termo da Concessão importa a extinção ime- diata dos Contratos do Projeto, sem prejuízo do disposto em contrário no presente contrato, e dos acordos que o Concedente tenha estabelecido ou venha a estabelecer diretamente com as respetivas contrapartes.
92.9 — O disposto no número anterior em nada preju- dica a vigência dos Contratos de Financiamento no que se
refere às relações jurídicas entre as Entidades Financiado- ras e a Concessionária.
93 — Outras autorizações do Concedente
93.1 — Carecem igualmente de autorização expressa do Concedente, sob pena de nulidade, a suspensão, a substi- tuição, o cancelamento ou a modificação dos documentos referentes a:
a) Seguros referidos na cláusula 100.ª, com exceção do respetivo cancelamento ou suspensão por não pagamento de prémios ou a renegociação dos seus termos, desde que tal não implique a redução da cobertura e ou do respetivo capital e ou alteração dos beneficiários;
b) Garantias prestadas a favor do Concedente;
c) Garantias prestadas pelos membros do ACE a favor da Concessionária.
93.2 — As seguradoras que emitam as apólices referidas na cláusula 100.ª devem comunicar ao Concedente com, pelo menos, 45 (quarenta e cinco) dias de antecedência, a sua intenção de cancelar ou suspender tais apólices por não pagamento dos respetivos prémios.
93.3 — A Concessionária assegura-se de que os con- tratos e documentos a que se refere o n.º 93.1 contenham cláusula que exprima o assentimento das respetivas con- trapartes ou emitentes ao efeito jurídico aí, e no número anterior, descrito.
94 — Autorizações, aprovações e outros atos do Concedente
94.1 — Compete ao MEF e ao ME, mediante despa- cho conjunto, a aprovação ou a autorização dos seguintes atos:
a) A alteração do objeto social da Concessionária;
b) O desenvolvimento, pela Concessionária, dentro dos limites físicos da Concessão, de outras atividades para além das integradas na Concessão nos termos do presente contrato;
c) O desenvolvimento, pela Concessionária, fora do âmbito e dos limites físicos da Concessão, de outras ati- vidades;
d) A alteração da hierarquia dos Membros do Agrupa- mento no capital da Concessionária;
e) A redução do capital social da Concessionária;
f) A transmissão das ações da Concessionária, nos casos e nos termos previstos na cláusula 15.ª;
g) A concretização de uma operação de Refinanciamento da Concessão;
h) As autorizações previstas nas cláusulas 92.ª e 93.ª;
i) O trespasse da Concessão;
j) As alterações às condições das apólices de seguros, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 93.1..
94.2 — Sem prejuízo de outro regime expressamente estabelecido, as autorizações ou as aprovações previstas no número anterior devem ser expressas e escritas.
94.3 — Sem prejuízo de outras situações expressa- mente previstas, compete, conjuntamente, ao MEF e ao ME o exercício dos poderes do Concedente em matéria de resgate, de sequestro e de resolução do presente con- trato, bem como de reposição do equilíbrio financeiro da Concessão.
94.4 — As autorizações ou aprovações a emitir pelo Concedente nos termos das cláusulas 92.ª e 93.ª ou as suas
eventuais recusas não implicam a assunção, por ele, de quaisquer responsabilidades nem exoneram a Concessio- nária do cumprimento pontual das obrigações assumidas no presente contrato.
95 — Instalações de terceiros
95.1 — Quando, ao longo do período da Concessão, se venha a mostrar necessário o atravessamento da Au- toestrada por quaisquer instalações ou redes de serviço público, a Concessionária deve permitir a sua instalação e ou manutenção, a qual tem de ser levada a cabo de forma a causar a menor perturbação possível à circulação na Autoestrada.
95.2 — A forma e os meios de realização e conser- vação das instalações a que se refere o número anterior devem ser estabelecidos em contratos a celebrar entre a Concessionária e as entidades responsáveis pela gestão dos serviços em causa, as quais devem suportar os custos da sua realização e demais compensações eventualmente devidas à Concessionária pela sua conservação.
95.3 — Os contratos referidos no número anterior, bem como quaisquer alterações aos mesmos, carecem de apro- vação expressa e prévia do Concedente, que não deve ser injustificadamente recusada e que deve ser comunicada à Concessionária nos 30 (trinta) dias úteis seguintes ao respetivo pedido de autorização.
CAPÍTULO XIII
Pagamentos pela disponibilidade da Autoestrada e partilha de benefícios
96 — Remuneração pela disponibilidade da Autoestrada
96.1 — Como contrapartida pelo desenvolvimento das atividades previstas nos n.os 5.1. e 5.2., a Concessionária recebe uma remuneração anual calculada nos termos da fórmula seguinte:
em que:
t
t
R = remuneração anual da Concessionária no ano t; Dis = componente da remuneração anual relativa à dis-
ponibilidade da Autoestrada verificada no ano t, calculada nos termos do n.º 96.2.;
t
Ded = componente correspondente às deduções a efe- tuar em virtude da ocorrência de falhas de disponibilidade no ano t, calculada nos termos do n.º 96.3.;
t
t
Sin = montante correspondente à dedução ou incre- mento imposto em resultado da evolução dos índices de sinistralidade no ano t, calculado nos termos dos n.os 96.5. a 96.8., com o limite de 2 % (dois por cento) da compo- nente da remuneração anual relativa à disponibilidade da Autoestrada (Dis );
t
Cf = compensação fiscal, adicional e eventual, com relação a variações na tributação referente ao ano t, a favor do Concedente ou da Concessionária, consoante aplicável, nos termos do n.º 96.10. e da cláusula 22.ª;
t
Pa = pagamento anual, adicional e eventual, a efetuar pelo Concedente, decorrente da partilha de receitas de cobrança de taxas de portagem no ano t, nos termos do n.º 96.10. e da cláusula 96.ªB.
96.2 — O apuramento da componente da remuneração anual relativa à disponibilidade da Autoestrada (Dis ), a que se refere o número anterior, é efetuado nos termost da
fórmula seguinte:
em que:
tdi = valor da tarifa diária de disponibilidade do ano t, a preçt os constantes de dezembro de 2013, de acordo com o previsto no Anexo 24;
nd = número de dias do ano t em que a Concessão se encont trou em serviço;
em que:
IS (CONPOR) = índice de sinistralidade de todas as concet ssões com portagem real para o ano t;
ISt(concessão portagem ) = índice de sinistralidade de cada uma das concessões ci om portagem real em opera- ção;
L = extensão dos lanços em serviço de cada uma das conci essões com portagem real, expresso em quilóme- tros;
c) O índice de sinistralidade ponderado calcula-se nos seguintes termos:
IPC
IPCDezt-1
= IPC a dezembro do ano t-1;
= IPC a dezembro de 2013;
em que:
x = 0D,e9z20013(zero vírgula noventa).
96.3 — O montante total das deduções a efetuar em cada ano em virtude da ocorrência de falhas de disponibilidade (Ded ), a que se refere o n.º 96.1., é calculado de acordo
com at seguinte fórmula:
IS (ponderado) = índice de sinistralidade ponderado para to ano t;
IS (Conc) = índice de sinistralidade da Concessão para o anot t;
t
IS (CONPOR) = índice de sinistralidade de todas as concessões com portagem real para o ano t.
96.6 — Sempre que se verifique:
a) IS (Conc)<IS (ponderado), o Concedente soma à
em que:
F(Dis) = montante correspondente à dedução diária imposta etm resultado da ocorrência de falhas de disponi- bilidade no ano t, calculada nos termos do n.º 96.19.
96.4 — Considera-se existir uma falha de disponibili- dade quando se verificar alguma das condições de indispo- nibilidade definidas nos n.os 96.14. a 96.19, considerando o disposto nos n.os 96.22 e 96.23.
96.5 — O montante relativo à dedução ou ao incre- mento imposto em resultado da evolução dos índices de sinistralidade (Sin ), a que se refere o n.º 96.1., é calculado
de acordo com as tfórmulas seguintes:
a) O índice de sinistralidade da Concessão calcula-se nos seguintes termos:
em que:
t
IS (Conc) = índice de sinistralidade da Concessão para o ano t;
t
N = número de acidentes no ano t, com vítimas (mortos e ou feridos), registados nos Sublanços da Concessão pela autoridade policial competente;
L = extensão total, em quilómetros, dos Sublanços da Concessão;
t
TMDA = TMDA registado na Concessão no ano t.
b) O índice de sinistralidade de todas as concessões com portagem real calcula-se nos seguintes termos:
remunert ação anualtd-1a Concessionária um valor calculado nos termos da alínea a) do número seguinte;
b) IS (Conc)>IS (ponderado), o Concedente deduz à remunert ação anualt-d1a Concessionária um valor calculado nos termos da alínea b) do número seguinte.
96.7 — Os incrementos e deduções referidos no número anterior são calculados da seguinte forma:
a) Incremento:
b) Dedução:
96.8 — Para efeitos do cálculo do índice de sinistrali- dade previsto nos números anteriores, não é considerado o eventual aumento de acidentes registados no Sublanço ou Grupo de Sublanços, conforme aplicável, no período relativamente ao qual se verifique, por facto imputável ao Concedente, o adiamento, total ou parcial, de uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade deste e cuja necessidade tenha sido determinada nos termos da cláusula 39.ªA, ou se opte pela não realização de um aumento do número de vias na data em que tal devesse ocorrer, nos termos da cláusula 39.ª, considerando-se, para o efeito, e com as devidas adapta- ções, a média anual do número de acidentes ocorrido nos 3 (três) anos anteriores.
96.9 — No caso de o Termo da Concessão ocorrer em
mês diverso do mês de dezembro, são feitos os necessários ajustes ao cálculo dos prémios e das multas aplicáveis, na proporção dos meses inteiros que decorram entre janeiro e o Termo da Concessão.
