Laerte Ramos. Casamata abril | julho Curadoria: Ana Paula Nascimento O projeto pretende ocupar a área do Octógono com cerca de 100 esculturas (de 30 modelos distintos) de casamatas – miniaturas de fortificações-objetos-ninhos compostas de cerâmica branca, areia, terra e plantas artificiais – supensas como uma grande instalação. As casamatas funcionam como abrigos em períodos de combate; ao implantá-las em escala reduzida em uma área que em muito remete a um torreão, o artista propõe uma nova interpretação para esta porção do edifício da Pinacoteca. Vale ressaltar que este edifício histórico foi duas vezes solicitado para uso militar: a primeira vez em outubro de 1930, quando o prédio foi cedido à Primeira Legião vinda do Pará durante a Revolução de 30 e, após dois anos, quando foi requisitado durante a Revolução Constitucionalista para o Batalhão Militar Santos Dumont e, novamente, o acervo do museu foi disperso por diversas repartições. Em relação aos Columbiformes, a cidade de São Paulo apresenta um número enorme de pombas em sua área central; esses pássaros, normalmente mal vistos por transmitirem diversas enfermidades, tentam ser afastados desses espaços a partir de mecanismos como a colocação de cercas e arames. Ramos inverte essa equação criando pombas cerâmicas que apresentam na parte superior arames verticais como uma crista. O artista pretende instalá-las na parte interior do edifício – vãos nos quais foram afixados os andaimes quando da construção do edifício, em beirais e outros pontos pouco observados pelos visitantes. As duas estratégias buscam atiçar o olhar para que os espaços sejam vistos de uma nova maneira e, igualmente, relacionar edifício/lugar e tempo. Este projeto prevê ainda a realização de uma Oficina de molde/modelagem com a realização de uma escultura de um corpo humano – tendo como estratégia de trabalho o uso de uma técnica tradicional de realização de peças tridimensionais para a arte contemporânea em diálogo com o acervo de esculturas mais tradicional da instituição.
