Desafio Geral. Quando os veículos de comunicação noticiam que o Brasil enfrenta uma guerra no trânsito, isso não é uma hipérbole. Em 2016, ano da mais atualização do Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde, foram registradas 37.345 ocorrências de óbitos relacionadas ao trânsito em todas as cidades do país. . Segundo dados do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, o seguro obrigatório DPVAT, entre janeiro a dezembro de 2018, foram ceifadas 38.281 vidas, um número que apesar da queda de 7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, é mais que o dobro de 19 mil ocorrências, número estipulado como meta para 2020. É importante ressaltar que esse número considera apenas os pedidos de indenização autorizados pela seguradora. Quando consideramos o total de pedidos de indenização por morte, chegamos a assustadora cifra de 46.848. . Toda vida é única e especial em sua essência, não devendo ser comparada as demais. Entretanto, a letalidade do trânsito brasileiro só é dimensionável quando colocada no mesmo patamar de situações de conflito como a Guerra da Síria que em 2018 vitimou cerca de 20 mil pessoas, segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Isso significa dizer que o trânsito brasileiro mata mais que um conflito armado com sangrenta Guerra Síria. Quando consideramos todos os números o quadro é ainda mais trágico: além das mortes que ocasionam perdas irreparáveis, o relatório anual do DPVAT revela que o Brasil tem prejuízos com 61.759 casos de despesa médica e ainda 228.102 casos de invalidez permanente. Considerando um estudo executado pela ONU, estima-se que os prejuízos com o trânsito custem cerca de 3% do PIB, Produto Interno Bruto, anual do país. Esse ano, o DPVAT aprofundou os dados, organizando um ranking considerando estados e capitais com mais indenizações pagas a partir de um cruzamento proporcional à frota no ano da análise. O Acre figura na 18ª posição com 1.088 sinistros pagos para uma frota de 273.046 veículos automotores. No indicador DPVAT, nosso estado figura com 40 pontos, muito longe dos 12 pontos do Distrito Federal e 14 de São Paulo, consideradas as duas unidades federativas com o trânsito mais seguro do país. Entre as capitais, a situação é ainda mais preocupante. Rio Branco ocupa a 11ª primeira posição entre as que possuem o trânsito mais violento em relação ao tamanho da frota. Só no ano passado foram pagos 727 sinistros para uma frota de 175.897 veículos, o que confer...