96.10 — O pagamento da remuneração anual prevista no n.º 96.1. é efetuado pela forma e nas datas em seguida indicadas:
a) Em cada ano, até ao final de cada um dos meses de fevereiro, abril, agosto e outubro e até aos dias 10 de junho e 10 de dezembro, são efetuados pelo Concedente pagamentos bimestrais, todos de igual montante, corres- pondentes, na sua globalidade, a 80 % (oitenta por cento) da componente da remuneração anual relativa à disponi- bilidade da Autoestrada (Dis ) relativa ao ano em curso
(ano t), aos quais são deduzidtos os pagamentos por conta
referidos na cláusula 96.ªA;
b) Até ao final do mês de fevereiro do ano subsequente (ano t+1), o Concedente efetua ainda um pagamento de montante correspondente a 20 % (vinte por cento) da com- ponente da remuneração anual relativa à disponibilidade da Autoestrada (Dis ) no ano anterior (ano t);
c) Caso haja lugart ao pagamento de compensação fiscal
t t
(Cf ) e ou à partilha de receitas de portagem (Pa ):
i) A Concessionária fornece ao Concedente, até 31 de ja- neiro do ano subsequente (ano t+1), os dados relevantes de que disponha para efeitos do apuramento do respetivo valor;
ii) Até 15 de fevereiro do ano subsequente (ano t+1), o Concedente acorda com a Concessionária o valor da
compensação fiscal (Cf ) e ou da parcela das receitas de portagem a partilhar comt a Concessionária (Pa ) relativas ao ano anterior (ano t); t
iii) Até ao final de fevereiro do ano subsequente
(ano t+1), é efetuado, pelo Concedente ou pela Conces- sionária, consoante aplicável, o pagamento dos montantes apurados nos termos da presente alínea;
d) O Concedente transmite à Concessionária o valor das deduções ou incrementos em virtude da ocorrência
de falhas de disponibilidade (Ded ) e da evolução dos ín- dices de sinistralidade (Sin ) no ant o anterior (ano t), bem como os dados que suporttaram o respetivo cálculo, nas
seguintes datas:
i) Até 10 de maio, no caso das falhas de disponibilidade (Ded );
ii)tAté 10 de novembro, no caso da evolução dos índices
t
de sinistralidade (Sin );
e) O Concedente ou a Concessionária, consoante apli- cável, efetuam o pagamento dos montantes apurados nos termos da alínea anterior nas seguintes datas:
i) Até 10 de junho, no caso das falhas de disponibilidade (Ded );
ii)tAté 10 de dezembro, no caso da evolução dos índices
t
de sinistralidade (Sin );
f) A Concessionária pode reclamar do montante apurado do pagamento a que se refere a alínea anterior no prazo de 30 (trinta) dias após receção da comunicação referida na alínea d), sem prejuízo do pagamento da parcela não controvertida do montante em causa;
g) Os pagamentos previstos nas alíneas c) e e), relativos ao ano transato, devem ser efetuados em simultâneo com os pagamentos previstos na alínea a), relativos ao ano em curso, por dedução ou incremento, consoante aplicável.
96.11 — A Concessionária pode, ainda que o crédito não seja líquido, ceder às Entidades Financiadoras ou a outras
instituições financeiras os créditos que sobre o Concedente detenha em virtude do Contrato de Concessão.
96.12 — Mediante solicitação escrita da Concessioná- ria, o Concedente emite e entrega-lhe, no prazo de 5 (cinco) dias, documento adequado confirmando a existência do crédito cedendo.
96.13 — Em caso de mora relativamente ao termo dos prazos fixados no n.º 96.10. para a realização de paga- mentos pelo Concedente, há lugar à aplicação de juros, calculados à taxa Euribor para operações a 3 (três) meses acrescida de 1 % (um por cento), após a data prevista para o respetivo pagamento e até que este seja efetivado.
96.14 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 96.19. a 96.23., um Sublanço encontra-se disponível, nos termos e para os efeitos do disposto no Contrato de Concessão, quando se encontram verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:
a) Condições de acessibilidade: estado ou condição caracterizada por permitir a todos os veículos autorizados terem acesso, na entrada e na saída, ao Sublanço;
b) Condições de segurança: estado ou condição de um Sublanço caracterizada por:
i) Representar o cumprimento integral de todas as dis- posições legais ou regulamentares estabelecidas para a respetiva conceção, construção e operacionalidade;
ii) Permitir aos veículos autorizados entrar, sair e circu- lar por esse Sublanço sem mais riscos para a integridade física e bem-estar dos utentes e para a integridade dos respetivos veículos do que aqueles que decorreriam da sua normal e prudente utilização;
c) Condições de circulação: estado ou condição do Sublanço caracterizado pelo cumprimento do conjunto de requisitos que permitem a circulação na velocidade e comodidade inerente ao nível de serviço B, e tendo em conta:
i) A regularidade e a aderência do pavimento;
ii) Os sistemas de sinalização, segurança e apoio aos utentes e o respetivo estado de manutenção;
iii) Os sistemas de iluminação dos túneis e das Áreas de Serviço;
iv) Os sistemas de ventilação de túneis e outros equi- pamentos integrantes da Autoestrada.
96.15 — O nível de serviço de disponibilidade é cal- culado com base na metodologia preconizada na versão 2000 do Highway Capacity Manual para autoestradas de múltiplas vias (multilane highway) em áreas rurais e terreno montanhoso e com sistema métrico.
96.16 — O Concedente reconhece que, na presente data, as características geométricas do Lanços referidos no n.º 5.2. permitem cumprir o nível de serviço estabele- cido na alínea c) do n.º 96.14..
96.17 — Em resultado da avaliação da disponibilidade realizada nos termos dos números anteriores, o Concedente determina a extensão de via que se encontra relativa ou absolutamente indisponível, usando como métrica padrão segmentos de via de 100 m (cem metros) de extensão de faixa de rodagem do Sublanço.
96.18 — Não se consideram para efeitos do número anterior as condições de indisponibilidade que tenham sido sanadas nos termos e prazos do Plano de Controlo de Qualidade.
96.19 — O montante relativo às falhas de disponibili- dade corresponde à soma das deduções diárias a aplicar, sendo cada uma delas calculada de acordo com a fórmula seguinte:
em que:
t
tdi = valor da tarifa diária de disponibilidade a preços constantes de dezembro de 2013, no ano t, de acordo com previsto no Anexo 24;
Dezt–1
Dez2013
IPC = IPC a dezembro do ano t-1; IPC = IPC a dezembro de 2013; x = 0,90 (zero vírgula noventa);
T = relação entre o número total de quilómetros afetados pela indisponibilidade e o número total de quilómetros da Concessão;
c(g) = coeficiente de gravidade da falha de disponibili- dade, sendo, para este efeito, considerados 2 (dois) graus de indisponibilidade:
i) indisponibilidade absoluta — a que corresponde um coeficiente de valor 1 (um);
ii) indisponibilidade relativa — a que corresponde um coeficiente de valor 0,5 (zero vírgula cinco);
c(d) = coeficiente de duração da falha de disponibi- lidade, sendo, para este efeito, são considerados 3 (três) graus de indisponibilidade:
i) indisponibilidade durante o período noturno (entre as 21 (vinte e uma) e as 7 (sete) horas) — a que corresponde um coeficiente de valor 0,3 × hn/10, sendo hn o número de horas de duração da indisponibilidade no período no- turno;
ii) indisponibilidade durante o período diurno (entre as 7 (sete) e as 21 (vinte e uma) horas) — a que corresponde um coeficiente de valor 0,7 × hd/14, sendo hd o número de horas de duração da indisponibilidade nesse período diurno;
iii) indisponibilidade durante 24 (vinte e quatro) horas — a que corresponde um coeficiente de valor 1 (um).
96.20 — Para efeitos de cálculo do montante referente às falhas de disponibilidade, não são considerados o nú- mero total de quilómetros relativamente aos quais não se verifique o cumprimento da condição prevista na subalí- nea i) da alínea c) do n.º 96.14., relativa à regularidade e aderência do pavimento, que resulte da não realização, por facto imputável ao Concedente, dos trabalhos inerentes a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade deste e cuja necessidade tenha sido determinada nos termos da cláusula 39.ªA, pelo período de tempo correspondente ao atraso na realização desses trabalhos.
96.21 — Em caso de verificação, cumulativa e no mesmo Sublanço, de mais do que um evento gerador de indisponibilidade não é aplicado um coeficiente superior a 1 (um).
96.22 — Caso se verifique o incumprimento de va- lores padrão mínimos de algum parâmetro caracteriza- dor das condições de circulação, tal como estipuladas na subalínea i) da alínea c) do n.º 96.14., os segmentos de
sublanço afetados consideram-se ainda assim totalmente disponíveis:
a) No caso de uma Monitorização Localizada de Pavi- mentos ou de uma Campanha de Monitorização de Pavi- mentos ter determinado a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, a partir do momento em que tal necessidade tenha sido determinada e até à conclu- são dos respetivos trabalhos, desde que a Concessionária não esteja em incumprimento das suas obrigações de ope- ração e manutenção, tal como estabelecidas no Manual de Operação e Manutenção, ou de prazos parcelares da sua responsabilidade, com relação aos segmentos de sublanço em causa;
b) Durante o prazo de 90 (noventa) dias contados da data de notificação ao Concedente da versão final do re- latório que tenha determinado a necessidade de proceder a uma Grande Reparação de Pavimento, nos casos em que os respetivos encargos não sejam da responsabilidade do Concedente nos termos do presente contrato, prorrogável pelo Concedente, a pedido da Concessionária, sempre que existam razões atendíveis que determinem a necessidade dessa prorrogação; ou
c) No caso de se ter verificado uma situação de incum- primento que, comunicada pela Concessionária à Comissão de Peritos, venha por esta última a ser considerada como devendo dar lugar a uma Grande Reparação de Pavimento cujos encargos sejam da responsabilidade do Concedente, ainda que fora do âmbito de uma Campanha de Monitori- zação de Pavimentos.
96.23 — Para efeito do disposto na presente cláusula, não são consideradas falhas de disponibilidade as que cor- respondam a encerramentos de vias isentos de penalidade nos termos do n.º 56.1.
96A — Pagamentos por conta da remuneração anual pela disponibilidade da Autoestrada
96A.1 — As Receitas de Portagem são utilizadas pela Concessionária nas datas em que tais taxas de portagem devam ser entregues nos termos do n.º 84.2., a título de pagamento por conta da remuneração anual pela disponi- bilidade da Autoestrada devida à Concessionária ao abrigo da cláusula 96.ª
96A.2 — O valor dos pagamentos por conta efetuados ao abrigo do disposto no número anterior é deduzido aos pagamentos bimestrais devidos pelo Concedente ao abrigo da alínea a) do n.º 96.10..
96A.3 — Para efeitos do disposto no número anterior, a Concessionária remete ao Concedente, com cópia para a IP, até ao dia 10 de cada um dos meses de fevereiro, abril, agosto e outubro e até aos dias 20 de maio e 20 de novembro, a respetiva fatura, acompanhada da discrimina- ção dos valores retidos acumulados até à data nos termos do nú.º 96A.1., a considerar para efeitos de dedução aos pagamentos bimestrais previstos na alínea a) do n.º 96.10.. 96A.4 — Caso tenha havido lugar à cessão da posi- ção contratual regulada pela cláusula 86.ª, as Receitas de Portagem são entregues à Concessionária pela sociedade cessionária em termos idênticos aos previstos no n.º 84.2.
96B — Partilha de benefícios de receitas de portagem
96B.1 — A Concessionária tem direito a beneficiar da partilha do valor das receitas de portagem corresponden-
tes ao produto da aplicação das tarifas de portagem que estejam em vigor ao número de passagens de veículos registadas na Autoestrada, caso este exceda o produto da aplicação das mesmas tarifas ao número de passagens de veículos estimado para o mesmo ano no Anexo 29, nos seguintes moldes:
a) 10 % (dez por cento) da parcela do excedente apurado que se situe entre 100 % (cem por cento) e 140 % (cento e quarenta por cento) da receita de portagem correspondente ao tráfego estimado no Anexo 29;
b) 20 % (vinte por cento) da parcela do excedente apu- rado que ultrapasse 140 % (cento e quarenta por cento) da receita de portagem correspondente ao tráfego estimado no Anexo 29.
96B.2 — O benefício resultante do disposto no número anterior é pago nos termos previstos no n.º 96.10..
96B.3 — As estimativas constantes do Anexo 29 e re- feridas no n.º 96B.1 têm por pressuposto a cobrança de taxas de portagem nos Sublanços da Concessão atualmente sujeitos ao regime de cobrança de taxas de portagem atu- alizadas nos termos da cláusula 67.ª
96B.4 — Para efeitos do disposto nos números ante- riores, ocorrendo alteração nos pressupostos subjacentes às estimativas previstas no Anexo 29, seja pela inclusão ou exclusão de Sublanços, seja pela alteração do modelo tarifário ou do mecanismo de cobrança de taxas de porta- gem, deve proceder-se à revisão das referidas estimativas, apurando-se as partilhas de benefícios de receita previstos no n.º 96B.1 com referência às novas estimativas, sem que essa revisão dê lugar a qualquer compensação.
96C — Partilha de redução de custos
96C.1 — Caso os encargos suportados pelo Concedente com a realização de Grandes Reparações de Pavimento até ao final do prazo da Concessão sejam inferiores a
€ 39 026 687,01 (trinta e nove milhões vinte e seis mil seiscentos e oitenta e sete euros e um cêntimo), a valores atualizados, a dezembro de 2013, à taxa de 6,08 % (seis vírgula zero oito por cento), a Concessionária beneficia de 20 % (vinte por cento) do diferencial entre o montante de encargos efetivamente incorrido e esse montante.
96C.2 — Para efeitos do disposto no número anterior, os encargos suportados pelo Concedente com a realização de Grandes Reparações de Pavimento até ao final do prazo da Concessão são atualizados, a dezembro de 2013, à taxa de 6,08 % (seis vírgula zero oito por cento).
96C.3 — O valor do benefício resultante da aplicação do disposto no n.º 96C.1., atualizado nos termos dos números anteriores, concretiza-se num pagamento único, a realizar pelo Concedente em simultâneo com o último pagamento a que haja lugar ao abrigo do presente contrato.
96C.4 — No cumprimento das obrigações respeitantes à conservação da Autoestrada e realização de Grandes Reparações de Pavimento, as Partes colaboram, de boa-fé, no sentido de minimizar os custos a serem suportados por uma e por outra no cumprimento dessas obrigações, poten- ciando, mutuamente, benefícios que possam ser gerados para o Concedente e para a Concessionária.
96D — Partilha de benefícios
96D.1 — A Concessionária, em articulação com o Con- cedente, deve desenvolver esforços no sentido de gerar melhorias nas condições de execução do presente Contrato
de Concessão, suscetíveis de contribuir para a obtenção de ganhos operacionais, com impacto económico-financeiro no contrato.
96D.2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a Concessionária e o Concedente avaliam, conjuntamente, em cada 3 (três) anos, a possibilidade de gerar as melhorias nas condições da execução do presente contrato.
96D.3 — Os impactes favoráveis que decorram da con- cretização dos ganhos operacionais referidos no n.º 96D.1. são partilhados, em partes iguais, entre a Concessionária e o Concedente, e calculados nos termos referidos nos n.os 96D.4. e 96D.5..
96D.4 — Para efeitos do disposto no número anterior, procede-se ao confronto entre o Caso Base Pré-Otimização e o Caso Base Pós-Otimização.
96D.5 — Os impactes favoráveis a que alude o n.º 96D.3. correspondem aos diferenciais de cash-flow disponível para os acionistas, apurados por confronto, ano a ano, entre o Caso Base Pré-Otimização e o Caso Base Pós-Otimização.
96D.6 — A parcela dos benefícios previstos na presente cláusula a que tem direito o Concedente é deduzida aos pagamentos pela disponibilidade da Autoestrada previstos em cada ano, nos termos do n.º 96.10.
96D.7 — O Concedente pode apresentar à Concessio- nária, a qualquer momento, uma proposta de melhorias das condições de execução do presente Contrato de Concessão, suscetíveis de gerar ganhos operacionais.
96D.8 — Ocorrendo ganhos operacionais, tal como pre- vistos na presente cláusula, o Caso Base deve ser ajustado em conformidade.
96D.9 — Os benefícios decorrentes da redução de ga- rantias bancárias prestadas ao Banco Europeu de Inves- timento ao abrigo do Caso Base Original até aos limites aí previstos, em cada ano, não são objeto de partilha com o Concedente.
96D.10 — Não são considerados ganhos operacionais para efeitos de partilha nos termos da presente cláusula aqueles que decorram estritamente de eficiências na gestão corrente da Concessionária.
CAPÍTULO XIV
Modificações subjetivas na Concessão
97 — Cedência, oneração, trespasse e alienação
97.1 — Sem prejuízo do disposto em contrário no pre- sente contrato, é proibido à Concessionária ceder, alie- nar ou por qualquer modo onerar, no todo ou em parte, a Concessão ou realizar qualquer negócio jurídico que vise atingir ou tenha por efeito, mesmo que indireto, idênticos resultados.
97.2 — A Concessionária não pode, sem prévia e ex- pressa autorização do Concedente, trespassar a Conces- são.
97.3 — A Concessionária está impedida de utilizar o Canal Técnico Rodoviário, designadamente, para fins dis- tintos do objeto da Concessão, não podendo o mesmo ser objeto de qualquer negócio jurídico da Concessionária, in- dependentemente da sua natureza, sem prévia autorização do Concedente, na qual são estabelecidos os mecanismos de partilha de benefícios daí decorrentes.
97.4 — Os atos praticados em violação do disposto nos números anteriores são nulos, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis.
97.5 — A Concessionária deve comunicar ao Conce- dente a sua intenção de proceder ao trespasse da Concessão, remetendo-lhe a minuta do contrato de trespasse que se propõe assinar e indicando todos os elementos do negócio que pretende realizar, bem como o calendário previsto para a sua realização e a identidade do trespassário.
97.6 — A autorização que eventualmente venha a ser dada para o trespasse só é válida se os termos do contrato de trespasse forem exatamente os mesmos dos que constavam do pedido de autorização submetido pela Concessionária ao Concedente.
97.7 — Ocorrendo trespasse da Concessão, consideram- se transmitidos para a nova concessionária os direitos e obrigações da Concessionária, assumindo aquela ainda os deveres, obrigações e encargos que eventualmente lhe venham a ser impostos pelo Concedente como condição para a autorização do trespasse.
97.8 — A Concessionária é responsável pela transfe- rência integral dos seus direitos e obrigações para o tres- passário, incluindo as obrigações incertas, ilíquidas ou inexigíveis à data do trespasse.
CAPÍTULO XV
Garantias do cumprimento das obrigações da Concessionária
98 — Garantias a prestar
O cumprimento das obrigações assumidas no presente contrato pela Concessionária é garantido, cumulativa- mente, através de:
a) Caução estabelecida nos montantes estipulados na cláusula seguinte;
b) Garantias bancárias prestadas a favor da Concessio- nária pelos Membros do Agrupamento, enquanto seus acio- nistas, nos montantes que cada um se obrigou a subscrever, garantindo o cumprimento das obrigações assumidas na cláusula 16.ª e no Acordo de Subscrição e Realização de Capital, com o montante máximo de responsabilidade correspondente ao montante de capitalização da Concessio- nária pelos seus acionistas nos termos do referido acordo e com as condições de execução pelo Concedente constantes do Anexo 6.
99 — Regime das garantias
99.1 — As garantias previstas na cláusula anterior man- têm-se em vigor nos seguintes termos:
a) A caução a que se refere a alínea a) da cláusula an- terior, no valor determinado nos termos dos números se- guintes, mantém-se em vigor até 1 (um) ano após o Termo da Concessão;
b) O montante máximo da responsabilidade assumida nos termos das garantias referidas na alínea b) da cláusula anterior é progressivamente reduzido à medida em que for sendo cumprido o Acordo de Subscrição e Realização de Capital.
99.2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o valor da caução é fixado pela forma seguinte:
a) Na Data de Assinatura do Contrato de Concessão,
€ 2 493 989,49 (dois milhões quatrocentos e noventa e três mil novecentos e oitenta e nove euros e quarenta e nove cêntimos);
b) Após o início da construção e enquanto se encontra- rem Lanços em construção, a caução é fixada, no mês de janeiro de cada ano, no valor correspondente a 5 % (cinco por cento) do orçamento das obras a realizar nesse ano;
c) Na data da entrada em serviço de cada um dos Lan- ços construídos, o montante da caução correspondente a esse Lanço é reduzido a 1 % (um por cento) do seu valor imobilizado corpóreo bruto reversível, apurado de acordo com o balancete trimestral da Concessionária;
d) No ano seguinte à data de entrada em serviço da totalidade da Autoestrada, o valor da caução corresponde a 1 % (um por cento) do valor imobilizado corpóreo bruto reversível da totalidade dos Lanços construídos, apurado de acordo com o balanço aprovado pela assembleia geral da Concessionária relativamente ao exercício anterior.
99.3 — Em caso algum pode o valor da caução de- terminado nos termos do número anterior ser inferior a
€ 2 493 989,49 (dois milhões quatrocentos e noventa e três mil novecentos e oitenta e nove euros e quarenta e nove cêntimos), atualizado de acordo com o referido no número seguinte.
99.4 — Nos anos seguintes ao ano referido na alínea d) do n.º 99.2., o valor da caução é atualizado de acordo com o IPC publicado para o ano anterior àquele em que a atualização ocorre.
99.5 — A caução pode ser constituída, consoante opção da Concessionária, por uma das seguintes modalidades:
a) Depósito em numerário constituído à ordem do Con- cedente;
b) Títulos emitidos ou garantidos pelo Estado Portu- guês;
c) Garantia bancária emitida por instituição de crédito em benefício do Concedente de acordo com a minuta que consta do Anexo 11.
99.6 — Quando a caução seja constituída em títulos, estes são avaliados pelo respetivo valor nominal, salvo se, nos 3 (três) meses anteriores à constituição da caução, a cotação média na Euronext Lisbon for abaixo do par, situação em que a avaliação se fixa em 90 % (noventa por cento) dessa média.
99.7 — Os termos e condições da caução constituída de acordo com as alíneas a) e b) do n.º 99.5., quaisquer modificações subsequentes, o seu cancelamento ou redu- ção e as respetivas instituições emitentes ou depositárias devem merecer aprovação prévia do Concedente, a qual se considera tacitamente concedida quando não seja recusada, no prazo de 60 (sessenta) dias.
99.8 — A entidade emitente da garantia bancária prevista na alínea c) do n.º 99.5. deve ser previamente aprovada pelo Concedente, considerando-se tacitamente aprovada quando não seja recusada, no prazo de 30 (trinta) dias.
99.9 — O Concedente pode utilizar a caução sempre que a Concessionária não cumpra qualquer obrigação assumida no presente contrato.
99.10 — Sempre que o Concedente utilize a caução, a Concessionária deve proceder à reposição do seu mon- tante integral no prazo de 30 (tinta) dias a contar da data daquela utilização.
99.11 — O recurso à caução não depende de qualquer formalidade ou de prévia decisão arbitral ou judicial.
99.12 — Todas as despesas relativas à prestação da caução são da responsabilidade da Concessionária.
100 — Cobertura por seguros
100.1 — A Concessionária deve assegurar a existência e manutenção em vigor das apólices de seguro necessárias para garantir uma efetiva e compreensiva cobertura dos riscos da Concessão por seguradoras aceitáveis para o Concedente.
100.2 — O programa de seguros relativo às apólices de seguro indicadas no número anterior é o constante do Anexo 12, sem prejuízo da contratação dos seguros pre- vistos na cláusula 107.ª
100.3 — Não podem ter início quaisquer obras ou tra- balhos no Empreendimento Concessionado sem que a Concessionária apresente ao Concedente comprovativo de que as apólices de seguro aplicáveis se encontram em vigor, com os prémios do primeiro período de cobertura pagos, nas condições estipuladas no Anexo 12.
100.4 — O Concedente deve ser indicado como co- beneficiário nas apólices de seguro aplicáveis.
100.5 — Constitui estrita obrigação da Concessionária a manutenção em vigor das apólices listadas no Anexo 12, nomeadamente através do pagamento atempado dos res- petivos prémios, pelo valor que lhe seja debitado pelas seguradoras.
100.6 — O Concedente pode proceder, por conta da Concessionária, ao pagamento direto dos prémios dos seguros referidos nos números anteriores, quando a Con- cessionária não o faça, mediante recurso à caução.
100.7 — As condições constantes dos n.os 100.3. a
100.6. devem constar das apólices emitidas nos termos da presente cláusula e ser, assim, do conhecimento das seguradoras.
CAPÍTULO XVI
Fiscalização do cumprimento das obrigações da Concessionária
101 — Fiscalização pelo Concedente
101.1 — Os poderes de fiscalização do cumprimento das obrigações da Concessionária emergentes do Contrato de Concessão são exercidos pelo MEF para os aspetos económicos e financeiros e pelo ME para os demais as- petos.
101.2 — Os poderes do ME são exercidos pelo IMT e os do MEF são exercidos pela IGF e pela UTAP, nos termos legais ou que venham a ser definidos pelo MEF.
101.3 — A Concessionária faculta ao Concedente, ao IMT, à AMT, à IGF e à UTAP ou a qualquer outra entidade por estes nomeada, desde que devidamente credenciada, livre acesso a todo o Empreendimento Concessionado, bem como a todos os livros de atas, listas de presença e documentos anexos relativos à Concessionária, livros, registos e documentos relativos às instalações e atividades objeto da Concessão, incluindo as estatísticas e registos de gestão utilizados, e presta sobre todos esses documentos os esclarecimentos que lhe sejam solicitados.
101.4 — Podem ser efetuados, a pedido do Concedente, de acordo com critérios de razoabilidade e na presença de representantes da Concessionária, ensaios que permitam avaliar as condições de funcionamento e características da Concessão e do equipamento, sistemas e instalações às mesmas respeitantes, correndo os respetivos custos por conta da Concessionária, sem prejuízo da possibilidade de posterior recurso à arbitragem.
101.5 — As determinações do Concedente que venham a ser expressamente emitidas no âmbito dos poderes de fiscalização, incluindo as relativas a eventuais suspensões dos trabalhos de construção, são imediatamente aplicáveis e vinculam a Concessionária, sem prejuízo da possibilidade de posterior recurso à arbitragem.
101.6 — Os poderes de fiscalização do cumprimento das obrigações resultantes do presente contrato não en- volvem qualquer responsabilidade do Concedente pela execução das obras de construção, sendo todas as im- perfeições ou vícios de conceção, execução ou funciona- mento das referidas obras da exclusiva responsabilidade da Concessionária.
102 — Controlo da construção da Autoestrada
102.1 — A Concessionária obriga-se a apresentar se- mestralmente ao Concedente os elementos do plano geral de trabalhos, traçados sobre documentos que contenham o plano geral incluído no Programa de Trabalhos.
102.2 — A Concessionária obriga-se a apresentar tri- mestralmente ao Concedente os planos parcelares de tra- balho, traçados sobre documentos que também contenham planos parcelares incluídos no Programa de Trabalhos.
102.3 — Os eventuais desvios entre os documentos referidos nos números anteriores devem ser neles devida- mente fundamentados e, ocorrendo atrasos na construção da Autoestrada, devem ser indicadas as medidas de recu- peração previstas.
102.4 — A Concessionária obriga-se ainda a fornecer, em complemento dos documentos referidos nos n.os 102.1. e 102.2., todos os esclarecimentos e informações adicionais que o Concedente lhe solicitar.
103 — Intervenção direta do Concedente
103.1 — Quando a Concessionária não tenha respeitado as determinações expressamente emitidas pelo Concedente no âmbito dos seus poderes de fiscalização, dentro do prazo que razoavelmente lhe seja fixado, assiste a este a faculdade de proceder à correção da situação, diretamente ou através de terceiro, correndo os custos para o efeito incorridos por conta da Concessionária.
103.2 — O Concedente pode recorrer à caução para pagamento dos custos incorridos em aplicação do disposto no número anterior, sem prejuízo da possibilidade de pos- terior recurso à arbitragem.
CAPÍTULO XVII
Responsabilidade extracontratual perante terceiros
104 — Pela culpa e pelo risco
A Concessionária responde, nos termos da lei geral, por quaisquer prejuízos causados no exercício das atividades que constituem o objeto da Concessão, pela culpa ou pelo risco, não sendo assumido pelo Concedente qualquer tipo de responsabilidade neste âmbito.
105 — Por prejuízos causados por entidades contratadas
105.1 — A Concessionária responde ainda, nos termos gerais da relação comitente-comissário, pelos prejuízos causados pelas entidades por si contratadas para o desen- volvimento das atividades compreendidas na Concessão.
105.2 — Constitui especial dever da Concessionária promover, e exigir a qualquer entidade com que venha a contratar que promova, as medidas necessárias para sal- vaguarda da integridade física do público e do pessoal afeto à Concessão, devendo ainda cumprir e zelar pelo cumprimento dos regulamentos de higiene e segurança em vigor a cada momento.
CAPÍTULO XVIII
Incumprimento e cumprimento defeituoso
106 — Incumprimento
106.1 — Sem prejuízo da possibilidade de sequestro ou de resolução do Contrato de Concessão, o incumprimento pela Concessionária de quaisquer deveres ou obrigações emergentes do Contrato de Concessão, ou das determina- ções do Concedente emitidas no âmbito da lei ou deste contrato, pode ser sancionado, por decisão do Concedente, pela aplicação de multas contratuais, cujo montante varia, em função da gravidade da falta, entre € 5 000 (cinco mil euros) e € 100 000 (cem mil euros), sem prejuízo do direito do Concedente a ser indemnizado pelo dano excedente.
106.2 — A aplicação de multas contratuais está depen- dente de notificação prévia da Concessionária pelo Conce- dente para reparar o incumprimento e do não cumprimento do prazo de reparação fixado nessa notificação nos termos do número seguinte, ou da não reparação integral da falta, pela Concessionária, naquele prazo.
106.3 — O prazo de reparação do incumprimento é fixado de acordo com critérios de razoabilidade e tem sempre em atenção a defesa do interesse público e a ma- nutenção em funcionamento, nos termos deste contrato, da Concessão.
106.4 — A fixação do montante das multas contratuais a que aludem os anteriores é da exclusiva competência do Concedente, sem prejuízo da sua revisão pelo tribunal arbitral.
106.5 — Caso o incumprimento consista em atraso na data de entrada em serviço dos Lanços a construir, as mul- tas referidas no número anterior:
a) São aplicadas por cada dia de atraso e por cada Lanço;
b) Têm como limite máximo, para todos os Lanços, o montante de € 5 000 000 (cinco milhões de euros);
c) São aplicáveis nos termos seguintes:
i) Até ao montante de € 15 000 (quinze mil euros) por dia de atraso, entre o primeiro e o décimo quinto dia de atraso, inclusive;
ii) Até ao montante de € 25 000 (vinte e cinco mil euros) por dia de atraso, entre o décimo sexto e o trigésimo dia de atraso, inclusive;
iii) Até ao montante de € 50 000 (cinquenta mil euros) por dia de atraso, entre o trigésimo primeiro e o sexagésimo dia de atraso, inclusive;
iv) Até ao montante de € 62 500 (sessenta e dois mil e quinhentos euros), a partir do sexagésimo primeiro dia de atraso.
106.6 — Caso a Concessionária não proceda ao paga- mento voluntário das multas contratuais que lhe sejam aplicadas, no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da sua fixação e notificação pelo Concedente, este pode utilizar a caução para pagamento das mesmas.
106.7 — No caso de o montante da caução ser insufi- ciente para o cumprimento das multas, pode o Concedente deduzir o respetivo montante dos pagamentos a efetuar por ele.
106.8 — Os valores das multas estabelecidas na pre- sente cláusula são atualizados em janeiro de cada ano de acordo com o IPC publicado para o ano anterior.
106.9 — A aplicação de multas não prejudica a aplica- ção de outras sanções contratuais, nem de outras sanções previstas na lei ou em regulamento, nem isenta a Conces- sionária de responsabilidade civil, criminal e contraordena- cional em que incorra perante o Concedente ou terceiro.
106.10 — Não há lugar ao pagamento de multas sem- pre que ao evento de incumprimento sejam aplicadas as deduções previstas na cláusula 96.ª
106.11 — A aplicação de multas é precedida de audi- ência da Concessionária, nos termos da lei.
107 — Força maior
107.1 — Consideram-se unicamente casos de força maior os acontecimentos imprevisíveis e irresistíveis, cujos efeitos se produzam independentemente da vontade ou das circunstâncias pessoais da Concessionária.
107.2 — Constituem, nomeadamente, casos de força maior atos de guerra ou subversão, hostilidade ou invasão, tumultos, rebelião ou terrorismo, epidemias, radiações atómicas, fogo, explosão, raio, inundações catastróficas, ciclones, tremores de terra e outros cataclismos naturais que diretamente afetem as atividades compreendidas na Concessão.
107.3 — Consideram-se excluídos da previsão dos an- teriores os eventos naturais cujo impacto deva ser supor- tado pela Autoestrada, nos termos dos projetos aprovados e dentro dos limites por estes previstos.
107.4 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a ocorrência de um caso de força maior tem por efeito:
a) Exonerar a Concessionária da responsabilidade pelo não cumprimento das obrigações emergentes do presente contrato que sejam diretamente por ele afetadas, na estrita medida em que o respetivo cumprimento pontual e atem- pado tenha sido efetivamente impedido;
b) A reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da cláusula 115.ª;
c) A resolução do presente contrato, caso a impossibi- lidade do respetivo cumprimento se torne definitiva ou a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão se revele excessivamente onerosa para o Concedente.
107.5 — Sempre que um caso de força maior corres- ponda, desde pelo menos 6 (seis) meses antes da sua ve- rificação, a um risco normalmente segurável em praças da União Europeia por apólices comercialmente aceitáveis e independentemente de a Concessionária ter efetivamente contratado as respetivas apólices, verifica-se o seguinte:
a) A Concessionária não fica exonerada do cumpri- mento pontual e atempado das obrigações emergentes do presente contrato, na medida em que aquele cumpri- mento se tornasse possível em virtude do recebimento da indemnização relativa ao risco em causa, no prazo que, com razoabilidade, lhe seja, para este efeito, fixado pelo Concedente;
b) Há lugar à reposição do equilíbrio financeiro, nos termos do disposto no n.º 107.7., apenas na medida do excesso dos prejuízos sofridos relativamente à indemni-
zação relativa ao risco em causa, independentemente das limitações resultantes de franquia, capital seguro ou limite de cobertura;
c) Há lugar à resolução do Contrato de Concessão quando o cumprimento das obrigações dele emergentes seja definitivamente impossível, mesmo que tivesse sido recebida a indemnização a que se referem as alíneas ante- riores ou quando a reposição do equilíbrio financeiro seja excessivamente onerosa para o Concedente.
107.6 — Ficam, em qualquer caso, excluídos da pre- visão do número anterior os atos de guerra ou subversão, hostilidade ou invasão, tumultos, rebelião ou terrorismo e as radiações atómicas.
107.7 — Perante a ocorrência de um caso de força maior, as Partes acordam se há lugar à reposição do equi- líbrio financeiro da Concessão ou à resolução do presente contrato, recorrendo-se, caso não seja alcançado o acordo quanto à opção e respetivas condições no prazo de 150 (cento e cinquenta) dias a contar da ocorrência de um caso de força maior, à arbitragem.
107.8 — Verificando-se a resolução do Contrato de Concessão nos termos da presente cláusula, o Concedente assume os direitos e obrigações da Concessionária emer- gentes dos Contratos de Financiamento, exceto os relativos a incumprimentos verificados antes da ocorrência do caso de força maior, sendo-lhe pagas diretamente as indemni- zações devidas ao abrigo de quaisquer apólices de seguro que se destinem a cobrir o evento de força maior ou os seus efeitos.
107.9 — Verificando-se, por acordo das Partes ou de- terminação do tribunal arbitral, nos termos do n.º 107.7., a resolução do Contrato de Concessão, observa-se o se- guinte:
a) Extinguem-se as relações contratuais entre as Par- tes;
b) Pode o Concedente usar a faculdade prevista no n.º 48.2;
c) Revertem para o Concedente todos os bens que in- tegram a Concessão;
d) É a caução libertada a favor da Concessionária, ex- ceto na medida em que esta possa e deva ser utilizada pelo Concedente em consequência de fato ocorrido antes do evento que esteve na origem da verificação de um caso de força maior;
e) Fica a Concessionária responsável pelos efeitos da cessação de quaisquer contratos, incluindo os Contratos do Projeto, de que seja parte, salvo quanto àqueles em relação aos quais o Concedente exerceu a faculdade prevista no n.º 48.2. e quanto aos indicados no número anterior.
107.10 — A Concessionária obriga-se a comunicar de imediato ao Concedente a ocorrência de qualquer evento qualificável como caso de força maior ao abrigo do dis- posto na presente cláusula, bem como, no mais curto prazo possível, a indicar quais as obrigações emergentes do Contrato de Concessão cujo cumprimento, no seu en- tender, se encontra impedido ou dificultado por força de tal ocorrência e, se for o caso, as medidas que pretende pôr em prática a fim de mitigar o impacte do referido evento e os respetivos custos.
107.11 — Constitui estrita obrigação da Concessionária a mitigação, por qualquer meio razoável e apropriado ao seu dispor, dos efeitos da verificação de um caso de força maior.
CAPÍTULO XIX
Extinção e suspensão da Concessão
108 — Resgate
108.1 — Nos últimos 5 (cinco) anos de vigência da Con- cessão, pode o Concedente proceder ao respetivo resgate a todo o tempo, mas nunca antes de decorrido 1 (um) ano após a notificação à Concessionária da intenção de resgate.
108.2 — Com o resgate, o Concedente assume automa- ticamente todos os direitos e obrigações da Concessionária emergentes dos Contratos do Projeto outorgados anterior- mente à notificação referida no número anterior que tenham por objeto a exploração e conservação da Autoestrada.
108.3 — As obrigações assumidas pela Concessionária por força de contratos por si celebrados após a notificação do resgate só são assumidas pelo Concedente quando tais contratos tenham obtido, previamente, a autorização do ME.
108.4 — Em caso de resgate, a Concessionária tem direito à prestação pelo Concedente, a título de indemni- zação e em cada ano, desde a data do resgate até ao termo do prazo da Concessão a que se refere o n.º 13.1., de uma quantia correspondente ao somatório dos reembolsos, re- munerações e outros cash-flow para acionistas previstos, mas ainda não pagos, para cada ano desse período, na última versão entregue ao Concedente das projeções referi- das na alínea h) do n.º 19.1., a qual deve estar consentânea com a evolução histórica da Concessionária e ser aceite pelo Concedente.
108.5 — Os montantes a pagar pelo Concedente nos termos do número anterior são deduzidos de eventuais obrigações da Concessionária vencidas e não cumpridas à data do resgate.
108.6 — Caso não haja acordo entre as Partes, no de- curso dos 90 (noventa) dias seguintes à notificação prevista no n.º 108.1., sobre o valor das indemnizações a que se refere o n.º 108.4., este é determinado por uma comissão arbitral, composta por 3 (três) peritos, um nomeado pelo Concedente, outro pela Concessionária e outro por acordo de ambas as Partes ou, na sua falta, por escolha do pre- sidente do Tribunal da Relação de Lisboa, que também nomeia o representante de qualquer das Partes caso estas o não tenham feito.
108.7 — Com o resgate, são libertadas, 1 (um) ano de- pois, a caução e as garantias a que se refere a cláusula 98.ª, mediante comunicação dirigida pelo Concedente aos res- petivos depositários ou emitentes.
109 — Sequestro
109.1 — Em caso de incumprimento grave, pela Con- cessionária, das obrigações emergentes do presente con- trato, o Concedente pode, mediante sequestro, tomar a seu cargo a realização de obras e o desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, ou a exploração dos serviços desta, suspendendo-se concomitantemente os pa- gamentos à Concessionária, com exceção dos já vencidos à data do sequestro.
109.2 — O sequestro pode ter lugar, nomeadamente, caso se verifique qualquer das seguintes situações, por motivos imputáveis à Concessionária:
a) Cessação ou interrupção, total ou parcial, das obras ou da exploração dos serviços com consequências graves para o interesse público ou para a integridade da Concessão;
b) Deficiências graves na organização e regular de- senvolvimento das atividades objeto da Concessão ou no estado geral das instalações e equipamentos que compro- metam a continuidade das obras, a sua integridade, a se- gurança de pessoas e bens ou a regularidade da exploração ou dos pagamentos;
c) Atrasos na construção da Autoestrada que ponham em risco o cumprimento do prazo estabelecido para a sua entrada em serviço e que não tenham sido resolvidos nos termos da cláusula 38.ª
109.3 — A Concessionária está obrigada à entrega do Empreendimento Concessionado no prazo que razoavel- mente lhe seja fixado pelo Concedente quando lhe seja comunicada a decisão de sequestro da Concessão.
109.4 — Verificando-se qualquer facto que possa dar lugar ao sequestro da Concessão, observa-se previamente, e com as devidas adaptações, o processo de sanação do incumprimento previsto nos n.os 110.3. a 110.5..
109.5 — Durante o período de sequestro da Concessão, o Concedente aplica os montantes dos pagamentos que se- riam devidos à Concessionária nos termos do capítulo XIII, em primeiro lugar para acorrer aos encargos resultantes da manutenção dos serviços e às despesas necessárias ao restabelecimento do normal funcionamento da Concessão, nos termos do presente contrato, e, em segundo lugar, para efetuar o serviço da dívida da Concessionária, decorrente dos Contratos de Financiamento.
109.6 — Caso o montante dos pagamentos que, nos termos do capítulo XIII, seriam devidos à Concessionária durante o período do sequestro, não seja suficiente para fazer face aos encargos resultantes da manutenção dos serviços e às despesas necessárias ao restabelecimento do normal funcionamento da Concessão, nos termos do presente contrato, fica a Concessionária obrigada a suportar a diferença, podendo o Concedente recorrer à caução, em caso de não pagamento pela Concessionária no prazo que razoavelmente lhe seja fixado.
109.7 — Logo que restabelecido o normal funciona- mento da Concessão, a Concessionária é notificada para retomar a Concessão, no prazo que lhe seja fixado pelo Concedente.
109.8 — A Concessionária pode optar pela resolução do Contrato de Concessão caso o sequestro se mantenha por 6 (seis) meses após ter sido restabelecido o normal funcionamento da Concessão, sendo então aplicável o disposto no n.º 110.9..
110 — Resolução
110.1 — O Concedente, sob proposta do ME e ouvidos o IMT, a IGF e a UTAP, pode pôr fim à Concessão através da resolução do Contrato de Concessão, em caso de viola- ção grave, não sanada ou não sanável, das obrigações da Concessionária decorrentes do presente contrato.
110.2 — Constituem, nomeadamente, causas de reso- lução do presente contrato por parte do Concedente, nos termos e para os efeitos do disposto no número anterior, os seguintes factos e situações:
a) A não entrada em serviço da totalidade da Autoestrada até ao termo do ano em que se celebrar o sexto aniversário da Data de Assinatura do Contrato de Concessão;
b) Abandono da construção, da exploração ou da con- servação da Concessão;
c) Dissolução ou sentença de declaração de insolvência da Concessionária;
d) Não cumprimento reiterado das obrigações que origi- naram a aplicação das sanções previstas na cláusula 106.ª;
e) Recusa ou impossibilidade da Concessionária em retomar a Concessão nos termos do disposto no n.º 109.7. ou, quando o tenha feito, continuação das situações que motivaram o sequestro;
f) Falta de prestação ou de reposição da caução nos termos e prazos previstos;
g) Cedência, alienação, oneração ou trespasse da Con- cessão, no todo ou em parte, sem prévia autorização;
h) Incumprimento voluntário de decisões judiciais ou arbitrais transitadas em julgado;
i) Desobediência reiterada às determinações do Conce- dente, com prejuízo para a execução das obras ou para a exploração e conservação da Autoestrada;
j) Atividade fraudulenta destinada a lesar o interesse público;
l) Violação grave, não sanada ou sanável, pela Conces- sionária, das obrigações constantes do Contrato de Pres- tação de Serviços, salvo em caso de cessão da posição contratual nos termos da cláusula 86.ª
110.3 — Verificando-se um dos casos de incumprimento referidos no número anterior ou qualquer outro que, nos termos do disposto no n,º 110.1., possa motivar a reso- lução do Contrato de Concessão, o Concedente notifica a Concessionária para, no prazo que razoavelmente lhe seja fixado, cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou reparar as consequências dos seus atos, exceto tratando-se de uma violação não sanável.
110.4 — Tratando-se de uma violação não sanável ou caso a Concessionária não cumpra as suas obrigações ou não corrija ou repare as consequências do incumprimento, nos termos determinados pelo Concedente, pode este re- solver o Contrato de Concessão mediante comunicação enviada à Concessionária.
110.5 — Caso o Concedente pretenda resolver o Con- trato de Concessão nos termos do número anterior, deve previamente notificar por escrito o Agente das Entidades Financiadoras, nos termos e para os efeitos estabelecidos no Anexo 14.
110.6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a comunicação da decisão da resolução referida no n.º 110.4. produz efeitos imediatos, independentemente de qualquer outra formalidade.
110.7 — Sem prejuízo da notificação por escrito ao Agente das Entidades Financiadoras, nos termos e para os efeitos estabelecidos no Anexo 14, em casos de funda- mentada urgência que não se compadeça com as delongas no processo de sanação do incumprimento regulado no n.º 110.3., o Concedente pode, sem prejuízo da observância daquele processo, proceder de imediato ao sequestro da Concessão nos termos definidos na cláusula anterior.
110.8 — A resolução do Contrato de Concessão ori- gina o dever de indemnizar por parte da Concessionária, devendo a indemnização ser calculada nos termos gerais de direito e podendo o Concedente recorrer à caução caso a mesma não seja paga voluntariamente pela Concessio- nária.
110.9 — Ocorrendo resolução do Contrato de Concessão pela Concessionária por motivo imputável ao Concedente, este deve indemnizá-la nos termos gerais de direito e é responsável pela assunção de todas as obrigações da Con-
cessionária emergentes dos Contratos de Financiamento, com exceção das relativas a incumprimentos verificados antes da ocorrência do motivo da resolução.
111 — Caducidade
111.1 — O presente contrato caduca quando se verificar o fim do prazo da Concessão, extinguindo-se as relações contratuais existentes entre as Partes.
111.2 — Verificando-se a caducidade do Contrato de Concessão, a Concessionária é inteiramente responsável pela cessação dos efeitos de quaisquer contratos, incluindo os Contratos do Projeto, de que seja parte, sem prejuízo do disposto no presente contrato.
112 — Domínio público do Estado e reversão de bens
112.1 — No Termo da Concessão, revertem gratuita e automaticamente para o Concedente todos os bens que integram a Concessão nos termos do n.º 10.1., obrigando-se a Concessionária a entregá-los em bom estado de conser- vação e funcionamento, e tendo por referência o disposto nos n.os 112.3. e 112.4, sem prejuízo do normal desgaste do seu uso para efeitos do Contrato de Concessão, e livres de quaisquer ónus ou encargos.
112.2 — Caso a Concessionária não dê cumprimento ao disposto no número anterior, o Concedente promove a realização dos trabalhos e aquisições que sejam necessários à reposição dos bens referidos nesse número, correndo os respetivos custos pela Concessionária e podendo ser utilizada a caução para os liquidar, no caso de não ocorrer pagamento voluntário e atempado dos montantes debitados pelo Concedente.
112.3 — No fim do prazo da Concessão cessam para a Concessionária todos os direitos emergentes do presente contrato, sendo entregues ao Concedente todos os bens que integram a Concessão, em estado que satisfaça as seguintes condições, salvo se, no que respeita aos pavimentos e à sinalização vertical e horizontal, tenha ocorrido, por facto imputável ao Concedente, qualquer atraso na realização dos trabalhos de uma Grande Reparação de Pavimento, cuja necessidade tenha sido determinada nos termos da cláusula 39.ªA e cujos encargos sejam da responsabilidade deste, na medida em que tal atraso afete comprovadamente o estados dos mesmos:
e 112.4. e se a caução não for suficiente para cobrir as despesas a realizar, tem o Concedente o direito de se com- pensar pelos custos previsíveis mediante a dedução, até um valor máximo de 40% (quarenta por cento) dos paga- mentos relativos a esses 5 (cinco) anos, até ao montante necessário para levar a efeito os trabalhos e as aquisições tidos por convenientes, desde que a Concessionária não preste garantia bancária de valor adequado à cobertura do referido montante.
112.6 — Se, a 15 (quinze) meses do fim do prazo da Concessão, se verificar, mediante inspeção a realizar pelo Concedente, a pedido da Concessionária, que as condições descritas nos n.os 112.3. e 112.4. se encontram devidamente salvaguardadas, as retenções de pagamentos efetuadas ao abrigo do número anterior são pagas à Concessionária acrescidas de juros à taxa Euribor para o prazo de 3 (três) meses.
112.7 — Caso as retenções de pagamentos referidas no número anterior tenham sido substituídas por garantia ban- cária prestada pela Concessionária, nos termos previstos no n.º 112.5, o Concedente reembolsa à Concessionária o custo comprovado dessa garantia bancária.
112.8 — No Termo da Concessão, o Concedente pro- cede a uma vistoria dos bens referidos na cláusula 10.ª, na qual participam representantes das Partes, destinada à verificação do estado de conservação e manutenção da- queles bens, devendo ser lavrado o respetivo auto.
112.9 — Os bens, instalações, equipamentos e sistemas incluídos nas alíneas c) e d) do n.º 10.1. revertem para o Concedente no termo do Contrato de Prestação de Serviços, nas condições aí definidas.
112.10 — O Concedente pode autorizar que os bens referidos na alínea d) do n.º 10.1., na medida em que se encontrem igualmente afetos à prestação do serviço de cobrança de taxas de portagem no âmbito de outros con- tratos de concessão, continuem afetos à execução desses contratos.
CAPÍTULO XX
Condição financeira da Concessionária
113 — Assunção de riscos
A Concessionária assume expressamente integral e exclusiva responsabilidade por todos os riscos inerentes à Concessão, exceto se o contrário resultar do presente contrato.
Bens | Condições mínimas |
Pavimento . . . . . . . . . . . . Obras de arte . . . . . . . . . . Postes de iluminação . . . . Elementos mecânicos e elé- tricos (exceto lâmpadas). Sinalização vertical . . . . . Sinalização horizontal . . . Equipamentos de segu- rança. | 85 % (oitenta e cinco por cento) da exten- são total com duração residual superior a 10 (dez) anos Duração residual superior a 30 (trinta) anos Duração residual superior a 8 (oito) anos Duração residual superior a 5 (cinco) anos Duração residual superior a 6 (seis) anos Duração residual superior a 2 (dois) anos Duração residual superior a 12 (doze) anos |
112.4 — Todos os bens não contemplados no quadro constante do número anterior devem ser entregues em estado que garanta 50 % (cinquenta por cento) da vida útil de cada um dos seus componentes.
112.5 — Se, no decurso dos 5 (cinco) últimos anos da Concessão, se verificar que a Concessionária não consegue cumprir plenamente a obrigação referida nos n.os 112.3.
114 — Caso Base
114.1 — O Caso Base representa a equação financeira com base na qual é efetuada a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos estabelecidos na cláusula seguinte.
114.2 — O Caso Base apenas pode ser alterado quando haja lugar, nos termos das cláusulas 36.ª e 115.ª, à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão e exclusivamente para refletir a reposição efetuada, bem como nos demais casos e termos estipulados no Contrato de Concessão, incluindo, nomeadamente, na cláusula 24.ª
115 — Reposição do equilíbrio financeiro
115.1 — Tendo em atenção a distribuição de riscos esti- pulada no presente contrato, a Concessionária tem direito
à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos termos da presente cláusula, nos seguintes casos:
a) Modificação unilateral, imposta pelo Concedente, das condições de desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, desde que, em resultado direto da mesma, se verifique, para a Concessionária um aumento de custos ou uma perda de receitas;
b) Ocorrência de casos de força maior nos termos da cláusula 107.ª, exceto se, em resultado dos mesmos, se verificar a resolução do Contrato de Concessão nos termos da alínea c) do n.º 107.5.;
c) Alterações legislativas de caráter específico que te- nham um impacte direto sobre as receitas ou custos res- peitantes às atividades integradas na Concessão;
d) Quando o direito de aceder à reposição do equi- líbrio financeiro é expressamente previsto no presente contrato.
115.2 — As alterações à lei geral, designadamente à lei fiscal, salvo na medida do previsto na cláusula 22.ª, e à lei ambiental, ficam expressamente excluídas da previsão da alínea c) do número anterior.
115.3 — Sempre que a Concessionária tenha direito à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, tal reposição é efetuada de acordo com o que, de boa fé, seja estabelecido entre o Concedente, através de representantes do ME e do MEF, e a Concessionária, em negociações que devem iniciar-se logo que solicitadas por esta.
115.4 — Decorridos 60 (sessenta) dias sobre a solicita- ção de início de negociações sem que as Partes cheguem a acordo sobre os termos em que a reposição do equilíbrio financeiro deve ocorrer, aquela reposição tem lugar, com referência ao Caso Base, com as alterações que este te- nha sofrido ao abrigo do n.º 114.2., e é efetuada mediante reposição, por opção da Concessionária, de dois dos três Critérios Chave:
a) Valor mínimo do Xxxxx xx Xxxxxxxxx Xxxxx do Ser- viço da Dívida sem Caixa;
b) Valor mínimo do Xxxxx xx Xxxxxxxxx da Vida do Empréstimo sem Caixa;
c) TIR, tendo em atenção o calendário de reembolso e de remuneração acionista constante do Caso Base.
115.5 — Os valores referidos no número anterior são os que constam do Anexo 18 e não podem ser modificados, independentemente de qualquer alteração ao Caso Base.
115.6 — A reposição do equilíbrio financeiro da Con- cessão nos termos da presente cláusula apenas deve ter lugar na medida em que, como consequência do impacte in- dividual ou cumulativo dos eventos referidos no n.º 115.1, se verifique:
a) A redução, em mais de 0,01 (zero vírgula zero um) pontos, do Xxxxx xx Xxxxxxxxx Xxxxx do Serviço da Dívida sem Caixa ou do Xxxxx xx Xxxxxxxxx da Vida do Emprés- xxxx xxx Xxxxx; ou
b) A redução da TIR em mais de 0,01 (zero vírgula zero um) pontos percentuais.
115.7 — Sempre que haja lugar à reposição do equilí- brio financeiro da Concessão, tal reposição pode ter lugar, por acordo entre as Partes, através da atribuição de com- pensação direta pelo Concedente ou de qualquer outra forma que seja acordada pelas Partes.
115.8 — Caso, durante o Período Inicial da Concessão, se verifique qualquer dos eventos previstos no n.º 115.1., a reposição do equilíbrio financeiro da Concessão tem lugar através da atribuição de compensação direta pelo Concedente, salvo acordo diverso das Partes.
115.9 — A reposição do equilíbrio financeiro da Con- cessão efetuada nos termos da presente cláusula é, relati- vamente ao evento que lhe deu origem, única, completa, suficiente e final para todo o período da Concessão, salvo acordo diverso das Partes.
115.10 — Para os efeitos previstos na presente cláusula, a Concessionária deve notificar o Concedente da ocorrên- cia de qualquer evento que, individual ou cumulativamente, possa dar lugar à reposição do equilíbrio financeiro da Concessão, nos 30 (trinta) dias seguintes à data da sua verificação.
CAPÍTULO XXI
Direitos de propriedade industrial e intelectual
116 — Direitos de propriedade industrial e intelectual
116.1 — A Concessionária cede gratuitamente ao Con- cedente todos os projetos, planos, plantas, documentos e outros materiais, de qualquer natureza, que se revelem necessários ou úteis ao desempenho das funções que a este incumbem nos termos do presente contrato, ou ao exercício dos direitos que lhe assistem nos termos do mesmo, e que tenham sido adquiridos ou criados no desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, seja diretamente pela Concessionária, seja pelos terceiros que para o efeito subcontratar.
116.2 — Os direitos de propriedade intelectual sobre os estudos e projetos elaborados para os fins específicos das atividades integradas na Concessão e os projetos, planos, plantas, documentos e outros materiais referidos no número anterior, são transmitidos gratuitamente, e na medida em que tal seja legalmente possível, ao Concedente no Termo da Concessão, competindo à Concessionária adotar todas as medidas para o efeito necessárias.
CAPÍTULO XXII
Aplicação no tempo
117 — Início da vigência da Concessão
O Contrato de Concessão entra em vigor às 24 (vinte e quatro) horas da Data de Assinatura do Contrato de Concessão, contando-se a partir dessa data o prazo da Concessão.
118 — Produção de efeitos das alterações ao Contrato de Concessão
118.1 — Salvo na medida do disposto nos números se- guintes, as alterações ao Contrato de Concessão acordadas na presente data produzem efeitos a partir da obtenção de visto do Tribunal de Contas, expresso ou tácito, ou da confirmação por aquele Tribunal de que as mesmas não se encontram sujeitas a procedimento de fiscalização prévia nos termos da respetiva Lei de Organização e Processo.
118.2 — As disposições do presente contrato relativas ao sistema e ao serviço de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores da Autoestrada produzem efeitos a partir
da data de entrada em vigor do Contrato de Prestação de b) Concessionária:
Serviços.
os Norscut – Concessionária de Auto-Estradas, S. A.
118.3 — As alterações introduzidas nos n. 34.2. e 34.4. apenas são aplicáveis aos estudos e projetos apresentados após a data fixada no n.º 118.1.
118.4 — As alterações relativas à caracterização e aos requisitos do Canal Técnico Rodoviário apenas são aplicáveis aos trabalhos a realizar após a data fixada no n.º 118.1.
118.5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 118.1., a remuneração da Concessionária pela disponibilidade da Autoestrada, entre 1 de janeiro de 2014 e a data aí esti- pulada, corresponde ao valor resultante da aplicação da cláusula 96.ª
118.6 — Sem prejuízo do disposto no n.º 118.1., as responsabilidades financeiras do Concedente associadas à realização de Grandes Reparações de Pavimento, tal como redefinidas nos termos da cláusula 39.ªA, produzem efeitos desde 1 de janeiro de 2014.
118.7 — A remuneração anual pela disponibilidade do sistema de cobrança de taxas de portagem, prevista na cláusula 74.ª, é devida a partir de 1 de janeiro de 2015.
119 — Pagamentos transitórios
Os pagamentos efetuados pelo Concedente no período entre 8 de dezembro de 2011, na sequência da introdução de um regime de cobrança de taxas de portagem na Concessão, nos termos do Decreto-Lei n.º 111/2011, de 28 de novem- bro, e a data de entrada em vigor das alterações ao Contrato de Concessão, nos termos do n.º 118.1., consideram-se definitivos, eximindo o Concedente de qualquer eventual responsabilidade perante a Concessionária decorrente da decisão de introdução de um regime de cobrança de taxas de portagem na Concessão.
CAPÍTULO XXIII
Disposições diversas
120 — Acordo completo
O Contrato de Concessão, incluindo os contratos e docu- mentos que constam dos seus anexos, constitui a totalidade dos acordos que regulam a Concessão ou a Concessionária, incluindo o seu financiamento.
121 — Comunicações, autorizações e aprovações
121.1 — As comunicações, autorizações e aprovações previstas no presente contrato, salvo disposição específica em contrário, são efetuadas por escrito e remetidas:
a) Em mão, desde que comprovadas por protocolo;
b) Por telefax, desde que comprovado por «Recibo de transmissão ininterrupta»;
c) Por correio registado com aviso de receção.
121.2 — Consideram-se, para efeitos do presente con- trato, como domicílios das Partes, as seguintes moradas e postos de receção de fax:
a) Concedente:
Instituto de Mobilidade e dos Transportes, I. P. (IMT, I. P.) Av. das Forças Armadas, n.º 40
0000-000 Lisboa
Fax: 000 000 000;
Av. Xxxxxxxxxxx Xxxxxxxx xx Xxxxx, n.º 19 – 13.º 0000-000 Xxxxxx
Fax: 000 000 000
121.3 — As Partes podem alterar os seus domicílios in- dicados no número anterior mediante comunicação prévia dirigida à outra Parte, a cuja produção de efeitos se aplica a regra estabelecida no número seguinte.
121.4 — As comunicações previstas no presente con- trato consideram-se efetuadas:
a) No próprio dia em que sejam transmitidas em mão ou por telefax, se entregues ou recebidas entre as 9 (nove) e as 17 (dezassete) horas, ou no dia útil imediatamente seguinte, no caso de serem efetuadas após as 17 (dezassete) horas;
b) 3 (três) dias úteis depois de remetidas pelo correio.
121.5 — O Concedente pode nomear um delegado do Governo junto da Concessionária, a quem devem ser re- metidas cópias de todas as comunicações efetuadas ao abrigo do presente contrato.
122 — Prazos e sua contagem
Os prazos fixados no presente contrato contam-se em dias seguidos de calendário, salvo quando contenham a indicação de dias úteis, caso em que apenas se contam os dias em que os serviços da Administração Pública se encontrem abertos ao público em Lisboa.
123 — Exercício de direitos
Sem prejuízo do disposto no capítulo XXIV, o não exer- cício ou o exercício tardio ou parcial de qualquer direito que assista a qualquer das Partes ao abrigo do presente contrato não importa a renúncia a esse direito nem impede o seu exercício posterior, nem constitui moratória ou no- vação da respetiva obrigação.
124 — Invalidade parcial
Se alguma das disposições do presente contrato vier a ser considerada inválida ou ineficaz, tal não afeta a vali- dade do restante clausulado do mesmo, o qual se mantém plenamente em vigor.
125 — Deveres gerais das Partes
125.1 — As Partes comprometem-se reciprocamente a cooperar e a prestar o auxílio que razoavelmente lhes possa ser exigido com vista ao bom desenvolvimento das atividades integradas na Concessão.
125.2 — Constitui especial obrigação da Concessionária promover, e exigir de todas as entidades que venham a ser contratadas para o desenvolvimento de atividades integra- das na Concessão que promovam, que sejam observadas todas as regras de boa condução das obras ou trabalhos em causa e especiais medidas de salvaguarda da integridade física do público e de todo o pessoal afeto aos mesmos.
125.3 — A Concessionária responsabiliza-se ainda pe- rante o Concedente por que apenas sejam contratadas para desenvolver atividades integradas na Concessão entidades que se encontrem devidamente licenciadas e autorizadas e que detenham capacidade técnica e profissional adequadas para o efeito.
126 — Custos e encargos da Concessionária
A Concessionária paga ao Concedente, no prazo de 30 (trinta) dias após a Data de Assinatura do Contrato de Con- cessão, os encargos suportados na preparação, lançamento e conclusão do concurso e que ascendem a € 1 406 610,07 (um milhão quatrocentos e seis mil seiscentos e dez euros e sete cêntimos), incluindo IVA.
127 — Taxa do IMT
127.1 — A Concessionária é ressarcida pelo Concedente do montante da taxa anual por esta paga ao IMT ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 43/2008, de 10 de março, bem como de qualquer outra que a substitua, nos termos do número seguinte.
127.2 — O valor da taxa referida no número anterior acresce, em cada ano, ao valor da prestação do paga- mento pela disponibilidade da Autoestrada, devido pelo Concedente à Concessionária, que seja imediatamente subsequente ao pagamento da mesma, nos termos do n.º 96.10.
CAPÍTULO XXIII-A
Comissão de Peritos
127A — Constituição e funcionamento da Comissão de Peritos
127A.1 — A Comissão de Peritos é a entidade responsá- vel por dirimir os litígios que possam surgir entre as Partes com respeito à efetiva necessidade de uma Grande Repa- ração de Pavimento, à responsabilidade pelos respetivos encargos, à respetiva nota técnica ou projeto de execução, à fixação do preço base, à necessidade de realização ou não de trabalhos adicionais e à condução dos procedimentos com vista à sua realização.
127A.2 — A Comissão de Peritos é composta por 3 (três) peritos, mandatados por 4 (quatro) anos, permane- cendo em funções para a resolução de conflitos cuja apre- ciação se inicie antes da data de conclusão do seu mandato e pelo período necessário à sua completa resolução nos termos do presente Contrato de Concessão.
127A.3 — Cada Parte nomeia 1 (um) perito no prazo de 90 (noventa) dias a contar da produção de efeitos estipulada no n.º 118.1. ou até 90 (noventa) dias antes da conclusão de cada mandato, consoante aplicável, mediante notificação para o efeito dirigida à outra Parte.
127A.4 — Não nomeando uma das Partes o seu perito dentro do prazo estipulado no número anterior, tal nome- ação é solicitada pela Parte não faltosa ao Laboratório Na- cional de Engenharia Civil, na pessoa do seu Presidente. 127A.5 — O terceiro perito é escolhido de comum acordo, no prazo de 60 (sessenta) dias, pelos peritos que as Partes tenham designado, de entre peritos independentes de reconhecida capacidade técnica e experiência na área
da engenharia rodoviária de pavimentos.
127A.6 — Na falta de acordo entre os peritos nomeados, as Partes solicitam ao Laboratório Nacional de Engenha- ria Civil, na pessoa do seu Presidente, a designação do terceiro perito.
127A.7 — Em caso de impedimento temporário de algum perito que afete a resolução de algum conflito da competência da Comissão de Peritos ou de impedimento definitivo, deve proceder-se, no prazo de 15 (quinze) dias, à nomeação do seu substituto em termos equivalentes aos
que presidiram à nomeação do perito a substituir, com as devidas adaptações.
127A.8 — A Comissão de Peritos funciona nas instala- ções para o efeito disponibilizadas pela Concessionária.
127A.9 — Qualquer das Partes pode submeter à Co- missão de Peritos a matéria objeto do diferendo da com- petência desta, devendo, para o efeito enviar à Comissão de Peritos toda a informação e documentação de suporte da sua posição que entenda necessária, com cópia para a outra Parte, que, por sua vez, dispõe de um prazo de 5 (cinco) dias para submeter a sua posição à Comissão de Peritos, também acompanhada de toda a informação e documentação que considere razoável, com cópia para a outra Parte.
127A.10 — No prazo de 15 (quinze) dias, a Comis- são de Peritos realiza uma audiência de Partes em que as Partes têm a oportunidade de expor as suas posições, podendo para o efeito ser acompanhadas dos consultores que considerem relevantes, devendo, em qualquer caso essa audiência ser dimensionada de forma a que a sua duração não exceda 2 (dois) dias úteis.
127A.11 — A Comissão de Peritos dispõe de um prazo de 15 (quinze) dias para emitir a sua decisão.
127A.12 — A Comissão de Peritos decide de acordo com as melhores regras técnicas, em observância das dis- posições do Contrato de Concessão, incluindo dos termos de referência constantes do Manual de Operação e Manu- tenção e do Plano de Controlo de Qualidade.
127A.13 — A decisão da Comissão de Peritos é final e vinculativa para as Partes.
127A.14 — Cada Parte suporta os custos com o perito por si nomeado, sendo a partilha dos restantes custos de funcionamento, incluindo a remuneração atribuída ao ter- ceiro perito, e dos custos advenientes da implementação das decisões proferidas ao abrigo da presente cláusula de- cidida pela Comissão de Peritos de forma proporcional ao decaimento de cada uma das Partes nas suas pretensões.
CAPÍTULO XXIV
Resolução de diferendos
128 — Processo de arbitragem
128.1 — Salvo no que respeita a conflitos cuja resolução seja da competência da Comissão de Peritos nos termos da cláusula 127.ªA, os eventuais conflitos que possam surgir entre as Partes em matéria de aplicação, interpretação ou integração das regras por que se rege a Concessão são resolvidos por arbitragem.
128.2 — A submissão de qualquer questão a arbitragem não exonera as Partes do pontual e atempado cumprimento das disposições do presente contrato e das determinações do Concedente que no seu âmbito lhe sejam comunicadas, nem permite qualquer interrupção do desenvolvimento das atividades integradas na Concessão, que devem continuar a processar-se nos termos em vigor à data de submissão da questão até que uma decisão final seja obtida relativamente à matéria em causa.
128.3 — O disposto no número anterior relativamente ao cumprimento de determinações do Concedente pela Concessionária aplica-se também a determinações con- sequentes sobre a mesma matéria, mesmo que emitidas após a data de submissão de uma questão a arbitragem, desde que a primeira dessas determinações consequentes
tenha sido comunicada à Concessionária anteriormente àquela data.
128.4 — A Concessionária obriga-se a dar imediato conhecimento ao Concedente da ocorrência de qualquer diferendo ou litígio com as contrapartes dos Contratos do Projeto e a prestar-lhe toda a informação relevante relativa à evolução dos mesmos.
129 — Tribunal arbitral
129.1 — O tribunal arbitral é composto por 3 (três) membros, um nomeado por cada Parte e o terceiro es- colhido de comum acordo pelos árbitros que as Partes tenham designado.
129.2 — A Parte que decida submeter determinado di- ferendo ao tribunal arbitral apresenta os seus fundamentos para a referida submissão e designa de imediato o árbitro da sua nomeação, no requerimento de constituição do tribunal arbitral que dirija à outra Parte através de carta registada com aviso de receção, devendo esta, no prazo de 20 (vinte) dias úteis a contar da receção daquele requerimento, desig- nar o árbitro de sua nomeação e deduzir a sua defesa.
129.3 — Os árbitros designados nos termos do número anterior designam o terceiro árbitro do tribunal no prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da designação do segundo
129.8 — As decisões do tribunal arbitral devem ser proferidas no prazo de 6 (seis) meses a contar da data de constituição do tribunal determinada nos termos da presente cláusula.
129.9 — As decisões do tribunal arbitral configuram a decisão final de arbitragem relativamente às matérias em causa e incluem a fixação das custas do processo e a forma da sua repartição pelas Partes.
129.10 — O tribunal arbitral tem sede em Lisboa em local da sua escolha e utiliza a língua portuguesa.
129.11 — A arbitragem decorre em Lisboa, funcionando o tribunal de acordo com as regras fixadas no presente contrato, com as regras estabelecidas pelo próprio tribunal arbitral e ainda, subsidiariamente, pelo disposto na Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro.
O presente contrato foi alterado em Lisboa, aos [...] dias do mês de [...] de […], contém […] folhas e trinta anexos, que contêm as demais folhas, sendo todas nume- radas e rubricadas ou assinadas pelos intervenientes, em dois exemplares que farão igualmente fé, ficando um em poder de cada uma das Partes.
Pelo Primeiro Outorgante:
árbitro do tribunal, cabendo ao presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, que também nomeia o representante da
Parte que não o tenha feito, esta designação, caso a mesma não ocorra dentro deste prazo.
129.4 — O tribunal arbitral considera-se constituído na data em que o terceiro árbitro aceitar a sua nomeação e o comunicar a ambas as Partes.
129.5 — O tribunal arbitral tem competência para fixar o objeto do litígio em causa.
129.6 — O tribunal arbitral pode ser assistido pelos peritos técnicos e consultores que considere conveniente designar.
129.7 — O tribunal arbitral, salvo acordo em contrário das Partes, julga segundo o direito constituído e das suas decisões não cabe recurso.
(O Secretário de Estado das Finanças,
Senhor [...])
(O Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações,
Senhor [...]) Pelo Segundo Outorgante:
([...])